Agenda Cultural do Recife_Junho 2015

Page 1

ANO 20  Nº 238

JUN

Prefeitura do Recife Secretaria de Cultura Fundação de Cultura

São João do Recife

1  JUN 2015


pprefeitura do recife Prefeito do Recife Geraldo Júlio Vice-prefeito do Recife Luciano Siqueira Secretária de Cultura Leda Alves Fundação de Cultura Cidade do Recife Presidente Diego Rocha Gerente Geral de Administração e Finanças: Edelaine Britto Gerente Geral de Ações Culturais e Infraestrutura Sílvio Sérgio Dantas Gerente de Desenvolvimento e Descentralização Cultural Iana Cláudia Marques Agenda Cultural Editor Manoel Constantino Repórteres Anax Botelho, Erika Fraga e Jaciana Sobrinho Estagiário de jornalismo Franklin Almeida Estagiário de fotografia Italo Santana Equipe Gerencial Christina Simão e Jacqueline Moraes Versão online Jacqueline Moraes Revisão Norma Baracho Projeto Gráfico Estúdio Vivo | Fernanda Lisboa e Matheus Barbosa Diagramação Lúcia Rodrigues Capa Foto Andrea Rêgo Barros | PCR Impressão São Mateus Gráfica Ltda Tiragem 10.000 exemplares Cais do Apolo, 925, 15º andar, Bairro do Recife Recife-PE CEP 50030 230 Telefone 81 3355 8065 Fax 81 3355 8810 agendaculturaldorecife@gmail.com www.recife.pe.gov.br/agendacultural www.agendaculturaldorecife.blogspot.com Twitter @agendaculturall Programação sujeita a alteração. Por favor, confirmar. Sugestões de pauta devem ser enviadas até o dia 15.


O Ciclo Junino no Recife é festejado com arraiais por toda cidade Recife sempre foi porto, ancoradouro, cidade mãe adotiva de várias regiões do nordeste brasileiro, abraçando com seu calor grande contingente de pessoas que aqui fixaram residência, ora para concluir seus estudos, ora por opção de vida, ora por simples afinidade com a cidade e sua cultura. E assim, quando chegam os ciclos festivos, percebemos um certo alvoroço, um movimento que envolve famílias inteiras, dos mais jovens, ensaiando suas quadrilhas, aos mais velhos para festejar, por exemplo, o Ciclo Junino. Por tudo isso, a Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Cultura/ Fundação de Cultura, promove a grande festa dos santos juninos, espalhando por toda cidade 64 arraiais, dos quais quatro são denominados centralizados, o tradicional Sítio Trindade, a Praça do Arsenal, o Pátio de São Pedro e a Rua da Moeda. A festa, no sentido religioso traz no seu bojo o festejar de São João, São Pedro, Santo Antonio, mas para muitos católicos o Ciclo junino tem início em 19 de março, comemorado como o dia de São José e ao plantio do milho, base da culinária típica do período e então, promessas, rezas, procissões acontecem para pedir chuvas fartas ao santo mediador, pai adotivo do Menino Jesus. Santo Antônio é também bem popular por sua fama de santo casamenteiro e achador das coisas perdidas. Em Pernambuco, em 1550, a ele foi erguida uma capela, que deu origem ao primeiro convento carmelita no Brasil: convento de Santo Antônio do Carmo. No sincretismo religioso, Santo Antônio representa os orixás guerreiros Oxossi, Ode e Ogum. Já São João é o mais popular dos santos juninos. À exceção da Virgem Maria e do menino Jesus, é o único santo comemorado no dia do seu nascimento - 24 de junho. Filho de Zacarias e Isabel, prima de Maria, mãe do Filho de Deus. Seu nascimento e missão foram anunciados pelo anjo Gabriel e, quando nasceu, esse fato foi comunicado, conforme combinação, por uma fogueira. Também chamado de o Batista, pois batizou Jesus no Rio Jordão foi, também, seu precursor, pregando antes Dele, anunciando-o. Uma de suas representações é a de São João do Carneirinho, menino, ainda. No sincretismo religioso, São João é o orixá Xangô. Segundo uma das muitas lendas, São João deve permanecer dormindo na noite de 23 para 24, apesar de toda a festança e foguetório aqui na Terra, pois, do contrário, provocaria o fim do mundo por fogo... Além da festança junina, Recife também comemora o Dia dos Namorados e várias programações voltadas para o dia 12 de junho, são convites certos para os enamorados.

Manoel Constantino Editor

Conexão 2 São João do Recife 9 Entrevista 14 Sabores do Recife 19 Por trás das cortinas 23 Artes Cênicas 27 Circo 37 Canto Daqui 40 Música 44 Circulando 52 Perfil do Artesão 56 Artes Visuais 58 Clic 64 Cinema e vídeo 65 Moda 67 Giro Literário 70 Cursos e Concursos 74 Ilustra 79 Serviços 80


CONEXÃO Verônica Sanfoneira

Por Erika Fraga Fotos: Divulgação

4  JUN 2015

Acordes que rompem preconceitos A mulher há muito tempo já mostrou a que veio, sua importância se faz cada vez mais intensa em todos os setores da sociedade, ela deixou de ser coadjuvante e está exercendo um papel de protagonista, principalmente na música, onde encontramos musicistas e cantoras renomadas. Em um universo predominantemente masculino, como o da sanfona, encontramos grandes mulheres que venceram a barreira do machismo e fizeram desse instrumento a sua voz. Mulheres como a cantora, compositora e instrumentista Verônica Sedrez, mais conhecida como Verônica Sanfoneira, é uma autêntica representante do forró pé de serra.


Formada em música pela Universidade Federal de Pernambuco, ela já tocou em diversos trios de pé de serra no Recife, em 2009, e integrou a banda “As Fulô”, primeira banda feminina de pé de serra da cidade de Caruaru. Em 2010, entrou para o Sexteto Pernambucano de Acordeom do Mestre Camarão e já participou de vários festivais e especiais para televisão. Em 2014, Verônica lançou seu primeiro CD solo, no qual teve participações de vários compositores consagrados como Dominguinhos, Maciel Melo, João Silva, Nádia Maia, Xico Bezerra e Roberto Cruz. Verônica passou dez anos tocando violão em barzinhos, até que decidiu ingressar no forró, e a sanfona, que hoje é sua companheira, seria seu diferencial. Foi uma das primeiras alunas do Mestre Camarão, com ele aprendeu muito do que sabe sobre o pé de serra. “Comecei tendo aula com Camarão, no início eram pouquíssimas alunas, porém, com o tempo, as moças foram saindo e chegou uma época que ficou somente eu de mulher”, lembra. Segundo a sanfoneira, apesar de estarmos em uma época em que a mulher vem quebrando muitas barreiras, o preconceito ainda existe no meio do forró. Muitas vezes de uma forma mais discreta, ou até mesmo disfarçada, mas ele está lá. “O machismo existe, mas se a mulher souber se comportar ela consegue. Assim como com qualquer outro forrozeiro, ela deve procurar descobrir seu lugar no forró. De modo geral, em qualquer gênero musical vemos a mulher explorar seus atributos físicos usando shortinhos para mostrar as pernas e se valendo disso em detrimento do que realmente importa que é saber cantar e tocar. A pessoa tem que dar valor primeiramente ao seu trabalho para depois pensar em chamar atenção por seus atributos físicos. Tem que cuidar da voz, fazer aulas de canto, de técnica vocal... A voz é o nosso verdadeiro instrumento de trabalho”, desabafa. Ver uma mulher cantar, dançar e ao mesmo tempo tocar uma sanfona que pode chegar a pesar 15 quilos gera espanto e desconfiança. Muitas pessoas duvidam da qua-

CONEXÃO

5


lidade da sanfoneira e até duvidam de que são capazes de levar o show até o fim. “Quando aparece uma mulher que canta e toca um instrumento com uma sanfona, a primeira reação do público é ficar olhando, parece um bando de matuto parado, de braços cruzados... Só quando percebem que a mulher dá conta do recado é que começam a dançar. É um universo muito masculino, temos de chegar em pé de igualdade com a machadada para poder agradar e ser aceita”, fala.

Terezinha do Acordeom

6  JUN 2015

Prestes a completar, em 2015, 50 anos de carreira dedicados ao forró, Terezinha do Acordeom foi a primeira a enfrentar todas as dificuldades e escrever uma nova história da mulher no autêntico forró nordestino. Nascida em Salgueiro, aos 12 anos ela já ensaiava os seus primeiros acordes, mas nem passava pela sua cabeça que naquele momento iniciava uma nova fase no forró. “Na época em que comecei, era muito mais difícil, nem de longe se imaginava uma mulher tocando forró, as pessoas sempre falavam que moça de família tinha que aprender a tocar piano. Aqui no Recife até existia uma academia de acordeom, mas lá ensinavam as meninas a tocar valsa e bolero, e eu queria o forró, me apaixonei pela música popular nordestina, o xote, o forró, o baião...”, afirma. E quando ela começou de fato a tocar o instrumento, o espanto na sua cidade foi tanto que as pessoas começaram a fazer fila na porta da sua casa só para vê-la tocando. “Meu pai me deu uma sanfona, uma zabumba, um pandeiro e um triângulo, todos os instrumentos para formar um conjunto, e eu formei com dois irmãos e um amigo. E o engraçado de tudo isso é que a notícia de que eu tocava acordeom se espalhou... Como meu pai era um protético muito conhecido, a história chegou às cidades vizinhase, com isso, minha casa vivia lotada de gente querendo me ver tocar”, relembra.


Terezinha tem consciência de que é uma inspiração para a nova geração, ela ajudou muitas mulheres a perder o medo e a encarar o mundo da música. “Eu fui a primeira no Nordeste, não a tocar acordeom, mas a entrar nesse universo do forró de música nordestina. Sei que eu dei esse pontapé inicial e fico feliz quando vejo várias meninas tocando acordeom”, ressalta. Sempre que possível, Terezinha procura passar um pouco do que sabe para quem está chegando agora, ela já orientou vários sanfoneiros e sanfoneiras e ajudou a dar um gás inicial na carreira de vários. Hoje, conhecida e aclamada por muitos, Terezinha já não sente mais o peso do preconceito com quem está iniciando. Segundo ela, é muito comum às sanfoneiras que estão em início de carreia ser mais analisadas e julgadas, espera-se das mulheres sempre um alto nível, pois a cobrança é maior. “Quando me chamam ao palco, eu já recebo aquele caloroso aplauso do público e consigo sentir a plateia, vejo a reação das pessoas e também procuro observar o momento certo de mudar de ritmo, mas, no início, as pessoas achavam que eu não dava conta do recado, elas não confiavam que eu fosse conseguir tocar nem uma hora...”, comenta. Hoje o forró é tocado o ano inteiro, e a internet faz com que chegue a lugares antes inimagináveis. Segundo Tererezinha, estamos vivenciando uma maravilhosa renovação de forrozeiros – em especial de sanfoneiras. São adolescentes de 11, 12 anos tocando em alto nível. Como destaque dessa nova geração, encontramos Karoline Maciel, sanfoneira precoce que aos sete anos de idade trocou a boneca por uma sanfona. Aluna do Conservatório Pernambucano de Música, Karoline também estudou com o Mestre Camarão. Seu talento com a sanfona é Karoline Maciel

CONEXÃO

7


tanto que com apenas três meses de aula ela foi convidada pelo mestre para fazer uma participação no show dele durante o São João de Caruaru. “Sempre ouvia meu pai escutando essas músicas e achava todas muito bonitas, então um dia pedi a ele para comprar uma sanfona e me matricular num curso para fazer aulas de música”, comenta. Além de sanfoneira, Karoline é cantora, poetisa e molodista e já participou de diversos festivais dentro e fora do Estado. Em seus shows, ela se apresenta com sua irmã mais nova, Julianne, flautista de apenas nove anos e que, assim como ela, tem um talento precoce. A jovem já lançou dois CDs, tem três músicas gravadas de sua autoria e mais quatro em elaboração, as quais devem ser gravadas em breve. Karoline também teve a honra de contar em um dos seus CDs com a participação de Dominguinhos, além de já ter dividido palco não só com Camarão, mas com grandes nomes como Terezinha do Acordeom e Anastácia. Essa nova geração promete fazer a diferença, pois teve a oportunidade de conviver com Dominguinhos e de estudar com Camarão, além de poder conviver e aprender o melhor com grandes nomes como Genaro, Flávio José, Pinto do Acordeom, entre tantos maravilhosos mestres do autêntico forró nordestino. Para Teresinha do Acordeom, os mestres estão encerrando um ciclo, uma missão, mas os jovens estão chegando e não vão deixar a música popular nordestina acabar.

A força da mulher Pernambucana Cylene Araújo, mais conhecida mundialmente como a cantora das 50 horas, é a prova da força e da garra da mulher pernambucana. Aos cinco anos de idade, já estava certa de que seria uma artista. Aos oito anos, iniciou sua carreira na TV Jornal do Recife apresentando um programa infantil. No início dos anos 1980, foi para a TV Universitária para apresentar o programa “Mundo Mágico” ao lado

8  JUN 2015


de dois apresentadores: Boneca Suzy e Palhaço Belezinha. Em 1981, gravou seu primeiro vinil intitulado Cylene Araújo – A garota notável. Em 1986, participou do programa Perdidos na Noite, apresentado por Fausto Silva (TV Bandeirantes), onde recebeu o Disco de Ouro. Ao longo da sua carreira, ela acumulou um total de 30 trabalhos fonográficos lançados, sendo 6 vinis, 20 CDs e 4 DVDs. No seu repertório, podemos ouvir além do forró outros ritmos como frevo e MPB, mostrando a sua pluralidade. Cylene também é compositora, tem mais de 100 canções gravadas por ela e por outros intérpretes de renome como Nando Cordel (Ciranda da solidão) e Quinteto Violado (Menino bonito, frevo-canção), as duas em parceria com Moisés Wolfenson.

Cantora Cylene Araújo

Em 2000, ela realizou, em São Paulo, um dos maiores feitos na sua carreira: cantar e dançar durante 50 horas, ou seja, dois dias e duas horas de muito forró, sendo considerado o maior show feminino do mundo, fato que a colocou no (Guinness Book), livro dos Recordes. “Foram três meses de preparação. Eu estava fazendo show em São Paulo, quando tive essa ideia. Pedi apoio ao dono da Patativa, Zé Lagoa, para realizar o evento lá e ele concordou na hora. Em seguida, retornei para o Recife e falei com o pesquisador Samuel Valente para me passar uma lista de 2 mil músicas. Ele então fez uma seleção percorrendo 60 anos de sucessos de forró, xote, baião e machinhas. De posse do material, preparei um repertório com 600 músicas e mais 150, caso fosse preciso. Preparava-me durante o dia na academia, para adquirir resistência física e vocal cantando na piscina (isso em sigilo sem que as outras pessoas da academia soubessem, só a dona sabia da história), e durante a noite digitava as letras e ensaiava sozinha”, relembra.

CONEXÃO

9


Para realizar essa façanha, Cylene contou com o incentivo primordial do seu esposo, Jorge Ricardo, e de vários amigos, além dos seus músicos que foram fundamentais para que tudo fosse um sucesso. Em 2001, a Companhia Editora de Pernambuco lançou o livro O Maior Forró do Mundo Terra da Garoa, , onde conta como tudo aconteceu com depoimentos e fotos dos músicos que participaram e de jornalistas de São Paulo que fizeram a cobertura durante os dois dias e duas horas. Para a forrozeira, essa façanha reafirmou seu nome no mundo da música e até hoje abre muitas portas no Brasil e no exterior. Quinze anos passados, ela ainda pensa na possibilidade de se superar. “Pensar eu penso, pois estou mais experiente e tenho muito mais a oferecer com a arte que hoje é ainda mais plural. Mas só faria em Nova Iorque que é o coração do mundo. Quem sabe... Se a Prefeitura do Recife me apoiar, podemos fazer cultura e turismo junto – eu topo. O prefeito Geraldo Júlio é um homem de desafios e sua esposa, Cristina Mello, uma grande amante do forró e da cultura. Que tal?”, dispara. Atualmente Cylene também dedica seu tempo ao programa Forrobodó, que vai ao ar todos os sábados, das 8h às 10h, na Universitária FM. “O Forrobodó é um programa de rádio com perfil de mídia televisiva, você escuta na 99.9 FM e assiste simultaneamente nas redes sociais. Quando assumi o programa em 2012, a convite do diretor Geraldo Cavalcanti, mudei o formato para um programa multimídia com música, cultura popular e prestação de serviços. O sucesso foi total. Nele, eu faço um roteiro com forrozeiros, os quais nunca foram tocados em uma FM aberta, toco o resgate dos grandes mestres da cultura, mas ao mesmo tempo dou espaço para personalidades como o chefe de comunicação da Polícia Federal, Giovani Santoro, que fala sobre os crimes cibernéticos para esclarecer os ouvintes e internautas”, pontua. Durante as turnês, tanto no Brasil quanto no exterior, ela continua a fazer o programa, dando visibilidade a quem faz forró. Neste mês, Cylene apresenta-se no Encontro de Culturas que será realizado em Serpa, Portugal.

