Alternativas, Mídias e Histórias da Comunicação

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A história dos jornais impressos no Litoral Norte Paulista Bruna Vieira Guimarães e Ricardo Reis Hiar1 Universidade Metodista de São Paulo – UMESP

Resumo Resgate da trajetória dos jornais impressos no Litoral Norte Paulista, do periódico Mar que circulou na cidade de São Sebastião em 1893 ao Imprensa Livre, atual diário da região. Descrever quem foram os jornalistas fundadores e como mantiveram os primeiros jornais na região, conhecer as linhas editoriais e cobertura jornalística desses impressos são os objetivos dos autores. Este artigo também propõe lançar um primeiro inventário dos jornais de caráter noticioso (e não segmentados) que circularam nas cidades de São Sebastião, Ubatuba, Ilhabela e Caraguatatuba em 118 anos de história da imprensa na região. Utilizamos à metodologia da Pesquisa Histórica tendo como base documentos, livros e os próprios jornais encontrados em acervos e bibliotecas nas quatro cidades do litoral. Trata-se de reunir num único documento em construção, os jornais periódicos que contribuíram e contribuem para o desenvolvimento comunicacional no litoral norte paulista. Palavras chaves: História de Jornais, Imprensa Paulista, Imprensa no Litoral Norte, Jornais de Caraguatatuba, Jornais de São Sebastião, Jornais de Ubatuba e Jornais de Ilhabela.

Introdução Os jornais impressos noticiosos que circularam no Litoral Norte do Estado de São Paulo de 1893 aos anos 1990 integram o escopo principal deste artigo. A metodologia adotada foi a Pesquisa Histórica por meio de documentos, livros e consulta aos periódicos conservados nas bibliotecas e arquivos públicos nas cidades de Caraguatatuba, São Sebastião, Ubatuba e Ilhabela. Na definição de José Honório Rodrigues (1982, p.21), Pesquisa Histórica é “a descoberta cuidadosa, exaustiva e diligente de novos fatos históricos, a busca da documentação que prove a existência dos mesmos, permita sua incorporação ao escrito histórico ou a revisão e interpretação nova da História”. Consiste na descoberta dos fatos, na documentação, e no uso correto dos achados. Para Richardson (1989, p.199), “a pesquisa histórica ocupa-se do passado do homem, e a tarefa do historiador, [...] consiste em localizar, avaliar e sintetizar

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Bruna Vieira Guimarães – Doutoranda em Comunicação Social pela UMESP e jornalista com atuação no Litoral Norte Paulista. E-mail: brunajornalista@hotmail.com. Ricardo Reis Hiar - Especialista em Comunicação Social pela UMESP e jornalista com atuação no Litoral Norte Paulista. E-mail: ricardohiar@gmail.com.

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sistemática e objetivamente as provas, para estabelecer os fatos e obter conclusões referentes aos acontecimentos passados”. Explicando as técnicas de pesquisa bibliográfica e documental, Antonio Carlos Gil (1989, p.48) afirma que “boa parte dos estudos exploratórios pode ser definida como pesquisa bibliográfica”, justamente porque a pesquisa bibliográfica coloca o pesquisador em contato direto com tudo que foi escrito sobre os objetos pesquisados. O levantamento sobre os primeiros jornais que circularam na região foi feito também no Arquivo Público do Estado de São Paulo, na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro e na Biblioteca da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, quando os autores deste artigo pesquisavam dados para suas dissertações de mestrado2 . Os autores encontraram no Arquivo Público de Caraguatatuba, exemplares do jornal A Voz do Litoral (circulou de 1953 a 1986), O Atlântico (1963 a 1967), A Tribuna de Ubatuba (1966 a 1968), Expressão Caiçara (1984), 4 Estâncias (1984 a 1989), Jornal Impacto (1975 a 1989), O Litoral Norte (1975 a 1989), Caraguatatuba (1978 a 1987), Radiolite (1982 a 1991), Jornal da Praia (1991), Tribuna Caiçara (1992), Folha de São Sebastião (1994), Imprensa Livre (desde 1995), Jornal Costa Norte (1996), e outros em circulação. No Arquivo Histórico de São Sebastião estão catalogados exemplares do jornal O Continente (1913), O Martello (1916), O Atlântico (1925), Litoral Norte (1936), A voz do Litoral Norte (1953), O Bandeirante (1956), O Bandeirante do Litoral (1975 a 1989), além dos periódicos em circulação. Nas Bibliotecas Públicas de Ilhabela e de Ubatuba os autores encontram somente exemplares dos jornais

ainda em circulação, com

pouquíssimas exceções como O Atlântico (1962). Este artigo faz uma breve descrição dos jornais noticiosos3 que estão em circulação e dos periódicos que tenham sido publicados por pelo menos seis meses nas duas últimas décadas. Entre eles, o diário Imprensa Livre e o mensal Sintonia Social, ambos de São Sebastião e que circulam nas quatro cidades da região; o Diário do Litoral Norte com circulação de terça a sábado; e o semanário Canal Aberto, os dois últimos de 2

A pesquisa foi feita nos anos de 2006 e 2007. No Arquivo do Estado de São Paulo, na Biblioteca Nacional e na Biblioteca da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, os autores não encontraram exemplares dos jornais pioneiros que circularam no litoral norte paulista, somente coletaram dados em livros e documentos sobre a história da imprensa interiorana de São Paulo. 3 Os autores não consideraram neste artigo os jornais de associações de classe, sindicais, de igrejas, comércios e outros que circularam e ainda circulam na região, tais como: De praia em praia - da Diocese de Caraguatatuba, Jornal da Associação Comercial e Empresarial nas quatro cidades, jornais ou revistas de Yacht Club, de aposentados etc.

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Ilhabela; os semanários Noroeste News e Expressão Caiçara publicados às quintas-feiras em Caraguatatuba, o último com edições semanais também em São Sebastião e Ubatuba; o semanário A Cidade publicado aos sábados somente em Ubatuba; o Jornal Agito de Ubatuba, com circulação de terça, quarta e quinta na própria cidade e com edição especial de sexta-feira vendida nas bancas da cidade e com circulação no Litoral Norte e Vale do Paraíba. Dentre os jornais que abriram e fecharam as portas nos últimos 20 anos estão o semanário Jornal da Vila (1992) de Ilhabela; o semanário Correio do Litoral que circulou de 2003 a 2005 em São Sebastião; o semanário Jornal A Cidade de Caraguatatuba (2004); o quinzenal A Folha de Caraguá (2004 e 2005); Tribuna Caiçara (1992); A Semana de Ubatuba (2002 a 2007)4 , entre outros. Paulo Sérgio Pinheiro, no prefácio do livro O Bravo Matutino sobre a história do jornal O Estado de S. Paulo (CAPELATO e PRADO, 1980, p.XI), afirma que o uso dos jornais como fonte de documentação sobre a história republicana é usual, mas que “faltavam trabalhos sobre os próprios jornais, especialmente os grandes jornais, de prolongada participação na vida política brasileira. Não se tratava simplesmente de fazer história da imprensa, mas de situar esses jornais como elementos atuantes no processo político global”. Se recortado para o âmbito regional, tal afirmação também se confirma, quando os autores constatam a falta ou inexistência de estudos sobre os jornais que contribuíram (e contribuem) para o desenvolvimento político e econômico no Litoral Norte Paulista.

