Ibirapuera: de Maria Celestina Teixeira Mendes Torres

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CAPA: Parque do Ibirup ucra rOTO: Edison Pac heco de Aq uino LAY-OUT: Fernand o Fran k Cabra l



PR EFEITUR A DO M UN I C f p lO DE SA o

PAULO

SECRETA RIA MUNICIPAL DE CULTURA D E PA RT AM ENT O DO PATR IMONIO H1ST ORI CO

DIVISA:O DO ARQUIVO IIISTORICO



maria celestina teixeira men des torres

'lblrepuera . (y

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Sistema Alexandria

A.L. : 1376125 Tombo : 2723 I

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PRIMEIRO PR6 no DO VIII CONCURSO DE ~l ON OG RA Fl AS SOBRE A IIISTORIA DOS BAIRROS DE S,\O PAULO, PROMOVIDO PEL:'" DlVISAO DO ARQUIVO lIIST ORICO DA SECR ETARIA MUNICIPAL. DE CULTURA VA PREFE ITURA DO ~lUN I 足 C11'10 DE SAO PAULO.



MARIA CELFS TIN A TEIXEIRA MENDES TORRES

Nasceu em Piracicaba , Estado de Sao Paulo. Pro fessora primar ia comissionada junto a Faculdade de Filosofia e t etras, fez 0 curso de gcografia e Hist6r ia da U.S.P. em 1937. Dcpois de licenclada continuou a prestar service s j unto a Faculdade de Filosofia , Cls nclas e Letras , a principio como 3. 0 assistente de Psicologia Educacional, depols junto a cadeira de Hist6ria Moderna e Conte poranea e ainda como 1.0 assistente de Hist6ria Economlca da Faculdad e de Ciencias Economicas da U.S.P.

Realizou vartas pesquisas htstorfcas, entre as quais; "U rn Iavrador paulista do tempo do Imperio", " 0 Jardim da Luz.., " 0 Bairro do BU s" , " 0 Bairro de Santana " , " Um Vereador Paulista do Seculo XVI" , " 0 Presidente Ant onio Costa Pinto" , "Partiespa9ao de Sao Paulo nos primeiros anos de Guerra do Paraguai" e " Aspectos da Bvojucao da Propriedade Rur al em Piracicaba no tempo do Imperio", esta ult ima recebendo "Menyao honrosa " do " Pen Club" .



A memoria de Mam:Ie c Papal , os q ueridos Leona e Octavto, que, amando plantas e crtancas. semearam muito amor pur onde passaram. A Octavto Augusto, esta pesquisa, feita com com q ue Iez o tracado do Ibirapuera.

0

mesmo amor

A Nelson e Man1ia, us mats quer idos aba ndonados durante minhas buscas pelos Arqu ivos.



APR ES ENTA C;AO

A Histone dos Bairros de Sao Paulo nao e urna obra individual, mas representa 0 esforco de grande numero de estudlosos, interessados tant o em conhecer, como em divulgar a Historia e as tradicdes da capital paulista. Por nso ser obra de urn nntco historiador, mas de colabo racro, apre路 senta, nas monograflas publicadas, po ntes de vista diversos, ou, pclo rncnos, uma certa divcrsidadc na cscolha des tcptcos essencials sobre os quais cada urn constr6i 0 seu trabalho. Escrevendo essencialmente uma Hist6ria de bairro paulistano , cada autor orienta sua pesquisa procurando-lhe os caractcnsticos, a origem, a funr;ao por ele prcenchida, a sua Impo rtance, enfim, no dla a dia paulistano. Ao colaborar nesta obra, cujo objetivo e, justamente 0 invcntario hist6rico da cidade, com destaq ue aos scus bairros e sua importancia no complexo urba no paullstano" , 0 autor sentiu 0 rncsmo problema ja salientado nas monograflas publicadas, na dificuldade em sc definir " batrro''. Ibirapuera foi escolhido para tema desta pesquisa, exatamente por sua indiscut fvcl impo rtancia no complcxo urbano da capital paulista. E, escoIhendo Ibirapuera, parccia, a princfpio , que, tratando-sc de nome tradicional , signiflcando . a urn tempo, 0 passado c 0 presente, e, em certo scntido , tambem 0 futu ro da Cidade, nso seria dificil aprcscnta-lo, desde logo, como bairro da cidade de Sao Paulo, identificado sempre pcla denom inacdo de Ibirapuera. Entretanto, logo se verificou que, sc ha urn sub-distnto de Ibirapuera, ncste ja nao existe, bern definido, urn "ba irro" com este nome. As constderacces tecidas a prop6sito do Distrito Sui da Se tiveram em mira, principalmente , situar , na capital paulista, 0 Caminho de Ibirapuera, e a rcglso que se estendendo ao sui da Cidade, abrangia grande parte de terras inclufdas na annga dcnonunacr o de Ibirapuera.

(* J Leo nardo Arro yo - "Aprcscntacdo", in 0 Bairro do Bras de Maria C.T. vtcndc s To rres, vol. I de lIi stor ia dos Bairrcs de S. Paulo .


o

desenvolvimento da zona S ui da capita l paulista esteve condicio nado. em grande parte. a San tos e ao Iito ral, desempenhandc 0 Caminho do \ Iar. Impo rtante papel na expansso da Cidade para esse lado. Os bairros q ue sc localizam est n tar nente na dtrecao sui tern 0 seu deseuvolvtmcnto ligado nac arenas ao Carninho do Mar, mas a aut igos caminhos colo nia is. pcrcorridos per tro pas e carros de bois. data ndo alguns de les ainda • do seculo XVI. Caminho do Mar e Caminho do Carro, sers o. pois, as balizas a marcar a expansro urbana de sao Paulo no sentido do Sui, caminhos que datam do seculo XVI, mas cujo desenvolviment c sera marcante no seculo XX, com sua rransformacro em amp las avenidas asfaltadas, com rnodemos tunets e viadut os, servindo a ba irros com mulripla s funcoes, de diferent es aspectos, residenciais alguns. industriais out ros. mas na sua maio ria com grande diversidade funcional. Excluidos os Ires primeiros scculos em que a Hist6r ia dos ba irros do sui e sudo este da capit al se individualiza, de fato, quunto a Pinheiros e a Santo Amaro , e , na segunda metade do secuto XIX que se pede procurar as ratzes de novos bairros, na desimegracao das antigas propriedades, nos lo teamentos e na abertura de mas nas chacara s dos herdeiros dos ant igos povoador es de sao Paulo do Campo . E, ao contranc de bairros mais anngos , mio sera em torno de uma capela que iraQ tod os se desenvclver , Santo Amaro , Pinheiros, Penh a, Bras, Santa na, Sao Miguel - para citar apc nas alguns bairros tradtciona is, ja est udados em monograflas - cresceram ao red or da igreja. 0 largo da igreja e especie de marco inicial no seu dese nvolvimcnto c , em to rno da igreja, pur muito tempo. giraram 05 mats decisivos interesse e problemas. . Niio seria facil de limita r a area compreend ida pelo ant igo Virapoeira, hoje tao divid ido em centc nas de vilas, ba irros e jard ins, de aspec to tao mod erno q ue nada mais faz lembrar 0 passado . Em rnonografa s da Colecso " Bairros de Sao Paulo" ja foram apresentados alguns bairros do antigo Ibirapuera. o q ue apresentamos hoje e. prcvavebnente, um dos menores quanto a area , mas e a mais moderno e funcional, e, em cen o sentido, 0 mats lmportante quando se tern em vista a versatilidade de suas funcoes. Nao se trata do sub-dtstnto de Ibirapuera, desmem brado de Santo Amaro , mas do novo bair ro de lhira puera que sc formou tendo por centro a Parque de Ibirapuera. o a ntigo Ibirapuera, constiturd c pelas terras do caciq ue Caiub i, foi estudado aqui como po nto de partida - especie de pont e de apoio q ue pode na servir ac est udo de ou tro s bairros da zona sui - de modo que, em det ermiado memento, se pudesse ter....:J. hist6ria comple te do antigo Virapoeira de 'ubi e de Anch ieta .


Algumas part icularidades que poderiam fazer parte desta mcnografia. ennq uecendo-a, foram omit idas por ja terem side salientadas em outras obras da CoIe¢o. e, sao. pc rtanto , do con heciment o geral. E, se em cenos cap itulos alguns fatos foram repctidos, 0 foram apenas pelas conu ngsncas surgidas aqu i e ali, em que 0 objet ivc foi dar maior solidez .i pcsquisa, apoiada, assirn, em maior base documental. Dessa maneira, foram apresentado s certos detalhes que oonstituem uma especie de tmroducro .i IJist6ria do novo bairro de Ibirapuera. Detalhes a respetto de bairros ao lon go do caminho de Ibirapuera. Ao longo de uma estrada, nao em torno de uma capela, embora ela tambem face parte d o oonjunto. Estra das do Carro para Sant o Amaro e Estrada do Vergueiro para 0 Mar - ets os marcos que, em certo sentidc, servirao de limites a novas bairros ou novas unidades admin istrativas criadas em fins do seculo XIX e primeira metade do XX, no munici pio de Sao Paulo. Foram, pais apresentados alguns aspectos referentes .i epoca de Anchieta , des primeiros jesurta s em Sao Paulo, e dos pn metros povoadores de sao Paulo de Pirati ninga, acidade de Geribativa e aos prim6rdios de Santo Amaro . Foi feita apenas referencia ao atual sub-distnto de Ibirapue ra, que nao ~ propriamente urn bairro, mas urn conjunto de povoad os. Vilas, bairros e jardins, que poderao oonstit uir outros temas para monc grafias. As referencias, pois, a Ibirapuera, que possam pareeer a margem desta Hist6ria, tiveram em mira, algumas vezes, salient ar, pot em evidencia, apenas, Ulna pergunda ainda pe r responder : . ' 0 que i hoje 0 Ibirapuen?



NO CAMINHO DO IBIRAPUERA 'It

A lIist6 ria des Batrros da zona sui da capital paulista esta ligada i Histcr a do Ibuapuera. Pertence, pois, ao mats remoto passado de sao Paulo, cujo povoamento a partir da colina hist6rica sera fcito na direcro dos caminhos da Penha, Ptnhetros.J piranga. Guare. lbirapucra e out ros. Ibirapuera - termo escrito de vanes maneiras, e cilado nos livros de Atas da Camara Municipal de sao Paulo. desde 0 seculo XVI, e. ao lo ngo do -cenunho de Virapoeira" , o u na sua direcao, muitas sersc as datas de terras concedidas aos primeiros moradores do planalto paulista, algumas ainda nas ruas mars pr6ximas do centro urbane . Co nvem lcmbrar, ent reta nto, que, de modo geral, a palavra Ibirapuera (au v irapocira, como era mais comum), nso c muito frequente em certos documentos basicos para 0 estudo dos primeiros tempos do Co jeglo de Sao Paulo de Piratin inga. Entre estes, as Cartas dos Primeiros Jesu rtas consutue m a docu menta'?o por excejencia, particularmente as des jesui tas estabekcidos no planalto paulista que se referem com certa frequencla, i aldeia de Geribat iba (ou Jaraibatiba) , a part ir do proprio ano da fundacso do Colegto. Situadas na zona sui, Geribatiba (palavra ta mbern grafada de vanes manetras)e Ibirapuera, seriam a regi:i"o percomda pela mesma genie que, pelo caminho novo aberto em 1560 , q uando Mem de sa Il\ilflda fechar a antiga trilha dos tupiniquins. se dirigia do Planalto a Baixa da Santista! . A carta do padre J ose de Ancheta" dirigida ao Pe. Inacio de Loyola. datada de 1554 refere-sc a jesuftas que estana m entre os indios, em sues aldeias! as qua is N6brega ira tarnbem se referir" em meados desse ano. Dois anos depots. 0 Pe. Luis da Gra, que Iicara no lugar de Nobrega, em carta ao Pe. Inacio de Loyola", cita os nomes dos padres da Co mpanhia de Jesus esta -.. be1ecidos na Capitania de sao Vicente, nas tres casas que scriam sao Paulo.

(..) Sobre a palavra Ibirapuera vcr Anexo 1


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NO CAMINHO DE IBIRAPUERA

Geribatiba e Sao Vicente, explicando-Ihe como sc mantinham entre as indios. " Los que estan em Geribatiba, de anzuejos e cuchillos que traze el Hermano se mantienem, dandolos su comer." E mais adiante ( p. 202):

"Lo que maier difficuldad nos haze es la mudanca continua desta genre. que no atura em un lugar sino mui poco, porque como las casas de tierra que usarn 0 de palma no duran sino hasta tres 0 quat ro anos, vanse a hazer otras en ot ro lugar; y es tamblen la causa que acabada una novedad de mantimiento s en una parte, buscan otra en otr a parte, derrocando siempre para el mato, como 10 hazen los blancos; y 10 que es peior, que no si mudanjuntos, sino espargidos .. ... No mesmo ano Anchieta assim se refere a aldeia de Oen banba" : "Em Jaraibatiba, de que fiz mencro na anterior, e que fica a sets milhas daqu l, procede-sc em boa ordem, na doutrina crista e tambem 13: h3 mulheres e alguns homers vern a Igreja duas vezes; entre estes nrc falta quem, anda ndo a cultivar os campos, conte muito 0 neme ro dos dias, e chegando 0 s:ibado, deixe 0 trabalho e venha a Aldeia para assistir no dia segumte a solenidade da missa ; e mats ainda, nos dias em que e proibido comer carne, tambem dela sc abstem fora da Aldeia, de rnanetra que, quando estso longc de s Irmsos no tempo da Quaresma, comendo os outros carne, d es, dando por mot ivos os costumes crtstsos, que adotaram, abst iveram-se das comidas proibidas. Os Irmios que tern cuidado de os doutrinar, passaram aqui alguns dias para celebrarem a festa da Pascoa; uma velha, sentindo a demora, chamou duas vezes 0 povo a lgreja, e, fazendo urn de Professor c os outros de discipulos, repenram par ordem a doutrina crista; e qua ndo as lrmaos voltaram quelxaram-se, urn de as deixarem a sos nas grandee festas, outro de lhes faltar quem lhes indicasse os dias de preceito, e, por 0 nao saber, estando a trabalhar no mato urn dia festivo, 0 tinha obrigado a fugir para casa. todo mordido dos mosquitos. Encontra-sc agora entre eles 0 Padre Luiz empenhando-se com do a cuidado em ensinar a doutrina, e nao 56 af mas tambem


NOCAMINHO DE IBIRAPL'E RA

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no urra Aldeia, distante duas m tlhas. lancando os fundame ntos da ft , visitando esta Aldeia freqne nte mente . mas vivendc em J araibaub a, onde alguns ja bastante instruid os na ft ccnuairam legitimo matrimOnio. Batiza-se muit os inocent es, de s quais alguns rio para 0 Senhor. Tem-se ta mbem especial cuidadc em ensinar os mentnos." Em dezernbro do rnesmo ano , 0 padre Anchieta, escrevendo ao Provincial de Por tugal' , ncvamente refere-se aaldeia de Jaraibatiba: 0 lrmso Gregorio Serrao teve huma s agudas febres, mas como quer q ue falta a mezinha corporal e terre na, superabunda a celest ial com a qual sc curio as enfermidades, ainda que pcrigosa, si que em breve convalcscco, e sc foy para suas ovelhas que estao em Jaraibatiba, 2 legoas daqui, com outro irmdo interptete, e cada sabado vay daqui hum de s sacerdotes a lhes dizcr a rnissa ."

"T ambem

•

As Cartas dos Jesuftas sao ricas em lnformacoes sobre a vida no Campo de Pirati ninga e pcrmit em que se fa~a uma ideia do que seriam os arredores da Iutura Vila de sao Paulo de Pirat ininga. E, ab ril de 1557, em carta ao Pe. Imid o de Loyola , 0 Pe. Luis da Gri novamente ira se refen r a Aldeia de Jaraibatiba' , a respeito dos costumes dos indigenas: • " 2. EI Padre N6bregua quando de aqui se fut dex6 esta Aldeia em q ue esta esta Casa de Piratininga poblada de los indios, en los quales avia muchc s christia nos y mucho s cathecdmenos. 3. pero ellos son tan costumbrados a se mudar como suas casas son viejas que cada Ires 0 qua tro afios que elias du ram se mu dam, y 10 que es pcor no van juntos, y por esta causa sc perde em mui poco tiempo quant o com ellos se trabaja em muchos aftos, como nos ha acaecido en otos lugares dcste Brasil. Assi fue en este pueblo , que solo una casa quedo en que avra cinquo 0 scis homb res casados: mudarsc an como su casa calerc, por 10 qual no se puede cojer fructo alguno. 4. Otro lugar que esta cercano dos lcguas y media tambidn es quase dividido , que aunque queramos segutr la maior parte no hai commodidad ." De acordo com

0

porno de vista de s jesuftas, aos quais pereca

mars


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a

BA IR RO DO IBIRA PUERA

importante a catequese dos memnos, a cristta nizacdo dos tndrgenas prosseguia corn relative sucesso, nao obstante as grandcs dificuldades salientadas por eles em suas cartas. Em abril de 1557. escrevendo de Piratlninga aos Padres e Irmaos de Portugal" - vimm"os padres distribu idos em Sao Vicente , Sao Paulo e Geribatiba - Anchieta , depois de se referir a "uma veridica a u melhor dtzer diab6lica facanha" , da not fcia da obra crista realizada em Jaraibatjba 10 , citando, com detalhes , "huma causa que fez hum destes bautlzados" . . . "des que se enstnr o em Jaraibat iba, e vendc huma imagen muy fermosa de Nossa Senhora em rnaos des ladrocs arrernetec com elles pondo-se em perlgo de vida e tomou-Ihe das mros e guardou-a; e of somente em isso se mostrou sua fee mas em outras cousas, sendo desonrado e injuriado dos seus que Ihe chamao escravo dos Portugueses""! . Por essa epoca, segundo carta do Pe. Manuel da N6b rega ao Pe. Miguel de Torr es, em Llsboa , as coisas nso iam bern na Capitanla de Sao Vicente " q ue se yay pouco a poueo despovoando pelo poco cuydad o e diligencia que nisso El-Rey e Martim Affonso de So usa tern, e se vao passando ao Paraguay pouco a pouco. " Ha Capitania de Sam Vicente como digo val pejora ndo e cada vez as rendas d'El- Rey valem rnenos e por isso me parece que nem ha que falar nisso nada, somente se podia pedir a Martim Affonso de Sousa sete ou otto leguas de terra para 0 Colegio de Piratininga. E as rnais convenientes que me parecia eram correcando no porto que agora chamam Piratininga , :i mao esjunto de uma lagoa , pelo rio grande abaixo , :i mao esquerda sete ou oito legoas de comprido e outras tantas de largo. E nam lui grande dada porque he no scrtso , onde nam esta dado a ninguem e servtra isto quando em algum tempo se povoar, 0 que espera se ha terra melhorar porque he a milhor cousa que lui no Campo ; "Tambem me parece que se devia dizer a Marum Affonso e a Sua Alteza que, se que r que haquela Capitania se nam despovoe de todo, que dem liberdade aos homeins pera que os do Campo se ajuntem todos juntos no Rio de Piratininga, omde elles escoIherem, e os do mar se ajuntem tambem to dos juntos omde rrulhor for, par estarem mats fort es, porq ue a causa de despovoarem he fazerem-nos viver na Vila de Santo Andre :i Borda do


NO C A MIN HO DE I BI R A P U E R A

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Campo, omde nam tern mais que farinha e nam se podem ajudar do peixe do rio porque esta tres legoas dahi, rem vivem em parte conveneme pera suas cria¢is, e se os dexassem achegar ao rio tiriam tudo e asosegara m.v' ? Em 1560, 0 Governador Geral Mem de sa visita a Capitania de sao Vicente, e, atendendo ao "requerido por 0 povo de Sio Vicente, Santos e Padres da Companhia" , pe r razzes de seguranca cont ra os indios, deu ordem para se t ransferir os morado res de Santo Andre da Borda do Campo" para junto da Casa de Sam Paulo, que he des Padres de J hesu 13. A partir desse ano a pequena povoacro de Sao Pa ulo tornou-se Vila de 530 Paulo de Piratininga. Na mesma epoca'" , 0 Pe. Luis da Gra, Provincial da Companhia de Jesus, obtem, para os jesuitas de Sao Paulo de Piratinin ga, duas leguas de terras de scsmaria, indo de Pirat ininga na dire~o do mar por urn "ca minho novo" que ora sc abrio, passando 0 Campo por donde se suya a ir ho caminho da borda do Camp o para Geraubatiba , quoais dus leguoas comecarso lIoguo pasado 0 Campo , emt rando 0 mato, caminho do Rio, que se chama Geraibatiba IS • •• "a qual terra estara de Pirat ininga perto de duas lleguoas pouco mais ou menos.' A Carta de samaria tern a data de 26 de maio de 1560, registrada no Livre de To mbo cia Capttana de Sao Vicente a 22· 1·1561. o termo de posse da sesmaria de Geribatiba no Campo de Piratininga pelo Irmsc Gregorio Serrso., ministro do Mosteiro de Sio Paulo de Piratininga, a mandado do Pe. Manue l da Nobrega, data de 12 de agosto de 1560" tendo sido estabejecidos os seguintes Iimites: " E lIugo, por my tabebro, foy dado pose da dyta terra e mato, que parte de hurna banda por huns pynheiros perto de Bartolomeu Carasco, parte com ha outra part e vyndo pelo Camynho hac longo do mato , camynho da Borda do Campo.. vyla que foy de Santo . Andre, ate Intestar com 0 pao de canoa que esta no dito, dyguo, no meio do dyto camynho velho, easy Yay para a Borda do Campo" . As cartes referern-se aos indios encontrados no Campo e seus costumes e problemas, e as dificuldades encontradas para a cateq uese, principalmente, como ja vimos, pe la dtspersro dos indios, afastados de Pirat ininga para poderem viver mais Iivremente, frisando que muitos flcaram, principalmente os que pert enciam a gera~o de Caiubi 17 , de quem teremos ccaslso de falar mais tarde. Entretanto, silenciam sobre a palavra Ibirapuera .


