Jornal Terra & Campo (edição FEV/2014) Especial Feovelha 30ª Edição

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Cobertura:

4ª NACIONAL DO TEXEL

Santana do Livramento/RS

Páginas centrais

ANO XI Edição 127 15 de Fevereiro à 13 de Março de 2014 R$ 8,00

jornal.terraecampo@hotmail.com

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Foto: Edisson Larronda

Edição Especial:

30ª Feovelha

Pinheiro Machado /RS

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15 DE FEVEREIRO À 13 DE MARÇO DE 2014

Embora com uma queda nos preços do cordeiro para abate a ovinocultura continua em alta, uma prova desta pujança regional foi a 30ª edição da Feovelha – Feira e Festa Estadual da Ovelha realizada no município de Pinheiro Machado/RS. Um evento ímpar não só pela oferta de animais, somente em um remate, 10 mil ovinos, o maior remate do Brasil com 14 horas de duração ininterruptas, mas sobre tudo pela qualidade - genética de ponta que foi disputada por criadores de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul. Um evento que congrega muito bem, negócios e festividades. Um churrasco com 100 cordeiros agradou o público visitante e entrou para a história de nosso estado. Tudo a ver, Pinheiro Machado, Feovelha e churrasco. Isso sem falar na mostra de artesanato produzido com lã e das inúmeras oficinas realizadas. Os números não poderiam ser melhores, mais de 1,6 milhões em comercialização de animais, totalizando um faturamento, de aproximadamente 2 milhões –animais – máquinas – produtos e serviços. A competência de uma diretoria aguerrida, tendo a frente o empresário e produtor Rossano Lazzarotto, um jovem talentoso, dinâmico e empreendedor, que a partir deste primeiro passo, nos faz refletir. Como será a próxima Feovelha? Sucesso a todos e parabéns!

Expediente

Charge

Fundado em outubro de 2002 Grafik Gráfica Expressa CNPJ: 05.038.806/0001-92 General Osório, 1400 Galeria Acosta sala 10 Fone: (53) 3252.2183 Diretor: Éverton Neves Depto. Comercial: Lindamar Neves Jornalista responsável: Éverton Neves DRT 13145 Projeto gráfico: Luiz Antônio Machado Jr. Diagramação : Matheus Ferreira da Silva

Silva Tavares 1187 - Canguçu/RS

Frase destaque

A Feovelha e as comercializações realizadas no Parque Charrua em Pinheiro Machado representam 1/3 do PIB do município.

Editorial

Rossano Lazzarotto

Índice

Envio de materiais, fechamento redação: até o dia 23 Fechamento publicitário: até o dia 20.

Agenda de Leilões/ Eventos......4

Especial Leilões .....................18

Mercado / Repórter Rural..........6

Feovelha ..................................20

Raças - Crriedale......................7

Artigo Dejalmo Prestes..........24

Pecuária em destaque...............8

Feovelha 30 anos de história.25

Especial XXX Feovelha ..............10

Planejamento Rural ................26

Feovelha ..................................12

VIP Rural ...............................27

Feovelha .................................14

Info Afubra ...........................28

Especial 4ª Nacional do Texel .....

Coluna do Mainardi...............30

........................................16 e 17

Eqüinos

................................32

Colaboradores: Dejalmo Prestes, Fernando Furtado Velloso, Gerson Pinto, Cristiano Costalunga Gotuzzo, Luiz Fernando Mainardi, Daniel Barros, Elieser Noble, Edisson Larronda, Mickael Freitas, Renato Pinheiro, Emerson Sabedra, Fabiana Gonçalves, Air-Imagens Aéreas. Tiragem: 10.000 exemplares Abrangência: Regiões Sul e Campanha. Foto Capa: Edisson Larronda Conselho Editorial & Assessoria:

O Jornal Terra & Campo não se responsabiliza por conceitos emitidos em colunas e artigos assinados e não devolve originais, publicados ou não.


3 www.al.rs.gov.br

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P A F A

R O M O V E R CIDADANIA ORTALECE DEMOCR ACIA .

O programa Deputado por Um Dia, importante experiência de educação para a cidadania, coordenado pela Escola do Legislativo, foi reconhecido com a conquista do Prêmio Top Cidadania 2013 da ABRH-RS, Associação Brasileira de Recursos Humanos, seccional Rio Grande do Sul. 201 escolas já participaram do programa, promovendo a aproximação do Parlamento com mais de 48 mil pessoas, entre estudantes, pais e professores, que descobriram a importância do trabalho parlamentar no dia a dia de todos os gaúchos. Assembleia Legislativa, vencedora do Prêmio Top Cidadania 2013 da ABRH-RS.

SERVIÇOS AO CIDADÃO


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Calendário de Leilões - Fevereiro e Março

Cotações agropecuárias PRODUTOS

Cavalos: 19/02

Leilão Fazenda SJ São Lourenço do Sul/RS

Horário: 21:00h

26/02

Crioulos Fronteiriços Canal Rural Horário: 21:00h

Arroz em Casca Feijao Milho Soja Sorgo Granifero Trigo Boi para Abate Cordeiro para Abate Suino Tipo Carne Vaca para Abate Leite (valor liq recebido)

Marcas e Rumos 19/03 Canal Rural Horário: 21:00h

23/03

Estirpe Crioula Esteio/RS Horário: 21:00h

20/02

Redomão de Ouro 08/03 Guaiba /RS Horário: 21:00h

08/03

Leilão Três Corações 15/03 Gramado/RS Horário: 21:00h

12/03

MÍNIMO

50 Kg 60 Kg 60 Kg 60 Kg 60 Kg 60 Kg Kg vivo Kg vivo Kg vivo Kg vivo Litro

33,50 120,00 21,00 60,50 18,40 30,00 3,70 3,50 2,90 3,30 0,71

MÉDIO 35,64 137,82 23,19 62,48 19,37 31,95 3,95 3,94 3,09 3,54 0,86

MÁXIMO 39,00 180,00 26,00 67,00 21,30 33,50 4,05 5,20 3,50 3,70 0,99

Entre 03/02 a 07/02/2014 | Fonte: EMATER/RS - ASCAR

Eventos - Fevereiro

Gado Geral: Redomão da Paz 07/03 Dom Pedrito/RS Horário: 21:00h

PREÇOS EM R$

UNIDADE

Pref. de novilhos Pelotas/RS Horário: 20:00h

19/02 VII Feira de Verão - Rosário do Sul/RS 20 A 23/02 IV Expocipó - Capão do Cipó/RS

Leilão de Aniversário União - Canguçu/RS Horário: 15:00h

21 A 23/02 XXV Credenciadora ao Freio de Ouro - Santa Vitória do Palmar/RS 22 A 23/02 XLI Exp. Est. De Ovinos Meia Lã - Jaguarão/RS

Pref. de Novilhos Pinheiro Machado/RS Horário: 20:00h

21 A 23/02 III Nacional do Corriedale - Jaguarão/RS

Foto: Mickael Freitas

Banrisul é o agente exclusivo do programa Mais Ovinos no Campo

Membros da Equipe de funcionários da agência de Pinheiro Machado.

Parceiro antigo da Feovelha, o Banrisul acredita que Pinheiro Machado é uma referência no setor da Ovinocultura e a Feira é a grande vitrine da produção local para o Brasil e países vizinhos. O gerente adjunto da agência de Pinheiro Machado, João Carlos Soares dos Santos, conta que o volume de negócios gerados durante a Feovelha ultrapassa meio milhão de reais.

dois anos de carência e três para efetuar o pagamento com parcelas anuais. Até agora já foram aplicados cerca de R$ 70 milhões, sendo que a meta é alcançar os R$ 100 milhões com o Mais Ovinos no Campo. “O Banrisul já financiou em torno de 350 mil cabeças de ovinos, e gerou um incremento de 400 mil cabeças no rebanho gaúcho”, esclarece o gerente adjunto.

Além de ser agente exclusivo do programa Mais Ovinos no Campo, o Banrisul disponibiliza linhas de crédito específicas para a Feira de Pinheiro Machado. Todos os produtores, não importa o tamanho do negócio, tem acesso aos créditos oferecidos pelo Banco.

A agência tem um espaço permanente dentro do Parque Charrua, onde se desenvolve a 30ª Feovelha – Feira e Festa Estadual da Ovelha de Pinheiro Machado.

No que diz respeito ao programa Mais Ovinos, os ovinocultores tem

“O Banrisul já financiou em torno de 350 mil cabeças de ovinos, e gerou um incremento de 400 mil cabeças no rebanho gaúcho”


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Mulheres destaque na ovinocultura Lides campeiras, típicas dos homens, em mãos femininas. Foto: : Edisson Larronda

Um rebanho de ovelhas preso na mangueira, e o som matraqueiro das tesouras afiadas de esquila, misturadas ao balir das ovelhas, formaram a melodia das canções de infância de Adriane Borges Zimermann. Filha de pequenos produtores do interior do Rio Grande do Sul, logo cedo o que era trabalho, tornou-se brincadeira de criança. Do pai veio os ensinamentos - atar um tento, manear, tirar o velo, fazer um garreio. Aos poucos as mãos delicadas se tornaram precisas e afiadas como as tesouras que se tornaram ferramenta indispensável à vida campeira. Desde criança acostumada com as lidas, foi campeã de concursos de esquila a martelo competindo com outras mulheres e conquistou o terceiro lugar em uma prova na qual competiu com 12 homens, realizado no município de Bagé. Em 2012, Adriane foi jurada no mesmo concurso que ganhara na Feovelha de 2011 e atualmente participa em diversas capacitações para pecuaristas familiares voltadas à ovinocultura. “Mi-

Adriane Borges Zimermann.

nha família sempre foi de pecuaristas familiares. Não tinha quem ajudasse meu pai e nós acabávamos fazendo o serviço todo com ele. Nós cuidávamos das ovelhas desde o nascimento até começarem a produzir e uma vez eu comecei a esquilar.” lembra. A história continuou quando montou um

grupo com outros esquiladores, que se surpreendiam com a habilidade de Adriane na esquila a martelo. Mulher que conquistou prêmio de destaque na ovinocultura, durante a Feovelha de 2011, já é conhecida por todos que participam da maior feira e festa da ovinocultura no Brasil. “No ano que

fui jurada ninguém queria competir comigo e então me convidaram para ser jurada.” brinca Adriane. Ela é mais uma figura ilustre da Feovelha, que ao comemorar 30 anos, é a casa de muitos, onde histórias são contadas e vivenciadas por quem passa por este palco da vida chamado Parque Charrua.


