Semente
Ano 1 • nº 1 Fevereiro de 2011
Informativo do Sindicato dos Produtores Rurais de Itabirito e Ouro Preto Integrar o homem do campo e sua família, com a produção agropecuária, tecnologia e sociedade
Um novo elo entre o Sindicato e o Produtor José Alexandre Ferreira, Médico Veterinário Secretário do Sindicato dos Produtores Rurais de Itabirito e Ouro Preto Este exemplar representa uma nova etapa de trabalho da diretoria eleita para o mandato de 2009 a 2012. Nosso objetivo é defender a classe produtora de alimentos, que tem uma grande importância para o Brasil e para o mundo. Vocês, produtores rurais, são a razão principal de nossa existência e compreendemos que precisamos desenvolver atividades visando atender a cada um de vocês, que muitas vezes possuem interesses diversos. Somos divididos em diversas categorias. A primeira delas é constituída pelo produtor nativo, residente na propriedade, executor de um trabalho tipicamente familiar e cuja vida trabalhosa é permanentemente dedicada a sua propriedade e a sua produção. Em seguida, vem o empresário rural cujo envolvimento de suas atividades é de uma ação produtora, onde as tarefas são executadas, na maior parte das vezes, por seus auxiliares. Por fim, há os que fazem de sua propriedade um momento de lazer e de descanso, não utilizando essa terra como meio de sobrevivência, mas incluindo-a como área rural. Numa região delimitada pelo pico do Itacolomy e de Itabirito, onde se encontram mais de duas mil propriedades rurais, é necessário um veículo de comunicação capaz de fazer chegar a todos, afim de difundir os conhecimentos entre os produtores. Por isso, pensamos no nome Semente. É dever do Sindicato disseminar informações e conhecimento entre seus associados, para que elas cresçam e se transformem em desenvolvimento para nossa região. Teremos neste informativo diversas seções. Uma delas será formada pelas palavras dos técnicos locais, que trarão tecnologias capazes de melhorar a produção agropecuária. Outra será a de dicas que servirão para aumentar o conhecimento e também, muitas vezes, eliminar a curiosidade. Informações sobre cursos e eventos permitirão o planejamento para a capacitação e atualização dos produtores. A interação com a sociedade é de grande importância, assim o informativo proporcionará espaço para que produtos e serviços sejam expostos, fazendo com que estes elementos sejam mostrados à sociedade. As atividades, social e de lazer, terão espaços marcantes para a satisfação própria e da família. Assim, se você já é associado e está completamente em dia, inclusive com seu endereço atualizado, o Sindicato encami-
Nosso objetivo é trazer informações e conhecimento para nossos associados, para que elas cresçam e se transformem em desenvolvimento para Itabirito e Ouro Preto
nhará o informativo pelo correio para sua casa. Além disso, haverá exemplares na sede do Sindicato, nos escritórios das instituições parceiras e nas Prefeituras Municipais. Também terá um papel de grande valia nesta distribuição as casas agropecuárias especializadas e floriculturas, nossos novos associados, por serem importantes pontos de encontro de todos os produtores. Esta interação será destaque no desenrolar das atividades de nossos informativo. Por isso, temos certeza, que, de alguma forma, a comunicação estará de volta ao Sindicato e será um elo entre nós e a sociedade. Queremos que os produtores rurais sejam valorizados e reconhecidos por proporcionarem qualidade de vida a toda a população.
