portfรณlio 2000-2013
รกgueda ferrรฃo
Desenhos impressos
Sem título
Monotipia e impressão serigráfica 116 x 76 cm 2000
Sem título
Monotipia e impressão serigráfica 25 x 41 cm 2000
Ver-em
Vista parcial da instalação Desenhos impressos sobre tubox 2002
Ver-em
Vista parcial da instalação Desenhos impressos sobre tubox 2003
Livros objetos
Porta-sonhos (à Joseph Cornell)
Caixa em madeira Pau Marfim, impressão digital, vidro, música 20,5 x 33 x 7 cm, 2006
Dicionário de palavras apagadas. Fluxus
Caixa forrada em tecido de algodão preto, gravação em baixo relevo a seco. Dicionário escolar (10 x 14 cm), tinta látex branca, carimbo, intervenção de Carolina Junqueira, firma reconhecida. Encadernado em papel Milk Branco 120g e Fabriano Branco 80g, gravação em baixo relevo seco. 94 páginas, 11,8 x 16 x 3 cm, 2004/2005
REVELAdor
Madeira, tecido em cetim, cristal Exemplar Ăşnico (3 volumes) 28,5 x 20,5 x 33 x 7,5 cm, 2004/2006
Caรงa-palavras
Livro em formato de bolso, carimbo, caneta gel metรกlica perfumada com gliter cor violeta, papel jornal 48,8g 24 pรกginas . Exemplar no 1 15 x 10,5 cm, 2004/2006
Livro do tempo (Qual é o som do tempo? Qual é o sabor do tempo? Qual é a cor do tempo?)
Capa em tecido de algodão preto, violeta e laranja, e guarda em papel Fabriano Rafael 90g Carimbo, caneta tinteiro preta, papel Bíblia 352 páginas Exemplar único (3 volumes). Work in progr ess 12,7 x 18 x 2 cm, 2005
As coisas e os dias
Capa em recouro vermelho, guarda em Fabrino Rafael 90g, gravação em baixo relevo seco,. Impresso em carimbo sobre papel bíblia 33 páginas. Exemplar único (5 volumes) 22,4 x 15,6 cm, 2004/2006
Ver-em
Capa em tecido preto, gravação em baixo relevo sexo, desenho impresso sobre papel Tubox 15 páginas. Exemplar no 1 23,5 x 104 x 2,5 cm, 2001/2002
e/ou
Capa em tecido de algodão preto com alto relevo e contra-capa em papel Fabriano Branco 80g, gravação tipográfica. Impressão serigráfica sobre papel Canson alta alvura 120g 7 páginas. Exemplar 1/1 31 x 43 x 2 cm, 2003/2004
GM (livro do colar de flores)
Capa em tecido adesivo azul. Reprodução xerográfica sobre papel Exemplar no 1, 2005 11,5 x 8,3 cm (fechado) Dimensões diversas (aberto)
O Livro de Clarice (s)
Montado em envelope, papel Kraft, frase de Clarice Lispector, carimbos, desenhos, fotos, colagens, impressĂŁo digital, poemas de convidados sobre papel PĂłlen Creme da linha Bold Soft 90g 31 folhas soltas, numeradas. Exemplar Ăşnico 20,5 x 35 cm, 2006
Homem que dorme (à Perec)
Caixa encapada com tecido de algodão violeta, proteção em madeira de aeromodelismo Impressão digital sobre papel Debret 200g, espelho e alfinete 10,7 x 14,6 x 1,5 cm, 2005
Minutos de saberes. Histórias possíveis
Impressão serigráfica sobre caixa de madeira marfim, impressão digital em papel Couchê fosco 120g 12 caixas - 10,5 x 16,5 x 9 cm (cada), 2004/2006
Quebra-cabeça (ou isto ou aquilo)
Capa em recido algodão preto, laranja, gravação em baixo relevo seco Impressão serigráfica sobre feltro 7, 4 e 8 páginas (respectivamente) Exemplar único (3 volumes) 10,7 x 14,6 x 1,5 cm, 2005
San Sebastian (abismar-se)
Caixa em madeira, tecido vermelho e flechas em prata 40 x 30 x 7 cm, 2005
Livro Tombo. aspas na voz
62 páginas duplas em branco sem numeração. Exemplar único 24,0x 16,0 x 2,5 cm, 2009
Silêncio Aumentado
Estojo em madeira de reflorestamento, vidro, cetim, 20 carimbos, 01 mata-borrão, 31 folhas de papeis A4 em branco – Casca de Ovo Branco Acácia 120g com marca d’água da artista, caixa correspondência 32,5 x 23,5 x 3,5 cm, esponja para carimbo preta. 36,0 x 25,0 x 11,0 cm, 2009
Jogo da maça. Palavras do desejo.