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o BAI RRO

DO I BI R AP UE RA

Nonnalmente encontramos referencias a Ibirapuera em obras sobre a dos jesuttas em sao Paulo dos primeiros tempos. Na verdade, sio mais au menos as rnesrnas infonnaiWOes. mesmo quando se trata de autores tradicionalmen te ligados a estudos sobre a Hist6ria da Cidade de SEa Paulo. Te rn side tais cbras fontes precosas para as mais variadas pesquisas a respeito do velho sao Paulo. Ao se iniciar a vida municipal de 530 Paulo de Piratininga, em 1560 . as Indios irao abandona r a vila "venda que iao concorrendo portuguezjs e ocupando as suas terras?" dando origem aos bairros de Pinheiros e sao Miguel. Sera, po is, a Aldeia de Pinheiros urn dos marcos citados por Nob rega, em agosto de 1562. qua ndo pedla ao captt so Colaco , para seu Colegio. "uma lcua de terra partindo da aldeia que se chama Pinheiros pelo rio Jeribatiba abaixo' '. Bste, pols, na bacia do Pinheiros, a sesmaria de "Gerlbatiba" c btlda pelos jesuuas em 1560 . Onde tambdm cstava a gente de Caiubi. Assim, nas Cartas dos primeiros jesuftas do Brasil ha muitas referencias a Geribatiba, aos indios da aldeia de Ceribatiba, da t ribo de Caiubi e aos indios de Piratininga, da tribo de Tibinea . Nada, porem, espectflcameme, sobre Ibirapuera, mas outras referencias a Ibirapuera to mam evidente sua loca liza ~o dent ro da mesma area de Ceribati ba. No fndice alfabetico e remissivo de Cartas dos primeiros jesuitas do Brasil19 nso encontramos a palavra Ibirapuera. Encontramos referencias a aldeia de Ceribatiba ou Jaraibatiba) no volume II (pg. 123, 150, 287, 29 1, 309 , 3 10, 316, 361 , 369, 370) e no volume III (pg. 104, 197.201 ,270-271, 70.372.375.377). Geribatiba, Geraibatiba ou Gerebaitiba aparece. a principio como Aldeia, e depois como sesmaria do Colego de sao Paulo. Como aldeia de indios e: mencionada ao lado de sao Paulo e Mantcobe, em meados de 1554 20 , a respeno des "Irmr os postos ent re os indios, tam longe huns dos outros" . Tambem em carte do Pe. Cra ao Pe. lnacto de Loyola datada de Piratininga, 8 de jun ho de 1556 21 : a~o

"Aqui, em esta Capitania, somos repartid os em tres Casas. yo y los Padres Manuel de Paiva, Vicente Rodriguez, Afonso Bras, com tes Hermanos Joseph, Gregorio Serran, Goncalo d'Ohvera, Gaspar Lourenco, Manuel Chaves, Diogo Jacome, Ma theus Nogueira, Sim6n Goncalves". Segundo Serafim Leite H , os "nucjeos jesuiticos criados no Campo• . 'durante a estada de Nobrega na Capitania de Sio Vicente, foram, pot sua


NO CAMINHO DE IBlRAP UERA

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crdem : Piratininga (agosto de 1553), Ma ni ~ba (sete mbro), Geribatiba (ju nho de 1554) , Ibirapoera, pouco depots" , afirman do que "os padres e irmaos de ManilfOba distribuirarn-se por sao Paulo e Gerebat iba e dai a pouco pe r Ibirapoera, onde ja existia m alguns Pdes. e Irmaos em 1556". E mais adiante : ''Gereba tiba tinba seu assentc a duas leguas de Piratininga , a carninho do mar, e ali possuia terras 0 cacique Joao Caiubi . . ." Nas pegtnas seguintes h3 muito da Hist6ria de 'Urarai e de Pinheiros (Carapicuiba) , mas nada especificamente sobre Ibirapuera. A prop6sito des chefes Indigenes das aldeias h3 sempre alusoes a Tibir iya (pi ratininga) e Caiubi (Gerebatiba). No Dialc go sobre a conversto do Gentio do Pe. Manuel da Nobrega" , eis 0 que diz Matheus Nogueira , trmso ferreirc - que em 1556 vivia nos arredores em Gerebauba , de cuja case era 0 umcc sustento, de acordo com 0 pe. Luis da Gra (8-6-15 56) - respondendo a Goncalo Alvarez : ''Que direi da fee do grso velho Cayo bi qu e deixou sua aldeia e suas r~s e se veo morrer de fome em Piratininga por arnor de n6s, cuja vida e custume e obedie ntia amostra bern a fee do coracr o". E Serafun Leite, em nota ao Di3J.ogo, repete as palavras de Anchieta , em meados de 156 1:

.

"sendo morado r nou tro lugar duas II!'guas de Piratininga, dizendo-lhe os Padres que viesse para Piratininga para aprender as ccisas de Deus, logo deixou quanta tinha e fol 0 primeiro qu e come yOU a povoa-la indo de cert os em certo s dias buscar de comer com a sua genre ao outro lugar que pot amor de Deus tinha deixado , onde tinha as royss e fazendas". (Carta de Anchieta , de 12 de junho de 1.561 ) E, sem seguida : " Como em junho de 1553 , N6brega tratava de fundar a Aldeia de Piratininga e se procedia a reuniio doutras Aldeias nesse lugar (p. 342) a ida de Caiubi coloca-se nesse petfodo, antes de 29 de agosto Pe 1553, pois foi 0 primeiro, segundo 0 testemunho citado," J , .


o BAIRR O

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DO IB IR AP UE R ,\

A partir de 1556 , as Canas passam a tratar ape nas de "tres hab italjOes"

(530 Vicente, sao Paulo e Jereibatiba) e de 1560 em diante , quando se fala de Jaraibat iba, ja nao ~ propriamente a aldeia indigena, mas a sesmaria dos jesuitas. Batista Pereira' " refere-se a "C afubt, maio ral de Ibirapuera" que, quase centenano . transfere sua res tdenca de Ibirapu era para a vila" , e. citando as problemas de defesa da vila de Sao Paulo de Pirat ininga : "A cidade contin uava lnexpugnavel atraz de seu ctnto de aldea-

mentos, cuja

loca liza~o

era, repito, perfeita sob 0 pont o de vista

militar .. ." " a prim eira linha de defesa era a co rda Embuacava -

Pinheiros - Ibirapuera, apoiada sobre

0

rio J urubatuba ou Pi-

nheiros." E mais adia nte :

"Depots de Itapecerica, Ibirapuera, dentro da tribu de Caiubi, que irradiava pelos arredores na dire¢ o de Santo Andr6 e do Caminho do Mar." Em seu Quadro Hisl brico cia Pre vfncia de sao Paulo, Machado de Oliveira diz que Caiubi era chefe dos indios guaianazes que babftavam as serras de Geribatiba , entre a serra de Paranapiacaba e a lite ral. Antonio Rodrigues, companhe iro de Jere Ramalho, vivia com uma filha de Caiubi. Referindo-se a Cefubt, fret Gaspar da Madre de Deusu afirma que " para rnais commodamen te poderem instruir os neophytos, aconselharao M. Affonso Tebyriy;( e a Cayuby , senhor de Geribatiba, jll: muito velho (tom ou 0 nome de Jose no bausmo) que transferlssem suas residencias para ju nto do Collegio futuro . Conformarao-se ambos com a vontade do padre. Tebyrlca veto levantar suas casas onde hoje esta 0 Mostetro de Sao Bento ; per elle aqui rnorar chamavso os antigos Rua de Martim Affonso a que agora sc denomina de Sao Bento". E mais adiante : Tarnbem se havia mudado com sua gente Cauiby ou Cayobig, senhcr de larabatiba e outros .. 0" . . .

_

0

Apoiados nas Cartas alguns histor iadores, quando se referent a Caiubi 0 identir:~m como "senhor de Gerebatiba" , mas, segundo Rocha Pombo' ""


NO C AMIN HO DE IBIR AP UE RA

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Martim Afonso de Sousa encont rou. nos campos de Piratininga, " Braz " Goncalves, genre do cacique Caiubi, principal de v lrapoetra". Sera m, pois, alem de Jor o Ramalho , pelo menos mais dois portugueses - Anto nio Rodrigue s e Braz Go ncalves - ligados, pelo casamento , as trlbos ind fgenas, an tes da fundacro de Sao Paulo . 0 que leva Alfredo Gomes27 lembrar que "na verdade foram padre s que prepa raram a fu nda~o (Leonardo Nunes) e a concr etizaram (N6b rega) mas havia 0 alicerce humano (l oao Rama lho , T ib ir ~ , Bart ira e Ca iubi)" . Ao s dois chefes de tribos, Serafim Leite iri se referir ao trat ar da Casa da Vila, citando c::artas de N6b rega2a : "Perigo maier foi em 1558 . Os tupis, acossados pelos castelhanos e carij6s, puzeram-se em grande alvoroto" . "vi nharn ji com determtnacro de matar os crtstros de Geribatiba e la ho uveram de ir tambe m os meus trms os de Piraininga se Nosso Senhor nio socorresse; e foi q ue meteu na vontade a do is principa is do Campo , os quais detiveram a muita gente que ja caminhava com aquele mau prop6sito e flzeram-nos tornar."

Na documentacro basica e essential para 0 est udc de qualquer angulo da Hist6ria de Sio Paulo nos primeiros anos cabe urn luger importante tambt!m, alem das Cartas dos primeiros jesuftas , as Atas da Camara MWlicipal de Sao Paulo H . Infelizmente 0 Livre de Atas que, nas publicacoes da Divisso do Arqui vo Hist6rico t! numero I , 56 contem as atas a part ir de janeiro de 1562 , correspo ndendo aos sete prlmeiros volumes das etas manuscrita s da Camara Municipal de Sio Paulo . Alt!m dtsso. faltam todas as ata s dos anos de 1565 a 157 1, as de 1574, alem de muita s outras de urn ou outro ano . â‚Ź. po ssrwl q ue houvesse ju stamente nas Atas de 1560 e 1561 referencias exphcitas as aldeias Indigenes e as andancas dos jesuitas por elas. E refersnetas mais claras a Ibirapuera e Caiub i. As Alas fazem uma primeira referencia a Ibintpuera em 30 de marco de 1575, quan do se decide mandar fazer .. . . . 0 caminho do co nselho que vat daqui para Virapoeira e que toda a pessoa que uvesse terras e testadas que viessem a dar no . dlto caminho as mandassem fazer e limpar dentro em otto dias sob pena de cern reisl o .

Uma outra referencia data de 3 de ju lho de 15l:SI, quando sao cn.rdos


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BA IR RQ DO IBIRAP UER A

nominalmente as moradores de Virapoeira para fazerem 0 caminho que liga este bairro 3 0 Consellio sem q ue haja nessa data referend a a moradores de out ros batrros. Na reunlso de 9·7· 158 1 insiste-se no vamente na necessidade de se cuidar do caminho de Ib irapuera. Os nomes dos mo rado res de cada bairro serao citados quando, em 23 de maio de 1584 , a reque rime nto do proc urador, decide-se mandar limpar os caminhos dos bairros de "Uipiramgua (caminho do mar), Ponte Grande, Virapoeira , Pinheiros", frisando-se que os moradores residentes "fora desses caminhos serso ob rigados a Iimpar os caminhos das po ntes", Aos moradores de Ibirapuera iremos nos refe nr mats tarde. Na analise dos da is documenta l basicos - cartes dos jesuftas e Alas da Camara de Sao Paulo - enco ntramos pots: no s prime iros, predomlnanca de Geriba tiba ; nos segundo s, Ibirapuera com maior insisten cia e ape nas uma vez referencia a Geribati ba , no seculo XVI, mais precisamente, na ata de 27·3· 1593 (I , p. 4 59 ), quando " 0 procurador do Conse lho requereu que se flzessem os camin hos e assinassem urn homem de cada part e para aplicar os mais vizinhos a qu e se fizessem e assentaram que J eronimo Rodrigues tivesse cu idado de aplicar e chamar a gen re de Ubirapoeira! e Jerebatiba! e Gaspar Fernandes os de Abuasava! e da part e de Piranga a Pedro Nunes! e cia part e de Pequeri Gaspar Cc laco'' . Entre os historiad ores de $30 Paulo no seculo XVI ejem dos q ue temos citado ao no s referirm os as cartas, devemos, ~ 6bvio , incluir Afo nso de Tau nay e Alfredo EUis Ir. cuja obra sab re a Historia de $30 Paulo consti tui fonte de tnformacso imprescindfvel. Nada ha especificamen te sab re 0 lbirapuera no seculc XVI em out ros •. trabalhos sa bre Sao Paulo , publicados em livros, jornais e revistas" . Uma rapida refere nd a "a aldela. fundada por Anchieta " , ou "I birapuera , no mesmo sitio em que esta Sant o Amaro" . sao mais ou menos as mesmas referencas, geralme nte baseadas na documentacso po r nos citada. Nem mesmo as cartes dos primeiros jesu ftae no Brasil contem uma eflrrnacro positiva sa bre a funda¢ o de Ibirapuera. Mas ita muitas referencias a Geribatiba, algumas incluindo 0 nome de Caiubi, como chefe indigena de grande prestigio . E, na Hist6 ria da Companhia de Jesus no Brasil, de Seraflm Leite , jli no segundo volume nada consta sa bre Ibirapuera. Alvaro AmaralJ 1 , citando info nna-;6es de Ancheta, diz: "J unto a vila de Santo Andre, ao prin cipio havia 12 Aldeias, sem enumera-la s. Mas con forme a nota 42 5, menciona-se que, segundo Machado de Oliveira, em seu Quadro Hist6rico, tats Aldeias no pencdo de 1560 a 1600 seriam : Pinheiros ou Cara -

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NO C A MINH O DE IBIR A P U E R A

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picuiba, Bailed ou Baruen, Sao Miguel ou Urarai, Nossa Senhora da Escada, Concetcso de Guarulhos, Sao Jose de Peroibe, Nossa

Senhora da Ajuda de Itaquaquecetuba, EmM ou Mboi, at ual Embu e Concetcao de Itanhaen. AJem dessas citadas, as sao Xavier, Santo lnacio e Bncamacsc "que por esse epcca provavelmente existiam nas margens do rio Paranapanema." " 0 autor dessa nota, Antonio Alcantara Machado, menciona ainda que, entre as primitivas povoacoes de Si o Vicente figuram as de : Piratininga, Geribatiba ou Jeraibativia (Aldeia de Caiubi), Matranhaia ou Marranhais. Jabiuba ou J ubiuba (Salomio de Vasconcellos, L.o I, Cronica, n.c 130) e Mar ucoba. Cita ainda Ebirapuera ou Prapuera, atua l Santo Amaro." Nao obstante a falta de outros dados sobre Ibirapuera como aldeia de indios, e considerando-se que tanto Ibirapuera como Geribatiba estao na mesma dtrecro sui, caminho do mar, pode-se aflrmar que ambas se confundem, ou que lbirapuera corje sponde a uma parte de toda urna regiao denominada Genbauba: e que, mesmo que a aldeia de Anchieta logo se disperse, t certo que Geribatiba como necleo indigena t anterior a fundat;io do Colt gio de Sao Paulo de Piratininga. Dentro deste nucleo estaria Ibirapuera, situada, segundo Serafim Leite, a duas leguas de Piratininga, cantinho do mar, e ali possuia terns 0 cacique Joi o Caiubi13 • Em seu livro, " Anchieta, 0 Ap6stolo do Brasil, 0 padre Viott i, no capit ulo sobre ,Sao Paulo de Piratininga (p.SS), embora se refira a Caiubi, nao cita Ibirapuera, mas, no capitulo seguinte, sobre 0 Caminho do Padre Jose, citando Femao Cardim, refere-se ac "Jerebanba-ecu" ou Geribatiba, ou Rio Grande dos Pinheiros; podemos super" . E mais adiante : "A tarde desse dia 23, desembarcavarn na ptacaba junto a lugar a tres leguas de Sio Paulo, lugar identificado hoje provavelmente com Santo Amaro, ao tempo denominado lbtrapuera". (p.76)

A paglna 79, urna referencia a urna taba "visitada pelo Abarebebe, devia estar localizada nesse ponto de convergencia, que foi que antigo vau do Rio Juru batuba ou dos Pinheiros" . . _"A essa aldela se deve ter acolhido Ulrico Sclunidel, em 1553, apos sua aventurosa travessta do sertso, vindc do Paraguai, e, poucc antes de atingir a Vila de Santo Andre. Localidade grande t como classifica a Yerubatlba 0 aventureiro alemio. Ai descansou tres das". Cita em seguida uma Carta de Luis da Gra (7-IV-1557) na qual se fax uma refersncia aos indios de Jaraibatiba:M


o BAIRRO DOIBIRAPUERA

26 Segundo Azevedo Marques 3S • e

"Ge rybatyba (Geribatiba) - rio que tern origem nas prox imidades <fa Serra de Cubatao e. correndo no municipio de Santo Amaro, mesmo que na estrada de Sio desagua no rio de s Pinbeiros. Paulo a Santos tern 0 nome de Rio Grande, para distingui-lo do

eo

chama do Pequeno .

Carre na dire~o mais geral de Oeste para Leste".

