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Salvatorianos

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A busca pela salvação na Quaresma

A Quaresma é um tempo profundamente especial na vida da Igreja, tempo de penitência e redenção. Neste período, que se inicia com a Quarta-feira de Cinzas (02/03) e se estende até o Domingo de Ramos (10/04), somos convidados a viver os 40 dias como nosso Salvador que, apesar das tentações em seu caminho, permitiu-se guiar pelo Espírito Santo.

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A Quaresma é um tempo solene de intimidade consigo mesmo diante do mistério pascal. É um tempo propício para buscar a conversão, de voltar-se para Deus. É um tempo de humildade, pois a humildade de Cristo nos ensinou a exercê-la. É também um tempo de misericórdia, de buscar o sacramento da confissão, para unirmo-nos a Deus, pois Ele diz: “Eu te ouvi no tempo favorável e te ajudei no dia da salvação. Agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação’’ (2Cor 6,2).

O cristão, não só neste tempo do ano, mas em todos os outros, deve se comprometer à oração e à reflexão da Palavra de Deus. Essa é a razão pela qual a Quaresma busca, nesses 40 dias, nos fazer relembrar da experiência de Jesus no deserto, e celebrar com Ele a Sua paixão, a morte e a ressurreição. Nessa trajetória, somos chamados a buscar uma vida nova.

Vivemos em meio a diversas tentações e acabamos pecando cotidianamente. Em busca da purificação da alma, clamamos: ‘‘perdoai-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos àqueles que nos ofenderam; e não nos deixeis cair em tentação’’ (Lc 11,4). Na Quaresma, temos a oportunidade de ressuscitar a fé e a confiança em Deus, o que também exige de nós uma preparação espiritual e emocional, entendendo a necessidade de abrir mão de algumas coisas, de praticar a caridade e de intensificarmos nossas atitudes com bondade e misericórdia.

É importante que a oração, o jejum e a penitência sejam intensificados nesse período, pois, conduzidos pelo Espírito Santo, assim nos aproximamos d’Ele, que se ofereceu por nós como exemplo para que, como cristãos, sejamos capazes de seguir os seus passos e perseverar na vivência do Evangelho.

Para viver esses 40 dias de forma especial, desejando profundamente se aproximar do amor e humildade de Cristo, devemos nos preparar para que diariamente façamos alguma coisa diferente, algo em prol do próximo, que demonstre em nossas atitudes a esperança de Cristo que, desde o seu nascimento até a morte na Cruz, doou-se para os outros, ‘‘porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas’’ (Mt 11,29). A seu exemplo, vivamos com intensidade esse tempo propício para buscarmos a nossa salvação.

‘‘Tempo solene: retornamos a Deus, pois a Ele pertencemos!’’

Oração, jejum e penitência

Mais do que um tempo de preparação ao mistério pascal, a Quaresma é uma busca pela conversão que revela a necessidade do retorno a Deus. Durante os 40 dias, muitos cristãos inspirados resolvem abandonar pequenos hábitos ‘‘prazerosos’’ do dia a dia para vivenciar o real propósito da Quaresma.

Este momento de preparo espiritual e emocional requer a reflexão de nossas atitudes e pensamentos, e é pela penitência e pelos sacrifícios de orar e jejuar que nos aproximamos de Deus, pois a Ele confiamos a esperança de uma vida nova. ‘‘Em todas as circunstâncias, dai graças, porque esta é a vosso respeito a vontade de Deus em Jesus Cristo’’ (1 Ts 5,18).

Fundamental para a nossa purificação, o jejum não se reduz somente à abstinência dos alimentos. O sentido do jejum está, sobretudo, em se abster do pecado, e de nada adianta jejuar se não forem praticadas as virtudes de recolhimento, reflexão e oração, visto que é uma prática espiritual muito mais interna do que externa, pois visa uma intimidade maior com Deus.

É na abstinência que vivemos uma (re)educação do corpo e dos sentidos, pois nos ‘‘desconectamos’’ de coisas que consideramos essenciais e que nos distraem do verdadeiro propósito: viver uma vida em comunhão a Deus. Substituímos isso por atos de caridade e piedade ao próximo, ajudando instituições e pessoas necessitadas, doando alimentos, roupas e pertences que farão a diferença na vida de outra pessoa.

A penitência, no sentido de misericórdia e compreensão, deve ser praticada com cuidado para que nos faça crescer e produzir bons frutos, que posteriormente serão colhidos com êxito e amor. Não podemos encarar a penitência como algo difícil, trabalhoso, pois assim estaremos nos distanciando do objetivo de nos tornarmos pessoas melhores, diferentes, e bondosas uns com os outros. E nada disso se faz sem a oração intensificada, com a escuta e também a reflexão profunda da Palavra de Deus.

Que possamos viver esta Quaresma com a esperança dos tempos melhores que estão por vir.

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