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Criatividade. Faculdade e/ou habilidade de criar ou potencializar ou seu lado criativo. Não obstante, faz uma ligação à capacidade da pessoa em reinventar, desfazer paradigmas do âmbito tradicional, fazer a junção de questões que poderão estar em desordem e, por conseguinte, reduzir problemas e transforma-los em soluções para novos e velhos problemas. Dois tipos de criatividade são levados em consideração. Um se refere ao nosso contentamento como indivíduos e o outro se relaciona mais com a questão da criação de um produto ou um serviço. O primeiro parte de uma particularidade de cunho universal da humanidade podendo ser encontrado em todas as sociedades e culturas. Já o segundo tem mais força nas sociedades com perfil industrial que dá o maior valor à novidade, à ciência, à inovação tecnológica e aos direito de propriedade intelectual. No lado econômico, o nível da criatividade é uma mola propulsora que impulsa de forma renovável fazendo com que o seu uso aumente gradativamente. Para mais, o acontecimento de uma concorrência entre os agentes criativos, não satura o mercado e sim atrai e estimula de forma potencial a atuação de novos produtores. Dentre essas e outras características que fazem da economia criativa uma excelente chance de resgate do cidadão rumo a uma inserção social e, por outro lado, o consumidor sendo, neste caso, uma inclusão econômica. Tudo isso através de um ativo que brota de sua própria formação, cultura e raízes. Nesse panorama se descreve o quadro da existência simultânea entre o universo e suas simbologias e mundo na sua concretude sendo o que transforma a criatividade em catalisador de valor econômico. A economia e a cultura sempre andaram de forma entrelaçadas, já que o entendimento de seus conceitos reverbera uma época e seus tidos valores. De forma enraizada em nossas vidas, os bens o serviços culturais e criativos, são consumidos sem serem necessariamente intermediados pelo mercado.


A questão da conclusão de maneira decisiva é que a sustentabilidade da produção cultural depende diretamente de pessoas capacitas e com talento; que nesta produção ou forma de tradição circule; e que o acesso da mesma seja garantido – de forma prioritária para um público jovem -, tudo numa esfera em que envolve um jogo de forças da cultura de massas inexorável pela globalização. No entanto, já dizia André Malraux que o século XXI seria o século da cultura. Prestando atenção no cenário contemporâneo, observa-se que ele te razão. É múltiplos enlaces que o vasto campo da cultura vem vindo instaurar de forma mais incisiva, intensa, profunda e, de certa forma, particularmente transversal com as mais diversas formas e variadas dimensões da vida; e vida em sociedade que remete a cultura em uma colocação incontestável centralidade no mundo atual. “Na contemporaneidade, a cultura comparece como um campo social singular e, de modo simultâneo, perpassa transversalmente todas as outras esferas societárias, como figura quase o onipresente” fala categoricamente Rubim (2006,f.8). Complexidade e centralidade se imprimem pela amplitude e pluralidade das instituições e processos culturais que contempla o enlace dos aspectos mistos como as representações, a organização, a criação, a crítica, a preservação, a difusão e o consumo culturais. Se expressa também pela enorme e multifacetada expansão de âmbito qualitativo e quantitativo da produção cultural, e ainda mais, pelo costumeiro interesse que manifesta em um número que cresce gradativamente de campos de conhecimento: afirmativo, porquanto existem muito das questões referidas à cultura que acabaram transbordando as demarcações da sociologia e da antropologia. Ciências sociais que passaram seu tempo ocupado com essas questões e que agora passaram a compor os artefatos de pesquisa de estudiosos de disciplinas científicas das mais variadas espécies.


A cultura, cada vez mais marca sua presença em todas as esferas da vida social e é, contudo, nas suas interfaces com a extensão econômica, que na atualidade e de forma acelerada passou a ser desígnio de grande privilegio da atenção, dos estudos científico-acadêmicos e, também, pelos formuladores de políticas. Não podendo ser de outra forma em face de um cenário em que se marcam, com extrema relevância, as muitas questões que envolvem a convergência sócio tecnológica que alinha comunicação, telecomunicações e informática, as indústrias culturais, os mercados e os públicos culturais, o marketing cultural, à emergência dos enormes conglomerados de fabrico de cultura e a inter-relação crescente entre cultura, turismos e entretenimento. Para mais cabe dizer que a economia criativa trata dos bens e serviços que se baseiam em símbolos, textos e imagens e remete ao bloco de grande distinção de atividades acomodadas na criatividade, no talento/habilidade individual, dos quais produtos incorporam particularidade intelectual produtivas das indústrias culturais. As múltiplas facetas e importantes implicações fazem com que a simples questão ultrapasse o território da cultura e adentre outras áreas do conhecimento, como a economia e a gestão em caráter especial. Não obstante, a comunidade internacional – em vista a suas enormes potencialidades de certeza dos seus impactos nos meandros do desenvolvimento -, tem detido a atenção sobre a problemática em questão, em foro particular, no tocante às possibilidades de a economia criativa encerra para os países em desenvolvimento. A economia criativa é considerada como um dos setores de mais dinamismo na condição atual da economia global, segundo os relatórios de agências internacionais. Ela abrange um conjunto muito amplo de atividades como o artesanato, a moda, as próprias indústrias culturais clássicas, e as recém-indústrias dos softwares e dos jogos eletrônicos, entre outras.


Sendo expressões novas, a economia criativa e indústria criativa, podem ser atingidos pelo efusivo debate que as várias disciplinas do meio científico e os grandes debates políticos e governamentais travam em torno do que chamamos de Terceira Revolução Industrial e estejam conectados com a vasta gama de significações onde de alguma forma tentam capturar o exemplo de produção da sociedade contemporânea. De certa forma, querendo valer um setor da economia ou aspirando tornar um campo de caráter especifico do conhecimento, é bem verdade que não deixam de se constituir de uma realidade recente. Numa linguagem acadêmica, as indústrias criativas e a economia criativa configuram uma parte do conhecimento chamado préparadigmático, ainda que por vias de ascensão e uma cadência crescente de constituição. Vale a pena ressaltar que o campo em andamento não partiu do marco zero, muito pelo contrário, alguns estudiosos da questão tem intensificado sua insistência de que as indústrias criativas significam à ampliação de estudos voltados às artes, às indústrias culturais a aos media na perspectiva da junção de setores e dinâmicas próprios da nova economia. Contudo, esta nova linha parte do essencial e imprescindível repertório de análises que aos longos dos cinquenta anos deu o esqueleto do que é chamada a economia da cultura. Esse grande novidade faz crescer um emaranhado de questionamentos em torno do campo, prioritariamente àquelas que permeiam o plano conceitual. Perguntas como: o que é economia criativa? O que são as indústrias criativas? Será a economia criativa uma ampliação da economia da cultura? Qual a diferença da indústria cultural da indústria criativa? Este incansável interesse é derivado pelo fato dos conceitos serem originários em países de língua inglesa que, por sua vez, parece não dar conta em sua totalidade das


investidas criativas impressas nas realidades que são experimentadas por países em desenvolvimento. A expressão economia criativa aparece pela primeira vez em 2001, numa matéria de manchete da revista, em sua edição especial de agosto, Business Week, com o título de The Creative Economy – the 2I century corporation (COY,2001). No entanto a discussão teve seu início nos anos 90, pois esse conceito foi originado do que chamamos de indústrias criativas. A economia criativa, por sua vez, foi inspirada no projeto Creative Nation, da Austrália, em 1994. No meio de outros elementos, este intercedia à importância do trabalho criativo, assim como sua contribuição para o país e o papel primordial das tecnologias como fiéis da política cultural, dando beira às posteriores inoculações de setores tecnológicos na lista das indústrias criativas. O reconhecimento das indústrias criativas como um ramo particular da economia vem de um manifesto pré-eleitoral de 1997 do New Labour – um novo partido trabalhista inglês. Resolução de reconhecimento de uma necessidade merecedora deste ramo, por força do seu significativo ritmo de crescimento, políticas publicas específicas. Vale a pena ressaltar, que um olhar mais cuidadoso para este setor, o aumento do conjunto de tarefas que nele são inseridas e a sua denominação devem a importância e influência que, sobre os trabalhistas ingleses, exerceu o dado conceito do Creative Nation. O governo do recém-eleito, Tony Blair, em 1997, no meio de uma disputa econômica global muito acirrada, levou a motivação da montagem de uma força tarefa multissetorial que tinha com função fazer uma análise das contas do Reino Unido, as tendências de mercado e as primazias competitivas nacionais. Consoante o Secretário de Cultura o Reino Unido, Chris Smith, a diligência representava: Um exercício praticamente único no governo – transversal às tradicionais divisões de Whitehall, unindo governo e indústria em uma parceira e definindo uma


agenda com temas específicos. (Disponível em: http://www.culrure.gov.uk/about_us/crrativeindustries / default.html).