De fato , nos mapas executa dos pela Comissao Geograflca e Geo I6gica do Estado de Sao Paulo (Polhas de Sao Paulo e de Sao Roqu e, 191 2) encontra mos 0 R io Grande ou Jurubatuba, alem das localidades de J urubatuba e Rio Grande . Tambem no mapa do municipio de Sao Paulo , organizado pelo Institute Geograftco e Geol6gico em observancia ao decreta -lei nacional n.c 311 de 2 de' ma r~o de 1938, encont ra-se 0 R io Grande a u Jurubatuba, afluente do rio Pinheiros, at ravessandc urn bairrc denominado Ibirapuera, e, corre ndo em seguida, a esquerda de Santo Amaro. A sua d ireita estsc ainda, Ibirapuera, at 03I sub-dlsm to , e 0 parque (scm deno mmacsc no mapa), atravessado pelo c6rrego do Sapateiro, aflu ent e, como 0 ribeiri o da Tra ~o, da margem direita do Rio Grande ou Jurubat uba . As indica~s do s mapas confi rrnam as tnformacees de Azevedo Marq ues - Rio Grand e o u J uruba tuba , afluente do rio Pinheiros. Sobre a localtaacrc das tabas, 0 Pe. Hello Abranches Viatt i)6 que tern escr uo int ensamente sobre Ancheta e a Cidade de sao Paulo , assim se exprime em 1954 : " Discu te-sc a respett o da tocauzacso pmnitrva das tabas piratitininganas. A margem do Geribatiba , mais pr6xima de Santo Andre da Borda do Campo e da serra de Paranaplacaba , estava 0 velho Caiubi. No Guare . jun to a confl uencia do Tamanduatei com 0 Tjete , a de Tibirjea. Ou nos Campos Eliseos, que rem outros. Ou no Emboacava, junto a con fluencia do Jeribatiba com 0 mesmo Tiele. Outras aldeias se espalhariam as margens do Tiete , do Pinheiros e seus diversos afluentes. Sobre esse pon te , sobre 0 qual tant os e tao acatado s pesquisadores da Historia de Sao Paulo, T heod oro Sampaio entre as pnmelros, tern emitido suas opinides, dificilmente, dada a escassez de documentos, podere mos passar de conjeturas, mais ou menos bern fundadas" (p. 123) " 29 de agosto de 1553 vin ha ter M. de Nobrega a uma aldeia nova que se chamou de Piratininga e que . haviam fonna do representente dessas tabas tndrgenas.' " Pa r emor '


NO C A MIN H O D E IBIR AP UE RA

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de n6 s - diz Nob rega - "veio pra nossa aldeia 0 velho Caiubi". E Anchieta , sobre 0 rnesmo Caiubi, afirma que veto por assim lhe terem dito os Padres" (p. 124). "Pela carta de Luis da Gra, de 1-1 1-1556 , sabemos que Nobrega escolheu pessoalmente 0 srtio em que os indios a levantaram . No alto de uma escarpa da colina de Inhapumbucu, e entre a habitalfio de Tibiricra , localizada no atua l Largo de sao Bento , e a taba de Caiub i, na altu ra da Tabat inguera , distancia que se percorre em mcnos de meia hora, elegeu N6brega e apon tou ao chefe indigena , 0 sitio escolhido , " 0 melhor luga r que se poderia escolher''; o atua l Pateo do Colegio". (p. 126) Ora , e evidente que, rodeada pelos adeamentos ind igenas, onde ja se encontravam, ante s mesmo da fundacro de Sao Vicente , alguns brancos e seus descendentes mamelucos, a vila de Sao Paulo de Piratininga tinha, forcesamente, de se torn ar um importante nucleo de mesncos de brancos e ind ios, fundindo-se os costu mes, forjando-se urn novo povo, com uma no va linguagem enriq uecida po r vocabulos de origem tupi sobre 0 lastro portugugues. Quanto a o rigem dos primitivos habitantes de sao Paulo, ha varie s est udos baseados , em geral, nas mformacoes dos jesuitas e relates de viagens nos seculos XVI e XVIIl '7 em qu e se procura esclarecer se seriam os guaianas de Pirati ninga de uma outra origem que nso a tup i. Muitas fon tes referem-se a goiamis como primitivos habitantes dos campos de Piratininga, e. segundo Egon Schaden "0 exame e 0 confronto da dcc umentacro leva a admitir com basta nte seguranca que 0 nome de Goiand ou Guaianazes se aplicava aos pr6prios T upimquins." Segundo Capistrano de Abreu , citado por Theodoro Sampa io (as Guaiands na Capital de Sao Vicente), os guaianas Ilio eram ali morado res e nem tinham dominio nesses campos, e s6 em guerra penetra vam nos camp os de Piratl ninga. Indios cateq uizados pelos jesuitas eram , em Piratirunga, T upiniqu ins. Caiub i e Tib irilfa e sequela desses do is chefes serlam tup iniquin a". Ope . Anchieta refere-se a Caiubi : " Em Piratininga, da Capitania de Sao Vicente, Caiuby , velho de muit os annes, deixou uma mulh er de sua nacre tambem multo velha, da qual tin ha urn filho homem, muitc principal , e muitas filhas casadas segundo seu modo , com indios principals de toda a


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BA IRRQ DO IB IR AP UE RA

aldeia de Jeribatiba, com muitos netos e sem embargo disso, casou-se com outre, uma gayana das do mato, sua escrava tomada em guerra e a tinha por mulher . .." As palavras de Anchieta tern side analisada s por vanes autores - haveria guaia nas do mato e do campo? Segundo Ego n Sc haden "0 no me de goianas ou guaian azes se aplicava aos pr6 prios tu piniq uins."

A verdade que nos interesse no momento , ~ que as mamelucos sao antenore s a fundar;io nao s6 do Colegic de Sao Paulo de Piratininga como a de Santo Andre da Borda do Campo e Sao Vicent e, 0 seu numero aumentand o ii med ida que avan~va a colcruzacro europe ia - portuguesa e espanhola - no campo e no senro. E que a massa da populecrc da Vila de sao Paulo de Pirat ininga era constitu ida de "rnamelucos".

Ibirapuera, cent ro de populacro bastante miscigenada, terta sido per-

corrida mutu s vezes por Anchieta e outros jesuita s. No tim do sc!culo XVI (1593-1 594) , depo ts de ter passado varios anos na capita nia do Espirito Santo, 0 padre Jose de Anchieta, como visitador das casas do Sui, espece de vice-provincial, percorre OS chaos que ele tanto amara, nos Campos de Piratininga. Revs amigos e discfpulos, espalhando preces e benlf8os. A vtsita e relembrada no Processo Remissional de 1627-1628, em Sio Paulo, relative a canoniza~o de Anchieta 38 pelas testemunhas int imadas a prestar depoimento . Uma delas e Clement e Alvares, mineiro prance e sertanista, urn dos Interessados no Engenho Nossa Senhora de Agost03'l ."Chamado a depor . aflrma que : " chegando 0 dito padre a sua casa (em Ibirapuera), notaram flc rescera uma pouca de horteli com que enramou casa para 0 receber, e, laneando-lhe a bencso, the dissera que fizesse outra casa e se tirasse daquela antes de sets meses. No tim deles queimou-se a casa com perda de alguma sua fazenda". Sobre 0 eptsodlo, no depoimento de Anton io Raposo e Mateus Luis Grou , este diz: "ao chegar Ancheta a Ibirapuera, em Sao Paulo. em sua vinda a Sao Paulo , fora testemunha com os mocos da Escola e que viu com meus olhos que a horte13 estava naquele sftio (a saber, a casa de Clemente Alvares), onde foi recebido, nao tendo flor


N O CAM INII O DE IBIR AP UE R A

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nen huma , florescera m com sua vinda . E nao sendo tempo de flgos nem de uvas, indo a buscar alguma fruta, acharam uvas e flgos".

as moradores de Ibirapuera Em 15844 0 a vila de Sao Pau lo " passava de cern moradores" , tendo "cinco ou sets caminhos e uma ponte" qu e devem ser feitos pelos moradores da vila distribuindo-sc os traba lhos de modo que "os de Virapoeira , Jorge Moreira, Silvestre Teixeira, Goncalo Ferna ndes, Baltazar Rodrigues, Diogo Teixeira, Marcos Fernandes, Baltazar Goncalves. Jeronimo Rod rigues, Jos e da Cunha , Manuel Ribeiro , Andre de Burgos, Bastiao Leme, Manuel Fernandes, Luis Gomes, Pero Alves, Antonio Saavedra se j untarao um certo dia que os lui de chamar Manuel Ribeiro que venham ao dito caminho 0 dia que 0 dito Manuel Ribeiro assentar e 0 que nrc vier que ele ordenar pagara cinco tostoes para as obras do conselho ..." Este documento refere-sc ainda aos cam inhos de " Ipira nga, da Po nte Grande e de Pinheiros". Sedam citados provavelmente , os principals morado res des bairros, que dcviam tcr tcrras ao longo de s caminhos que deviam se manter em condtcocs de transite para a ligacao cotidiana entre elas e 0 centro da Vila. Uma analise atraves das Atas da Camara de Sao Paulo revela 0 nome , se nao de tod os, pelo menos dos mais importa ntes moradores quc, ou exerciam cargos no govemc da vila o u tomavam parte em ajuntamentos quando para tal eram convocados . Alguns moradores sao cuados, as vexes, em virtude de sua proflssro. A Ata de urn "ajuntamento para leitura de uma provtsro do snr. capttso em que entregam as aldeias dos indios aos padres" da "Companhia de Jesus" , datada de zu.de setembro de 1592 t raz as assinaturas de setenta e oito homens, algurrs-eeles residentes em Ibirapuera, mas como muitos sao scrtanistas, provavelmente alguns estarao no sertao , em expedicoes de apresamento de Indios. Em Anexo II anotamos alguns deta lhes sabre os moradores de lbirapuera , citados para a limpeza do caminho. Americo de Moura" refere-se a outros moradores do Ibirapuera no inicio do seculo XVII: Francisco Farel, casado com Beatr iz Camacho (passe


o BAIRRO DO IBIR APUE RA

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escnt ura de terras de sesmaria em 160 1; em Urubiapira) ; Cn stovso Mendes, bandeirante que faz parte da expedtcro de Nicolau Barreto, morador no lbirapuera em 1607, inventar iado em 161 2." Alguns sao de o rigem espanhota, vindcs do sui para 0 planalto paulista,

o u vindos diretamen te da Espanha , moviment o emigrat6 rio facilitado pela uniio das coroas espanhola e portuguese (1 580-1640), mas M tambem os que vern de outras captrana s para Sao Pau lo como se depreende da pettcro feita po r Do mingos Pimentel l S~ :

a Ca mara Mun icipal de Sao Pau lo, em 17 de ma io de .

•• . . . q ue , poTthe pareeer be rn esta vila q uer ia ser mor ador e fazer ncla casas e fazenda para ma nda r sua fam ilia cia Bahia e po rq ue e

informado que entre 0 caminho q ue vai para Birapoeira e 0 que vai para Pinheiros esta alguma quantidade de chro por dar ... pcdia Ihe dessem os sc bejos q ue estao por entre os do ts caminhos de Bira poe ira e de Pinheiros e 0 n bet rso o nde eles vao dar ... 4 2 Nso se trata apenas de grandes areas de terras, mas tam bem de pequenos terrenos, geralmente de vinte braces. como 0 de Bras Go ncalves e Belchior Carneiro - moradores na vila de Sao Paulo, casados, com muitos fllhos, f ilhas e sobrinhos - o u de Manucl Fernan des, Pcdrc Nunes e Fe rrule Marqu es, mhos de antigos morado res, "que t inh am mulheres, filhos e sempre com suas pesscas ajudaram a sustenta r a terra asua cu sta ", estes com vinte e cinco braces para q uintal e vint e de testada'" . De vinte braces em quadra sao as datas de terras concedidas a Andre Escudeiro e Jaques Feliz que tinham pedido "S O br aces craveiras em quadra, os quais chaos serso indo desta vila para Burapucra, partindo com uns chaos de Nuno Vaz Pinto, ao longo do dito cami nho da banda de baixo, para 0 ribeiro q ue passa por baixo da casa de Maria Rodrigues ate a dito nbetro?" Americo de Moura refere-se a Gaspar Candia, membro da Confraria de Sant o Amaro de Ibirapuera, no com~o do seculo XVII4 S • Isto nos leva naturalment e ao estudo da substttulcro nos documentos, do nome de Ibirapuera pelo de Santo Amaro. Algumas fontes citam a doacro de uma imagem de Santo Amaro a capelinha de Ibirapuera pelo casal J er e Paes-Susana Rodrigues, scm, porern , citar datas, Mesmo a monc grafia sobre Santo Amaro, publicada pelo Departamento de Cu ltura da Prefeitura de sao Paulo e omissa resse particular46 • J ose Paes era casado com a HUla de Marti m Rodr igues Tenor io de Aguilar, que linha 0 mesmo nome de sua mae, Susana Rodrigues, residente em lbirapuera. Foi sertanista, acompanhandc 0 sogro numa entrada Tiete


NO CAMI NHO DE J BI RAP UE R A

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abaixo, em demanda dos bilreiros em 1608- ' . A autora de Santo Amaro. quando faz alussc a Sebastiana Rodrigues, refere-se a Mart im Fernandes Tenorio de Aguilar, falecido em 1603, nas margens do rio Parana. Estendendo-se em outras mformacoes sobre Martim Tenorio, que em 1589 se casara com Susana Rodrigues, Amenco de Moura afirma que, embora ten ha feito testamento no sertso , em mar90 de 1603 entrou na Irmandade da Miseric6rdia. Em 1607 esteva em Ibirapuera. Em 1608 foi arremata nte e per algum tempo fiador no inventatio de Francisco Barreto. Foi vereador de barrete em abriJ; em 26 de agosto estava no porto de Anhembi capitaneando bandeira que ia aos bilreiros. Em 1612, tido como morto, com seus companhetros , foi lnventariadc em Sao Paulo (lbtrapuera)'?" . o que foi citado acima entre em contradi cro com Azevedo Marques' " que afirrna que "Santo Amaro comecou por aldeamento de indios guaianazes com 0 nome de Ibirapuera, dirigida pclo veneravel padre Jose de Anchieta, pclos enos 1560 e scguintes. Por este tempo, Jos e Paes e sua mulher Susana Rodrigues, naturais de Port ugal, que vieram para Sao Vicente com 0 donatario Mart im Afonso de Sousa, erigiram ai, segundo aruma Pedro Taques, uma capela de tnvocacro de Santo Amaro, ccmecando desde entre a aOuirem moradores". A presenca de Jose Paes na expedicro do sogro em 1608 faz dele urn sertanista bastante idose, se aceitarmos como exata a mformacrc de Azevedo Marques, segundo 0 qual 0 casal teria vindo para 0 Brasil com Martim Afonso de Sousa. Problema que deixamos para os linhagistas resolverem. De qualqu er maneira, a part ida de Jose Pees para 0 serts o em 1608 sugere a possibtlidade de uma doacro, nesse moment o, de uma imagem a capela de Ibirapuera, que poderia mesmo ter side erigida no tempo de Anchieta, nao pelo casal doador da unagem, mas pelos jesuit as. E a nova denominacac 56 apareceria nos documcntos a partir dos primciros anos do

seculo XVII.

Aqui e ali, nas Atas do seculo XVII aparecem as duas denomina¢es - Santo Amaro e Ibirapuera. E nenhuma vez uma referenda a Geribat iba. A ~ m das cartes e das alas , uma outra fonte muito importan te e 0 conjunto de pubbcacees do Departamento do Arquivo do Estado de sao Paulo,


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o BAIRR O DO IBIRAPUERA

principalmente sesmariase inventarios e testamentos. Deve-se mclun ainda a eotecso de Cartes de Terras publicada pela Prefeitu ra Municipal de Sao Paulo, alem da Revista do Arqubc Municipal que. com excelente ccabc racso, publica em muitos nameros. documentos de grande tmportenca para 0 estuda de Sao Paulo . Atraves dessa importante documentacro pode-se avaliar como se estendcu 0 povoa mento de Sao Paulo a parti r do Patio do Ccjeg io. Entre a s moradores de lb irapuera no seculo XVI citad os por Amertco de Moura, esta Braz Goncalves, ao qual tarnbdm se refere Rocha Pombo . Os irmaos Braz e Baltazar Gon calves ti nham terras em lbirapuera, tendo

Braz se casado com a filha do cacique, Margarida Fernandes. Seu filho, conhecidc per Braz, 0 moco , casado com Catarina de Burgos, partiu para 0 sertr o na Bandeira de Nicolau Barreto , falecendo " no arra ial do dcscobrimento de minas de ouro e prata e mais metals". No seu Inventan o . feito em 1604 , em Sao Paulo, ao qual foi ane xado scu testament o feito no sense , consta que'" " no ter mo desta vila, aon de cha mam Gerebat iba, nas casas e fazenda de Braz Goncalves, 0 m~o defunto ..." Como consta q ue tais faml1ias residiam em Ibirapuera, os termos do doc umento permi tem que se admita como certo que Ibirapuera e Geribatiba se confundem, constituindo uma untca regiao. Novas moradores irao povoa ndo 0 caminhc de lbirapuera!". Em 1609 Gaspa r Colaco ob tern uma data de ter ra de vinte braces " nas cabece iras dadas a Goncalo Fernandes da banda direita do caminho indo para Birapoeira, partindo com Bras Mendes". Vinte braces em quadra serso concedidas " no arraba lde desta vila indo pelo caminho que vai para Ibirapuera saindo desta vila em uma travessa q ue esta demarcada pelo c uero de Jose de Oliveira partind o co m ele dito Jor o de Oliveira para a banda do ribeirao chamado Anhangaba6 . . ,'. a Pascoal Delgado e Manu el Costa . "Na paragem dencrninada Anhanguonaby indo para 0 Virapoeira, do carmnho para baixo , com querente braces de testada" , sera a data conccdida a J or o Paes em 1639 . "N a rua aberta comccando de Santo Anto nio para 0 Ibirapuera" , 0 ca pnro Francisco da Co sta Valada res ob tcm doze braces em quadra , em mar~o de 1640 , no mesmo d ia em que Inocencio de Camargo obtem "sets bracas de chao" e a Jero nimo de Camargo, " filho e neto de povoadores, q ue esta para se o rdena r em Ango la de clerigo", sao conced idas trinta braces em quadra nos campos q ue estao da banda do cami nho de Virapoeira, da banda do ribeirdo de Anhanguobahy" . Ainda no rnesmc ana de 1640 obtem


N O CA MIN H Q DE IB IR APU ERA

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datas de terras no caminho do lbirapuera , Balta zar de Godoy Moreira, Mariana de Lara, Francisco Goncalves, Manuel Fernandes Velho, Pedro da Silva, Gaspar Sardinha e Manuel da Cunha. Os Iivros de Atas da Cama ra Municipal serviam de Registro ate fins de 1583, como vern declarado na Carta de Data de Mart im Afonso (At as, I, p. 202 ). S6 a parti r de enteo passou a haver Livros de Registro, seperados dos Livros de ve reacaes. Nesses Livros de Registros sao lancadas as concessces de terras. Algumas dates citad as, concedidas ao lon go do caminho do Ibirapuera estso situadas no pr6prio rossio da Vila. ..llgumas estso " no arrabalde da vila", sao "chaos devolutos da banda do cam inho de Santo Amaro." "Para 0 lado de Santo Amaro" , ainda em 1640 sao registradas as cartas concedidas ao padre Alvaro Neto e a Custodio Nunes - "chaos devolutos entre os dots caminhos que saem desta vila para Santo Amaro, partindo com Jodo Pees", a Amaro Alves e Antonio Paes Alves, " parti ndo com Simao Coelho , que parte com Joro Paes" ; a Belchior de Barros e Manoel Rodrigues, defronte des chaos de Francisco Velho de Moraes? " Sao , em geral, terre nos relat ivamente pequ enos, mas nso se excluem as concessces de terras para cultur as, como a sesmarta concedida em 1653 a Calixt o da Mota "nas cabeceiras das terras que foram de Jose de Oliveira e de seu trmao Diogo de Oliveira, que estavam no termo da vila de Sao Paulo, onde chama m de Burapuera, uma legua de comp rido de testada e pelo mato a dentro ou tra ICgua ."S4 E ainda mantem-se os ant igos sruo s, a exemplo do que cons ta do inventano de Maria Rod rigues, datado de 1648, "s(tio e casa e fazenda na paragem deno rninada Ibirapuera' v" . Em meadcs do seculo XVII fala-se em "bairro de Santo Amaro" e "lbtrapuera", aparentemente referindo-se ao rnesmo batno. E os do ts caminhos a que se referem os documentos sao caminhos percorrtdc s por car ros de bo is, tropas. tropei ros e cavaleiros, convergmdo para 0 centro da vila, servindo a toda a zona sul. Com 0 aumenro de populacao, os moradores do bairro de Santo Amaro pcdcm a nomeacro de urn capuro de ordena ncas a quem acompanhasscm e o bedcccssem " para ocastces que se oferecessem do inimigo e rebates que houvcssem.' De acord o com a provtsro de 16路2-1657 e "eleito e norneado por capitao de todos os rnoradores do Bair ro de Birapuera e desde a Borda do Campo ate Ygapuam e Nossa Senhora de Pinheiros" 0 capitao Amaro Alves Tenc rto' ". Esta nomeacao precede , em Sao Paulo, a organizacso das Companhias de Ordenancas , 0 que se dara em 1698, pelo Governado r Art ur de Sa e Menezes!". A nomea cso do capttao Amaro Alves Ten6 rio e feita quand o Salvador


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o BAIR RO DO IBIRAP UER A

Correia de Sa e Benevides, com 0 5 oficia is da Camara de Sao Paulo , mandara "Iazer urn bando e quartet acerca do carrunhc das fazendas, en tradas e saidas desta vila", nomeando 0 capilEo "com a sua companhia e bairro, para 0

carrunhc de Santo Amaro" , no rnesmo ano em que se nomeia Femeo Dias Paes capitao do bairrc de Pinheirost", A 14 de janeiro de 1680 , segundo Azevedo Marques (ou 1686, segu ndo

