Pandemia e as escolas:
Gestão compartilhada
O desafio da retomada
Marli Lebkuchen Lange
Iolene Lima
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Abril / 2021 Edição Nº 7 Uma publicação:
EDUC ACIONAIS
Rede de cooperação entre escolas cristãs: a união faz a força
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ASSOCIAÇÕES
MARKETING
ANEP completa 20 anos
Comunicação e Marketing em tempo de pandemia
Neuroworking e o trabalho em rede
O perfil do coordenador cristão
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PSICOLOGIA
COORDENAÇÃO
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VEREDAS EDUCACIONAIS
E D I T O R I A L
Expediente
Navegar é preciso
Revista Veredas Educacionais
“Tudo vale a pena, Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor”. Fernando Pessoa
Diretores Rogério Moreira Scheidegger Leonardo Ribeiro de Oliveira Coordenação Geral Leonardo Ribeiro de Oliveira Conteúdo / Revisão Carolina Wassoller Entringer Projeto Gráfico / Design Márcio Nunes
Iniciamos 2021 com muitas das incertezas do ano anterior: o retorno das aulas presenciais, a adequação às aulas remotas, como proceder com as avaliações a distância, a perda de alunos , entre outros desafios causados pela pandemia. Independente das consequências que a sua instituição esteja sofrendo nesse tempo, adequar-se ao salto no uso da tecnologia nas relações com alunos e famílias é um imperativo no processo educacional. O ensino híbrido talvez seja o maior exemplo disso, mas o avanço da tecnologia da informação na educação não para por aí. Agenda eletrônica, matrícula online, avaliação remota, gestão financeira online e outros aplicativos e serviços , tudo na palma da mão. Além disso, a qualidade e periodicidade de informações nas mídias sociais e no website do seu colégio nunca foram tão relevantes para promover sua marca e estreitar o relacionamento com sua comunidade escolar. Navegar no mundo digital é preciso . Fernando Pessoa, em seu poema inesquecível, diz que para "passar o Bojador é preciso passar além dor". O Cabo do Bojador, região da costa da África, era o limite marítimo alcançado pelos navegadores até o século XIII e ultrapassá-lo extremamente desafiador. Para muitas instituições educacionais, há um "Bojador tecnológico" que precisa ser vencido. Temos que buscar essa superação sem medo da própria dor que isso possa causar, principalmente nas pessoas que resistem ainda ao novo. Há uma nova jornada educacional no mundo digital e ela precisa ser uma busca constante em seu colégio. Navegar em "mares nunca dantes navegados", tratando-se de inovar em tecnologia educacional, não é opção mas questão de sobrevivência. Boa leitura! Leonardo Ribeiro de Oliveira Coordenador Geral leonardo@agencialk.com.br
Comercial Wanderson Souza Colaboradores desta edição: Diego Nascimento, André Aragão Viana, Iolene Lima, Paulo Abrantes, Marli Lebkuchen Lange, Priscila Boy e Lucimara Danielli Santana Gonçalves Fotografias Banco de imagens e de divulgação. Contatos comerciais: comecial@prospectaeducacional.com.br
(27) 2142-7974 www.prospectaeducacional.com.br www.revistaveredas.com.br
Uma produção: Prospecta Estratégia Educacional Endereço: Rua Cândido Portinari, 27 - sls 806/807 Santa Luiza - Vitória /ES Cep 29045-415 Whatsapp: (27) 99241-3383 Distribuição gratuita dirigida a gestores de instituições educacionais cristãs, anunciantes do segmento, educadores e associações de escolas. Tiragem: • digital: 5.000 gestores e educadores • impressa: 1.000 unidades Impressão: Gráfica Sodré
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Finanças
Um POLO EAD em sua escola: uma opção para aumento de receita entre outras vantagens O diretor Geral da MULTIVIX EAD, Prof. Flávio Janones, fala à Revista Veredas tudo o que uma escola precisa fazer para obter vantagens e lucros ao se tornar um polo EAD.
Em ambientes de dificuldades, sempre pode haver uma oportunidade escondida. Com a queda no valor de receitas e problemas financeiros, muitas escolas estão em situação periclitante. Em contrapartida, virar um Polo EaD pode ser a resposta para tempos difíceis. Os números não nos deixa mentir: desde 2018, o ensino a distância registrou um aumento de 18,6%. No momento da impossibilidade de aulas presenciais, esses valores aumentaram ainda mais significativamente: teve um crescimento de 64%. Nesse ínterim, em se tratando de um contexto de educação tecnológica – aliado à necessidade de formação constante – os Polos EaD
se destacam como oportunidade. Para enriquecer esse debate, a Revista Veredas convidou o Diretor Geral da Multivix, Professor Flávio Janones, para dar o caminho nessa nova oportunidade que se descortina. 1. Professor Janones, em face de toda crise vivenciada com a pandemia, como está o segmento de educação a distância? Dá para dizer que o ensino a distância, que já estava tendo um bom crescimento, está neste momento melhor do que o ensino presencial? Desde 2018, o ensino a distância já estava tendo um crescimento exponencial quando registrou um aumento de 18,6% enquanto o presencial teve um declínio de -3%.
Podemos dizer que a pandemia foi um catalisador desta tendência, pois a procura por cursos a distância em todos os níveis atingiu um crescimento de 64%. Atualmente, a modalidade EAD já representa a maioria dos estudantes que ingressam na graduação e pós no Brasil. 2. As instituições de educação básica estão passando por um momento de crise devido à pandemia. Buscar a oferta de um novo negócio pode ser uma boa solução para essas escolas? Ser um polo de EAD de educação superior pode ser interessante para escolas de educação básica? Por quê? De modo geral, a educação bási-
ca vem perdendo alunos desde 2014 com o avanço das políticas públicas que ampliaram as escolas técnicas federais em todo país. Aliado a este fator, a crise financeira instalada no mesmo período que se estendeu até meados de 2017 fez com que muitos pais optassem por migrar seus filhos para as escolas públicas, o que aumentou a evasão registrada no período. Muitas escolas de educação básica aderiram a uma ampliação do seu portfólio com expectativa de reter seus alunos e aumentar a receita, registramos oferta de cursos preparatórios no contraturno para o ENEM, turmas especiais de preparatórios para biomédicas, preparatórios para concurso, atividades extraclasse como esporte, dança, música e mais recente a implantação de um polo de ensino a distância. Esta última tem demostrado a mais atrativa do ponto de vista financeiro. Temos alguns casos em que a receita do EAD em 02 anos superou a receita da escola dos alunos da educação básica. Por que é atrativo? Você otimiza a estrutura da sua escola existente e sua mão de obra já disponível, ou seja, é uma porta de entrada de nova receita sem investimento financeiro, no qual você apenas realoca seus recursos humanos a uma nova atividade desempenhada. O uso da estrutura física pelo EAD é muito pequena, a oferta é 100% a distância, os alunos vão ao polo obrigatoriamente apenas ao fim de cada bimestre realizar a prova. Fora as provas, os alunos procuram o polo eventualmente para uma demanda de suporte tecnológico ou metodológico e a própria secretaria da escola ou suporte de tecnologia oferece essa ajuda. É interessante do ponto de vista financeiro e de mercado. Muito
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Temos alguns casos em que a receita do EAD em 02 anos superou a receita da escola dos alunos da educação básica. Prof. Flávio Janones
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provavelmente seus concorrentes já possuem uma oferta EAD e estão divulgando: “ofertamos da educação infantil até o ensino superior”, logo, você não pode ficar de fora. Nesta hora é importante buscar uma bandeira que esteja à altura da sua marca. Pesquise em sites como melhoresfaculdades.com e no INEP.gov.br para saber o ranking das melhores faculdades. 3. Quais os requisitos básicos para uma escola de educação básica implantar um polo? O primeiro aspecto é a estrutura física. O Ministério da Educação exige que o espaço ofereça acessibilidade a cadeirantes. No mais, a instituição precisa enxergar o EAD dentro da sua escola como um novo negócio, ou seja, não adianta assinar o termo de parceria e deixar o EAD de lado. É importante ter a ciência de que, para o EAD prosperar, é necessário dedicação e que, como todo negócio, vai requerer atenção. A gestão da escola precisa eleger uma pessoa da sua equipe para responder pelo EAD e destinar alguém para assumir a área comercial paralelamente ao trabalho que já desenvolve para sua escola. Além de criar uma comunicação consistente para esse projeto.
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4. Qual o perfil ideal de uma escola para ser um parceiro licenciado de polo de EAD? O ponto principal do perfil ideal é o empreendedor que gosta de desafio. Dedicação e resiliência são fundamentais para este parceiro que esteja à procura de ampliação do portfólio e novas fontes de receita. 5. Quais os recursos físicos necessários para implantar um polo EaD? Os recursos necessários quase sempre já estão disponíveis em uma escola. Basicamente um polo EAD necessita de uma recepção (pode ser compartilhada com a escola), uma sala com 20 cadeiras universitárias para aplicação das provas e, por fim, uma sala multidisciplinar com 03 computadores e um ambiente de estudo em grupo. 6. O mercado hoje oferece muitas opções de parcerias para polos EAD. Quais os principais cuidados e requisitos que devemos buscar para escolher um parceiro ideal? A recomendação é que pesquise a história desta instituição. Com o fim do monopólio do EAD no Brasil, em julho de 2017, entraram mais de 100 marcas de EAD. Busque os resultados dos últimos 5 anos do ENADE, seu IGC (índice geral de curso que vai de 0 a 5). É preciso tomar muito cuidado nessa hora, uma vez que a parceria envolve as duas marcas. 7. Precisa de alguma autorização do MEC para a escola ser credenciada como polo? E como é realizado o credenciamento? Sim, as instituições de ensino superior credenciadas para a oferta do ensino a distância têm autorizações conforme sua nota no IGC. No caso da Multivix, como ela possui
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nota máxima IGC 5, pode licenciar 250 unidades por ano no Brasil. A escola envia seus dados para cadastro para a Multivix, em 10 dias a escola já está cadastrada no eMEC e logo em seguida realiza todos os treinamentos ofertados pela instituição. Após concluir os treinamentos, a escola já pode iniciar as matrículas. Todo processo leva em torno de 30 a 45 dias. 8. Em média, qual o repasse por aluno captado? No caso da Faculdade Multivix, começa em 30% e chega a 40% sobre a receita bruta. 9. Como é realizado a divulgação para captação de alunos? Primeiramente, a Multivix disponibiliza um supervisor comercial que vai treinar o polo e elaborar junto com ele um planejamento comercial que vai contemplar ações de captação durante os ciclos. Além disso, a Multivix realiza o investimento macro em ações OFF, concedendo panfletos e camisas, e em ações digitais, disponibilizando todas as peças digitais, treinamentos sobre redes sociais e etc. A responsabilidade do polo é usar a sua força comercial com ações de micro marketing no seu entorno. Hoje, a Faculdade Multivix é uma das marcas que mais investem no esporte brasileiro. Temos apoiado dezenas de atletas através de bolsas de estudo, somos patrocinadores do Campeonato Paulista, Carioca e Mineiro de futebol, além dos Campeonatos Brasileiros de futebol das séries B e C e o apoio a clubes regionais em diversas cidades. Dar destaque a esse tipo de iniciativa pode agregar valor à sua marca – consequentemente. 10. Quantas entradas / vestibulares temos por ano?