(Palavras emprestadas de ROLAND BARTHES fragmentos de um discurso amoroso: pág., 49, 91, 103, 139, 143, 173, 185, 265, 279.) MDF, pintura automotiva, plotagem 39,5 x 39,5 x 4,5 cm (base) - 35,0 diâmetro (roda) 1/ de outros que virão, 2009
Instalações
Compartilhando silêncios #1
Vista parcial da instalação Acervo dos Escritos Mineiros - UFMG 2006
Compartilhando silêncios #1
Vista parcial da instalação Acervo dos Escritos Mineiros - UFMG 2006
Compartilhando silêncios #2 Vista parcial da instalação Galeria Nelo Nuno Ouro Preto MG 2007
Compartilhando silêncios #2
Vista parcial da instalação Galeria Nelo Nuno Ouro Preto MG 2007
Compartilhando silêncios #2 Vista parcial da instalação Galeria Nelo Nuno Ouro Preto MG 2007
Compartilhando silêncios #2
“Formal de partilha” (Registrado em cartório) Galeria Nelo Nuno Ouro Preto MG 2007
Compartilhando silêncios #3 Vista parcial da instalação Galeria Baobá Recife PE 2009
Compartilhando silêncios #3 Vista parcial da instalação Galeria Baobá Recife PE 2009
Compartilhando silêncios #3
“Formal de partilha” (Registrado em cartório) Galeria Baobá Recife PE 2009
Compartilhando silêncios #3
“Formal de partilha” (Registrado em cartório - detalhe) Galeria Baobá Recife PE 2009
Carimbos
Alice visita Carimbos 6 x 10 cm 2006
Construindo um Jardim. Quem encontra quem? equação {de borboleta + ( porta-palavras + caixas-poemas)} = ∞ Carimbos, caixas para presente, porta-retratos em porcelana Dimensões variadas 2007/
Sem tĂtulo
Carimbos 3 x 3 cm (cada) 2006
Sem título (do Livro de Certidões) Carimbo 8 x 6 cm 2005
Textos e CurrĂculo
Águeda Ferrão Compartilhando Silêncios #3 Absorvida em suas reminiscências e experimentando a angústia pela irrefreável passagem do tempo, Águeda Ferrão dá a ver, em Compartilhando Silêncios, o que alimenta a sua poética: uma latente nostalgia que se revela na forma com que sua produção se materializa, nas suas escolhas éticas e estéticas. Águeda Ferrão afilia-se aos que têm na memória subjetiva a matéria a partir da qual criam. A esta característica soma-se uma intenção colaborativa, pela qual a artista busca avizinhar a sua memória a de outros. As poéticas de Joseph Cornell, Sophie Calle e Elida Tessler são citadas como as referências mais presentes. Tendo sido colecionadora desde a infância ___ acumulou fotografias, frascos, cartas, tecidos, recortes, imagens, palavras e borboletas ___ a artista, a partir deste lastro na experiência, confere aos objetos cotidianos impregnados de afeto, o significado de portadores, índices, de uma história passada. As caixas e vitrines de Cornell exercem poderoso fascínio sobre a artista que as define como reservatórios de lembranças, pequenos relicários que aparentam guardar o tempo. Já obras como O ritual de Aniversario, de Sophie Calle, e Doador de Elida Tessler, combinam o uso de objetos cotidianos, imbuídos ou não, de memória sentimental, com a colaboração de outros sujeitos a fim de que se realizem. Calle, por 13 anos, colecionou e dispôs em vitrines os presentes recebidos dos amigos convidados ao seu aniversário. Tessler convocou as pessoas a doarem objetos cujo nome terminassem com a silaba dor, elaborando a perda recente de um ente próximo. A instalação que ora se apresenta é a terceira montagem de Compartilhando Silêncios. A obra se realiza em conformações espaço temporais variadas. Anterior ao período da exposição, e na cidade onde será montada, ocorre a coleta de móveis e objetos, quando a artista visita pessoas para conhecer histórias alheias, e se reconhecer nos relatos referentes àqueles objetos de afeto. É lavrado um documento, o Formal de Partilha, no qual compromete-se à guarda. Outra dinâmica ocorre durante o período expositivo. No ambiente criado com os móveis e objetos partilhados, e de temporalidades distintas, são dispostos os objetos produzidos pela artista. Se no primeiro momento o que a move é impregnar-se do relato dos outros, aqui, lança uma série de apelos afetivos ao espectador, por meio de dispositivos tais como, convidá-lo a manipular os livros objetos, a deixar sua marca nos Livros do Tempo, e em Silêncio Aumentado a levar um fragmento da obra contido numa das caixas. A possibilidade deste ambiente povoado por objetos ligados a memórias privadas, particulares, gerar em quem com ele tome contato a remissão as suas próprias lembranças, é a aposta da artista, que por essa via propaga o sentimento nostálgico. Cabe observar que, a nostalgia, não sendo mero comentário sobre o passado, pode revelar um sentimento de inadequação ao presente que atue como um anseio utópico. 