Eugenio Egas, que se baseia em aut o lancado no 1.0 livre de Tornbo, a 30 -1-1747 ), a capela de Santo Ama ro ~ elevada a Par6quia, po r prcvtsso do bispo D. Jose de Barros e Ajarcsc, tendo side nomeado seu primeiro palaeo o padre Joao de Pontes, trmso do veneravel padre Belchior de Pontes! ". Uma provisro do governador geral, datada da Bahia (6-10-1677) nomeara para 0 cargo de capttac de ordenanca do " bairro de Santo Amaro de Virapoeira, da vila de Sao Paulo, que servia Francisco Furtad o, a pessoa de valor, de pratica de disciplina militar e experiencia de guerra, a Manoel Rodrigues de Arzso" . Manoel Rodrigues de ArzEo pertence a uma familia de antigos povoadores da capitania de Sio Vicente. Seu pal, Cornelio Arzao, nat ural de Flandres, viera a capitan ia de Sao Vicente com 0 governador das minas D. Francisco de Souza , para "constructe dos engenhos das minas da vila de Sio Paulo, e, de sociedade com 0 mesmo e com Francisco Lopes Pinto , fundou 0 primeiro engenho de fabricar ferro que houve no Brasil" , segundo aruma Sim6es Magro60 . . Este engenho , ao qual se refere Eschewege, em Pluto Brasiliensis(vol. II, p. 336), na realidade 1130 foi 0 primeiro, mas sim 0 segundo, como proYa 0 prof. Sergio Buarque de Hollanda, salienta ndo sua importa ncia na epoca colonal" . A sua locabzacro e explicada, em parte, pela facilidade de ccmbusnsel, representada pela abundancia de matas nas margens dos rios vizinhos, ou ainda, provavelrnente pelo fato de se poder acionar com facilidade uma roda d'agua, pois estava sit uado a margem de ribeirio tributaric do rio Pinheiros. Como nos tnventano s da epoca hi varias referencias a ferro em barra, servindo como forma de pagament o, pode-se admitir fossem elas provenientes das forjas de Santo Amaro, pois 0 pr6prio Francisco Lopes Pinto, de acordo com 0 processo do tnventarto de Jose Gomes, pagava aluguel de casa com 0 produto de sua forja.51 Tambem a ele refere-se Pandia Calogeras'" , acrescentando, aos fatores assinalados, que teriam contribuido para sua instala~o em Santo Amaro, as facilidades oferecidas pelo rio ou pela estrada de Anchieta , buscando tanto 0 Mercado de Santos como 0 das vilas acima da serra de Cubatsc. Cornelio Arzio, trcncc de familia bandeirant e, casara-se com Elvira Rodrigues Ten6rio de Aguilar, urn dos antigos moradores de Ibirapuera,


NO CAMIN HO DE IBI RAP UE RA

35

ta mbem minelro e fundidor, segundo Carvalho Francd" , interessadc no engenho de ferro construido em Ibirapuera e inaugurado a 16 de agosto de 160 7 com 0 nome de Nossa Senhora de Agosto . Este engenho, pa r heranca, passou a perte ncer a Luiz Fernandes Folgado. A prop6sito de Cornelio Arzso , lembra mos ainda que ele possuia um moinho de trigo no Anhangabau. Quando D. Manuel Lobo chegou ao Rio de J aneiro , com a misslo de fundar , nas rnargens do Rio da Prata, uma povoacro, procurou imediatamente en trar em contacto com os paulistas, fazendo-os int eressar-se pela missao. Assim, a maier parte da gente que constituia a expedtcro de D. Manuel Lobo foi recrutada em Sao Paulo, sendo 0 dest acamento paulista coma ndado por Braz Rod rigues Arzso , filho de Corne lio Arzso, e J orge de Macedo. A Co lonia do Sacramento fo i fundada em 1680, por D. Manuel Lobo." Veremos, posteriormente , que as terras do atual Parque de Ibirapuera era m vizinhas as terras dos herdeiros de Braz Arzao, Garcia Velho e Pemso Dias Paes.

No comeco do seculo XVII (1607) , a Camara toma medidas no sentido de evitar que a vila de Sao Paulo ficasse de todo despovoada, em virtude das continuas expedlczes para 0 sertao. Ordena a Belchio r Rodrigues, casado com uma bisneta de Jos e Ramalho, com forja de ferreiro em Ibirapuera, que nao abandone a vila como pretendia , sem licenca. Nesse mesmo ano , como nao se consegutsse manter tnstalada a forca na Tabatin guera, a Camara decidiu instala-la "n aqu ele alto que esta entre 0 caminho que val para Birapoeira e 0 de s Ptnhefros, por cima dond e morou Domingos Agostinho'" . A concessro de datas " no caminho de Ibirapuera" ou na estra da de Sant o Amaro , revela a expansro da vila de Sao Paulo de Piratininga no sentido Sul, o mesmo se verificando em rela~ilo ao "Caminho do Mar" . Nao se trata, E! claro, de verdadeira urbam zacro, mas de om povoamento de forma esporadica no sentido da zo na rural, com seus sftios e rocas, suas casas de taipa , seus campos de pastagens. Nao obstante con fundt rem-se, em certos momentos, os dais caminho s - de Santo Amaro e de Ibirapuera - Affon so de Tau nay afirma que , em fins do seculo XVI ja se discriminava como bairros de sao Paulo: " Hipiramgua, Ponte Grande de Tabatinguera, Birapoeira , Santo Amaro e Pinheiros, alem dos bairros de meno r Importance, Piqueri , Samambativa e Embuecava'?". Afirmativa que merece urn comentario :


36

o

BA I R RO DO I BI R AI' LT RA

As Atas do seculo XVI nro fazem alusro a bairro de Santo Amaro. Desde q uan do, pois, haveria urn bai rro com essa deno mmacso? Antes mesmo da elevacro de Santo Amaro a categorta de freguesla,

havcria uma pequena dtsttncro entre Ibirapuera e Santo Amaro, possivelment e no senud o de se individualizar urn peq ueno nncteo formand o urn

novo bairro, em torno da capela erigida em terras de Susana Rodrigues (Santo Amaro) dcntro de uma area maior que seria 0 Ibirapuera, antigo vlrapoeira. Assim, as terras que cont inuam a ser conhe cidas com a deno minacr o de Ibirapuera nso serso apenas as que integrarso 0 fut uro municipio de Santo Amaro, nas terras de onde sera desmembrado este e que permanecerao Iigados

a Frcgucsia da 51! ate 0 11m do seculo XIX, for mando parte do Distrito

SuI. Trata-se de uma enorme area rural ou semi-rural ao sui da capital de Sao Paulo, servida po r caminhos citados nas Alas em 1583. Os outros caminhos da Vila seriam os da Tabatinguera, na dtrecro do Tama ndua tef, o de Pinheiros, para 0 Oeste, 0 do Guare, para 0 Norte e ainda, ta mbe m para o Sui, como 0 de lb irapuera, 0 caminho do Ipiranga, come~o do Caminho do Mar. Nos termos das concesszes de terras, particularmente das. sesmana s, predomina m, como ponto de referencia 0 rio Geribatiba e 0 bairrb de Santo Amaro. Terrenos menores sao concedidos a mo radores 'no "ca min ho de lbirapuera" , cuja localfzacro mostra tratar-se de terrenos no penrnetro urba no, e nr c na zona rural. Mas a qualificacfo do novo propnete no de terras da a entendcr que, alem da "data" havera urn sitio provavelmente no Ibirapuera, como e 0 caso de Bartolomeu Goncalves que, send o cr iador de gado, "obtem chaos para casa atras de Santo Antonio , entre os caminhos de Birapueira e Pinheiros" , em 16076 8 • Sao Paulo, no fun do seculo XVI seria, segundo Nuto Santana'" " urn emaranhado de longas e curtas ruas, que cram caminhos de penetracro que levavam ao Sui, ou a Golas ou ao Mar, e vicinais, como os de Embuacava, Carapicuiba, lbirapuera, Nossa Senhora da Concetcro de Guarulhos. Aldeamentos notavets cram os de Ururai e Bougy, que deram Sao Miguel e Mogi das Cruzcs. Scguia-sc Ibirapuera, a margem do J eribatiba, de que saiu Santo Amaro." o Repert6rio lias Sesmarias, concedidas pelos Capitaes Gerais da Capttania de Sao Paulo, desde 1721 ate 182 1, organizado pela Seccao hist6rica do Departamento do Arquivo do Estado de sao Paulo, refere-se a d uas sesrnartas "ao lo ngo do rio Ia rabatlba", a Bento Rodrigues Barboza e herdei. ros de Manuel Ferna ndes de Oliveira, uma concedida a Manuel Soares Borba e seus filhos e genros, ju nto a cachoeira grande do Ribenao Sao Lourenco,


N O C AMIN li O DE IBIR AP UERA

37

e ainda uma outra a T horne Alves Furtado, na paragem do Moinho Velho , todas no bai rro de Santo Ama ro . a Caminho de lblrapuera sera, posteriormente, conhecido pelo nome de Caminho do Carro para San to Amaro, saindo do cent ro da Cidade, se. guindo ruas conhecldas hoje pelcs nomes de Liberd ade e Vergueiro, e, em seguida, pclo caminho percorrido pelos bondes de Santo Amar o?" . Urn outro caminho para San to Amar o teria sido in iciado em 1640 , segundo Zenon Fleury Monteiro" . Tao importa nte te ria sido 0 Caminho do Carro para San to Amaro que, no seu trajeto ou nas suas imediacoes seriam cdific adas , no s seculos XVI, XVII e XVIII , as igrejas de Miseric6 rdia e de Sao Fra ncisco , 0 Pace do Scn ado da Camara , as igrejas de Sao Goncalo e dos Remedios, a Casa da Pclvora 7 2 . Tra ta-sc, todavia, de construczes ainda nos arredores do nuclco central, pois, a maior distanci a esta riam as chacaras fo rmad as ao lon go de s caminhos, rodeadas de matas e capoeiras, cercadas de pau a pique, nu ma area bern irrigada pclos nbeiroes das bacias do Pinh eiros e do l piranga. Como se dcduz das Atas da Camara de Sao Paulo , sccu los XVI e XVII, a reglr o que hoje e conhecida pelo nome de Ibirapuera era coberta de ruato . chela de alagadtcos , mal frequen tada e sem policiamento - varzca de Santo Amaro , mat a de Caguacu. Tao perigosa que, em 1620 , a Cama ra teria q ue tomar a decisao de formar " quadrilheiros para prender os dclinquentes". Em 1624 teria servido de esconde rijo a " urn negro que anda fugido". acusa do de roubo , mor tes e assaltos, quadro que persistira pclo seculo scgulu tc, sem grandcs difere ncas 75 . Como as pontes nem sempre podiam ser consertadas pclo s mo rado rcs, em pleno seculo do bandeirismo , qua ndo os paulistas viviam prattca mcntc em funcro do sertao, deixa ndo a vila de Sao Paulo quase descrta , as com unl caczes ent re 0 cent ro e Santo Amaro mantinham-sc precanas, mal cuidadas e perlgosas. "lnda a gente nrc era tod a chegada". diz iam os camanstas an explicar que "as pont es entre a Vila e Santo Ama ro csta vam muito dani flcadas ... Mantem-se, po ts, du rant e todo 0 seculo XVI II 0 aspccto rur al da regclc , fornecedora de gado e leite, percorrida pelos len tos carro s de boi s q ue fazcm o t ransport e de lenha .



N OT A S

I.

&l rista Putinl - A Ck1ade de Andlieta. in RA M., XXlII, 1936 , p.34 . Dr. Luiz Id m tifiao~o de Santo Andre, in RJ.GJI. de Sao Paulo, XJII, p.208 , refenn do-se a este cam inho diZ: "0 no vo, aproveitando em parte 0 do Pique ri, considcrado reccnte em 1560 . Peito pelo Oerebatiba, para se mr 11 lntcresscs de Bras Cubes". Theodora SDmptlio - Sio Paulo de Pin.t inin ga no lim do seculo XVI, in R.I.l I.G. de Sao Paulo, vol. IV, 189 8-99. p.260: " 00 pate o lb. Matri z, encamienanee-se para 0 alia da collin-. . w a rna de !ttl.nuel Pu s. que levan ao campo da (orca e mais aJem ale a bela mala do Caagua~u abundan te em made iras rem. Ao lado dessa rna e paralle lamen te a ella, na lom bada para allm de Anh angababu , seguia 0 enlao caminho novo para 0 mar . cruza ndo no alIa a malta do Caaguassu e descambando para as varzeas do rio Geribatiba procurava a aIdcia de Ibirapuera fu ndada pol An chieta a tre s kguu distante. Ao lon go desse cam inho ficar am demarcadas as duas leguas d.1 scsnu.ria do pe. Luis da Gri, toda em campo e em varzea."

PUa -

e

2.

As Cartas do s Jesuftas tern side pub licadas em edil<Oes e colel<OcSdiversas, e uma rela~io das Ed i~ das primrira s eartas do Brasil e encc ntrada na Cole~io publlcada pela Com issao do IV Ctntenario da Cid.1de de Sao Paulo, Sero{1m Leite, S.J . - Cartas dos primriros jes.ulw do Brasil, I, ( 1538-1553), p.69 e seg.

3.

Sertlfim Leite , S.I. - Cartas dol primeiros je suitas do Bl1Isil, bo l. lI (1 553-155 8" Comissao do IV Cen tcn aric da Cidade de Sao Paulo, 1954, p.120. A no ta 13 referc-se as aldeias de Manlcoba c de Gercbatiba.

4.

Serafim Leite, S.1. - NObrega e I

5.

Idem - Cartas. II, p.287 e 291. a ta. 0 Irmio ferreito MateU$ Nogueira (nOla 14, qu e estaria em Geraibatiba .

6.

Serofim Leit e. SJ . - Carras, I - Carta trim estra l de maio a agostc de 1556 . pelo inn ao Jose de Anchieta.. Sao Paulo de Piralininga, egcsto de 1556, p.309. Idem - Hisl n da Companhia de Jesus no Bl1Isil, I, p.54)路54 4; BKYe Itineririo. p.167. A Aldria de "Gerebatiba ou Ja raibatiba", Senfim Leite Iaz referencia em Os jnu itas na vila de Sao Paulo. in R.A.M., XXI, p.40 : " Ilorescen te em 1556, asstm como "I birapucra", qu e ncste ano se estabelcceu, e fieava, na op iniio de Azevedo Marques, "na modem a vila de Santo Amaro ". Mas estc auto r admile

fu~

de Sio Paulo , p.71, 87, 88.


o BAIRR O DO 1BIRAPUERA como 1560 a sua

Cunda~o

(Azntdo .lfllrqUts, Apontllmtntol, II ,.

7.

Strtljim Leit e, S. I . - in Cartu, II. p.316.

8.

Cart es, 11 - Carta 55 , p.360. Em nota a esta Carta,St rojim Leite identifica como Jaraibatib a a aldeia cue da no paragrafc 4 . Segundo Vam hagen, in lIi sl6 ria Geral do Brasil, em abril de 1557 Sio Paulo recc be Coral de vija.

9.

Cu w . II - Carta do Pe. l ose de Anchicta aos Padres e Irmi os de Po rtugal. Sao Paulo de Piratininga, tim de abri 1de 1557, p.365 . 369 .

10 .

Uma carla escrita par te em 1554 , par te em 1555 , po r Anchieta ao Pe. lnacio de Loyola, in Cartas dos p r imeiros [esuftas, II, p.194, 195, 20 9, retcre-se Ii destruil(ao pclos ind ios da aldcia de Manil(o ba, de onde Cora m expulso s os padres q ue ali deutrinararn quase um ano, Francisco Pires, Vicen te Rod rigues e ou tr os.

11.

CarUS, II, p.370. Carta do IllTIio lose de Anchieta aos Pad res e Irmaos de Po rt ugal. Sao Paulo de Ptratininga, fun de Ibril de 1557.

12.

Cana s, II . Bahia , 2 de sctembro dc 1557, p- 412, 41 4, 4 15.

13.

Carta da Ci mara de SJ"0 Paulo de Pirat ininga a D. Cata ri na. rainha de Portu gal, Si o Pa ulo de Piratininga , 20 de maio de 1561 . in CarUS. III, p.34 . Aw da Cirnata Municipal de Sao h ula , I. p.42.

14.

Scs rnarta de Oe rebanba, no Campo de Piratini nga, San tos , 26 de maio de 156 0, in Carras, III, p.191 (ver Ane xo Hl j,

IS.

Alt~edo

16.

Posse da Sesmaria de Ge ribatiba no Campo de Pira tininga, 12 de ago sto dc 1560, in Carras, III , p.27 0.

11.

Serafim LtiU _ Cartas, III. p.316, Sao Paulo de Piratininga, fim de abril de 1551.

18.

Madre de Deus _ MemOrias para I Histor ia dl Capi ta nia de Sio v ice e re, hoje

Marques _ Apontam entos IIist6 ricos. I, p.29 9 : " Rio q ue tern or igem nas proximidades da serra de CUbalio. e corr endc no muni cipio de Santo Amaro, desagua no rio dOIS Pinheiros. E 0 mes.mo qu e na eSlrada de sao h ulo, e San tos tern 0 no me de Rio Gran de. para distingui-lo do Rio Pequeno"

".

chamada de Sio Paulo c NOliaas des ann os em qu e se descobrio

19.

0

Brazil, p. 200

Serajim Leite - Carras do s prim eiros jesu itas do Brasil, vel. II e III .

20.

Cartas , II, p. 150 . Carta 27, do Pe. Ambrosio Pires 10 Pe. Diego Miron ; no ta 14 - " Em Sio Vicent e. Sio Pa ulo de Pira lL nir. ~ c \Ia ni~oba , e a noticia Icvada a Po rt o Segura sc referia a mcados de 1554 , ant e• .k se dcsfaze r ~hnil(Oba".

21.

Carras, II, p.287. Em nota 4, Seraflm I.eite aflrrna scrcm trei ~ ~,", Gereba tiba e Sao Vicen te.

S:io Pa ulo,


41

NO CAMINHO DE IBIRAPUER A

22.

Serefim Leite, S .I. - Os jes uitas na vi.Ia de Sio Paulo, R.A.M., XXV, p.25 e 13. lli sto m da Companhia de

J eNI~

I <seculo XVl - 0 Estabekcimento), p.24 7.

23.

Cartas , II , p.3 ; p.34 1路34 2, lb.hia , 1556路 155 7.

24.

A Ctdade de Anch ieta , in R.A .M. vol. XXIII , p.7 1, SO. A rmondo Oliuby - 0 Padre Ma nuel da No brega e a Unidade Nacio nal, in ~N6b rcp", p. ll l , rere re-se a "Caiu bi, cacique poderoso do sereso, com aldeia e m Jeriba tiba" ... Caiubi e sua tri be dcixam a aldcia de Jeri batiba , tom am co nta do sui do plato, le vantan do as chou panas da Taba tinguera, dO$ dcspe nha dei ros d o sui e e ntrada de r ate quara (1 14) ; "Caiu bi arrazc u a velha e pode rosa taba de Jeriba tiba ao mesmo tempo em qu e Ti b iri~, rei de s reis , des truiu a aldel a de Piratinsnga" (p . 12 5).

25.

Madre de Deus - ob . cit., p.2 21.

26.

Rocha Pombo - lI isloria do Brasil, III , p.60 .

27.

A lfredo Gomes - Nobrega em Piratininga, in Nobrega, p.298.

28.

Sera/im L eit e - Os jesu it as na vila de Sio Paulo , R.A .M. XXI, p.24.

29.

Atas da Ciman Municipal de Sio Paulo , 1562 -1592 , vol. I, siculo XVI. Publicado Arquivo Histor ico ; Divisio do Arqu wo Hutc nco e do Departamento de Cultura , 2. a ed., 196 7. A L a edi~o data de 19 14. ~o

30 .

Atu , I, p.71.

31.

Citando apen as algu ns doli hisloriad ores q ue trata ram do assuntc, alem da obra de Alfredo Ellis J r. e Afo nso de Taunay, na parte que mais d tte tamente intere ssa a esta pesqu isa : I) EKo" Schade" - Os Primithos lIa blu ntes do Territ o rio Paumta, in RL'l,j G de Sio Pa ulo, V, 18; 2} Jaw Jotlquim ItIQcluldo de O/weiro - ~t ida raciofgda sabre as aldrias de in dios da Pro vincia de Sio Paulo desd e o corn~ ate a at ualidade , RIII G Brasiieiro, VIII , 2.a ed i~o ; 3) Theodoro Stlmptlio - Os G uaya nis na ca pita nia de Sio Vicente , in RIII G de Sao Paulo, VlII , 1903 ; 4) Th芦Jdo ro Sampaio - Sio Paulo de Piratini nga no lim do secu10 XVI, in RIIIG de Sio Paulo, 1898-99 ; 5 J J. C. Go mes Ribeiro - Os Ind igenas primiti vos de Sao Paulo _ Guaianazes ou Tupis'!, in RII IG de Sao Pa ulo, XIII , 1911 ; 6) Aflo llSo de Fr eitQs - Os Guayamis de Pirat ininga, in R,IIIG de Sio Pau lo, XVl II , 1911 ; 7) A lvaro A I11Qraf - Pe. Manuel da N6brega, 0 precursor do bandeirismo pautlsr a. in Nobrega, p.2S.