Saiba mais sobre a Brucelose Pág. 2
Dicas para a conservação de solo Pág. 3
Palmeira Real como fonte de renda Pág. 4
Semente Brucelose: perigo para homens e animais José Geraldo Braga Ferreira Médico Veterinário Técnico do IMA em Itabirito A Brucelose é uma doença infecciosa e contagiosa dos animais domésticos, inclusive do homem, causada por bactérias do gênero Brucella sp. A vaca se torna a maior fonte de infecção, pois ela contamina os pastos e águas por meio da eliminação de bactérias no momento do parto ou do aborto, durante os 20 dias seguidos ao período pósparto, infectando assim outros animais por via oral. Para o ser humano, a principal via de transmissão é a oral, por meio da ingestão de leite, carne e derivados oriundos de animais doentes. Além desta via de infecção, o homem pode se contaminar pelo manuseio de vacas infectadas durante o parto e no abate de
animais doentes. O principal sintoma observado em um animal doente com Brucelose é o aborto no terço final da gestação ou a retenção de placenta no caso das fêmeas. Nos machos, pode ser observada a infertilidade, a inflamação da bolsa escrotal e das articulações. Os sintomas no homem são muito variáveis. Eles vão de simples enxaquecas periódicas e constantes, até o aborto, a infertilidade e outras patologias reumáticas e articulares. Não existe tratamento específico para os animais doentes. Somente pode-se confirmar o diagnóstico clínico por exame de sangue dos animais suspeitos. Diagnosticado como positivo para Brucelose, este animal deve ser sacrificado. O método utilizado para controle efetivo é feito por meio da vacinação preventiva das bezerras (fêmeas)
Bezerras na idade de 3 a 8 meses devem ser vacinadas para combater a doença
na idade de 3 a 8 meses. A dose é única e deve ser acompanhada por um médico veterinário e, em seguida, declarada para o IMA, como forma de comprovar a sua realização. Busque os técnicos do IMA para mais informações ou consulte os demais órgãos de apoio técnico e os médicos veterinários da região.
Parceria para o desenvolvimento de Itabirito O Sindicato Rural é parceiro da Prefeitura de Itabirito (PMI) em diversas ações que promovem o bem-estar e a qualidade de vida das comunidades rurais e urbanas do município. A atual sede da Guarda Municipal, na Rua Simão Lacerda, é fruto desta ação, que colaborou com a melhoria das condições de trabalho. Além disso, o Sindicato tem participação permanente nos Conselhos Municipais de Desenvolvimento (CMD), de Meio Ambiente (Codema) e no de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS), que definem o desenvolvimento de Itabirito. O Sindicato ainda tem participado de todos os eventos promovidos, como a Semana
Expediente Semente • Informativo do Sindicato dos Produtores Rurais de Itabirito e Ouro Preto • MG
Diretoria 2011-12 Presidente: Roberto A. M. Cavalcanti Vice-presidente: Ramon de Paula Braga Secretário: José Alexandre Ferreira Suplente: Onivaldo Ramos Leão Tesoureiro: Cláudio Couland Costa Cruz Suplente: Raimundo Nonato Braga Campos
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Nova sede da Guarda Municipal trouxe melhor atendimento à população
de Desenvolvimento Econômico, Dias de Campo, Seminários e Fóruns Sociais.
Conselheiros efetivos Getúlio Teodoro Costa Manoel Ferreira Pedrosa Celina Rodrigues da Cunha Oliveira Conselheiros suplentes Renato Augusto Bretas José Garibald de Oliveira Genário Magela Silva Sindicato filiado à
A Prefeitura por meio da Secretaria de Comunicação preparou a nova logomarca do Sindicato e proporcionou o layout deste informativo. O técnico agropecuário Aloísio Jerônimo Braga foi disponibilizado pela PMI para ficar à disposição do sindicato. Este trabalho de integração tem a marca do espírito empreendedor do presidente do Sindicato, Roberto Cavalcante, a ação organizadora do secretário de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Magno de Almeida, e pelas ações do diretor do Departamento de Agropecuário, José Agostinho Antunes.
Endereço Rua Dr. Eurico Rodrigues, nº 486 Bairro Praia - Itabirito/MG Tel.: (31) 3561-1708 sindicatoruraldeitabirito@yahoo.com.br Projeto Gráfico e Diagramação: Agnaldo Montesso Jornalista responsável: Agnaldo Montesso agnaldomontesso@gmail.com
Semente
Cursos e eventos O Sindicato em convênio com o Senar programou para o ano de 2011 os seguintes treinamentos de mão-de-obra rural: Operação de Tratores Agrícolas, Artesanato em Fibras, Qualidade do Leite, Operação de Moto Serra, Inseminação Artificial em Bovinos, Gerenciamento de Propriedade e Doma racional de Equinos. Saiba como se inscrever pelo telefone (31) 3561-1768.
31 anos de dedicação Após anos de trabalho dedicados ao Sindicato, a funcionária Marilza de Fátima Silva desvinculou-se do quadro de funcionários. Sua trajetória foi marcada pela força de vontade e simpatia. A atual diretoria e os associados desejam a ex-funcionária votos de plena felicidade e um reconhecimento de gratidão pelos seus anos de permanência junto à classe produtora.