Dos pioneiros aos jornais em circulação A história da imprensa no litoral norte de São Paulo não é diferente da história da imprensa brasileira. Apesar de o Brasil ter sido descoberto no ano de 1500, a Gazeta do Rio de Janeiro, primeiro jornal impresso nacionalmente, esperou 308 anos para circular na então capital brasileira (SODRÉ, 1999). No litoral norte de São Paulo, a cidade de São Sebastião aparecia num mapa de 1502, registrado por Américo Vespúcio em uma de suas expedições. A emancipação política aconteceu em 1636 e somente 257 anos depois, a cidade registrou o primeiro jornal a circular no litoral norte, Mar de 1893, seguido por Terra de 1894, como

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As datas do início e do término das publicações foram obtidas por meio das entrevistas feitas para elaboração deste artigo ou calculadas de acordo com os exemplares encontrados pelos autores. Portanto, as datas são aproximadas.

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registrado no capítulo “A Imprensa no Interior”, no livro “História da Imprensa de São Paulo”, escrito por Freitas Nobre (1950, p.155-157), presidente do Sindicato dos Jornalistas deste estado naquela época.

O Continente (16 abr. 1916); O Atlântico (21 jun. 1925); Litoral Norte (15 jul. 1936); A Voz do Litoral (24 abr. 1955).

Jornais extintos - O Martello (5 out.1916); O Bandeirante (11 mar.1962); Jornal Cidade de Caraguatatuba (29 set. a 06 out.2004); A Folha de Caraguá (01 a 15 fev.2005); Correio do Litoral (19 a 25 fev.2005).

O levantamento da imprensa paulista feito por Nobre (1950, p.167), registrou jornais que circularam no Estado de São Paulo de 1823 a 1945. Neste período, ainda consta o registro do jornal Echo Ubatubense em 1896, na cidade de Ubatuba. Na obra “Imprensa do Interior – Um Estudo Preliminar” de Gastão Thomaz de Almeida (1983, p.38), há outro levantamento dos primeiros jornais nas cidades do estado de São Paulo, desde Farol Paulista de 1823 aos periódicos da década de 1970. Neste período constam os registros do Eco Ubatubense (sem o H na palavra Echo) de 1896, e em São Sebastião, o primeiríssimo Mar de 1893. Os autores deste artigo não encontraram exemplares dos dois jornais pioneiros na região: Mar e Terra. Encontraram a descrição apenas do Echo Ubatubense5 , como segue

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No livro “Ubatuba – espaço, memória, cultura”, os autores Juan Droguett e Jorge Otávio Fonseca (2005, p.247) confirmam que manusearam exemplares do Echo Ubatubense, além de constarem nas referências os jornais Cidade de Ubatuba e Tribuna de Ubatuba. Em 2007, quando os autores deste artigo

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abaixo. Portanto, a análise e a descrição de Mar e Terra ficam para as próximas pesquisas. A segunda cidade a se emancipar politicamente no litoral norte paulista foi Ubatuba, em 1638. Portanto, após 258 anos a cidade registrou o primeiro periódico impresso. Uma descrição do Echo Ubatubense foi encontrada na obra “UbatubaDocumentário”, de Washington de Oliveira (1977): Como poucas cidades de nosso Estado, e quiçá do Brasil, Ubatuba contou com um bom número de jornais aqui editados. A partir de 12 de outubro de 1896 circulou o primeiro deles, o “Echo Ebatubense”, dirigido pelo Dr. Esteves da Silva e que contou apenas um ano de existência (OLIVEIRA, 1977, p.192).

O segundo exemplar do Echo Ubatubense assim se referiu: [...] saiu a luz a primeira folha imprensa em Ubatuba, o primeiro número do “ECHO UBATUBENSE” e, lá fora, ouvia-se o espocar dos foguetes, anunciando às 10 horas em ponto, que Ubatuba tinha, dora em diante, um defensor de seus interesses legítimos. O primeiro número foi enviado ao Sr. Campos Sales, presidente do Estado de São Paulo (OLIVEIRA, 1977, p.192193).

Uma pequena biografia de “Filhinho”, como era conhecido o farmacêutico, escritor e jornalista Washington de Oliveira, consta no livro “São Paulo – Litoral Norte”, de Lita-Jacques Chastan (1983, p.93). Ele nasceu em Ubatuba em 31 de março de 1906, e ali estudou até transferir-se para Pindamonhangaba, onde concluiu o curso superior de Farmácia. Após breve permanência em São Paulo, retornou a Ubatuba, e, além da atividade profissional, exerceu outras no plano cultural, político e social. Washington de Oliveira casou-se e teve três filhos. Militou na imprensa local, secretariando o “Semanário Cidade de Ubatuba”, e foi correspondente dos grandes diários da Capital. Membro da Associação Paulista de Imprensa; da União Brasileira de Escritores; fundador e presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Ubatuba; exprefeito de Ubatuba em 1936 e 1945; ex-vereador em diversas legislaturas; autor do livro “Ubatuba-Documentário”, utilizado neste artigo. Retornamos aos primeiros jornais e jornalistas ubatubenses mais adiante. A terceira cidade a se emancipar politicamente no litoral norte foi Ilhabela, em 1806. No entanto, os autores não encontraram registros de jornais editados na cidade antes do Jornal da Vila, em 1992. Sabe-se que O Atlântico, de 1961, e outros periódicos circularam na cidade nestas seis últimas décadas. pesquisaram na Biblioteca no Centro de Ubatuba, não encontraram os exemplares, portanto eles devem estar conservados em outro local.

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A quarta cidade a se emancipar na região foi Caraguatatuba em 1857. A cidade esperou 96 anos para registrar o primeiro periódico, A Voz do Litoral de 1953, que será descrito mais adiante. Tal jornal aparece citado no capítulo “Imprensa do Interior”, no livro “Nascimento da Imprensa Paulista”, de João Gualberto de Oliveira (1978), que ordenou os jornais pelo título, data da fundação e nome do redator responsável, “dados que conseguimos obter em diversas fontes, com a devida cautela (OLIVEIRA, 1978, p.161)”. Em Caraguatatuba, Oliveira (1978, p.173) registra A Voz do Litoral (sem data e citação de editor) e, O Atlântico de 1962 que tinha como redator Manuel Esteves da Cunha Júnior. Em Ubatuba, constam Tribuna Caiçara – 1951 – José Pedro Saturnino; e O Atlântico de 1961. No Litoral Norte, Oliveira (1978, p.211 e 184) cita os jornais O Impacto – 1974 – José Carlos Barreto Barbosa; O Litoral Norte – 1974 e, O Litoral Norte de São Paulo – 1976 – Osvaldo Biel.

Jornais de São Sebastião Em São Sebastião6 a imprensa foi inaugurada em 1893 com Mar, seguido por Terra, de 1894. Na pesquisa para este artigo os autores não encontraram os nomes dos fundadores, tempo de circulação e demais informações dos mesmos. Os autores encontraram no Arquivo Histórico da cidade, exemplares de outros jornais pioneiros que passamos a descrever, tendo como base as informações noticiosas e editoriais contidas nestes periódicos. O Continente foi fundado em 1913 por E. de N. Paulo, como impresso na capa do jornal. O jornal que circulava em São Sebastião tinha quatro colunas, formato tablóide, com quatro páginas semanais impressas em gráfica própria. Noticiava acontecimentos locais como inauguração de cooperativa agrícola (edição de 16 de abril de 1916), visita de políticos entre outros assuntos locais. Na parte de publicidade, constavam anúncios de farmácias, armazéns, ranchos, companhias de navegação, comunicados de comerciantes e agradecimentos à população. Os autores não sabem precisar a data em que o jornal parou de circular, mas o último exemplar consultado data de 1919, portanto circulou pelo menos durante seis anos, passando por mudanças gráficas e editoriais identificadas pelos autores nos exemplares consultados. 6

São Sebastião soma 73.631 habitantes (2009). A cidade está localizada há 209 quilômetros de São Paulo. Disponível em: www.saosebastiao.sp.gov.br. Acesso em: 18 abr. 2010.