32.

AlvQro A /TIaral _ Padre Ma nuel da Nobrega, 0 precursor do 8andeirismo pau lista, p.2S.

33.

Seraftm L eite - Os jesuitas na vila de Sio Paulo , in RAM.

34.

Pe. Nelia Abro"cheJ Viotti, S.J. _ Anc hieu, 0 A pOstoio do Brasil.

3S.

Ob. cit ., - I, p.299 .


42

0 BAIRR O DO IBIRAP UERA

36.

Pe. Helio Abronches Viotti - A Fu nda~io de Sio Paulo pelos Jesuftas, in RH, 17, p.123 . Outros trabalhos do mesmo autor : Cr(tiea Historica acerca dos fundadore s de Sio Paulo ; Aspectos da Fundalji"o de Sio Paulo atraves d os escrirc res no breguenses, in RH, n.o 30 ; Para uma biografia de Nobrega, in RH, n.c 28; Alguns docu men tos ineditos sobre 0 Pe. Anchieta, in RH , n.c 30; 0 vere rsvet padr e J, Ancheta, in RIHG de Santos, vet. II , p.9.

37.

Egan Schaden - Os primitivos habitant es do territ6ri o paulista, in RH, 18, 1954 ; Theodora Sampaio - Os guaianazes na capitania de S. Vicente, RIHG de Sao Paulo, VIII ; Gomes Ribeiro - Os ind igenas primiti vos de Sio Paulo (G uayanu es, Tapuias a u Tup is?), RIHG de S. Paulo, XIII ; Madre de Deus - A prc posito dos guaianazes da Capita nia de S. Vicent e, RlH G, Sao Paulo, XIII ; Affonso de Frettas - Os guaiand s de Piratininga, RIHG de S. Paulo, XVIII.

38 .

Trabalho aprcscntado pelo Pe. Helio Abranches vtotn S.J. ao Congrcssc de Histe ria comemorativa do IV Centemi rio da Fun dat;i o de S. Paulo, RAM, CLi X.

39.

A merica de Moura - Os mo radorcs do Campo de Pira tinin ga ; Carvalho Franco - Diciondrio dos Bandcirantcs Pauta tas.

40 .

Atas, I, p.446 .

4 1.

A mt rico d e Moura - ob . cit., p.20 .

42 .

Registro Geral da Cam ~a Municipal de Sio Paulo, VII, p.88. Traslado da Carta (19-5 路1598). CTD, I, p.l04 .

43 .

Rcgtstro Geral da Camara Municipal de Sio Paulo, VII, p.104 (12-1 2-15981; p. I IO (29 -2-1598). COT - I, p.I I 0.

44 .

R.G., VII , p.n (Traslado a 30 路12 -\598)

45 .

Db . cit., cf. lnventarios , II , p.62.

46.

A zevedo Marques - Apontamento s, II , p.22 6; Maria Heleno Petrillo Berardi San to Amaro, in Histc ria dos Bairros de S. Paulo, IV. Carvalho Franco - Dieionaria do s Bandeirantes, p.2S0.

47 .

Sobre as expedicfes, consultar as c bras scbrc 0 Bandclrismo indicadas na Bibliogrnfia (lcral.

48 .

Db. cit. p.454. Carvalho Franco, Dicion:irio dos Bandeirantes Paulistas, p.15.

49 .

Ob . cit ., II , p.226 .

SO .

Orville A., Derby - As Bandeiras Paulistas de 1601 a 1604 , in RlU G de Sao Paulo, VIII, p.405 .


NO CAMINHO DE IBIRAPUERA

43

5 1.

CDT, vol. lI,p.34,53, 136 , 147.

52.

RG, vol. II , secure XVII _ registro de uma car ta de chao de rorc Pees 0 0-9-1639" p.B7. Em 1640, sO nos primeiros rnescs ; Jeronimo de Camargo (p.12 2J; tnectc de Camargo (p.123 ,; Francisco Valadarcs (p.t 27J; Francisco Oo ncalvcs (p.135,; Baltazar de Godoy Moreira, Bd chior dc Godoy. Mariana de Lara (p.140, ; Manuel F. Velho (p.153); Pedro da Silva c Gaspar Sar dinha (p.t 52).

53 .

Amaro Alvrcs c Antonio Alvres (1640) , (p.14 2J; a Francisco Vclho c out ros (p. t 52); a Belchior de Barros e Manuel Rodrigues (p.163J.

54.

Sesmarias, vol. 3 bis, p. l l .

55.

Inventirios e Testamentos, vol. XXXVII, p. 139. Invcntano de Maria Rodrigues (1648)

56.

Registro Geral, II, pA 76.

57.

Sim6es Magro - A Legiio de Sao Paulo, in Rcvista do Arquivc Municipal, vor.

XXIV, o. n . 58.

Registro Geral, Ill , p.53 .

59.

A zevedQ Marques - Apontam entos lIistoricos da Provincia de Sao Paulo, II,

p.226. 60.

Sim6es Magro - ob . cit ., p.9 nota t o.

61.

Sergio Buarque de Hollanda _ A Fabrica de Ferro de Santo Amaro, in Digesto

Econ6m ico, janeiro-feverctro dc 1948. 62.

Heitor Ferreira ume ; Form ecr o Industrial do Brasil (perfodo colonial), p.123.

63.

Pandid Cal6geras _ As Minas do Brasil, p.25 e 26.

64.

Carvalho Franco - Os Compan heiros de D. Francisco de Souza.

65 .

Sim6esMagro - ob. cit .

66.

Atas (l 596-1622' , P. 197.

67.

Teunay - Sio Paulo nos Primeiros Anos, p.182-183.

68.

A merica de Mou ra _ Os Primeiros Povcador es do Campo de Piratininga, in RIII G

de Sao Paulo, XLVII, p.379; Registm Geral, I, p.139. 69.

Nuro Santana _ 0 Beeo do Colegio, in Revista do Arqu ivo Municipal, XXVI,

p.B.


44

0 BAIRRO DO IBIRAPUERA

10:

Af onso de Freitas - A Cidade de Si o Paulo no ana de 1822, in Revista do I.H.G. de Sio Paulo, XXIII, p.l3 !.

11.

Zenon Fleury Monteiro - Recon stitu~io do Caminho de Carro pan Santo Amaro , p.134; Nuto Santana - Sio Paulo Hist6rico, II.

72.

Nuto Santana - Sio Paulo I:Iistorieo, vel. I.

13 .

Alas, II, p.436 ; Atas, 111 , p.129 ; Atas, IV, p.84.


o

DISTRITO SUL DA SÂŁ

No imcio do seculo XIX ainda serso concedidas novas sesmartas que, com as antigas, constitulrao 0 patnmenio tradicional de s herdeiros dos primetros povoadorcs de Sao Paulo do Campo . Nos subnrbtos da Capital, ao lon go da antlga " Estrada do Carro" sao concedldas terra s com a flnalidade de nelas se estabelecerem " chacrinhas", como consta de alguns documentos. Uma destas, por exemplo, teria side co ncedida, "visto a sua inutilidad e, cavi l de latrocmios e de negros fugidos", a Mariano de Almeida Lima". Em 1807, em offcio de Franca e Horta ao capnso das ordenancas das freguesias da Penha , 530 Bernardo, Sant' Ana, Ne ssa Sen hora do 6, Co tta e Santo Amaro, ordenava-se q ue "se acabassem os insulto s, desordens e roubo s pra ticado s pelo s negros fugidos e aquilombados" naqu eles lugares2 • Situayao que ha de perdurar po r muito tempo, pois ir a Santo Amaro em meadcs do seculo , mesmo entre os estudantes da Academia de Direito, qu e induiam entre seus passeios pre fertdos andar a pe pelos arredcres de 530 Paulo , sera algo assim como uma aventura. A ponto de Vieira Bueno afirmar, em sua Aut obiografia' , ao se referir as longas caminhadas que, " de uma feita , fomo s a San to Amaro e voltamos no mesmo dia." Segundo 0 Tombamento de 18 17, recenseamento do s lavrado res da Ca pitania de 530 Paulo , feito por orde m do Principe Regente D. Joao , ns o hoi urn bairro com 0 nome de Ibirapuera na freguesia de Santo Amaro" . o service de levantamento de Santo Amaro estevc a cargo do capltao J ose Francisco Mo tta Salles e alferes Ignacio Jose de Souza Carvalho. De acordo com esse Tombament o , que no Departamento do Arquivo do Estado de Sao Paulo esta rotulado sob 0 t itu lo de Bens nisticos, em Santo Amaro e ltapecirica havia 446 lavradores, locahzado s nos ba irros de : "Primeira Companhia - 97 ; Bouguassli - 25 ; Boim irim - 48 ; Boturussu - 2 ;"Capelinh a - 37; ltapecirica - 44 ; Pirajussara - 75; Potuvera - 89 ; Tu paroq uera - 29."


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Ejevada a categorla de vila a 10 de j ulho de 1832. mats comunidade rural do que urba na, San to Amaro e Iigada a capital pelo Caminho do Carro. a ntigo Caminho de Virapoeira. Segundo Nuto Santana , " 0 seu pnm eiro trecho podia ter side 0 correspo ndente a futura rua da Cruz Prete [mais tarde do Principe, depois Quintina Bocaiuva)" . Dai continuava, segundo Afo nso de Freitas, pelc local que seria mais tarde 0 Campo de sao Gc ncalo e 0 tracad o correspondente as ruas ago ra denominadas Rodrigo Silva, Liberdade, Vergueiro, Domingos de Mo raes. e 0 itinerano de bonde de Santo Amaro. Urn caminh o novo para Santo Amaro teria sido feito em 1640 , " partindo da baixada do Vergueiro ou do Curral (rnais tarde do Bexiga ou do Riachu elo) , seguindo as atuais ruas de Santo Amaro e Brigadeiro Luis Antonio, lambada do Caguacc e bacia do Pinheiros, ate encont rar com 0 carninho do Carro, an tes de chegar a Santo Amaro! . De fate , a rua Santo Amaro foi conhecida pelo nome de "Novo Caminho de Carro que vai para Sant o Amaro" e nela ira desemb oca r a avenida Brigadeiro Luiz Anton io, inaugurada a 16 de maio de 1894. Esta avenida, ap6s 0 cruzamento co m a Avenida Paulista , sera conhecida pelo nome de Estrada do Caguacu com uma variante que conduzia a Pinheiros - a Estrada das Baiadas. 0 ate n.c 226 de 30 de abril de 190 5 dara 0 nome de Caguacc ao prolongamento da Avenida Brigadeiro Luiz Antonio, a part ir da Avenida Paulista. Havia urn caminh o que 56 servia a pedestres, caminho denomi nado " debaixo". Levando em con ta a impo rtincia de melhoramen tos para as comunica~6es entre a Cidade e a Vila, alguns moradores de Sant o Amaro fazem uma representacso pedindo que "0 Caminho q ue he de a pe para a Cidade tao seja de carro de o ra em dante" (16路2-184 1). A Co missao Perma nente da Camara Municipal de Santo Amaro, encarregada de examinar a represemecro " em a qual pedem que 0 caminho que segue desta Vila :l. Cidade de Si o Paulo, denominado debaixo, per onde transitam pessoas a pee e a cavalo, flque iguabnente servido de transite para carro, sendo para este tim adatad o e coneertado de mao comum pelos carreiros e mais pessoas do povo, abando nando a estrada de cima plr ser situado em mao terren e , e depen dend o ~e muitas pontes" , da pareeer favoravel, propondo, todavia, 0 presidente , que as pont es sejam feitas" somente pelos suplicantes e mais carre tros pela primeira vez, e que os aterrados de mao comum pelos interessados". Luta m as Carnaras com falta de recursos para os mais elementares services urbanos. Procurando melhorar tal sttuacro, 0 Oovemo Provincial n.o 2 de S de mar~ desse ano, pela qual, a partir de 1.7.1848, "passam a pertencer as Camaras os impas tos de I S 600 rs. sobre as rezes, 320 15. de subsidio literano e 0 das aguas ardentes nacionais e estrangetras, e 0 novo imposto


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de 6 5 400 rs. sobre armazens, tavernas e botequins". Com os novos recursos, a Camara de Santo Amaro ped e melhorar 0 especto das ruas, inclusive ca l~r 0 cent ro das ruas das Processes, mas nao h3 dinheiro suficiente para uma porc;io de outra s obras importantes, inclusive

asestradas. Ao rnesmo tempo , a Camara Municipal de sao Paulo continua a ceder terrenos na Estrada de Santo Amaro, pois ent re a Vila de Santo Amaro e Imperial Cidade de sao Paulo h3 grande extensro de matos e capoeiras. Desde 1833 0 distrito da SI! esta dividido em distrito do Sui e distrit o do Norte. De acordo com a lei de outubro de 1828, a Camara Municipal de Sao Paulo, pelo ato de 14 de mar~ o de 1833, estabe lece que, dividido 0 distrito da S~ em Norte e Sui, aquele compreenderia " toda a povoacso que fica para 0 lado de Sao Bento, "sendo as divisas do distnto Sui as segutntes" : "Desde a Ponte de 7 de Abril, subindc pela ladeira que the fica fronteiea, daf pela rua Direita, seguindo por esta desce as casas n.c 6 e . .. a t~ 0 largo da S~ , deste pela rua da Fundi,?"o ate encont rar a rna do Carmo, e por esta rua, desde a casa de 0 , Angela, n.c I , ate a ponte do Carmo, de sorte que 0 1.0 Distr itc ou Sui da se seja fonna do por toda a povoacrc que fica para 0 Iado de Sao Goncalo , inclusive as ruas per onde e feita a demarC3,?"o de urn e outro lado" . Por ate da Pres tdencia, datado de 4-0-1863, serio marcadas as divisas do distrito Sui da se da seguinte maneira : " Desde a Ponte do Piques, intitulada 7 de Abril, pela ladeira do Doutor Falcao, que vern dar na rna Direita , pela mesma rua Direita ate 0 largo da Se e da f pela rua antiga da Fundiclo ate o beco que separa a casa da Marquess de Santos e da do falecido Dr. Moura, servindo a dita ladeira e as mencionadas ruas de divisa dos referidos Oistr ito s, de maneira que as casas do lado superior dessas ruas e ladeiras pertencem ao Distrito Sui e as do inferio r ao do Norte ." Esta linha sera alterada por ato do Governo datado de 6-9-1872, que declara pertencerem ao Oistr ito Sui os predios entre as travessas do Ccle gic e a rua da FWldi,?"o. Assim; pee, a linha divis6ria 56 ~ demarcada para separar os dois distritos da antiga Freguesia da se. Na realidade, ni o se cogita de estabelecer


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o BAIRRQ

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urn limite especial para 0 distrit o Sui, visto que, para esse ledo . ja estariam estabelecidas as dlvisas com 0 novo mu nicipio de Santo Amaro, criado em 1832. Pertenceriam a jurisdi\<io do Distnto Sui da ~ (futuro distrito da Liberdade , po r ato de l?OS) toda s terras que iriam format, futurarnente, os bairros da zona Sui, isla t!, Liberdade, Camb uei, Vila Mariana, Vila Clementino , Jabaquara , Indian6 polis e outros.

Para a dtst nb utcro de callas de datas em toda esta zona , desdc os primeiros anos do seculo XIX, determinados locais, certas denorrunacees populates e pitorescas, oonstituem os pontes principais de referincia - Carninho do Carro , Caminho do Mar , Casa da P61vora , Perea, Quebra-Bunda primeiro, Tek grafo, Matadouro, Estrada do v ergnetro, depois. Os U vros de Dates refere m-se a deze nas de concessoes " no caminho do Carro, defro nte da Casa da Polvora"" . A maior ia dos terrenos tern frente para a rna Conego Les e (future rua da Llberdadc] mas neles nso se constrot imed iatamente, po ls a cond ieao ~ "n rc se fazer fogo de qualqu er qualidad e", e nso se const ruir casa de mo rada . Assim alguns pro prletanos chegam a requerer i Camara que " se marque outro tugar para a Case da P6lvora afim de pode r edifica r em terrenos concedidos pert o da Casa da P6lvora atual" . Pedidos que nao serso atend idos. A Casa da P61vora tinha ficado pronta no comeco do ano de 1813. tendo a Camara Municipal mandado pub licar urn edital o rdena ndo que tod os os que negociassem p6lvo ra deviant a cia recolher 0 que excedc ssc 0 peso de quatro libras, de acordo com 0 regiment c cntso cstabelectdo" . Nessa epoc a , sua localizacao serta razoavehnente distante do centro urban e , e. a medida que a Cidadc se expa nde para 0 Sui. a Casa da P61vora const itu ira urn impeCiUlO maier qua nto i auto rfzacro de novas constr ucses. Na mesma direi?o Sui. no alto do mo rro , situa-se 0 Tee grafo , rodea do , ainda em meado s do seculo. de terrenos devolu tos . que serso conce didos. aos poucos, como dat es. Tais conccssscs sereo em maie r mlmero qua ndo 0 Te kgrafo for trans ferido para o utro local" . A alguns pcdidos 0 fiscal Fra ncisco Antoni o Borba da 0 seguinte parecer : -E xarnmando os te rrenos para 0 lado esquerdo do ant igo Te kgrafo encontret terrenos devolu tos no alto do morro onde esteve colocado outrora 0 Te jegra fo , urn grande assento de campos. que, consta-mc ester reservado para a nova Casa da Po jvc ra, seguindo a est rada no mcsmo scnudo. terrenos com pouco


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Demetrio da Costa Nascimento, assim como urn grande te rrene devoluto que chama Mato Grosso, com campos e matos na cont inua~o da estrada mais distante da cidade e que serve de logradouro publico para animais, para a pobreza fazer lenha e outros misteres." Entre as chacaras do bairrc da Liberdade, haYia urna denominada do "Quebra-Bunda" , situada ent re as atuais ruas des Apeninos, Pires da Mota, Nilo e Paraiso, onde se situou 0 Hospital OfU:lmico. Ai os escravos que ni o serviam aos senhores recebiam grandes surras " a ponto de ficarem os infehzes descadeirados, provindo daC 0 nome de " Quebra-Bunda" dado a mesma chacara, a qual confmava com as terras pertencentes ao tenente Joaqutm Rodrigues Cardim e Padre Jeronimo Maximo Rodrigues Cardim e Lourenco Jeronimo Maximo Rodrigues Cardim e mais irmios, e atualmente (19 10) pertence, em parte , ao propretano do Jardim da Adima~o e aos herdeires de Francisco Justino da Silva, falecido a II de agosto de 190 1 havendo , ajern dew tradiciona l ehacara, outras em diversos lugares da cidade, e tambem afastados do centro, em que se disciplinavam os escravos, aplicando-se-lhes surras, gratuitamente, e por amizade aos respectivos senhores, ou, entao, mediante pagament o de qualquer quantiaaos proprietaries de tais cMcaras" \O Esta chacara pertencera a Jer e Nepomuceno, que a vendera a Jose de Oliveira Veloso. Demetrio Nascimento arremata ra-a em pra~ publica, apes a morte de v eloso. Entre a chacara e 0 terrene de Antonio Jose de Moraes esta localizado urn terrene doado per Demetr io Nascimento para logradouro p6bltco, no tempo em que era presidente da Provincia 0 bario de lguape. Entre tanto, em 1862, a Camara pretendeu cede-lo como data, diante do que, a 28 de agosto do mesmo ano, Costa Nascimento apresentou urn protesto, impedindo a concess!oll. Os melhoramentos urbanos exigidos pela expansso da Cidade concorrerao para 0 desaparectrnentc paulatino das chacaras. Da chacara de Demetr io do Nascimento sera desanexada uma area para a abertu ra da estrada do Vergueiro. Embora negue algumas datas de te rras situadas no lado direito do morro do Telegrafc , no ana de 1860 a Camara Municipal concedera varias nas suas imediay6es 12 , mas ao estudar a distribuicao do rossio, iri venfl car que hli. insuficiencia de terrenos para logradouros pnbbcos, deliberando "reservar para logradouro publico deste municipio, att a extensro maxima de urn quarto de lc!gua quadrada, ou meia Itgua em pen'met ro de campos e varzeas, pela estradas de Cotia, J undiai, Braganea, Conceicro de Guarulhos, Penha ,