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Buscamos fazer nossa parte de mudar nosso país para melhor oferecendo educação de qualidade para todos. Prof. Flávio Janones
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Na Multivix EAD, você faz matrícula 365 dias do ano. Entretanto, na graduação temos 4 inícios de turmas (janeiro, maio, julho e setembro), enquanto na pós-graduação, o aluno pode começar assim que realiza matrícula. 11. Os preços são competitivos? Qual o público do EaD? Sim, custa em média 1/4 do valor de um curso presencial, por isso falamos que o EAD é inclusivo e transformador. Nosso público é predominantemente feminino, tem entre 24 e 35 anos e vem da classe C e D. 12. Como é a parte de treinamento dos polos parceiros? Importante destacar que treinamento é um dos nossos pilares. Na Multivix, assim que o parceiro assina o contrato, ele participa da Universidade Corporativa Multivix, um treinamento online de 04 dias onde
aprende da matrícula ao diploma em todos os aspectos da instituição. Além deste treinamento inicial, o supervisor realiza um treinamento individual com a equipe do polo e, toda segunda feira às 16:30, um novo treinamento geral é apresentado na plataforma para todos os polos sobre os mais variados assuntos. Acreditamos que você não pode vender o que não conhece, por isso, é fundamental investir em capacitação. 13. Como é o portfólio da Multivix? A Multivix possui mais de 100 cursos de pós-graduação em 9 áreas distintas e mais de 25 cursos de graduação (licenciaturas, bacharelado na área de humanas, exatas e saúde, além dos cursos tecnólogos com duração de 2 anos). Destaco os cursos de Engenharia Civil, Engenharia de Produção, Agronomia, Enfermagem e Educação Física Bacharelado. 14. A Multivix tem alguma política de incentivo estudantil durante esse período de pandemia? Além das bolsas do pro-uni e do financiamento estudantil, até dezembro de 2021, todos os cursos estão sendo comercializados por R$149,00. Desenvolvemos também uma série de políticas para ampliar as possibilidades de acesso dos estudantes ao ensino superior. Temos um programa de bolsa para atletas, um para pessoas acima de 60 anos de idade, outro para os melhores alunos com notas no ENEM e assim por diante. Buscamos fazer nossa parte de mudar nosso país para melhor oferecendo educação de qualidade para todos.
Contatos - Abertura de Polos: www.multivix.edu.br/parceiros
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Associações
História, memória e missão: Associação Nacional de Escolas Presbiterianas (ANEP) completa 20 Anos História, memória e missão se unem na Associação Nacional de Escolas Presbiterianas. Para comemorar os vinte anos de história dessa importante associação, vamos relembrar essa trajetória? “Toda Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda boa obra”. (2 Tim 3.16 e 17) Olhando para a História, verificase que muitos homens e mulheres foram chamados por Deus para se dedicarem à educação. Particularmente, aquela fundamentada na
visão cristã reformada de mundo, com seus princípios éticos e morais voltados à formação de cidadãos e de profissionais conscientes de seus direitos e deveres, preocupados com o desenvolvimento da sociedade. Essa perspectiva norteou o trabalho de muitos dos missionários presbiterianos que vieram para o Brasil, preocupados com a condição espiritual das pessoas e também sensíveis às necessidades de progresso educacional e de avan-
ço social do povo brasileiro. TRAJETÓRIA Assim, no caso da nossa denominação, a Igreja Presbiteriana do Brasil, podemos dizer, com certeza, que o calvinismo, desde suas raízes, entendeu que um de seus papéis fundamentais estava na educação. Isto pôde ser visto com Calvino, que fundou a Academia de Genebra, hoje Universidade de Genebra, bem como por meio das institui-
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ções educacionais brasileiras fundadas pelos nossos missionários: Institutos Presbiteriano Mackenzie, Gammon, Samuel Grahan, Colégios XV de Novembro, Agnes Eskirne, Escola Presbiteriana Erasmo Braga, entre outras. A partir dessa visão e considerando a grande necessidade de termos uma autarquia da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) que jurisdicionasse todas as Escolas, Institutos, Faculdades e Universidade ligadas à Igreja, foi criada a ANEP. Em março do ano de 2000, o Supremo Concílio-IPB aprovou a sua criação e, em 17 de maio do mesmo ano, durante o III Encontro Nacional de Escolas Presbiterianas, na cidade de Serra Negra, São Paulo, ela foi organizada. Seu primeiro presidente foi o Presb. Nilson de Oliveira, permanecendo no cargo até 2008. Ele foi sucedido pelos Reverendos Dídimo de Freitas e Wilson do Amaral Filho. Em julho de 2020 foi eleito presidente o Presb. Alysson Massote Carvalho. A ANEP, a partir de seu Estatuto, define que a ela podem se associar Escolas Presbiterianas cuja Mante-
nedora seja a Igreja Presbiteriana do Brasil, Escolas Presbiterianas de Concílios e Igrejas, Escolas de propriedade de Presbiterianos, Seminários, Institutos Bíblicos, o Centro de Pós-Graduação Andrew Jumper e Associações Regionais de Escolas Presbiterianas. PROJETOS Entre os seus vários projetos, estava a criação de um Sistema de Ensino Presbiteriano, que atendesse às necessidades de escolas presbiterinas e que também fosse disponibilizado para as outras escolas confessionais. Assim, coube ao Instituto Presbiteriano Mackenzie a criação de um Sistema de Ensino, o Sistema Mackenzie de Ensino (SME). Por sua vez, a ANEP criou o material de Ensino Religioso e Ética, denominado Coleção Crer e Ser. Essa coleção, em parceria com o SME, encontra-se em processo de profunda reformulação. Nossa expectativa é de disponibilizarmos, até o final de 2021, o material para as idades de 4 e 5 anos. FRENTES DE ATUAÇÃO Uma das grandes frentes de
atuação da ANEP, desde a sua criação, até os dias de hoje, tem sido a de atender as escolas presbiterianas, nos diversos estados da União, oferecendo congressos, encontros, capacitações, literatura e material didático, com o propósito de fortalecer e apoiar as escolas cristãs, seus educadores e alunos. Atualmente, a ANEP está passando por um grande processo de reestruturação administrativa e de gestão visando estar mais próxima de todos os seus associados procurando atender suas demandas, sobretudo neste contexto de pandemia. Nosso desejo, acima de tudo, é que os alunos formados em nossas escolas sejam exemplo de bons cidadãos, que manifestem, a partir de seu caráter e conduta, o amor de Cristo Jesus, fazendo diferença em seus círculos de convívio. Para concluir, mesmo em meio a um contexto de incertezas e de tempos difíceis, nos lembramos do Livro escrito pelo profeta Isaías, particularmente os capítulos 40 e 41. Neles, a soberania de Deus se entrelaça com o Seu cuidado para com o Seu povo, trazendo evidências muito fortes para nos sentirmos acolhidos pelo Criador dos Céus e da Terra: “Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel.” Isaías 41:10
Conselho de Administração da ANEP
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Gestão Escolar
2021:
Desigualdade, Educação e o Desafio da Retomada
A pandemia do novo coronavírus nos colocou em uma nova rota. Nesse sentido, há que se pensar os impactos na educação brasileira, desigualdades, relação com os pais e estratégias inovadoras de retomada.
Iolene Lima Pedagoga com diversas especializações e MBA em Gestão de Instituições Escolares. Mestranda em Transformação Digital. Conselheira da AECEP, conferencista, escritora, consultora do Instituto Hexis e Diretora do Colégio Shunji Nishimura / SP.www.iolenelima.com.br
O século XXI iniciou conturbadamente. Ninguém pediu, escolheu ou planejou a pandemia, mas ela chegou, desorientou o planeta e estabeleceu novas rotas, novos “jeitos” de viver e trabalhar. Desde os países mais desenvolvidos aos mais pobres, ninguém escapou do medo do contágio, da presença silenciosa do vírus ou da sensação de insegurança. Apesar de tantos estudos e pesquisas científicas avançadas em tantas áreas, fomos pegos de surpresa pela Covid-19. Ainda passamos por momentos complexos, com a segunda onda da doença no país e cientistas falando em quarta onda na Europa; sem falar nas questões econômicas que tanto nos abalam. O efeito será sentido ainda por anos a fio, se não houver uma velocidade maior nas ações de recuperação e combate aos efeitos da pandemia em todas as áreas.
Efeito pandemia na educação O panorama na área da saúde é assustador, com a 2ª onda provocando recordes absurdos de contágio e mortes no Brasil, mas existe ainda o quadro horripilante que não é medido por indicadores em tempo real: a aprendizagem das crianças e jovens num quadro de desigualdade sem tamanho. Enquanto algumas escolas conseguiram implementar o ensino remoto (apesar das dificuldades técnicas e de formação docente), outra grande parte dos alunos ainda continua desassistida. Conforme apontam pesquisas recentes, a pandemia de COVID-19 gerará perdas de aprendizagem significativas e deverá aumentar a evasão escolar e as desigualdades escolares. Uma geração de crianças e jovens tem sido afetada pelos impactos educacionais e sociais da pandemia, infelizmente os mais vulneráreis.