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O Martello como o nome diz, era um jornal crítico e literário, abordava temas políticos em forma de prosa e versos. Tinha quatro páginas, o tamanho era a metade de um tablóide – um panfleto. Na capa da edição de 05 de outubro de 1916, consta Anno 1, número 16 e editor “Zé Ninguém”, demonstrando que o jornal adotava uma linha crítica, algumas vezes sarcástica. Os autores não sabem precisar a data em que o jornal parou de circular. O Atlântico, criado em março de 1925, era um semanário publicado aos domingos, com sede na rua Dr. Altino Arantes, n.24, em São Sebastião, tendo como diretor Manuel Custódio de Matos e gerente Arthur de Freitas. O jornal era vendido por assinaturas, não usava fotos, mas ilustrações com notas curtas sobre política e notícias em geral. O jornal emitia opinião em artigos assinados, tinha quatro páginas com quatro colunas cada, sendo a última página predominantemente de anúncios. Os autores não sabem precisar até quando circulou. O Litoral Norte circulou pela primeira vez em 15 de julho de 1936, era quinzenal, tinha oito páginas e quatro colunas, sendo dirigido pelo professor Henrique Rodolpho Penno e tendo como repórter Jorge de Castro. O jornal era propriedade de uma sociedade anônima, como consta na capa, dispunha das editorias de política, economia, opinião, esportes, cultura e circulava em Ubatuba, Vila Bela (hoje Ilhabela), Porto Novo (bairro da região sul de Caraguatatuba) e São Sebastião. Os autores deste não sabem precisar o período em que o jornal circulou. No editorial “A nossa aspiração”, no primeiro exemplar, o jornal conta a que veio: Destituído de ostentações inexpressivas, o Litoral Norte surge no terreno áspero do jornalismo com a sua simplicidade natural e animada da mais sublime finalidade. Aos seus organizadores não move outro intuito que não seja o de bem servir a coletividade exprimindo com carinhosa fidelidade as necessidades mais prementes que visem o bem estar dos habitantes destas praias férteis. Todos problemas dependentes de solução que estiverem no desenvolvimento celero das fontes econômicas e do invejável progresso do nosso litoral, serão debatidos pelas colunas deste jornal com a serenidade aconselhável para o sucesso de todas as campanhas nobres e produtivas. O “Litoral Norte” será o porta-voz de todas as pretensões justas do povo desta região e o defensor desassombrado das aspirações do nosso litoral (LITORAL NORTE, 15 julho 1936, editorial).

No editorial, consta também que o jornal é resultado de um grupo de amigos: Não foi sem algum sacrifício que o “Litoral Norte” surgiu á luz da publicidade. Por iniciativa de um grupo de amigos dedicados desta zona uberrima, o nosso jornal veio preencher uma lacuna dá muito observada. Reunindo energias e aproveitando entusiasmos, a ideia há pouco embrionária tornou-se hoje uma esplêndida realidade. Na preparação da seletiva do “Litoral Norte” muito se

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destacou o dinamismo extraordinário de Agnello Ribeiro dos Santos, que contribuiu poderosamente para a realização da obra ideada e efetivada com este número inicial. A parte intelectual e administrativa foi confiada ao professor Henrique Rodolpho Penno, que muito espera deste povo generoso e hospitaleiro para o desenvolvimento sempre crescente do “Litoral Norte”, que representa a opinião autorizada da gente boa desta próspera região (LITORAL NORTE, 15 julho 1936, editorial)7 .

O primeiro número de O Bandeirante data de 9 de setembro de 1956, tinha oito páginas divididas em quatro colunas, com texto, fotografias e ilustrações, formato standard, dirigido inicialmente por A. Guimarães P. Dias e gerenciado por Alexandre Pinder. O nome do jornal vinha acompanhado pela figura de um bandeirante e se denominava como “órgão dedicado aos interesses do Litoral Paulista”. O primeiro editorial intitulado “Salva São Sebastião”, dizia: Quando surge um jornal todas as atenções se voltam para suas diretrizes e as indagações fervilham. E respondemos com fidelidade, que, outro empenho não temos, senão o de servir incansavelmente, a esta nobre gente. Não estamos presos a interesses políticos de nenhum matiz, nem temos compromissos com pessoas ou grupos econômicos, que nos desviem do caminho traçado. Nossos compromissos estão assumidos com o povo cujas reivindicações pugnaremos (O Bandeirante, 09 de setembro de 1956, editorial).

As editorias do jornal estão assim descritas neste mesmo texto: Veicularemos os assuntos sobre religião, economia e finanças; crônica feminina; política local, nacional e estrangeira; comércio; industria; agricultura e pecuária; associações de classes e sindicalismo; esportes; queixas e reclamações; sociais; recreação, urbanismo e turismo; cooperativismo e notícias várias, dentro, das possibilidades de um jornal pequeno, que há de crescer, mercê da colaboração do povo, que é sempre acolhedor [...]. (O Bandeirante, 09 de setembro de 1956, editorial).

Os autores deste artigo tiveram acesso ao exemplar de 11 de março de 1962, de O Bandeirante, ano VI, número 261, dirigido por Benedito Alvarenga e Régis de Abreu, gerenciado por Geraldo Dória Abreu, com novo layout, cujo nome do periódico vinha agora sem a figura do bandeirante. Este jornal circulou semanalmente por pelo menos seis anos. O jornal Bandeirante do Litoral circulou na década de 1980, tendo como diretora-proprietária Luzia Santos Dias Antunes do Prado. A tiragem variava de quatro

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Os autores preferiram traduzir o editorial sem usar a grafia da época, co mo consta no original, mas readequando-as a grafia atual das palavras. No entanto, as frases não foram alteradas .

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páginas para mais. O jornal em formato tablóide explorava fotos na capa 8 , como no exemplar consultado que data de fevereiro de 1982, além de anúncios na página final, e nas páginas internas, notícias gerais, coluna social, ronda policial e colunas de opinião. Em 1994 foi criado o jornal Folha de São Sebastião. Os autores não conseguiram ter acesso a exemplares do mesmo, e, portanto a descrição fica para as próximas pesquisas. Outro jornal semanal feito em São Sebastião foi o Correio do Litoral que circulou nas quatro cidades da região de 2003 a 15 de julho de 2005. O jornal em formato Standard, colorido, variava de 14 a 20 páginas, dividido em cadernos e editorias. Tinha colunistas, classificados, reportagens especiais e notícias da região escritas por jornalistas, especificamente para o jornal9 . Teve como diretor João Marcelo de Vincenzo, substituído posteriormente por Carla de Vincenzo. O Jornal Costa Norte circula semanalmente há 18 anos, com edições aos sábados nas cidades de Bertioga (onde está a redação), Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião, Ilhabela, Bertioga, Guarujá, Santos, São Vicente e Cubatão. São 20 mil exemplares em formato Standard com notícias das cidades citadas e editorias de Política, Geral, Opinião,

Social,

Esporte,

Variedades,

Classificados.