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Mecca, San tos, 0 , e Santo Amaro." Pela est rada de Sant o Amaro sio reservade s terreno s na varzea e no campo do mesmo nome'" A Camara Municipal manda urn engenhetro frances, Mr. Pru dent , fazer a planta e 0 orcamento da estrada desta Capita l a Santo Amaro, mas como os recu rsos para sua execucrc Ilia sao suficientes, solicita aux l1io ao Govemc Provincial, alegando que tal despesa e provincial e nao municipal. Toda via,

o Governo Provincial devolve-lhe 0 orcamento, afirmando nao haver quota na lei vigente do orcamento, para concertos da estrada em questrc' ... Com varias pontes em pesnmo estado, a estrada e quase intransitavel, provocan do reclamaczes frequentes dos condut ores de gene ros alimenticios e made iras, particularmente quant o as pontes sab re as nbetrees Uberaba e Uru buqu icaba, pertencentes ao municipio de Sao Paulo na est rada de Santo Amaro. Para conc erta-las foi designado pela Camara Municipal de Sao Paulo Ado lfo Alves Pinheiro , residente na Vila de Sant o.A maro' 5 . o fato de existir, no caminho que liga Sant o Amaro a Sao Pau lo, uma barreira, inclui a est rada entre as provincials, Por tsso a Camara Municipal de Sao Paulo insiste j unto ao Governo da Provincia, solicitando sua aten¢o para a estrada cujas pont es estio "e m estado de nao dar tnin sito , mas enquanto espera ser atendtda '" entram em entendimento as Cameras de Santo Amaro e a de sao Paulo, para cs concertos urgente s. Somente em 1869 urn oficio da Secretana do Govemo Provincial comunicara a Camara Municipal de Sro Paulo que ja fora entregue uma verba de 1:500 S para a estrada de San to Amaro. Esta t uma si tua~o permanente: a estrada, de 'grande importincia em virtude da fun~o de Santo Amaro , de abastecedor do mercado da Cap ital, esta sempre necessitando de reparos, quer por causa do transite intenso dos carros e cavajefros, quer pOT causa da passagem de gado bravio, destinado a rnatanca. e que deve permanecer nos campos denominados de "S anto Amaro", campos bern irrigados, constn ulndo verdadeiras invernadas. Mas, os cofres das duas Cameras estao sempre vazios, num apelo constante, preemente, angustioso ' ". ~ muito grande a distdncla ent re 0 centro da Capital e a vila de Santo Amaro - 13 ,600 km - sendo a linha dfvtsorta entre os dots municipio s a seguinte'" : " Co m a freguesia da Se. pelo ribeirdo da rraic;ao acima, desde 0 po nto em que atravcssa a est rada ate suas primitivas vertentes, e dai seguindo ate chegar a Cruz das Almas, na estrada dos Carros , a buscar 0 S itio do cap . Andre Cursino, e da i. rurno sui, pela estrad a que vai ao Curral Grande, sltio de Ant onio Mede iros, seguindo a estrada des Carros ate a encruzilhada de Pinhanhiba,


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onde se toea com a reta que , seguindo pelo mo rro v ermelho. divide a se da freguesia de sao Bernardo : ' Tal dist dncia ex plica 0 aspecto rural da regiso, com mat e s e capoeiras, ca minhos mal cuida dos, atravessados por nbetroes sobre os quais as rusticas pon te s estso semp re a cair , estrada , poeirenta ou alagada , co nforme a epoca. Aspecto que nio seria mu ito diferente do conhecido pelcs an tigos moradores do Bairro . Em 193 6 19 alguns negocia ntes de gado pediram ii Cama ra Municipal de Sao Paulo que decla rassc de urilidade mun icipal "os campos denominados de Sant o Amaro, parte des quais fechou 0 prefeito de Santo Amar o" . Tais campos, situados mats o u meno s a uma legua de Sao Paulo , nso t inham ainda benfeit orias, e os su plicantes alegavam que nao havia ou tros pastos para 0 gado de co rte. 0 parecer favoravel da Comissao fazia referencia ii existe ncia de mais de qua troce ntas cabecas de gada nesses ca mpos. Co m seu aspect o caract enst fco, percorr ida pa r t ropas e barulhentos carros de bo is, com seu chiado inccnfundfvel, sua lentidao natu ral, entre Santo Amar o e Sa o Paulo esta , no caminho de Santos, a zo na que se tran sfe rmata urn dia em varies bet rros. vilas ou jardins, com novas fun96es - industrial, reslden cial, recreau va. comercial e administrativa . Mas antes de ser a distrito de Ibirapuera. sugerido po r tecnrcos em administracao municipal, a u bairrc residencial - Vila Mar iana , Indian6po lis, Brooklin au qualquer outro bairr o, durante mais de tris seculos a maior parte de sua area ted urn aspecto rural , individualizado pela varzee de Santo Amaro e seus ribeiroes . Por ela passavam , obri gatoriamente, os negociantcs de madeira, que , vindos de Santo Ama ro e Ita pecer ica, faziam suas feiras semanais no Bexiga, onde se alinhavam, em meados do seculo XIX , dezenas .ae carros de bois20 • Nessa epoca, 0 Largo da Liberdade ja se tamara insuficiente para a mo vimento das feiras semana is de madeiras, a pon te de, na sesslo da Cama ra Municipa l de 8 de j aneiro de 1863 21 , 0 vereadc r Lea ndro de Tol edo propor que se "remove do la rgo da Liberdade para 0 dos Cur ros, a feira que se faz no primeiro largo, visto que nao oferece as cornodidades e nem a ca pacidade necessaries para comp ortar ti o grande nnmero de carros, ten do apenas uma s6 saida, e esta multo est retta e incapas de se presta r ao tra nsite das ma s que, simulta nea mente, entram e saem nos dias de vendas de madeiras." A Camara , per pro posta de outro vereador, decide que :


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" se faculte aos carroce iros entrarem pe lo Telegrafo, rua da GI6ria e freguesia da Penha , e estaconarem no Largo da Liberda de a u

des Curros, e os que vierem de Santo Amaro pelo Bexiga, a seguirem diretamente para os Cu rros" A dec tsro da Camara 1\50 fol aceita pelc Govemo da Provin cia . A 7 de marco do mesmo an o]2 0 President e da Provincia ofieia Cama ra que anule tal decsso. Assirn, a Ieira de madeiras continua a realizar-se no Largo da

a

Liberdade, para onde conttnuarfc a afluir carros carregados de generos alimen t icios e madeiras proven ient es de Santo Amar o e das faze ndas em suas proxtnudades' ", nao obstante " 0 estado ruinoso em que estso as pontes

do Uberaba e Urubuquicava, pertencentes ao municipio de Sao Paulo, na estrada de Santo Amaro" , como dira urn offcic da Camara de Santo Amaro (30路 1-1865 ). A ponte do rio Uberaba acabara ruindo , ficando enca rregado de conserta-la um morador de Sa nto Ama ro. A zona sui de Sio Paulo nfo e apenas a zona que fica ent re 0 centro urbano da capital e 0 da Vila de Santo Amaro. ~ tambem a 'area de comuntca~s muito mais tmpo rtant es e de maier alcan ce, entre 0 Planalto e a Baixada Santista , entre 0 sertro e 0 mar. Sem pre foi muit o importante para a pr6pria manute nyao do antigo Colegio de Sao Paulo de Piratininga, a conservacso do Caminho do Mar, Iigayao tmpresctndrvel ent re 0 planalt o e 0 literal, via de escoamento de produtos para 0 abastecimento de San tos e sao Vicent e. a u escravos e ouro. Os problemas da estrada s:fo salientados nas Atas das sesszes da Camara, e trso, evtdentemente, forcar a expanssc urba na no sent ido do Su i, como salienta Lucila Hermann'": "em torno, primelro, do anti go caminho para 0 mar , refazendo a anti ga trilha dos tupiniquins, atraves os brejais do Anhangaba6, do Lavapes, do Tamanduatef, e abrindo, no corecsc de cidade, a rna do Carmo; do novo caminho para mar. aberto no te mpo dos Oovemado res, e, rasgando , nos subUrbios da Cidade, a rua do Cemiterio , hoje rna da G l6ria , saindo da rna do Quarrel, hoje 11 de agosto ; do caminho do carro para Santo AmiJro, segu indo tortu oso e dlfrcil , quase par alelo ao Anhan gabau, forcandc a abe rtu ra da rna da Pc lvora, hoje da L iberdade' ", cortando 0 Campo da Pojvora, hoje Largo da Liberdade, pelo Patio da eadeia, hoje Praca Jose Mendes, saindo nas ruas Esperanca, hoje qua se desa parecida, e Sio Gcncalo, hoje tambem desaparecida.


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Uma analise do Mapa Topograflco de Sao Paulo {I 810) rnostra a 0 SuI, em torno das safdas para 0 mar, em direiY50 aos atuais bairros da Mooca' ", lpiranga, Santo Amaro, enquanto se expande para 0 Norte, no sentido do Guare (Luz). Explica-se esta expansso para 0 Sui, pots, de fate , tais bairros estariarn dentro da area entre a estrada de Santo s, tsto ll, 0 Caminho do Mar, e a sarda para 0 interior, a estrada que liga a Capital a Itu, centro produtor de a~u足

expansao da Cidade para

caL

\

Urn aviso do Principe Regente D. Jose, datado de 4-11-1799 aprovara " uma contribuicao voluntarta" des rnoradores de Sao Paulo para "co nstrucso e reparo do caminho de Santo s" , 0 que leva 0 Governador da Capitania a oficiar a Camara Municipal de Sao Paulo (6-3-1 805), no sentido de se aplicar parte dos recursos obtidos na construcso de "ranchos", que desde a estrada de Itu ate 0 Cubatao se fazem indispensavelmente necessaries para a comodidade das tropas e abrigo dos condutores que dianamente versam por ela com os referidos acucares . . .", artigo mais Importante de exportacro e comercio para 0 reino! ". A necessidade de se manter em boas condtcces 0 carrunho que liga a Capital ao Iitoral, tanto para 0 regular escoamento de produt os do Planalto, como para 0 abastecimento deste, continua a forcar a expansro da Cidade para 0 SuI, particularmente quando, em meados do seculc, se cogitar da conetrucro de urn novo caminho para 0 mar, de cuja construcso sera encarregado Jose Vergueiro . Evidentemente , tal obra, se, de wn lado favorece a expansro urbana nesse sentido , per outre , fara entrar em choque interesses publtcos e particulares.

Preocupados, alguns negociantes enviam representacro ao Presidente da Provincia, atraves da Camara Municipal. Todavia, 0 Governo afirmara que "tnteressado no aumento e prosperidade da Capital, nada fara que lhe possa resultar prejurzo'". Para a construcao da estrada sera desanexada uma grande parte des terrenos da chacara do Quebra-Bunda. Na demarcaero, porem, dos terre nos da Gl6ria, pertencente a Fazenda Nacional, foram compreendidos nao apenas os terrenos desta, mas "0 local do pedregulho na estrade de Santos denominado Mato Grosso, de servidac publica bern como alguns pedacos de campos que estso no gozo da populaero para pastagens e outrosrrusteres" , por isso em sessso de 21 de junhc de 1864 decide a Camara Municipal constituir advogado" a fim de promover 0 direitc do municipio a tats terrenos, opondo os remedies legals para que eles nso flquem compreendidos na demarcaiY50 .,, 2 9 A estrada , na realidade, sera a conttnuacro de uma rua, por isso preo-


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cupa -se a Camara com sua arborfzacso , manda ndo plantar palmeiras, cogitan do-se, ainda de replantar ervores que morrcsscm, pelo menos ate a" csquin a da casa de Augusto Duma,,30. A despesa com 0 replantio das palmeiras, feita por Jo se Bonifacio de Toledo , ficou em 65$000 31 . Mas, conti nuam os at ritos , De urn lado , sitiantes da regtro , prejudicados pela desapropnacro de suas terras em benefi cia da estrada , lnsistem em pedir novas terrenos!" . De outro , 0 teor de certos oficios cia Camara ao Governo Provincial revela certo ressenti mento daquela quando , por exemplo , refere-se ao tcrreno junto ao Matadouro publico, "invadidc e infestado por animai s de t rabalhadores do Comendador Vergueiro", cont ribuindo para a polutcro das aguas dos Tanques!" . Nrc apenas animals contribuem para a polutcro das uguas, mas os pr6 prios moradores, lavando roupas no tanqu e publi co de Santa Tereza, no vale do Telegrafo . Como a Camara proib tsse tal p rattca , diante de uma representacao dos rnoradores , a Comissao encarregada de examinar a pettcro sugcre que "autorize a lavagem de roupa s em gamelas, fora do tanque, ou em vazilhame ap roprtado lancando fora a ague servtda", lembra ndo que 0 tanque em questao nao presta ut ilidade alguma, assim como e certo que para aquele Dtstrtto' ha grande falta d'agua para 0 mister a que se referem os suplicantes" , A proibicao da Camara foi mant tda!" . Havendo varies pedidos de datas de terras - sao muito s os terreno s devo!utos na zona sui, pa rticu!armente nas imediacoes do mo rro do Telegrafo - a Camara enca rrega 0 engenheiro Ro mien de fazer a planta dos mesmos, atendendo , assim a vanes pedidos em 1865 3 5 . Nessa epoca . de acordo com u ma divisao das ruas e Freguesias da Capita! entre os nove vereadores, eada urn sc encarregava de urn distrito , para inspecionar e reclamar-lhe os melhoramentos necessanos. 0 oitavo distrito, do qual se enearregaria 0 vereador Malaquia s Rogeno Salles Guerra, compreendia a ladeira do Riachuelo , ate a divisa de Sant o Amar o, rua e beco de Santa Cruz e Matadouro . Data desse ano a de norrunacro de Liberdad e a rua conhecida ainda como do Ce nego Leao , quando foram feitas vartas altcraczes na no menclat ura das mas da capttaf 6 , Mas Sao Paul o e ainda uma cidad e com probl emas de diffcil soncro. Urn deles e 0 que se refere ao fomecim ento de ague para beber e a prop osito, as ata s das sessees da Camara content pitorescos e interessantes episodtos relacionados com 0 fom ecimen t n de agua da vertente do Morangutnho, localizada na chacara do Dr. Gabriel Riheiro des Santo s, vendida a Carlos Theodoro Stree t. 0 caminho que levava au ,\:" ran!!Uinho to rnou-se a rna Jaceguel! ", Desde 1854 a Camara Municipal esta au tonzada a req uerer as auto. ldadcs


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provinciais e imperials, mats meia legua de terras para aumentar 0 rossio da Ctdade. Entretanto, ainda "em 1863 nzc tinham side demarcados corretamente os limites de acordo com a concessao de meia legua. Nesse sentido, a Comissao Permanente da Camara ~ de parecer que se oficie ao Governo Provincial, lembrando que 0 Presidente devera nomear urn engenheiro e a Camara outro, e, assim, "se procedera em tenno breve a essa demarcacao na dire¢'o de todas as est radas da Cidade, a parti r da porta principal da S~ Catedral em linha reta e horizontal , fazendo-se nessa ocasao uma demarcayao suplementar de mals meia legua que a Camara Municipal transata pediu aos Governo Provincial e Imperial, conforme facultou 0 Aviso de 12_10_1 854.38 • • o Governo Provincial nomeou para tal service 0 engenheiro Raymundo P. Alves Sacramento Blake, e a uma consulta da Camara, informa que as despesas da medicao correrro par conta desta. Posteriormente ira a Camara sugerir que a medi~o seja feita na estacro seca, abrilou maio. Como se ve, M sempre alguns anos ent re as discussoes preliminares sobre os problemas e as solucees dos mesmos. Interessada em corngir certos aspectos da Capital , que tende a esparramar-se, com largos espacos sem const rucees, criando problemas de adrninistrayao e enfeiando a Cidade, enquanto nrc se demarcam os limites do roseto, ~ aprovada uma indica¢'o (28-1-1 864) de urn vereador no sentido de "a bem dos interesses do Municipio se declarar de nenbum efeito as datas de terras que foram concedidas a diversas pessoas, nos arrabaldes desta Cidade, e com especialidade, as que ficam de urn quarto de legua para dentro , e que nao foram 'cultivadas e edificadas como determina a Portaria de 8.2.1830, art . 15 e bem assim, que se recomende aos Piscais toda vigi1:incia acerca da resolucso que for tornada, como ja se lhes tern recomended0

39.

Mas, em materia de urbanismo tudo ainda esta por se fazer, alem do largo da Liberdade e suas tmediaczes. E, quando se fala em "sardas para Santo s" , a referencia a "estrada" significa ainda a continuacao da rua da Liberdade, ou do " caminho para Santo Amaro". At~ 0 encarregado da Iimpeza da Cadeia obtem urna data de " terra pelo lado da estrada do v ergueiro para fazer urn telheiro onde possa guardar os carros e mais objetos de seu trabalho" embora temporariamente, isto ~ , "enquanto vigorasse seu contrato com a Camara4 0 • Na varzea de Santo Amaro, ainda em 1871, enquant c esteve a service no concerto da estrada, Jose Patric.io mandara construtr urn rancho para


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ab rigar seu cerro e bois, em virtude de trabalhar multo Jonge de sua casa",

rancho que, em 1873, agora em terrene cercado, desaflari as posturasmuni· dpau, em flagrante desrespeito i lei. Vastos terrenos por ccns trutr, pastos, campos aba ndonados, ranchos abrigando bois e carros, e, ainda mail , falta absoluta de Ilumtnacso, cis alguns aspectos da zona que se estende alem do antigo Campo da P61vora.

A Camara oficia ao Govemo da Provincia, pedindo que scjam colocados lamplees no Largo da Liberdade aU! 0 destacamento da P61vora, "tend o em vista a grande distf ncia entre os dais locals", e as insistentes reclamalj6es dos moradores (1869). Quase urn ano depo ts, novamente a Camara Municipal id pedir meios para colocacro de mais cern lampioes nas tr~ s freguesias da Se, Santa Eflgenia e Bras (3·3·1870). ' Alias, embora nessa epcca estwessem os edis preocupados com a necessidade de arbcrizar as principals pra~as da Cidade, os pequenos largos do distrit o Sui da ~ foram comple tamente esquecidos. lndicam-se zeladores gratuitamente da arborizay!o dos largos do Carmo, de Slo Goncalo e da G16ria, sem que se cogite do que seria a rua da Llberdade. co m todos os seus prolongamentos, lbirapuera a fora. Assim, aquilo que sen 0 distrilO da Vila Mariana, ainda es11 por se urbanizar e. em certo sentid o, ainda per se povoar. Pois, ainda em 1872, moradores da P6lvora solicitario Camara Municipal que "se limpe e Ieche terrene vizinho, que, cobe rto de mato, incomoda os suplicantes com ajunta ment os noturnos que ali se dio e onde se praticarn imoralidadesv'". o proprio Governo Provincial serli responsabilizado pela demora de cenos melhoramentos para 0 baino, pais em 1872, embora tivesse sido transferido 0 deposit o de p6lvora , a antiga Casa da Polvora nsc tinha ainda sido demolida, impedindo a conttnuaeso de uma rua que iria da Glcrta i rua da Liberdade4 3 •

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A medida que se desenvolve a lavoura cafeeira em sua expansio para 0 Oeste da Provincia, a expa nsio urbana toma novos aspectos , ou antes, novos rumos, atraves de determinada s radiais. A construesc da Estrad a de Ferro Sio Paulo Railway iri provocar um surto urbanistico no sentido Norte e Leete - maior neste ultimo, onde 0 Srlis serli beneficiad o, do que naquele, onde as condi~ topogrlificas retardarfo o desenvolviment o na margem direita do rio Tiete - mas, no conjun to, a Cidade apresenta ra certa tendencia a acentua r a expansi'o demogreflca na d ire~o Oeste, desviando-a momentaneament e, da estrada de Santos. do Caminho do Mar , para 0 inte rior paulista, para 0 oeste cafeetro, isto e, urn


o DISTRITO SUL DA ss

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deslocamento do Sui para 0 Oeste , devido, em parte amda, nova Iigat;ao do Planalt o com 0 literal pela via ferrea. Assim, os batrrcs do Sui que antes foram beneficiados em virtude da fun yao do antigo Caminho do Mar, enquanto nr c se inicia a era das rodovias, sofrerrc, por algum tempo, uma especle de esta gnacsc no p rocesso de urbanizayfo , nao obstante a co ncessso, pela Camara Municipal, de cartas de datas, particularmente a partir de 1880 , tanto na estrada do Vergueiro, como no Caguayu, no Tejegrafc e na estrada de Santo Amaro. Todavia, tab concessoes mio serio feitas no mesmo ritmo das que se fario na direyao ociden tal. A uma legua da Cidade exist em campos e pequencs capoes de mato de cujos pastos se utilizam tropeiros, sitiant es ou negociantes, po ndo ali , em comum, 0 gada para abastecimento de carne verde aCapital. Urn aviso do Ministerio da Agricult ura , datado de 20 -7-188 1 euto rizara o presidente da Provincia a " mandar vender em basta publica, a Julio Teodorico, o u a quem rnais vantagem oferecer, 43.56O,OOm 2 de terrenos devolutos, que 0 engenheiro Leopoldo Jose da Silva declarou existirem i margem da estrada de Santo Amaro, coma rca da Capital." Com uma serie de consid erandos , provando que "os Campos dessas terrae src verdadeiros logrado uros pliblicos e de usa conium, como define a Lei n.o 60 1 de 18 de setembro de 1850, art . 5, §4, " 0 vereador Dr. Joi o Bueno solicita i Camara que represente ao Ministeric da Agricultu ra e ao Presidente da Provincia a revogacro do Aviso4 4 • A questso das terra s patrimoniais do Municipio esta sempre presente. Discute-se a legalidade da concessro de datas pela Camara Municipal na estr ada do Vergueiro. Particularmente junto aos terrenos do chamado Mato Grosso 4 S • Em sessro de 22·5· 1882 , 0 presidente da Camara , Dr. Jose Mendes Jr . assim se refere ao assoot 04 6 :

"0 patrimOnio da Cama ra desta Capita l nao deve ser confundido com a determmacsc do seu rossio para logradouro com um. Este ccnsta da Carta de Sesmaria de 25 de mart;o de 1724 , aquela consta do foral da Vila de Sao Paulo de Piratininga de 18 de marco de 1660 . • Se a Camara tern concedidc datas nos limites da meia Iegua ~ porq ue 0 Alvara de 10 de abril de 182 1 permitiu fazer tais ahenat;Oes na parte desnecessana para logradou ro; mas, 0 patri · mOnio da Camara esta ccntido nas sets It!guas, tanto assim que as antigas datas e aforamentos eram feito s naquelas seis liguas , segundo CORSta do arquivo . Quando mesmo a Camara nr o pudesse


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o BAIRRO 00 IBIRAP UERA da r datas sense na meia legua, teria dircito de if ate a antiga est rada do Carro , no bairro Mato Grosso. caminho velho de Santos , porque segundo 0 termo de med i ~ao feito em 1769 , a meia legua termina no ribcirao Ipiranga. Co nstes a propriedadc do Estado sob re a antiga Chaca ra da Gl6ria, porque os jesuft as nun ca tiveram sob re ela sense 0 dominio dtil; mas quando fosse o con trano. ainda assim pod eriam ser co ncedidas datas no lugar ja determinado pela Camara . porque esta fora dos limites da Chacara da GI6ria" .