10  JUN 2015


Os homenageados Genival Lacerda

O artista nasceu em Campina Grande, na Paraíba no dia 5 de abril de 1931, onde o cantor e compositor começou sua carreira, trabalhando também como radialista nas rádios Borborema e Caturité. O seu programa era líder em audiência e se chamava o Forró de seu Vavá. Já no ano de 1953, veio para o Recife e dois anos depois gravou o seu primeiro disco 78 rotações, sendo divulgado no mercado artístico em 1956 com as músicas “Coco de 56” e “Dance xaxado”. Em Recife, trabalhou nas rádios Clube e Tamandaré como cantor.

SÃO JOÃO DO RECIFE 2015

O cantor paraibano Genival Lacerda, através da irreverência das suas músicas e o seu estilo próprio de cantar conquistou um público fiel e acolhedor. Falar de Genival Lacerda é retratar a alegria de ser nordestino e mostrar que ainda se pode fazer boa música com humor sem precisar denegrir a imagem da mulher para alcançar o sucesso.

Foto Divulgação Acervo do artista

Naquele tempo para ser artista diziam que cantor que se preze, teria que tomar um banho de civilização do Rio de Janeiro. E foi o que o artista fez, chegou ao Rio no dia em que havia explodido o golpe militar. Lá ficou por dez anos cantando e gravando. No ano de 1975, estourou nas paradas de sucesso com a música “Severina xiquexique”, sendo um marco na sua carreira, além de outros sucessos para como “Radinho de pilha”, fenômeno que vendeu mais de 900 mil cópias em todo o Brasil. Depois emplacou, mais uma vez, com “Mate São João 2015

11


o veio”. O sucesso, a fama e a popularidade não param por aí, e, em 1995, o cantor lançou o Hit dance music “Rock do Jegue”. Em homenagem ao amigo Jackson do Pandeiro, Genival produziu um cd “Tributo a Jackson do Pandeiro”. Para traduzir a importância do artista e a sua referência no gênero do forró foi lançado em 2008 um documentário da Carolina Paiva sobre o cantor mostrando as raízes de um grande ídolo popular Brasileiro no qual a equipe da cineasta percorre a turnê do artista por todo o Nordeste. Em 2011, Genival Lacerda comemorou 60 anos de forró com muita alegria e irreverência reunindo grandes participações em seu CD entre eles: Ivete Sangalo, Zeca Pagodinho, Chico César, Adelmário Coelho e Dominguinhos, dando, inclusive, uma nova roupagem aos seus maiores sucessos. Em 2012 lançou o CD em homenagem ao também amigo Luiz Gonzaga intitulado “No balanço do Nordeste”. Em 2015 Lançou sua música nova de trabalho intitulada de “Me dê o seu WIFI”, de composição de Nerilson Buscapé e João Lacerda, grande sucesso no São João de todo o Brasil. Hoje é um dos homenageados do São João do Recife 2015.

12  JUN 2015


Foto Wagner Ramos | PCR

Ciranda As Filhas de Baracho: o cirandeiro está vivo Maria Dulce, 67 anos, natural de Carpina, e Severina, 55 anos, de Nazaré da Mata, carregam um sobrenome de importância histórica para a cultura popular pernambucana e brasileira. Filhas de Antônio Baracho da Silva, ou simplesmente Baracho, falecido em maio de 1988, assumiram a responsabilidade de manter e divulgar o trabalho de seu pai: a ciranda. Considerado, entre cirandeiros e estudiosos da cultura popular, o precursor desta manifestação em Pernambuco, Baracho foi um agitador popular e um dos maiores compositores de ciranda do estado. Dulce e Severina cresceram nas rodas e cantigas de ciranda. Acompanhavam seu pai nas apresentações respondendo aos versos entoados por ele. As primeiras aparições aconteceram no centro do município de Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife, quando ainda pertencia ao município de Paulista e se chamava Maricota. “As ruas não eram nem calçadas, era tudo no chão batido”, lembra Dulce. Com o apoio de amigos, da irmã e de duas amigas, estas apresentações aconteciam sempre às sextas-feiras, aos sábados e domingos e atraia a população local. A partir daí, a Ciranda de Baracho foi convidada para se

São João 2015

13


apresentar em outras localidades da região metropolitana e em praias do litoral pernambucano. Quando a ciranda se consolidou, as apresentações percorreram cidades da zona da mata e agreste, dentre elas Carpina e Garanhuns. Onde quer que fosse Baracho, suas filhas o acompanhavam – e assim fizeram até o fim de sua vida. “Quando não podia mais cantar, meu pai nos acompanhava e, sentado numa cadeira, nos dizia os versos para que repetíssemos”, conta Dulce. Após a morte de seu pai, as atividades do grupo foram suspensas. Mas o cirandeiro permaneceu vivo no alcance que tiveram suas composições, como “Essa Ciranda Quem Me Deu Foi Lia”, “Ó Cirandeiro”, “Casa de Farinha”, que continuaram sendo reproduzidas chegando, inclusive, a ser consideradas de domínio público. Em 1997, o produtor de Lia de Itamaracá, Beto Hees, reuniu diversos cirandeiros a fim de descobrir a autoria da composição que leva o nome da artista. Durante a pesquisa, o número de canções atribuídas a Baracho chamou a atenção do produtor que, depois de procurar familiares do mestre cirandeiro, encontrou Maria Dulce e Severina. As irmãs passaram a integrar os shows de Lia de Itamaracá nos vocais. Em 1999, Hees propôs às duas que iniciassem um projeto interpretando todas as canções de Antônio Baracho. Nasce assim o projeto “Ciranda As Filhas de Baracho”. O grupo é composto por dez pessoas, entre integrantes de palco e produção. Um disco chegou a ser gravado, mas não houve lançamento oficial e poucas cópias foram geradas em virtude da ausência de recursos. Atualmente a “Ciranda As Filhas de Baracho” se apresenta em eventos dos ciclos comemorativos organizados na Região Metropolitana do Recife e, neste São João de 2015, é homenageada.

14  JUN 2015


SÃO JOÃO DO RECIFE 2015 Programação 12 a 29 ARRAIAIS CENTRALIZADOS SÍTIO TRINDADE 15 a 21  20h à 0h  Eliminatórias do Concurso de Quadrilhas Juninas Adultas 25 e 26 20h à 0h  Final do Concurso de Quadrilhas Juninas Adultas 23 e 24  17h às 21h  Mostra de Quadrilhas Juninas Infantis Dom 21  17h às 20h  Procissão das Bandeiras 13, 14, 19, 20, 21, 23, 24, 26, 27 e 28  20h / 01h  Apresentações diversas (Palco e Sala de Reboco) 27, 28 e 29 Mostra de Quadrilhas Juninas do SESC - PE ARSENAL Qui 11  18h a 0h  Caminhada do Forró 19, 20, 21, 23 e 24  19h / 01h Apresentações diversas PÁTIO DE SÃO PEDRO Seg 22  19h às 23h  Festival de Comida de Santo 23, 24, 26, 27 e 28  19h à 01h Apresentações diversas

Sex 26  17H às 20H  Procissão das Bandeiras 27, 28 e 29  19h à 0h Apresentações Diversas RUA DA MOEDA 26 a 28  19h a 0h Apresentações Diversas Sex 26  Encontro de Coco 28  Recife de Coração Apresentações Diversas Os mercados públicos serão palcos para os tradicionais trios do forró, com festança nos mercados de Afogados, Boa Vista e da Encruzilhada, no dia 20, das 12 às 14hs e no dia 27, também das 12 às 14hs, os trios animam os mercados da Madalena e do Cordeiro. As crianças também terão os seus arraiais específicos e basta conferir as atrações, das 16 às 21hs, nos Parques Dona Lindu, Jaqueira, Macaxeira e Santana, no dia 24. Os bairros também serão contemplados com Arraiais Descentralizados, com inúmeros shows de artistas

ARRAIAIS DESCENTRALIZADOS 23 e 24  20h à 0h Coelhos, Santo Amaro, Campo Grande, Bomba do Hemetério, Nova Descoberta, Cordeiro, Várzea, Jardim São Paulo, Ibura (Ur 2), Lagoa do Araçá e Praça de Boa Viagem 28 e 29  20h à 0h Brasília Teimosa ARRAIAIS COMUNITÁRIOS 19 a 29  20h à 0h Joana Bezerra, Alto do Capitão, Alto do Pascoal, Arruda (Canal), Chão de Estrelas, Dois Unidos, Linha do Tiro e Peixinhos (parceria com o projeto “Cena Peixinhos”) Alto do Refúgio, Buracão, Buriti - Campo do União, Córrego da Fortuna, Córrego do Genipapo, Córrego do Inácio, Guabiraba, Mangabeira, Ponto de Parada, Avenida do Forte, Cosme e Damião, Engenho do Meio, Roda de Fogo, Torre, UR-7, Areias, Barro, Bongi, San Martin, Totó, Brasília Teimosa, Ibura de Baixo, Imbiribeira, IPSEP, Jardim Monteverde, Jordão Baixo, Pina, UR-1, UR-4 e UR-5 A programação completa está no site: www.saojoaodorecife2015. com.br

São João 2015

15


Por: Anax Botelho Fotos: Andréa Rêgo Barros/ PCR e divulgação

Perácio Gondim

ENTREVISTA

(Quadrilha Zé Matuto)

O mês de junho é conhecido no Nordeste brasileiro pelo caráter religioso e festivo do período junino. Entre as tradições do forró, estão as comidas típicas, os fogos e uma das principais manifestações culturais, a quadrilha junina. De origem francesa com influências portuguesas, foi introduzida no Brasil no período colonial e aqui a população agregou novos valores e significados. Em conversa com o coreógrafo Perácio Gondim, da quadrilha campeã do concurso do Recife em 2015, ele fala um pouco dessa cultura, do trabalho diário e da paixão pelo que faz. Agenda Cultural: Como surgiu a quadrilha junina Zé Matuto? Perácio Gondim: A quadrilha Zé Matuto foi fundada no dia 12 de outubro de 2013, na cidade de São Lourenço da Mata, durante uma reunião entre amigos na casa do atual presidente Walmir Souza. O intuito era unir as quadrilhas juninas e fortalecer a cultura local. Os amigos: eu, Walmir Souza, Sérgio Pereira, Barbara Finsking, Leandro Olívio e Edimilsom Leandro. Depois do grupo formado, convidamos o nosso amigo Fábio Santana para somar no brinquedo, e ele passa a ser o projetista e figurinista do grupo. O nome Zé Matuto nasce de uma seleção de nomes. Eu propus dizendo que era um nome forte e que fazia uma homenagem ao cantor Luiz Gonzaga com a música Zé Matuto, a diretoria gostou e assim ficou. O trabalho coletivo sempre

16  JUN 2015


foi o forte da Zé Matuto. Com um ano de existência ela se destaca no Recife pela sua força e humildade. Hoje os componentes revelam que se veem como uma verdadeira família e que são a cara do grupo. AC: Como você começou a integrar o universo das quadrilhas juninas? PG: Bom, muito pequeno eu via as quadrilhas no Córrego do Euclides, em Casa Amarela... Sou do Morro da Conceição e da minha casa dava pra ver lá embaixo elas dançando. Com o falecimento da minha mãe, meu pai e meus três irmãos fomos morar em São Lourenço da Mata, onde moro até hoje. Com oito anos de idade, comecei a dançar na quadrilha mirim Balança mas não cai e depois mais na frente comecei a dançar em quadrilha adulta mesmo sendo bem adolescente. Passei por dois grupos, Romance da lua lua e Matutinha do parque, aí o destino me levou pra minha cidade de origem, a convite do meu primo Joselito Costa e de minha tia Adeílda (Tetei). Em 1998, fui dançar no Morro da Conceição na quadrilha Origem nordestina, onde comecei a participar de grandes festivais e de grandes finais ainda como dançarino. Em 2004, foi fundada a Junina tradição, do Morro da Conceição, e fui convidado para participar do grupo. Nesse período, começa toda minha história como profissional da área. Entrei na Tradição e comecei a coreografá-la, e isso abriu portas pra mim como artista. Fui pego de surpresa... Cada movimento que eu colocava, todos gostavam. A Tradição foi crescendo e, enquanto estive no grupo, tive a honra e a sorte de estar no pódio: Campeão 2004 e 2005, vice-campeão 2008 e campeão 2011. Em 2006, 2007 e 2009, fui convidado para coreografar a Traque de massa, onde tive mais uma experiência ímpar, a qual também gerou pódios. Construí amizades que mantenho até hoje. Em 2013, a convite do amigo Wanderson José

ENTREVISTA

17


de Gravatá, fui coreografar aTraquejo. Foi mais um desafio, outra experiência única, onde também conquistei amizades e respeito na cidade, onde também fomos campeões. AC: Como você enxerga a importância da quadrilha junina para a cultura nordestina? PG: O movimento junino hoje no Brasil ultrapassa a festa pela festa e a dança pela dança, os grupos de quadrilhas juninas fazem trabalhos grandiosos de inclusão, sem falar no processo de salvaguarda que diariamente vem aumentando com os grupos. Uma vez que a quadrilha é formada, está-se fazendo com que aquela manifestação popular permaneça de geração em geração, que o brinquedo popular se perpetue... Assim, as quadrilhas estão usando as linguagens artísticas como uma ponte para trabalhar ações sociais, como a dança, a música, o teatro, a mão de obra produtiva, a sustentabilidade, entre outras. As diretorias dos grupos se profissionalizam cada vez mais e acabam servindo de espelhos pra esses componentes que em algumas ocasiões estão em situações de vulnerabilidade. AC: Como são escolhidos os temas, as coreografias e os figurinos? PG: Bom, o tema nasce dependendo de grupo para grupo. Ele surge em diferentes situações, tem grupo que cria em conjunto, tem grupo que uma pessoa cria e o restante desenvolve com o criador. Tem tema que nasce de uma música, tem tema que nasce inspirado em algum lugar, nasce de uma personalidade, seja ela um cantor, um artista plástico, um dançarino... Tem tema que nasce de uma história e depois ele é desenvolvido, tudo tem que estar ligado a ele. Se o tema for sobre flores, as músicas têm que falar de flor, de cheiro; a roupa tem que ter elementos relacionados às flores, as coreografias têm que ter ligação com elas, o cenário o arranjo de cabeça a mesma coisa, enfim, tudo tem que ficar coerente com o espetáculo.

18  JUN 2015


As coreografias também nascem de grupo pra grupo, tem quadrilha que tem uma pessoa que pensa e as outras colaboram com a parte final, tem grupo que tem alguns dançarinos que montam, tem outro que tem o núcleo de coreografia com vários coreógrafos, varia muito, mas tudo tem que estar dentro do tema. O figurino não é diferente, geralmente uma pessoa cria e as outras podem sugerir ideias, algum acessório, alguma meia, ou seja, colaborar com o figurinista, tem outras que não, o figurinista diz, é isso e isso fica. AC: Quais foram as grandes conquistas da Zé Matuto? PG: A Zé Matuto ainda vai fazer dois anos de existência. Acredito que a primeira conquista foi reunir as comunidades para fazer a quadrilha e fixar o grupo no município. Ano passado, em 2014, viemos com o tema “O reino castanho do sertão”, mesmo sendo novo, o grupo conquistou títulos importantes almejados por quadrilhas mais antigas. Fomos: vice-campeã da Globo, campeã Pernambucana e a quinta melhor quadrilha do Brasil. Dentre outros arraiais dos bairros do Recife. AC: Como é desenvolvido o trabalho durante o resto do ano? Como a quadrilha faz para renovar os componentes da comunidade de origem? Como realiza o debate para o fortalecimento da cultura, dentre outras coisas que queira ressaltar? PG: A Zé Matuto tem um projeto no período pós-junino, no qual busca trabalhar cultura popular com a quadrilha: formar o grupo de dança chamado Pau Brasil, que seria um ballet popular de São Lourenço da Mata. Vamos continuar trabalhando cultura na parte teórica e prática, com oficinas, grupos de estudos, aulas práticas de dança e teatro, pesquisas, aulas-passeio e montagem de espetáculos dos três ciclos festivos: Carnaval, São João e Natal.