1 O sentimento nostálgico, ao mobilizar o passado de forma crítica abre para a arte contemporânea a possibilidade de resistência cultural no presente. Assim, Compartilhando Silêncios, repercute um anseio utópico por um tempo mais lento, em que as coisas perdurem e também os afetos, em que o ritmo da produção não determine de modo tão escorchante o cotidiano, em que as subjetividades não sofram constantemente os apelos ao consumo de novos objetos e imagens, em que haja, sobretudo, mais acolhimento, sociabilidade e beleza. Silva Paes Barreto, Recife. Primavera 2009. 1 PRYSTHON, Angela. A imaginação nostálgica como utopia.
No capítulo final de O Nome da Rosa, Adso, já homem velho, retorna às ruínas do Edifício incendiado, e sobe até a Biblioteca. Como por milagre, encontra, ainda em pé entre os despojos, um armário estragado pelo fogo, pela água e pelo tempo. Dentro dele, sobrevivem, ainda, alguns fólios. Passa o dia a recolher os restos dos livros destruídos: tiras de pergaminho decorado que deixavam vislumbrar a sombra de uma imagem, os fantasmas de uma ou mais palavras, um título inteiro, um incipit... Todos os livros são como esses; larvas de livros, espectros que perdemos, se não pelo fogo e água, pelo tempo que não cessa de nos transformar. Livros anotados, sublinhados, desenhados. Entre suas páginas uma flor murcha, um papel com nome e um telefone, um postal amarelado podem nos transportar até aquele instante inesquecível e já irremediavelmente esquecido. As palavras, as coisas, os desenhos, dentro de livros, das caixas, das gavetas são apenas marcas desesperadas que fazemos para fixar o solo debaixo de nosso corpo sem raízes.
Maria Angélica Melendi, primavera de 2006
Águeda, a sutil
“O pensamento nada é que uma coincidência feliz.” (Baudrillard, em Cool Memories IV)
Hesitei muito em fazer este texto. Por afeto o faria imediatamente, mas eu tinha decretado e aceitado a arte como algo terminado junto com o século. E como então falar de arte já em pleno século novo? Mas pouco fui percebendo que um modo de abordar o mundo, de abraçá-lo com prazer e generosidade ainda pode ser chamado de arte. E justamente este modo, de crença, é o da Águeda. Que alívio tremendo perceber isto, que ela é uma discreta artífice medieval, que se preocupa em colocar ordem no universo, mas mansamente. E assim fazendo não está bombardeando de sentidos dos quais já estamos fartos, mas de signos, que são a verdadeira inteligência do ato de fazer. E aqui nos encontramos, a arte dela e as minhas preocupações atuais, na busca de um anonimato dinâmico, sutil, que estabeleça uma identidade cognitiva coletiva, mais que individual. São mais alguns passos no fim do modernismo (e como demora em acabar...), com seu ego gigante e sua autoria gritante. Águeda está ali, aqui, e agora, pedindo uma atenção silenciosa que é definitivamente contemporânea. Como ela própria afirma, tendo o corpo e sua representação como mote, mas retirando dele tudo que possa ser forte – sutilizando-o até a essência cuja intuição fica para nós – ela praticamente sai de cena e deixa a obra agir. O trabalho pouco impositivo do novo artista, que quer ser cúmplices e não admiradores, que deseja incluir e não afastar. Esta nova arte, esta nova contemporaneidade, permite mais fruidores que a excludente e pedante dos anos recentes, uma esperança. Águeda segue esta rota. Espero que este texto ajude-a a seguir nesta tarefa difícil de renovar, um mundo tão envelhecido.
Luiz Henrique Horta, São Paulo. 2002.