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MERCADO

Marco Medronha mmedronha@hotmail.com

REPÓRTER RURAL Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Preços da carne ovina continuarão firmes em 2014

Queda na oferta mundial do produto nos principais países produtores fortalecem os preços Os preços da carne ovina se fortalecerão devido a uma queda na oferta mundial do produto nos principais países produtores, incluindo o Uruguai, disse o consultor do Secretariado Uruguaio de Lã (SUL), Carlos Salgado. “Todas as projeções de oferta de carne ovina para 2014 da Austrália, Nova Zelândia e Uruguai – os três principais exportadores mundiais – indicam que ocorrerá uma redução de oferta. Enquanto nos dois países da Oceania isso é um fato, a baixa no Uruguai, se acontecesse, seria por causa da mortalidade provocada pelo temporal que acometeu recentemente na região norte do país”. A demanda por esse produto está em crescimento, principalmente porque a China está sendo o grande comprador dessa matéria-prima a nível mundial e estima-se que aumentará suas importações. “A China duplicou em pouco tempo o que importa e compra a grande maioria dos produtos que saem ao mercado. Compra carne com osso, carcaças, cortes e cada vez está mais ativa”. O Brasil também se mantém muito demandante para esse tipo de carne,

enquanto a Europa está se recuperando economicamente, provocando o aumento do poder aquisitivo de seus consumidores, o que está impulsionando as compras desse produto. Esses dois mercados estão sendo atualmente os principais importadores de cortes ovinos de maior valor e não parece, apesar do crescimento da China, que isso possa mudar em curto prazo, explicou o consultor do SUL. Esse cenário está impactando fortemente os valores pagos pelos ovinos. Segundo a categoria, os preços estão mais de 20% acima dos registrados no começo de 2013, disse ele. A tonelada de carne ovina até a primeira quinzena desse mês ficou em média US$ 3.877, segundo dados do Instituto Nacional de Carnes (INAC). Em 2004, quando se abriu o mercado da China, quase não se faziam vendas e hoje esse país é quem está mobilizando as compras. Por outro lado, o presidente do SUL, Joaquín Martinicorena, disse que vê um cenário onde o Uruguai terá um grande leque de opções para colocar sua oferta. Martinicorena estimou que conseguiriam valores iguais ou melhores que os atuais. Fonte: El País Digital.

Ovelha não é pra mato Ao percorrer um eixo formado pelos municípios de Herval, Pedras Altas e Pinheiro Machado é possível encontrar histórias de superação dos ovinocultores, os quais realizam um trabalho de perseverança na manutenção de um dos principais berços do rebanho ovino no Rio Grande do Sul. Entre grandes e pequenos criadores existem práticas comuns e necessárias para garantir a qualidade dos produtos que se diversificam desde a carne na culinária até o artesanato em lã. Durante a visita em algumas propriedades, com o objetivo de conhecer o trabalho dos pecuaristas e as características da região, encontramos o rebanho ovino refugiado nas matas. Provavelmente, os animais estavam fugindo do forte calor que fazia naquela semana, logo lembrei de um tradicional ditado, muito conhecido entre os criadores: “Ovelha não é pra mato”. Certamente eles faziam referencia a necessidade de pastoreio dos animais nos campos abundantes da região, os quais apresentam centenas de espécies nativas palatáveis e favoráveis ao desenvolvimento dos rebanhos. Todo pecuarista sabe que numa propriedade bem sucedida, todos os espaços possuem sua importância e finalidade. A função da mata preservada promove o equilíbrio da flora e fauna, além de servir de abrigo aos animais. Embora ali na mata não exista alimento suficiente para o

pastoreio dos animais, pode ser um excelente ar condicionados para as ovelhas e seus pesados casacos de lã. Alguns “ditos populares” parecem ficar gravados na nossa memória e soam como definitivo e nós, inconscientemente passamos a aceitá-los como verdades. Assim como no caso das “ovelhas não é pra mato”, algumas vezes, nós humanos, passamos a acreditar que nossos desejos não nos pertencem e deixamos de lutar por nossos sonhos. Os trabalhadores persistentes da ovinocultura podem buscar no seu campo de trabalho, o conforto e o equilíbrio que as matas proporcionam e, isso pode ser alcançado através de um insumo valioso a todos, a informação. No caso dos pecuaristas familiares sair do seu reduto para trocar idéias e conhecer outras técnicas e realidades diferentes pode significar um ganho financeiro e intelectual. Encontros em eventos como a Feovelha, de Pinheiro Machado, é uma grande oportunidade para ver de perto as tecnologias para o setor, através de vários métodos como oficinas, palestras, seminários, concursos e outros meios capazes de proporcionar a inclusão em um espaço melhor de produção. Ao voltar para a propriedade, o ovinocultor poderá perceber que ovelha pode entrar no mato quando necessitar de refúgio e que ele, deve sair dele com freqüência, a fim de acreditar em suas potencialidades.


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Foto: Divulgação

Tudo começou na Nova Zelândia, região denominada Corriedale, era o ano de 1866 e o Ovinocultor James Little preocupado em melhorar a qualidade do seu rebanho começa a fazer cruzamentos entre raças, com um único propósito: realizar um sonho; criar um ovino destinado a oferecer vantagens que as demais raças não conseguiram: produzir boa quantidade de carne e também lã: nascia o Corriedale. Utilizando o método de consangüinidade que é o cruzamento de diversas raças, James Little escolheu 4000 ovelhas puras Merinas e as acasalou com 100 carneiros puros Lincoln.

Corriedale

Da produção destes acasalamentos selecionou 1000 ovelhas fêmeas e 20 machos e acasalou-os. Da produção obtida James Little fez uma rigorosa seleção, separando os animais cujas características correspondiam plenamente a um ovino de dupla aptidão, num equilíbrio de 50% carne e 50% lã. Oito anos mais tarde em 1874, o criador Willian Soltau Davidson com os mesmos propósitos realizou cruzamentos da Raça Merino com Leicester e Border Leicester ajudando assim na formação da Raça. O verdadeiro Corriedale é formado de 50% Merino,30% Lincoln,15%

Leicester e 5% Border Leicester. O Corriedale só foi oficialmente reconhecido como raça pura em 1911 quando foi criado o Flok Boock brasileiro, que é o livro de registros da raça. O Corriedale tem que ter bom porte e deve dar a impressão de um animal de grande vigor e ótima constituição,que se manifesta em sua formação própria para a produção de carne e lã. Possui quartos e paletas bem carnudos já que são os responsáveis pelas partes carniceiras da Raça. Deve ostentar um andar ágil e de grande vitalidade, o que lhe confere uma boa capacidade de deslocamento. Sendo um animal de

Fonte: ABCC

RAÇAS Foto: Divulgação

duplo propósito ele deve ser equilibrado, apresentando um esqueleto bem constituído e um velo pesado, extenso e de ótima qualidade. Com lã cobrindo bem todo o seu corpo com exceção das virilhas e axilas, o Corriedale possui mechas relativamente longas, bem definidas, carnudas, densas e com ondulações pronunciadas e proporcionais a finura das fibras. Lã branca, de bom toque e bem lubrificada, com diâmetro médio variando de 26,5 a 30,9 micrômetros. Com estas características a lã produzida por um Corriedale tem um alto valor industrial, bom rendimento no peso o que deixa qualquer produtor satisfeito com seu rebanho.


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PECUÁRIA EM

DESTAQUE

O uso de touros em monta natural segue sendo o manejo predominante para os produtores americanos, especialmente na pecuária comercial. Particularmente nas áreas de campos do oeste, os produtores manejam grupos grandes de vacas entouradas com reprodutores múltiplos. Mesmo em situações de uso de uma bateria de touros trabalhando em conjunto, os produtores podem determinar os pais através de testes de DNA. Pesquisadores usando testes de paternidade concluíram que touros usados em grupo não compartilham o trabalho igualmente. Como um membro da Universidade da California (serviço de extensão), Dave Drake esteve envolvido com pesquisas de paternidade e desempenho que mostram que alguns touros são “superdotados” e outros “preguiçosos”. Este profissional tem compartilhado informações de pesquisa de como realmente um touro afeta a rentabilidade de uma exploração pecuária. De acordo com Drake, o estudo de três anos foi baseado na coleta

ARTIGO

Touros para monta natural, desempenho e produção

de dados de mais de 5.000 bezerros com paternidade identificada, representando 15 parições em três propriedades da California. Os bezerros eram de rebanhos com parição de primavera e outono, estação de monta de 60 a 120 dias, e todos usando a relação de 1 touros para 25 vacas (1:25) em pastagens de 40 hectares ou menos. “O número médio de filhos por touro foi de 18,9. Em todas as parições, algum touro destacou-se produzindo mais de 40 filhos. Alguns touros produziram muito pouco”, afirmou Drake. “Um touro em especial produziu 64 bezerros em uma estação. Um touro somente um filho, e mais de um touro não deixaram nenhum produto”. O estudo revela algumas questões interessantes sobre os touros mais prolíficos. Em alguns períodos, alguns touros cobriram com sucesso 10 a 12 vacas por dia. Não foi incomum para alguns touros, em entoure simples (somente 1 touro no lote), que 1/3 de seus produtos tenham sido gerados em um período de 24 horas. Além

disso, quase toda a diferença na prolificidade dos touros foi identificada na primeira metade da estação de monta. Os touros mais produtivos geraram mais concepções nas semanas três, quatro e cinco da estação. A variação na fecundidade dos touros tem implicações na qualidade das fêmeas de reposição, considerando que a maioria das fêmeas nascidas na primeira metade da parição são filhas de touros mais profícuos. A seleção de fêmeas de reposição do “cedo” devem ter impacto positivo na fertilidade dos rebanhos. O estudo demonstra a importância da reprodução em lucratividade porque o touro prolífico tem o maior impacto positivo da rentabilidade das propriedades. “Estes animais não foram os touros com os maiores DEPs para peso ao desmame ou peso ao ano. Também não são os pais dos bezerros mais pesados, comentou Drake. “O touro mais rentável foi o que produziu mais bezerros”. Considerações da Assessoria Agropecuária: A qualidade e funciona-

Foto: Divulgação

Fernando Furtado Velloso - Médico Veterinário (CRMV RS 7238) Inspetor Técnico – Associação Brasileira de Angus Sócio da Assessoria Agropecuária FFVelloso & Dimas Rocha

lidade dos touros usados na pecuária comercial tem alto impacto em lucratividade em qualquer lugar do mundo. O cabanheiro (produtor de touros) deve ter o compromisso de oferecer touros com funcionalidade e longevidade. Além dos dados de desempenhos (índices e DEPs) devem ser observados as características de adaptação (tipo de pelo, biótipo animal), correção de aprumos e cascos, comprimento e posição de prepúcio, posicionamento do saco escrotal e outros itens que afetam a função do touro. O comprador de touros deve estar atento a estas questões, pois existe o risco de justamente o touro que não produz ou produz muito pouco ser o nosso. Por Troy Smith (Angus Beef Bulletin, EUA). Traduzido por Fernando F. Velloso (Assessoria Agopecuária). Artigo publicado no Angus Beef Bulletin, Janeiro 2014.