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Um país forte economicamente se faz alicerçado numa educação de qualidade, que gere competências necessárias para o século XXI: adaptação, inovação, empatia e criatividade.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, (UNESCO), agência da ONU responsável por acompanhar e apoiar a educação, a cultura e a comunicação no mundo, a pandemia da COVID-19 já impactou os estudos de mais de 1,5 bilhão de estudantes em 191 países – o que representa cerca de 91% do total de estudantes no planeta. Os estudos sobre os efeitos da pandemia de Covid-19 na Educação, realizados em diversos países, evidenciam perdas significativas de aprendizagem, mesmo com a adoção do ensino remoto (Azevedo et al., 2020; Engzell, Frey & Verha gen, 2020; Maldonado & De Witte, 2020; Souza et al., 2020; Yarrow, Masood & Afkar, 2020), prejuízos no desenvolvimento infantil (López Bóo, Behrman & Vazquez, 2020); existem ainda outras pesquisas que apontam redução dos anos de escolaridade, perdas de rendimento futuro e queda na produtividade e no PIB dos países no longo prazo. Sentiremos a onda COVID-19 por um longo período ainda. Contextualizando a educação no Brasil Uma nação próspera se cons-
trói com bases sólidas na educação. Países que investiram em educação logo após a Segunda Grande Guerra, por exemplo, alavancaram sua economia após uma década. Educação precede economia forte e melhor qualidade de vida. Sua não priorização produz um círculo vicioso e causa impactos em todas as grandes áreas de uma nação. E a questão não é só investimento financeiro em pauta. Como assim o dinheiro não resolve os problemas? O Brasil é um dos países que mais investe em Educação. Segundo o relatório Aspectos Fiscais da Educação no Brasil, divulgado pela Secretaria do Tesouro Nacional, ligada ao Ministério da Fazenda, o país investe em educação pública cerca de 6% do Produto Interno Bruto (PIB), valor tido como superior à média de 5,5% destinada à área por parte de países integrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Os resultados alcançados em sala e avaliados por estudos técnicos e comparativos internacionais, no entanto, deixam o Brasil entre os últimos colocados no que se refere ao desempenho escolar. Mas o que acontece então? Falta eficiência. Estudos feitos pelo INSPER mostram que a escola-
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ridade do jovem brasileiro está uma geração atrás da escolaridade do chileno. Pelo cálculo realizado, a geração chilena nascida em 1964 atingiu a marca de dez anos de escolaridade, enquanto no Brasil essa média só foi atingida pela geração nascida em 1986. Ou seja, estamos falando de capital humano, importante e influenciador: estes pais exercerão influência menos positiva sobre seus filhos, algo que seria muito diferente se tivessem escolaridade maior. O pais ainda sofre com a má formação docente, currículos desarticulados com a realidade do século XXI, carga horária escolar inferior a de países desenvolvidos, falta foco em tecnologia e ainda pouca valorização da educação infantil como primeiro segmento da educação básica. Quando se avalia a relação entre a despesa com os alunos e o retorno traduzido nas evidências, nota-se que o resultado não é satisfatório. Colômbia, México, Peru e Chile têm gastos muito próximos aos do Brasil, com desempenho superior ao nosso. Uma das razões é que o Brasil gasta mais com ensino superior, praticamente a metade dos investimentos, enquanto a educação fundamental recebe investimento muito menor. Nem falamos da educação
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Toda crise é uma oportunidade para aprendermos algo novo, para sairmos do status confortável. Porém, as crises ensinam aos que estão abertos ao novo, que aceitam a condição de mudança.
“ infantil, cujos investimentos são menores ainda. Mas, e agora, diante do cenário de caos causado pela pandemia? Obviamente, a crise alcançou brutalmente a educação. Fomos o único país do mundo a manter as escolas fechadas por tantos meses. Vimos leis, decretos e planos abrindo e priorizando shoppings, bares e restaurantes e mantendo escolas trancadas. Praias lotadas e escolas fechadas. Que mensagem na verdade estamos passando? O vírus chega na escola, mas não entra nas praias e no comércio? A pandemia apenas potencializou ou explicitou a defasagem do modelo educacional brasileiro, nosso analfabetismo digital ficou visível. A Covid-19 trouxe consigo o isolamento social e com ele mudança de paradigmas chegaram. A velocidade rumo ao mundo digital acelerou. Pelo simples fato de o isolamento social ter obrigado o mundo a se adaptar às formas digitais de trabalhar, ensinar, aprender e interagir. E nossa reação? Dezenas de cidades brasileiras, em diferentes
estados, cancelaram o ano letivo de 2020 pois não conseguiram trabalhar nada com seus estudantes... Nada! Nenhuma aula on-line, nenhuma cartilha ou material impresso, nenhuma aula via rádio ou outra mídia. Que efeito isso causará em uma década? Quem pagará essa conta? Pois a conta vai chegar, isso é fato! Educação pública, privada e desigualdades Uma questão a se pontuar é a desigualdade gigante entre os sistemas públicos e privados da educação básica. Enquanto alunos de escolas particulares aprendem por meio de diversos recursos e estratégias combinadas, como vídeo ao vivo ou gravado, envio de tarefas, mentoria e sessões em grupos menores para tirar dúvidas, muitos estudantes das escolas públicas sequer têm acesso à internet. Ano letivo cancelado, que lástima e que vergonha nacional. Na verdade, nenhuma instituição estava preparada para esse cenário de “guerra” que estamos
vivendo, por melhor que estivesse equipada ou que os professores utilizassem mais tecnologia. A grande maioria dos professores não estudaram ou não estavam preparados para ensinarem à distância. São meses e meses sem a convivência social, sem interação, pressuposto básico da relação de aprendizagem entre sujeito, conhecimento e mediador. A rede privada saiu na frente, mobilizou professores, gestores, técnicos e garantiu escolarização, sem prédios ou salas físicas aos seus estudantes. Mas, mesmo essa rede ainda sofreu. Em muitos locais, vimos escolas preparadas, com todos os protocolos sanitários, impedidas de retornar. Algumas redes se uniram e investiram em formação docente voltada à tecnologia, resposta frente à necessidade emergencial. Isso sem falar em outro problema que no fundo todos temos ciência, mas foi escancarado pela pandemia, que é a desigualdade social de acesso a tecnologias, o que, na Educação, causa um abismo entre aqueles que podem dar continuidade ao seu processo de aprendizagem e outros que sequer possuem um dispositivo eletrônico com conexão à internet dentro de casa. O resultado é uma inevitável acentuação da desigualdade de acesso não só ao ensino de qualidade, mas do ensino básico, causando um déficit de aprendizagem ainda maior do que já temos entre alunos da rede pública e da rede particular. Relação com as Famílias Outro fator que precisamos analisar é a relação das famílias com as escolas. A grande maioria estava afastada das escolas, e com a realidade das crianças e jovens em casa, muitos perceberam que
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nada sabiam sobre o aprendizado de seus filhos. Ao terem de acompanhar a rotina de estudos de seus filhos, várias famílias perceberam a necessidade de estarem mais próximos e alinhados com o material didático, com as metodologias adotadas pelas escolas e professores. Esse processo que ainda vivenciamos tem seus desgastes para ambos os lados. Os familiares e responsáveis se veem sobrecarregados com essa nova demanda combinada ao trabalho em casa ou ao home office, uns cobrando a função docente da escola e outros em pânico, sem saber como atender seus filhos. As escolas ficaram expostas, não que isso seja ruim, com pais e mães assistindo aulas, as instituições passaram a ser mais cobradas em relação ao processo de ensino. Mais tensão no ar. Retorno gradual e planejamento como resposta Estamos, agora, diante do retorno presencial em diversos locais, alunos voltando, professores preparando aulas mais inovadoras, pois aprenderam que o virtual chegou para ficar. O famoso mundo híbrido. Alguns historiadores já estão dizendo que de fato entramos no século XXI em 2020. Um marco para a humanidade, de dor, tristeza, de luto, mas também de aprendizagens e superação. De inovação e criatividade. Toda crise é uma oportunidade para aprendermos algo novo, para sairmos do status confortável. Porém, as crises ensinam aos que estão abertos ao novo, que aceitam a condição de mudança. O mundo mudou, e a escola nunca mais será a mesma. Bem-vindo ano letivo de 2021! Que as novas relações nos levem além, rumo a tempos melhores.
Para a retomada a maior questão se chama PLANEJAMENTO! Não engessado, mais flexível, empático com a nova realidade e altamente gerenciável. Não podemos negociar a qualidade do processo educativo, portanto, o acompanhamento diário somado às evidências (diagnose e evolução) são mais que necessários. Enfim, é comprovado que as crises globais ao longo da história provocaram grandes inovações e invenções. É certo que vivemos dias complicados, tensos e tristes, mas precisamos usar essa experiência como mola propulsora para revertermos o quadro, para melhorarmos o cenário educacional brasileiro, ampliando o acesso à educação de qualidade para todos. Um
país forte economicamente se faz alicerçado numa educação de qualidade, que gere competências necessárias para o século XXI: adaptação, inovação, empatia e criatividade. Mantenha a equipe motivada em meio ao caos, caminhe ao lado dos professores, gere aprendizagens significativas para todos os atores envolvidos no processo (alunos, professores, colaboradores e pais) e estenda as mãos às famílias. Isso junto trará mais segurança a todos e sua escola passará para o índice daquelas que não somente sobreviveram, mas que geraram conteúdo e fizeram a diferença em suas comunidades locais. Educação é vida na vida, gera e produz vida!