Nesse contexto pode se entender a identificar treze setores de maior realidade potencial, as ditas indústrias criativas, entendidas como: Atividades que têm sua origem na criatividade, competências e talento individual, com potencial para a criação de trabalho e riqueza por meio da geração e exploração de propriedade intelectual. Isto inclui propaganda, arquitetura, o mercado de artes e antiguidades, artesanatos, design, design de moda, filme e vídeo, software de lazer interativo, música, artes cênicas, publicações, software e jogos de computador, televisão e rádio [...} As indústrias criativas tem por base indivíduos com capacidades criativas e artísticas, em aliança com gestores e profissionais da área tecnológica, que fazem produtos vendáveis e cujo valor econômico reside nas suas nas suas propriedades culturais (ou intelectuais). (Disponível em http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/1551/15511381400 3.pdf).

Blair enxergou nas indústrias criativas uma forma de levantar a sua bandeira e de maneira intencional associar à sua gestão. Sendo, também, uma ótima oportunidade de para substituir a manufatura – forma tradicional que regia a economia no país. No entanto reconheceu a grande necessidade de políticas públicas exclusivas que possa potencializar o significativo ritmo do setor. Com uma estratégia singular de colocar a economia britânica sobre liderança da criatividade e pela inovação, num espectro de competitividade da economia global. No decorrer da década que se segue, o exemplo do Reino Unido se torna paradigmáticos por quatro questões emblemáticas: 1 – Uma contextualização do programa de indústrias criativas em resposta a um panorama socioeconômico global em modificação;


2 – A maneira de privilegiar os segmentos de maior vantagem competitiva para o país e dar uma nova ordem às preferências públicas para fomentá-los; 3 – Fazer a divulgação estatística de forma a revelar a representatividade das indústrias criativas em território nacional em relação à sua riqueza (7,3% do PIB, em 2005) e com o crescimento recorrentemente expressivo (6% ao ano, período 1997) 2005, com frente a 3 % do total; 4 – Ter o reconhecimento do potencial da produção criativa para a partir daí projetar uma nova face para o país, de precisão interna e externa, vindo com os slogans “ Creative Britain” e Coll Brittania”, consequente atratividade de turismo, investimentos externos e novos talentos que sustente um projeto de ações complexo. Devido a isso, o conceito britânico, com a inclusão das indústrias selecionadas foi difundido por diversos países, mas foi de forma que independe das distinções do seu contexto e da sua legislação de poder intelectual não ser necessariamente o melhor critério de apuração para as indústrias criativas desse país. Vale a pena ressaltar, que em anos atuais seu conceito e tido como alvos de críticas teimosas, até pela própria Grã-Bretanha, ora pelo respaldo muito grande de abrangência, ora pelo o forte impacto sobre as definições de ordem estrutural das políticas culturais e econômicas. Se bem que algumas formas de inciativas tenham aparecido nessa época, sugerindo uma preocupação com a inclusão socioeconômica de locais ou classes que vivem à margem. A exaltação dos resultados do conceito recaiu de tal maneira sobre as estatísticas reunidas de impacto econômico, em grande relevância sua parcela de contribuição para o PIB e a taxa de crescimento da economia. No entanto, o que merece louvor no programa lançada pelo governo britânico não foi o fato de organizar suas indústrias de modo que lançasse um novo centro sobre as que


se revelavam mais competitivas do país. Foi além do que isso estimulou e tem estimulado reflexões acerca de alterações profundas e estruturais que tem sua importância no corpo socioeconômico global e nos embates culturais e políticos que enfrentamos. A economia criativa tem suscitado discussões, debates e estudos em áreas não ligadas a uma política industrial ou econômica, mas tão vastas como pertencentes à análise do sistema educacional, a novas sugestões de requalificação urbana, a valorizar o intangível cultural por parte de empresas financeiras, a uma nova posição do papel da cultura na estratégia socioeconômica e até o exame do esqueleto econômico, de cadeias setoriais para redes de importância que inclui novos modelos de negócio. Por isso que hoje não se tem uma definição própria, pois não há um consenso para tal. 1. Economia Criativa e suas abordagens Entende – se que a economia criativa se refere a um campo muito amplo. Para um melhor entendimento a mesma deve ser mais bem abordada como forma ótica de cadeia. Para assim melhor explicar no núcleo desta cadeia estão às chamadas indústrias culturais de onde provêm todas essas relações econômicas. No geral, podemos salientar quatro abordagens no que tange ao conceito de economia criativa e não poderíamos começar se na fosse pelas indústrias culturais: - Indústrias criativas, sendo entendidas como um emaranhado de setores do âmbito econômico com um grau de especificidade. Sua escolha depende das idiossincrasias de cada lugar, sendo então uma seleção que pode variar isso deve se a análise do local mediante seu choque econômico enfático na geração riqueza, trabalho, arrecadação tributária e divisas de exportações. Em alguns países, como o caso os do Reino Unido, as indústrias criativas para a sua formação se constituem de propaganda, artes de espetáculo, edição, rádio, TV, serviços de computação e


software, arquitetura, artesanato, mercados de arte e antiguidades design, filme, moda. Tem que se compreender que o modo como se analisa os países em termos de comparação deve ser de maneira distinta, pois cada um se enquadra de acordo com a sua realidade, portanto há uma diversidade. Em alguns incluem gastronomia, turismo, folclore, joalheria e pode até ter outros. O conceito de indústrias criativas por países e organização africanos tem uma tendência a acrescentar os campos que envolvem usuais formas de expressões, de foro coletivo e individual e diversos campos que envolvem o lado cultura e imaterial da região, lembra Máté Kovács. - A própria Economia Criativa, que para além das indústrias criativas, analisa o impacto de seus bens e serviços nos demais setores e processos do meio da economia e as suas conexões que se fixam entre eles. Assim, provoca e incorpora as mais profundas mudanças do âmbito social, organizacional, político, educacional e econômico. Não sendo somente economicamente valiosas, as indústrias criativas, funcionam como catalisadoras e fornecedoras de valores impalpáveis a outras formas de relações e dinâmicas econômicas dos mais variados setores, de organização de processos, itens esportivos que expressam a marca de um país e do desenho de cosméticos que usam conhecimento local e equipamento. Falar em economia criativa é entender que indústria e serviços se fundem cada vez mais. Ao analisar a situação asiática, Pernille Askerud, fala: As indústrias culturais e da informação estão crescentemente clamando por novas áreas de produção e distribuição sejam elas de produção de roupas de lazer, artigos esportivos e equipamentos eletrônicos.


- Cidades e espaços criativos, espaços urbanos onde ocorre uma movimentação com grande eficiência que articule as atividades sociais e artísticas, indústrias culturais e governo. Sendo capaz de efetuar uma produção que cause uma agitação cultural atraindo e retendo os novos talentos, gerando de forma concomitante uma diversidade social, aumentando as vagas de emprego, um maior conhecimento entre cidadãos, um aumento no potencial criativo de empresas e das mais variadas instituições, um aumento no turismo local. Ajudando, assim, na contribuição de caráter notório para a economia da cidade e a qualidade de vida dos cidadãos. Mas não se esgota nesse entendimento. Essas cidades e espaços são compreendidos por diversos vieses, sendo eles: 1. De lutar contra as desigualdades e violência e atração de talentos investimentos para revigorar locais degradados; 2. De acessão de clusters criativos, em especial os do distrito cultural do vinho na França, os parques criativos e tecnológicos de Xangai, cluster multimídia de Montreal e o pólo de novas mídias de Pequim. 3. Nas transformações de cidades em pólos criativos de alcance mundial. 4. De regeneração do meio socioeconômico urbano, voltado de maneira específica local. O debate em termo das cidades criativas é merecedor de um aprofundamento, pois está sendo creditado e suscitado um interesse em urbanistas, sociólogos e economistas, num conversa de foro íntimo com o conceito de economia criativa. A dar o impulso a ela acarreta no surgimento de fatores como a provocação da competitividade em todo mundo, a forma ágil e os entraves aos fluxos de ideias, investimentos e talentos, assim como o ato de reconhecer a necessidade de procurar novas soluções para problemáticas em meio urbano que ainda não foram resolvidos.