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15 DE FEVEREIRO À 13 DE MARÇO DE 2014 Foto: Mickael Freitas

Lançamento da 30ª Feovelha é marcado pela emoção e reconhecimento

A inauguração oficial da 30ª Feovelha de Pinheiro Machado foi marcada por manifestações de reconhecimento aos produtores rurais e autoridades ligadas ao setor, já no término do protocolo, por volta das 13 h à emoção tomou conta do pavilhão de remates dentro do Parque Charrua. O descerramento de uma placa em homenagem ao criador João Odi Farias - in memorian - emocionou não só os membros da família Farias, mas o público e autoridades presentes. Criador, apoiador da Feovelha e trabalhador incansável na construção do prédio da sede do Sindicato Rural do município, foram alguns dos adjetivos citados pelo protocolo durante a cerimônia que finalizou com uma frase do criador: -”A ovelha nunca mais vai acabar” - publicada na revista Ovinos, manifestando o espírito motivador e entusiasta de um criador que movido pela paixão já estava prevendo que a

Foto: Edisson Larronda

ovinocultura um dia retomaria o lugar de destaque que sempre mereceu. A entrega da medalha da 53ª legislatura 2011/2015 da Assembléia legislativa, pelas mãos do Dep. Adilson Troca / PSDB, em reconhecimento a realização da Feovelha e pela sua importância na região, foi mais um dos atos marcantes durante o lançamento do evento. “É daqui que sai às grandes campeãs da Expointer”, comenta o Dep. Estadual Catarina Paladini /PSB - representante do parlamento gaúcho, reforçando a qualidade dos animais apresentados e o trabalho dos selecionadores.

rio nacional. Schwab destaca ainda a qualidade do rebanho gaúcho “Temos no Brasil e no Rio Grande do Sul, um dos melhores materiais genéticos do mundo nas mais variadas raças”, comenta, o que se comprova pelo alto valor agregado apresentado pela carne ovina. “A carne ovina é o produto mais valorizado no mundo, nós temos que nos preparar para isso”, afirma Luiz Fernando Mainardi - Secretário Estadual da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, ao destacar os novos rumos da cadeia produtiva” O momento mundial é de muita reflexão, ao que vai acontecer”, comenta.

Para Paulo Schwab - presidente da ARCO, esta edição da Feovelha passou a ser um evento nacional, através das transmissões dos julgamentos e remates via internet, representando 10% das comercializações, possibilitando que o evento seja conhecido e acompanhado em todo o territó-

Para Gedeão Pereira - vice - presidente da Farsul, a metade sul está sofrendo uma modificação, devido à vitivinicultura, olivicultura e a cultura da soja, porém alguns fatores estão preocupando a Federação, um deles é o avanço do Javali, que segundo Pereira estão comprometendo a produ-

ção, a biodiversidade do bioma pampa pela influência do Capim Anoni, e as dificuldades junto aos órgãos ambientais do rio grande do sul para implantação de sistemas de irrigação. A Feovelha e as comercializações realizadas no Parque Charrua em Pinheiro Machado representam 1/3 do PIB do município, comenta Rossano Lazzarotto - presidente do sindicato rural, ao destacar que o evento deste ano, além de ser uma edição histórica é uma homenagem aos principais atores da Feovelha - os ovinocultores. Esta importância econômica e principalmente de visibilidade a uma das maiores potencialidades do município - a criação de ovelhas- também é reconhecida pela administração municipal, “O que seria de Pinheiro Machado, sem a Feovelha, que divulga o nosso município e a nossa região” afirma Felipe da Feira - prefeito municipal

Caminhos da Lã: mostra apresenta detalhes do dia-a-dia dos artesãos Pela primeira vez em Pinheiro Machado a mostra Caminhos da Lã, realizada pela Emater/RS no Pavilhão do Artesanato em Lã da Feovelha 2014 apresenta aos visitantes da feira o dia-a-dia dos artesãos trabalhando em lã ovina. Nela se encontra uma linha de produção de artesanato, que inicia pela lã crua, passa pela limpeza, fiação e confecção de peças do vestuário e decorativas com uma das matérias primas mais forte na cultura gaúcha. Há máquinas utilizadas em cada

parte do processo de criação das peças, inclusive com apresentação do funcionamento de cada uma. Ao final da mostra, criada para o Congresso Mundial do Corriedale, ocorrido em São Gabriel no ano de 2012, há roupas típicas do gaúcho, móveis e utensílios, além de decorações feitas utilizando apenas essa matéria prima, abundante na região.

“Mostra inédita apresenta o trabalho com a lã ovina”.


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15 DE FEVEREIRO À 13 DE MARÇO DE 2014 Foto: Edisson Larronda

25 mil pessoas passaram pela Feovelha 2014 Apesar do mal tempo que dificultou a visita ao Parque Charrua durante a Feovelha 2014, um grande número de pessoas circulou no evento durante os quatro dias .Cerca de 25 mil pessoas estiveram presentes na maior feira e festa da ovinocultura do Brasil, onde acompanharam os remates, exposições e visitaram os diversos estandes presentes no evento. Além dos ovinos, uma variedade de opções de lazer: musicais, gastronômicas, culturais e artesanato

fazem parte deste grande evento. A visitante Jaguarense Sandra Reche, que já morou em Pinheiro Machado, é visitante assídua do evento. Para ela, a feira vem crescendo a cada ano . “Eu estou achando a feira muito boa. Eu já morei em Pinheiro Machado e sempre vinha na Feovelha. Agora, que moro em Jaguarão, é a terceira vez que venho e noto que a feira está melhor a cada ano, sempre se renovando e se superando com estandes diversificados e várias opções de lazer” aponta Sandra.

Já o visitante Bageense, Silvério Silva, que está pela primeira vez na Feovelha, conta que a feira está ótima. Ele, que está com sua família acampada no parque, contou que as opções de lazer tornam a feira uma boa opção para as famílias. “Os animais estão muito bonitos. Tem um número grande de animais. Está muito bonita”, disse Silva. Pinheirense visitante em várias edições da Feovelha, Paulo Burgo, contou que desde o momento em que colocou os pés no Parque Charrua,

notou que a feira estava ainda melhor que em 2013. “Eu visito a Feovelha há 30 anos e noto uma grande evolução a cada ano. Notei que há um número maior de animais bem como de estandes. Tem muito estande pra visitar. As famílias têm muitas opções de lazer aqui”, terminou. A Feovelha 2014, que comemora a trigésima edição, acontece em Pinheiro Machado, no Parque Charrua entre os dias 29 de janeiro e 2 de fevereiro.

Encontro reúne amantes dos carros antigos na Feovelha 2014 to, Alessandro Dias, contou que o amor pelo automobilismo e carros nacionais e importados é que move os grupos, que se unem para mostrar ao público um pouco da história dessa indústria: “O amor por carros antigos já está na veia. Temos automóveis nacionais e importados, como alemães e americanos, além dos Foto: Renato Pinheiro

Mais uma vez a Feovelha é palco do Encontro de Carros antigos, evento que reúne os amantes desses automóveis que fizeram história no Brasil e no mundo. Em sua 19ª edição o encontro contou com um grande público e lotou o espaço destinado aos veículos, vindos de várias cidades gaúchas. Um dos organizadores do even-

nacionais como o DKV e o Fusca”. Para Hamilton Gomes, que também é organizador do evento, o principal do encontro é a união de amigos, que podem ser considerados como uma grande família. “Nós começamos com poucos, hoje temos mais d 100 carros aqui no Parque Charrua”, contou. “Nós estamos sempre lotados e a tendência é sempre aumentar.” termina. Entre os colecionadores presentes, Dario Alfredo Maia Sousa. Ele lembra que há anos participa: “Nós tínhamos cerca de 20 carros hoje já supera a marca dos 100. Este é um encontro diferenciado no RS, é como uma confraria ou um encontro de família. E também festejamos a Feovelha, que é uma marca de nosso município.” A organização do evento cobrou

o valor de R$ 20 para os participantes e a verba é toda destinada à APAE. A entidade, que há anos participa do encontro é assistida pelo grupo já há várias edições. Segundo a presidente da APAE, Patricia Dias, a parceria entre a entidade e o grupo dos carros antigos é muito importante e já dura cinco anos. “Essa parceria é super importante pois a APAE é uma instituição carente. Por iniciativa do Hamiltom Gomes nós começamos a receber contribuições do grupo e a cada ano ela aumenta.” conta a Patricia. Para o ano de 2015, durante a Feovelha, está marcada a comemoração de 20 anos do encontro, que promete ter uma festa ainda nunca vista pela grande família de colecionadores.


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15 DE FEVEREIRO À 13 DE MARÇO DE 2014 Foto: Mickael Freitas

Sindicato Rural de Pinheiro Machado: o realizador da maior Feira e Festa Estadual da Ovelha O atual presidente do Sindicato Rural, Rossano Lazzarotto, realizou este ano a sua primeira Feovelha a frente da entidade. Mas há alguns anos ele já acompanhava a realização do evento como membro da diretoria. Ele explica que a Feira acontece sempre no último final de semana de janeiro, e desde a edição número um acontece neste período, considerado estratégico para o setor. Apesar de alguns produtores adotarem manejos de reprodução

diferenciados, em geral os rebanhos entram em cio no período de fevereiro. Por isso a Feovelha chegou nesta época para preencher uma lacuna com oferta de reprodutores de alta qualidade. Ao longo dos anos a ovinocultura foi se modernizando, e a Feovelha acompanhou esta evolução. Hoje são ofertados machos e fêmeas de genética superior e, especialmente em 2014 – em comemoração aos 30 anos, uma série de atividades foram programadas.

Foto: Mickael Freitas

O objetivo foi reunir todos os parceiros que ajudaram a construir o evento ao longo das três décadas e fazer um grande evento em 2014.

Por isso a Feovelha chegou nesta época para preencher uma lacuna com oferta de reprodutores de alta qualidade.

Rossano Lazzarotto

Hoje com 83 anos, o tratador uruguaio Aramis Latorre, veio para o Brasil ainda jovem. Aos 16 anos deixou a terra natal e encontrou no Rio Grande do Sul um lugar para chamar de lar. Humilde e bem humorado, é uma figura histórica na ovinocultura brasileira e presença garantida em todas as edições da Feovelha. Da lida campeira sabe cada detalhe. Mestre Aramis, como é chamado por muitos, Já foi capataz, peão, jardineiro, caseiro, motorista e desempenhou todas as funções na estância. Com uma memória de dar inveja, Latorre lembra que sua primeira participação em exposições de ovinos foi em 1951,

Foto: Edisson Larronda

Aramis Latorre: um tratador histórico da ovinocultura brasileira

há 63 anos, em Uruguaiana/RS. Eurico Piegas Dias, da Estância da Bolsa, com quem Aramis trabalha-

va, vivenciou o inicio e a expansão de um criatório de sucesso na ovinocultura. Desde sua primeira participação em exposições o mestre tratador não se distanciou dos campeonatos. O Rio Grande do Sul inteiro recebeu animais tratados por Aramis, sempre em destaque nos campeonatos. “Nós íamos às feiras de todo o estado e desfilei para quatro presidentes brasileiros. Ainda quando a Expointer era no Menino Deus, em Porto Alegre, desfilei para Getulio Vargas.” Comenta o uruguaio. Com sorriso largo, Aramis conta que as amizades que fez durante sua jornada são importantíssimas para sua vida. -Sempre tive o apoio de todos. Hoje

muitos dizem que tenho o maior conhecimento de ovinos entre todos. Eu não digo isso, eu digo que faço o que gosto e gosto do trabalho bem feito. Para mim, trabalhar nessa profissão é um prazer e não um trabalho. Em todas as exposições que eu venho eu procuro ajudar. Da Feovelha, não faltam histórias para o tratador. Nos 30 anos da feira e festa da ovelha, no Parque Charrua, Aramis também comemora 30 anos de participação. Sempre com o sorriso estampado, é um personagem que marca. Por onde anda, leva consigo a simplicidade, humildade, dedicação e força do homem do campo, do apaixonado por ovinocultura.