Para além dos protocolos sanitários indispensáveis, precisamos nesse momento de retomada planejar: 1. O acolhimento com momentos de escuta ativa e a readaptação à escola (fisicamente); 2. Diagnose do processo a todo momento, priorizando as avaliações formativas e intervenções imediatas (curto espaço de tempo); 3. Organização dos mapas de aprendizagem, discriminando o que é habilidade focal (essencial) daquilo que é habilidade complementar (apoio ao essencial); 4. Manter a implementação da BNCC e garantir a aprendizagem de todos. Iolene Lima
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Rede de cooperação entre escolas cristãs: a união faz a força
Você sabe o que é rede de cooperação? Você sabia que as escolas cristãs podem se unir em rede para sonhar junto e fortalecer o mercado? A Veredas Educacionais conversou com três especialistas para discutirmos sobre os tipos de cooperação e como integrar-se a uma rede pode ser a resposta para tempos difíceis. A pandemia da Covid-19, que teve uma expressão significativa no Brasil a partir de março do ano passado (2020), trouxe muitas dificuldades e crises: sociais, econômicas, políticas e outras. 2021 parecia para todos nós o ano da esperança, contudo, com o aumento considerável de mortes nos solos brasileiros, a situação continua crítica. O mercado educacional não foi poupado: infelizmente, muitas
escolas cristãs, principalmente de educação infantil, não conseguiram sobreviver e tiveram de fechar as portas. Nesse contexto desafiador, a união e integração em rede se tornou imperativa para garantir fôlego e soluções coletivamente. O que é rede de cooperação? Rogério Scheidegger, consultor da Prospecta Educacional, inicia com a própria definição de rede que sendo de futebol ou vôlei, ou
até de varanda - é um conceito amplo definido pela integração de um ponto com outros. Dessa maneira, podem existir várias redes - formadas por pessoas, empresas - e associações. Assim como existem inúmeras possibilidades de promover essa união, seja por uma associação de escolas cristãs, como ACSI E AECEP por exemplo, com redes de escolas cristãs ou com o uso de sistemas de ensino. E, claro, não podemos ignorar, por
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meio de fóruns e grupos que unam gestores cristãos em prol de uma missão comum: educação de qualidade com princípios. Mercado educacional cristão atual Para o Professor Márcio Malerbi, gestor do Sistema Mackenzie de Ensino , que tem uma rede com mais de 400 colégios parceiros, esse momento é delicado e pede muita dedicação e união entre os gestores. “Nós vimos, durante o ano passado, muitas escolas fechando as portas, principalmente a de Educação Infantil. Nesse contexto, cada colégio está tendo de se reinventar, renovar propostas, valores e mostrar a importância dela para a construção do futuro dos nossos alunos”, destacou. Já o Professor Claudinei Franzini, diretor de expansão da Rede Batista de Educação e diretor do Instituto Héxis / Programa BENE, destacou os impactos socioemocionais na vida das crianças e adolescentes. “Agora, com o aumento da intensidade do vírus, as crianças em casa terão um problema pro futuro que a gente não está conseguindo dimensionar agora, no sentido da autoestima intelectual e da motivação para o estudo. Não é fácil o momento, mas isso de trabalhar em rede é muito positivo, uma vez que pensamos coletivamente em saídas”, apontou. Preço x Valor Outro aspecto notado, segundo Rogério, em relação ao mercado educacional, é o surgimento do interesse de grandes grupos educacionais na compra de escolas - o que faz com que o valor das mensalidades seja reduzido drasticamen-
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Temos de identificar os objetivos comuns e, a partir deles, criar rede de cooperação e conexão, sentindo as necessidades e trabalhando em cima delas - Márcio Malerbi
“ te, fazendo com que as pequenas escolas sofram com a concorrência. Nesse contexto competitivo, Márcio considera que o grande diferencial de uma escola menor e cristã é o valor agregado aos alunos, aos pais e na formação da cidadania. “Se por um lado existem escolas com o preço mais barato, por outro o valor agregado é o mais importante. A educação é um tema muito estimado para que os pais escolham apenas baseado em números. Se a escola tem uma comunicação concisa, agrega valor com uma educação de qualidade e com princípios, o seu preço será provado pelo seu valor”, defendeu. Professor Claudinei, além de corroborar com a importância de agregar valor, destacou um ponto importante: capelania e relação com a família. “Somado à necessidade de agregar valor - com uma proposta pedagógica consistente, boa plataforma educacional, socioe-
mocional, bilíngue e outros - há de se pensar em estreitar os laços com a família e investir em capelães comprometidos com essa união. A capelania é um pilar fundamental da educação com valores”, frisou. Integração na prática Para falar sobre integração na prática, a nossa entrevistada foi a Professora Mônica Pinz Alves, diretora da Rede Excellent [de escolas] e membro da diretoria da AECEP. A Rede Excellent integra escolas para oferecer uma educação de excelência e para assessorar gestores(as) nas mais diferentes áreas: administrativa, pedagógica, financeira, gestão de pessoas, comunicação e jurídico. “O sonho começou lá atrás, em 1998, com uma escola missionária em uma cidade do interior. Conhecíamos a AECEP e tínhamos uma educação com valores, mas sem a metodologia específica da Abordagem Educacional por Princípios (AEP). Com o tempo, tivemos oportunidade de assessorar igrejas,
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para problemas externos, como a pandemia, que vem impondo inúmeros desafios para o mercado educacional. “Justamente em 2020 foi mostrado o valor e os benefícios dessa união. Nossas escoÉ importante entender que las já pensavam na eu tenho uma experiência, o possibilidade de outro tem outra e que implantar ensino juntos podemos agregar híbrido. O momento chegou e tivemuito mais e vamos muito mos de aprender mais longe. O sonho vai na prática. À époacontecendo junto.” ca, a associação, Mônica Pinz grupos, lives e conteúdos da Prospecta foram nos dando consistência e entendimento do momento e como auxiliar as escolas levando em consideração as próprias características de cada grupos de professores e gestores - uma. Sozinhos, seria muito mais contudo, a formalização só aconte- difícil passar por isso”, ponderou. ceu tempos depois”, lembrou. Claudinei exemplificou práticas Mônica conta que, para ela, estar positivas de integração e cresciem uma rede é fundamental para mento mútuo. “Quando penso em quem quer oferecer uma educação ensino médio, penso em mostras de qualidade e, mais do que isso, de profissões online, que incluíspara quem quer, de fato, fazer par- sem vocação e missão, na qual cada te de algo, sonhar junto e realizar. escola apresenta uma profissão e a “No momento, me sinto parte de gente soma e agrega juntos. Além algo que já existe, que está defini- disso, vejo de forma positiva a criado, que dá sustentação e que tem a ção de ambiente de repositório de mesma visão e a mesma missão. materiais (vídeos, simulados, ativiNesse sentido, chamamos as esco- dades extraclasse, planos de aula las que vêm até nós para a integra- de educação cristã e outros) como ção. Nunca foi sobre ser uma fran- forma de colaboração”, citou. quia, por exemplo, e sim rede de Outro item latente para o procooperação em prol dos mesmos fessor é a implantação da educação objetivos: pela vida em abundância, socioemocional e de projetos de pelas nossas crianças e famílias”, vida, que são demandas para o ensiexplicou. no médio. “É importante que as Para Mônica, a riqueza dessa escolas entreguem esse tipo de junção em rede consiste nas dife- contribuição mútua para ofertar renças e identidades diversas - e essa qualidade e valor agregado toda a troca que permeia esse pro- para famílias e alunos”, completou. cesso e viabiliza saídas coletivas Por último, mas não menos im-
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portante, Claudinei citou a importância da capelania. “Preparar nossos capelães para estar junto das famílias que estão trancafiadas em casa com seus filhos. Oferecer apoio e aconselhamento de qualidade é fundamental”, constatou. Para o Professor Márcio, a rede [de conhecimento] possibilita a capacitação de professores de uma forma mais rica. “Estamos pensando na capacitação: formação de excelência, professores capacitados, lives com autores e professores que ministrem capacitação e conhecimento e o resultado aparecerá”, garantiu. A integração de uma nação Para Mônica, essa lógica de integração pode - e deve - se espalhar pelo Brasil inteiro ao invés de ficar restrita a pequenos grupos. “No ano passado (2020), ficou muito claro que não vivemos sozinhos - embora tenhamos de estar sozinhos por um bem maior - e que, sim, estamos conectados e isso mostra que não vamos crescer, avançar sozinhos: sempre precisamos do outro”, salientou. “Nesse sentido, é importante encontrarmos os pontos / necessidades em comum e entender que eu tenho uma experiência, o outro tem outra e que juntos podemos agregar muito mais e vamos muito mais longe. A outra questão que vejo é que essa rede de pessoas vai contribuir para trazer nossas pessoas e o meu sonho vai acontecendo e outras pessoas fazem parte”, completou. Ela finalizou falando que, embora muitas coisas venham derrubar a paz e otimismo, em rede, nós fazemos boa educação. “Nós como equipe, estamos na retaguarda para auxiliar os profes-
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sores nesse papel tão importante de mudar a vida de todos os alunos e famílias impactadas pela nossa educação com propósito. No momento que o pai se emociona dizendo que o filho aprendeu a ler por meio de aulas online, tudo se justifica e o resultado desse trabalho a muitas mãos aparece. Isso é ser rede”, concluiu. Afinal, se isso não é viver o evangelho por meio da educação, o que mais seria?
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É importante que as escolas entreguem esse tipo de contribuição mútua para ofertar essa qualidade e valor agregado para famílias e alunos Claudinei Franzini
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Pesquisa
O EFEITO DA PANDEMIA NAS ESCOLAS E SOBRE O CONHECIMENTO A RESPEITO DE REDES DE COOPERAÇÃO
1• Sua escola perdeu alunos durante a pandemia? SIM - 100%
Demissãodefuncionários- 42% Cortar outros tipos de investimentos - 54%
2• Se sim, quantos alunos? Até 20 alunos - 20% Entre 21 e 30 alunos - 36% Entre 31 e 50 alunos - 16% Entre 51 e 100 alunos - 20% Mais de 100 alunos - 08%
6• Quais as principais estratégias que vocês utilizaram para não perder alunos? Marque as opções pertinentes. Negociação - 84% Descontos - 76% Reforçar o marketing - 48% Investir em tecnologia - 48% Outras - 24%
3• Em qual nível sua escola perdeu mais alunos? Educação infantil - 80% Ensino Fundamental I - 8% Ensino Fundamental II - 8% Ensino Médio - 4% 4• Em relação à inadimplência: Subiu consideravelmente - 52% Subiu um pouco - 12% Ficou estável - 36% 5• Se a sua escola teve perda de alunos, vocês tiveram que tomar alguma medida para buscar o equilíbrio nas contas? Marque as opções pertinentes. Suspender temporariamente o contrato de professores - 38% Suspender temporariamente o contrato de funcionários - 42% Demissão de professores - 42%
7• Qual é a sua expectativa em relação à economia para 2022? Vamos continuar em crise - 12% A economia vai melhorar gradativamente - 80% A economia terá um alto crescimento - 08% 8• Você sabe o que é redes de cooperação entre escolas? SIM - 44% NÃO - 56% 9• Se você NÃO conhece a respeito de redes de cooperação, gostaria de conhecer mais sobre o assunto? SIM - 82% No momento não interessa - 18%
Pesquisa respondida por 25 escolas cristãs / abril de 2021
10 • Se você conhecer a respeito de redes de cooperação, como você considera a criação de uma rede de cooperação de escolas cristãs? Considero perfeitamente viável - 78% Penso que o assunto deve ser melhor discutido - 22,2% 11 • Se for criada uma rede de cooperação entre escolas cristãs, para otimização de custos, criação de diferenciais e melhoria na gestão e na área pedagógica, a posição da sua escola seria: Associar a esta rede de cooperação - 37% Estudar melhor o assunto - 63% Não ingressar - 0% 12• Qual ou quais áreas você considera que as escolas cristãs podem integrar em uma rede de cooperação: Marketing - 72% Compras - 28% Capacitação docente - 84% Material didático - 52% Projetos e eventos - 64% Ensino bilíngue - 52% Outros - 24%
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Marketing
Projeto de comunicação compartilhada
entre escolas cristãs A iniciativa criada pela Prospecta Educacional, com foco em escolas confessionais, viabiliza ações de comunicação e já atua em 04 estados. Com custo acessível, o trabalho enfatiza os valores cristãos como principal diferencial das instituições cristãs. Você é gestor educacional e acredita que o seu colégio precisa aprimorar o seu marketing para conquistar e fidelizar alunos? Pensa também que o maior diferencial da sua instituição é o fato de ser confessional e que isso precisa ser melhor divulgado? Então você não está sozinho. Trabalhando há mais de 30 anos com gestão e marketing educacional, Rogério Scheidegger, sócio da Prospecta Educacional, conta que ouviu muitas vezes essa queixa de diretores e administradores escolares. “Apesar da certeza que precisam investir em marketing, os gestores sempre ressaltam a dificuldade em contratar um trabalho profissional, pois o custo de uma agência de propaganda é elevado, tornando inviável para algumas instituições. Para superar essa dicoto-
mia, nasceu o nosso projeto”, afirma Rogério. Um projeto inteligente Para viabilizar um trabalho profissional, com foco nas principais deficiências nessa área nas escolas cristãs, a Prospecta lançou um projeto inédito de comunicação compartilhada. “Há 03 anos, iniciamos um projeto de comunicação inteligente para escolas cristãs. Ele é inteligente pois é compartilhado entre as escolas e ao mesmo tempo é 100% personalizado”, argumenta Rogério. Segundo ele, o projeto compartilha artes, ações e campanhas, mas tendo o cuidado de customizar as peças com imagens, cores e marca de cada escola. Também cria artes exclusivas sob demanda, que depois poderão ser compartilhadas.