Urn ana depots, a situa~o continua a mesma. A urn offcio de Prestdcnte da Provincia relatlvamente Ii concessro de datas nos terrenos denominados Mato Grosso situados na Estrada do v erguetro , a Camara responde co m urn parecer assinado por Francisco Baruel e Cant mho Sobrinho, a 27 de junho de 1883 4 7 declarando legit jmamente conflrmados os direitos da Camara Municipal de Sao Paulo aos terrenos do Mat e Grosso . Para cs entend imentos com a Presidencia da Provincia a Camara apre路 senta dois pareceres - de Dr. Jor o Mendes Jr . e 0 assinado pe r Baruel e Cant inho Sobrinho. Entre outros argume ntos, lem bra que "datas nos terrenos eo lado da estrada de Santo Amaro Coram concedidas sem opos.i~o da Faze nda Pliblica; e mesmo no ano passado novas datas Coram concedidas nas pr6prias terra s do Mato Gro sso , lado direito da Estrada do Vergueiro e esquerdo daquela acima referida , na extcnsro de algumas dezenas de met ros sem que tais conccssoes provocassem rcclamacro por parte da mesma fazenda .... Mediante tats documen tos e argumentos . a Camara pede ao Governo Provincial que suspe nds a me d i~ao de totes naqu elas tetra s, para serem disrn buidos aos mun icipcs. . a teor dos documentos da epoca permite que se avalie 0 aspectc das terras da zona sui da Im perial Cidade de sao Paulo . E que se tenha uma ideia da expansro do Distrit o Sui da se no ultim o quartel do seculo XIX. Duas radiais tmpon antes - a estrada de Santo Amaro e a estrada do Vergueiro. Uma , conun uacro da atual Avenida Brigadeiro Luis Antonio , tambem dcnominada Estrada do Caguacu, tomando a dtrecro levemente para Sudcste, ate que , cruzando 0 C6rrego da Trai~ao , ira atingir 0 municipi o de Santo Amaro , 0 antigo Virapocira. Dut ra, continuacr o da rua da Liberdade, orientada para Sudeste, na dire~ao do nbeuso Ipiranga at E! encontrar 0 ant igo Caminho do Mar. Entre as duas radials, ao lado de algumas chacaras, largos espacos varios, terrenos cuja co ncessro E! duvidosa, mat es e capoe iras, caminhos mal cuidados, perco rridos pe r tropa s e trope iros, carros de bois e boiadas,


o D1STRITO SUL DA S~

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pontes precarias sobre os diversos rtbetrees . E, mesmo entre a rna do Paraiso e a rna da Consolacro, a chamada mata do Caguacu ainda era exuberante . Na realidadc, sob a ponto de vista estritamente urbane. ainda i! cedo para se considerar as trncdiacecs da estrada do Vergueiro como parte do perimetro de fato urban izado. Se 0 abastecimento de agua i! preca rio , muito mais sene t 0 problema de Ilumlnacao publica, decididamente ausente , pois nso ira alem da rna da Liberdad e, ainda na decada dos cite nta . Em seSS30 de 7路2 路188 1 a Camara aprova indicacao no sentido de "se representar com urgsncta a Assembleia Provincial sobre a necessidade de autonzar 0 Govemo da Provincia a aumentar , com rnais duzent os. 0 numero de comb ustores de uurnmacro publi ca desta Capital. devendo estes com bustores ser distribuidos confo rme as necessidades public as, atcndend o principalmente impo rtancia e progressive desenvolvimento dos arrabaldes da Capnaj'". Obtida a eutonza csc {Lei Provincial n.c 39, de 2 1.2. 188 1).0 Governo Provincial solicita a Cama ra que infcrrne, " co m brevidade , quais as ruas que ainda nao gozam, mas necessitam desse melhoramento e quais as qu e, tendo tlumtnacro, precisam de aumento de cornbusto res'' . Entretan to , os melhoramen tos pleiteados ni o ati ngirdo tio rapidarnente c s novos bairros que vio surgindo. Ainda em 1883 sera solicitada iluminacao para a Est rada do v erguetro . ate 0 Mo rro Vermelho e em 188 5 a Cama ra fani a re q uisi~o de co mbustores de gas para varias mas, entre as quais , a est rada do verguetro'" . Somente a 3 1 de maio de 1889 , quan do serso abertas algumas propos' tas para diversos servtcos, cogttar-se-a de fato da "colocacro de lampiee s de iluminacao da Liberdade Vila Mariana, iguais aos que via ser colocados no aterra do de Santa na", Os lampiOes ma jores custarso 35S e os menor es 3OS. Nio ob stante as melhoramentos no sistema de transporte que Sio Pau lo vai ter na segunda metade do scculo XIX ainda persistira a paisagem rural nos Campos de Santo Amaro , na zo na sui da Ctdade. Tropes, carretros, carros de bois percorrem os caminhos que , partirido do cent ro da Cidade , dirigem-se a Santos ou a Santo Amaro. E, ernbora sejarn concedidas muitas datas de terra nes imediacoes da estrada do Vergueiro e do Telegrafo, na v arzea e nos Campos de Santo Amaro , ent re a Estrada do Vergueiro e 0 Caminho de Santo Amaro, mat es e capoeiras formam terrenos devolut os, vazios de povoamento e de edtflcaeoes, espera de' urbanizacdo. Em 1871, 0 Govem o Provincial assinara com 0 engenhetro Nicolau Rod rigues des Santos Franca Leite, urn con trato para a constructe de uma linha de diligencias na Cidadc" por mete de trilhos de ferro, tiradas por arumats!" . A primeira linha , inaugurada no ana seguinte, ia do Largo do Carmo ate a Estalfio da Luz. Em 1877 inaugura-se a linha do Bras, ate a Esta-

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o MIRRO 00 IB1RAPUERA

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crao do Norte, que era, entr e,

0

ponto final da Companhia Carris de Ferro de

Sao Paulo. Outras Iinhas serr o inauguradas postenormente para a Mooca, Campos

Ehseos. Santa Cecrha , Consolacro alem de urna para a rna da Liberdade, cujo ponte final sera a r03 de Sao Joaquim. Desse ponto pertira urn Irenzinho a vapo r para 0 futuro bairro de Vila Mariana e para 0 municipio de Santo Amaro, isla e, a linha da Companhia Carris de Ferro de sao Paulo e Santo Amaro, para ser inaugurada a 23 de janeiro de 1885, pelo engenhetro Alberto

Kuhlmann. Dessa maneira 0 antigo Ibirapuera sera cortado po r urn novo e mod erno mete de transporte. A longinqua v ia de Santo Amaro passa, nos ulumos

anos do seculo XI X. ater Iiga9io mais rapida, nao apenas com 0 Distritc Sui da Se, pela Carril de Ferro Sao Paulo - Santo Amaro, mas com 0 outre lado da Cidade , pelos bo ndes puxados por bu rros, bo ndes estes sem Iluminacro alguma , e que trafegavam somente ate oito e meia da noite. Seria esta . depots das vias percorridas po r carros e cavaleiros, .tropas e boadas. a pnmeira diametral - Norte-Sul. postertormente Iigada Ponte Gran de e Santana. Uma outre linha da Companhia Carris de Ferro Sao Paulo e Santo Amaro deveria ligar Vila Mariana ao at errado do Gaz6 metro. En tre tanto, 0 tracadc aprovado pelo Oovemc Provincial, corta ndc a Vinea do Carmo, sera impugnado pela Intendencta instalada depots da proclamacso da Repu blicaS!, o que leva a Companhia Carris de Ferro a aprese ntar nova planta com novo tracado, para nao prejudicar futures melhorarnento s na v arzea. Na mesma epoca. a Comissao Diretora da Expostcso Continental (189 1) obtem a con cesssc de uma Iinha de bondes entre a celina do Monumento do Ipiranga e o bairro de Vila Mariana. Esu , pots, na ultima decade do seculo XIX, 0 trecho da zona Sui situado en tre a estrada do Vergueiro, e a estrada de Santo Amaro, co rtado po r urna nova esfrada. a do tramway de Santo Amaro, ao lan ge do qua l os futu ros ponte s de parada serso novos nucleos de futures bairros, corta dos por modernas aven idas. Numa velocidade de 80km por her a, apelidado de " gaiola de tate", a partir do Institu te Biol6gico, 0 bonde amarelo, fechado com o os vegees de estrada de ferro, tomava-se 0 " Perigo Amarelo", em virtu de do excesso de velocidade . ~ interessante observer que a ant iga denomi nacdo de Ibirapuera, q ue lembrava a antiga aldeia de Caiubi prati cament e desaparece de s documento s oficais da Cidade de Sao Paulo. Embora seu povoamento ainda seja esporadico, 0 antigo caminho de V'm poeira comeca a se dividir em pequenos centre s de povoamento. mas s6 no co meyo do seculc segumte vctur-se-a ao nome traditi onal com a criayio do distrito de paz de Ibira puera, com uma

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o DISTRITO SUL DA se

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parada de bonde desse nome. e. dentro do sub-distritc de Vila Mariana . urn Parque de Ibirapuera, onde sera instalada a sede da Prefeitura Municipal de Sio Pau lo. Tambem , pe rmanecera urn bairro ou Jardim de lbirapuera no sub-distrito de Santo Amaro.

Em 1881, quando se eogitou da construcso de urn novo Matadouro' " foi nomeada uma comissao para examinar urn terrene no campo das Perdizes e urn em Pinheiros, cedidos para esse flrn, mas em 1883. reunida s as corms sOes de Jusnca e Obras, sao de pa recer que 0 novo Matadouro seja construido na varzea de Santo Amaro , pr6ximo ao ribeirao Jabaquara, ao lado da proje tada linha de bon des da Vila de Sant o Amaro. distante da capital mats ou meno s dez q uilemet ros, sugertndo-se, porem, que fossem ouvido s 0 medico e 0 engenheiro da Camara53 • medico nao deu parecer favoravel, 0 que p rovocou uma serie de abaixo -assinados de marchant es e comerctantes de carnes verdes. que preferem 0 local jun to ao Jabaq uara. A preferencta po r esse local para urn matad ouro revela a funt;io de Sant o Amaro e adjacencas, fomecendo gada para 0 mercado da Capital. AMm dissc, as pr6prias cond ~Oes da regifo, com campo s e ribeirOes. sao favoraveis a localiza~o do matadouro , devendo constderar-se que nao se trata ainda de urn lugar residencial, onde p redommam terreno s baldies. nao havendo, po rtan tc , protesto de faml1ias contra uma vizinhan~ urn pou cc inc6moda e pcucc interessante. sob muitos po ntos de vista. como E!' urn matadouro. No ana seguinte (30 4¡1 884). a Comissao encarregada da escolha do local para 0 Mata dou ro, apresenta 0 seguinte parecer:

o

"Considerando que . de parte 0 que dlz a hlgiene a qu estsc mais importante a atender na colocaero de urn matadouro E!' a comodidade dos marchantes. Considerando que os marcba ntes , quase unarumemente, reclamam contra a cotocacrc do novo mata douro nos Campos das Perdizes e dos Pinheiros por falta de pasto e mats ainda po r haver herva nas po ucas pastagens existen tes. Considerandc a importincia da alegacro, e , mais ainda, cons iderandc que 0 terreno para este foi comprado pela Camara , denominado Pacaembu, no Campo das Perdizes, ao efeito alegado une tambem 0 de ficar urn pouco dentro da povoacso, visto que a Cimara esta concedendo datas nos terrenos do mesmo Campo das Perdizes, a Comissfo encarregada da escolha do lugar para a


o BAIRRQ DO IBi RAP UERA

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constr ucro do novo Mata douro, propoe que fique definitivamente escolh ido 0 Iugar denominado Rincao do Sapateiro - e que se chame concorrentes para apresentacro de plantas apropriadas a este local, dent ro do praza de cinco meses, a con tal de s edttats,

com as scguintes condtcees: Propo rcr o para 0 corte de cern rcses, sessenta porcos e cin quen ta cameiros, com todo 0 aperfeicoamento conhecido para csta sorte de const rucsc , nrc 56 em relacro ao asseio, como tarnbem em relecrc a facilidade da matanca, do corte, e do aproveitamento do sebo e cou ro. D preco do edifrcio com scus aparelhos nrc devera exceder a

Rs. 150 000 $000.

o

autor da plan ta colocada em primeiro lugar pela comissao rccebera 0 premia de 150 000 5000 , se nso for ele pr6prio encarregado da co nstr ucao: e 0 que tiver 0 segundo Iugar, 0 premio de 800 S .

Sao Paulo , 30 de abril de 1884 Rafael de Barros, Manuel Ant onio Dut ra Ro drigues, Anton io Paes de Barros, Nico lau de Souza Queiroz" . Pcrccbc-se, pois, que lui, no ult imo quartel do seculo XIX u ma certa tendenca para a cidad e expandir-se para 0 Oeste, aco mpanhando a ex pansio cafeeira. A preferencia da Co missao pelo Rincio do Sapateiro nio s6 revela a urbantzacro dos Campos das Perdizes, como nos descor una aind a uma paisagem semi-rural na direcao sui da Cidade . A qu estao do Matadou ro nao se resolve rapidamente . Somente em deze mbro a Camara enviara a Comissao de Obras e de Justice vanes oficios a esse respeito: um do med ico Dr. Eulalio da Cost a Carvalho, datado de 2S de novembro , fazcndo co nstderacses ace rca do proje to do novo matadou ro no lugar denomin ado Rincio do Sapat eiro; urn de Guilherme Jose da Costa Viana e Dr. Jo se Goe s e Siqueira , do Rio de Janeiro , propond o-se tomar " por si, individualmente, ou po r emp resa que se o rganize dent ro ou fora do Imperio , a const rucro de urn matado uro , nas condtcoes exigidas pelo adiantamenta de nossa civilizacao; um do engenheiro Francisco Ramos Azevedo , apresen tando projeto para a const rucac do novo rnatado uro e um da Direto ria da Companhia Carris de Ferro Sao Paulo c Santo Amaro, apresentando um projeto para 0 mesmo fim, assinadci por Alberto Kuhlmann!" . Diante da cornplextdade do assunto , Rafael de Barros porpoe Camara a nomeacr o de " uma comissao denominada do Matad ou ro, a cujo cargo fica a Inspecro do atual Matadou ro e tudo que for concernente a const rucso do

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o DISTRITO SUL DA sf:

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novo, desde 0 estudo das plantas, determtnacro do luger, ate a nscenzecso das obras". Para integrar a comissao foram escolhidos Dr. Manuel Dutra Rodri gues, Dr. Rafael de Aguiar Paes de Barros e Anto nio Paes de Barros'". Esta comissao, examtnando os projetos apresentados a Camara para a const ructe do novo Matadc urc no Rincio do Sapateiro, de acordo com 0 reerono do engenheiro , e de parecer que seja classificado em pnmetro Jugar o projerc de Albert o Kuhlmann, indicando-o para receber 0 premlo instituido e em segundo lugar, 0 engenheiro Ramos Azevedo' ". A dectsro nee foi bern aceita por todos os lnteressados. A Camara recebe vanes abai xo-assinados, uns pedindo reconsideracr o do ate que determina const rucsc do matadou ro no Rinclc do Sapateiro, outros, pelo contrario, pedindo que se mantenha tal dcctsro. Ao mesmo tem po, a Companhia Carris de Ferro Sao Paulo e Santo Amaro cuida de concluir 0 asscntamento de trilhos no ramal que sc diriglra ao Matado ur0 5 7 , cuja construcso deve ter minar em sctembro de 1886, de acordo com os termos do contrato da empreitada. 0 novo ramal sera inaugurado a 21 de setembro de 1885 5 8 • Nao obstante peq uenos p roblemas - uma lndtcacro na sessso de 12 de maio de 1886 alerta a Camara contra 0 uso de made ira carcomida que esta ria scndc utilizada nas obras - a 29 de dezembro do mesmo ana pede a Comissao do Matadouro propor que fique 0 Presidente enca rregado de tomar as providencias para a inaugura~o do Matadourc a 5 de janeiro de 1887. A esta altura , a Comissao Carris de Ferr o j;i cons truira uma pequena esta~o de bondes junto ao Matadou ro, inaugurado solenemente no dia marcado. Nat uralmente, com a ins lala~ao do Matadouro , 0 bairro recebe alguns melhoramentos, co mo urna nova rna, ligando Vila Mariana ao novo estabelecimenlo . Sugere-se tambem a abertu ra de urna estrada Iigando 0 Natadou rc a estr ada de Sorocaba, para facilitar 0 tra nsports de carne verde , evitando-se, assim, 0 inccveniente de passar 0 gado pelas ruas e proximidades da Cidade (21-6-1887). E, ainda mats. a Camara ap rova a tnstalacr o, por Antonio Fau sto , de urn quiosque nas imcdiacces do Matadour c , mediant e a condtcro, porcm, de que " nrc sed Iigado a nenhu m dos edifrcios o u muros do Mate douro e sed removido no momenta em que a Camara ou a Comissao entenda que 0 local l! Inconvcntent e'', sendo expressamentc proibida a venda de bebidasalcoolicas.