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ESPECIAL

4ª NACIONAL

DO TEXEL

A Cabanha Cambará Velho, de Claudio da Fontoura Arteche, Livramento, ficou com o grande campeonato nas fêmeas e machos a galpão. Os dois animais foram apresentados por Fernanda Arteche cuja Cabanha participou com seis animais. A escolha teve a unanimidade dos jurados. O grande campeão, Cambara Velho IA 1265, foi grande campeão na Exposição de Primavera de Alegrete 2013 enquanto a grande campeã Cambara Velho IA 1112, entrou pela primeira vez em uma pista de julgamento nesta Nacional. Cláudio juntamente com a irmã

Cabanha faz dobradinha nos Grandes Campeonatos Criatório possui aproximadamente 1 mil ovinos Texel.

Giselda Arteche Soares, tocam a propriedade de 538 hectares herdada do avô. Nos campos de basalto da Cambará Velho são criados bovinos cruza Braford, Cavalos Crioulos e aproximadamente mil ovinos Texel PO e RGB. Cláudio conta que iniciou na atividade muito cedo. “Eu cresci trabalhando no campo, aos 14 anos meu avô acreditou que eu seria capaz de administrar a propriedade: comecei sem mexer com o dinheiro e aos 17 anos assumi de vez”, comenta. A criação de Texel começou de forma inusitada: um primo de Cláudio,

presentea-o com um carneiro Texel – no primeiro ano utilizou apenas em ¼ do rebanho - posteriormente utilizando na totalidade das matrizes.

os títulos de reservado campeão, 4 e 5 lugares. Sua melhor premiação em nível de Esteio foi a de Reservada de Grande Campeã – RGB.

Voltado para a produção de genética de ponta, Cláudio comenta que realiza inseminação artificial com sêmen fresco há 37 anos. “A inseminação é uma maneira mais rápida de melhorar o rebanho com carneiros de ponta com menos investimento” acrescenta.

E neste caso, santo de casa faz milagre sim! Cláudio é um dos fundadores do Mercotexel, evento que integra a programação da 4ª Nacional do Texel com expressiva participação em todas as suas edições.

Genética esta, que lhe garantiu inúmeros prêmios: 2000 a 2001 ficou entre os 30 finalistas da Expointer, conquistando posteriormente

Confira os reservados de Grande Campeão: Tieta 344, da Agropecuária Juncal, Jaguarão, foi à reservada grande campeã e Real TE 251, Cabanha Lermen, Cachoeira do Sul foi o reservado grande campeão.

Mercotexel e 4ª Nacional do Texel superam 160 mil em vendas O remate da 16ª Mercotexel e 4ª Nacional do Texel superou 160 mil em comercialização. O evento realizado na noite de sábado (18) – Santana do Livramento /RS contou com cerca de 350 animais inscritos. O leilão esteve a cargo do escritório Knoor Remates e contou com entrega de premiações e homenagens a criadores. Os negócios fecharam com chave de ouro

foram comercializados 121 animais com média geral de R$ 1.360,17. As médias fornecidas pela empresa leiloeira são as seguintes: três machos Naturalmente Coloridos, R$ 1.120,00; 12 fêmeas PO, R$ 3.441,67; quatro fêmeas RGB, R$ 1.120,00; 80 fêmeas SO, R$ 370,00; 18 machos PO, R$ 4.557,78; um macho RGB, R$ 1.400,00;

três machos SO, R$ 800,00. O destaque da noite foi a Grande Campeã da Nacional – Cambará Velho IA 1112 / Box 23 - Cabanha Cambará Velho de Cláudio da Fontoura Arteche, adquirida por Elton José Enick, Cabanha Dom Enick, Livramento –RS. Também o grande campeão, Cambara Velho IA 1265, ficou em Livramento ao ser adquirido pela maior cotação entre

os machos pelas Cabanhas Forqueta, Santa Orfila e Novo São João. A grande campeã foi cotada em R$ 8.960, e o grande campeão em R$ 34,2 mil. “Este é um evento extremamente produtivo”, frisa o leiloeiro rural Eduardo Knorr ao destacar a importância da raça Texel para a ovinocultura gaúcha.


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A arte de preparar campeões Apesar do nome Pit Bull, a cabanha de Pio Valdir Roos da Silva – não cria cães e sim ovinos – belos ovinos da raça Texel, cuidadosamente tratados e preparados por quem já possui vasta experiência no assunto. Valdir como é chamado, é um capataz de estância que dedicou toda uma vida a cuidar de ovelhas. A Pit Bull é nova, tem apenas dois anos, ainda está engatinhando e conta com o apoio e por que não dizer: a arrancada inicial de amigos como Maximiliano Neves da Fontoura – Texel Geribá – patrão de Valdir há 26 anos e dos proprietários da Cerro Coroado que doaram 15 doses de sêmen do seu melhor carneiro- o 3082 de origem Francesa o que deixa Valdir entusiasmado, “Com este carneiro vou colocar genética de ponta em meus animais”, comenta. As doações destes e de outros amigos são uma prova de reconhecimento ao homem sim-

ples nascido e criado no interior de Cachoeira do Sul, peão campeiro, alambrador e domador tradicional, que se somadas todas as suas participações na Expointer pelo tempo de permanência em dias em cada uma delas, daria mais de um ano da sua vida dentro do parque Assis Brasil em Esteio. No seu currículo participações na Feirapec, Fenovinos, Expointer – 20 edições, Feinco – São Paulo em 2005 e 2010, Fenapec – participação em todas as edições e Mercotexel há 12 anos. Valdir também foi agraciado com o prêmio Peão Destaque da Expointer no ano de 2003 e recentemente preparou a Grande Campeã da Expointer 2013 – Cabanha Cocão. Outra particularidade de seu currículo é que Valdir em toda a sua vida profissional teve apenas dois patrões. Na Geribá ou na Pit Bull Valdir continua cuidando de suas ovelhas

Valdir em toda a sua vida profissional teve apenas dois patrões.

acompanhado da filha Géssica Roos da Silva – 12 anos, que já demonstra a mesma vocação: preparar campeões. “Esses animais fazem parte

da minha família”, comenta Valdir ao acariciar o Campeão Borrego dois dentes RGB da Nacional do Texel, propriedade de sua Cabanha.

monstra a importância do evento”, comenta a presidente da Brastexel, Maria Tereza Queirolo. O fato do evento ter sido realizado em Santana do Livramento – considerada a terra do Texel no Brasil, também chamou a atenção dos participantes o que se comprovou pelo expressivo número de animais inscritos – cerca de 350 ovinos da raça Texel - “Contamos com a participação de 21 expositores e inúmeros criadores e conquistamos a adesão de mais cinco sócios do RS, SC e SP”, afirma Maria Tereza.

terminou no início da noite de sexta feira, 17 de janeiro. Segundo a presidente da Brastexel, a raça vem em constante crescimento. “O Texel é a raça que mais fatura, só na expointer foram cerca de 300 mil”, comenta. A Texel é a segunda raça que mais registra junto a ARCO, perdendo apenas para o Santa Inês na região Nordeste do país. “Ao prestigiarem a Nacional os criadores demonstraram união”. A presidente acrescentou que mesmo os que não trouxeram animais se fizeram presentes. Criadores de São Paulo, Paraná e Santa Catarina acompanharam o trabalho de julgamento dos 75 animais.

Brastexel festeja saldo da 4ª Nacional

A 4ª edição da Brastexel - Santana do Livramento/RS foi marcada pela inovação: a começar pelo julgamento dos animais. A avaliação dos jurados foi realizada através de nota individual.

Maria Tereza Queirolo.

Foto: Everton Neves

Os dados eram acompanhados em um programa de computador que automaticamente passava as médias finais. Outra novidade foi à realização do primeiro Ranking da raça que deverá ser complementado por mais cinco exposições deste ano. “Na minha avaliação este evento atingiu todos os seus objetivos, praticamente todos os expositores que vão à expointer vieram aqui, isso de-

A presidente da Brastexel festejou o saldo da 4º Exposição Nacional de Ovinos Texel cujo julgamento

Uma mulher apaixonada pela raça Texel

Foto: Everton Neves

A paixão dos Martins passou de pai para filho, chegando até Silvia.

É desta forma que podemos definir Silvia Helena Martins Loro: Uma mulher apaixonada pela raça Texel. Neta de David Pinheiro Martins, proprietário de campos no Sarandi, tradicional criador de gado e um apaixonado pela ovinocultura. A paixão dos Martins passou de pai para filho, chegando até Silvia, atual administradora da Cabanha Santa Orfila - de seu pai Claudino Loro. “Esta foi à escolha do meu avô, e nós começamos a gos-

tar e nos apaixonamos por esta raça”, acrescenta Silvia, enquanto estampa um sorriso largo no rosto. A alegria de Silvia é a alegria de quem ama o que faz e se dedica integralmente a raça, motivando-a a tomar a frente do segundo maior evento do Texel depois da Expointer – o Mercotexel. “ A união do Mercotexel, com a Nacional e o 1º Ranking, só veio a acrescentar ao evento”, comenta Silvia, que ao tentar explicar o crescimento da raça, finalizou com a frase de

Enno Wendenback –” O Texel é inevitável”. A Cabanha Santa Orfila juntamente com a Novo São João, propriedade de seu tio David Fontoura Martins, somam 10 mil animais da raça Texel, tornando-os um dos maiores criadores no estado do Rio Grande do Sul. Prova de que realmente o Texel está no sangue desta família, Silvia Juntamente com o marido, criam a Cabanha do Sarandi, que já inicia visando genética de ponta para o seu rebanho.

Silvia Helena ao lado do cabanheiro Ildo.


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15 DE FEVEREIRO À 13 DE MARÇO DE 2014 Foto: Edisson Larronda

ESPECIAL

LEILÕES A maior oferta de ovinos do Brasil, apresenta muitas peculiaridades. O evento que teve início na manhã de quinta (30) terminou às 2h de sexta (31), o Rematão é realizado durante a 30ª Feovelha de Pinheiro Machado/ RS, e além de apresentar um expressivo número de animais – aproximadamente 10 mil ovinos e 14 horas de duração ininterruptas é sem dúvida um dos poucos no mundo a comerciali-

Feovelha comercializa mais de 1,1 milhões de reais no Rematão 2014 zarem em uma única “martelada” 839 animais de um único proprietário, o que comprova a pujança da ovinocultura na região e a credibilidade do evento junto aos produtores rurais. Segundo Luiz Fernando Simoni – leiloeiro rural da Pioneiro Remates, o evento atingiu as expectativas, comercializando R$ 1.113.246,00, fato este, devido ao

expressivo crescimento do mercado de carne nas regiões de São Paulo. As médias para os cordeiros ficaram em 89,55 reais, as cordeiras – 121,60 reais. As borregas em 206,26 reais, ovelhas em 135,55 reais, capões ao valor de 121,73 reais e por último, ovelhas com cria corriedale com genética borula, vendedor Carlos Silveira de Pedras Altas – as mais valorizadas – ao valor de 800,00 reais.

Mas nem só de números é feita a Feovelha, durante as 14 h de duração do remate e no dia anterior durante a recepção dos animais a presença de profissionais comprometidos com o evento fizeram a diferença – apesar das constantes “pancadas” de chuva – as atividades transcorreram normalmente, o que comprova a organização do evento.