Um projeto viável financeiramente Para o publicitário Leonardo Oliveira, também sócio da empresa de marketing educacional, a ideia é prover uma solução completa a um preço que qualquer instituição possa pagar. “Sabemos que mais de 70% das escolas cristãs no Brasil são de pe-
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O projeto é inteligente pois é compartilhado entre as escolas e ao mesmo tempo é 100% personalizado Rogério Scheidegger
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queno e médio porte, com até 500 alunos (conforme pesquisa da Revista Veredas – agosto/2020). Assim, a intenção foi criar um projeto com um custo possível de ser assimilado por qualquer instituição: aproximadamente um salário mínimo”, explica Leonardo. Ele ainda destaca que as escolas parceiras do projeto recebem pelo custo de um estagiário o serviço de uma equipe completa com: direto-
res de arte, redatores, social media, web designer e analistas de marketing. Um projeto que organiza O projeto da Prospecta organiza os principais pontos da comunicação escolar: mídias sociais, website, campanha de matrículas, comunicação interna e ações de marketing digital. Além disso, oferece uma consultoria remota de marketing
Projeto de comunicação compartilhado da Prospecta O projeto atende às principais áreas da comunicação educacional, com forte atuação no digital. Seu objetivo é favorecer a captação e retenção de alunos, destacando o diferenciais e o caráter confessional das escolas parceiras.
Campanha de matrículas
Mídias sociais
Marketing digital
Comunicação interna
Website
Depoimentos
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O Instituto Presbiteriano de Ensino de Nilópolis é grato a Deus pela parceria com a Prospecta. Reconhecemos o brilhante trabalho realizado tanto na assessoria quanto nos serviços de mídias e ainda nas janelas de oportunidade de conhecer outras escolas cristãs. Rogamos a Deus que esta caminhada seja duradoura!
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Prof. Márcio Muniz da Silva - Diretor do IPE Nilópolis / RJ
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Apesar de todas as limitações impostas pela pandemia, podemos afirmar que a Campanha de Matrículas para 2021 foi a melhor da história da instituição. Também estamos satisfeitos com os trabalhos mensais prestados pela Prospecta. Agora podemos afirmar que possuímos um plano e um direcionamento em nosso marketing. O sentimento é de gratidão a Deus por ter nos possibilitado conhecer a Prospecta e gratidão à Prospecta, seus diretores e equipe de trabalho pelo bom relacionamento que estamos desenvolvendo.
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Consultoria remota
Pr Lineu Wutzke Diretor • Escola Betesda Toledo / PR
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para o gestor da escola que adere ao projeto. “A falta de padrão na comunicação escolar pode passar a imagem de desorganização. A qualidade da sua apresentação reflete a qualidade percebida dos seus serviços educacionais”, frisa Leonardo. Um projeto confessional “Confiar nossos filhos a uma escola que educa com os mesmos princípios e valores que cremos: nada é mais relevante. As escolas confessionais fazem isso com diligência, mas a maioria não evidencia bem esse fato em sua comunicação”, constata Leonardo. Para o publicitário, diferenciais como programa bilíngue, aula de robótica, resultados no ENEM, entre outros, costumam ser o principal foco da comunicação em esco-
las cristãs, muitas vezes deixando de falar das ações de capelania, dos projetos de ensino religioso ou de eventos que revelam a confessionalidade da instituição. “O projeto de comunicação compartilhada da Prospecta engloba todos os lados da vivência educacional”, conclui Leonardo. Um projeto que cresce Mesmo com a pandemia, o projeto cresceu em 2020 e, hoje, atende escolas em 05 estados. “Quanto mais instituições, mais diferenciais poderemos entregar”, finaliza Rogério, que convida a todos os gestores de escolas cristãs a conversarem a respeito do projeto com a equipe Prospecta.
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A qualidade da sua apresentação reflete a qualidade percebida dos seus serviços educacionais. Leonardo Oliveira
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Captação de imagens para campanha
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O Colégio Batista Fluminense há 03 anos tem desenvolvido uma parceria de sucesso com a Prospecta, que tem nos possibilitado um trabalho mais eficiente na área de marketing. Convido a você, gestor de escola confessional, a conhecer também a Prospecta, para que possamos cumprir a nossa missão de educar com princípios e valores da Palavra de Deus.
Para nós do Instituto de Ensino Caminhos Eternos conhecer a Prospecta Educacional foi um presente de Deus . Nos atendem de forma profissional e com excelência em todos os aspectos as nossas necessidades no trabalho que desenvolvem. Estamos colhendo o fruto dessa parceria. Obrigada, Prospecta Educacional, por nos ajudar!
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Margareth Lilian Ribeiro Barbosa Instituto de Ensino Fundamental Caminhos Eternos Paraguaçu Paulista / SP
Pr Jadyr Peixoto de Lima Diretor Colégio Batista Fluminense Campos / RJ
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A Prospecta nos ajudou em um período onde precisávamos encontrar novos rumos e vislumbrar novas perspectivas. Desde os primeiros contatos eles foram atenciosos e nos ouviram, conseguindo assim entender e nos proporcionar o que nós precisávamos. Comprometimento na entrega do trabalho, criatividade e ótimo atendimento são pontos que definem esta equipe. Claramente acertamos na escolha. Parabéns, Prospecta.
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Kléber Antônio dos Santos Diretor executivo Colégio Cristão V.E.R Belo Horizonte / MG
Contatos Prospecta • WhatsApp: (27) 98115-5312 • 99256-6767
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Aniversário
Instituto Metodista de Petrópolis
completa 40 anos Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro, conhecida como “cidade imperial”, sempre foi referência nacional em educação de qualidade oferecida pelas suas instituições de ensino. Entre elas, destaca-se o Instituto Metodista de Petrópolis, com 04 décadas de história. Influenciado por séculos de tradição em ensino metodista no mundo, desde 1981, o IMEP – Instituto Metodista de Petrópolis é referência por oferecer uma educação que vai além da formação intelectual, pois valoriza a orientação moral e ética, de acordo com os princípios cristãos. Ademais, o Metodista de Petrópolis conta com uma completa estrutura educacional, da educação infantil ao ensino médio, totalmente adaptada para o ensino híbrido. Educação confessional A Professora Enir Pereira, diretora do Instituto Metodista de Petrópolis, destaca que “mesmo com todo investimento em modernas práticas educacionais, como ensino
bilíngue, aulas de robótica, ensino digital e diferentes projetos, o principal diferencial do Metodista é promover uma educação de excelência com valores cristãos”. Esse fato se faz presente em atividades como a pastoral escolar, o coral Metodista de alunos e o acolhimento oferecido aos alunos e suas famílias – além da preocupação em proporcionar uma educação inclusiva. Destaque nacional no ENEM No ENEM em 2019, o Metodista foi destaque nacional. De acordo com o aplicativo Raio-X das Escolas, criado pelo portal de notícias G1, comparando as médias no ENEM dos alunos do Metodista com a média de outras escolas
particulares de Petrópolis, do Rio de Janeiro e do Brasil, os alunos da Instituição estão à frente de todos. Educação para grandes conquistas Segundo o Pr. Ewander Ferreira, pastor da Catedral Metodista de Petrópolis e presidente da assembleia do IMEP, “ser parte da família do Metodista de Petrópolis é ser parte de uma história de sucesso, construída com alegria, realizações, com raízes profundas e valores cristãos. Aqui reunimos amor como forma de educação, excelência como padrão e foco em resultados que impactam a vida de nossos alunos. Uma educação para grandes conquistas”.
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Marketing
Reflexão sobre ações de comunicação e marketing em tempos de pandemia Tempos incertos costumam causar estranheza e confusão, o que é muito normal. Contudo, é importante que o receio não impeça uma ação estratégica da parte dos gestores educacionais no que tange ao posicionamento, comunicação e marketing da escola. Vamos debater mais profundamente esse assunto e encontrar soluções juntos?
Paulo Abrantes Executivo sênior com mais de 20 anos de experiência nas áreas de Comunicação, Marketing e Negócios. Professor universitário. Em julho de 2020 foi convidado pelo Ministro da Educação para compor sua equipe ministerial.
Em situações de crise, como a que a humanidade está passando, os primeiros sentimentos que surgem são o medo e a incerteza. Até certo ponto, estes sentimentos são aceitáveis, desde que eles não paralisem o raciocínio e a capacidade de agir de forma assertiva. A serenidade permite o fluxo da energia combativa, consciente e ágil. São os momentos de crise que separam o amador do profissional. Nesse momento, quem se planeja tendo em vista o longo prazo não se intimida com o mau tempo momentâneo. O executivo diligente, o empresário visionário, assim como um marujo que navega as ondas do mar turbulento, sobressai em meio
a tempestade, até chegar a águas calmas. TUDO MUDOU Acredito que lembraremos, daqui a alguns anos, que a partir de 2020 nossas vidas mudaram radicalmente. Mais de que isso: que nosso comportamento foi afetado de forma radical. Não seremos mais os mesmos! Muita coisa mudará daqui para frente. Nossos hábitos de consumo, nossos relacionamentos, nossos negócios, nossa educação, nosso sistema de saúde, nossa cultura, tudo, absolutamente tudo será impactado em maior ou menor grau. A pandemia da Covid-19 está
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Não caia na cilada de diminuir suas ações de Comunicação e Marketing achando que o momento não é adequado. Ele é sim!