- Economia criativa como estratégia de desenvolvimento, vale a pena se ater a duas abordagens que se completam. Uma tem por suporte o fator de reconhecer que a criatividade, então do capital humano para uma incitação de uma integração para os objetivos sociais, econômicos e culturais, em meio a um exemplo de desenvolvimento global pós-industrial excludente, logo insustentável. Esse arquétipo antigo a diversidade cultural e as culturas, de uma maneira geral, podem ser vistas como um empecilho ao desenvolvimento. Ao invés de criar maneiras para nutrir a criatividade e busca para uma resolução aos entraves econômicos e sociais. A outra abordagem indica a maneira de como as mudanças do âmbito econômico e, de forma especial, as tecnologias alteram a ligação entre a cultura – artes e entretenimento – e a economia, deixando o espaço para um emaranhado de oportunidades econômicas que se baseiam em empreendimentos criativos. A economia criativa, por sua vez, poderia promover a geração de renda e emprego se se apoiar na criatividade individual, com a permissão a formação de pequenos negócios e apresentar uma acessibilidade maior no tocante das barreiras. É indo esse sentido que substanciar a representatividade econômica das indústrias criativas no PIB e na criação de empregos é parte desse quadro, mas, mesmo assim, não é em sua totalidade já que não reverbera de forma necessária a uma melhor distribuição de renda, inclusão socioeconômica e o apreço de benefícios de ordem simbólica, porém fundamentais. Consoante Sá Leitão (2009) o conjunto de atividades que cresce de maneira gradativa e geradora de mais renda e emprego sendo, por conseguinte, que paga melhor às pessoas é aqueles que são referidas à cultura, ao lazer à criação. “Trata-se ainda de um conjunto de cadeias de valor que apresenta baixo consumo de recursos naturais e


alto impacto na formação do capital humano, na produção de bem – estar social e na dinamização de outros setores da economia”. As indústrias, serviços e arranjos produtivos que formam a economia criativa têm, portanto, um peso expressivo na economia mundial. O mais importante, porém, é o potencial de crescimento, em especial nos países em desenvolvimento. Tais atividades encontram-se no coração da economia pós-industrial, baseada em ativos intangíveis e impulsionada por cinco vetores aparentemente inesgotáveis: criatividade, valores culturais, diversidade, conhecimento e inovação (Sá Leitão, 2009).

Edna Duisenberg, chefe do Programa de Economia e Indústrias Criativas da UNCTAD, corrobora com o mesmo entendimento a põe sua caracterização acerca da economia criativa: A economia criativa aparece como uma mudança das estratégias de desenvolvimento mais convencionais centradas nas determinantes dos termos de comércio e com foco nas commodities primárias e na fabricação industrial, para uma abordagem holística multidisciplinar, que lida com a interface entre a economia, a cultura e a tecnologia, centrada na predominância de produtos e serviços com conteúdo criativo, valor cultura e objetivos de mercado. Nesse novo cenário, a interação entre economia e cultura está sendo reformulada e espera-se que aumentando as perspectivas de desenvolvimento em muitos países. (Duisenberg, 2008).

Encontramos um emaranhado de discursos de que o mundo está numa constante mudança de paradigma, dado pela saída da era da Sociedade da Informação dó século XX – que tinha como evidência a liderança da comunicação pela informação -, e caminhando a uma analise mais abrangente da economia criativa do século XXI, sendo o que move essa força é a criatividade que é liderada pelo conhecimento e fincada na conectividade (Duisenberg,2008). 2. Os valores característicos da economia criativa


- Intangibilidade: a importância que lhes é conferida. O intangível da criatividade cria um preço adicional quando a incorporação de características culturais, que não podem ser imitadas por primazia. Ligações do turismo cultural, englobando patrimônio e as festas populares (típicas), ao audiovisual, geram – se uma ação simultânea entre o modo de vida e o meio no qual floresce. É sabido que a concepção de criatividade é também vinculada à cultura pela sua qualidade de único, com a capacidade de gerar produtos tangíveis com valores intangíveis. Por isso, infere-se, que a diversidade de culturas, logo, de ideias é tida como grande propulsor de criatividade. Cabe a citação do Embaixador Rubens Ricupero: O panorama é universal: as cores deslumbrantes dos tecidos africanos, dos “panos da Costa”, como se dizia no Brasil de outrora, as tonalidades inesgotáveis dos saris indianos, as máscaras e esculturas no Mali, de Burkina, do Congo, do Gabão, as pinturas do Haiti, do sul da África, o cinema do Irã, a poesia dos cordéis ou dos poetas repentistas do Nordeste, ficaríamos a encher as páginas se buscássemos fazer o inventário da criatividade anônima dos povos ditos atrasados. É essa diversidade das culturas e dos produtos que elas engendram que, desde tempos imemoriais, alimentou o comércio de sedas, damascos, brocados, incenso, perfumes, especiarias, entre o Oriente e Ocidente, Sul e Norte. O que é inédito em nossos dias é a escala estonteante de multiplicação desses contatos e o aparecimento de um público de massa, de milhões de indivíduos com capacidade de compra, dispostos a pagar para assistir um concerto de cítara indiana ou de músicos tuaregues, comprandolhes os discos editados por casas especializadas.

A unicidade que confere valor ao associado e que proporciona uma excelência competitiva que não pode ser imitada é um assunto principal comum às pessoas que escrevem sobre o assunto sendo bem substanciado por Ramanathan quando diz que “A noção de criatividade passou a ser identificado como campo cultural, já que sua unicidade está no fato de dar igual legitimidade aos processos culturais tangível e intangível”.


Afinal de contas não se pode, assim como não tem como copiar substrato cultural, que credita aos produtos e áreas criativos seu valor associado. Finalmente, a intangibilidade tem a abertura de refletir outros valores, típicos do que citou Ramanathan – o espiritual – como os políticos por Xiong, na China em período de transição. Já que pode se lembrar de que o documento do Partido Comunista de 2002 conduto das indústrias culturais sendo por via de regra uma maneira de “fazer prosperar a cultura socialista e atender às necessidades espirituais e culturais sob as condições da economia de mercado”. - Da cadeia setorial às redes de valor Da mesma forma que a maneira de como a economia industrial se organiza de forma hierárquica, a economia criativa, por sua vez, se estrutura em rede. A forma de como são impulsionados pelas novas tecnologias, produção e o consumo, ao invés de seguirem como uma forma tradicional de vai de um para muitos, se enveredam numa perspectiva que abrange um numero enorme de possiblidades de muitos produtores para muitos consumidores. Quebrando com o que vem sendo considerado como paradigma concorrencial rígido, na armação em rede cada integrante tem sua parcela de beneficio com o ingresso de novos colaboradores. As exemplificações que giram em torno da produção criativa, se multiplicam rapidamente no meio musical aos softwares livres, promovendo uma maneira mais democrática de produção, acesso e distribuição. Para Askerud: A mudança do comércio e economia para uma produção baseada em conhecimento não é somente uma mudança de um tipo de produtos para outros bens de serviços. É uma mudança fundamental no modo com a produção e os negócios são organizados, assim como na forma como vivemos nossas vidas e entendemos nós mesmos.


De maneira decorrente, as redes de importância passam a ser mais significantes em relação à riqueza no momento em que passam a ter mais colaboradores, no envolvimento de empresas de vários portes, tomadores de créditos e investidores, indústrias criativas e outras, que de todas elas se beneficiam. É nesse contexto de relacionamentos e possibilidades que se enquadram e estabelecem não só horizontalmente e verticalmente, mas numa conjuntura de negócios em rede, caracterizando, então, o modelo de negócios na economia criativa. - Uma nova modelagem na ordem de consumo A economia criativa, baseada numa ampliação dos modelos de consumo que existe, desde a fusão existente entre as tecnologias dando ao consumidor um destaque no tocante de suas decisões no consumo. E a identidade cultural que reconhece aos bens e serviços uma categoria única. Há uma criação de um novo estágio de relacionamento das pessoas com o seu meio e, por conseguinte, com a cultura em sua volta. De acordo com os desejos e aspirações do mais variados consumidores, os bens e serviços

culturais

e criativos,

passaram

a ser

alcançado

sem

que

haja,

necessariamente, uma intermediação do mercado, como o exemplo das trocas par a par. Sendo de forma primordial para manter uma verificação entre a força esmagadora do que é ofertado de produtos e serviços criativos mundiais e a autenticidade das manifestações de caráter local, que assume prestígio ainda maior a valorização da diversidade e do emaranhado de possibilidades e escolha das comunidades. Consoante o relatório da Unesco (2005), há um reconhecimento de que a criação de uma cultura aliada às tecnologia é de suma importância, contribuindo então para um