A ovelha é como a cachaça, ela entra no sangue da gente e cria paixão Leilão de liquidação da raça Ideal – Estância Santa Cecília – supera os 225 mil. propriedade. O evento realizado no dia 19 de janeiro às 16hs – durante a 6ª Agrovino em Bagé /RS, contou com a presença de criadores de vários municípios da região sul e do estado.

A esq. Claudio Pereira e a filha Cecília.

Foi num tom de poesia e de muita emoção que Claudio Pereira – Estância Santa Cecília, deu início ao Remate de Liquidação da Raça Ideal de sua

Em pista foram ofertados 600 ventres PO, RGB, SO e Rebanho Geral, cinco carneiros pais de cabanha com premiações em exposições e 15 borregos. O destaque do evento foram as 120 fêmeas PO que entraram em pista. “A genética de vocês cabe em qualquer cabanha”, afirma Cleuza Piegas – presidente da Associação de Criadores de Ideal ao referir-se a qualidade de plantel com mais de 30 anos de seleção.

O faturamento do remate ficou em 225,56 mil reais, com média de 368 reais - 613 animais vendidos - carneiros e borregos: R$ 1792,00 -ovelhas e borregas P.O: R$ 826,00 -cordeiras P.O: R$ 560,00 - cordeiros P.O: R$ 816,00 - ovelhas e borregas RGB : R$ 277,00 - cordeiras RGB: R$ 340,00 - ovelhas e borregas S.O : R$ 272,00 -cordeiras S.O: R$ 221,00 -ovelhas rebanho geral: R$ 204,00 -borregas rebanho geral: R$ 250,80 - cordeiras de rebanho geral: R$ 170,53. Conforme Claudio Pereira, tradicional criador das raças Ideal e Corriedale decidir entre uma raça e outra não foi fácil, mas por questões de

manejo decidiu ficar apenas com o plantel Corriedale - cerca de 2,4 mil ovinos. “Fazer a liquidação de um plantel é uma guinada na vida de um cabanheiro, a ovelha é como a cachaça ela entra no sangue da gente, ela cria paixão, mas como nosso rebanho é 80% Corriedale era muito mais fácil se desfazer do Ideal, mas deixo um legado para aqueles que adquirirem parte de nosso plantel”, comenta. Para o leiloeiro rural e presidente do Sind. Rural de Bagé, Aluízio Tavares, o Remate da Santa Cecília, é um evento importante que potencializou a Agrovinos.


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Maior churrasco de carne ovina do país foi sucesso Dos cerca de 100 cordeiros assados, 20 foram inteiros.

O maior churrasco de carne ovina do Brasil foi executado com sucesso durante a 30ª Feovelha de Pinheiro Machado. Chuva e frio não foram impedimentos para o público degustar a carne ovina harmonizada com vinhos produzidos no município. O tempo obrigou os assadores a trabalhar um pouco mais, e desde cedo, no Parque Charrua. “As valetas estavam cheias d’água, tivemos trabalho para fazer o fogo”, diz o assador Antônio Gomes. Ele coordenou uma equipe de pelo menos 20 assadores encarregados de preparar um chur-

rasco com aproximadamente uma tonelada de carne. Dos cerca de 100 cordeiros assados, 20 foram inteiros. Adão Berneiro, responsável pelo assado dos ovinos inteiros, conta que começou a preparar o fogo às 4h da madrugada. Os cordeiros ficaram em grelhas e foram preparados com sal grosso. “Ficam prontos em aproximadamente 4 horas”, explica. Eles foram os primeiros a irem para o fogo. O assador, que veio de Jaguarão para o evento, tem experiência nesse tipo de churrasco. Berneiro diz que quanto mais jovem é o animal, mais cuidado e mais demorado deve ser o assado.

Na outra ponta do grande churrasco, Gomes colocava os cortes ovinos, com e sem osso, também em grelhas – mas estas dispostas diretamente sobre o fogo. Os cordeiros em pedaços foram preparados com sal fino. Aproximadamente dez metros cúbicos de lenha e 15 quilos de sal foram utilizados para este evento. O primeiro grande assado de ovinos da Feovelha foi uma experiência que deu certo, segundo o presidente do Sindicato Rossano Lazzarotto. Na 29ª edição um churrasco em proporções bem menores foi realizado. “Ano pas-

sado foi a sementinha, ela germinou e hoje estamos aqui com um sonho realizado”, comemora Lazzarotto. Ele conta que logo que chegou em Pinheiro Machado ouvia da população que não havia churrasco de ovelha na maior feira e festa de ovinos do país. “É uma proposta diferente, onde reunimos os elementos da cultura e tradição gaúchas, e proporcionamos uma atividade especial ao público”, pondera. O presidente do Sindicato Rural parabenizou os assadores, e acredita que o evento deve entrar para o calendário da Feovelha.

Tradição da Santa Cecília rende campeonatos Cabanha conquista o grande campeonato de Machos Corriedale.

A premiada criação de ovinos é uma tradicional atividade da estância Santa Cecília, de Dom Pedrito/RS. Em 2005, os ventres das raças Corriedale e Ideal, adquiridos junto à renomada Cabanha Cerro Agudo, de Pedras Altas/RS, deram origem aos atuais plantéis puros da estância.

Luis Claudio Pereira.

Hoje, o rebanho Corriedale carrega o afixo JEP. A participação na Feovelha começou em 2008, com ambas as raças, e desde então vem

conquistando prêmios. No mesmo ano a estância debutava em Esteio e conquistava os prêmios da categoria carneiro da raça Corriedale, e da categoria borrega dente de leite. Durante o primeiro dia de julgamentos da Feovelha (30), a Santa Cecília conquistou o Grande Campeonato de Machos Corriedale, e o Reservado de Grande Campeão da mesma raça. O produtor Luis Claudio Lemieszek Pereira comemorou as

conquistas da edição deste ano. Ele lembra que em 2012 conquistou o grande campeonato dos machos, e ano passado o grande campeonato das fêmeas Corriedale.

“O grande campeonato é a coroação de todo um trabalho que desenvolvemos dentro da estância”, observa Pereira.


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80% dos ovinos criados no Estado são da raça Corriedale Quem passa pela Casa da Ovelha pode ver uma mostra dos prêmios já conquistados pela Cabanha Vista Alegre. Elisabeth Amaral Lemos, uma das produtoras mais assíduas e premiadas da Feovelha, participa da festa desde a primeira edição. São 30 anos de exposição em Pinheiro Machado e 40 de seleção. Quem passa pela Casa da Ovelha pode ver uma mostra dos prêmios já conquistados pela Cabanha Vista Alegre – de Pedras Altas. Ela conta que começou a lidar com a ovinocultura quando se casou. José Antônio Lemos tomou conta dos negócios do pai e sempre incentivou Elisabeth a fazer o mesmo. Logo ela tomou gosto pelas lides e hoje, viúva há seis anos, é quem está no comando da Cabanha. “Sempre fui muito incentivada pelo meu marido”, conta a produtora, que defende que todas as mulheres deveriam estar por dentro dos negócios da família, e todos os maridos deveriam incentivar. Foi graças a essa dedicação que ela conseguiu tocar os negócios quando ficou viúva. “Hoje eu continuo a frente da cabanha com muito prazer, eu gosto muito de trabalhar com os ovinos”, afirma.

Ela lembra que a primeira exposição de que participaram foi em Bagé. Depois, pela proximidade de Pedras Altas com Pinheiro Machado, eles vieram para a primeira Feovelha e nunca mais deixaram de expor nesta, que é uma das maiores e mais importantes feiras e festas da ovelha do Rio Grande do Sul. Elisabeth lembra que quando começou a trabalhar com ovinocultura, o setor ainda vivia tempos de pujança. Com a lã, muito valorizada na época, se abastecia toda a propriedade. Depois veio o declínio e muitos produtores desistiram da ovinocultura. Aqueles que ficaram, acredita, estão colhendo os frutos desta perseverança. “Hoje a carne ovina é muito valorizada”, observa. “A Cabanha Vista Alegre seleciona ovinos Corriedale - uma raça de duplo propósito, que tem uma lã de excelente qualidade e uma carcaça muito boa também. E a carne dos animais corriedale parece ter caído no gosto popular”, comenta.

Vitrine da Carne na Feovelha:

edição 2014 inaugura no Parque Charrua Foto: Mickael Freitas

Aconteceu na noite de sexta-feira(31) a primeira apresentação da Vitrine da Carne na Feovelha 2014. Com a presença de vários visitantes do Parque Charrua, que estiveram no estande da Vinovelha, a Vitrine da Carne, apresentada pelo consultor de cortes de carne Marcelo Bolinha, apresentou ao público as diversas possibilidades de cortes e preparo da carne ovina.

Bolinha comentou o diferencial da vitrine na Feovelha, que une, além da carne ovina, o preparo com a utilização de azeites, queijos e espumantes produzidos na região: “É muito legal fazer a vitrine na Feovelha. Temos espumantes, azeites e queijos produzidos aqui, somados aos sabor único dos animais de alta qualidade, produzidos à campo nativo no Rio Grande do Sul.”

A produtora, que também é presidente da Associação Brasileira de Criadores de Corriedale, diz que o churrasco de ovinos da raça é muito apreciado. No Rio Grande do Sul 80% dos ovinos criados são Corriedale. A presidente pondera que os produtores do Estado estão em um excelente caminho, se preocupando com a lã e também com a conformação da raça para chegar ao produto carne que o consumidor está procurando. Dentro das cabanhas o trabalho de aprimoramento genético não para. “A busca é constante, nunca podemos dizer que a raça está pronta”, afirma. Na edição deste ano a Vista Alegre trouxe filhos do carneiro grande campeão corriedale, adquirido no congresso mundial da raça - que aconteceu há dois anos em São Gabriel. “Foi um investimento muito alto - feito com a cabanha São Matheus, mas que era necessário”, diz. A busca do produtor é por um animal que atenda as exigências tanto para a produção de lã com para produção de carne.

Foto: Mickael Freitas Foto: Divulgação

Elisabeth Amaral Lemos.


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15 DE FEVEREIRO À 13 DE MARÇO DE 2014 Foto: Divulgação

Feovelha 2014 comercializou mais de 1,6 milhões superando a edição de 2013 Com o mercado aquecido a Feovelha 2014 bate recordes de vendas em todos os remates do evento. Impulsionada por programas do governo e diversas linhas de créditos atualmente em quase todas as redes bancárias, a Feira e Festa Estadual da Ovelha - 30ª edição pelo quarto ano consecutivo ultrapassa valores registrados em suas edições. O domingo foi palco para mais um grande dia de negócios, os remates foram encerrados as 18h. No lado

de fora do pavilhão era possível ver a movimentação intensa dos compradores que deslocavam-se entre os escritórios. O término dos lançamentos e o tão esperado relatório oficial, aconteceu somente no final de tarde de hoje 03/FEV as 17h. O faturamento contabilizou R$1.663.615,00 assinalando mais um ano excelente para a ovinocultura. Os números são expressivos e esperados. As vendas no Rematão registraram 7977 animais, com média de R$209,50. Confira os resultados finais e o comparativos

dos últimos anos - 2011, 2012, 2013 e 2014. Feovelha edição: 2011 - XXVII Número de animais comercializados: 5.921 Total em comercialização: R$ 1.110.050,00 Feovelha edição: 2012 - XXVIII Número de animais comercializados: 4.186 (1735 animais a menos) Total em comercialização: R$ 1.154.729,00

Feovelha edição: 2013 - XXIX Número de animais comercializados: 5825 (1639 animais a mais) Total em comercialização: R$ 1.546.501,00 (um acrésimo de mais de 33%) Feovelha edição: 2014 - XXX Número de animais comercializados: 7965 (2140 animais a mais) Total em comercialização: R$ 1.663.615,00 (um acrésimo de mais de 8%).