ENTREVISTA

19


A continuidade da manifestação popular ocorre de geração pra geração. Em São Lourenço da Mata, voltam os costumes das quadrilhas adultas. Hoje fico feliz porque temos componentes que foram dançarinos da quadrilha mirim da cidade, a Xilindró de ritmos, que também é referência no Estado. Essa é uma das renovações que acontecem, eles crescem e vem dançar nas adultas, sem falar dos amigos que vêm de outros municípios como Camaragibe, Jaboatão, Lagoa de Itaenga, Limoeiro, Carpina, Bom Jardim e Paudalho. Com os componentes, além do processo de formação artística e cultural, trabalhamos com diretrizes pedagógicas e sociais. Nossa diretoria é muito rígida nesse sentido, trabalhamos o educacional para serem cidadãos de bem, além de artistas. Nossa diretoria é formada por pedagogos, advogados, historiadores, professores de educação física, publicitários, entre outros. AC: O que o público pode esperar para as apresentações de 2015? PG: A Zé Matuto mais um vez vem com um tema surreal em cima de um fato verídico: ela se propõe a utilizar A guerra de Canudos para desenvolver um espetáculo junino de ficção, não se comprometendo em relatar a verdadeira história narrada pelo escritor Euclides da Cunha, em Os Sertões. Com o tema A contenda dos bem-aventurados, o projetista Fábio Santana conta a história de Nina, uma retirante que encontra nas palavras de Antônio Conselheiro, a esperança de dias melhores no sertão. Com sua característica própria, o grupo vem dançando com muita festa e passos tradicionais, tudo dentro da ideia central, mexendo com a sensibilidade e o emocional do público, enfocando muita religiosidade e guerra, coreografado por mim, Perácio Gondim.

20  JUN 2015


SABORES DO RECIFE

Jardim São Paulo Localizado na 5ª Região Político-Administrativa (RPA 5), Zona Oeste, do Recife, o bairro de Jardim São Paulo é uma região predominantemente residencial, mas conta com diversas opções de lazer. O bairro surgiu de um engenho de açúcar de mesmo nome existente naquela área e hoje conta com a Praça Jardim São Paulo, localizada no coração do bairro. A praça serve de local de convivência entre os habitantes, além de ser ponto de convergência de várias ruas e local de comércio intenso, incluindo lazer.

Por: Anax Botelho Fotos: Ítalo Santana

Com pizzarias, lanchonetes, carrinhos de espetinho, entre outras alternativas, a praça central do bairro é um ponto referencial. Ao caminhar pelas ruas do local e conversar com moradores, parece surgir uma preferência entre eles. Ou pelo menos a constatação de que as pizzas dominam o gosto da maior parte dos comerciantes. SABORES DO RECIFE

21


Praça é o coração do bairro

Apesar da tranquilidade, Jardim São Paulo abriga um dos estabelecimentos mais relevantes da comida típica do Nordeste brasileiro, o Maria Maria. Além da culinária, o local reproduz toda a atmosfera da cultura regional e se manifesta nos mínimos detalhes, da decoração ao cotidiano do restaurante. Fundado há 10 anos, mais precisamente no dia de Nossa Senhora de Fátima, 13 de maio, pelas mulheres da família Pinheiro, a mãe, Clélia, e as filhas Cynara, Cyntia e Cybele, o nome do estabelecimento faz referência a todas as mulheres. “Representa a figura da mulher nordestina, ”As Marias”, fortes, trabalhadoras e guerreiras”, diz Cyntia. Fruto da admiração pela cultura nordestina e interiorana de Pernambuco das proprietárias, o Maria Maria surgiu em Caruaru, onde passou dois anos, para depois se estabilizar em Jardim São Paulo. No novo endereço, contou com o apoio dos moradores e atualmente ocupa o imóvel de número 255, por coincidência ou não, na Rua Nossa Senhora de Fátima. Hoje, o estabelecimento dispõe de um cardápio bastante variado e extenso. São 30 tipos de tapioca, sete de cartola, 20 de sopas, seis de pamonhas, 21 pratos diferentes com cuscuz, e muitos outros, que vão do tradicional acompanhamento da carne de sol ao do camarão, além dos típicos, como macaxeira, baião de dois, buchada e muito mais!

A tradição gastronômica de Pernambuco comanda o cardápio do Maria Maria Foto Divulgação

22  JUN 2015

Sobre os principais pratos, os clientes a falam da importância que os quitutes ocupam na sua história de vida. É comum ouvi-los afirmar que o Maria Maria faz com que se


lembrem da comida da casa da vovó. “Nossos clientes sempre falam da casa da avó... de como nossa comida faz com que eles recordem momentos da vida”, afirma Cyntia. Já para a construção da identidade pernambucana, a historiografia registra a relevância desses pratos, entre eles, a tapioca, iguaria tipicamente brasileira, de origem indígena e natural de Pernambuco; a cartola, um doce pernambucano com origem nas casas-grandes dos engenhos e cuja receita é derivada da mistura de ingredientes, técnicas e hábitos culturais dos colonizadores portugueses, dos indígenas e dos escravos africanos, atualmente a iguaria é registrada como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado de Pernambuco; a macaxeira e o cuscuz, este, um prato nacional, com forte presença na dieta dos nordestinos.

A comida regional com novos elementos é comum no espaço Foto Divulgação

O estabelecimento funciona em dois turnos: o primeiro das 11h30 às 14h30 para almoço, com opções corriqueiras no self-service, além dos pratos mais típicos. Nesse horário, o Maria Maria recebe muitos funcionários de empresas vizinhas; o segundo turno acontece das 17h às 22h, para o jantar à la carte, é o tempo que melhor define a essência do local que já conquistou prêmios na Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), nas revistas Isto É, Veja, entre outras honradas citações. Com espaços distintos de atendimento, os quais proporcionam diversas experiências de imersão na cultura nordestina, o restaurante dá as boas-vindas aos clientes logo na entrada, com a representação fidedigna da casa de taipa, construção à base de argila (barro) e cascalho, muito comum no interior pernamDona do Restaurante Maria Maria

SABORES DO RECIFE

23


Vila temática do Maria Maria

bucano. Essa “entrada” serve como setor de espera e até de congraçamento quando o local está com muitos clientes. A partir desse ponto, a viagem vai desde o caixa, que se parece com uma vendinha, até a fictícia Vila, com suas fachadas de casas e uma igrejinha. Em todos os espaços do restaurante, encontram-se peças de artesanato de barro, fotografias, objetos antigos e folhetos de cordel. No mês da festa de São João, o Maria Maria é um dos pontos inevitáveis para vivência e lembranças gastronômicas, festivas e religiosas na capital pernambucana. Com a Quadrilha Junina, que se soma ao forró da quarta-feira – programação permanente –, o estabelecimento luta pela valorização da cultura.

Cyntia na vila fictícia do restaurante

24  JUN 2015


Henrique Celibi,

POR TRÁS DAS CORTINAS

do Vivencial para a passarela do samba, com um enredo de vida: Teatro

Por Manoel Constantino Fotos Divulgação acervo do artista

Henrique Celibi, um garoto curioso de Olinda, com quatorze anos, conhece por aquelas ladeiras, um grupo de teatro que veria a ser um dos mais criativos daquela década, o Vivencial Diversiones. Estréia em 1979, fazendo dublagem de Maria Betânia, sob a batuta de Beto Diniz. Naquele ano nascia um artista múltiplo, capaz de costurar, escrever, interpretar, criar cenários e figurinos, coreografar, ser maquiador, instrutor de arte, enfim, trabalhar em diversas escolas de samba, no Rio de Janeiro, sendo, inclusive responsável pela reprodução das fantasias das baianas do Império Serrano, na reedição do enredo “A lendas das sereias”, fantasias premiadas com o Estandarte de Ouro, de 2009. Ainda no Recife, fez o roteiro de “Cinderela, a história que sua mãe não contou”, estrondoso sucesso da Trupe do Barulho. Recentemente tem trabalhando o espetáculo “Madleia + ou – doida, com direção de Carlos Bartolomeu, onde conquistou o prêmio de Melhor Ator. POR TRÁS DAS CORTINAS

25


Manoel Constantino – O Vivencial Diversiones foi seu ponto de partida no teatro. Como foi sua chegada no grupo e quais foram suas primeiras participações? Henrique Celibi - Sim! O Vivencial foi meu ponto de chegada! Conhecia o grupo das ruas de Olinda, pois eram muito espalhafatosos com cabelos pintados e roupas extravagantes,e isso me chamava à atenção. Em 1978 na praia “Del chifre” localizada na Ilha do Maruim onde eu nasci,conheci os integrantes do grupo que frequentava a praia e como eles estavam construindo o Diversiones na Ponte Preta, (Salgadinho), sempre que podia estava lá vendo eles ensaiar e graças a minha habilidade manual e como sabia costurar, minha mãe era costureira, logo me fiz útil, pois sendo menor de idade, tinha quatorze anos, eles não permitiam que entrasse lá, mais eu sempre dava um jeito de entrar e ficar escondido. Até que em 1979 quando o teatro inaugurou, Beto Diniz me transformou em Maria Bethânia e me jogou na cena muda! Lá participei dos espetáculos: Bonecas falando para o mundo, Repúblicas independentes Darling, Notícias tropicais, All star tapuias, Nós mulheres, e escrevi e dirigi o “Rollasketes”. MC – A sua experiência em Fortaleza o levou a exercer a função de coreógrafo. Ser múltiplo nas artes cênicas o satisfaz ou gostaria de exercer apenas função que você mais se identifica? HC - Junto ao teatro também fazia dança e como bailarino, fiz alguns trabalhos de coreografia nos espetáculos do Trans- ação em fortale-

26  JUN 2015


za. Na verdade eu sempre fui muito curioso e minha curiosidade me faz aprender muitas e múltiplas funções dentro do próprio teatro. Faço tudo porque gosto e me dar prazer em aprender antes de tudo. Gosto de ser útil. Não tenho preferencias. Gosto de tudo que faço e estou sempre disposto a fazer o que não sei e nunca fiz! MC – Qual a sua maior inquietude como artista? HC - As possibilidades da criação! A transformação que o teatro permita ao ser e nunca no estar! O ato transgressor! MC – Você viveu o samba dentro dos galpões da Beija-Flor, União da Ilha, Império Serrano, Mangueira, Tradição, Viradouro, Unidos da Tijuca, Grande Rio, Vizinha Faladeira e Vila Rica. Em quais funções você atuou e que lhe trouxe de mais importante para a sua vida como um artista de teatro? HC - Passei dez anos nos barracões das escolas de samba me especializando em artes de uma forma geral. Aquele lugar é a maior escola de artes que temos e não damos a importância que de fato deveríamos dar. Costurei, desenhei, esculpi, pesquisei, desenvolvi enredos, fui assistente de carnavalescos consagrados, mais o que mais aprendi foi à tolerância e respeitabilidade nas diferenças. Lá é tudo junto e muito misturado! Antes do glamour e das possibilidades de estrelato, aquele é um lugar de muita celebração a vida. Os verdadeiros sambistas tem verdadeira devoção. Como uma religião, uma crença, uma fé que emociona e contagia. Aquele é o nosso maior teatro! Nossa opera! O mais completo!

POR TRÁS DAS CORTINAS

27


MC – Como autor e como ator, quais os espetáculos que marcaram a sua vida e por quê? HC - Na verdade todos foram extremamente importantes e significativos. Mas escrevi A história que sua mãe não contou sem pretensões, para uma boate gay e cinco anos depois, graças ao interesse do Jeison Wallace, que transformou meu texto roteirizado no maior sucesso do teatro aqui já feito, acabei por ser um dramaturgo e fui levado a escrever outros sucessos também dirigidos pelo Wallace. Como atorMadLeia + ou – doida dirigida por Carlos Bartolomeu veio para celebrar trinta anos de carreira e acabou por me consagra um ator premiado, mais seguro do trabalho como um aprendiz da cena e da vida principalmente. MC – Quais suas perspectivas hoje no teatro pernambucano? HC - As melhores possíveis! Acabo de fazer a assistência na direção do meu querido e grande amigo Henrique Tavares para o espetáculo “Obsessão” texto escrito pela minha grande e muito querida amiga Carla Faour. E acabo de ter meu Cabaré Diversiones (homenagem aos quarenta anos do Vivencial) Contemplado com o fomento as artes cênicas do Recife 2014/2015. E MadLeia que ainda esta + doida do que nunca nos festejos e festivais da cidade!

28  JUN 2015


ARTES CÊNICAS foto Divulgação

As Três Porquinhas A montagem do grupo cênico Humantoche dá uma nova roupagem a essa superfábula do escritor Joseph Jacobs. Nessa montagem, os três porquinhos são três porquinhas superespertas, que recebem nomes de artistas tops nas paradas de sucesso: Beyoncé, Lady Gaga e Britney Spears, e o lobo-mau como Lobojackson, homenageando Michael Jackson. Além disso, a peça conta com a presença de bonecos interagindo com atores, pais e filhos Teatro Alfredo de Oliveira Praça Oswaldo Cruz, 412A – Soledade Dom  10h30 R$ 40 e R$ 20.

ARTES CÊNICAS

29


tas para o poeta e educador Jomard Muniz de Britto e o ex-governador Miguel Arraes. Aborda as questões Teatro Arraial Ariano Suassuna essenciais que provocaram o golpe Rua da Aurora, 457 – Boa Vista, de 64, englobando todo o período 31843057 da Ditadura Militar, que completou R$ 20 e R$10 (meia) 50 anos, além de aspectos relevantes Dom 16h O espetáculo conta a da vida do Cineasta e sua relação história da dupla cômica Risada com o cinema e o Brasil. Dirigido e Risadinha que trabalha no Circo por Júnior Aguiar, o primeiro espeBrasil. O circo, que passa por uma táculo da Trilogia Vermelha promete grande crise financeira, um dia pega impressionar pela atualidade do disfogo, deixando a dupla sem ter onde curso, e dimensões estéticas alcanmorar e trabalhar. Os palhaços reçadas com a pesquisa do ator e das solvem então juntar o que sobrou artes cênicas enquanto linguagem. do circo e apresentar suas palhaClassificação: 16 anos. çadas nas ruas e praças na tentativa de reerguer o circo. Direção: Alexsandro Silva.

foto Arthur Canavarro

Foto João Rogério Filho

Palhaçadas – História de um circo sem lona

H(Eu)stória – O tempo em transe Teatro Arraial Ariano Suassuna Rua da Aurora, 457 – Boa Vista 31843057 Sex e Sáb  20h R$ 30 e R$ 15 (meia)

Obsessão Teatro Boa Vista Rua Dom Bosco, 551 – Boa Vista 21295961 5, 6, 7, 12, 13 e 14  21h R$ 60 e R$ 30 (meia)

O espetáculo, com direção do carioca Henrique Tavares, fala sobre A peça narra as relações do cine- a amizade e rivalidade de toda uma asta baiano Glauber Rocha com vida entre duas mulheres. A relação Pernambuco através das cartas escri- entre as ex-confidentes Lívia (Nilza

30  JUN 2015


Foto Divulgação

Lisboa) e Marina (Simone Figueiredo) é o ponto de partida para investigar, com muito humor, o universo feminino e amoroso. No elenco, Simone Figueiredo, Nilza Lisboa, Silvio Pinto, Diógenes Lima e Tarcísio Vieira. A direção de arte é assinada por Célio Pontes e a assistência de direção de Henrique Celibi.

Foto Divulgação

O palhaço de cara limpa

Mamulengo Jurubeba – O retorno Praça do Arsenal – Bairro do Recife 7, 14 e 21  17h Gratuito

O tradicional Mamulengo Jurubeba tem 27 anos de atuação e há mais de 6 anos vem se apresentado no Recife Antigo. A diversão fica por conta do Mestre José Júlio, que manipula 11 bonecos, e do músico Doublas Donato, cantando músicas regionais e divertindo crianças e adultos.

Rua da Imperatriz, 134, sala 14 – Boa Vista (ao lado do Banco Santander) Ter, Qui, Sex e Sáb  20h R$ 10

Criada por Flávio Renovatto, a récita apresenta um homem de meia idade que trabalha como palhaço num circo e mora num espaço pequeno, mas aconchegante. Diferentemente dos outros integrantes, ele não mora no trailer ao redor do circo, e sim em um cômodo próximo do lugar onde o circo está armado. O quarto tem uma grade que está sempre fechada, por isso o homem o deixa sempre com a porta aberta. O Palhaço de Cara Limpa olha do quarto o movimento lá fora, o movimento na rua e mais adiante no próprio circo. Um sofá-cama, um violão, cafeteira elétrica, notebook, livros, geladeira e mais algumas outras coisas que deixam o quarto lotado, mas bem organizado. O personagem vive só, ele diz poemas, conta histórias e canta

ARTES CÊNICAS

31


No truque da galinha morta mostra a realidade enfrentada pelos grupos de teatro que lutam por apoios culturais, renovação de elenco e contra a falta de patrocínios, além de exaltarem a vontade de superar todas essas dificuldades para realizar seus trabalhos. No elenco: Aurino Xavier (Chupingole, o diretor do grupo), Jô Ribeiro (Mafalda), Reyson Santos (Morgana), Ricardo Silva (Adalgisa), Thiago Ambriell (Abigail), Filipe Endrio (Xibiu) e Itacy Henrique (Célia, a camareira).