Possui endereço

eletrônico:

http://www.costanorte.com.br. O jornal mensal Sintonia Social, dirigido pela jornalista Nívia Alencar, circula em São Sebastião desde julho de 2006 quando se chamava Construção Social, com enfoque em notícias de cunho social. Em dezembro de 2006, o jornal passou a se chamar Sintonia Social. São quatro mil exemplares, em formato germânico, colorido e com oito páginas. Circula nas quatro cidades da região. O jornal Chip News que originou o atual Imprensa Livre, foi criado em 28 de outubro de 1986 pelo médico Lourival Costa Filho e o engenheiro Marjan Kozlowski. Em dois anos, o jornal deixou de ser gratuito, passou a circulação semanal e começou a ser vendido nas bancas. Em 25 de outubro de 1989, tornou-se diário e passou a se chamar Imprensa Livre. Em 1994, o anuário da Associação Nacional de Jornais (SOUZA; MACHADO, 1994, p.238), confirma que o Imprensa Livre era impresso em formato Standard, sem cores e dirigido por João Carlos Ferreira. 8

O exemplar do dia 27 de janeiro a 3 de fevereiro de 1982 estampava uma foto grande do governador da época, além de três fotos pequenas com chamadas na capa. O período de circulação do jornal foi calculado de acordo com os exemplares encontrados. 9 A autora deste artigo trabalhou no Correio do Litoral em 2003. O jornal contava com site, ainda disponível em: http://www.correiodolitoral.com.br/. Acesso em: 20 abr.2010.

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Em 2000, Lourival Costa Filho deixou o jornal que foi assumido pelo jornalista Henrique Veltmanque o dirigiu até 2006. Em 2007 o jornal foi comprado pela Riviera Group, um grupo de capital português instalado em Santos, litoral sul de São Paulo. A tiragem média diária é de 3 mil exemplares e o jornal conta com cinco jornalistas em sua redação10 . A versão eletrônica (www.imprensalivre.com) simplesmente reproduz as notícias da edição impressa. O Imprensa Livre será amplamente analisado no próximo artigo dos autores sobre a imprensa no Litoral Norte Paulista.

Jornais de Ubatuba Na cidade de Ubatuba11 , o Echo Ubatubense dirigido por Esteves da Silva, circulou pela primeira vez em 12 de outubro de 1896, como confirmam Juan Droguett e Jorge Otávio Fonseca (2005) no livro “Ubatuba - Espaço, Memória e Cultura” que mostra o percurso histórico da imprensa na cidade, tendo como base a obra de Washington de Oliveira (1977) já citada. Sobre o Echo Ubatubense, eles acrescentam: As colunas desse semanário falam de geografia, de mitologia, de literatura, de “higiene da alma” e oferecia um calendário de atividades e eventos da vida social, além de avisos comerciais, o que indica a parceria para baratear os custos de impressão, tiragem e circulação. Parece-nos que a intenção comunicativa deste jornal era educar a população carente de informação sobre o acontecer temporal; mas essa primeira forma de mídia impressa teve curta duração, pouco mais de um ano de existência (DROGUETT; FONSECA, 2005, p. 243).

O segundo jornal foi o Ubatubense com direção de Luiz Domiciano da Conceição Júnior, circulação semanal e que também não teve vida longa (OLIVEIRA, 1977, p.193). A próxima iniciativa foi O Fogo, jornal causticante, dirigido por Paulo Egídio da Costa. O periódico era todo feito pelo diretor proprietário que escrevia, compunha, organizava e distribuía os exemplares. “O prelo e todos os utensílios desse jornal, menos os tipos, foram fabricados pelas mãos de Paulo Egídio, que, aliás, era habilíssimo mecânico (OLIVEIRA, 1977, p.193)”. Em seguida apareceu O Relâmpago sob a direção de Ernesto de Oliveira, que, assim como o nome, teve pouquíssima duração na cidade. Prevendo o fracasso do último, o mesmo Ernesto de Oliveira cria com outro grupo de amigos O popular. “Não 10

Os dados são de 2009. Em 2010, o Imprensa Livre abriu a sua primeira sucursal em Caraguatatuba e contratou mais jornalistas. 11 Ubatuba tem 81.096 habitantes (2009). Localizada há 324 quilômetros do Rio de Janeiro e há 234 quilômetros de São Paulo. Disponível em: www.ubatuba.sp.gov.br. Acesso em: 18 abr. 2010.

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demorou muito para que Osmar Amado da Cunha e Irineu Ferreira Gomes fizessem circular O Papagaio em papel verde, para dar cunho original... (OLIVEIRA, 1977, p. 193)”. Observamos que o início do jornalismo em Ubatuba remonta os fins do século XIX, começo do século XX, colaborando com a implantação da República. Naquele então, não se falava de nação e sim de Brasil como país, a ideia de nação era um projeto a ser construído sob a consigna do processo. Dessa forma, os jornais traziam menos notícias, assumiam o papel educativo de formadores de opinião – porta-vozes das mudanças que precisavam acontecer na mentalidade e no comportamento dos habitantes de Ubatuba, em sintonia com o cenário nacional. A finalidade dos jornais era política e o conteúdo dos mesmos, doutrinário (DROGUETT e FONSECA, 2005, p.244).

Em 1º de novembro de 1905, Floriano Rodrigues de Morais funda o jornal A Cidade de Ubatuba transferindo-o aos irmãos Ernesto de Oliveira e Deolindo de Oliveira Santos que deram continuidade a publicação por 25 anos, portanto até 1930. Em 1914, o jornal O Lápis foi editado e escrito por Idomeu Ferreira Gomes, José Pedro Toledo e José Puccini, este último sobrinho-neto do famoso compositor italiano Puccini. O jornal cedeu lugar a O Prego “mais áspero, mais ferino nas suas investidas... Sabemos também de um outro jornal, de tiragem irregular de um único exemplar, que ia de casa em casa, às ocultas, quase a medo... Era O Lampeão, de pavio curto e, por isso, de pouca duração (OLIVEIRA, 1977, p.194)”. Em 1920, o engenheiro Jacundino Barreto, o professor Máximo de Moura Santos e o promotor Olegário de Toledo Barros fundaram O Arauto, passando Ubatuba a contar com dois jornais, considerando A Cidade. “Foram dois jornais da época que implantaram uma verdadeira luta entre partidos políticos, em um espaço bastante restrito, de um público não preparado para este tipo de discussão (DROGUETT e FONSECA, 2005, p.245)”. Em 1934 surge o semanário Ubatubense -o segundo com este nome- criado por José Rosa e Carlos Gewe, sob a direção de Altino Simonetti. A década de 1940 não registra a existência de jornais devido à conjuntura da Segunda Guerra Mundial. Na década de 1950 veio O Atlântico, de Manuel Esteves da Cunha Junior e Fernando Azevedo e A Tribuna Caiçara de Lycurgo Barbosa Querido, passando por esta Thiago Darcy Castilho, Justo Arouca, Rubens André Costilhas, Benedito Santos e outros colaboradores (OLIVEIRA, 1977, p.194). Na administração de Francisco Matarazzo Sobrinho, A Tribuna Caiçara e O Atlântico empenham-se em ferrenha luta política e

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acabam desaparecendo frente ao cenário de revolução e ditadura. Ubatuba passa sete anos sem ter jornal. Na década de 1970, o jornal Maraberto é produzido por jovens do grêmio estudantil. Tais jovens tinham a missão de reivindicar a cidade e suas tradições, o que pareceu ser o eixo propulsor do jornalismo como instância mediadora do município até a década de oitenta. Cabe mencionar a existência de um jornal regional produzido também na década de setenta, em Caraguatatuba, denominado O Litoral Norte, que incluía notícias de Ubatuba (DRAGUETT e FONSECA, 2005, p. 245).