Núcleo de Criadores de Ovinos e Caprinos

de Pinheiro Machado presente na Feovelha 2014 Criado há três anos e meio no município de Pinheiro Machado, o Núcleo de Criadores de Ovinos e Caprinos de Pinheiro Machado participa pela terceira vez da Feovelha - Feira e Festa Estadual da Ovelha. No estande do núcleo, localizado na Vinovelha, estão à venda cortes produzidos pelos associados, que atualmente somam cerca de 60.

Sócio fundador do núcleo e atual vice-presidente, Rubisnei Garcia, contou que o núcleo está vendendo cortes de carne na feira, e também forneceu 100 cordeiros para o churrascão do Sindicato Rural.” Sobre a Feovelha, Garcia comentou a importância do evento, que divulga a produção ovina, gera renda, além de ser um grande evento cultural para todos os visitantes.

Entre as ações que o Núcleo de Criadores de Ovinos e Caprinos de Pinheiro Machado realiza anualmente, Rubismar aponta como um dos principais a doação mensal de aproximadamente 500 kg de carne ovina para escolas: “Somos a única entidade estadual que fornece carne ovina para a merenda escolar. “ O foco do núcleo é auxiliar os pequenos produtores de ovinos

de Pinheiro Machado, capacitar e fomentar a ovinocultura, reduzindo sua sazonalidade. Todos os animais advém de pequenas propriedades familiares, tendo um importante cunho sócio-econômico. Recentemente assumiu o matadouro municipal, que após a regularização, voltará a operar.


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A Banca do seu Rodrigues Artesão e cuteleiro Juvenal Rodrigues é assíduo expositor da Feovelha.

Duas coisas muito tradicionais são encontradas em uma modesta banca de lona azul, dentro da 30ª Feovelha - Peças em artesanato em couro e facas: muitas facas - das mais simples, de tesoura de esquila as mais sofisticadas com cabos de prata retovados a ouro. Atrás do balcão um senhor de meia idade, traços fortes e muitas histórias para contar. Guasqueiro e cuteleiro por vocação, Juvenal de Campos Rodrigues, dedica a vida a tirar tentos, fazer cordas e forjar o aço. Peças rústicas sem muitos adornos, assim como o povo gaúcho. Embora tenha vivido à infância no interior do Alegrete na histórica Serra do Caverá, foi aprender essa arte campeira muitos anos depois, através de amigos, e nunca mais parou. São mais de 30 anos, sovando couro, tirando tentos e trançando. “Para mim a trança de 12 é a mais difícil, pelo fato de ter que se encontrar um couro parelho, do

Foto: Edisson Larronda

mesmo padrão, além da desquina que tem que ser igual”, comenta Rodrigues que tem seus trabalhos expostos na Feovelha há aproximadamente 10 anos, através da Associação de Artesãos de Rosário do Sul. Todo o esforço de aprender quase que por conta própria esse artesanato tipicamente gaúcho, infelizmente não terá prosseguimento na família Rodrigues. “Tentei passar a técnica para o meu filho, mas não funcionou”, comenta. Mas nem só de cabeçadas, rédeas e rebenques é feita a banca azul de seu Juvenal, naquele espaço com pouco mais de 5 m², um pedaço de nossa história está retratada: adagas da revolução farroupilha, adquiridas de um colecionador particular, misturam-se as facas com bainhas de couro cru - 2 peças que ainda conservam a sua originalidade avaliadas em 3 mil cada. Um fato surpreendente, mas nem tanto comparado a adaga em T, que

segundo Rodrigues, foi introduzida no Brasil pelos soldados de Napoleão. De cunho fatal, a adaga em T, era utilizada, por ser uma arma letal. A peça chama atenção pelo seu mo-

delo, com bainha redonda em aço e pelo expressivo valor - 7 mil. Quem quiser peças em couro cru, trançados, facas e um pouco de história precisa conhecer a banca do seu Rodrigues.


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Uma visão do Mais Ovinos no Campo Foto:Mickael Freitas

Programa diminui pela metade o abate de fêmeas.

Luis Fernando Mainardi.

O Mais Ovinos no Campo, programa de retenção de matrizes para o aumento do rebanho gaúcho, foi lançado pelo Governo do Estado na Feovelha 2011. Colocou à disposição dos produtores mais de R$ 100 milhões em linhas de crédito com taxas de juros subsidiadas, bem como linhas de financiamento para a aquisição de matrizes e também reprodutores. Hoje, três anos após o lançamento oficial do programa, os números mostram um aumento significativo no rebanho ovino do Rio Grande do Sul. Com um rebanho que chegou a 13 Foto: Mickael Freitas

ARTIGO

Dejalmo Prestes Engenheiro Agrônomo e Consultor

milhões de cabeças na década de 70, e que em 2011 estava na preocupante marca de 3,7 milhões, o Rio Grande do Sul já foi o maior produtor de ovinos do país e atualmente passa por uma fase de reestruturação com foco na demanda do mercado interno e externo ao mesmo tempo em que aumenta a renda dos ovinocultores. O secretário de Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Luiz Fernando Mainardi, participou na manhã deste sábado (01/02) da abertura oficial da Feovelha. Ele comentou a atualidade do Mais Ovinos no Campo. Segundo Mainardi, o programa é um sucesso. “É um sucesso por que os produtores compraram a idéia e querem cada vez mais trabalharem com ovinos para ampliar sua renda e também contribuir com o desenvolvimento do nosso estado”, conta. Dados do governo do estado apontam que em 2010, 70% dos ovinos abatidos no Rio Grande do Sul eram fêmeas, superando 182 mil animais. Já em 2013 foram abatidas 92 mil fêmeas, 50% do número de 2010. “Diminuímos praticamente a metade do abate de fêmeas no estado”, disse o secretário. “Diminuiu o abate, aumentou a retenção, a comercialização e aos poucos estamos aumentando a qualidade do trabalho e dos manejos dentro da propriedade, que serão acompanhados de aumento do rebanho e renda do produtor”, completa.

Biofortificação de alimentos A dieta humana, cada dia que passa, tem preocupado os governos, pesquisadores e nutricionistas, pois nutrição não é apenas comer bastante e nem tão pouco comer alimentos sadios e de qualidade. O balanceamento nutricional é quem garante a sanidade de um povo, alguns micronutrientes ocasionam a fome oculta, doenças relacionadas com sua deficiência. A biofortificação, ou seja, o aumento da quantidade de micronutrientes disponíveis num alimento pode ser feita através da seleção genética ou por biotecnologia. Neste processo é utilizado o cruzamento de plantas de uma mesma espécie para gerar espécies ricas em determinados tipos de micronutrientes. Alimentos Biofortificados são alimentos cultivados com sementes muito bem selecionadas, e em laboratórios onde se busca um alimento de melhor qualidade, melhor valor nutricional, melhor aparência, melhor produtividade, melhor resistência, com sementes selecionadas cruzando entre si. Um projeto que visa acabar com a desnutrição, combatendo e revertendo a carência de vitaminas e minerais como o ferro, zinco e betacaroteno, consequentemente reduzindo os casos de anemia e problemas de visão. No Brasil, a biofortificação de alimentos é liderada pela Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro-RJ) e conta com a participação de mais 10 Unidades da Embrapa que são responsáveis pelo desenvolvimento dos oito cultivos em que o projeto está atuando: arroz, abóbora, feijão, feijão caupi, milho, mandioca, batata-doce e trigo.Embrapa quer combater doenças causadas pela desnutrição com raízes e grãos mais nutritivos, Até 2023, oito alimentos biofortificados estarão presentes na dieta dos brasileiros. O BioFORT, projeto-piloto da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), tem parceria com 1.860 famílias de pequenos agricultores, em 15 municípios do País. O processo consiste no cruzamento de plantas da mesma espécie mais ricas em nutrientes, a partir de intervenções agrícolas e laboratoriais. O resultado é uma semente de alto rendimento e com maior valor nutricional. Os pioneiros biofortificados desenvolvidos pela Embrapa são mandioca, feijão, milho, arroz, batata-doce, abóbora e trigo. A mandioca de mesa BRS Jarí, por exemplo, é fonte natural de

Foto: Divulgação

PERFIL

energia, pouco fibrosa e possui mais vitamina A do que a tradicional, além de conservar boa parte das propriedades nutritivas após ser cozida. Outro destaque é a cultivar de feijão-caupi, também conhecida como xiquexique, cujos grãos possuem maior teor de ferro comparativamente às variedades mais consumidas no país. A mandioca de mesa BRS Jarí, por exemplo, é fonte natural de energia, pouco fibrosa e possui mais vitamina A do que a tradicional, além de conservar boa parte das propriedades nutritivas após ser cozida. Técnicas de cultivo aumentam nutrientes no arroz. A adubação do solo enriquecida com minerais como ferro e zinco representou um aumento de 40% da quantidade comum de ferro no grão de arroz colhido. O levantamento foi feito na dissertação Adubação e biofortificação: caracterização química e física do arroz (Oryza sativa L.) da nutricionista Evelise Boliani, num estudo realizado na Escola Superior de Agricultura Luis de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba. Os estudos, que foram orientados pela professora Solange Guidolin Canniatti Brazaca, começaram em janeiro de 2010 e foram finalizados em dezembro de 2011. Veja a tabela comparando o teor de vitamina de alguns alimentos convencionais com os biofortificados, referente a 1kg de alimento:

fonte:Embrapa

O programa HarvestPlus do CGIAR (Consultive Group on Internacional Agriclture Research), e representa uma poderosa ferramenta para aumentar o consumo de nutrientes essenciais em uma dieta baseada em culturas base (arroz, milho, trigo, feijão, mandioca e batata-doce). A Biofortificação, é o foco de países em desenvolvimento, requer um aumento em investimento público para pesquisas na agricultura e infraestrutura para garantir seu sucesso, o que também está relacionado com o desafio de fazer com que consumidores e produtores aceitem as novas variedades biofortificadas e assim aumentem o consumo dos nutrientes alvos.


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Pioneiro Remates e Parque Charrua: personagens da mesma história

“Isso numa época em que não existiam caminhões boiadeiros, onde o transporte era feito por terra e a pata de cavalo”, comenta. Em 1970, surge a Pioneiro Remates. Aggeu Duarte, juntamente com o genro José Carlos Simoni e Daltro Maneti Dias, dá início a uma das mais conceituadas empresas leiloeiras da região e que atua na Feovelha desde a 1ª edição. Em 73 Aggeu adoece, vindo a falecer um ano depois. O mesmo martelo que arrecadou fundos para a construção da sede do parque, haveria de prosseguir na família. José Carlos Simoni

30 ANOS DE HISTÓRIA Foto: Edisson Larronda

É impossível falar da história do Sindicato Rural de Pinheiro e principalmente da construção do Parque Charrua, sem mencionar o nome de Aggeu Duarte – leiloeiro rural e um dos fundadores da Pioneiro Remates. Exemplo de dedicação e doação na década de 60, Aggeu trabalhou aproximadamente 12 anos – gratuitamente – organizando e rematando em prol da entidade. O objetivo era arrecadar fundos para a Construção da Casa Rural – sede do escritório e estruturas físicas do Parque de Remates. “Naquele tempo não existia os bretes, era só um mangueirão, a peonada parava rodeio separando o gado por proprietário”, comenta Luiz Fernando Simoni – leiloeiro rural - 3ª geração de leiloeiros.