No truque da galinha morta

Elégùn – Um corpo em trânsito

Foto Divulgação

canções sobre a vida humana e seus sentimentos. O espaço tem capacidade para dez pessoas, as reservas são realizadas por meio dos telefones 88707853 ou 95189843.

Teatro Valdemar de Oliveira 32221200 | 87784620 ou 95092626 Sáb  21h R$ 50 e R$ 25 (meia). (Promoção solidária: com 1 kg de alimento desconto de 50% no valor da inteira.)

Narra a trajetória de quatro atrizes veteranas que estão ensaiando laboratórios e números musicais para exibição de uma peça, com data já marcada de estreia. Porém, elas recebem a notícia pelo Diretor de que todos os patrocínios esperados não se concretizaram e por isso terão que improvisar novos números, para cumprir a pauta, já marcada, e que não pode ser adiada. O resultado dessa artimanha explica o ditado popular do “truque da galinha morta”. Escrita e dirigida por Aurino Xavier,

32  JUN 2015

Teatro Arraial Ariano Suassuna Rua da Aurora, 457 – Boa Vista 3 a 18  20h R$ 20 e R$ 10

Dirigido por Giorrdani, o espetáculo é resultado de um projeto de pesquisa que transita pelos conceitos de “corporeidade” e de “performatividade”, tal como apresentados nos livros: O corpo: pistas para estudos indisciplinares, de Christine Greiner, e O fazer-dizer do corpo, de Jussara Setenta. Elégùn, na cultura afro-brasileira, é o cavalo do santo, aquele que, no candomblé, recebe (incorpora; o médium) o Orixá (arquétipo). Classificação 12 anos.


Foto Rogério Alves

Foto Leo Aversa

Cazuza – Pro dia nascer feliz, o musical Teatro RioMar Av. República do Líbano, 251 – Pina 5  21h, 6  21h30 e 7 20h Plateia: R$ 150 e R$ 75 (meia) Balcão promocional: R$ 50 e R$ 25 (meia) À venda na bilheteria do teatro, nas lojas Maria Filó (Shopping Recife) e Reserva (Plaza Shopping) e pelo site www. ingressorapido.com.br

O espetáculo, com direção de João Fonseca e texto de Aloisio de Abreu, já foi visto por mais de 200 mil espectadores e passou por 12 cidades brasileiras. O musical reúne alguns dos maiores clássicos de Cazuza, em carreira solo ou no Barão Vermelho, como “Pro Dia Nascer Feliz” e “Codinome Beija-Flor”. Ele é protagonizado pelo músico e ator Emílio Dantas, que ganhou vários prêmios de melhor ator de musical, como o Cesgranrio e o Arte Qualidade Brasil 2014, prêmio este que também consagrou o espetáculo como melhor musical e melhor direção (João Fonseca).

Sistema 25 Teatro Marco Camarotti – Sesc de Santo Amaro 6, 7, 12, 13 e 14  15 e 19h R$ 40 e R$ 20

São 25 atores para 25 espectadores, num debate lúdico e cruel sobre a situação carcerária. Esse é o ponto de partida para Sistema 25, com direção de José Manoel Sobrinho, que apresenta um espetáculo alegórico, performativo, anárquico, irônico, de delírios e devaneios, de lirismo deformado, não realista e incendiário, sem que exatamente o fogo tenha que ter chamas. O texto expõe algumas questões vivenciadas por homens nas penitenciárias do Brasil. Foram 12 meses de ensaio com exercícios, jogos, debates, estudos e experimentações, que resultaram na dramaturgia escrita pelos atores baseada nas provocações do conto Inútil canto e inútil pranto pelos anjos caídos, de Plinio Marcos.

ARTES CÊNICAS

33


Foto Divulgação

Plural do Brasil

Espetáculo de dança com coreografias variadas e ritmos marcantes do autêntico folclore brasileiro. Vai do misticismo do Caboclinho à sensualidade das danças afras e seus requebrados envolventes, passando pela religiosidade no culto a São Gonçalo e mostrando através da dança o colorido vistoso do Guerreiro, folguedo popular nascido dos antigos reisados. O vibrar alegre da batida dos pés marca o ritmo do Coco, a imponência nostálgica de reis e rainhas do Maracatu numa representação real das cortes africanas. O libertar da energia contida no Frevo rasgado, dançado nas ruas do Recife como um grito de liberdade a ecoar nas pontes e rios da cidade onde se conjuga o verbo “eu frevo, tu freves, ele freve...”

34  JUN 2015

foto Divulgação

Teatro de Santa Isabel Praça da República, s/n – Santo Antônio 5  21h R$ 20 e R$ 10 (meia)

Comício gargalhada segundo turno Teatro de Santa Isabel Praça da República, s/n – Santo Antônio 33553322 7  20h R$ 80 e R$ 40 Censura 14 anos

Rodrigo Sant’Anna está de volta com o espetáculo Comício Gargalhada, agora com novos personagens. Ele apresenta uma sátira aos comícios eleitorais por meio de 9 “candidatos” que irão defender suas campanhas. Entre eles, a transexual Valeria Vasquez, do humorístico Zorra Total, e Carol Paixão, que ganhou fama no quadro do BBB 2015, ambos da Rede Globo.


Foto Divulgação

O amor de Clotilde por um certo Leandro Dantas Teatro de Santa Isabel Praça da República, s/n – Santo Antônio 20 e 21  20h R$ 40 e R$ 20

A Peça é inspirada na obra A emparedada da Rua Nova, do pernambucano Carneiro Vilela. A trágica história de amor se passa no Recife do século XIX e termina com o pai emparedando viva a filha que engravida fora do casamento. Em vez de um melodrama, a Trupe reconta a narrativa com contornos paródicos e trabalhados numa estética circense. Referências à cultura pop atualizam a comédia, que resgata o conto do imaginário popular em uma nova roupagem e com toques de crítica e humor. Classificação: 12 anos.

Agda Teatro Hermilo Borba Filho Rua do Apolo, 121 – Bairro do Recife 33553320 9  16h30 R$12 e R$ 6 (meia) * Ingressos antecipados no Sesc de Santa Rita.

O espetáculo é uma adaptação do conto homônimo de Hilda Hilst. A história da mulher que rompe tabus e provoca a ira da comunidade onde vive, serve de metáfora para uma reflexão sobre o mundo contemporâneo, cuja lógica mercantilista e violenta não dá espaço, por exemplo, à gentileza e ao cuidado próprios do feminino. Para isso, a encenação serve-se de elementos de teatro e dança, transitando entre a prosa e a poesia, em um delicado jogo de construção e desconstrução de imagens e personagens. Indicação etária:18 anos.

Fogo de monturo Teatro Hermilo Borba Filho Rua do Apolo, 121 – Bairro do Recife 3355. 3320 12  19h30 R$ 12 e R$ 6 (meia) *Ingressos antecipados no Sesc de Santa Rita.

Com dramaturgia de Luciana Lyra, o espetáculo conta a jornada de Fátima, a filha de um senhor de engenho no vilarejo de Monturo, que está prestes a ser coroada rainha do Maracatu, quando resolve partir para a Capital e estudar Direito na universidade. Com a sua migração, a pequena Monturo sofre com o retorno da assombração da prostituta Gaba Machado, morta por choques elétricos. Na vila, a energia de Gaba toma o corpo e o pensamento dos moradores, trazendo à tona seus

ARTES CÊNICAS

35


Foto Divulgação

foto Divulgação

mais recônditos desejos. Enquanto isso, Fátima, na Capital, envolve-se com o movimento estudantil e uma professora de Direito, que poetiza a revolução contra o poder ditatorial dos militares.

Guettus – 10 anos Teatro Luiz Mendonça – Parque Dona Lindu 93729456 5  20h

O grupo que comemora 10 anos de criação apresenta um espetáculo comemorativo em três atos. Em uma das viagem durante sua trajetória, o grupo convida o público a reviver os espetáculos Formas (2007) e Fuga (2010 – Primeiro lugar e prêmio destaque XXIII RV SÃO PAULO em 2011), além de apresentar um espetáculo inédito criado especialmente para a ocasião. Gesttus Grupo de Dança iniciou suas atividades em 2005. Atualmente, com direção geral de Larissa Porto e Vannina Porto, ele vive uma nova fase, voltando seu olhar com maior profundidade para a dança moderna.

36  JUN 2015

Aula espetáculo da academia de dança Ana Botelho Teatro Luiz Mendonça – Parque Dona Lindu 13  16h (crianças) e 19h30 (adolescentes e adultos)

No palco os alunos das professoras Angela Botelho, Renata Botelho e Nayanne Ramalho apresentarão uma síntese do trabalho desenvolvido nas aulas de balé e dança criativa para crianças de 03 a 12 anos. A professora Renata Botelho fará uma breve explanação sobre a metodologia da escola, desenvolvida por Angela Botelho em mais de 30 anos de pesquisa e prática, associando o balé e a dança criativa, com ênfase na importância da expressividade no ensino da dança. Após a apresentação das crianças, é a vez dos adolescentes e adultos da Academia mostrarem seu talento.


A porta aberta

Cenas breves – teatro

Escola Municipal de Arte João Pernambuco/PCR Av. Barão de Muribeca, 216 – Várzea 33554093 / 33554094 15 a 19

Coordenação: Tatiana Pedrosa

A mostra de artes cênicas A Porta Aberta chega a sua 16ª edição, são 16 anos mostrando a produção da EMAJP e de seus convidados. Nessa edição, são homenageados dois grandes nomes das artes e da cultura: o jornalista e escritor uruguaio Eduardo Galeano, autor de As veias abertas da América Latina, e o pernambucano Manoel Constantino que, além de jornalista, é também poeta, dramaturgo e diretor teatral, cujo texto O diário quase ridículo de Aurora ganha uma leitura dramatizada na noite de abertura por alunos/ atores da EMAJP. Confira a programação:

Seg 15 17h – Palestra: A profissionalização em Artes Cênicas – Ivonete Melo – presidente do SATED/PE 19h – Homenagem a Manoel Constantino O diário quase ridículo de Aurora – leitura dramatizada

Oficina de Teatro da EMAJP

A qualquer custo – teatro Curso Básico de Teatro – 2º per. (EMAJP) Criação coletiva | Direção: Patrícia Barreto

Corpo negro em movimento – teatro-dança Texto: Higor Tenório e Lucas de Valois Criação e atuação: Higor Tenório (UFPE)

O que falar quer dizer – teatro Curso Básico de Teatro – 2º per. (EMAJP) Texto de Jean Tardieu | Direção: Patrícia Barreto

Humulus, o mudo – teatro Curso Básico de Teatro – 1º per. (EMAJP) Texto: Jean Anouilh e Jean Aurenche | Direção: Tatiana Pedrosa

Ter 16 Mostra IP de videointervenções e videoperformances 19h – Cenas breves – teatro Oficina de Teatro da EMAJP Coordenação: Tatiana Pedrosa

Experimento contemporâneo – dança Oficina de Dança da EMAJP Coreografia: Diogo Lins

– Ronda – performance

Texto Manoel Constantino

Criação e atuação: Mariana Carresi (UFPE)

Alunos de teatro da EMAJP

Paisagem sonora: Elastic Heart – Sia

Coordenação: Fred Nascimento

ARTES CÊNICAS

37


Primeiro veio a sombra – teatro de sombras

Qui 18

Curso profissional de Teatro – 1º per. (EMAJP)

Oficina de Teatro da EMAJP

Direção: Givaldo Tenório – Havia uma multidão no solar – teatro Curso Básico de Teatro – 1º 1º período (EMAJP)

19h – Cenas breves – teatro Coordenação: Tatiana Pedrosa

O lixo – teatro Criação e atuação: Faby Jordanne e Halberys Morais

Texto: Jean Tardieu | Direção: Tatiana Pedrosa

Memórias dos sobreviventes – teatro performance

Qua 17

Laboratório de Aprofundamento Cênico (EMAJP)

19h – Cenas breves – teatro Oficina de Teatro da EMAJP Coordenação: Tatiana Pedrosa

Os malefícios do fumo – teatro Curso Profissional de Teatro – 1º período (EMAJP) Texto: Anton Tchekhov | Direção: Patrícia Barreto

Recital performático em homenagem a Eduardo Galeano Jailson Oliveira (Grupo Poesis) – performance poética

De Leste a Oeste – teatro performance Curso Profissional de Teatro 3º per. (EMAJP) Criação Coletiva a partir do universo de Eduardo Galeano Coordenação: Fred Nascimento

38  JUN 2015

Texto e criação coletiva | Coordenação: Fred Nascimento

Sex 19 18h30 – Mostra IP de Intervenções e videoperformances 19h – Sopro d’água – dança-teatro Criação e atuação: Gabriela Holanda (Grupo Totem) Música: Thiago Neves | Direção: Milena Marques

19h30 – Estação vida – Teatro Curso Básico de Teatro – IV Período Direção: Fred Nascimento

20h – Festa junina com Sofá Coletivo


O Circo Alves circula na Região Metropolitana sob a direção e alegria de Tita e Heleno

CIRCO

Por Manoel Constantino Foto Divulgação

Quase todas as civilizações antigas praticam a arte circense, mas foi durante o Império Romano que o circo começou a tomar uma forma mais definitiva. O Circus Maximus, possivelmente inaugurado no século VI a.C., tinha como principal atração as corridas de carruagens, sendo, posteriormente, acrescentado lutas de gladiadores, animais selvagens e engolidores de fogo. Esse anfiteatro foi substituído pelo Coliseu, hoje cartão postal de Roma. Com o fim dos Césares, já na era medieval, surgia artistas populares que passaram a improvisar suas apresentações nas praças, feiras e mercados, nascendo assim famílias de saltimbancos, que viajavam de cidade em cidade, com seus números cômicos, de pirofagia, malabarismo, dança e teatro.

ARTES CÊNICAS

39


No Brasil, o circo surgiu no século XIX, com famílias vindas da Europa que se apresentavam com atrações teatrais, apresentações eqüestres, doma de urso e ilusionismo. Aos poucos, as adaptações foram surgindo, como, por exemplo, a arte da palhaçaria. O palhaço europeu era menos falante, mais mímico, enquanto o palhaço brasileiro era mais falante, utilizando a comédia e instrumentos musicais. Como o público brasileiro gosta de emoções mais fortes, surgiam os números de trapézios, faca, acrobacia, arame e até o drama circense que fez história. Toda esta introdução nos leva para o CIRCO ALVES, sob a direção de Ira Gerdênia Vasconcelos Alves, a Tita, descendente de artistas peruanos, que chegaram ao Brasil com o seu bisavô, em 1903, com o Circo Marajoara. Aqui, no Brasil, em Minas Gerais, nasceu o avô de Tita, Valdeci Alves, hoje com 85 anos, com circo armado no Piauí. E a tradição continuou com filhos, primos e sobrinhos. Hoje a família Alves Alvará do Roca está espalhada pelo Brasil: Circo América, Roca, Alvarado, Amazonas, além do Circo Alves, que tem a frente Tita e seu marido Heleno, palhaço Jepinho que sempre sonhou em montar um circo para circular pelo nordeste brasileiro, até que em 1995 surgia o Hong Kong, depois batizado de Circo Alves Apesar de todas as dificuldades que as famílias circenses enfrentam ainda hoje, desde o preconceito, a falta de terrenos, das inúmeras taxas e até obstáculos para matricular os filhos nas escolas, não impede que a família Alves continue o sonho de ser e viver como circense, 24 horas por dia. “O nosso circo é o nosso palco e nossa casa. Hoje temos quatro filhos, dos quais três trabalham com a gente, além de sobrinhos, noras, genro, primos. Temos 17 artistas trabalhando, somos itinerantes, principalmente na região metropolitana do Recife”, diz Tita, com orgulho e um sorriso largo que nos transmite fé e muita consciência do papel sócio-cultural que o circo tem para com as comunidades.

40  JUN 2015


Hoje, continua Tita, “sou mestre de cena e faço a direção, tudo com muito cuidado e zelo, desde o figurino aos números tradicionais que sempre preservo, tais como o número de palhaços, malabares, tecido, facas, corda indiana, chicote, contorcionismo e ainda tenho o sonho de voltar com os dramas e as comédias circenses. O nosso circo é pequeno, cabe cerca de 300 pessoas e levamos cultura de boa qualidade para qualquer comunidade, favelas e até em festivais, como o de Garanhuns. Vivemos e nos alimentamos do nosso trabalho diário, constante, apesar de enfrentarmos o preconceitos, taxas, laudos de engenheiros, licença disso, licença daquilo mas não desistimos. Agora, felizmente, já tem o Funcultura, os prêmios da Funarte, que aliviam e quando ganhamos, temos a possibilidade de sobreviver com mais dignidade.” A luta dos circenses é constante e graças ao Funcultura/2014, o Circo Alves fará uma circulação por Pontezinha, no Cabo de Santo Agostinho, Moreno, Jaboatão, São Lourenço da Mata, Camaragibe, Itamaracá e Itapissuma, com um espetáculo que tem a duração de 1h10m, tudo com preços populares, desde o ingresso até as guloseimas que são vendidas no circo: pipoca, maça do amor, algodão doce, cachorro quente, batatas fritas, refrigerante e água. Orgulhosa e sorridente, Tita encerra a entrevista e nos diz que “o circo é uma grande festa para toda a família. Somos artistas prestadores de serviço da cultura brasileira, não somos invisíveis e a nossa maior alegria é ouvir o sorriso das crianças e o aplauso de uma platéia cheia e contente”.