trânsito criativo e de forma continuo de informação e conhecimento, diluindo a divisão social que separava os produtores e consumidores culturais. - Micros e pequenas empresas e sua funcionalidade A ascensão de micros e pequenas empresas que fornecem e distribuem produtos e serviços oferta um meio de inclusão econômica e de ação em mercados diversos, deixando impresso à forma ágil e capilaridade a toda economia. O fator de reconhecimento do seu papel é de suma importância para o impulso à economia criativa como forma estratégica englobando dois aspectos basilares. O primeiro, já que são as maiores fontes de empregabilidade em países em desenvolvimento, alargam sua capacidade de gerar a inclusão socioeconômica nas indústrias criativas, no qual os obstáculos de inserção tendem a ser mais baixo, o capital que se exige para o início da ação é menor, e não diminuto tateiam os limites do que não formal. A transformação dessas empresas em grandes empreendimentos criativos de foro sustentável exige, por efeito, uma estratégia de estimulo e financiamentos públicos. De forma complementar, o segundo aspecto, as micros e pequenas empresas que compõem o quadro das indústrias criativas, no geral, contemplam maior caráter de diversidade no tocante do seu portfólio, dando o risco mais do que as grandes na conjuntura de novos talentos e projetos. Servido como exemplificações desse caso, podemos citar os mercado do campo editorial, do software e o musical, pois cada um destes é o que tonar inteligível a forma voraz que as grandes empresas têm pela aquisição das pequenas empresas inovadoras como grandes potenciais que já foi comprovado. Os motivos são variados, mas tanto pela compra quanto pelo seu fornecimento, as pequenas empresas atraem as grandes.


- O mundo das novas tecnologias Pode se inferir que um componente basilar para o bom andamento da economia criativa foi o surgimento das novas tecnologias. Não obstante, tem que ter o domínio das mesmas para que o sistema não amorteça, pois se faz necessário para gerar toda a economia, no tocante de sua criatividade. Podemos, então, exemplificar a importância das novas tecnologias da economia criativa sob três formas: 1 – Sendo uma parcela integral e importante das indústrias criativas como de games, mídias digitais e comunicações; 2 – Causando um impacto nas produções – na oferta de novos meios para conteúdos criativos e a eventualidade de novos produtos e serviços que tem por base na mídia digital -, na distribuição – com abertura de canais alternativos, causando uma expansão ao acesso global com foco na redução nos custos de transação –, e no consumo, com meio de veiculação de teor criativo – criar a possibilidade de o consumidor direcionar a sua busca por bens e serviços criativos e ter uma ligação de acesso ao produtor; 3 – A transformação dos processos da área dos negócios e a cultura de mercado, incluindo, também, a constituição de redes e os modelos do âmbito colaborativos já expostos. A economia criativa vem com uma resposta a uma nova conjuntura no âmbito socioeconômico que ao se confrontar com o declínio do potencial diferenciador das manufaturas. Ela incorporou às novas tecnologias uma relação de foro indenitário essencial de índole cultural e de entretenimento. As novas tecnologias vêm com um papel de promotoras de um crescimento no lado econômico e numa diminuição da pobreza. Tudo isso foi comprovado através de uma


pesquisa

conduzida

pelo

Banco

Central

e

realizada

em

56

países

em

desenvolvimento. O que permeiam as conclusões foi à ratificação de que há um crescimento rápido dos que investem em tecnologias de informação e de comunicações, sendo, também, mais produtivos e lucrativos em relação aos outros, constituindo, por conseguinte, um desafio e uma boa oportunidade para o que é chamando de mundo em desenvolvimento. - A amplitude do espectro setorial Foi salientado que a economia criativa envolve um leque muito grande no que tange o espectro da economia solidária que está ligada ao ramo do artesanato às novas mídias e tecnologias, na qual a escolha parte de uma especificidade, talentos e vantagens competitivas de cada local. Se por um determinado lado a relação entre o conhecimento tradicional e as novas tecnologias permite adicionar a unicidade diferenciadora de uma história a uma estratégia de futuro, por outro lado oferta um balanço muito comedido para os que são responsáveis

pelas

políticas

públicas

de ordem

cultural,

econômica

e

de

desenvolvimento. Ainda que vários requisitos sejam considerados simples a grandes diversidades de indústria criativas, cujas fundamentam a economia criativa como um corpo em sua totalidade num setor que expõe suas especificidades e demandas próprias nascendo somente de um ponto comum. Por isso é considerado um trabalho muito complexo, analisar os aspectos macro, sem sequer descuidar e dar o devido peso e valor às abordagens setoriais e ainda ter em vista a arrevesada ligação de objetivos culturais, sociais e econômicos que cada área pode se alvitrar a atingir.


3. Países em desenvolvimento: o que pode ser encarado como desafio e oportunidade dentro da economia criativa. - O governo Encara-se com um dos maiores desafios para os estímulos à economia criativa e em especial nos países em desenvolvimento é uma excelente articulação de uma aliança social, política e econômica entre o âmbito público, privado, as instituições de ensino, a sociedade como um todo e as organizações multilaterais, cuja, cada um, por sua vez, exerce seu papel muito bem resolvido. Uma vez que a criatividade seja tão espontânea e abundante como o ar que respiramos, assim a economia criativa não pode ser vista de maneira isolada ou que é baseada na espontaneidade. Ela, por sua vez, necessita do envolvimento de vários agentes. Podemos citar com exemplo que uma sociedade entre o público-privado não se encaixa numa qualidade de projeto, mas de um desígnio de desenvolvimento. Para o governo fica a parte de um investimento em capacitação, infraestrutura, efetivação de dispositivo de financiamento e incentivo a empreendimentos criativos com grandes variedades de perfis, o direcionamento das políticas de cada setor, o estabelecimento de um limite de âmbito regulatório de jurídico que possa sustentar a economia criativa e a participação ativa em negociações de magnitude internacional. Já para o privado recai o aproveitamento das fontes que não foram descobertas, ser mais criativo buscando a inovação, ir à investigação de novos mercados explorando-o os novos meios que possam atingir os antigos mercados, além de encontrar formulações alternativas de negócios. Não obstante, deve se tentar uma ligação junto a outras indústrias criativas e ate outros ramos econômicos e fazer uma revisão do relacionamento que se faz com o meio social, os que fornecem e os diversos canis de distribuição.


Davis faz uma análise a respeito da Jamaica: É clara, dado o estado embrionário da infraestrutura e da expertise técnica disponível no setor público, a necessidade de uma parceria com os principais stakeholders para guiar o desenvolvimento de uma política e de um plano de ações apropriados, com criatividade, como motor básico da estratégia econômica da Jamaica.

Podemos então perceber que o único desafio para os governantes é quando se trata dos países em desenvolvimento, pois tem que usar da delicadeza uma vez que é bastante complicado trazer a tona a real descontinuidade das políticas públicas e do ocasional embate entre governo, política e Estado. Para mais do que isso, não é uma exclusividade que só cabe aos países em desenvolvimento, é bastante incomum que os representantes da política cultural tenham deles uma visão de um desenvolvimento que possa ser compatível com a economia criativa. Consoante Isar: A maioria dos ministros responsáveis pelas questões culturais não tem nem o mandato nem a expertise técnica para enfrentar temas como produção, distribuição e consumo culturais como fenômenos econômicos.

Trataremos como mais um desafio às necessidades de se alinhar as políticas públicas de cada setor numa trajetória comum. Já foi exposto que a economia criativa não possui caráter diagonal apenas como a indústria criativa, mas com um emaranhado de meios sendo educação, turismo, e meio ambiente. O meio ambiente não faz uma abrangência somente do que envolve a fauna e a flora, mas vai muito além se identificando pelo complexo que tem como enredo as relações e os sistemas de conhecimento e produção, criando, por sua vez, uma ligação entre diversidade cultural e biodiversidade acarretando na oferta de uma escala grande de oportunidades.


Concentrando uma riqueza singular em no que condiz a biodiversidade e diversidade cultura, além de ser dependentes entre si podendo ser geradoras de colossal fonte potencial de conhecimentos, bens e serviços criativos ainda economicamente reconhecidos por essas mesmas nações. Acrescentando mais um desafio à conjuntura no ambiente público podemos citar a identificação das necessidades e potencialidades de cada um dos componentes privados e do pode ser chamado de terceiro setor, a se posicionar numa cadeia de quais interesses representarem. O ato de as empresas que distribuem conteúdos culturais pode gerar o confronto entre as empresas e os artistas de produtos culturais, assim se pode dizer das grandes redes de televisão que nem sempre mostrar interesse na produção e exibição de programas de cunho independente. Em caráter adicional, podemos inferir o que fica da cobertura do Estado é a garantia de uma ótica em que possa ser compartilhada entre as esferas locais, estaduais ou regional e nacional, inclusive no tocante à caraterística de seus mandados. Ramanathan traz uma leitura do que acontece com a política indiana: Buscando lidar com uma tendência mundial, a Comissão de Planejamento Indiana criou um comitê nacional para as indústrias criativas em 2004. Embora o comitê tenha produzido um relatório preliminar, enfrenta o desafio de responder a uma balança cultural contínua de 5 mil anos, espremida entre os paradigmas de superpower e softpower.