No livro “O Litoral Norte do Estado de São Paulo - Formação de uma região periférica”, Armando Corrêa da Silva (1975) aponta que 48,7% da população nas quatro cidades do litoral liam jornais nos anos de 1970-1972. No entanto em 1973 afirma que “o Litoral Norte não possui jornal local embora Caraguatatuba e Ubatuba possuam estações de rádio (SILVA, 1975, p.96)”. Pressupõe-se que os jornais lidos vinham da capital paulista. No livro “São Paulo Litoral Norte - Caiçaras e Franceses”, Lita-Jacques Chastan (1992) registra sem precisar a data, a existência do Jornal de Ubatuba, de propriedade de Nelson Del Pino, jornalista correspondente de órgãos de imprensa na capital e que possuía uma rede de oito jornais semanais. O jornalista profissional Nelson Del Pino (independente) foi mais uma vez agraciado como o ‘Título social cidade de Ubatuba’, que lhe será entregue neste dia 24 de outubro, no famoso Baile das Rosas, que este ano alcança seu XIII ano de realização. O jornalista foi distinguido através do item Imprensa, que, através de uma comissão e intelectuais escolheu o Jornal de Ubatuba como o melhor do ano (CHASTAN, 1992, p.129).

Registra-se que em maio de 1998, o tenente Samuel Messias de Oliveira (2001, p.32), no livro “Ilha Anchieta: rebelião, fatos e lendas”, conta que editou cinco mil exemplares do jornal Notícias Policiais Especial. E que o jornal despertou tanto interesse que ele repetiu a dose e editou mais cinco mil, se referindo ao jornal que fez com fotos de 1952, quando aconteceu a rebelião no presídio da Ilha Anchieta. Esta publicação isolada não tinha periodicidade e, por isso, não entra no inventário proposto neste artigo. Na pesquisa feita por Juan Draguett e Jorge Otávio Fonseca (2005, p.245-246), consta que no dia 26 de outubro de 1999 foi fundado por Josias Sabóia o jornal A Semana que circulou durante cinco anos (até outubro de 2004), quando passou a ser um

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jornal online semanal12 . Na mesma linha, surge O Povo por um período breve, pois seu fundador Oswaldo Luiz foi trabalhar em outra publicação. Em 2005, quando Draguett e Fonseca pesquisaram sobre os jornais locais, existiam em Ubatuba três periódicos expressivos: A Cidade, Opinião e Agito Ubatuba. Cada um com seu estilo. O jornal Opinião, de circulação semanal na região, foi publicado por Oswaldo Luiz e Denis Bomeisel em 2005, para que a população pudesse se expressar com liberdade. Os autores deste artigo não conseguiram localizar exemplares deste, portanto presumem que o jornal deixou de existir. Na descrição de Draguett e Fonseca (2005, p.246), o jornal A Cidade, fundado em 1985 por Gilberto Bosco Ferretti, natural de Lorena, tem formato Standard, com impressão offset feita em São José dos Campos. É semanal e distribuído aos sábados. No início, tinha quatro páginas, hoje alcança 16, sendo duas páginas de classificados para publicação de editais da Câmara de Vereadores, proclamas, anúncios de comércio e órgãos públicos. Em 2010, o jornal A Cidade continua com 16 páginas, mas o proprietário desde 1995 é Benedito Góis Filho também diretor da Rádio Costa Azul, a mais antiga da cidade. Os três mil exemplares semanais são vendidos nas bancas da cidade aos sábados, além das assinaturas anual e semestral. Em datas comemorativas a tiragem sobe para cinco mil exemplares, capa colorida e tem como jornalista responsável Hugo Simeão que acumula a função de assessor de imprensa da Câmara de Vereadores. O site 13 está sem atualização há cinco anos. Ainda na descrição de Draguett e Fonseca (2005, p.246), outro jornal em circulação é o Agito Ubatuba, lançado em 2004 com o objetivo de fixar a imediatez dos acontecimentos na cidade: cultura, lazer, história, turismo ou esportes são pautas que regem suas colunas. A tiragem inicial era de dois mil exemplares e distribuição gratuita, tendo como diretor executivo o publicitário Ewald Martins e diretora comercial Kaka Di Lorenzo. O jornal ampliou os dias de circulação em 2009. A tiragem é de mil exemplares de terça a quinta quando o jornal sai com 16 páginas, preto e branco, distribuído gratuitamente na cidade. Na edição de sexta-feira, são 4.500 exemplares e o jornal conta com 40 páginas, capa colorida, sendo geralmente 36 de notícias e anúncios e seis de 12

A versão online do jornal A Semana deixou de ser atualizada na internet em 11 Outubro de 2007, Edição Nº. 344, Ano VIII, como pode ser conferido em http://www2.uol.com.br/jornalasemana. Estão disponíveis as edições anteriores, da 64 a 303. Acesso em: 18 abril 2010. 13 SEMANA (A). Disponível em: http://www2.uol.com.br/jornalasemana. Acesso em 18 abr. 2010.

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classificados, vendido nas bancas e distribuído também nas cidades de Parati, Caraguatatuba, Pindamonhangaba, Caçapava, Taubaté, São Luis do Paraitinga e São José dos Campos. O jornal se diferencia dos demais na parte de classificados que reúnem 17 imobiliárias e outros 350 anúncios, serviços e grande parte dos editais da Prefeitura de Ubatuba. Geralmente a manchete é escrita pelo proprietário Ewald Martins que publica também press-releases e mantém colunas fixas, tendo como colaboradores secretários municipais e outras personalidades locais. São 13 funcionários que trabalham no jornal, com gráfica própria e que, portanto, imprime outras publicações.

Jornais em circulação - Agito Ubatuba (2 a 8 abr.2010); A Cidade (Ubatuba, 11 jul.2009); Imprensa Livre (São Sebastião, 17 e 18 abr.2010).

Jornais de Ilhabela Em Ilhabela14 os autores não encontraram jornal feito na cidade antes de 1992, quando circulou o Jornal da Vila15 que em 1993 se transformou na Revista da Ilha, uma publicação mensal da Estação Arte, com tiragem de cinco mil exemplares, em papel sulfite, duas cores e 24 páginas. Os editores da revista eram Roberto Piedade, Martins Ramos e Amauri Pontieri. A revista circulou até 1996. Em 1995, surgiu a Revista Ancoradouro, uma empresa familiar que dois anos depois adquiriu gráfica e, em 18 de maio de 1997 lançou o Diário do Litoral, atualmente 14

Ilhabela possui 26.011 habitantes (2009). Está localizada há 217 quilômetros da cidade de São Paulo. Disponível em: www.ilhabela.sp.gov.br. Acesso em: 18 abr. 2010. 15 Os autores não manusearam exemplares do Jornal da Vila. Conseguiram as informações na entrevista com Heloíza Gomes de Lacerda Franco, publicitária e proprietária do Jornal Diário do Litoral (Grupo Ancoradouro), concedida por telefone a Bruna Vieira Guimarães, em 16 abr. 2010.