CIRCO

41


Arthur Fernandes

CANTO DAQUI

Por Jaciana Sobrinho Fotos: Divulgação

foto Marcelo Soares

Com a voz firme e afinada e uma guitarra que também protagoniza nas canções, Arthur Fernandes começa a mostrar seu som para o mundo. O disco Sem eira nem beira, seu primeiro EP, traz canções que compôs ainda na adolescência, como “Para!” e “Quem disse?”, mas já com sua identidade e belas poesias. A vivência com o ambiente musical foi crescendo com as bandas de garagem das quais o músico participou (foram cinco) com amigos. O artista, que recebeu o título de guitarrista destaque na 11ª edição do festival em sua participação com a Banda Francisco (vencedora do concurso), é autodidata, aprendeu a tocar violão aos oito anos com ajuda do pai. “O meu pai andava pela casa com um Di Giorgio

42  JUN 2015


que eu achava lindo e um dia resolvi pegar escondido. Quando ele descobriu, começou a me ajudar a tocar, deu dicas e eu fui me interessando ainda mais. Ele tocava como hobby e eu resolvi ir mais a fundo”, conta. Arthur também compõe desde cedo e, como a maioria dos compositores, demorou um tempo para se sentir à vontade para mostrar as coisas que escrevia. “Nem sempre eu achava que tava legal pra mostrar. Muita coisa eu guardava, eram letras mais sentimentais, da época da adolescência. Mas agora eu já tenho um pouco mais de maturidade e vejo as coisas de outra forma. O fato de eu ter me formado em história também influencia na minha visão de mundo. Isso contribuiu muito para eu falar do que vejo e do que sinto. Eu quero que a pessoa que está escutando a música sinta também. Música serve pra causar sensações”, comenta. O primeiro EP intitulado Sem eira, nem beira foi lançado recentemente e, embora seja sua estreia num trabalho solo, Arthur não assume o mérito sozinho. Quando estamos falando do seu nome como músico, ele prefere dizer que “Arthur Fernandes” é uma banda e não um artista solo. “O projeto nasce do meu amadurecimento, dessa minha vontade de colocar minha identidade em algo, mas é também fruto do trabalho da minha equipe que considero família: os músicos que são antes de tudo meus amigos e estão comigo em tudo”, explica.

foto Ana Cardoso

foto Angela Arruda

CANTO DAQUI

43


foto Marcelo Soares

O nome do disco nasce de um dito popular dos tempos coloniais, quando os tamanhos da eira (terrenos das propriedades) e do beiral (nome que se dava ao acabamento nos telhados das casas para facilitar o escoamento da água da chuva) evidenciavam as riquezas das famílias na sociedade. Quanto mais eira e maior o beiral, mais prestígio tinha a família. “Esse disco faz referência ao desafio que é viver de arte não só aqui em Pernambuco, mas em todo o país. Mesmo assim, a gente quis mostrar que é possível realizar um trabalho autoral com criatividade e nossa identidade. E isso virou nossa marca”, reflete. O projeto é composto por Arthur Fernandes (voz, violão & guitarra), idealizador do projeto, Karl Kingman (voz & baixo), Kaio Fernando (voz & guitarra) e Fernando Ribeiro (percussão & bateria) que juntos vem unindo ritmos, sem seguir paradigmas de exatidão em busca de uma sonoridade singular. Sobre o que o alimentou para construir o seu trabalho, Arthur conta que ouvia de tudo um pouco, quando criança. “Meu pai ouvia muito o Clube da Esquina, Milton Nascimento, João Gilberto. Minha mãe me deu o lado mais roqueiro com Nirvana, Peter Framptom e Yes que ela ouvia bastante. E com o meu irmão eu curtia Legião Urbana, Creed e System of a Down”. Além dessas memórias musicais, ele conta ainda que atualmente admira muito Lenine, Lula Queiroga, Milton Nascimento, Novos Baianos, Jimmy Hendrix, Eric Clapton e John Meyer.

44  JUN 2015


foto Tiago Nunes

“Cada um tem uma visão sobre o que significa a música pra sua vida. Pra mim, é algo que muda meu estado de espírito, escutar e fazer música. É muito bom saber que a minha música tocou alguém, trouxe uma lembrança ou uma sensação”. A prova de que o trabalho de Arthur vem atingindo seu alvo foi a sua escolha como melhor banda do Festival PRÉ Amp deste ano pelo voto popular. “É isso que faz tudo valer a pena porque esse caminho, ao contrário do que tanta gente pensa, não é de glamour, é de muito trabalho e esforço. Então, ter um feedback é um incentivo pra continuar em frente, me faz pensar que está dando certo”, diz. Além das canções já gravadas no EP, Arthur Fernandes conta que já tem mais 30 músicas na gaveta esperando para fazer parte do seu novo álbum. Mas o projeto ainda demora um pouco para acontecer e enquanto isso os fãs podem curtir os shows que estão por vir ou ouvir um pouco mais as músicas que estão disponíveis no soundcloud e na página do artista nos seguintes endereços: https://soundcloud.com/arthurfernandesmusicbr http://tnb.art.br/rede/arthurfernandes Contatos para shows: 96877358 (Tim) / 86596063 (Oi)

CANTO DAQUI

45


MÚSICA Foto Alexandre Moreira

Maria Bethânia – 50 anos Nesse espetáculo, Bethânia canta músicas de todos os tempos, inéditas ou não, e canções compostas especialmente para ela por Paulo Cesar Pinheiro e Dori Caymmi, nessa comemoração dos seus 50 anos de carreira. O espetáculo traz ainda textos de Wally Salomão, Clarice Lispector e Carmem Oliveira, além de compositores novos como a paraibana Flavia Wenceslau (“Silêncio”). Uma versão inédita feita especialmente para ela por Nelson Motta, “Eu Te Desejo Amor” (Charles Trenet), também está no repertório. Não ficarão de fora músicas do seu último CD Meus Quintais, como “Dindi” (Tom Jobim e Aloysio de Oliveira), “Xavante” (Chico César) e “Casa de Caboclo” (Paulo Dafilim e Roque Ferreira), além de canções inesquecíveis de compositores que marcaram sua carreira como Caetano Veloso, Chico Buarque, Caymmi, Gonzaguinha e Roque Ferreira. Teatro Guararapes Av. Prof. Andrade Bezerra, S/N, Salgadinho – Olinda 27  21h R$ 100 / R$ 50 31828000

46  JUN 2015


Coletânea Site ForrozeirosPE – São João 2015 www.forrozeirospe.com.br O site ForrozeirosPE está lançando o seu mais novo CD, uma coletânea em MP3 com grandes nomes do autêntico forró pé de serra. Além dos parceiros que compõem o site, artistas pernambucanos e também nacionais como Caju e Castanha, Casaca de Couro (SE), Jorge Costa, Genival Lacerda, Trio Dona Zefa e Evanildo Pereira estão nesse novo trabalho. Com 33 faixas, o disco não está à venda, para adquirir basta acessar o site, participar das Promoções e concorrer ao disco que será distribuído gratuitamente em todo o Brasil.

Zinho e Paulinha 88066369 / 85290877 / 95401302 A dupla Zinho e Paulina teve início em 1998, quando se conheceram cantando e animando bares, bailes, festas de confraternização de empresas, blocos carnavalescos, festas juninas em escolas e outros eventos, nas cidades da área metropolitana do Recife e interior de Pernambuco. A dupla, que já tem 5 CDs gravados, é animação garantida nos eventos dos quais participa com seu repertório de ritmos dançantes como brega, bolero e forró. Seu novo disco, “Zinho e Paulina e o Forró Oxente” traz uma seleção de compositores renomados como Luiz Gonzaga, Petrúcio Amorim, Elba Ramalho, Maciel Melo, Nando Cordel e Dominguinhos.

MÚSICA

47


ção especial dos artistas Isaar, André Sampaio, Zé Brown, Zé Cafofinho, Gilú Amaral e Cláudio Rabeca.

Márcio Oliveira 92295620 / 96243743 José Márcio de Oliveira, conhecido como Márcio Oliveira, tem uma vida dedicada ao trompete. Foi aluno do ex-solista da Orquestra Sinfônica do Recife Enock Chagas e estudou durante oito anos no Conservatório Pernambucano de Música. Já foi integrante da Orquestra de Pau e Corda, do Coral Edgard Moraes e da Orquestra Popular do Recife, regida pelo maestro Ademir Araújo. Também integrou a Orquestra de Frevo do maestro Spok e a Orquestra Popular da Bomba do Hemetério, do maestro Forró. Em seu disco solo, Márcio busca uma nova dimensão da expressividade do trompete, referenciando-se no afrobeat e na escola tradicional de sopro em Pernambuco, uma das marcas da música pernambucana. Com direção e produção musical de Cláudio Negrão e Marco Axé – que também assinam alguns arranjos – o trabalho reúne instrumentistas de expressão como os percussionistas Toca Ogan e Willy Peixe (Orquestra do Sucesso); o baterista Nino Silva (Orquestra do Sucesso) e o tecladista Bactéria (Mundo Livre S/A). O álbum possui 12 faixas e conta ainda com a participa-

48  JUN 2015

André Lins 95315773 / 92924065 / 86033728 André Lins é natural do Recife e se dedica à música vocal desde 2011. Sua formação artística concilia a dança e as artes cênicas, o que valoriza ainda mais a performance do seu show. Em seu CD “Forró de Mermo”, André Lins apresenta uma proposta sólida em torno do resultado de uma extensa pesquisa musical que o fez passar de ouvinte a apreciador e em seguida um novo protagonista da interpretação estilística do forró. As influências que nortearam sua história vêm dos grandes mestres da cultura regional, entre eles, Luiz Gonzaga, “o rei do baião”, que externou seu amor pelo sertão; a delicadeza do verso de Dominguinhos; a poética de Xico Bezerra e outros tantos artistas consagrados que contribuíram de forma ampla e irrestrita com a música local.


Marinho do Recife

Di Angelo

96199596 / 92019588 O cantor e compositor Marinho do Recife iniciou sua carreira aos oito anos acompanhando seus pais – a mãe pianista e o pai baterista – em festas de aniversário, casamentos e serestas nos quais se apresentavam. É fundador da troça carnavalesca “Asa Dourada”, foi integrante da Orquestra Continental do Recife, da Orquestra do Estrela (PB) e da Orquestra Popular do Recife. No seu álbum “Amor só é bom quando é demais”, elencou em 14 faixas canções de Evanildo Maia, Raimundo Rodrigues e Gilberto Inácio, além das próprias composições.

86263846 O cantor Di Angelo, já conhecido por suas composições no ritmo do arrocha, apresenta ao público seu 5º disco: Azulzinho do prazer. O mais novo trabalho do artista conta com 12 faixas autorais ou em parceria com compositores como Walter Afogados. Além da canção que dá título ao álbum, outro destaque é a música “Princesa”, versão de Sultans of swings, de Dire Straits. O cantor faz show de lançamento no dia 13 de junho, às 14h, no Mercado da Boa Vista, no centro da cidade. O show é gratuito e haverá a distribuição de 200 CDs para o público.

MÚSICA

49


Foto Casey Curry | Associated Press

foto Juana Carvalho

Fio da Meiota Retalhos Bar Rua da Aurora,1139 (esquina com a Rua do Lima) Qui  21h R$ 12 Reservas pelo telefone 34452787 *Proibida a entrada de menores de 18 anos. Quinta é dia de samba, mas o samba é de primeira. O Fio da Meiota está em temporada no Retalhos Bar como banda residente, sempre às quintas, a partir das 21h. A cada semana, um artista, cantor(a) ou instrumentista é convidado(a) pelo grupo. A banda é formada por Juliano Muta (voz), Elton Sarmento (vioão, cavaquinho, voz), Bruno Nascimento (violão de 7 cordas), Junior Teles (pandeiro e percussão) e Filipino (surdo e percussão). No repertório, são contempladas as várias fases desse ritmo genuinamente brasileiro, o samba, desde os compositores clássicos como Cartola e Zé Ketti, até os mais recentes, a exemplo de Chico Buarque, Martinho da Vila, sem deixar de privilegiar as músicas autorais.

50  JUN 2015

Backstreet Boys Chevrolet Hall Av. Agamenon Magalhães, Complexo de Salgadinho, s/n, Olinda | 32077500 6  21h A partir de R$ 100 A boy band norte-americana Backstreet Boys, sucesso nos anos 1990, fará turnê por cinco cidades brasileiras em junho, incluindo o Recife. Formado por AJ McLean, Howie Dorough, Brian Littrell, Nick Carter e Kevin Richardson, o Backstreet Boys vem ao Brasil com a turnê “In a World Like This”, que traz as músicas do álbum homônimo, lançado em 2013 para comemorar os 20 anos de carreira da banda pop.


Foto Divulgação

foto Josivan Rodrigues

Show de Isaar Palafa Clube Rua Afonso Batista, 245 – Espinheiro | 93113307 www.facebook.com/palafaclube 4  21h R$ 10 O acesso está sujeito à lotação do espaço. Issar faz um som acompanhada pelos músicos Rama Om e Daniel Ferraz. A apresentação acontece no Palafa Clube, casa que tem como proposta oferecer arte e cultura, caipirinhas e caipiroscas com frutas da estação e comidinhas.

São João da Capitá Chevrolet Hall Av. Agamenon Magalhães, s/n, Complexo de Salgadinho, Olinda 12 e 13  19h R$ 35 a R$ 250 32077500 Shows de Bruno & Marrone, Luan Santana, Pablo, Magníficos, Forró da Pegação, Wesley Safadão, Bell Marques, Gabriel Diniz, Cristiano Araújo e As Coleguinhas.

Livraria Saraiva (Shopping Recife) R. Padre Carapuceiro, 777 – Boa Viagem 13  18h Gratuito 34649393 Formado por Caio Fernando, no violão de 7 cordas, e Luciano Emerson, no clarinete, o duo se baseia nos gêneros do choro, frevo, valsa, baião e elementos da música contemporânea, todos com abordagem autoral dos músicos. Imprimem uma linguagem erudita camerística, com arranjos e intuições de caminhos harmônicos, melódicos e improvisos.

Foto Divulgação

Pocket show de Ell Gênio

Ken Zuckerman

MÚSICA

51


Foto Divulgação

música indiana na Europa. Foi, por três décadas, discípulo de Ustad Ali Akbar Khan; tendo sido por 27 anos diretor do Ali Akbar College of Music, na Suíça. É também professor de alaúde medieval na Schola Cantorum Basiliensis.

Boteco e Bistrô (Shopping Recife) R. Padre Carapuceiro, 777 – Boa Viagem Qui 19h30 | Sex 20h R$ 6,60 (couvert) 33386436 | 84882627 | 98401724 Monique Morena navega por vários ritmos: samba, MPB, frevo e vários outros, além de se perceber toques da música internacional em suas canções. Seu show tem repertório variado.

Série Solo Música – Ken Zuckerman CAIXA Cultural Recife Avenida Alfredo Lisboa, 505, Praça do Marco Zero - Bairro do Recife 3425 1900 2  20h R$ 10 e R$ 5 Classificação: 10 anos O projeto Solo Música é uma série especial composta por 10 recitais de artistas com propostas incomuns e talento comprovado nacional e internacionalmente. O segundo concerto será do norte-americano Ken Zuckerman, radicado na Suíça. Reconhecido como um dos principais virtuoses do sarod da atualidade e divulgadores da

52  JUN 2015

Foto Divulgação

Monique Morena

Elza Soares e DJs – A voz e a máquina CAIXA Cultural Recife 3 e 4  20h R$ 20 e R$ 10 Classificação: livre Acesso para pessoas com deficiência O show de Elza Soares & DJs demonstra a contemporaneidade da artista que busca sempre se atualizar com as tendências. Assim como seus outros shows, esse tem uma característica bem dançante. Nesse o samba de Elza é misturado com bases eletrônicas que o DJ Ricardo Muralha e o DJ Bruno Queiroz soltam passando pelos gêneros drum & bass, house e techno, utilizando pads, tablets, teclados, entre outras ferramentas eletrônicas para misturar a organicidade do samba.


Foto Divulgação

Série Solo Música – David Tavares

Blubell: Diva é a mãe CAIXA Cultural Recife 18, 19 e 25 e 26  20h 20 e 27  17h e 20h R$ 20 e R$ 10 (meia) Classificação: livre Show da cantora e compositora BluBell, que foi a única mulher a subir no palco do festival Loollapalooza, premiada com melhor disco com Black Tie no 24º Prêmio da Música Popular Brasileira. A cantora mostra versatilidade nas composições, mostrando a riqueza de suas influências pelos palcos a que se destina esse projeto, valorizando cada vez mais o Brasil e a nossa cultura.