Uma das funções de caráter mais relevantes que pode ser ter do mandato público é fomentar a estabilidade entre produção, distribuição e consumo criativos. Temos que considerar que a criatividade de produção cultural costuma suplantar os dispositivos de giro que existem sendo, portanto, uma garantia de um equilíbrio entre o


conhecimento que se adquiriu no passado somado às tecnologias presentes reverberando numa visão do futuro. - Na esfera do financiamento A forma do intangível no que diz respeito aos bens e serviços criativos, e concomitantemente em que lhes atribuem um preço, representa um ativo de árdua valoração pela parte de quem investe. Embora, os mecanismos econômicos do momento contemporâneo se mostram de forma inadequada para o desempenho de tal papel, revelando, por conseguinte, uma desconexão entre o valor intangível e a capacidade de expor em valor contábil. (Reis, 2006; Venturelli, 200). Podemos dizer que a carência de uma forma de modelo no tocante da valoração do intangível pode acrescentar em três fatores: - Numa dificuldade de ser realizar uma série de pré-testes de mercado numa grande quantidade dos produtos criativos e de forma clara dos serviços criativos; - Certa incapacidade em relação à estimativa dos direitos de propriedade intelectual; - Uma carência incremental de meios capacitados para fazer uma avaliação do impacto das indústrias criativas nos demais ramos econômicos. Fazem sempre uma associação dos negócios criativos com o alto risco, fazendo gerar taxas de juros abusivas. Isso deve – se a grande dificuldade de uma conversa entre o empreendedor criativo e o representante de cada instituição financeira. Tudo por falta de um dialeto que traduza a criatividade em grande potencial econômico e promova o entendimento do método financeiro no caminho dos negócios. Cabe a citação de George Yúdice (2000):


Os instrumentos da aferição precisam medir as possibilidades além das intuições e opiniões. É por isso que a maioria dos projetos culturais financiados por bancos de desenvolvimento multilaterais (como o Banco Mundial e o BID) se atrelam a outros projetos educacionais ou de renovação urbana. Esse modo de aproveitamento está relacionado à dificuldade que os bancos enfrentam em lidar com a cultura. Desprovidos de dados concretos, indicadores, por exemplo, é difícil justificar investimento em projetos. E, é claro, existem dificuldades metodológicas no desenvolvimento de indicadores para a cultura.

- Em volta de um comércio global Para os dados da Unesco baseados em pareceres alfandegários o comercio mundial de bens culturais em termos práticos dobrou, na década passada. Porém todos os benéficos desse comércio foram para poucos países como o Reino Unido, Estados Unidos e China. Há uma premissa de que essa tendência se prolifere “com o acesso da China à organização Mundial do Comércio, as trocas culturais estão explodindo e mais e mais produtos e serviços criativos e atraentes serão exportados”, diz Xiong. Numa outra face, a América Latina, Caribe, Oceania e África permanecem como pouca representatividade em termos de exportação. Por mais difícil que seja aceitar essa situação é o que acontece no nosso mundo e vem a confirmar o que acontece nos variados mercados criativos. Por mais exuberante que seja a produção brasileira em diversos ramos a maioria são controladas por grandes conglomerados o que podemos comparar com as indústrias criativas em seus diversos graus. Deparamo-nos, então, com uma dicotomia, pois se a ideia de desenvolvimento traz consigo o entendimento de liberdade de escolhas, liberdade de acesso a conteúdos informativos e criativos, conhecimento que possam nos possibilitar um exercício da escolha passa a ser circunstância inequívoca para o desenvolvimento.


Sabemos que há um debate recorrente em torno da globalização e, também, em torno da economia criativa, porém há duas vertentes nessa mesma conjuntura. A primeira fica o caráter positivo da economia criativa, pois ela se amplia gradativamente pelos meandros do mercado tendo um acesso ao comércio, investimento, talentos, capital e a sua base principal – a criatividade. O segundo fica a questão das novas tecnologias, porque embora ofereçam um caráter inovador fica a eventualidade da criação de canais alternativos e com alcance mundial solicita investimentos pesados de marketing internacional, logística global, novas mídias e domínio de línguas. À medida que a exposição em torno das produções locais sai prejudicadas pela escassez desses recursos e a forma limitada com que se escoem pelos canais tradicionais, os produtos do âmbito cultural e criativo de massa inundam os mercados locais, numa grave assimetria econômica e de trânsito de valores simbólicos diversos. No tocante das preocupações que são apontadas por diversos autores, o emaranhado de possiblidades de imposição da cultura de massa em requinte global sobre as culturas locais, fazendo um jogo com essas assimetrias faz lembrar com que Kovács diz: O processo de globalização e as inovações tecnológicas que o sustentam oferecem novas oportunidades de liberdade, compartilhamento e solidariedade, mas na África parecem aumentar principalmente os riscos de comunicação, desigualdade e exclusão.

Pode, também, analisar no que Ramanathan diz: O setor de indústrias criativas, tal como é hoje, cumpre a agenda de poucos privilegiados. Por exemplo, embora haja potencialmente 50 milhões de pessoas que são empregáveis no setor do artesanato indiano, menos de 25 milhões estrão empregadas em condições subótimas e o artesanato indiano constitui apenas 2% do comércio mundial.


Entendemos que na economia criativa, o ato de gerar riqueza vai depender da capacidade do país em criar conteúdo criativo, modificando-os em bens e serviços que possam ser comercializáveis no encontro de forma que possam ser distribuídos em esfera interior e exterior, ganhando graduação e proliferando seu conhecimento. Esse valor se soma quando o local aproveita ao máximo seu caráter mais inimitável de vantagem competitiva, ou seja, sua marca como grande promissora no transporte de exportações. Consoante os dados brasileiros de Reis e Davis vemos: Se administrada corretamente, a marca Jamaica poderia fomentar projetos de joint venture e oportunidades de macrobranding que ampliariam o apelo global da marca, do estilo de vida de um país e da identidade nacional. O posicionamento bem-sucedido possibilitará o aumento das exportações de produtos criativos e penetração de mercado guiado pela maior vantagem competitiva do país, seu conhecimento de marca. - Propriedade intelectual e o direito que lhe é imposto. Em primeira instância, sabemos que o campo das ideias tem o seu valor sendo primordial para o bom andamento da economia criativa e que há uma certificação de importância ímpar em torno dos direitos de propriedade intelectual, porém a regulamentação é bastante rígida na questão de lidar com o embate gerado entre os direitos individuais de ordenado financeiro de quem cria e os direitos de entrada do público ao conhecimento que foi gerado. Ronaldo Lemos (2005) faz uma lembrança que a legislação em exercício é permeada de uma falta de cronologia: Apesar do desenvolvimento tecnológico que fez surgir, por exemplo, a tecnologia digital e ao internet, as principais instituições do direito de propriedade intelectual, forjadas no século XIX com base em uma realidade social completamente distinta do que hoje presenciamos, permanecem praticamente inalteradas.


A explicação em torno da reação gerada é entendida pelo sucesso de modelos que permitem ao criador o estabelecimento da tipologia de direitos que serão atribuídos às suas obras. Em segunda instância, a discussão em torno dos direitos intelectuais é mais comedida quando é dos assuntos que tratam dos saberes tradicionais, pelos seguintes fatores: - Um custo proibitivo de registro dos direitos de propriedade intelectual; - A falta de um monitoramento e de normas eficientes para barrar abusos como à falta de sociedades que possam coletar os direitos autorias em vários países em desenvolvimento; - A falta de conhecimento das potencialidades do ramo econômico dos saberem tradicionais e comunitários vindos da parte dos detentores e a falta de formalidade do seu comércio; - Falta de uma adequação compreendida de forma legal para lidar com esses conhecimentos. Contudo, podemos ver perceber a iminência de que os saberes milenares se transformam em empreendimento com altíssimo lucro, porém as comunidades da onde partiu todo conhecimento original necessariamente não se beneficiem. Estudiosos como Kovács e Ramanathan, citam que não há um mapeamento do conhecimento indígena africano e não tem proteção nem do estado nacional quiçá internacional. Já para a ioga e ayurveda foram transformados em empreendimentos mundiais, acarretando no registro de patentes por comunidades que não originaram a prática milenar. Uma terceira instância fica no tocante da hegemonia das leis de foro internacional sobre os interesses de cada nação. Cabe a citar Venturelli (2000):


Sob o sistema regulatório supranacional emergente é possível que várias áreas de política nacional, regulação ou mecanismos legais implementados pelo interesse público sejam tachados de discriminatórios ou obstrutivos do comércio mundial por qualquer outro Estado.