FEOVELHA

A esq. Luiz Fernando Simoni e Rossano Lazzarotto.

inicia como leiloeiro e dá prosseguimento ao trabalho do sogro. Em 83, devido a uma forte crise na pecuária, o escritório Pioneiro é vendido para o atual Dep. Fed. Cláudio Diaz. A paixão pelas pistas que movia a família Simoni, fez com que eles prosseguissem nas pistas como colaboradores da empresa compradora. Neste mesmo período outras três empresas surgiram e atuaram junto ao Sindicato Rural.

Duarte Simoni, assumem a empresa e mais uma vez a sucessão do martelo se repete. “Tivemos vários fatos marcantes na 1ª Feovelha, eu trabalhava de pisteiro e ainda ajudava o pessoal na comparsa”, comenta Simoni - atual leiloeiro da empresa ao referir-se ao início da Comparsa da Canção, que é um dos mais importantes festivais nativistas da região. Como o martelo na mão ou nas pistas, os irmãos Simoni já presenciaram muitos fatos marcantes:

Quinze anos depois, por solicitação de amigos e clientes, ressurge a Pioneiro Remates. Com o falecimento do pai, em julho de 2009, Luiz Fernando e o irmão Fábio

Os recordes de vendas; um deles a comercialização de ovelhas SO de propriedade do Dr. Alfredo Pinheiro, ao valor de R$ 970,00 enquanto o preço praticado na época era R$130,00.

“Hoje não se consegue vender uma ovelha SO a esse valor”, observa. Em 2014, durante a 30ª edição, outro fato inédito. Na pista 1 do Parque Charrua, em uma única martelada, foram comercializados mais de 839 animais para um único comprador. Um abnegado pelo campo chamado Aggeu, leiloeiro rural que perpetuou o seu trabalho não só na memória da família, nem na estrutura física do parque, nem em monumentos, mas nos laços de sangue. Nas mãos dos netos, seja no martelo ou nas pistas, ali tem um Simoni. Esse é o Sindicato Rural de Pinheiro Machado, essa é a Feovelha.

Campeões da Raça Ideal comemoram resultado da Feovelha 2014 Para Edemundo Ferreira Gressler, da Cabanha Coxilha Verde, Feovelha é a exposição de ovinos mais importante do país.

A maior feira e festa nacional da ovelha, Feovelha, que em 2014 completa 30 anos desde sua primeira edição, tem como um dos pontos altos, e que reúne toda a família de criadores, a exposição de rústicos e de galpão. É o momento de mostrar o trabalho e dedicação de cada criatório, de cada tratador, e apresentar as melhorias do rebanho nos últimos meses. Por ser a primeira exposição de ovinos do ano e reunir um número expressivo de animais de todas as raças, a

Feovelha pode ser considerada como a maior e mais importante exposição/feira para os ovinocultores de todo o país, onde se compra, vende e expõe genética de alta qualidade.

nato. Para nós, competir com grandes cabanhas é um desafio, mas conseguimos vencer. Viemos de longe e ficamos gratificados de ver nosso trabalho dando frutos”, disse Ferreira.

Segundo Kleber da Silva Ferreira, da Fazenda Paraíso, que conquistou o grande campeonato de machos ideal PO de galpão, o prêmio na 30ª edição da feira ficará marcado na história. “O grande campeão é um animal que nós preparamos para o campeo-

Para Edemundo Ferreira Gressler, da Cabanha Coxilha Verde, que levou o grande campeonato de machos ideal PO rústicos, a Feovelha é a exposição de ovinos mais importante do país. “A Cabanha Coxilha Verde já tem presença na

Feovelha. Não participamos nos 30 anos, mas sempre que há a possibilidade, estamos aqui”, aponta. Sobre o grande campeonato, Gressler comentou que como expositor tem um grande entusiasmo de participar e fica lisonjeado com sua conquista: “A ovinocultura já tem sua marca no Brasil e a Feovelha também. Para mim, o campeonato mais importante é o de rústicos e esta feira é a mais importante do cenário nacional.”


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Daniel Barros - Médico Veterinário Consultor do SEBRAE - RS Sócio proprietário da Guarda Nova Consultoria Agropecuária

PLANEJAMENTO

RURAL

É bastante incomum imaginar uma pequena e média empresa do setor primário, trabalhando com planejamento estratégico, analisando ambiente externo e interno do negócio, missão, visão, valores etc. Mas afinal, isto é realmente necessário? Aonde quero que minha empresa rural esteja no médio e longo prazo? Quais os principais desafios que preciso enfrentar para chegar lá? Quais atividades se encaixam no perfil de propriedade que possuo? As respostas para todas estas perguntas e muitas outras são encontradas durante um processo fundamental para a gestão empresarial: o planejamento estratégico. Em geral o produtor rural desti-

Planejamento estratégico na empresa Rural na pouco tempo no planejamento do negócio, o ritmo intenso das atividades diárias dificulta parar um tempo para enxergar o negócio de uma forma mais ampla. Os problemas da falta de planejamento podem causar conseqüências irreparáveis ao negócio. Os principais entraves que vejo nesta fase são: sub-dimensionar a estrutura visando ‘’conhecer’’ o negócio e logo após ter que adquirir novas instalações; tentar introduzir atividades que necessitam de escala para sua viabilização em pequenas e médias propriedades; imaginar que pode-se reproduzir os números de pequenas propriedades rentáveis em grandes escalas, sem observar todas as particularidades do sucesso do pequeno negócio.

Durante o planejamento estratégico é importantíssimo a presença de um técnico especializado na área de conhecimento do negócio. Neste momento será feita a análise do ambiente interno e externo do negócio. No ambiente interno é analisado quais são as virtudes e fraquezas do negócio, por exemplo, perfil do produtor rural, características produtivas da terra, mão de obra disponível. No ambiente externo, quais são as perspectivas para os próximos anos, a localização da propriedade em relação a fornecedores e consumidores, qual a liquidez do negócio, etc. Cada minuto investido no planejamento, certamente possibilitará economia de tempo, dinheiro

ARTIGO Foto: Divulgação

ESPECIAL

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e esforço do produtor no futuro. Creio que boa parte das propriedades rurais estão com negócios incompatíveis com suas características, principalmente em relação à área, criando uma falsa percepção que o agronegócio não é rentável. O agronegócio é altamente rentável quando o negócio é baseado em um planejamento estratégico bem detalhado e colocado em pratica por produtores e técnicos profissionais.


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VIP RURAL Foto: Mickael Freitas

Foto: Mickael Freitas

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Foto: Edisson Larronda

Prefeito José Felipe da Feira e Rosangele Scholantezz.

Cleusa Ferreira Piegas, Presidente da Associação de Criadores de Ideal.

João Carlos Soares dos Santos, Gerente adjunto agência Banrisul Pinheiro Machado.

Rossano Lazzarotto, Presidente do Sindicato Rural de Pinheiro Machado.

Foto: Mickael Freitas

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Foto: Elieser Noble

Foto: Mickael Freitas

Jornalista Everton Neves e o Secretário Luiz Fernando Mainardi durante a Feovelha.

O instrutor da Vitrine da Carne, Marcelo Bolinha durante a Feovelha.

Soberanas da Feovelha 2014, à esq: Fabricia Freitas 1ª Princesa, Aleccia Macedo Rainha e Rosicler Almeida 2ª Princesa.

Elisabeth Amaral Lemos, Presidente da Associação de Criadores de Corriedale.

Foto: Mickael Freitas

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Foto: Mickael Freitas

Foto: Edisson Larronda

Dep. Fed. Afonso Hamm durante entrega de prêmios na Feovelha.

Dep. Est. Pedro Pereira prestigiando a Feovelha 2014.

Irmãos Simoni, A esq: Fabio Duarte Simoni e Luiz Fernando Simoni - Pioneiro Remates.

Cristina Soares Ribeiro, Cabanha Paraísos - Pedras Altas/RS.

Foto: Mickael Freitas

Foto: Everton Neves

Foto: Everton Neves

Foto: Everton Neves

Luis Claudio Lemieszek Pereira, Cabanha Santa Cecília.

Leiloeiro Rural Eduardo Knorr e Silvia Helena Martins Loro.

Presidente da Brastexel Maria Tereza Queirolo durante a 4ª Nacional do Texel.

A esq: Claudio Arteche, recebendo premiação dos grandes campeonatos das mãos do Presidente do Sindicato Rural de Santana do Livramento.


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INFO AFUBRA

Manejo integrado de Insetos Afubra em parceria com a FMC realizou palestra sobre manejo integrado de insetos.

Foto: Divulgação

A palestra seguinte abordou o Manejo Integrado de Insetos, com o entomologista Mauro Braga. Ele deu um panorama geral da situação atual do manejo de pragas e de como vem ganhando importância a necessidade de o produtor prestar cada vez mais atenção a isso. “A cada ano os técnicos que trabalham com melhoramento de plantas entregam variedades de soja com potencial produtivo muito alto”, analisa. Dessa forma, os danos causados por pragas podem gerar prejuízos significativo na produtividade de grãos. “A soja é realmente muito produtiva e tem que ser mais cuidada. Não se pode atrasar as aplicações de inseticidas, porque um pequeno número de indivíduos por metro quadrado pode causar muitos danos”, explica o pesquisador. O especialista também esclareceu os produtores sobre Helicoverpa armigera, a lagarta que vem trazendo preocupação às lavouras por ser uma praga nova e bem

Conforme Braga, o ideal é que os inseticidas sejam aplicados quando as lagartas tiverem no máximo um centímetro de comprimento. A fase reprodutiva, pela qual estava entrando a maioria das lavouras de soja na data da palestra, é a etapa de desenvolvimento da soja em que a Helicoverpa armigera se apresenta mais agressiva. O entomologista alerta os agricultores que mesmo que a praga já tenha sido combatida na fase inicial de desenvolvimento da soja, ela pode voltar a atingir a mesma lavoura durante a fase reprodutiva. Mauro Braga encerrou afirmando a relevância de realizar o controle mais cedo da lagarta, sendo muito importante monitorar as lavouras para soltar as aplicações nos níveis de ação: 1° nível de ação - quando a planta estiver emergindo e forem encontradas 2 lagartas por metro de rua; 2° nível de ação – ataque aos ponteiros novos (soja com 20 a 40 dias de idade) na fase vegetativa, 10% de plantas atacadas; 3° nível de ação - quando a planta apresentar cerca de 50 dias de idade, ou seja, quase no início da floração, a partir de sendo visualizadas 3 lagartas por metro de rua; e 4° nível de ação - quando a soja estiver com a vagem (na fase reprodutiva), sendo necessário um controle mais rigoroso, quando forem encontradas 0,5 lagartas por metro de rua”, finalizou.

mais daninha do que as demais. “Em relação a outra lagartas, essa é mais agressiva. Um pequeno número por metro linear já causa impacto grande na produção. Como é um inseto novo, não há cultura (conhecimento) suficiente para tratá-lo da forma correta”, lamenta. O entomologista estima que leve de um a dois anos para se atingir o nível ideal de manejo para combater esta lagarta. O entomologista também explica algumas características da Helicoverpa armigera que podem ser observadas na tentativa de identificar a lagarta. De acordo com ele, a medida que as lagartas crescem, a coloração do corpo varia do amarelo-palha ao verde, apresentando uma listra larga em zique-zaque lateralmente deste a cabeça, passando pelo tórax e finalizando no abdômen, com tonalidade da cor diferente do resto do corpo, sendo ligeiramente mais escura acima dela e mais clara abaixo dela. Também são detalhes característicos da la-

Após a palestra o RTC da FMC Dirceu Menezes posicionou as soluções para Soja FMC, com destaque para o inseticida TALISMAN com amplo espectro de controle de lagartas e percevejos e o Fungicida LOCKER - único no mercado com 3 mecanismos de ação para combate das doenças foliares da soja. garta a sua cápsula cefálica de cor parda clara e pelos claros. Por isso, a principal indicação aos produtores que desconfiarem da presença da Helicoverpa armigera é procurar especialistas que possam auxiliar na investigação.