CAIXA Cultural Recife 30  20h R$ 10 e R$ 5 Classificação: 10 anos Terceiro convidado da Série, David Tavares, brasileiro e residente na Espanha desde 1987. Lá fez sua carreira como violinista de flamenco e acompanhou artistas importantes em turnês. Possui dois CDs autorais, cujas composições mesclam a música flamenca com ritmos brasileiros.

Quarta Musical – Recital Grupo SaGrama Conservatório Pernambucano de Música Auditório Cussy de Almeida Av. João de Barros, 594 – Santo Amaro | 31833400 www.conservatorio.pe.gov.br 3  19h30 Gratuito Música Armorial Nordestina de Raiz

5º Festival de Música Instrumental do CPM 19  19h  Jubileu Filho (RN) 20  17h  Fernando Caneca (SP) Léo Gandelman (SP) 21  17h  Daniel Podsk Quarteto (PE) Ferraro Trio (SE)

MÚSICA

53


CIRCULANDO

foto Rafael Araujo

Trem do Forró completa 25 anos

Trem do Forró Ao lado do Forte das Cinco Pontas – São José 6 a 17  14h30 R$ 90 a R$ 100 Informações: 34235000 www.tremdoforro. com.br

54  JUN 2015

A 25ª edição do Trem do Forró, que acontece entre os dias 6 e 27 de junho, promete levar os forrozeiros de plantão do Recife ao Cabo de Santo Agostinho num passeio que tem a animação como principal característica. São cinco horas de festa entre 10 vagões de passageiros, cada um com capacidade para até 100 pessoas, serviço de bar e um trio de forró pé de serra. A concentração começa a partir das 14h30, ao lado do Forte das Cinco Pontas, no final da Av. Sul já com muito forró, apresentação de quadrilha matuta e animadores. Em clima de festa, o trem parte às 16h, com destino ao Cabo de Santo Agostinho, onde acontece uma grande recepção com shows de forró pé de serra, banda de pífanos, bacamarteiros, exibição de quadrilha matuta, girândolas de fogos, feiras de artesanatos e comidas típicas. Para garantir o passaporte em uma das sete viagens, basta adquirir o ingresso pelo site www.tremdoforro.com.br ou na sede da agência Serrambi Turismo (Rua da Amizade, 38 – Graças). Os kits compostos por pulseira, camisa e folder com orientações podem ser obtidos com pagamento à vista ou parcelado no cartão de crédito.


Foto Inaldo Lins

Otakuns – PE Parque da Jaqueira – bairro da Jaqueira 21  13h às 20h Gratuito Informações: (81) 98498780 Ricardo / (81) 87783315 Jonathan www.otakunspe.com.br O encontro, que começou em 2008, é um evento voltado aos admiradores da cultura japonesa. Com o passar dos anos, foi se renovando e acompanhando o crescimento e a diversificação do público. A programação inclui várias atividades: palestras sobre artes gráficas e games, campeonatos de game, dança pop coreana, oficinas, RPG, videogames disponíveis para jogar gratuitamente e jogos de cartas e tabuleiro.

Feiras do Prodarte 33558755 | 3355833 O Programa de Desenvolvimento do Artesanato (Prodarte) promove feiras de artesanato em diversos pontos da capital pernambucana. A iniciativa, realizada desde 1987, tem o objetivo de: apoiar os artesãos cadastrados no programa; fortalecer a geração de renda e divulgar a cultura da cidade. Fibras, tecidos, madeira e couro são alguns dos materiais selecionados pelos artesãos que dão vida à grande diversidade de peças. Feira Lagoa do Araçá 6 e 20  15h às 21h Feira Casa Forte 13 e 27  15h às 21h Feira da Universidade Católica Qua a Sex  8h às 18h Feira Parque Dona Lindu Sáb e Dom  14h às 21h

CIRCULANDO

55


Foto Andrea Rego Barros

Foto Divulgação

Visitas monitoradas no Instituto Ricardo Brennand

Visitas guiadas no Teatro de Santa Isabel

Engenho São João, s/n – Várzea (Alameda Antônio Brennand) | 21210352 Ter a Dom R$ 7 (para escolas agendadas) R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia) Crianças com até sete anos não pagam O Instituto Ricardo Brennand oferece visitas monitoradas para grupos escolares de instituições privadas e públicas. O intercâmbio entre o museu e as instituições de ensino acontece de terça a domingo, mediante agendamento. Realizadas por monitores capacitados, o atendimento serve para prestar maior assistência aos visitantes. Escolas públicas têm entrada gratuita. Para escolas privadas, o valor do bilhete custa R$7, ambas, porém, precisam de agendamento prévio. Além das instituições de ensino, grupos particulares, empresas e turistas também podem agendar a visitação. Com o mais completo acervo sobre Brasil-Holanda do mundo, o IRB, na Várzea, propõe ser uma extensão da sala de aula. Lá os estudantes têm acesso ao castelo de armas, à biblioteca, à pinacoteca, entre outros espaços. O IRB abre semanalmente, de terça a domingo.

Praça da República, s/n – Santo Antônio Ter e Dom 14h às 17h Gratuito 33553323 | 33553324 O projeto pretende apresentar o Teatro de Santa Isabel, Patrimônio Histórico e Artístico desde 1949, contando sua história e curiosidades, como forma de contribuir para a formação de cidadãos aptos a respeitar e cuidar do bem cultural. Ao final de cada visita, os participantes ainda assistem a uma apresentação artística. O passeio, gratuito, acontece das 14h às 17h e não precisa ser agendado. Já grupos que queiram conhecer de perto mais detalhes sobre a arquitetura e história do centenário Teatro, podem participar do Projeto de Educação Patrimonial. Escolas, ONGs, centros comunitários, grupos artísticos e outros do gênero devem se inscrever pelo e-mail: teatrodesantaisabel. educativo@gmail.com, para passeios a serem realizados às terças-feiras no turno da tarde.

56  JUN 2015


Embarque: Restaurante Catamaran – Cais das Cinco Pontas s/n Diariamente  16h e 20h (reserva prévia) Adulto: R$ 40 | 6 a 10 anos: R$ 20 | 0 a 05 anos: gratuito. Nesse tour, a Cidade do Recife pode ser observada por um ângulo diferente, ou seja, das águas do rio Capibaribe, ao longo do qual o observador percorre as três ilhas do Centro de Recife (Santo Antônio, Bairro do Recife e Boa Vista), passando por baixo de cinco pontes (Pontes 12 de Setembro, Maurício de Nassau, Manuel Buarque de Macedo, Princesa Isabel e Duarte Coelho). Durante o city tour aquático, os visitantes apreciam belas paisagens de vários pontos turísticos, tais como o Parque de Esculturas de Francisco Brennand, a Praça do Marco Zero, o Paço Alfândega, o Ginásio Pernambucano, a Assembleia Legislativa, o Teatro de Santa Isabel e o casario da Rua da Aurora. A bordo, contamos com a presença de um guia que relata histórias e curiosidades do Recife.

Foto Andrea Rego Barros

Tour Rio Capibaribe e suas Pontes

Tour Recife e seus Bairros Embarque: Restaurante Catamaran – Cais das Cinco Pontas Domingo (reserva prévia) Adulto: R$ 50 | 6 a 10 anos: R$ 25 | 0 a 05 anos: gratuito. O passeio contempla as paisagens urbana e natural da cidade, passando por 14 bairros do Recife, incluindo alguns surgidos no período colonial, hoje com edificações tombadas que mantêm conservada a paisagem antiga do Recife, e outros mais contemporâneos.

CIRCULANDO

57


PERFIL DO ARTESÃO

Sandra Glaucia

Por Erika Fraga Fotos Divulgação

Um pequeno pedaço de tecido que já não tem mais utilidade ganha vida nas mãos da artesã Sandra Glaucia. Com ela tecidos que poderiam virar descartes se transformam em bolsas, vestidos, colchas, acessórios para cozinha, entre outras coisas. “Aqui em casa retalho não vai para o lixo, pode ser até as pernas de uma calça, sempre faço questão de guardar os pedaços que sobram, já fiz até blusas com perna de calça, nunca sei quando posso precisar, vou guardando até aparecer alguma ideia”, comenta. Sandra se diz uma amante da arte do retalho. Na opinião dela, pegar pequenos pedaços de tecidos e ter como resultado final uma bolsa ou até mesmo um vestido não é tarefa fácil, ela considera um dom. Autodidata, aprendeu a arte que desenvolve, nunca fez nenhum curso, tudo o que sabe viu nas revistas e aprendeu pratican-

58  JUN 2015


do. “Herdei dos meus pais esse dom para trabalhos artesanais, meu pai, por exemplo, fazia desenhos lindos, já a minha mãe costurava, bordava, confeitava, fazia tudo que envolvesse trabalhos manuais”, relembra. Amante da chita, ela a usa praticamente em tudo o que faz. Segundo a artesã, esse é um tecido curinga em suas peças. A principal técnica utilizada pela Sandra é a do patchwork, a qual ela faz questão de chamar de retalhos, e que em emendar, costurando, vários pedaços de tecidos. A colagem também é outra técnica muito presente nas peças, em especial nas bolsas. “Toda a produção é minha, não conto com a ajuda de ninguém, todas as peças saem das minhas mãos, sou eu quem idealiza, corta e costura. Gosto de misturar chita com seda, com renda, com tricoline, com algodão, as possibilidades são várias”, explica. Entre as peças mais procuradas estão as maxibolsas, as carteiras de mão, os porta-níqueis e os vestidos adultos e infantis. As peças da Sandra estão à venda na Casa do Artesão de Olinda.

Sandra Glaucia www.facebook.com/CiaDoRetalho 87771239 Casa do Artesão de Olinda R. Prudente de Morais, 458 – Carmo – Olinda 30611292 PERFIL DO ARTESÃO

59


ARTES VISUAIS

Exposição Visões do Outro

Capibaribe meu rio Museu da Cidade do Recife Praça das Cinco Pontas – Bairro de São José | 33553107 17h Gratuito O público que visitar o museu vai poder apreciar várias cenas do rio Capibaribe em fotografias do período de 1940 até os dias atuais; trabalhos como áudio de poetas que citam o Capibaribe em suas obras; imagens cartográficas e curtas-metragens feitos sobre o rio, que é importante não só para o Recife, como para diversas cidades do interior do Estado. Os visitantes têm o primeiro contato com o rio logo na entrada, onde estão instaladas boias gigantes com os nomes dos afluentes do Capibaribe, fazendo uma volta no tempo, quando as águas do rio eram utilizadas para banhos públicos e, suas margens, como locais de veraneio, entre eles, o Poço da Panela, a Ponte d’Uchoa e o Monteiro. Na primeira sala do museu, os visitantes conhecem o rio que inspirou poetas como Manuel Bandeira, João Cabral de Melo Neto, Renato Carneiro Campos, Josué de Castro, Cida Pedrosa... Por fim, o visitante assiste a curtas sobre o rio, no Cine Canoa.

60  JUN 2015

Arte Plural Galeria Rua da Moeda, 140 – Bairro do Recife Até 20/7 Ter a Sex  13h às 19h Sáb  16h às 20h 34244431 Gratuito A Arte Plural Galeria completa dez anos em maio e celebra o seu intenso trabalho em favor das artes visuais com a Exposição Visões do Outro, sob a curadoria de Renato Valle e Christina Machado. Composta por desenhos, pinturas e cerâmicas, a exposição exibe a memória e a transformação de temas próprios dos ciclos etários tais como os vividos hoje pela Arte Plural. Renato Valle traz em seus trabalhos o fio da memória dos desenhos feitos com uma agulha de crochê que pertenceu à mãe do artista, já falecida. “São minhas memórias da infância, do Recife, de minha relação com a religiosidade, a família, a política”, detalha Valle. Ao todo são 392 desenhos 8cmx8cm que formam um grande painel de 2,5m de largura por 1,3m de altura. Para completar, ele também expõe um políptico de 15 telas com questionamentos sobre a simbologia cristã com o mesmo fundo memorialista. Já Christina Machado, expõe cinco séries diferentes, todas guiadas pela energia da transformação da vida e da morte. As peças são marcadas por um conteúdo fortemente inconsciente, de difícil explicação. “Tenho muita dificuldade para racionalizar esses trabalhos porque vieram de experiências muito singulares”, diz a artista.


Microcosmo por Carol de Andrade Bike Fit Café Ladeira da Misericórdia, 46 – Olinda Até 16/6  19h A fotógrafa Carol de Andrade retrata através das suas lentes fotos sobre o mundo de forma peculiar, poética e lúdica que estão gravadas no seu inconsciente cheio de sonhos e fantasias. Com curadoria de Tiago Calazans, a exposição mostra um verdadeiro passeio pela fotografia analógica e digital. “Microcosmo é uma espécie de bolha, um registro de um mundo que criei pra mim”, revela a fotógrafa. Além da exposição, o público pode aproveitar o ambiente para trocar figurinhas, tomar um café, brindar ou apreciar os saborosos quitutes da casa.

Exposição Menino Quem Foi Teu Mestre Galeria Janete Costa Av. Boa Viagem – Boa viagem 33559832 A amostra, com curadoria de Joana d’Arc de Sousa Lima, é composta de fotografias de Roberta Guimarães. A fotógrafa explora a transmissão dos fundamentos culturais da Capoeira,

dos jovens da comunidade de Nova Divinéia, em Jaboatão, do Coque, do Bode e da Várzea, no Recife, no Nordeste do Brasil, junto com oito Mestres representantes da Capoeira de Pernambuco. O projeto Caxinguelês Jovem aproveita a Capoeira pelo seu caráter multifacetado, como uma importante tradição para a construção do afeto, da luta, do jogo, da brincadeira, da arte, da afetividade, das alegrias, dos rituais e da amizade. A exposição tem como proposta possibilitar a construção de um mundo de tolerância e solidariedade como fazem os capoeiristas em suas investidas na roda.

Recife em Cyan Instituto de Arte Contemporânea (IAC) Até 17/7 Seg a Sex  9h às 12h / 14h às 17h Gratuito A exposição é composta por fotografias de Rafael Maia, com curadoria de Mário Sette, e tem como objetivo utilizar a cena atual de sua cidade através do processo fotográfico histórico chamado Cianótipo, conferindo às imagens

ARTES VISUAIS

61


uma aura nostálgica. O trabalho é todo desenvolvido pessoalmente desde a tomada das imagens até a obtenção das cópias em papel. O modo de expor as fotos representa um modelo artesanal e predominantemente baseado em materiais tradicionais. As soluções químicas utilizadas são preparadas no próprio laboratório, tecnicamente avançado, onde o artista desenvolve suas pesquisas. Atualmente, Rafael Maia trabalha com filmes em formato 35mm e produz cópias fotográficas com qualidade de arquivo, obedecendo padrões internacionais que visam a longa permanência e o mercado de arte.

Exposição de Fotografias Italianas Instituto de Cultura Brasil-Itália Rua Marques Amorim, 46 – Boa Vista A Mostra Fotográfica é composta pelos fotógrafos Wanda Tucci Caselli, Lino Ghidoni, Renato Guidi, Bruno Baraccani, Carlo Florentini, Gianni Bracci, Enzo Guarguagli Angelo Savoca, Claudio Marcozzi, Renato Pennuti, Angelo Movizzo e Nando Chiappetta. Tem como temática as paisagens da Itália Retratos, desenhos de Leonardo da Vinci nos quais mostra rostos de pessoas de sua época. Durante a visita, é possível ver um documentário sobre o artista e sua produção artística e fazer consulta a livros e publicações.

62  JUN 2015

“O Zeppelin no Recife” Museu da Cidade do Recife Praça das Cinco Pontas, Santo Antônio 22 a 26  9h às 17h Livro: R$ 30 Para celebrar os 85 anos da primeira viagem do Zeppelin ao Recife, a exposição apresenta as imagens do livro O Zeppelin no Recife que reúne 30 imagens do acervo do Museu da Cidade do Recife e do fotógrafo Jobson Figueiredo. Algumas dessa fotos também foram registradas pelos próprios tripulantes do gigantesco dirigível durante a sua passagem pela capital pernambucana. Com curadoria de Jobson Figueiredo, a mostra propicia relembrar a década de 1930 quando o Graff Zeppelin sobrevoa o Bairro do Recife entre 1930 e 1937.