Assim sendo, são claros e evidentes os casos de ocupação dos direitos intelectuais no exterior, ao invés de criarem mecanismos que possam beneficiar os seus criadores. Sintetizamos isso no que Duisenberg diz: Entre 2000 e 2005 os produtos e serviços criativos cresceram a uma taxa média anual de 8,7%. É claro que a maior parte dos rendimentos criativos/artísticos originaram-se de direitos autorais, licenças e marketing e distribuição. Infelizmente, todo esse rendimento em muitos casos chegando a bilhões de dólares é coletado do exterior, ao invés de reverter para o balanço de pagamentos do país natal do artista.

O grande problema que se torna emblemático é que os países menos desenvolvidos tem pouca uma atenção em torno aos direitos de propriedade autoral e intelectual, tanto por parte dos estrangeiros quantos os locais. Mas a situação tende a ser agravado pelo fato de ser de menos expressiva, por ser um país menos desenvolvido, do que os desenvolvidos. - A profundidade do mundo digital Como já falamos as tecnologias representam uma inovação para todo o mundo e a cada dia desvenda um emaranhado de técnicas e possibilidades de expandir a produção, distribuição e acesso. Além de uma modificação nos modelos de negócios, que se deparam na vivência prática com a causalidade de acrescentar o abismo na esfera do conhecimento. A entrada por vias normais às novas tecnologias – lê-se: inclusão digital – não se sustenta a ponto de extinguir ao que é chamado de abismo digital. Os ensinamentos de ordem tecnológica que evidenciam não só a inclusão, mas a emancipação digital


requer um mecanismo que a visa à capacitação e uma intimidade com o uso e manuseio das novas mídias que fica de forma que se soma à garantia de acesso que vai além de uma alfabetização e de uma emancipação. Se a didática no tocante da inclusão de digital refere-se à parte física (hardware) e a emancipação digital da parte não física (software) de cada pessoa tende a aproveitar das novas mídias. Em tese, se for feito as causas do impacto positivos das tecnologias de informação e comunicação nos países em processo de desenvolvimento, percebe-se vários fatores que vão além do acesso do físico contribuindo na geração de abismos de entrada afetiva. Para além dos obstáculos de poderia das tecnologias no tocante de custo e regulamentação, há também uma lacuna muito grande na área do conhecimento e habilidades que permitam um verdadeiro entendimento e uso da informação que se encontra na rede. Podemos citar algumas causas basilares: - O meio educacional: aptidões técnicas para a interpretação e que se possa lidar com as exigências dos ensinamentos da linguística, numérica e computacional; - O idioma: a predominância do inglês como uma língua global nas mídias se torna um problema para países no qual este não se fincou como uma segunda língua; - Os recursos de ordem humana qualificados; - A parte das infraestruturas de comunicações em alguns países da América Latina e em grandes áreas como a África, Ásia em desenvolvimento, que dificulta a produção, o espalhamento, e a entrada a arquivos multimídia, plataformas e dados mais pesados.


Em síntese do relatório do Banco Mundial (2006), mesmo que as novas tecnologias tenha um valor de causa à abertura de novas oportunidades a fim de gerar um aceleramento, pode, por conseguinte, exibir vários riscos no que diz respeito aos países em desenvolvimento, pois estes podem ficar para trás devido a grande lacuna crescente em torno do conhecimento. Entre outros fatores, a adoção tardia e limitada das novas tecnologias, como as ferrovias e a telegrafia do século XIX, contribuiu para incubar em países como o México a denominada brecha de desenvolvimento, dando origem ao conceito de países desenvolvidos e subdesenvolvidos. Diz Piedras.

Nosso espaço digital é uma vertente e/ou representação de um espaço de desenvolvimento. A visão que é tida das novas tecnologias é como uma opção para desviar a aglomeração dos canais de distribuição, espaços digitais dizem respeito também a espaços culturais. - Por uma camada criativa e novas profissões. O início da década foi marcado pelo frenesi gerado pela difusão do conceito de classe criativa, composição feita por profissionais “pagos principalmente para fazer um trabalho criativo. São cientistas, engenheiros, artistas, músicos, designers e profissionais que trabalham com base no conhecimento” (Florida, 2003). Pessoas que venham a agregar o valor econômico por meio da criatividade. Florida da ênfase que a classe criativa representava quase um terço da mão de obra nos Estados Unidos o que o setor criativo corresponde a quase metade de todo o montante salarial do país. Para refutar o que o conceito deixou como frágil basta citar que no Reino Unido baluarte dos levantamentos estatísticos da economia criativa, 52% dos que tem serviços criativos, em outras palavras, pessoas que se colocam como músicos, designers, escritores e afins e que, por sua vez, não trabalham nas indústrias criativas.


Como caracterizar e identificar o produtor criativo uma vez que ele é configurado por inúmeras nuances. Para além dessa definição, vale ressaltar que o papel social da criatividade é alcançado somente quando essas pessoas encontram acesso ao capital, infraestrutura, regulação e mercados para reverberar e dar um valor de concreto como valor monetário. Podendo ser mais significativo na tentativa de se enquadrar numa esfera de classe profissional criativa é ter o reconhecimento de que as características da economia criativa exigem uma adequação do que se compõe o perfil das profissões tradicionais – pensamento livre, intimidade com as novas tecnologias, valorização do intangível -, e a partir daí a origem das novas profissões. O englobamento e os diversos setores da economia criativa faz a exigência de profissionais capacitados para estabelecer ligações entre diferentes meios e de construir pontes entre os agentes públicos, privado e do terceiro setor, em uma análise de múltiplas visões. Tópico que está atrelado num aspecto primordial, o que compõe a capacitação, por vias de pressupostos nitidamente dispares dos que baseiam nosso ensino tradicional. O que falta para que o grande potencial criativo venha com todo vigor e posto em prática é o reconhecimento da influência que carece os ensinamentos em uso e de sua adequação a motivação a criatividade. Até agora, o que ronda nos debates em torno do sistema educacional é a colocação em evidencia sobre questões de ordem técnica, a discussão relativa ao modo como a habilidade de raciocínio e a proliferação do talento dos estudantes são alimentadas permanecem nos bastidores. Então se põe diante de ensejo e desafios futuros da economia criativa, com o padrão educacional que se espelha no passado.


O choque desse grau de reprodução que fica ao sabor de um modelo de educação que possa formal, com propostas basilares em necessidades e âmbitos ultrapassados pode modificar as oportunidades da economia criativa em um fosso de exclusão. 4. A extensão de um desenvolvimento A economia criativa tem os ativos criativos como apoio, sendo estes de grande valor potencial para gerar o crescimento socioeconômico. Mediante a definição seguida pela Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e Desenvolvimento (Unctad) a economia criativa tem o poder de alimentar o crescimento econômico, gerar empregos e os altos ganhos com a exportação, concomitantemente em que se faz a inclusão social, a diversidade cultural e o que podemos denominar de desenvolvimento humano. Reis (2008) corrobora defendo a economia criativa como uma forma de desenvolvimento se baseando em duas vertentes que se entrelaçam de forma complementar. A primeira tem como forma basilar o fator de reconhecimento da criatividade, do capital humano, para a formulação de uma maneira integrada de objetivos sociais, culturais e econômicos, em face de um modelo de desenvolvimento de âmbito global pós-industrial que é excludente, logo que não se sustenta. Nesse retrógado paradigma a diversidade cultural e, de forma geral, as culturas podem ser analisadas como empecilhos ao desenvolvimento, em vez de nutriente de criatividade e de uma boa forma de resolução das questões sociais e econômicos. Já em contrapartida, ao invés de um modelo que pudesse incluir, existia um exemplo social versus econômico, claramente visto em regiões com alguns países africanos e da América. Uma segunda analise de autor para a economia criativa é como uma forma de desenvolvimento que aponta como as modificações econômicas, e de maneira especial as novas tecnologias. Alteram-se as ligações entre a cultura e economia


dando abertura a um emaranhado de oportunidades econômicas que se baseiam em grandes empreendimentos criativos. Ao fincar-se na criatividade de foro particular, permitindo uma formalização de pequenos negócios e viabilizando os baixos empecilhos de acesso. A economia criativa seria encarada como promovedora de geração de renda e emprego. Após adentar nesses aspectos econômicos, tecnológicos, culturais e sociais, a economia criativa tem conexões já interligadas com a economia geral nas ordens micro e macro daí que vem o caráter de desenvolvimento. Uma vez que a criatividade é o que move toda essa gama de fatores, não o capital. A economia criativa, segundo o que foi abordado, corresponde ser uma via com mais possibilidades em torno de estratégias de desenvolvimento mais conduzido a resultados positivos para países em desenvolvimento. As dimensões em torno da economia criativa gira em torno de seis fatores: - Dimensões das ordens políticas: políticas de ordem econômica, tecnológica, cultural e social; - Valores nos âmbitos culturais/histórico: valores antropológicos (estética, étnico e uma diversidade cultural); - Dimensão multidisciplinar: cultura, trabalho, comércio, tecnologia, turismo; - Dimensão Atemporal: tradições que vem do passado, novas tecnologias e uma visão de futuro; - Dimensão Onipresente: trabalho, lazer, cultura e entretenimento; - Uma inclusão na sociedade: meios público e privado, todos os estratos sociais, ONGS (com ou sem fins lucrativos). *Fonte: E. dos Santos, Umctad.