Águeda Márcia Ferrão Curvelo, MG - 1969
Telefones: +55 (31) 3291-6961 / 9106-6961 E-mail: aguedaferrao@gmail.com www.compartilhandosilencios.blogspot.com.br Rua Eduardo Prado,235/302-Gutierrez Belo Horizonte MG - 30.430.240
Formação 2004/ 2006 - Mestrado em Artes Visuais Escola de Belas Artes – UFMG 2002/2003 - Pós-Graduação Latu Sensu Pesquisa e Ensino no Campo das Artes Plásticas Escola Guignard – Universidade Estadual de Minas Gerais 1999/2001 - Bacharelado em Artes Plásticas Escola Guignard – Universidade Estadual de Minas Gerais 1996/1998 - Faculdade de Artes Plásticas – Universidade Federal de Uberlândia MG 1994/1995 - Faculdade de Letras – Universidade Federal de Uberlândia MG Textos Publicados Diálogo Entre Linguagens.Texto:”Compartilhando Silêncios: um resgate de recordações.” Org. Maria do Carmo de Freitas Veneroso, Maria Angélica Melendi. Belo Horizonte: Ed. C/Arte: UFMG, Escola de Belas Artes, Programa de pós-graduação em Artes. 2009. Revista eletrônica Lindonéia #1. Texto “Flusser e a tentativa do lugar de silêncio em meio à pós-história.” Org. pelo grupo Estratégias de Arte na Era das Catástrofes- da pós-graduaçãos UFMG, Escola de Belas Artes.2012. http//www.estrategiasarte.net.br/lindoneia/lindoneia-1; Exposições Individuais 2009 - “Compartilhando silêncios: Um resgate de recordações III” _ Galeria Baobá _ Recife PE 2007 - “Compartilhando silêncios: Um resgate de recordações II” _ Galeria Nello Nuno _ Ouro Preto MG 2006 - “Compartilhando silêncios: Um resgate de recordações” – “Acervo dos Escritores Mineiros” Biblioteca Universitária da UFMG – Belo Horizonte MG 2002 - “Ver-em” Galeria de Arte do TJMG - Belo Horizonte MG
Exposições Coletivas 2013 - BR- Arte 2013 – Casa da Xiclet – São Paulo 2009 - “Temporada de Projetos dentro da Temporada de Projetos”. Paço das Artes – São Paulo SP 2009 - “Livro Obra”. Biblioteca Universitária da UFMG – Belo Horizonte MG 2007 - “Internet: Arte em Trânsito/ Work in Progress”. Projeto integrante da mostra “Arte Postal no Acervo de Paulo Bruscky, Hélio Rola e Lupin”. Galeria CCBNB – Fortaleza CE 2006 - “Marcadores de Livros” Biblioteca Popular da Casa Amarela – Recife PE 2006 - “Desenho Pautado” Galeria NaLájea – Belo Horizonte MG 2005 - “Insignificâncias” Galeria Provisória - Belo Horizonte MG 2005 - “ O Livro que não está aqui” Livraria Quixote – Belo Horizonte MG 2005 - “I Salão de Artes Visuais de Uberlândia” – Uberlândia MG 2004 - “Da Linha ao Livro” Biblioteca Universitária da UFMG - Belo Horizonte MG 2002/2003 - “I Salão de Arte Contemporânea de Curvelo” - Curvelo MG 2001 - “Arte no Tapume Retrospectiva 2000” - Belo Horizonte MG 2000/2001 - “Arte Postais” - Incentivo a Cultura PBH - Belo Horizonte MG 2000 - “Arte no Tapume” - Projeto Escola Guignard -Belo Horizonte MG 1996 - “Arte no Hospital” - Uberlândia MG Premiações 1º Lugar - “I Salão de Arte Contemporânea de Curvelo” 1º Lugar - Projeto Arte no Tapume - Escola Guignard - 2ª Fase Apresentação em seminários 2012 - Seminário de Cultura Popular Estética e Arte Educação. Escola Guignard-UEMG (04 e 05 de junho) Participação ministrando Oficina-aula: A Memóira e as Coisas. 2006 - Seminário “Diálogo entre linguagens”, EBA UFMG(maio/junho). Participação como palestrante: A Memória e as Coisas.
Fotos: Alexis Azevedo Cuia Guimarães Felipe de Melo João Castilho Juninho Mota Projeto gráfico: Águeda Ferrão e Alexis Azevedo Contatos: Águeda Ferrão Telefones: +55 (31) 3291-6961 / 9106-6961 E-mail: aguedaferrao@gmail.com www.compartilhandosilencios.blogspot.com.br Rua Eduardo Prado,235/302-Gutierrez Belo Horizonte MG - 30.430.240