As Cores do Sagrado Caixa Cultural Recife Avenida Alfredo Lisboa, 505, Praça do Marco Zero – Bairro do Recife | 34251900 Até 26/7 Ter a Sáb Gratuito A mostra é composta por 50 telas do artista plástico Carybé retratando as tradições do culto aos deuses africanos no candomblé da Bahia. As telas revelam o traço leve, colorido e minucioso do multiartista, que também foi


pintor, escultor, ilustrador, desenhista e ceramista. As telas expostas integram um universo de mais de 120 aquarelas produzidas com a mesma temática, nas quais Carybé contribui de forma ímpar para a preservação dos valores culturais trazidos da África na diáspora. As imagens foram produzidas ao longo de 30 anos de pesquisas, entre 1950 e 1980, e são registros de vivências pessoais do artista nos terreiros que frequentava. As casas estão entre as mais tradicionais da religiosidade de matriz africana, na tradição nagô, jeje e angola.

A mostra traz as mais recentes coletâneas do artista plástico cubano Ernesto Oroza, que tem como principal foco artístico a investigação plástica de objetos híbridos. A exposição apresenta fotos do projeto Arquitetura da Necessidade, que mostra fachadas de casas cubanas transformadas por seus habitantes, e do projeto Ujamaa, que são cadeiras e bancos improvisados com pedaços de madeira. Além disso, haverá exibição do vídeo Desobediência Tecnológica e dos livros Com nosso próprio esforço e Livro da família, que são manuais cubanos de como fazer objetos reaproveitando materiais diversos. Para Oroza, o ato de reparar, reinventar e ressignificar objetos faz surgir novas oportunidades de uso, criando um salto imaginativo e criativo que vai muito além da passividade imposta pela indústria e pelos sistemas, mesclando a necessidade com o ideal de liberdade.

Exposição de Pinturas

Desobediência Tecnológica Caixa Cultural Recife Avenida Alfredo Lisboa, 505, Praça do Marco Zero – Bairro do Recife | 34251900 Até 28/6 Ter a Sáb Gratuito

Restaurante Villa Rua da Hora, 330 – Espinheiro 34262902 Até 19/7 Seg a Sáb  8h às 20h Dom  11h às 22h Gratuito A exposição conta com 30 obras dos artistas plásticos Isa Pontual e Rinaldo Carvalho. São pinturas em tela acrílica envolvendo o aprofundamento da arte abstrata e a exploração da transparência das cores na superfície da tela. A mostra também tem a dimensão de envolver toda a base artística usando colagens nos tons fortes e vivos em ARTES VISUAIS

63


lugar de cores terrosas que foram bem exploradas em fases anteriores.

Cervantes e as três viagens de Quixote e Camões 13ª Semana Nacional dos Museus Museu Militar Forte do Brum Praça Comunidade Luso-Brasileira Cais do Apolo | 32247559 Até 20/6 Ter a Sex  9h30 às 16h30 Sáb, Dom e Feriados  14h às 17h Gratuito A exposição é resultado do processo vinculados aos cenários do livro Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de la Mancha, que retrata a segunda parte a obra. O objetivo da mostra é utilizar os desenhos dos arquitetos José María, Plaza Escrivá e Sandra Paro retratando os momentos da cidade de Barcelona, único centro descrito na obra. A exposição também será alimentada pela vida de Cervantes e Camões ambos utilizaram os personagens reais que

64  JUN 2015

guardam entre si um paralelismo surpreendente de soldado.

Ocupação Aloísio Magalhães Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães Rua da Aurora, 265 – Boa Vista Até 26/7 Ter a Sex  12h às 18h Gratuito A mostra, com curadoria de João de Souza Leite, se desenvolve em três tempos, os quais contemplam os diversos momentos pelos quais passou Aloísio Magalhães, como artista plástico, designer e formulador de políticas públicas na área da cultura. Nascido no Recife, aos 18 anos, estudando na Faculdade de Direito do Recife, Aloísio era apontado como uma das melhores promessas da nova geração de artistas plásticos de Pernambuco. A exposição traz algumas produções da década de 1950, assim como revela fotos e infor-


mações das inúmeras exposições realizadas no Brasil e no exterior.

Exposição cromatismo e criatividade Shopping RioMar Avenida República do Líbano, 251, térreo Pina | 34688799 Até 30/7 10h às 22h Gratuito A exposição, que conta com trabalhos dos artistas Adriana Alliz, Bruno Lyra, Cláudia Alves Oliveira, Dulce Campelo, Germano, Hellio Mangueira, Marco Santos, Marluce Cirqueira, Carol Carvalho, João Luiz Mascarenhas, Josinete Magali, Sérgio Birukoff, possibilita construir um domínio sobre o convencionalismo no uso das cores. Nessa mostra, com curadoria de Sebastião Barbosa, pode-se observar a concepção técnica e estética de várias

escolas. O expressionismo e sua técnica de pintura é revelado em jogos de cores, luz e sombras.

Exposição Pensar Criar e Fazer Arte Plural Rua da Moeda, 140 – Bairro do Recife 34244431 Até 18 Gratuito A exposição é composta de diversos trabalhos de Joelson Gomes, Manuel Dantas e Maurício Castro. São artistas que nasceram na passagem da pós-modernidade para a contemporaneidade, da geração dos anos de 1980 e que vivem a maturidade de suas aventuras criativas usando a pintura, a cerâmica, a xilogravura, a fotografia e o livro de artista, no qual revelam traços de fidelidade à tradição sem desviar o olhar do presente.

ARTES VISUAIS

65


Por Pedro Paz

CLIC


CINE CLUBE BRASIL-ITÁLIA Rua Marquês Amorim, 46 Boa Vista | 32214112 Toda sexta-feira Gratuito

CINEMA E VÍDEO

Programação Cultural do ICBI Recife

CINE FÓRUM CERVANTES Livraria Cultura - Paço Alfândega Rua Madre de Deus - Bairro do Recife 33340450 Gratuito

Chico & Rita 13 17h

Dir.: Fernando Trueba 2010, Havana, Cuba, 1848. Chico (Eman Xor Oña) é um jovem pianista que tem grandes sonhos. Rita (Limara Meneses) é uma bela cantora com uma grande voz. Eles se conhecem em uma apresentação dela e logo se encantam um pelo outro. Após uma noite de amor, Rita é surpreendida pela presença de Juana, uma das namoradas de Chico. A situação faz com que eles se afastem, o que apenas é contornado quando Ramon (Mario Guerra), amigo dele, conversa com Rita e a chama para participar com Chico de um campeonato na rádio local. O trabalho faz com que eles se reaproximem, até que o sucesso dela faz com que Chico tenha uma crise de ciúmes.

Mediterrâneo 5  9h Dir.: Gabriele Salvatores, 1h36, 1991. Durante a II Grande Guerra, com a missão de defender o lugar contra uma possível invasão inimiga, um punhado de soldados é deixado numa pequena ilha do mar da Grécia. Como o vilarejo, que parece abandonado, não apresenta vestígio da presença de inimigos, os soldados aproveitam o tempo para relaxar. Habitantes do local, por sua vez, ao perceberem que os soldados italianos não são violentos, saem de seus esconderijos nas montanhas e dão sequência a suas pacíficas vidas. Com o passar do tempo, os soldados descobrem que terem sido deixados para trás em uma paradisíaca ilha grega esquecida por Deus, não é uma coisa tão ruim assim.

CINEMA E VÍDEO

67


Chá com Mussolini 12  15h Dir.: Franco Zeffirelli,1h57, 1999. A produção é baseada em recordações autobiográficas do diretor, cujo episódio releva partes de sua infância e adolescência. O elo entre a realidade vivida pelo autor e os fatos históricos é relacionados ao fascimo. O diretor relata o período de 1935 a 1944, através da vida destas senhoras (Judi Dench), Mary (Joan Plowright) e Hester (Maggie Smith) Conhecidas como as “ scorpioni”. Pela comunidade local, elas passam a cuidar do garoto, aproximando-o das artes e da língua inglesa. Enquanto as inglesas retratam o grupo clássico, os avanços e inovações ficam por conta das americanas representadas por duas mulheres que destoam do grupo britânico formado pela viúva de um diplomata (Maggie Smith), uma secretária bilíngue (Joan Plowright), e a insuperável Judy Dench, como uma artista.

Vermelho como o céu 19  15h Dir.: Cristiano Bortone, 1h36, 2006. Mirco Mencacci, filho único de uma família humilde, é um menino muito sensível, curioso, criativo e apaixonado

68  JUN 2015

por cinema. Um dia, sofre um acidente em casa e fica parcialmente cego. De acordo com as leis da época, as crianças com deficiência visual devem ser enviadas para colégios internos. Seus pais então são orientados a levá-lo para um internato em Gênova, muito longe de casa, e alertados sobre a possibilidade de serem denunciados, caso não o façam.

O Jantar 26  6h Dir.: Ettore Scola, 1h26, 1998. O filme se passa durante as duas horas em que várias pessoas estão em um restaurante. Nesse tempo, os dramas e a vida de vários personagens se revelam, entre eles os da dona do restaurante, de um culto professor que gosta de jogar cartas, de uma quarentona que tem problemas com a filha e de um professor universitário preso numa complicada relação amorosa com uma de suas alunas.

VIDEOTECA ITALIANA Todas as terças-feiras   9h às 21h 32214112 Gratuito Documentários sobre a Itália e sua cultura.

VIDEOTECA BRASILEIRA Todas as quartas-feiras   9h às 21h 32214112 Gratuito Documentários sobre o Brasil e sua cultura.


Por Erika Fraga Fotos Acervo XiqueXique

MODA

Xique-Xique

Sandálias e bolsas produzidas artesanalmente, mas com todo estilo, conforto e qualidade, essa é a proposta da marca pernambucana Xique-Xique. Apesar do pouco tempo de existência, a marca foi criada em setembro de 2014, pela administradora Isabela Vilaça, já possui diversos clientes dentro e fora do estado. As peças são feitas de couro, tudo com um acabamento impecável. Segundo Isabela, o nome da grife é uma homenagem ao Cacto Xique-xique, muito comum no Nordeste. Nascida em Lajedo, cidade localizada no agreste de Pernambuco, Isabela possui raiz interiorana latente, o que para ela é essencial no desenvolvimento do seu trabalho. “Nos meus outros empregos, perce-

MODA

69


bia que as pessoas estão ficando a cada dia mais robotizadas, menos humanas, e isso me levou a querer trabalhar com algo que tivesse outros valores. Então, depois que eu saí desse emprego, decidi que não queria trabalhar para mais ninguém e fui em busca do que poderia me satisfizer. Foi ai que eu vi a oportunidade de trabalhar com sapatos artesanais”, revela. As peças da marca são feitas no interior do estado de Pernambuco e do Ceará. Para tanto, Isabela conta com o suporte de dois artesões. “A minha parceria com os artesões me deixa muito feliz, no início era muito difícil, eles possuíam uma tradição, tinham sua forma de fazer e eram resistentes a aceitar opiniões. Mas com o tempo as coisas foram mudando e eles passaram a acolher minhas ideias e a perceber que o diferente também podia dar certo”, comenta. A marca possui uma produção semanal e por isso sempre tem alguma novidade, seja no modelo ou na cor. Atualmente, são cerca de 20 modelos em diversas cores e, como são artesanais, sempre existem variações. Um dos modelos de grande sucesso é a sandália Avarca. Segundo Isabela, esse foi um dos modelos que sofreram bastante resistência por parte dos artesões, e hoje virou a sandália queridinha das consumidoras. A grife ainda não possui loja física nem site, toda venda e divulgação é feita pelas mídias sociais, inclusive, a primeira venda foi para uma cliente do Rio de Janeiro. “Para mim, a melhor estratégia de marketing que

70  JUN 2015


existe é a do boca a boca. E é assim que estamos ficando conhecidos, as clientes foram comprando, gostando e divulgando”, relata. Hoje, Isabela abre as portas da casa dela para atender as clientes que desejam conhecer de perto os produtos. “Aqui no Recife temos um mercado bom, no entanto devemos ficar atentos, pois esse é um segmento que exige um pouco de cuidado, temos um preço acessível, um produto de qualidade, mas nem todo mundo tem a visão de que um trabalho artesanal pode ser muito legal. Às vezes pensam que por ser artesanal, a peça não tem qualidade, é “de feira”, como dizem, e não é nada disso, nossas peças são feitas artesanalmente e primamos pela alta qualidade”, ressalta. Xique-Xique www.facebook.com/xiquexiquepe Informações: 89584784 | 82240416 (Whatsapp) contatoxiquexique@gmail.com

MODA

71


GIRO LITERÁRIO

POESIA VIVA DO RECIFE Homenagem aos 478 anos da Cidade POEMA EM TRANSE (fragmento) Jorge Lopes A rua é ainda a mesma rua (suja e escura) no silêncio dessa gente de cadeira de balanço desse tempo encardido (os balcões das vendas cheios de moscas e restos de alimentos) mordendo as bocas misturando espermas gerando filhos A rua guarda seus segredos e os segredos das pessoas por cima dos telhados por cima das nuvens por cima da morte

(Da antologia POESIA VIVA DO RECIFE, organizada por Juareiz Correya) JORGE LOPES – Recifense. Poeta, artista plástico e gráfico, compositor de música popular. Edita, no Recife, há algum tempo, o alternativo poético “Balaio de Gato”. Poesia publicada: Poema em transe, Balada para John Lennon. Incluído na antologia Marginal Recife – Coletânea Poética 1 (Prefeitura do Recife / Secretaria de Cultura / Fundação de Cultura). Participou da primeira edição da antologia Poesia Viva do Recife (Cepe, Recife, 1996)..

72  JUN 2015


A era Chávez

Aceitamos tudo

Ascensão e queda

Disponível em diversas livrarias e sítios na internet.

www.bit.ly/lojamariposa

Disponível em diversas livrarias e sítios na internet.

Organizado pelo professor da Universidade de Pernambuco (UPE) Karl Schurster e por Rafael Araújo, também professor, o livro aborda o período de 1999 a 2013, no qual a política sul-americana foi marcada pela presença de Hugo Chávez (1954-2013). Na Venezuela, o presidente liderou um processo de rupturas nos campos político, social e em relações internacionais que influenciou os demais países sul-americanos. Com Chávez, a democracia participativa e ‘protagônica’, a integração da América Latina, o Socialismo do século XXI, o antineoliberalismo e o anti-imperialismo passaram a fazer parte do vocabulário político da região. Editado pela Editora Autografia, o livro tem 324 páginas e custa R$ 52,90

Uma série de quatro fortes – e não raro poéticas – narrativas do escritor Lima Trindade. Contos nos quais a humanidade dos personagens é empurrada contra a parede e posta à prova as entrelinhas revelam um sutil tom de ironia. Desde o pequeno mistério onde dez anos sem ver aquela que foi a mulher da sua vida e, de repente, a possibilidade do reencontro surge, ao monólogo de uma mãe a protestar o amor incondicional ao filho – mesmo descobrindo nele um defeito extremamente difícil de lidar. Além da descontraída conversa em um salão de beleza a respeito do aumento do número de estrangeiros na cidade até olhar delicado e contemporâneo sobre a clássica tríade: desejo, amor e traição. Editado pela Mariposa Cartonera, o livro tem 24 páginas e custa R$ 15.

Vencedor do Prêmio Pernambuco de Literatura, realizado pelo Governo do Estado, o escritor Wander Shirukaya apresenta nesse romance uma estrutura narrativa polifônica, com diversos narradores/personagens. Uma temática não muito comum na ficção pernambucana, ao explorar um enredo memorialístico em torno das agruras e angústias existenciais de uma banda de rock diante do suicídio de

seu líder e vocalista. Shirukaya demonstra grande domínio do universo da música e explora a linguagem própria desse grupo em uma narrativa ágil e permeada de referências à cultura pop. Editado pela Cepe, o livro tem 177 páginas e custa R$ 25.

GIRO LITERÁRIO

73


Desperdiçando Rima

O nascimento de Joicy

Tempos de vidro

Disponível em diversas livrarias e sítios na internet.

Disponível em diversas livrarias e sítios na internet.

Música, poesia, cartas, recados, bilhetes, crônicas e desenhos. É dessa mistura que surge o livro de estreia da artista Karina Buhr. Na obra, tudo se mistura em prosa e verso para oferecer aos leitores, nas palavras de Karina, “sortimentos variados, cheiros azedos, gostinho doce e mais ou menos”, nascidos nas mais diversas ocasiões. É possível identificar sentimentos como alegria, saudade, raiva, amor e mágoa, bem como uma visão crítica em relação ao mundo em que vivemos. Entre um texto e outro, surgem desenhos nos quais a figura feminina se destaca. Contrariando o título, o livro faz bom uso das palavras. Editado pela Editora Rocco, o livro tem 192 páginas e custa R$ 24,50

Desenvolvimento do material publicado pelo Jornal do Commercio e vencedor do Prêmio Esso de Reportagem de 2011 da jornalista Fabiana Moraes. No livro, a jornalista conta a história da transexual Joicy, ex-agricultora que procura o serviço público de saúde para adequar seu corpo masculino ao feminino que deseja para si. Também escreve sobre os bastidores da reportagem e expõe a complicada relação com sua personagem, além de apresentar um ensaio no qual defende um jornalismo mais subjetivo. Editado pela Editora Arquipélago, o livro possui 248 páginas e custa R$ 40.