Esses tópicos vem numa tentativa de se fazer um esquema visando à comunicação de âmbitos bem complexos. É uma representação de uma visão geral dos principais pontos que norteiam o conceito de economia criativa. Depois do o modelo bem-sucedido implantado no Reino Unido pelo Primeiro-Ministro Tony Blair, em 1997, intitulado de Força-Tarefa Ministerial das Indústrias Criativas, seguido da nomeação de um ministro das Indústrias Criativas e Turismo que, por sua vez, lançou o Programa de Economia Criativa do Reino Unido, alguns países em desenvolvimento resolveram adotar em tons gradativos uma linhagem semelhante. Foi o caso do Caribe, Jamaica, África e China. Uma característica importante que envolve toda a questão do desenvolvimento é que a economia criativa está presente de forma onipresente na vida das pessoas, quer seja na educação, no trabalho, nos momentos propícios de lazer e no entretenimento, ou seja, estamos rodeados por todo que move a economia criativa, que, por conseguinte, somos parte integral dela. As perspectivas sociais também colaboram para uma formulação de políticas de estímulo das economias criativas locais, devido às consequências positivas de amplo alcance sobre os empregos que podem ser usados como um mecanismo para se promover a inclusão social. A economia criativa, nos países em desenvolvimento, em especial os mais pobres, é uma fonte de geração de empregos, ajudando de certa forma para o alivio da pobreza. Se tratando das atividades criativas que se trata das artes e as festas populares das culturas tradicionais servem geralmente para levar a inclusão às classes minoritárias que são mantidas a margem. Facilitando a absorção dos jovens marginalizados que por sua vez são dotados, em sua maioria, de talentos de que a economia criativa precisa, se envolvendo nos seus setores informais.


Em suma, a economia criativa tem uma função primordial de inclusão na sociedade como um todo. Pessoas de vários âmbitos sociais participam de alguma forma dessa economia, umas como produtoras, outras como consumidoras dos mais variados produtos criativos gerando cada vez mais o seu desenvolvimento. Outo fator que não pode deixando de lado é o poder que a economia criativa tem de direcionar vários segmentos dentro da sociedade. 5. Economias criativas e a liderança no crescimento econômico. Para os países do primeiro mundo, as indústrias criativas, portanto, a economia criativa, é de muita significação, pois estas lideram o crescimento de ordem econômica, no emprego e no comércio. Houve um salto estrondoso na Europa em termos de faturamento e de empregabilidade de pessoas. Trocando em miúdos o Reino Unido e a Dinamarca forma parte dos países com que mais se geraram empregos, sendo que o primeiro contribui com milhões para a balança comercial, já o segundo representou um aumento no PIB pela geração de empregos e exportações. Há uma proliferação das chamadas “cidades criativas” na América do Norte e na Europa como “cidades de serviços de negócios criativos” com o intuito de fazer uma restauração das áreas industriais que são antigas e trazer uma revitalização a economia, criando empregos criativos com grande poder atrativo, em especial para aqueles do campo das artes, das novas mídias e do entretenimento para os jovens talentos que, em sua maioria, estão fora do mercado de trabalho. Vale a pensa ressaltar que, neste caso, são os países desenvolvidos que estão utilizando a economia criativa como fonte de desenvolvimento. Para os países em desenvolvimento apesar de serem ricos em diversidade, cultura e num em emaranhado de talentos a serem trabalhados e desenvolvidos o potencial que regem suas economias não são tão utilizadas para os devidos fins. No entanto, como


forma de fugir da regra, tem países em desenvolvimento que estão se enquadrando na dinâmica global da economia criativa colocando cada vez mais em prática politicas efetivas para gerar um aumento das indústrias criativas. Um caso que está em evidência é a China, em 2004 suas indústrias tinham a representatividade de 6% no PIB. Para os ramos que estão com caráter mais criativo e competitivo se encontram os de design, arte, artesanato, edições e novas mídias, colocando o país no pico entre os exportadores mundiais em produtos criativos. Podemos citar como exemplo a televisão mexicana e a indústria de animação digital também configuram bem os casos em que enxerga o sucesso do sistema. Porém, há um entrave por parte dos países em desenvolvimento, pois muitos deles não conseguem gerir as suas habilidades criativas em proveito das necessidades do desenvolvimento. No rol dos obstáculos que impedem os países que estão em desenvolvimento a reforçar suas economias criativas está à deficiência da política local e os meandros sistêmicos globais. Vale a pena ressaltar que a conectividade e os contemporâneos avanços na tecnologia da informação traduzem em novos formatos de marketing e proliferação digital do conteúdo criativo está em ritmo voraz dando uma nova forma ao funcionamento dos mercados que de alguma maneira lidam com o comércio de textos, símbolos e imagens. No limiar as possibilidades, esse fato democratizará os comércios de produtos criativos, porém isso ocorrerá em longo prazo. Sabe – se que as tecnologias digitais e a internet, atingiram de maneira profunda a produção, na distribuição e na forma de consumo global nos âmbitos da música e de outros audiovisuais.


6. Indústrias criativas como um ramo contemporâneo e dinâmico no comércio global. Na década passada, as indústrias criativas ganharam o patamar de um dos setores que despontam de mais dinamismo no comércio mundial. Tomado como base o crescimento exorbitante que o ramo teve nos anos 2000, podemos dizer que as indústrias criativas se comportam de maneira catalisadora que só visa os ganhos para o comércio. Evidencia-se, também, um leque de novas oportunidades para que os países em desenvolvimento andem com passos rápidos e gradativos em setores que são vistos como promovedores de crescimento e como isso pode aumentar suas participações no âmbito de mercado do comércio mundial. Este comércio de produtos e serviços criativos ainda rege o domínio da economia de mercados nos países desenvolvidos. Entretanto esses países perderam um pouco da força em relação as suas participações no mercado devido a grande participação singular da China. Com isso as exportações dos países em desenvolvimento aumentaram. É muito relevante pensar que há uma preocupação por parte desses países, pois já estão

realizando

reflexões

que

levam

em

consideração

as

características

proeminentes da economia criativa. No tocante da forma estrutural das exportações das indústrias criativas por cada seção, o design é o mais comercializado com base em dados nos relatórios estatísticos disponíveis. Os países desenvolvidos se enquadram em que tem um grande poderio em torno da exportação de música e audiovisual, já em contrapartida os países em desenvolvimento representam um número superior de exportação na área do artesanato seguido do design.


7. Em torno de um sistema global e com vários países trabalhando sobre um determinado tema. As questões de ordem global assim como todas as políticas de foro internacional têm a sua parcela de contribuição na era da economia criativa. Na década passada as indústrias criativas, entraram como tópico na agenda internacional de economia e desenvolvimento. Uma negociação entre 153 países, conhecido como o Consenso de São Paulo, estabelece em artigo 91 a seguinte afirmativa “A comunidade internacional deve apoiar os esforços nacionais dos países em desenvolvimento para aumentar a sua participação e se beneficiar dos setores dinâmicos e deve também fomentar, proteger e promover as suas indústrias criativas”. Podemos citar, também, a Unctad como proativa em formulações em ações em políticas de cooperação de âmbito internacional e nacional nos ramos das indústrias e economia criativa. Isso serviu para que hoje se tenha uma maior consciência em termos que políticas públicas em torno do potencial que ainda não foi alcançado pelas indústrias criativas, empurrando cada vez mais a economia criativa para o desenvolvimento. Para um grupo de países faz – se necessário que os serviços culturais e de audiovisual tenham um tratamento especial como produtos peculiarmente culturais estando decididos a barrar sua aptidão de uso de medidas de ordem política, para a partir dai sustentar suas indústrias culturais locais como um bem público. Já outros, analisam que o ramo de audiovisual e os produtos de entretenimento devem receber o tratamento igual a qualquer setor, cobrando de seus participantes um maior comprometimento e um debate de novas formas de disciplina. A forma como é dado o conceito do espaçamento da política que dá o acesso de forma gradativa de disciplinas como etapas de desenvolvimento ainda é considerada