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com circulação de terça a sábado, com tiragem diária de três mil exemplares. O jornal presta serviço dos atos das administrações públicas, de Ilhabela e São Sebastião, com distribuição nas quatro cidades da região. É vendido em banca e distribuído aos anunciantes e nos prédios públicos. O jornal publica os editais da Prefeitura de Ilhabela. A parte jornalística é feita com a publicação dos press-releases das prefeituras da região, além de coluna social e classificados. O Diário do Litoral passou por duas reformas gráficas e a terceira está em andamento. O site http://www.tvancoradouro.com.br/diario/ esta no ar desde 2007 e reúne o conteúdo de notícias do Grupo Ancoradouro que edita outras publicações. Outra jornal feito em Ilhabela é o Canal Aberto, semanal, oito páginas em tamanho germânico, com notícias produzidas pelo jornalista Fernando Siqueira, papel de revista, tiragem de três mil exemplares e distribuído gratuitamente no comércio, repartições públicas e nas bancas. É um jornal político e apartidário, com trânsito livre nos partidos políticos que se paga com a venda de anúncios. Tem credibilidade com a população que o considera um jornal sério. Os fundadores do Canal Aberto foram Abílio Alves de Lima Junior, Luis Antônio Braga de Siqueira, Nivaldo Simões e Fernando Siqueira, este último pretende transformá-lo em bi-semanário. A versão impressa do jornal, com notícias exclusivas, é enviada por e-mail a oito mil moradores da cidade, região e de outros países que tenham interesse em saber notícias de Ilhabela. O site http://www.jornalcanalaberto.com.br registra cerca de três mil acessos diários.

Jornais em circulação – Diário do Litoral (Ilhabela, 13 abr.2010) e O Ancoradouro (Ilhabela, Março 2010); Canal Aberto (Ilhabela, 16 abr.2010); Sintonia Social (São Sebastião, dez.2006).

Jornais de Caraguatatuba

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Em Caraguatatuba16 , até 1953 apenas jornais vindos de outras cidades circularam no município. No livro “Fazenda dos Ingleses”, Marino Garrido (1988, p.60) confirma que os jornais Correio Paulistano e O Estado de S. Paulo, ambos da capital, chegavam a Caraguatatuba nas décadas de 1930 a 1980. O autor não cita jornais regionais lidos na Fazenda dos Ingleses, mas cita que os Pasquins, no qual o litoral norte “era mestre neste tipo de comunicação - os de Benedito Cruz caracterizavam-se pela mordacidade, pela ironia, pela irreverência, pela malícia e até pela agressividade (GARRIDO, 1988, p.59)”. Elaborados em forma poética, quase sempre em versos heptassílabos, os pasquins aproveitavam os assuntos do dia e eram afixados em paredes, no interior dos botecos, nos postes, distribuídos de porta em porta, circulava de forma anônima em qualquer lugar político. “Os Pasquins do Litoral Norte de São Paulo” foram objetos de estudo de Gioconda Mussolini (1971, p.11) que os define como uma “maneira típica do folk de expressar os ‘acontecimentos’ ou seja, as próprias experiências do grupo, cuja importância era o consenso local que definia, e não a seleção do historiador”. Os pasquins abordavam os atos políticos, nas quatro cidades da região. Circularam sorrateiramente nos municípios litorâneos em decorrência das eleições de 1947. O objetivo era influenciar a opinião pública sobre questões políticas locais. Com o passar do tempo, as atividades dos pasquinzeiros se reduziram e a população passou a dar mais ênfase à informação recebida por outras fontes de informação (MUSSOLINI, 1971, p.11). No livro “Santo Antonio de Caraguatatuba - Memória e Tradição de um Povo”, organizado por Jurandyr Ferraz de Campos (2000), consta um capítulo sobre os Rádios e os Jornais que fizeram história na cidade, escrito pela jornalista Adriana Coutinho e a historiadora Luzia Rodrigues de Toledo Prado. Elas afirmam que em 1953 foi editado o primeiro jornal caraguatatubense, A Voz do Litoral fundado por José Benedito Moreira e Luiz José Moreira, com apoio de Irineu Meirelles e Altamir Tibiriçá Pimenta que possuíam influência política partidária local. Os dois últimos atuaram como redatores do semanário. Irineu Meirelles atuou como diretor do jornal durante muitos anos, “sempre respeitando por todos pelo seu princípio de integridade e independência. Esta linha de 16

Caraguatatuba conta com 96.125 habitantes em 2009 segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A cidade está localizada há 180 quilômetros de São Paulo, possui uma história recente devido à catástrofe de 1967 que dizimou parte da população e dos documentos históricos. Disponível em: www.caraguatatuba.sp.gov.br. Acesso em: 18 abr. 2010.

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austeridade, o jornal A Voz do Litoral sempre procurou conservar, mesmo após a sua morte, ocorrida no ano de 1980 (COUTINHO; PRADO, 2000, p.261)”. Já Altamir Tibiriçá Pimenta, que além de ter sido um dos fundadores, atuou como diretor e redator durante todo o tempo em que o veículo circulou. No período de 1956 e 1957, quando cumpriu seu mandato como Prefeito de Caraguatatuba, foi substituído pelo redator Hugo O. Galvão da Silva, só voltando na década de 60, para dar continuidade aos trabalhos da direção e redação do jornal (COUTINHO; PRADO, 2000, p. 261).

A redação do jornal se localizava na Rua Santa Cruz, onde hoje funciona a Tipografia Poloni que realizava os serviços de impressão do jornal. A Catástrofe de 196717 , que dizimou parte da população, fez com que o jornal deixasse de circular semanalmente, passando a sair dois números num só exemplar. Neste período o jornal foi reduzido em número de matérias, devido à quase inexistência de colaboradores e de anunciantes,

obrigando

a

direção

tomar

medidas

de

contenção

de

despesas

(COUTINHO; PRADO, 2000, p. 261). No ano seguinte o jornal volta à periodicidade semanal e no final da década de 70, Altamir Tibiriçá Pimenta assume a direção do veículo. O semanário exerceu suas atividades durante 35 anos, até 1988. É considerado o jornal de maior repercussão na história da cidade e por sua vez, Altamir Tibiriçá “passou boa parte de sua vida escrevendo e, ao mesmo tempo, fazendo a história da imprensa de Caraguatatuba. Faleceu em 9 de janeiro de 2000 (COUTINHO; PRADO, 2000, p.262)”. Antes, em 1984, enquanto proprietário de A Voz do Litoral Altamir fundou um novo jornal na cidade, 4 Estâncias que teve como diretor Sebastião Souza Lemos. Circulou nas quatro cidades da região até 1989. Entre outros veículos que fizeram parte da história da imprensa da região, por um período curto no tempo, está a Folha do Litoral que circulou quinzenalmente no início da década de 1960, dirigido por Pedro Cruso e gerenciado por José Moraes. O jornal contava com colaboradores que moravam na cidade: Osíris Nepomuceno Santana, Altamir Tibiriçá Pimenta, José de Almeida Barbosa e Geraldo Nogueira da Silva, tendo também como fotógrafo o Sr. Nelson Reising. Além destes, o jornal contava com a importante participação de Elza Saraiva Monteiro, responsável pela parte de literatura do jornal [...]. Não se 17

A Tromba D’Água ou Catástrofe de Caraguatatuba aconteceu em 18 de março de 1967, quando as chuvas que caíam na região provocaram muitos deslizamentos na Serra do Mar. Toneladas de lama e vegetação avançaram sobre a cidade deixando centenas de mortos. O fato foi noticiado em jornais no Brasil e no Mundo tornando a cidade mais conhecida.

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tem conhecimento da data em que encerrou suas atividades (COUTINHO; PRADO, 2000, p.262-263).

