A Nossa Cosmovisão por Rev. Ewerton Barcelos Tokashiki
Cosmovisão é uma palavra que se refere ao entendimento que temos de Deus, de nós e do mundo. Em outras palavras, é a resposta à pergunta como interpretamos e explicamos tudo o que existe? Talvez, outras perguntas são necessárias para entendermos a necessidade de conceituar a nossa cosmovisão. Como surgiu o universo? De onde viemos? Quem somos? Qual o propósito da vida? Por que o mal existe? Há sentido no sofrimento? A história terá um final feliz? Embora estas perguntas pareçam um tanto que filosóficas, elas possuem uma influência muito presente em tudo o que fazemos em nossa vida, e no modo como reagimos nas diferentes situações que enfrentamos. Abaixo está a nossa cosmovisão, ou seja, um resumo de como entendemos e interpretamos o mundo, os acontecimentos e como a nossa vida está inserida e relacionada. 1. Deus é um Ser em três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. O nosso Deus é infinito, eterno, perfeito imutável em seu Ser, em tudo o que faz manifesta a sua bondade, conhecimento, sabedoria, poder, e a justiça segundo o seu soberano propósito. Ele é o criador de tudo o que existe, pela Palavra do seu poder. Em tudo e todos realiza a sua providência, de modo que, não existe acaso, nem fatalismo nos acontecimentos que vivenciamos, mas o absoluto controle em cada situação. As nossas vidas estão em suas misericordiosas mãos. 2. Deus é pessoal. Ele se revelou através de eventos, do seu Filho e da Palavra. A sua Palavra Ele a fez registra-la progressivamente para que se tornasse o livro de mediação e revelação das suas obras e do seu propósito conosco. Nele Deus fala conosco. Por isso, submetemo-nos à autoridade da Escritura Sagrada como sendo a única fonte e regra de fé e prática. Ela é a inerrante, clara e suficiente Palavra de Deus. Em sua inspirada Palavra, Ele explica como o universo surgiu,
quem somos, qual o propósito da nossa vida, bem como o fim de toda a existência. 3. O ser humano foi criado à imagem de Deus. Deus criou a humanidade: homem e mulher, e ambos de igual modo refletem os atributos visíveis de Deus e, também representam o Senhor como administradores responsáveis de preservar e usufruir da criação. Deus fez uma Aliança de vida com Adão. O nosso primeiro pai era o nosso representante nesta Aliança. Todavia, Adão violou esta Aliança ao desobedecer a Deus, perdendo a comunhão espiritual e todos os benefícios dela procedentes. Deste modo, toda a criação foi amaldiçoada, e sobre toda a humanidade creditada esta maldição. O pecado é a herança natural que recebemos de Adão. Com o pecado perdemos a santidade, a justiça e o conhecimento perfeito de Deus. Por causa do pecado houve inimizade, desequilíbrio, perda de significado e por fim a morte, mas isto não era para ser assim. Embora corrompidos ainda somos portadores da imagem de Deus. 4. Satanás e seus demônios, agentes do mal, conspiram contra tudo o que procede de Deus. Ele tentou os nossos primeiros pais, e os induziu a rebelião contra Deus. Ele é orgulhoso, assassino, acusador, e inimigo de Deus. Todavia, Satanás não é co-igual a Deus. Ele é uma criatura submissa ao controle soberano do Senhor, que já condenado haverá de ser banido ao sofrimento eterno sob a ira de Deus. 5. O mal é tão real quanto indesejável o sofrimento por ele produzido em toda a criação. Entretanto, o mal físico é conseqüente maldição do pecado herdado dos nossos primeiros pais. O pecado gera desordem e destruição no indivíduo e sociedade. Todavia, não acreditamos que Deus seja mero espectador da presença do pecado na história da humanidade, mas de modo misterioso participante de tudo, sem ser o culpado, e sem anular a responsabilidade do pecador. Cremos que todas as coisas, em especial aquelas que parecem escombros depois da destruição do pecado, são matéria-prima que Deus está usando para transformar a nossa vida em louvor a Ele. 6. O nascimento de Jesus Cristo teve o propósito de reconciliar pecadores escolhidos com o santo Deus. O sofrimento, obediência, morte e ressurreição de Cristo obtiveram a justiça
necessária para merecer-nos a aceitação de Deus, bem como a satisfação da sua ira, realizando a anulação dos nossos pecados. Somos perdoados pela justiça e amor de Cristo Jesus, o nosso salvador. A obra do Filho de Deus é o fundamento para a renovação de toda a criação. 7. O Espírito Santo regenera-nos, concedendo-nos entendimento espiritual para recebermos a Cristo como o nosso salvador. Pela Palavra de Deus recebemos o dom da fé salvadora e arrependimento necessário para a nossa conversão. Em Cristo a justificação é declarada sobre nós. Através da adoção somos feitos participantes da família de Deus. A santificação manifesta e exercida em nossos pensamentos, emoções e ações confirmam a nossa eleição e filiação divina. Somos preservados em graça, pelo poder de Deus, para sermos continuamente salvos até o fim. Deus tem uma graciosa Aliança conosco e os nossos filhos, tendo o Senhor Jesus como o nosso mediador. 8. Cremos que o Espírito Santo está presente dentro de cada um de nós e entre nós. Ele continua a pairar acima do caos, que é o mal que há no mundo, e de nossos pecados, dando forma à nova criação e fazendo de nós novas criaturas. O Espírito nos une no corpo de Cristo, capacitando-nos com dons para o serviço e edificação mútua. A imagem de Deus está sendo restaurada. 9. A Igreja é responsável de ser testemunha da verdade e do amor de Deus neste mundo afetado pelo pecado. Somos o povo escolhido para proclamarmos a mensagem de reconciliação e perdão, convidando pecadores ao arrependimento e para confiarem na suficiência de Cristo para a sua salvação. Temos o compromisso de ouvir, viver e ensinar a Palavra de Deus. Buscamos intimidade com Deus através da oração. Cuidamos uns dos outros no amor de Deus. Vivendo uma comunhão de reciprocidade, cumplicidade e compromisso proporcionando um ambiente de fraternidade. 10. Este mundo que não conhece a paz, experimenta a deterioração dos valores que o preserva. A falta de sentido e propósito também produz a desesperança. A sociedade busca a redenção na tecnologia, cultura, e no sexo, todavia, estes meios têm se mostrado ineficazes de transformar-la. A sociedade pósmoderna inclina-se a não reconhecer a verdade como absoluta,
ridicularizando a concepção de Deus. Mas a Igreja é sal e luz do mundo. Estamos chegando ao fim da história humana não em direção ao desespero e caos, mas a consumação do propósito de Deus. Deus há de julgar toda a humanidade de todas as épocas e culturas, a uns dará segundo a sua misericórdia a salvação e a outros segundo a sua justiça a condenação de seus pecados. O Senhor restaurará toda a criação.
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