“ causando inúmeros impactos para todos os setores da sociedade. Saúde, economia, ciência, cultura, política e educação talvez sejam os principais, isso sem falar nas perdas de vidas humanas, na preocupação com as populações mais carentes e nos danos que decorrerão da paralisação dos meios de produção. Em meio a todo esse caos sem precedentes, vivemos um período de incertezas que impacta todos os indivíduos e todas as empresas. Neste cenário incerto e desafiador, há perguntas não querem calar: como ficam as empresas? Como trabalhar a imagem da empresa sem parecer oportunista? Como trabalhar ações de Comunicação e Marketing neste cenário tão desafiador? DESAFIOS DO MARKETING NA ATUALIDADE Ruptura, quebra de paradigmas, novo normal, mundo póspandemia, etc, etc, etc. Não importa a expressão, a frase, o adjetivo, o fato concreto é que nada será como antes! As empresas terão de rever seu modus operandi em todos os seus departamentos. As ações de Comunicação e Marketing mais do que nunca precisarão ser assertivas, já que os recursos terão de ser investidos com muita precisão. Nós, que criamos campanhas de
marketing, estamos acostumados a constantemente avaliarmos a mensagem, os resultados e o impacto destas ações. Também estamos sempre antenados para calcularmos os riscos e maximizarmos as oportunidades. Entretanto, mesmo para quem tem o hábito de mensurar constantemente e está acostumado com a velocidade dos canais digitais, as mudanças trazidas pela pandemia da Covid-19 têm tido uma velocidade avassaladora. Cabe aqui uma importante reflexão: precisamos repensar sobre como marcas e instituições devem se comunicar nesse momento de crise. É um tempo de desafios – mas também de oportunidades para fidelização de clientes – de rever conteúdos, redesenhar processos de comunicação e, mais do que nunca, sair do obvio e pensar fora da caixinha como se diz! As empresas têm de mostrar sua cara, sua personalidade! A internet possui algo que muitas organizações ignoram: memória! Depois que toda esta pandemia tiver passado, as pessoas farão o seguinte questionamento: “Qual foi a postura da sua empresa durante a pande-
mia? Ela não fez nada em prol da sociedade? Se omitiu? Então, com certeza, não é uma boa empresa!” QUATRO SAÍDAS PARA UM MARKETING CONSISTENTE Existe um velho ditado que diz que “se conselho fosse bom não se dava, se vendia”, entretanto, vou me arriscar a dar alguns conselhos aqui baseados nos meus mais de 20 anos atuando tanto como executivo e consultor quanto professor universitário, além de ser um apaixonado pelo assunto. Vamos lá: “Conselho nº 1”- Reforce suas ações de Comunicação e Marketing! Não caia na cilada de diminuir suas ações de Comunicação e Marketing achando que o momento não é adequado. Ele é sim! Tudo é questão de bom senso para que você não seja considerado oportunista. Na realidade, esta é uma oportunidade de ouro para ampliar bastante sua audiência. Pense comigo: as pessoas estão em casa, passando muito mais tempo onli-
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ne. Momento perfeito para se produzir conteúdo relevante, de qualidade, como vídeos, webnars, ebooks, etc. Um momento de crise como este pode alavancar sua autoridade online, principalmente se sua empresa tiver a sensibilidade para entregar um conteúdo pertinente e que possa contribuir para aliviar as dificuldades das pessoas neste momento. “Conselho nº 2”- Transforme eventos presencias em eventos online! Grande feiras, convenções e eventos estavam planejados para 2020 e 2021. Com exceção daqueles que ocorreram no primeiro trimestre de 2020, os outros todos ficaram inviáveis por conta do isolamento social, e sejamos francos, assim será a nossa vida enquanto não tivermos vacina para todos. Estas feiras e conferências costumam ser fundamentais para as ações de marketing e vendas de empresas de diversos segmentos. Em algumas indústrias, por exemplo, aquelas que lidam com equipamentos de grande porte, os “tradeshows” podem responder por até 90% das vendas anuais. Imagine as verdadeiras fortunas que são movimentadas no Marketing Esportivo em eventos como a
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Fórmula 1, o Super Bowl, os campeonatos de futebol no mundo todo e por aí vai! Em 2020, teríamos as Olimpíadas de Tókio que foram postergadas para 2021! Portanto, na medida do possível, reagende o evento presencial ou migre para o formato online. “Conselho nº 3” - Use e abuse da tecnologia utilizando as ferramentas de Analytics para entender melhor seu público alvo. Já que as pessoas estão em casa passando muitas horas na Internet, nada melhor do que usar as ferramentas digitais para se medir gostos, tendências, comentários e fazer uma infinidade de análises sobre o comportamento do consumidor. Existe uma grande quantidade de métricas e técnicas para se qualificar um lead e trabalhar sua base de clientes fidelizando e rentabilizando os mesmos. “Conselho nº 4” - Tente contribuir com a sociedade na luta contra a Covid-19 São inúmeras as empresas que vêm se destacando positivamente no combate ao novo coronavírus. Existe uma infinidade de bons exemplos nesta área: A Gol permitiu que profissionais da saúde
Um momento de crise como este pode alavancar sua autoridade online, principalmente se sua empresa tiver a sensibilidade para entregar um conteúdo pertinente e que possa contribuir para aliviar as dificuldades das pessoas neste momento.
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viajassem gratuitamente. A Hering fabricou uniformes e máscaras para equipes médicas. A Ypê produziu e distribuiu álcool em gel para entidades de saúde. Os bancos Santander, Itaú e Bradesco, juntos importaram 5 milhões de testes rápidos para detectar o Coronavírus. A Magazine Luiza doou R$10 milhões para o tratamento e o suporte às vítimas da Covid-19. “Mas minha empresa é pequena, o que posso fazer? Não tenho como realizar ações dessa magnitude!” Ainda que sua empresa seja pequena (ou mesmo uma micro empresa) ela pode tomar uma série de ações simples, porém eficazes, como: Implementar home office, ser mais exigente nos cuidados com a higienização da empresa, enviar para os clientes informações de fontes seguras sobre como se proteger do vírus, fomentar o economia local comprando de comerciantes e fornecedores locais e, na medida do possível, não demitindo seus colaboradores. Trabalhar as redes sociais no sentido de fornecer informações úteis a seus clientes e a sociedade em geral. Ter empatia na comunidade em que atua, principalmente apoiando iniciativas que sejam socialmente corretas e responsáveis. Mas lembre-se: as ações sociais devem ser coerentes com a realidade da empresa e da comunidade! Elas precisam ser verdadeiras para surtirem efeito. Não basta fazer uma ação social, é fundamental que essa ação não seja uma simples “jogada de marketing”. Mas que seja uma atitude verdadeira e faça parte da personalidade da empresa. Com essas medidas, com certeza a sua empresa se destacará e se fortalecerá nesse momento delicado. Vamos juntos!
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Liderança
Gestão compartilhada: humildade é a capacidade de reconhecer a importância do outro Uma gestão compartilhada nasce do entendimento de que um líder não consegue gerir uma escola sozinho: é necessário um trabalho a muitas mãos para garantir inovação e eficiência nos mínimos detalhes.
Marli Lebkuchen Lange Diretora Executiva Associação Nacional das Escolas Luteranas - ANEL
Século XXI, globalização, tecnologias, conexões que ultrapassam qualquer barreira física e de distância. Todas as organizações estão em constantes transformações. Liderança que olha para o hoje projetando o futuro, investigando, analisando e interpretando todos os desafios é diferencial. Enfrentar o novo, o desconhecido com a certeza de que sua empresa e equipe estão preparadas, com margem de segurança, é se antecipar ao futuro com projeções de crescimento e expansão. O que é a gestão compartilhada? Essa realidade é uma tendência mundial, fato que alerta o mercado da educação e, consequentemente, as escolas para a necessidade de implantar uma gestão mais participativa e compartilhada, visto que são os diretores os elementos cen-
trais das equipes gestoras e que, portanto, devem ter como base o fortalecimento do trabalho coletivo, a ética profissional e o comprometimento com a educação para garantir sua existência. O gestor, para atuar de forma construtiva, deve ter visão contextualizada e flexibilidade para agir frente às mudanças que ocorrem fora do contexto escolar e que refletem na escola. A instituição de ensino, no novo milênio, se enquadra numa visão administrativa em que o estabelecimento de metas e administração por resultados passa a ter papel fundamental no sucesso dessa organização, que é prestadora de serviço de qualidade, dentro de um mundo competitivo onde eficácia, eficiência e velocidade são tônicas para a sobrevivência. Sendo assim, a gestão educacional
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compartilhada é tendência, visto que divide responsabilidade de forma integrada e unificada entre seus membros, na qual busca estabelecer as diretrizes metodológicas que norteiam o processo educacional, tendo como princípio balizador a união de seus membros sobre o estabelecimento de um planejamento conjunto, criado por membros articulados e organizados, no intuito de promover subsídios necessários para o desempenho das atividades inerentes ao processo educacional. Ou seja, promover educação com foco na inovação, cujo objetivo está fundamentado em capacitar, atualizar e inovar constantemente a gestão, adaptada aos vários cenários contemporâneos. Esta é indiscutível uma condição necessária para manter a sustentabilidade e, consequentemente, a sobrevivência das escolas. Vantagem competitiva Aliar qualidades (conhecimento e experiência) e ter estratégias bem desenhadas e definidas em conjunto, é indispensável na gestão de uma equipe de sucesso. A principal vantagem competitiva de uma gestão compartilhada é justamente integralizar as diferentes possibilidades de resolução de um mesmo problema e/ou desafio, utilizando as diversas qualidades e “capacidades” presentes em cada integrante de seu time. Quando há divisão entre as “lideranças”, proporcionalmente, também há maior aproveitamento dos profissionais de modo geral. O planejamento realizado de maneira conjunta possibilita que todos os envolvidos desenvolvam uma visão do todo, o que determina e norteia a construção de um trabalho uniforme. Implantação A implantação da gestão compartilhada na escola, portanto, não
é tarefa fácil. Por isso, faz-se necessário um trabalho preliminar de conscientização e quebra de paradigmas, balizado por uma concepção tradicional, onde a zona de conforto deve ser abandonada, cedendo espaço para os desafios que uma gestão compartilhada efetiva propõe às instituições. A gestão compartilhada não precisa ser necessariamente fixa. A estratégia pode ser aplicada quando houver necessidade, pois o objetivo é unir forças entre todos os profissionais da escola, sabendo dosar as “energias”, conforme as necessidades e o grau de importância. A prática da gestão compartilhada exige discernimento para onde se pode e se quer ir. O ato de tomar decisões sábias pode ser norteado pela citação bíblica encontrada em Provérbios 15.22: “Onde não há conselho fracassam os projetos, mas com os muitos conselheiros, há bom êxito”. Objetivo Desta forma, o objetivo da Gestão Compartilhada é, justamente, qualificar, ouvir e dividir anseios e resultados, de forma participativa e transparente, visando identificar e utilizar as melhores práticas, promovendo partilha de resultados que auxiliem no processo de tomada de decisões. Equipe integrada e unida é resultado de um excelente trabalho do líder, que consequentemente aprendeu a “lidar” com pessoas, tarefa inerente a qualquer instituição de ensino, que por sua essência e natureza, forma e serve pessoas. Sim, servir, como bem nos ensinou o maior líder da humanidade: Jesus Cristo. No livro de Mateus, no Novo Testamento, Jesus faz uma declaração sobre liderança que diz que qualquer um que pretenda tornarse Líder deve primeiro servir. Para tanto, nos coloca que liderança
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Enfrentar o novo, o desconhecido com a certeza de que sua empresa e equipe estão preparadas, com margem de segurança, é se antecipar ao futuro com projeções de crescimento e expansão.