Sindicato tem nova secretária
Agroindústria de Palmito é instalada na Região dos Inconfidentes
A secretaria administrativa do Sindicato está sendo ocupada pela funcionaria Lúcia Ferreira Santiago. Lúcia assumiu a secretaria em janeiro deste ano, por meio de uma seleção promoviA experiência de Lúcia colaborará com da pelo Sindicato. Sua o crescimento do Sindicato experiência administrativa proporcionara ótimos resultados ao trabalho de atendimento aos associados.
Os mais de 120 produtores de Palmeira Real de oito municípios da Região dos Inconfidentes passarão a contar, a partir de março deste ano, com a primeira agroindústria de beneficiamento do palmito. A obra está sendo realizada em uma área de 2.500 m² doada pela Prefeitura de Itabirito, que está localizada na Rodovia dos Inconfidentes, próximo à divisa de Ouro Preto. A administração é feita pela Associação dos Produtores de Palmito da Estrada Real da Região dos Inconfidentes, Aperi. A agroindústria trará grandes benefícios aos produtores, que passarão a industrializar os produtos e obter maior valor agregado ao produto, valorizando toda a cadeia produtiva do palmito, que vai do plantio, tratos culturais, passando pelo beneficiamento (agroindústria), até a comercialização.
Conserve as maiores riquezas da sua propriedade Rainer Tawyr L. Cardoso, Biólogo Técnico do Departamento de Agropecuária da Prefeitura de Itabirito O solo é possivelmente um dos recursos naturais mais instáveis quando desprotegido. Estima-se que cerca de 20cm de solo perdido pela erosão desperdiçam em torno de 3.000 anos de trabalho da natureza. A camada de solo fértil perdida com a erosão empobrece extremamente o horizonte, provocando redução da produtividade de diversas culturas. Essa grande fração de terra deslocada é responsável pelo assoreamento de diversos cursos d’água (córregos, rios, lagoas) bem como de nascentes, fator que interfere negativamente na qualidade e redução do volume de água. Em casos mais extremos, acarreta a formação de grandes voçorocas, erosões que formam grandes crateras no solo, com profundidade que atinge até mesmo o lençol freático. Isso muitas vezes é
Curvas de nível retém a água, impedindo a formação de erosões
irreversível, causando impactos e prejuízos infinitamente maiores. Para se reverter este quadro, é necessária a implantação de práticas de conservação do solo, onde se promove o maior aproveitamento das águas das chuvas por meio da percolação (infiltração) no solo mantendo-o úmido, reabastecendo o lençol freático e evitando o carreamento de terra. As práticas a serem adotadas são
diversas, como o trabalho de preparo de solo em nível, subsolagem do solo, principalmente de pastagens, plantio em nível, confecção de curvas de nível, terraceamento, reflorestamento, construção de bacias secas, rotação de culturas, plantio direto, consorciação de culturas entre outras. O ideal é que tais procedimentos sejam implantados por todo o grupo de produtores que compõem uma sub-bacia hidrográfica, sendo desta forma mais eficiente. A implantação dessas ações deverá ser feita com orientação dos técnicos extensionistas da Emater, Sindicato Rural e do Departamento de Agropecuária da Prefeitura que estão à disposição do produtor para auxiliálo com qualidade. Amigo Produtor Rural, lembrese, o solo e a água são as maiores riquezas da sua propriedade, preserveos.
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Semente Dicas Técnicas
Palmeira Real na Região dos Inconfidentes
• O período de gestação de uma vaca leiteira é em media de 277 dias; • A consorciação das culturas de milho e feijão faz bem ao produtor e a terra; • Um hectare de terra ocupa uma área de 10.000 metros quadrados; • Um alqueire mineiro corresponde 3,2 hectares. • O cio da vaca acontece em intervalo de 21 dias; • A gestação da cadela é, em média, 64 dias; • Uma vaca leiteira deve consumir 1 kg de ração concentratada para cada 4kg de leite produzido.
Lúcio Passos Ferreira Engenheiro Agrônomo Extensionista da Emater – Itabirito
Retificação de terras O Sindicato, em parceria com a Ypory Soluções Ambientais, esta realizando um trabalho de retificação de propriedades, com definição de reserva legal e demais atividades relacionadas. O valor cobrado é bem menor que o de mercado. Para saber mais, procure o Sindicato pelo (31) 3561 1708 ou Ypory, falando com Vítor pelo (31) 9285 5984.