A obra é o primeiro livro de poesias do jornalista e escritor Samarone Lima. É um longo poema narrativo, com memórias pessoais, familiares, remetendo às origens mais distantes, numa espécie de jornada mítica e pessoal. Segundo o professor Lourival de Holanda, que assina um longo posfácio, “o poema se apresenta como uma sucessão de fragmentos de memória; migalhas da mesa da vida – e agora o poeta recolhe esses indícios para recompor e salvar da insignificância. O poema parece querer restaurar ou instaurar uma inteligibilidade com os fragmentos do vivido. Daí dizer: recriei um pedaço do cosmos”. Editado pela Mariposa Cartonera, o livro possui 44 páginas e custa R$ 15.

74  JUN 2015

www.bit.ly/lojamariposa


Sarau da Boa Vista Restaurante Maremoto Rua do Hospício, 68 – Boa Vist 97933659 27  19h O Sarau da Boa Vista reúne poetas e músicos de diferentes gerações para que possam compartilhar experiências e conhecimento. Na 20ª edição, Cida Pedrosa, Manoel Constantino e Marcelo Mário Melo são presenças confirmadas, além dos poetas Jailson Oliveira, Jorge Santos, Thaynnara Queiroz, Jetro Rocha, entre outros. A música fica por conta da magia de Gilmar Serra e Raphael Kojak. Durante o evento, o artista plástico Isaac Vieira participa com pinturas in loco.

Meu ambiente eu cuido! Fundação Gilberto Freyre Rua 2 Irmãos – Apipucos | 34411733 Até 20 Programação integrada à agenda pedagógica da Fundação, aborda questões ambientais na obra de Gilberto Freyre por meio de contação de histórias, jogos e oficinas.

GIRO LITERÁRIO

75


CURSOS E CONCURSOS

História da Arte Italiana: Renascimento e Barroco Instituto Ricardo Brennand Alameda Antônio Brennand – Várzea 6, 13, 27  14h30 30 horas-aula R$ 200 (profissional) e R$ 100 (estudantes ou membros do ICOM) irb@institutoricardobrennand.org.br 21210352

Estão abertas as inscrições para a 3ª edição do curso de História da Arte “Renascimento e Barroco Italiano”, cujo objetivo é contemplar o período através das diversas peças espalhadas pelo Foyer da Pinacoteca: pinturas a óleo, esculturas de mármore, entre outras. O curso é ministrado pela doutora em História pela Università degli Studi di Florença (UNIFI) Marília de Azambuja. Os alunos aprendem sobre a transição entre a Idade Média e a Idade Moderna, período marcado por importantes mudanças no pensamento ocidental. O curso é voltado para historiadores, pesquisadores, amantes das artes e da história. Os temas abordados são: “A herança do passado: a tradição antiga e medieval”, “A arte nas corte italianas: De Giotto a Leonardo”, “A arquitetura do Renascimento”, “Maneirismos”, “A pintura barroca: De Carraccia Tiepolo”, “Vedutismos e Ilusionismos” e “A arquitetura e a escultura do Barroco”. No curso, as obras dos artistas Giotto di Bondone, Leonardo da Vinci, Annibale Carracci e Gio-

76  JUN 2015

vanni Battista Tiepolo também vão ganhar destaque.

Cinema digital Curso Aurora Filmes Rua da Aurora, 987 – Santo Amaro 30919338

O curso oferece elementos de captação para novas produções digitais, edição de audiovisual, preparação de camarim e como escrever um roteiro. No final, os alunos exibem o conteúdo produzido durante o curso no Cinema São Luiz.

Fotografia Digital Aulas teóricas e práticas de fotografia, tanto para iniciantes quanto para aqueles que querem aperfeiçoar os conhecimentos da arte visual da fotografia. No final do curso, os alunos realizam uma exposição fotográfica com trabalhos de autoria deles.

WEB TV Com a modernização e a democratização da internet, conquistar o público da web é um bom negócio. Novas ideias surgem nesse ambiente dinâmico e repleto de informação. Os alunos têm aulas práticas na Aurora Web TV.

Teatro O curso é voltado também para aqueles que querem perder a timidez, expressar-se melhor, trabalhar bem em grupo e ampliar os horizontes culturais, além de buscar o autoconhecimento.


Cursos e Oficinas no Terraço de Olinda

Instituto de Cultura Técnica oferece os seguintes cursos

Espaço Cultural Terraço de Olinda Rua 7 de Setembro, 109 – Carmo 99495147 | ateliedabarbearia@gmail. com | ateliedabarbearia.blogspot.com

Rua Duque de Caxias, 356, Pavimentos 1, 2, 3 – Santo Antônio 34242625 | contato@ictnet.com.br

Oficina de Materiais Expressivos

No curso, o aluno aprende toda a base de desenho, desenvolve o pensamento estrutural (base para a criação), conhece o padrão que o induz ao erro, entre outros temas. Como facilitador, o artista plástico Sanderson Alves. Constam da programação do curso, aulas sobre os elementos mais simples, como volume, sombra e luz, e os mais complexos, como desenho de objetos e corpo humano. Depois dessa fase, já na avançada, o aluno é instruído a desenvolver a técnica de pintura para aprofundamento. Aulas às terças, quintas ou exclusivamente aos sábados, à tarde, nos horários disponíveis.

Espaço Cultural Terraço de Olinda Rua 7 de Setembro, 109 – Carmo 99495147 Seg e Sáb  14h às 17h R$ 50 por módulo (material incluso)

Conhecer e manusear os materiais expressivos do universo das artes plásticas é no que consiste a Oficina, ministrada pela arte/terapeuta, arte/educadora e artista plástica Flávia Regina Nazaré de Souza. São 4 módulos, sendo um por semana: 1º Aquarela, 2º Nanquim, 3º Lápis pastel seco e a óleo e 4º Tinta acrílica. São utilizados vários tipos de papéis, de tintas, pincéis, bases para tela etc.

Cursos Levino Ferreira Espaço Musical Levino Ferreira Rua Siqueira Campos, 279, Edifício Brasília, sala 1406 – Santo Antônio 30778851 Matrícula: R$ 120 / Mensalidade: R$ 120 Seg a Sáb  manhã, tarde e noite

Estão abertas as matrículas para os cursos de violino, cavaquinho, teclado, flauta, canto e outros. Os alunos terão direito a duas aulas por semana, uma teórica e uma prática.

Desenho Artístico e Pintura

Dança do Ventre Seg ou Qua  19h às 21h

O programa, além de ensinar técnicas de dança do ventre, trabalha com exercícios, o que torna mais simples a compreensão do bom funcionamento do corpo, evita lesões e gera leveza na dança. O curso também fornece informações para a compreensão do contexto, ajudando no desempenho durante as aulas práticas. O curso é, a princípio, voltado para iniciantes e é dividido em dois níveis: Básico e Intermediário. CURSOS E CONCURSOS

77


Teatro para iniciantes e iniciados

cação comunitária e queiram ter mais conhecimentos nessa área. As aulas começam na primeira semana de março.

Instituto de Cultura Técnica Sáb  13h50 ás 17h Dom  as manhã estão reservadas para ensaios R$ 150

Oficina de Criação Literária

Estudo do teatro desde as suas origens, as técnicas de interpretação, a preparação corporal e vocal, aprofundando conhecimentos através de uma didática estruturada com o objetivo de despertar o talento, vencer a inibição, excitar a criatividade, desenvolver trabalhos em grupos, estimular a iniciativa, desenvolver a autoestima. Ministrado pelo ator Alfredo Borba e outros profissionais da área, a duração do curso é de 10 meses com uma montagem profissional no final.

Instituto de Cultura Brasil Itália

Oficina de Comunicação Popular ONG Missão Educar Rua Vereador Otacílio Azevedo,1000 – Nova Descoberta | 88036405

Ministrado pelo radialista Paulo Xavier, o curso aborda rádio, vídeo, internet, fotografia e texto com direito a material e certificado de participação. As aulas serão sempre às quintas-feiras, às 14h, com duração de 5 meses e estágio prático voluntário com produção de conteúdo audiovisual. O curso destina-se a alunos com idade igual ou superior a 15 anos, que gostem de comuni-

78  JUN 2015

Qui  19h às 20h

A preparação do escritor inclui ensino de técnicas de construção literária, desenvolvimento da capacidade criativa e compreensão de clássicos da literatura. Instrutor: Raimundo Carrero.

Rua Marques Amorim, 46 – Boa Vista 32214112 Início: 5 Sex  9h, 15h, 17h, 19h

Estão abertas as inscrições para aulas de conhecimento linguístico e cultural, englobando gramática italiana; conversação; avaliações escritas e orais; tradução e interpretação de textos. Destinadas a estudantes do 2º grau, universitários e profissionais de vários setores, o curso tem como objetivo alfabetizar o aluno, possibilitando uma rápida aprendizagem da língua italiana, falada e escrita. O sistema de avaliação é realizado com tarefas de casa e de classe. No decorrer do curso, são exibidos exibidos filmes e documentários sobre a Itália. No final de cada mês, há um jantar italiano com todos os alunos e professores.


Empório dos Artistas Rua Velha, 333 – Boa Vista | 86756127 Seg  9h às 12h R$ 160

Estão abertas as inscrições para o curso de pintura em tela: a óleo e acrílica. Ministrado pelo professor Marcos Carvalho, o curso tem o intuito de extrair das nossas inquietações uma linda pérola, que se converte em uma pintura.

iniciativa do Instituto Ser Educacional que, nessa edição, foi contemplado com o Prêmio Funarte Caixa Carequinha de Estímulo ao Circo 2013. Ao todo serão 30 alunos que, durante quatro meses, participam de oficinas de malabares, acrobacias, equilíbrio e balé clássico ministradas por Ivo Amaral L. da Silva.

Oficina Soul do Teatro Av. Guararapes, n. 44, 8° andar, Ed. Continental Santo Antônio (ao lado da Agência Central dos Correios) Sáb  9h às 12h Inscrições: R$ 50 | Matrícula: R$ 70 85773365

Ministrado por Pepeu Resende, a oficina oferece o seguinte conteúdo programático: interpretação, improvisação, jogos teatrais, dinâmicas de grupos, respiração, voz, relaxamento corporal e mental. O trabalho é voltado para iniciantes que desejem conhecer a linguagem teatral.

Oficinas de Circo Uninassau Sala de Ginástica do Centro Superior de Tecnologia (CST) Rua João Fernandes Vieira, 110– Boa Vista | 34134611 Qua e Sex  14h às 17h Gratuito

O espaço Uninassau realiza a segunda edição do projeto Circo Social Uninassau com o objetivo de transmitir aprendizagem e fazer inclusão em forma de arte circense. A ação é uma

Espaço Caramiolas Lab Av. Dantas Barreto, 324 – São José Sáb 6  14h às 18h R$ 120 inscrições: estudiopedeovo@gmail.com

Estão abertas as inscrições para a oficina de retrato em pano. Durante o curso, os alunos são estimulados a criar retratos com base em modelos-vivos, fotografias e até mesmo em manchas de tinta e formas trabalhadas em suporte bidimensional. Ministrada por Fernanda Simonato, a oficina tem como objetivo desenvolver um projeto de retrato com boneco de pano tridimensional,

CURSOS E CONCURSOS

79


baseando-se nos estudos de formas. Cada participante pode usar sua criatividade para produzir bonecos de pano com características próprias.

Projeto Capoeira Angola Estudos Práticos Espaço Cultural Educativo Pipoquinha Ter e Qui  19h às 22h 88670587

As aulas são ministradas pelo Mestre Jorge Ferreira. O Projeto acontece desde 2007 e já neste primeiro ano recebeu a premiação do Capoeira Viva. Os participantes contribuem voluntariamente com o que podem, pelas aulas ministradas, para manutenção do local.

Curso de Música Sonata Av. Dezessete de Agosto, 2527 – Casa Forte | 41012158 Seg a Sex  9h às 21h (Aulas com uma hora de duração, uma vez por semana) Sáb  9h às 19h Aulas em grupo – Mensalidades: R$ 135 Individual – Mensalidades: R$ 200

Aulas de violão, guitarra, baixo elétrico, teclado, flauta transversa, saxofone, cavaquinho, violino, canto, técnica vocal, musicalização para bebês, iniciação musical. É possível marcar uma aula especial por R$15 pelo e-mail do curso musicasonata@ hotmail.com.

80  JUN 2015

Curso de introdução em Aromaterapia Poisis Ateliê de Arteterapia e Cultura Rua da União, 61 sala 3 – Boa Vista | 96177752 8h às 18h

A facilitadora Maíra Darlen aborda no curso o desenvolvimento de estudos e práticas alquímicas, baseada na Aromaterapia. É direcionado para todos que tenham interesse em utilizar as essências na prática profissional ou no autocuidado corporal, emocional e mental.

Curso de Gaiata R. Bispo Cardoso Aires, 354, 1º andar – Boa Vista | 30885419 gutosantana@gmail.com

O gaitista Guto Santana ministra curso com uma metodologia simples que enfatiza a prática, especialmente para os iniciantes que nunca tiveram contato com a música. Além das aulas de gaita, o curso inclui teoria musical e conhecimentos para se fazer a manutenção do instrumento. O curso funciona na Boa Vista, próximo à Unicap.


A gente tem o melhor S達o Jo達o do Mundo por Toinho Vanderlei

ILUSTRA81


TELEFONES ÚTEIS

POSTOS DE DISTRIBUIÇÃO

3322 4188

Aeroporto

3322 4180 102

Auxílio à lista

Hospital da Restauração 3181 5400

3355 0128 190 3183 1949

Porto do Recife

3181 7000

Procon Estadual

/ 0800 280 21 512 3452 1211

Rodoviária

192

Samu Grande

Recife

de Transporte

Consórcio

0800 081 0158

3182 5552 / 3182 5554

EMPRESAS DE TÁXI Coopetáxi

3424 8944

Copseta

3462 1584

DiskTáxi

3419 9595

Ourotáxi

3423 7777

Teletáxi

Centro Cultural Correios 3224 5739

2126 8090

/ 3424 1935

Biblioteca da Universidade Católica

Empetur - Casa da Cultura

de Pernambuco 2119 4122

3182 8296

/ 2119 4252

Espaço IPHAN 3228 3011

Biblioteca da Faculdade de Filosofia do Recife – FAFIRE

Informações Turísticas 24h

Polícia Militar

Biblioteca Central da UFPE

3493 8383 2121 4242

2122 3500

Biblioteca da Faculdade Maurício de Nassau

3413 4611

Biblioteca Pública do Estado de Pernambuco

3181 2647 / 3181 2642

3228 3496 Espaço Pasárgada – Casa Manuel Bandeira

3184 3165

Escola Profissional de Artes João Pernambuco 3355 4092/ 3355 4093 Fundação Joaquim Nabuco 3073 6363

Biblioteca da Faculdade

– Casa Forte

Metropolitana da Grande Recife

Fundação Joaquim Nabuco – Derby

2128 0500

3073 6767

Biblioteca Popular de Afogados

Instituto Cervantes de Recife

3355 3122 / 3355 3123

3334 0450

Biblioteca Popular de Casa Amarela

Mercado da Boa Vista 3355 3042

3355 3130

Mercado da Madalena 3445 1170

Casa da Cultura Luiz Gonzaga

Museu da Abolição

3184 3151 / 3184 3152

Museu da Cidade do Recife

Casa do Carnaval (Pátio de São

- Forte das 5 pontas

Pedro) 3355 3302 / 3355 3303

/ 3355 3108

Centro Apolo – Hermilo (Cine e

Museu de Arte Aloísio Magalhães

Teatro) 3355 3319 / 3355 3321

(MAMAM)

Centro de Atendimento Turístico

3355 6871 / 3355 6872

3182 8299

do Aeroporto

3228 3248 3355 3107

3355 6870

Museu do Estado de Pernambuco

Centro de Atendimento Turístico do

3184 3170 / 3184 3174

Arsenal – PCR 3355 3402

Museu Murillo La Greca 3355 3126

Centro de Atendimento Turístico do Mercado São José

3355 3022

Centro de Atendimento Turístico do Pátio de São Pedro

3355 3310

Centro de Atendimento Turístico do TIP – PCR

3182 8298

/ 3355 3127 / 3355 3129 Teatro Barreto Júnior 3355 6398 / 3355 6399 Teatro de Santa Isabel 3355 3322 / 3355 3323 / 3355 3324 Centro de Atendimento Turístico do 33559844

Centro de Atendimento Turístico da

Parque Dona Lindu

Praça de Boa Viagem 3182 8297

Centro de Atendimento Turístico do

Centro de Artesanato de Pernambuco

Shopping Center Recife 34677486

3181 3451

Centro de Atendimento Turístico do Shopping Rio Mar 31828293


POR VOCÊ TRABALHANDO SEM PARAR


84  JUN 2015


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.