Em 1973, circulou pela primeira vez o jornal Impacto, tendo como diretorproprietário Monteiro Junior que o adquiriu de José Carlos Barreto. Durante exatos 20 anos, o jornal noticiou o que de mais importante aconteceu na cidade e na região. Dentre os colaboradores, Monteiro Junior contava com a valiosa colaboração da esposa Doroty Hertel Monteiro que fazia a coluna social do jornal (COUTINHO e PRADO, 2000, p.263). Monteiro Junior possuía experiência jornalística por ter atuado no Correio Paulistano, Última Hora, fundou as revistas Mocidade, City Show e o jornal Primeira Fila na cidade de São Paulo. Em Caraguatatuba atuou como locutor da Rádio Oceânica e trabalhou em O Litoral Norte criado em 1974. Lita-Jacques Chastan (1983) transcreve trechos de uma entrevista sobre a aquisição do jornal e a relação de Monteiro Júnior com o Litoral Norte. Ele declarou: Descobri Caraguá, meu grande amor, e fiz Rádio Oceânica (Programa Monteiro Júnior), e depois veio o jornal ‘O Litoral Norte’ e, por fim, essa outra doença chamada ‘Impacto’, que adquiri numa brincadeira com seu ex-proprietário José Carlos Barreto, menos trouxa do que eu. Houve tempo em que fiz o grande rádio (Rede Piratininga), na época de Miguel Leuzzi e Radamés Lacava, além de Roberto Espíndola (então diretor comercial da Piratininga), hoje, coincidentemente, em Caraguatatuba, como diretor-proprietário da Rádio Oceânica (CHASTAN, 1983, p.129).

O Impacto teve um diferencial entre os jornais da região: começou a ser publicado numa escala invertida. Quando as atividades foram iniciadas, a circulação era diária. Porém, devido a muitas crises e mudanças, passou a circular semanalmente, depois quinzenalmente e enfim mensalmente. A última edição foi em 1993, ano do falecimento do proprietário. Este não foi o único jornal a ser fechado após o falecimento do diretorproprietário. Caso semelhante foi o do jornal O Litoral Norte, fundado por Hugo José Apuléo e Germano Marcio de Miranda Schmidt em 1974. Hugo Apuléo era jornalista diplomado e acumulava experiência em jornais paulistanos como O Dia e Jornal de São Paulo. Por meio de sua experiência, o tablóide sobreviveu em meio às crises. Além da circulação nas quatro cidades, O Litoral Norte chegava a Jambeiro, Paraibuna, São Luiz do Paraitinga, São José dos Campos e Taubaté. O jornal tinha bastante influência em São Sebastião e muitos apoiadores locais. Desativado no final da década de 1980. “A existência destes órgãos, que sempre buscavam a verdade e o 18


espírito da opinião pública, foi uma conquista para o desenvolvimento do município de Caraguatatuba (COUTINHO; PRADO, 2000, p.264)”. No livro “Memorial de sua Excelência - história política de Caraguatatuba”, Justo Arouca (2003, p.329) cita na bibliografia jornais que circularam na cidade, tais como: A Voz do Litoral, da Tarde, Expressão Caiçara, Folha da Baixada, Impacto, Imprensa Livre, Noroeste News, O Defensor, O Dia, O Litoral Norte, Panorama Jornal, 4 Estâncias, Radiolit (1982 a 1991), Jornal, Tribuna Caiçara (1992), e outros de circulação nacional. Os autores deste artigo colheram declarações que evidenciam a existência de outros jornais como Caraguatatuba (1978 a 1987), Jornal da Praia (1991) que circulou principalmente em período eleitoral, o Mais Mais (anos 2000) e outros periódicos que serão analisados num próximo artigo acadêmico. Em 1986, o jornalista Salim Burihan participou da criação do Imprensa Livre. De 1984 a 1991 Salim Burihan trabalhou na sucursal no Litoral Norte, do Jornal ValeParaibano que tem sede em São José dos Campos, e também foi correspondente do Jornal da Tarde e do Estadão. De 1992 a 1997 trabalhou na Folha de São Paulo como correspondente no Litoral Paulista, cobrindo de Guarujá a Paraty (litoral sul e norte de São Paulo). Ainda nesta cidade, registra-se o jornal semanal A Cidade de Caraguatatuba, publicado durante 56 semanas no ano de 2004. O jornal de 20 páginas, formato tablóide, capa colorida, com caráter explicitamente político, teve como diretor responsável o jornalista Roberto Espíndola. Passadas às eleições municipais daquele ano, o candidato apoiado saiu-se derrotado e o jornal deixou de circular. De dezembro de 2004 a julho de 2005, circulou o jornal quinzenal A Folha de Caraguá, em formato Standard, capa colorida, com oito páginas, se denominava “Jornal de Verdade”. Teve como diretores José Flávio A. Pierre, Marly Fabrette, Dorothy P. Pereira e Henrique D. B. Louro, e como jornalista responsável à autora deste artigo. O jornal publicava notícias escritas por estagiários e jornalistas da redação. Foi fechado porque não conseguiu sobreviver apenas com a venda dos anúncios.

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Jornais em circulação - Noroeste News (Caraguá, 15 abr.2010); Expressão Caiçara (Caraguá, 14 a 20 abr.2010); Jornal Costa Norte (Baixada Santista e Litoral Norte, 04 a 10 abr.2010).

Os dois jornais em circulação na cidade são os semanários Expressão Caiçara e Noroeste News18 , ambos com tiragem de cinco mil exemplares, oito páginas, utilizam os press-releases da Prefeitura de Caraguatatuba e região. O Expressão Caiçara foi fundado em 1982 por Salim Burihan e Lázaro Macedo. Em 1984 foi vendido para Lúcio Fernandes e, posteriormente, para Roberto Espíndola. Hoje é dirigido pelo filho Carlos Roberto Espíndola. O Noroeste News foi criado em 1997 por um grupo de amigos, entre eles, Pedro Monte-Mór e César Jumana, este último atual diretor. Ambos serão amplamente analisados no próximo artigo dos autores.

Conclusão As quatro cidades da região levaram tempo entre a emancipação política e o registro dos primeiros jornais impressos localmente. São Sebastião esperou 257 anos para ter o jornal Mar em 1893, inaugurando a imprensa na região. Ubatuba levou 258 anos para ver Echo Ubatubense publicado em 1896. Ilhabela esperou 186 anos para ver o Jornal da Vila de 1992. E Caraguatatuba aguardou 96 anos para ver impresso A Voz do Litoral de 1953. Em 118 anos de imprensa no Litoral Norte de São Paulo, poucos jornais perduraram por mais de uma década. As exceções foram: A Voz do Litoral que circulou por 35 anos até 1986; Impacto que circulou por 20 anos até 1993; O Litoral Norte que circulou por 15 anos até 1989; Expressão Caiçara que circula há 28 anos, desde 1982; Noroeste News que circula há 13 anos, desde 1997; todos na cidade de Caraguatatuba.

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Os dois jornais disponibilizam no site o jornal em pdf. NOROESTE NEWS. Disponível em: http://www.noroestenews.com.br/. Acesso em: 19 abr.2010. EXPRESSÃO CAIÇARA. Disponível em: http://jornalexpressaocaicara.com.br/. Acesso em: 18 abr.2010.