Ao Final do evento o gerente da Afubra Daniel Prestes, lançou oficialmente a campanha Tecnologia FMC-AFUBRA-SOJA onde toda a linha FMC está com preço especial de pagamento até o final de fevereiro.


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Saiba como escolher o vinho certo para a festa de fim de ano


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Super safra No final da semana passada estive em Ijui, Pejuçara, Santa Bárbara do Sul e Fortaleza dos Valos. O objetivo foi participar da abertura oficial da colheita do milho, realizada no sábado, na propriedade da família Sartori, no interior de Pejuçara e entregar veículos e as modernizações das Inspetorias de Defesa Agropecuária daqueles municípios. No caminho, muita soja, milho e gado leiteiro. Também, dezenas de pivôs de irrigação, que elevam a produtividade, mesmo com o tempo contribuindo para uma boa safra. Com a colaboração de São Pedro, o empenho de nossos produtores e o apoio dos governos Federal e Estadual quebraremos, mais uma vez, o recorde gaúcho da produção de grãos. Superaremos a casa dos 30 milhões de toneladas. É o setor primário, mais uma vez, demonstrando a sua força para manter o Rio Grande crescendo o dobro do que cresce o Brasil.

Mais Água Na propriedade dos Sartori, que aposta na irrigação como ferramenta fundamental para aumentar a produção, foi instalado o milésimo pivô vendido pela empresa gaúcha Fockink, grupo que, aliás, precisou aumentar um turno em sua unidade industrial para atender a demanda e já pensa em ampliar a fábrica. O seu diretor superintendente Siegfried Kwast, nos informa que a Abimaq deve divulgar, em

Luiz Fernando Mainardi Secretário da Agricultura Pecuária e Agronegócio do Rs

breve, levantamento sobre as vendas de equipamentos para irrigação no ano passado. E ali deve aparecer o nosso Estado como o que mais investiu neste setor naquele período, sendo responsável pela aquisição de 26% de todos os equipamentos comercializados em 2013. O Rio Grande está despertando para a irrigação, movimento que se dá especialmente a partir do programa que criamos, o Mais Água, Mais Renda, que completa dois anos neste mês de março. Já ampliamos em 70% a área irrigada no Estado desde o início do Mais Água. Estamos convencidos de que será possível irrigar, em três anos, a mesma área que se levou 30 anos para irrigar.

Dissemina em expansão Estamos ampliando o programa de melhoramento genético dos rebanhos de gado leiteiro e de corte das propriedades da pecuária familiar. Começamos com um projeto piloto, com recursos da Secretaria da Agricultura, Fepagro e Ministério da Agricultura, que contemplou 31 municípios. Na segunda fase, com as mesmas parcerias, chegamos a 59 cidades. Nestas duas etapas investimos mais de R$ 4 milhões. Agora, trocamos de parceiro no âmbito Federal, e com recursos do Ministério do Desenvolvimento Agrário, mais contrapartida do Governo do Estado, chegaremos a outros 62 municípios, com investimento de R$ 3 milhões. Outro parceiro importante que temos na execução deste programa que repassa às prefeituras um veículo, doses de sêmen e botijões de nitrogênio, é o deputado federal Paulo Pimenta, autor de emendas que possibilitaram o repasse de recursos à nossa secretaria da Agricultura.

ARTIGO

Cristiano Costalunga Gotuzzo Engº Agrônomo CREA/RS 131395

Pastagem de azévem é cara ? (parte 1) Quando falamos em lavouras de verão não se acha nada anormal gastarmos R$ 1.000,00 ou até R$ 3.000,00 por hectare para produzirmos soja, milho, arroz, porém quando se cogita investir entre R$ 600,00 a R$ 1.000,00 em uma pastagem de inverno não faltam pessimistas para dizer que não se pode gastar tudo isso porque pastagem não dá retorno. Costumamos ouvir de produtores rurais que pastagens de azevém em resteva de lavoura não precisam ser adubadas, pois as mesmas se utilizam do resíduo da lavoura para produzir. Mas que resíduo é esse quando falamos em super colheitas de soja e arroz, por exemplo, onde os grãos levam quase que a totalidade dos nutrientes que foram adicionados na adubação de base. O que temos visto é que quando adubamos essa pastagem pós lavoura de verão esta respondez de uma maneira bem mais produtiva em relação a que não foi adubada. E a adubação de inverno irá beneficiar também a lavoura de verão, pois a pecuária de corte retira muito pouco da pastagem. A maior parte do que é consumido é devolvido na forma de esterco e urina promovendo a reciclagem dos nutrientes. Outra situação que encontramos é a de pastagens de azevém formadas a partir do preparo de solo de áreas de campo nativo que também não são adubadas adequadamente porque se torna muito caro. Muitas vezes porque são utilizadas para salvar os animais que estão à beira da morte por falta de alimentação. Com isso ao final da utilização desta pastagem o produtor não vende os animais e acaba não se reembolsando deste custo inicial. Ocorre que nas duas situações citadas acima, da pastagem pós-lavoura sem adubação, e da pastagem em

Foto: Divulgação

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COLUNA DO MAINARDI

preparo convencional em área de campo nativo com baixos níveis de adubação, a capacidade de suporte desta pastagem é bastante reduzida fazendo com que se coloquem poucos animais por hectare e no final a conta não fecha, pois a produção de peso vivo é muito aquém dos custos. Porém quando entendemos que devemos fazer uma adubação adequada conforme se recomenda após uma análise de solo essas pastagens acabam tendo uma ótima produção de matéria seca que promoverá uma alta capacidade de suporte transformando a produção de pasto em kg de peso vivo produzido por hectare, que irão não só custear a pastagem, mas também gerar uma receita líquida variando de R$ 1.000,00 a R$ 2.000,00 por hectare. A tabela abaixo mostra dois exemplos de pastagens com dois níveis de adubação e a receita esperada dependendo do nível de tecnologia:

Neste exemplo podemos ver que aumentando os níveis de adubação podemos chegar a uma receita liquida de R$ 1.600,00 por hectare contra R$ 520,00 por hectare com baixa tecnologia. No próximo artigo vamos discutir como manejar esta pastagem, a época de aplicar a uréia, e qual categoria animal podemos utilizar para colher esta pastagem.


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15 DE FEVEREIRO À 13 DE MARÇO DE 2014 Foto: Mickael Freitas

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Remate Premium comercializa R$ 33,9 mil na Feovelha 2014 Em um remate inédito promovido pelas associações brasileiras de criadores de Ideal e Corriedale, realizado no dia 31 de janeiro no Parque Charrua, foram comercializados R$ 33.930,00 com a venda de 29 animais PO, premiados durante a Feovelha. A média das borregas Corriedade foi de R$ 1.495,38 e a da

raça Ideal foi de R$ 905,63. O animal mais valorizado da noite foi uma borrega Corriedale, arrematada por R$ 4,8 mil. O presidente da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos, Paulo Schwab, comentou que o remate foi uma ótima iniciativa das duas associações promotoras e deve se-

guir de exemplo para as demais. -Foi um dos tantos eventos importantes e mostra a evolução da Feovelha. Foi um marco na história da feira, com uma oferta de ótimo material genético para cabanhas nacionais. Foi uma oportunidade de cabanheiros aumentarem seu rebanho. Os remates da Feove-

lha estão sendo um sucesso, com grande oferta e comercialização de animais das mais diversas raças. O presidente apontou ainda a genética brasileira como uma das melhores do mundo e alvo de uma demanda nacional e internacional que ainda há de ser suprida.

Melhor dos Melhores entrega moto zero e um potro para os dois primeiros colocados na Feovelha 2014 Realizada pela primeira vez na Feovelha de Pinheiro Machado, a prova Melhor dos Melhores reuniu cavalos da geração 2011 para provas de esbarrada, paleteada, volta sobre patas, andadura, figura e aparte a campo. A prova foi dividida em duas etapas e foi finalizada na tarde do domingo (02). O ginete premiado em primeiro lugar foi Giorgi Gomes, e ganhou uma moto zero quilômetro. O segundo lugar ficou com Zeferino Sória, e a premiação foi um potro. A prova apontou ainda o ginete destaque, que foi Rodrigo Barão.

Foto: Edisson Larronda


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EMPRESA DESTAQUE

EQÜINOS Cavalo Crioulo uma ferramenta de trabalho

Foto: Mariana Sta Helena

Foto: Mariana Sta Helena

Luiz Martins Bastos Neto.

Desde os Primórdios, se tinha por cultura nas estâncias do Pampa Gaúcho as tropilhas de serviço, geralmente separadas por pelagens, hoje cada vez mais raras, devido aos altos custos para chegar ao produto final, poucos criadores mantêm essa tradição.

Luiz Felipe Ferreira da Costa e Lizon Ferreira da Costa CONTATOS: (55) 3422.3216 | (55) 9974.1899 (55) 9975.6549 | (51) 9835.8100 www.angusquerencia.com.br

como comercializa animais para a lida de campo, uma oferta ímpar, tratando-se de animas bem criados, domados no serviço de estância, confirmados, mansos e aptos a todas as modalidades de provas que encontramos na raça crioula, além da genética de ponta, tratando-se de filhos de grandes campeões da Expointer, “O tempo que se demora para chegar em um finalistas do Freio de Ouro e padrillos destacacavalo de serviço é de no mínimo cinco anos. dos, importados do Chile, Uruguai e Argentina. Desde colocar a égua em cria, gestar, parir, domar nas condições de dificuldade de mão A empresa Assessoria Rural disponibiliza de de obra de hoje em dia, tendo um aprovei- um lote para venda direta destes animais, Intamento de 60 %, demorar todo este tempo cluindo também uma oferta de Fêmeas. Oriune vender um cavalo com todas as garantias dos dos criatórios da família Martins Bastos. por 4 mil reais, para quem compra e o melhor custo beneficio”, comenta Luiz Martins Maiores informações Bastos Neto. Criador e Jurado da ABCCC. Alan Garcia (53) 9955.2102 Na Princípio Agricultura e Pecuária – Uru- Email. alangarciadasilva@yahoo.com.br guaiana/RS, não só mantém as suas tropilhas,


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