Gerência Executiva Em parceria com a Prefeitura de Itabirito, está sendo instituinda a gerência-executiva do Sindicato com o objetivo de aprimorar as atividades junto ao produtor associado e ao meio rural. Com esta parceria a Prefeitura colocou à disposição do Sindicato, em tempo integral, o trabalho do técnico Aloísio Jerônimo Braga. Aloísio é técnico agrícola formado no Centro de Desenvolvimento Agrário de Florestal, atual Universidade Federal de Viçosa, e pertence ao quadro técnico da Prefeitura. Suas atividades serão a de mobilização nos cursos de treinamento de mãode-obra rural, na orientação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), na regularização da contribuição sindical, na supervisão dos programas de assistência técnica e sanidade animal, dentre outras.
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O Palmito: é um alimento obtido das palmeiras, é composto por folhas em formação e está localizado na parte apical das palmeiras. Comercialização: se faz por meio do Palmito de conservas em vidros ou em latas, na forma de tolete, picadinho ou rodela. O beneficiamento do palmito é realizado por uma Agroindústria. Alternativa: reapresenta uma excelente alternativa para a produção de palmito industrial preservando assim as nossas reservas naturais de palmeira de Açaí e Jussara, principais fontes do palmito brasileiro. As mudas: levam cerca de 1 ano para estar no ponto de plantio e são utilizadas cerca de 17.000 plantas por hectare (alta densidade de plantio). Preparação do solo: o solo deverá ser analisado para o cálculo correto da correção e adubação. As áreas onde for possível aração e gradagem é recomendado. Nas áreas de topografia acentuada, o plantio pode ser realizado em covas abertas e em nível. Plantio: o espaçamento utilizado é de 1,5m entre as ruas e 40cm entre as plantas, utilizando 50g de adubo e 1l de esterco por cova (20x20x20 cm). O plantio deve ocorrer logo no início das chuvas (novembro e início de dezembro). A irrigação não é obrigatória, mas se for possível, é uma excelente tecnologia. Manejo: o manejo básico é feito por meio de capinas (manter a cultura no limpo), o uso da cobertura morta (capins, resto de culturas, etc.) e as adubações de coberturas (duas ao ano). O controle das pragas devem ser realizadas, quando ocorrer (formigas, ácaros e lagartas). Culturas intercaladas: O cultivo da palmeira real, apesar da alta intensidade do plantio permite e até agradece o cultivo de culturas intercalares, nos seus primeiros dois anos de formação. Podemos citar como exemplo o cultivo do milho, que além de fornecer um sombreamento inicial para as mudas, abaixa o custo de produção com as capinas, além de ser uma fonte de renda para agricultores, nos primeiros anos do desenvolvimento da palmeira.
Plantio deve ocorrer nas águas e manter a cultura no limpo e com cobertura morta
Colheita: se dá entre o 3º e 4º ano após o plantio, sendo retirado das lavouras apenas as estipes, ficando assim grande quantidade de matéria orgânica no solo (o cultivo da palmeira é uma das poucas culturas recuperadoras do solo). Plantio: Para o novo plantio, não é necessário o preparo do solo, com aração e gradagem. As novas mudas devem ser plantadas no mesmo local onde se colheu uma palmeira, aproveitando assim toda matéria orgânica que se formou no palmeiral antigo. Agroindustrialização: O palmito colhido nas propriedades deverá ser encaminhado para a agroindústria onde será beneficiado, rotulado e comercializado nos supermercados, Ceasa, restaurantes e vendidos diretos ao consumidor. Resumo técnico Palmito – Parte final das palmeiras. Comercialização – Em conservas de vidro ou latas. Alternativa – Cultivo da palmeira Real Australiana, no lugar da brasileira Açaí e Jussara Preparo do solo – Análise do solo e correção Mudas – 17.000 por há (1,5 x 0,40). Manejo – O plantio deve ocorrer nas águas e manter a cultura no limpo e com cobertura morta. Culturas intercalares – Altamente recomendado (milho, feijão, mandioca, etc.) Colheita – Após o 3º ou 4º ano. Novo plantio – Sem preparo do solo, mesmo local da cultura anterior. Agroindustrialização – Beneficiamento, rotulagem e comercializado (indústria em Itabirito).
Remetente: Sindicato dos Produtores Rurais Rua Dr. Eurico Rodrigues, 486 - Praia 35.450-000 - Itabirito/MG