como um fator importante, principalmente para países em desenvolvimento. São em número muito reduzido os países que se comprometeram como os serviços culturais, pois, em sua maioria, esses países cujos estão em desenvolvimento seguraram a colocação de que a forma de liberalização dos serviços em sua amplitude deve ser o caminho que deve se seguir sempre, sendo que o trânsito de maior preferência é o da liberalização progressiva. Pode – se dizer que as indústrias criativas possuam uma enorme dependência em torno da execução dos direitos de propriedade intelectual. A possibilidade do aumento significante do nível de proteção e de execução desses direitos nos países em desenvolvimento veio com a entrada do Acordo sobre os Aspectos dos Direitos da Propriedade Intelectual Relacionadas ao Comércio (Acordo TRIPs). Uma cooperação de ordem internacional que trata de assuntos que estão correspondidos à economia criativa está sendo cada vez mais fortalecida. Tudo isso começou com a inciativa da Unctad que na formação de um Grupo Informal Multigência das Nações Unidas sobre as Indústrias Culturais, 2004, criou facilidades para o trânsito para várias atitudes concretas de foro nacional e internacional que, por sua vez, envolveu o sistema das Nações Unidas. Para mais, fica a ideia de que a economia criativa pode sim ser tomada como oportunidade que grande viabilidade para uma promoção eficaz em torno do desenvolvimento humano sustentável, pois busca a melhoria da qualidade de vida das pessoas, de uma maneira geral, que não abrange, somente, o lado socioeconômico, mas também pela cultura e da educação. 8. O lado numérico da economia criativa Uma análise em termos quantitativos da economia criativa convém abordar o seu peso econômico no setor (% sobre o PIB de cada local); a conjuntura do comércio


internacional de bens e serviços; o que foi gerado em termos de emprego e a quantidade e a geração de renda em torno de uma média salarial. - Esfera global Uma análise feita pela consultoria Price Waterhouse (2007) a estimativa no setor em relação ao seu peso econômico cresceria 6,6% a cada ano, destacando que está acima da média da economia mundial. Já na América Latina a previsão para esses números seriam ainda melhores. O que se evidenciou para esses países foi um crescimento de 8,5% ao ano. Para o estudo realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN – 2008), segundo um relatório de origem britânica que teve sua atualização em 2001, a indústria criativa do Reino Unido – país precursor desse conceito -, gerava uma receita para o local de 112 bilhões de libras esterlinas (uma estimativa de US$ 200 bilhões), e atribuía vínculos empregatícios num número de 1,3 milhões de pessoas, o que se pode perceber de 5% da força de trabalho. Há a estimativa que hoje em dia mais de dois milhões de pessoas estejam trabalhando neste setor contribuindo muito para a economia inglesa e tantas outras. Florida em sua publicação de 2002 evidenciou-se em estudo que mostrava que o se denominava como classe criativa dos Estados Unidos tinha uma representação de 30% de toda força do trabalho – oposto os 10% de tinha no início do século XX e 20% em 1980 -, e o ambiente criativo é responsável por quase toda a metade da classe salarial no país, cerca de US$ 1,7 trilhão, que envolve aos setores norte-americanos de âmbito manufatureiros e de serviços juntos. Em relação aos países da América Latina o Brasil tem o maior parque criativo. Podemos evidenciar esse potencial de crescimento por dois fatores peculiares: à forma intensa do mercado interno a opulência e a diversidade da nossa cultura


reverberada por algumas manifestações de reconhecimento internacional como o carnaval, novelas, samba e outros. - Esfera local: um panorama do Brasil e Rio de Janeiro Reunindo alguns dados numéricos da economia criativa, no Brasil e em caráter especial no Rio de Janeiro, segundo o estudo do FIRJAN, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e no ministério de trabalho – RAIS do ano de 2006. As estimativas apuradas mostram que há uma participação de uma cadeia criativa no PIB brasileiro de cerca de 16,4% o que condiz há 381,3 bilhões, que são movidos principalmente pela arquitetura e moda. No tocante de todo os empregos que foram gerados nos segmentos da economia criativa percebeu-se que se empregou 638 mil trabalhadores em todo o país em 2006, representando 1,82% do geral. De maneira particular, de toda a cadeia no setor criativo que sendo responsável por 21,8% (7,6 milhões) das pessoas que trabalham no país o Estado do Rio de Janeiro é o que tem uma participação mais efetiva nesses números levando desse total quase um quarto dos trabalhadores – 23,1% ou 780mil -, no tocante da indústria criativa. Podemos inferir que esse lado vocacional do estado em setores que se relacionam com a criatividade se dão pelo desenvolvimento do parque industrial e como não citar o capital humano. Já para lado que se refere a geração de renda, a força de trabalho no que se refere ao núcleo da cadeia criativa brasileira a população do Rio de Janeiro é mais bem remunerada do que o restante dos estados. Valendo a constatação de que há um alto valor que se agrega a atividade que exige em muitos casos um elevado grau de instrução.


Sá Leitão (2009) sintetiza dizendo que o Sistema de Informações e Indicadores Culturais (IBGE/Minc, 2006), a economia criativa e seus setores circundavam, em 2003, por 5,7% dos empregos formais, 6,2% de número de empresas, 6% do montante adicionado no geral e 4,4% do que as famílias têm com despesas. Os empreendimentos criativos respondem por 5% dos postos de trabalho no que se refere à indústria no país, com um salário médio de 5,6 mínimos. No tocante dos serviços, o que é ofertado sobre os dados é ainda significativo, pois 9% do geral de números de empregos e 5,9 mínimos de salário médio. 9. Os desdobramentos da economia criativa. A economia criativa não é como afirmam os críticos, apenas um respaldo de todos os setores enquadrado numa nova categoria, mas uma bandeira que se levanta trazendo uma nova conjuntura econômica. Podemos identificar, também, que ela vem como uma maneira em que se encontra mais excelência para o desenvolvimento socioeconômico no âmbito local ou em países quer sejam desenvolvidos ou os que estão em processo de desenvolvimento. Reis (2008) identifica que essa é uma oportunidade de suma importância para dar uma nova organização aos recursos e a distribuição de benefícios que provém de um novo ciclo econômico. O advento desse ciclo tem seu surgimento como resposta a questões globais persistentes, motiva e fundamentam novas formas de negócios, processos de meios organizacionais e institucionais e ligação entre outros agentes econômicos e sociais. No entanto, não se pode deixar escapar essa ocasião, logo é preciso extrair ao máximo o potencial econômico deste setor que Couto (2011) diz que tem que ser por base de um decálogo de alicerces: 1) Conscientizar os gestores públicos, privados e a sociedade civil de que a inclusão se faz por convergência de interesses; 2) Definir e implementar políticas de desenvolvimento transversais aos setores e integrantes;


3) Influenciar acordos internacionais para que possibilitem a apropriação dos benefícios da economia criativa por parte das comunidades que os originaram; 4) Promover acesso adequado ao financiamento; 5) Levantar estatísticas que monitorem o desenvolvimento das ações de política pública; 6) Disponibilizar infraestrutura suficiente de tecnologia e comunicações; 7) Estabelecer um modelo de governança coerente; 8) Analisar o processo de geração de valor não em uma estrutura de cadeia, mas de redes; 9) Garantir educação e capacitação a par com novos perfis profissionais e novas profissões; 10) Formar um ambiente que reconheça o valor econômico da criatividade e do intangível cultural. (COUTO, 2011). No entanto, da mesma forma que uma mudança em relação aos paradigmas traz um emaranhado de oportunidades, a perda dessas gera ônus. Pode ser custo social, cultural, econômico. Fica na questão da sociedade decidir se há um querer na criação para se transformar a diversidade e os novos talentos criativos dos países desenvolvimento em um ativo econômico ou se há uma predominância em se perpetuar num futuro as disparidades do foro histórico como os quais se convive hoje. Consoante Lola Dehenzelin falar em economia criativa não se pode pensar somente como estratégia para os negócios criativos e sim para todos aqueles que se consegue um competitividade por meios do que se chama de culturalizaçao de negócios – valor que é agregado a partir de elementos intangíveis e culturais para o desenvolvimento dos empreendimentos de uma forma sustentável. Em linhas gerais se observa que o papel de economia criativa é ofertar de certa maneira mecanismos para a transformação da criatividade em negócio, ou seja, unir valor à criatividade, sendo, por sua vez, promovedora de um desenvolvimento sustentável e humano e não se limitar apenas ao desenvolvimento econô


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