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deve ser afirmada por meio da autoridade, não por meio do poder, com gestos e atitudes, com a demonstração da força do caráter. E assim foi com Jesus, que por meio de pregações, milagres e solidariedade provou ser o messias, ser o líder que o povo esperava. Na Gestão Compartilhada são esses ensinamentos que devem balizar a construção do espaço educativo, tendo como objetivo construir, e não destruir; educar, e não oprimir; fortalecer, e não dominar; incentivar, e não “segurar”. A coragem e a esperança na construção de instituições que transformem o mundo por meio da educação, estão nos grupos de pessoas que integram a gestão escolar, que são liderados por meio de um trabalho fundamentado em valores tais como cooperação, atitude, transparência e amor. Em tempo, e por fim, usemos a metáfora do jardineiro, que é campo rico em ensinamentos sobre a condição humana: “Sejamos como um jardineiro que cultiva variadas flores, mas sabe apreciar as qualidades de cada uma delas, com olhar colaborativo para a beleza do jardim e o sucesso de seu trabalho”.
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VEREDAS EDUCACIONAIS
Psicologia
Neuroworking:
vencendo os desafios atuais por meio do trabalho em rede Como ferramentas da Inteligência Emocional podem ajudar aos educadores a serem mais do que vencedores em tempos de crise e angústia promovendo vida, saúde e resultado no ambiente em que estão inseridos.
André Aragão Viana Palestrante, Psicólogo e idealizador do Projeto MIND UPS. Especialista em Neuropsicologia e servidor público na área da saúde do RJ.
Não é nenhuma novidade que a Pandemia, em escala mundial, tenha mexido, profundamente, dentro das mais variadas áreas de nossa vida, tais como: economia, educação, saúde, etc. No entanto, no caso da vida cotidiana da escola, podemos dizer que ela foi virada de “ponta a cabeça”. Quando imaginaríamos que professores do ensino infantil e do ensino fundamental, por exemplo, dariam aula não somente para as crianças, mas também para outros membros de suas respectivas famílias, sempre presentes no dia a dia online? E que viveriam muitos casos de professores apavorados com as interferências recorrentes de pais ansiosos? Muitas vezes, no ano passado, fui solicitado com a palestra: “Pais ansiosos, filhos irritados e professores estressados.”, com certeza em função do ambiente educacional estar cercado de medos, ansiedades, angústias e tremendos desafios, vivenciados em
conjunto por todos nós, que de alguma forma, vivemos ou usufruímos do dia a dia escolar. Não tenho dúvida de que, em um momento ou outro, você possa ter vivenciado este medo ou angústia, sozinho ou coletivamente, no ambiente educacional e familiar no qual está inserido. DADOS De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), agência da ONU responsável por acompanhar e apoiar a educação, comunicação e cultura no mundo, a pandemia da COVID19 já impactou os estudos e a saúde emocional de mais de 1,5 bilhão de estudantes em 188 países – o que representa cerca de 91% do total de estudantes no planeta. O que nos leva a crer que juntamente com os estudantes sofrem também suas famílias e suas respectivas escolas.
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Aliado a este cenário de filme de ficção científica constata-se ainda, conforme relatório da Dell Technologies, mencionado em reportagem da Época Negócios, que aproximadamente 85% das profissões em 2030, aquelas que serão ocupadas pelas gerações Z e Alpha, sequer existem hoje em dia, aumentando os imensos desafios dos projetos pedagógicos atuais. TRABALHO EM REDE No entanto, após relatar estes fatos, gostaria de trazer neste artigo, uma excelente novidade: 2022 será o melhor ano de todos os tempos para a rede de escolas particulares que realmente entenderem o trabalho em rede (Neuroworking), que detalho até o final deste artigo. Esta não é uma informação leviana, mas baseada em fatos. Ora, nenhuma outra instituição teve que mudar e se adaptar tanto em tão pouco tempo. Nunca, na história recente, as famílias e os próprios alunos almejaram e valorizaram tanto a presença, o bálsamo, das atividades presenciais de suas respectivas escolas. Bom, a boa notícia é que o tempo de transformação está na reta final e os educadores que se prepararem para esta nova fase voarão como borboletas recém-saídas de seus respectivos casulos. Para isto, dois posicionamentos do Neuroworking são necessários: 1 – A escola precisa entender profundamente todo seu processo de reorganização, onde estruturas hierárquicas engessadas de funcionamento estão, na verdade, prestes a ruir. O fluxo anteriormente que ia da escola para os pais, hoje, se dá de forma horizontal no qual familiares participam da aula e os professores estão constante-
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Somente sobreviverão as tempestades atuais aqueles que estiverem plenamente submergidos nestes novos conceitos de Inteligência Emocional.
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mente no enfrentamento diário com dúvidas, angústias e questionamentos. Todas estas estruturas devem ser devidamente repensadas desembocando no processo de Neuroworking, onde seguem-se as seguintes etapas: Reposicionamento Estratégico, Produção de Links Emocionais, Levantamento de Processos de Transformação, Adequação da Inteligência Emocional nos Relacionamentos Sociais, Venda e Resultado. Somente sobreviverão às tempestades atuais aqueles que estiverem plenamente submergidos nestes novos conceitos de Inteligência Emocional. 2 – Os educadores precisam aceitar, profundamente, todo seu processo de superação. Sem medo de vencer, é necessário que ao terminar de ler este artigo, você comece imediatamente o processo de Neuroworking. Será imperativo transformar ativamente este novo mundo por meio de nossas habilidades e competências emocionais abrangentes no mundo real e tam-
bém no mundo virtual. Desta forma, ao trilhar a jornada adaptativa destas novas realidades sociais, cerebrais e emocionais, o socialworking e o neuroworking mudarão nossa forma de conceber o mundo. Com a devida aplicação prática, as equipes pedagógicas e as escolas conseguirão usar suas histórias, suas habilidades e suas estruturas em favor de seu sucesso e de sua sustentabilidade empreendedora e social. Família, Alunos e Educadores serão, com certeza, os empreendedores deste novo tempo. Estes dois passos citados são poderosíssimos se implementados juntos a todo processo educacional aplicado em rede. Sim, em tempo real estaremos constantemente conectados com o problema do outro. O que mais nos separou por tantos anos está prestes a nos unir como nunca antes. Famílila, Escola e Sociedade intrinsecamente conectados para além das apostilas e do conhecimento, mas ativamente utilizandose das soluções de problemas enfrentados por todos, de forma coordenada, colaborativa e tremendamente inovadora. Não cabe mais o pensamento do processo educacional vindo da direção escolar em direção ao aluno numa via de mão única. Não há mais como negar que as conexões socioemocionais, promovedoras de saúde, são muito mais rápidas e eficazes, vindo de todas as direções, acentuando o novo protagonismo do aluno e da escola num processo de aprendizagem muito mais dinâmico e intencional.
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PROJETO MIND UPS WhatsApp: (22) 99981-9292
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Gestão Socioemocional
Trabalhando as competências socioemocionais na escola As pessoas se tornam, em grande parte, aquilo que aprenderam, viram e viveram na infância, seja na família, na escola ou em outros espaços de convivência social. O ser humano é um ser relacional. E relacionamentos se propõem a criar laços, mas, muitas vezes, viram grandes nós.
Priscila Boy Pedagoga, diretora da Priscila Boy Consultoria, escritora e palestrante @priscilaboyconsultora boyconsultoria@ terra.com.br
Base Nacional Comum Curricular Segundo os dados do último censo do IBGE, o tempo de convívio diário dos pais com os filhos é de uma hora e meia, em média. Já no espaço escolar, quando multiplicamos o número de horas diárias por 200 dias letivos, percebemos que, em muitos casos, os alunos passam mais tempo na escola do que com os pais. Este dado assustador nos leva refletir a importância do papel da escola na vida das pessoas. Recentemente, foi publicada e homologada uma Base Nacional Comum Curricular, documento normativo que deve nortear toda a elaboração dos currículos das escolas em todo o país e visa definir as aprendizagens essenciais dos educandos. De acordo com as
orientações, todas as etapas de ensino deverão trabalhar com dez competências gerais – destas, quatro são predominantemente socioemocionais. Importância das habilidades socioemocionais na atualidade As competências socioemocionais se caracterizam pela mobilização de conhecimentos, habilidades e atitudes das quais lançamos mão para resolver situações-problema. Em muitas situações cotidianas, fazer a gestão das emoções é fundamental para que possamos nos tornar seres competentes. O século XXI nos coloca diante de novos desafios e a pandemia também exige de nós novas posturas. A entrada da tecnologia, as novas metodologias de aprendizagem, os ambientes colaborativos e a abertura para aprender novas coisas requer de nós flexibilidade e estabilidade emocional para lidar bem com as pressões e novidades. Com a globalização, rompem-se as fronteiras da convivência humana. Relacionar-se com povos diferentes, culturas diferentes exige de nós uma
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habilidade para lidar com as diferenças visando a aceitação da diversidade. Aceitar as diferenças de raça, cor, religião, etnia e pensamento exige olhar o outro também como cidadão de direito. Neste momento, vale o respeito, a aceitação, tolerância e principalmente a consciência de que não existe gente menor e maior, melhor ou pior. O que existe são seres humanos e que todos são alvo do amor de Deus. Perspectiva Humanizadora Outra exigência do século é lutar por sustentabilidade, cuidar do planeta, do meio em que se vive, ecologia ambiental e ecologia humana. Entender os desafios do mundo do trabalho, da sociedade do consumo e garantir relações de equidade e alteridade, não compactuando com a exploração humana. Esta geração, que vai ocupar lugares de liderança e participação no
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futuro, deve ser trabalhada dentro de uma perspectiva humanizada e humanizadora. Enxergar o bem comum e propor soluções para melhorar não só sua vida, mas a de todos. A escola não é um espaço apenas de aprendizagens cognitivas. Saber fórmulas, datas e conceitos é algo importante, mas pensar em uma sociedade igualitária e respeitosa também faz parte das soluções que o profissional do futuro deve desenvolver. Para isto, é preciso pensar em projetos que favoreçam a empatia, cooperação, cidadania e o bem comum. O educador do futuro tem a função de garantir que as relações se tornem cada dia mais saudáveis e mais harmoniosas. Trabalhar as competências socioemocionais na escola é contribuir para um mundo mais humano e mais feliz.