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Em Ubatuba, o jornal A Cidade de Ubatuba circulou por 25 anos até 1930; e o homônimo A Cidade, circula há 23 anos, desde 1987. Em Ilhabela, o Diário do Litoral completou 13 anos, em circulação desde 1997. Em São Sebastião, os autores não encontraram bibliografia sobre a imprensa na cidade e, portanto, a pesquisa teve como base os poucos exemplares dos jornais encontrados, dificultando a precisão nas datas de quando os mesmos foram fechados. O diário Imprensa Livre circula há 24 anos, desde 1986, e o Sintonia Social, circula há 3 anos. Quantitativamente, os autores catalogaram 13 jornais em São Sebastião, 14 jornais em Caraguatatuba, 22 em Ubatuba e 03 em Ilhabela. Trata-se de um primeiro levantamento acadêmico, sujeito a atualização. Dos 52 jornais inventariados, apenas sete existiram por mais de dez anos. A maioria dos jornais fechou as portas porque não conseguiu sobreviver com a venda de anúncios publicitários e classificados. A situação se assemelha ao quadro econômico no litoral norte, baseado no turismo, comércio e prestação de serviços, sem a presença de um parque industrial. Dentro os jornais que conseguem sobreviver com as atividades jornalísticas e publicitárias estão o Grupo Ancoradouro com o Diário do Litoral, Grupo Costa Norte de Comunicação com o jornal Costa Norte, jornais Agito Ubatuba, Expressão Caiçara e Noroeste News. Os anúncios publicitários e classificados desses jornais representam 40 a 50% do total de páginas da publicação e são preenchidos com os editais das prefeituras, câmaras de vereadores e afins. Três destes periódicos ampliaram nos últimos anos, os dias de circulação e a tiragem do jornal: Imprensa Livre, Expressão Caiçara e Agito Ubatuba. Em três das quatro cidades da região, há gráficas que imprimem os próprios jornais: em São Sebastião tem a gráfica do Imprensa Livre, em Ubatuba tem a gráfica do Agito Ubatuba e em Ilhabela há a gráfica do Diário do Litoral. Em Caraguatatuba existem gráficas, mas os jornais locais são impressos nas cidades de São José dos Campos e São Paulo. Qualitativamente, alguns jornais mantêm uma aproximação com a política local, em favorecimento aos grupos políticos que estão no exercício do poder. A relação entre os departamentos comerciais e as redações desses poucos jornais é conflituosa. As notícias publicadas são baseadas, senão cópias dos press-releases enviados pelas assessorias de imprensa das quatro prefeituras, câmaras de vereadores e órgãos públicos, 21


sem qualquer verificação ou complementação das informações. Exceção de reportagens de cunho investigativo publicadas no Imprensa Livre, Canal Aberto e outros. Há bons exemplos de jornais que contrariam a situação descrita acima. Por exemplo, o jornal Sintonia Social que não tem o propósito de favorecer (e não favorece) grupos políticos que estejam no poder. Neste jornal não existe conflito entre comercial e redação porque o conteúdo editorial não é comercializado. O lema do jornal é “Rumo à sociedade desenvolvida e solidária”, e seu conteúdo beneficia trabalhos com enfoque social, especialmente de Organizações Não Governamentais. O conteúdo publicado não são cópias de press-release, mas reportagens e entrevistas em campo do próprio jornal, em sua grande maioria19 . Parte dos jornais em circulação tem endereços eletrônicos na internet, mas não utilizam o potencial das mídias digitais, com exceção do jornal Canal Aberto que envia o jornal semanal para oito mil contatos, e o Grupo Ancoradouro que mantêm um site com características de um portal de notícias da região. Os demais veículos utilizam a internet apenas para sobrepor o material impresso, sendo que alguns mantêm os sites desatualizados. Os autores acreditam que a curto e médio prazo não haverá jornais com imparcialidade na região. A imprensa no litoral norte retrocedeu ao longo do tempo. A região atraiu por muito tempo, “aventureiros” da comunicação, interessados no lucro momentâneo, que acabaram retornando para as cidades de origem. Este foi um dos fatores que explicam a vida curta de alguns jornais impressos no Litoral Norte. Quanto ao público leitor da região, é preciso criar hábitos de leitura de jornais, tendo em vista as tiragens que não ultrapassa cinco mil exemplares. A venda dos jornais regionais em banca no Litoral Norte é baixa e os leitores acabam optando por ler os “jornais press-releases” de distribuição gratuita. Há carência de leitores críticos e que busquem informações completas de forma a contribuir para o desenvolvimento da região. O Litoral Norte Paulista abriga instituições de ensino superior, mas apenas o Módulo Centro Universitário20 oferece a capacitação profissional em Comunicação Social. No primeiro semestre de 2008 teve início em Caraguatatuba, a Faculdade de Comunicação Social com Habilitações em Publicidade e Propaganda, e Jornalismo. Nos

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Declaração da jornalista Nívia Alencar, proprietária do jornal Sintonia Social, enviada à autora por email em 22 jul.2010. 20 Módulo Centro Universitário. Disponível em: http://www.modulo.br/. Acesso em: 20 abr.2010.

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anos seguintes, somente a faculdade de Jornalismo abriu novas turmas. A única turma de Publicidade e Propaganda concluirá a faculdade em 2011. A situação descrita evidencia que o nível de profissionalismo na área de Comunicação na região tem muito que melhorar. O ritmo do mercado de trabalho nos jornais do Litoral Norte é lento e não acompanha o atual crescimento econômico e social nas cidades de Caraguatatuba, São Sebastião, Ubatuba e Ilhabela. Bibliografia Agito Ubatuba. Disponível em: http://www.jornalagitoubatuba.com/expediente.html. Acesso em: 20 abr. 2010. Agito Ubatuba. Exemplar do jornal de 02 a 08 de abril de 2010. ALMEIDA, Gastão Thomaz de. Imprensa do interior - Um estudo preliminar. São Paulo: Convênio IMESP/DAESP, 1983. AROUCA, Justo. Memorial de sua Excelência – História Política de Caraguatatuba. Educacional e Cultural de Caraguatatuba, 2003.

Fundação

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O Atlântico (1925) Litoral Norte (1936)

O Litoral Norte de São Paulo (1976) Caraguatatuba (1978 a 1987 aprox.)

O Bandeirante (1956 a 1962 aprox.) O Bandeirante do Litoral (1982) Chip News (1986) que se tornou Imprensa Livre (1989 até hoje) = 24 anos Jornal Costa Norte (1992 até hoje) = 18 anos em circulação Folha de São Sebastião

Radiolit (1982 a 1991 aprox.) 4 Estâncias (1984 a 1989) Expressão Caiçara (1982 até hoje) = 28 anos em circulação

Correio do Litoral (2003 a 2005) Sintonia Social (jul.2006 até hoje) = 3 anos em circulação

O Papagaio (1901) Cidade de Ubatuba (1905 a 1930) = 25 anos O lápis (Aprox. 1914) O prego (Aprox. 1915) O lampião (Aprox. 1916)

Jornal da Praia (1991)

O Arauto (1920)

Tribuna Caiçara (1992) Noroeste News (1997 até hoje) = 13 anos em circulação A Folha de Caraguá (2004)

O Ubatubense (1934 a 1939 aprox.) Tribuna Caiçara (1951 a 1960 aprox.) O Atlântico (1961 a 1967 aprox.)

Cidade de Caraguatatuba (2004)

A Tribuna de Ubatuba (1966 a 1968) Maraberto (1977) Notícias Policiais (duas edições únicas) (1998 A Semana (1999 a 2004) = 5 anos de circulação Jornal de Ubatuba (1992 aprox.) O Povo (2004) Opinião (2005) A Cidade (1987 até hoje) = 23 anos em circulação Agito Ubatuba (2004 até hoje) = 6 anos em circulação 13 jornais 14 jornais 22 jornais 03 jornais = Total 52 As datas mencionadas indicam o ano de fundação e fechamento dos jornais. Os jornais em negrito estão em circulação na data de revisão deste artigo, em outubro de 2010.

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