As competências socioemocionais se caracterizam pela mobilização de conhecimentos, habilidades e atitudes das quais lançamos mão para resolver situações-problema.
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Coordenação
O perfil do coordenador cristão
“A maior habilidade de um líder é desenvolver habilidades extraordinárias em pessoas comuns.” (Abraham Lincoln)
Lucimara Danielli Santana Gonçalves Graduada em Pedagogia com Especialidade em Inclusão Social e Deficiência Mental. Pósgraduada em Educação Cristã . Diretora Pedagógica do Colégio Novo Alvo.
Para pensarmos melhor sobre as características e habilidades que o coordenador pedagógico precisa ter e desenvolver ao longo de sua jornada como líder, vamos analisar a definição de algumas palavras chave no dicionário: Perfil: Conjunto de características ou competências necessárias ao desempenho de uma atividade, cargo ou função. Coordenador: Pessoa devidamente qualificada em determinada área para atuar na distribuição de tarefas. Aquele que confia a pessoas, a ela subordinadas, tarefas capazes da execução. Compete a ele: delegar autoridade a outrem; intervir sempre que necessário, corrigindo eventuais falhas; obter recursos junto à esfera superior; avaliar e
filtrar ideias que possam surgir e que possam ser úteis na execução de tais tarefas e que, de alguma forma, possam tornar o projeto mais viável. Cristão: Biblicamente e originalmente, o significado da palavra cristãos no grego é “pequenos Cristos” - dando um sentido de que o cristão deve ser uma cópia submissa de Cristo. A designação não está relacionada à religião de alguém, mas sim, à identidade que essa pessoa tem com a pessoa de Cristo. Nesse contexto, Cristo trouxe uma nova visão a respeito da função do líder. Quando questionado a respeito de quem deveria assentarse à sua direita, Ele respondeu: “... mas entre vós não deve ser assim. Pelo contrário, quem quiser ser
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importante que sirva os outros e quem quiser ser o primeiro, que seja servo de vocês.“ Mt. 20.26. O coordenador traz consigo a importante responsabilidade de liderar na dependência de Deus, mantendo seu devocional diário e intercedendo por seus liderados.
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Além de tudo, deve estar sempre preparado para resolver os conflitos com mente pacífica e estar apto para dar conselhos com sabedoria. Ainda, não menos importante, ter a responsabilidade em atualizar-se academicamente, estando constantemente preparado através do estudo.
Portanto, segue sete competências e habilidades que devem ser desenvolvidas para que o coordenador cumpra com sucesso a sua função:
Competências e habilidades de um
coordenador cristão Ser organizado O coordenador deve sempre fazer os seus planos com antecedência, criar e distribuir suas listas de tarefas, organizadas em uma agenda. Seu ambiente de trabalho deve estar sempre organizado e todos os detalhes a serem executados devem ser comunicados aos seus liderados com muita clareza. É válido reforçar que é necessário verificar se houve uma compreensão real através da conferência do processo e da supervisão na pontualidade e qualidade dessa execução. Também é importante que o coordenador conheça as habilidades dos seus liderados, identifique suas características individuais e as potencialize na distribuição das tarefas.
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Ser proativo
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Apresentar soluções e não problemas
O coordenador deve tomar a iniciativa em todas as situações e se antecipar ao problema com medidas preventivas. Ele deve estar sempre propondo melhorias e trazendo novas ideias. Deve ser um exímio prestador de contas, além de prestar feedback de tudo o que foi solicitado por seu gestor, antes de ser solicitado.
O coordenador deve atender prontamente às necessidades das famílias, resolver problemas com sensatez e bondade. Ele também deve pensar em todas as possibilidades até achar a melhor solução para os problemas que surgem em seu dia a dia. Caso desconheça a solução, deve pesquisar e procurar ajuda de quem sabe, levando ao seu gestor apenas questões que foram de extrema importância.
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Ser atento O ambiente escolar é agitado e apresenta alta demanda e interrupções. Por isso, é necessário que o coordenador esteja atento a todos os acontecimentos e à própria dinâmica de trabalho para não deixar passar despercebidas as solicitações da sua lista de tarefas, bem como os seus prazos de entrega.
Valorizar pequenas coisas É necessário que um coordenador seja um ser totalmente visual, prestando atenção nos detalhes e realizando tudo com muito capricho como a arrumação das salas, provisão de materiais, praticidade e limpeza dos espaços coletivos, organização dos horários, pontualidade dos alunos, pais e colaboradores, decoração dos painéis e eventos, além da recepção de pais e visitantes.
Ser empático Um bom coordenador já foi, em algum momento, um ótimo aluno e, principalmente, um excelente professor. Portanto, ele deve ser perceptivo e sensível quanto às necessidades dos seus professores, promovendo sempre um ambiente de amizade confiança. Não deve sentir-se na necessidade de afirmar a sua autoridade, pelo contrário, deve ser sempre prestativo, atencioso e cordial.
Dar feedback aos seus liderados Dar devolutiva de desempenho ao professor é essencial para o seu bom desenvolvimento enquanto profissional, seja um feedback positivo, ressaltando suas qualidades e maiores habilidades, ou um feedback corretivo, que deve ser feito em horário e lugar apropriado, sempre com mansidão e paciência. Isso deve ser feito com uma certa regularidade e estar sempre baseado em fatos e acontecimentos. O coordenador nunca pergunta se está indo tudo bem, mas confere pessoalmente e verifica se tudo está de acordo com o combinado.Portanto, constitui-se em pessoa fundamental para a boa funcionalidade e sucesso escolar.
Nem sempre vamos encontrar essa pessoa pronta, porém, é possível trabalhar e desenvolver tais habilidades e competências. Basta identificarmos o potencial, a disponibilidade, dedicação e consciência do chamado. O restante será consolidado pelo bom exemplo e pela experiência.
O coordenador traz consigo a importante responsabilidade de liderar na dependência de Deus, mantendo seu devocional diário e intercedendo por seus liderados.
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Túnel do Tempo
A cantineira e o menino machucado
Era uma manhã de sol na Escola Estadual Álvaro Botelho (hoje uma instituição municipal) na cidade de Lavras, Minas Gerais. O sinal para o intervalo havia tocado e eu, com os meus 9 anos de idade, saí em disparada rumo ao pátio para ser um dos primeiros da fila da merenda. Mas o que seria mais um momento de alegria na vida de uma criança se tornaria, em questão de segundos, uma tragédia. O sorriso foi substituído por um choro profundo e amargo com direito a platéia. Enquanto eu descia as escadas, percebi que subiria ao pódio da cantina. Por esta razão, dei um salto para adiantar o percurso e acabei sendo traído pelos meus pés; o que alcançou o chão foi o meu joelho direito. Em milésimos de segundo um grito de dor dominou cada metro quadrado da escola e meus colegas assustados foram atrás de ajuda. Fui conduzido para o pátio sob o olhar atento dos curiosos. De repente, quando parecia não haver mais esperanças para o cessar de minhas lágrimas, ouvi uma voz calma e doce. Aquela seria uma das maiores manifestações de cuidado que receberia durante a vida estudantil. Uma das cantineiras veio ao meu encontro carregando uma espécie de massa que, mais tarde, descobri ser limão e sal. De forma serena, ela massageou o meu joelho machucado e tentou acalmar o meu desespero
por meio de palavras de conforto. Confesso que foi um momento único e, por incrível que pareça, a dor passou e a tristeza pelo acidente de percurso também se dissipara. Os anos seguintes foram marcados com muita intensidade em meus estudos e início da jornada profissional. De forma direta, a atenção que aquela senhora teve comigo trouxe influências positivas para a minha formação como pessoa e nas atitudes de cuidado com o próximo. Mas ainda faltava algo: contar à cantineira como ela mudou o meu dia no que seria mais um corriqueiro momento de 1993. Ao conversar com funcionários do Álvaro Botelho, fui informado de que os profissionais daquela época já estavam aposentados. Muita coisa havia mudado depois de quase vinte e cinco anos. O que eu não sabia é que os meses seguintes trariam uma grande surpresa. Certo sábado, decidi por resolver algumas coisas no centro da cidade. Estacionei meu carro e segui parte do trecho caminhando. Ao atravessar a rua, tive uma visão supreendente: em pé, no ponto de ônibus do outro lado da calçada, estava ela: a cantineira. Como o tempo não oferece trégua, as marcas da idade eram visíveis na face daquela senhora que ainda sustentava o mesmo sorriso e o olhar de afeto. Por fim, eu creio que você já
deve imaginar o que aconteceu. Cheguei perto e, com toda a mansidão possível, saudei com um gentil “Bom dia”. Ela respondeu positivamente e eu segui falando: “A senhora talvez não se lembre de mim ou do fato, mas acontece que vinte e cinco anos atrás um aluno sofreu um pequeno acidente no pátio da escola. Em meio ao desespero, você cuidou daquele menino e acalmou o coração dele. Serviu de grande exemplo. O que quero dizer é que o estudante machucado era eu. Ao reconhecê-la aqui na rua, tantos anos depois, quis dizer algo que guardo há mais de duas décadas: MUITO OBRIGADO!” PS.: Jamais deixe para amanhã o agradecimento que pode ser feito agora.
Diego Nascimento Jornalista corporativo com mais de 20 anos de experiência na educação básica e ensino superior. Atualmente, é líder do Escritório de Projetos da Pemi Construtora / Construtora Lasper. Também atua como tradutor e palestrante
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PingPong DENISE LACE Analista Comercial Sênior • Sistema Mackenzie de Ensino São Paulo / SP Um filme: A lista de Schindler / Diretor: Steven Spielberg Um livro: Pastoreando o coração da Criança/Tedd Tripp Uma frase: Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. (II Timóteo 4) Uma música: Luiza /Tom Jobim Dica de viagem: Fernando de Noronha/PE e Península de Maraú/BA
SUELAINE CRISTHINA FELDKIRCHER DA COSTA Diretora Escolar - Escola Betesda, Toledo / PR Um filme: o Extraordinário Um livro: Incomparável - 10 maneiras em que Deus é diferente de nós (Jean Wilkin) Uma frase: O foco do contentamento é Cristo. O foco do descontentamento é o problema. Uma música: Grande é o Senhor Dica de viagem: Belém do Pará, um tesouro do nosso país.
CÉLIO DE AGUIAR THOMAZ Diretor Administrativo Colégio Presbiteriano de Macaé/ RJ Um filme: Titanic Um livro: O Deus que Eu não entendo - Christopher J. H. Wright Uma frase: Deus está no controle Uma música: New York , New York - Frank Sinatra Dica de viagem: Natal - RN
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