IU uma diferenca rnuitc scnsrvel entre 0 Distnr o Sui e a Distrito Norte da Se. Este correspcnde. em grande parte, ao proprio centro urbane, com


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o BAIRR O 00 IBIRAPUERA

ccrnercto int enso, com lojas de modas, alfaiat es, cabeleirei rc s Iamoscs, hotels e restaurantes, ao passo que 0 Sui da SeS9 ainda seria uma area de pequenas casas, acanhadas e sombrias, quase semple terreas. e de fraco

comerctc. Na ultima decada do seculc XIX serso raros os estabelecimentos comerciais no lado Sui da Capital. 0 Almanaque par a 188560 • salientando que Vila Mariana, embo ra ainda seja urn " bairrc do Distrito Sui da Se", mas tendo se

tornado muito importante e conveniente trata-lo como distrito" ; assegura ainda que "residencia de muitos habitantes da Capital e tern ccmunicacees faeilimas pelos Carris de Ferro Si o Paulo e Santo Amaro. Predomina 0 aspecto residencial, com "casas no alinharne ntn", algumas sem jar dins, modestas e aca nhadas, ao lado de algumas residencies melhores, com jardins rodeados de grades , em antiga s chacaras. Mas, ja se mistu ram, em algumas mas, is residsn ctats. algumas edifica~s com finalidad e comercial e indus trial. Algumas dessas construcees provocam queixas . A fabrica de Iosforos que , na epoca . era a unica existente no Brasil, tinha urn dep6sito de rnat eriais na rua Sao J oaqu irn, a desafia r as postu res mu ntctpats.". Mas as casas ja nao te rn 0 mesmo aspec to das antigas casas caracterrstlcas do antigo centro da Cidade . De fato , 0 estilo de habitayio paulistana esta se alt erando neste fun de seculo, gracas i influencia da imigra~o estrange ira. 0 novo est ilo, introduzidc principalmente por arquitetos e empreiteiros italianos, l! urna adapta'f3o do barroco dos seculcs XVII e XVIII a urn problema local , conforrne acen tua Ian de Almeida Prado 61 • Na Estrada do Vergueiro construtr-se-so chales como os daSuica, 0 mesmo, alias, acontecendo no Clui e nos Cam pos Ehsecs. Trata -se de uma arquitetura mais atualiza da , substitu indo 0 estilo colon ial, mais de acor do com as normas de arquitetura europeta, mais urbana do que rura l. . Os novos hairros residenciais que se formam em. Sio Paulo nas ultim as dl!cada s do seculo XIX apresentarso fo rmas arquttet entcas tipicamente urb anas, algumas com ja rdins rod eados de grades , contras ta ndo com os bairros antigos, mais pro ximos do cent ro, onde se conservam ainda os velho s casarzes colontais, agora desprovidos de rotula s, por forca de lei. \'" Urn aspecto novo e dad o pelos jardins. 0 paulistano sub ita mente torna \ conhecimen to, nao apenas da flora bra sileira , mas ta mbem passa a interessar-se por flc res consid eradas excticas. Abrem-se na Cidade algtms estabe lecimentos cuja fmalidade e abastecer as chacaras e os jardins , de mudas e semen tes . 0 A1manaqu e de Sio Paulo para 189 1 refere-se a varios estabelecimentos desse genera, como a cbacara l oly no Bras, a de Kirayen no Marco da Meia U gua, a de Guilherme Carlos


o DlSTRITOS UL DA Sf:

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Opel, na Avenida Rangel Pestana, e a de Francisco Nemitz , em Vila Maria-

na.

J:. multo heterogeneo 0 padrao residencial da rna Vergueiro e imediaSe "lui modernas casas com jardin s e grades, com fachadas omamen tades", ha tambem "pequenos puxados", "a umento de uma cozinha", "cocheiras'', "depositos" , como se pode venflcar atraves de dezenas de requertmentos dirigidos a Camara Municipal solicitando licence para pequenas construcoes , acompanhados das respectivas plantasv! . Tal variedade de padrces residenciais revela como foi het erogenea a formacao da populacao e s6 poste riormente os loteamen tos denomi nados "jardins", abertos ja com melhoramentos urbanos essenciais, formarao conjuntos residenciais de apa rdncia rnais fina, em locais distantes do Matadouro. Pois, em 1890 , Vila Mariana, Campos do Paraiso, Cambuci e out ros comp reendidos no tcrcctro penmetro da Cidade, serao os bairros que ainda careciam de luz, agua e esgoto' ". Ao findar 0 seculo, no alto do maceo estarao instaladas as residencies burguesas, prinieiro no Norte (Santa Efigenia e Campos Ehseos), depots no Iado Sui (Consolecr o, Liberdade e Vila Mariana). Entretanto, nsc e 0 mesmo padrs o que se observe nos dots setores. A freguesia de Santa Efigenia e considerada "a ristoc ratica" pOI Toledo Piza, em seu Relat6rio de Estat fstlca, ao passe que Vila Mariana, embora residencial, com moradias de certa qualidade e aspecto agradevel, nao pode ser enquadrada dentro do concetto de aristocracia, que, no case seria uma "alta burguesia" enriquecida graces aos novos elementos do progresso de que dispoe 0 Planalto Paulista , em estado de euforia economtca em virtude da expansao do cafe e do recente processo de Industrtahzacro. J:. uma classe media que se instala nas novas ruas abertas nas antigae checaras, mas que esta longe de apresentar r!queza e luxo encontrados no alto do espigro, em to rno da vizinha Avenida Paulista. ~6es .

Ao se proclamar a Republica, a vesta area entre a Se e Santo Amaro conserva ainda um certo aspecto semi-rural, naturalmente mais acentuado no extremo sui, mais urban,izado nas Imediaczes da Liberdade. Entre os dois - 0 bairro central da Se e a distante vila de Santo Amaro - ext ensas areas rurais ou semi-rurais, atravessadas: a) pela linha 路da Companhia Carris de Ferro Sao Paulo e Santo Amaro , cortando 0 que sera 0 futur o Brooklin Paulista e bairros vizinhos;


o BAIRRO DO IBIRAPUERA

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b) pelo caminho que , em conunuacro a Vila Mariana , cortara o Jabaquar a ; c) pela antiga Estrada de Santo Amaro, que, atravessando 0

ribeirao Uberaba, primeiro, depois 0 C6rrego da Tratcro, ira atingir Santo Amaro , na di reyao do mar ;

d) pela Estrada do Vergueiro que, tomando a dtrecro sudeste, ira reunir-se a antiga estrada do Mar.

o surto

urbanfstico da Cidade de Sao Paulo que corresponde ao perfodo que se convcnctonou chamai de segunda fundacao de Sao Pau lo, atinge rnais 0 norte e 0 leste da Cid ade do que 0 sui e 0 oeste, e menos ainda o sui do que 0 oeste , " caminho de Campinas" , inte rio r desbravado pela expansao da lavoura cafeeira . A planta da Capital paulista e seus arrabaldes, desenhada e publicada por Jules Martin em 1890 , indica ndo apenas a s nom es dos bairros mats dis. ta nte s mostra ainda urn vazlo entre a rna de Sa nto Amaro e a Liberdade , ruas ligadas pela rna Pedroso , quatro mas sem nome, nada mais ainda que lemb re 0 bairr o de Vila Menana' ". Da urbanizacao dcssa area se desenvolvera urn grande e het erogsneo grupo de bairro s que se estendem na dtrecro sui da Cidade de Sao Paulo , formando tres sub-grupos disti ntos que se individualizam pelo seu sitio e por seus caract errsncos especiais. Refenndo-se a eles, Renato Silveira Mendes assim os dfvide'" : I ) bairros. localizado s na area compreendida entre os aflue ntes do Tamanduatef, a SE, e 0 r tbetrao Anha ngabau. com seus tributanes da margem esquerda , Isto e, os bairros locallzados entre 0 Camb uci e a Consolacro (Liberdade, Paraiso, Bela Vista e Bexiga) ; 2) bairros localizados no espigio divisor entre os afluentes do Tamanduatei , particularmente 0 Ipiranga , e os aflue nte s da margem direlta do rio Pinheiros (Vila Mariana, Vila Cleme n. tino, Bosque da Saud e, Jabaqua ra , vilas satelites dos mesmos ): 3) bairros situados nos terrassos da margem direita do Pinheiros e suaves ondutaczes que se estendem do Parque do Ibirapuera a Santo Amaro (Indian6polis, Brooklin Paulista, Vila Nova da Concetcto , algumas "Vilas" ). Sao bairros cuj o p rogresso se Iiga ~o estabelecimento da llnha ferrea de San to Amaro e a Inauguracr o do Matadouro em terras do at ual bair ro de Vila Clementino'".


o D1STRITO SUL DA se

67

o povoamento ira estende r-se ainda na dire¢o do atual Parque do Ibirapuera, ccrta do pelo ribeirao do Sapatelro, tambem conhec idc pelo nome de c6 n ego do Matadou ro o u do Cortume. Out ros bairrcs surgirdo neSS3 zona da bacia do rio Pinheir os, carac tenz ada por plataformas tubulares, dispostas de 15 a 25 metros do nrvel dos baixos terrassos fluviais e das plamcies de lnunda cro do Pinheiros e do Tjete. Tais bair ros, desde 0 lbirapuera ate Santo Amaro, tendo por eixo a atu al Avenida de Santo Amaro, assentam "sob re solinas de fraca declividade e sobre terrassos pertencentes a margem esquerda do rio Pinheiros". Atravessados pelos tri lhc s da Sao Paulo-Santo Amaro, a cada parada de bo ndes ccrrespondera, posterio rmente, urn pequeno nucleo com terrenos valorizados, e que se desenvolvera sob nova denommacro. Assim 0 que durante anos foi a freguesia da Se. aos poucos ira t ransfor mar-se - subdividida primei ro em distntos Sui e Norte, e, em seguida, com novos distrit os desmem brados dos antigos . o Ate de 14 de marco de 1883 divide a freguesia da se em Distr itoSul e Distrltc Norte , cebendo a este as terrae situadas " do lado de Sio Bento" , e ao primeiro , "as terr as do lado de Sse Gc ncalo". A Lei n.o 975 de 20 de dezembro de 190 5 ira substituir a deno minar;ao de Norte da Se po r apenas Se , e a de Sui da Se, par Liberdade. Mas a essa altura, do Distnto Sui da se ja teria side desmembrado 0 bairrc de Vila Mariana , formand o urn novo dist rito . 0 lot eament o da chaca ra de D. Mariana de Barros Fagundes, com a abertu ra de vane s ruas, leva os moradores do bairrc a pedir a Camara , a 27 de ja neiro de 1890 , a elevaero do mesmo a (reguesia69 e, antes mesmo de ser ejevada a freguesia, divisao eclestastica, sera cna do 0 distritc de Vila Mariana, na [ustiea de paz. A Lei n.c 370 de 3 de dezembro de 189 5 estabeleceu as seguinte s divisas para Vila Mariana 70; "Comecando na avenida Paulista , no pon to em que esu e cortada pela est rada de Santo Amaro, seguirao pela mesma avenida e rua do Paraiso ate 0 fun desta , dai por reta ate a Case da Pclvora ; pelo rio Ipiranga abaixo ate sua con fluencia com 0 Tamanduatei; po r este acima ate encontrar a linha divis6ria com 0 municipio de Sao Bernardo , por essa linha e pela que divide 0 municipio de Santo Amaro, ate a estrada que desta capital vai a vila do mesmo no me, e po r esta estrada, ate a avenida Paulista , no ponto de parti da" .


68

o MIRRO DO IBJRAPUERA

o Distrit o Sui da S~ , nos fins do secul c XlX~ , na realidade , urna grande parte dos bairros da zona sui da capital paulista. 0 distrito de Vila Mariana abrange urna enorme area ate os limit es de Sao Bernar do e Santo Amaro, area qu e 56 sera urbaniza da muito depo is. Os antigos povoadores de Sao Paulo do Campo que tinham terras no Caminho de Virapoeira, tinham sitios e sesmarias, " moradores de casas" ,

gada e pequena lavoura esparramados per essa regsro. Mas nso se fala mais em vtrapcelra, nem mesmo como Ibirapuera. Nao obstante a relativa proximidade do Centro, Vila Mar iana raram ente seria incluida ent re as areas que necessitavam de melhorarn ent os urban os. o que nf o impede que 0 bairro, cuja hist6 ria ja foi assunt c de monografJa71,

como tambem 0 Baiera da 5e, va recebendo novos moradores. italianos e alemaes, que darro urn cunha peculiar a seu desenvolvtmento. Mas, segundo Afonso de Freita s, no ultimo qua rrel do seculc XIX , no lado sui " as chacaras dos Fagundes e de D. Alexandrina de Moraes fechariam 0 ambito da pequena cidade ncm circulo de latifUndio s baldios."


NOTAS

1.

C.D.T., VI, p .207 0 0-1-1818)

2.

D.I" LVII, p. 183-184

3.

SUrd Bru no - ob . cll., lI, p.829

4.

./otio B. C. AplU1T - 0 Tom bamenl O de 181 7, in R.A.M., X. p.61

S.

S UVd Bruno , ob . cit" I, p.2 16 e 211

6.

EIlI~nio EpJ

7.

- Os Munid piOll Paulisw., I, p.4S7

Anexo - Lista de Ccn ceseses de Terra s, segundo CarU5 de Datas de terra s (180 1路 (1 SOl-1858, . Arquivo Hist6rico da Prefeitura Municipal de Sio Paulo.

8.

R.C. da Ciman Municipal de Sio Paulo. 1808路181 3, vol. XlV, p.48 2. Segundo Cunino d~ !rIOurtl, in Sio Paulo de Outrora, p.121, a primein elsa da 'Pblvon, situada no Largo do mesmo nome , teria sido constroi da de madeira, por aJvara de ju lho de 1754 .

9.

C.D.T. (l8S9J, XVIII , p. ll : "pedido de terras de Joaquan Mariano da SilVI , na Estrada de Canes, indo do lado direito em (rente e alto dos Td egra(os; de Jose Ant onio de Barros e Gabriel Anton io de Banos, no Caminho de Sant o Amar o ( ]路2-18591

10.

Cunino de ItTOurtl - Sio Paulo de Outrora., p.122

I I.

C.D.T., vet. XX (l 861路1863}

12.

C.D.T.,voI. XIX.p.II,13, 14,1 6

13.

C.D.T., vol.. XIX (1860" p.146

14.

Atu (l8641, p.l 41 e 141

I S.

Atu (l 86SI, p.4 1, 81 e 104


70 16. 11.

0 BAIRRO DO IBIRAPUERA Alas (186 11. p.13 , 14. A las (1868" p.20, 50 , 91 Alas (1812,. Pede-se 1 0 Govemo Provincial a quantil. de 4 :000$ pan 0 concerto da estrada de Sant o Amu o.

18.

Rclat6rio do Preside nte da Provincia, Dr. Nabucc de Araujo.

19.

AW.XXIX, p.1I 2

20.

AlmridD

21.

Atllll (l 86 3J, p.9

22_

Alas (1863J,p.14

23.

Atas (1865 1. p.4 1

24.

L ucilo Hermann - "Es tudo do Desenvolvimento de Sao Paulo Itrav~ dl Anil ise

Nogu~iro

_ Reminisei ncias. vol. VIIl, p.128

de uma Radial - A Estrada do Cafe (1935), in RAM., xax, p.7

a

25.

As Atas da Ciman Municipal de Sio Paulo referem-se rua da Liberdade como antip rua do Conego Lege, rna!, de 拢ato, seu primitive nome tena sido rua da Polvora, pOT ester I i instalada. Casa dl POIvon, consttuida pol aiM de 1754. Foi tambem conhecida como Caminho do Carro (cr. O m ino tk MO UN , eb. ete. p.12l)

26.

Map. da Cidade de Sio Paulo (18 10), Comissao do IV Centendno de Sao Paulo, 1954

27.

h peis Avubot, U vro lll, doc. XLVIII, in R.A.M. Xl, p.124

28.

Atllll (186 3" p.l8 1 (20-8-1863,

29.

AIlS (1864J, p.1I 8路119

30.

Atas (18651. p. 144

31.

Ata! (18651.p.182

32.

Jose de Sant'Ana quer " oomprar um rinci o nacional que se acha do lado esquerdo de seu sftio dividido pelo ribeiri"o Ipiranp visto haver-lhe sido tomada uma parte de seu sitio pela estrada nova de Santos construida pelo adadio Jose Vergueiro" (Aw., 1864, p.41 e 130,

33.

D({cio da Cima ra Municipal ao Govemo Provincial, informando sabre Carlos Rath, 23-3-1864 , in Atas, 1864, p.63

34 .

Atas (l 880 J, p.87

peti~o

de


o DlSTRITO SUL DA S~

71

a

35.

Atas (1865 " p. 169 e 180 : requerimentos diversos enviados Comissao Permanente (2J.€j·1865). Varias datas sao concedldas no Tek igrafo (1711-1865)

36.

Atas (1865), p.297

37.

Silva Bruno - ob . cit ., p.650 . Alas (1868), p .87

38.

Atas(t864"p.283

39.

Atas (l 864J, p.31

40 .

Alas(1869),p.4 1

41.

Atas (1871), p.82

4 2.

Atas(1 872" p.19

43.

Atas (l872), p.l06. No ano seguinte, em sessao de 13 de jun ho, a Camara Municipal decide solicitar autoriz a,<ao para demolir a casa que servia de deposito de pdlvora, para pode r dar alinhame nto a uma tra vessa ligando a rna da Liberdade e ados Estudantes.

44.

Atas (1881 " p.182

45 .

Certos matos e capoeiras conhecidos com a nome de caa-guacu (caa - rnato , gua,<u - grossoj : bern conhecidos as de Mooca e Vila Mariana, em meados do seculc XVIII; a zona prc ferida pelos escravos fugitives era a mato grosse de Vila Mariana, do lade de Santo Amaro (cC. Nu to San!a/'UJ. Sio Paulo Historico ) p.30 1

46.

Atas (1822), p.145

4 7.

Atas (1883,

4 8.

Atas (1881), p.3 9

49.

Atas (t88h p .ll3 ; Atas (885), p .44

SO .

Silva Bru no - ob. cit ., Ill , p. I073

51.

Relaterio apresentado a Alfredo Pujol por Antonio de Toledo Pin , 1896

52.

0 prtmeiro matadouro de Sio Paulo Col construido na ladeira de Santo Amaro, tendo sido transferido para a rea Humaita , no bairro da Liberdadc em 1852 (d. Nu to Santene , Sio Paulo (I 881), p.56 ; Atas (1883 " p.245

53.

Atas (l 88 1), p.56. Atas (l 883" p.245

54.

Atas (1884"p.303


72

0 BAIRRO DO IBIRAPUERA

55.

Alas (1885" p.11

56.

Alas (1885" p.26

57.

Alas (18851.p. 143 e 144

58.

Urna c6pia do "Te rmc do Connate que fez a Companhia Carris de Ferro Sao Paulo e Santo Amaro, com a Camara ~fun icipa1 desta Capital para a conslrul;io de urn Matadouro no lugar denominado Rincio do Sapateirc" consla do Rebt6rio apresentadc :i. Camara Municipal de Sio Paulo pelo Presidenle Dr. Pedro Vicente de Azevedo (1893 1

59.

Silva B rona - ob. cit. III, p. 1039, cilando Junius, "Si o Paulo, notes de Viagcm".

60.

Thorman, Canuto - Complete Almanak Administrativo, Comercial e Prof issso nal de Sio Paulo para 1895, p.275

61.

Alas (1889" p.270

6 2.

lallil de Almtida Prado - "Sao Paulo Antigo e sua Arqnttemra", in Btasilcira, 1929, cit. por Silva Bruno, ob. cit. III

63.

Papeis Avulsos - Obras Particulares - Arquivo Histenco da Prefeitu ra de Sio Paulo , anos di~rsos

64.

Atas lias SessOes da aman Municipal de Sio Paulo (Conlelho de Inlendencia), 1890, p. 115. 0 primeiro perrmeuo correspoeoe :i. parte comerctat, 0 segundo acs bairros com igua ,luz e esgcto . Vila Mariana esri incluida no 4.0 distrito do teecetre perimetro, com Flzendinha do Car-no, Born Retire , Barra Funda (compreendendc as chicaras de Bart olomeu Funchal e Cadete Galvio l, Palmeiras, PacaembU , Bela Cintra, Bexiga , Campos do Paraiso, Guanabara, Tamandare, Scuvero, lpjranga, Cambuci, ~l ooca , HipOdromo, Marco da Meia Ugua e Calumbi

6 5.

Cf. Atlas de Plantas Antigas da Cidade de Sio Paulo, pub licadas peta Comi~io do IV Centenari o da Cidade de Sio Paulo, 1954

66 .

Renata SiI~eira Mendes - " Os Bauros da Zona Sui e Ocidcntal ", in A Cidade de Sio Paulo, vol. Ill , p. 273.

6 7.

A 5 de dezembro de 1891 l! defcrido o requeriment o de 127 pcssoas pcdindo que seja dado 0 nome de Vila Clement ino :i. parte de Vila Mariana em que estao situados os lotes de tcrreno que lhes foram concedldcs (Atas, 1891, p.210,

l1 usu~io

6 8. • Alit Nacib' A b 'S4be, -"0 sltm urbane de Sio Paulo", in A Cidade de Sio Paulo, I, p.179 69.

Alas, 1890 , p.22


o DlSTRITO SUL VA S~ 70.

Ata s (1890" p.22

71.

Pedro Domingos Maserolo - " 0 bairro de Vi la Mariana" in Sao Paulo , vel. VHI

73

lIi ~toria

do s Dairros de



ALG UNS ASPECTOS DA ZONA SUL NO SÂŁ CULO XX

Tem-se considerado a epoca da administracdo provincial de Dr. Jose Theodoro Xavier como uma segunda fundacao da Cidade de Sio Paulo, considerando-se as grandee transformacses sofridas pela Capital no ultimo quartel do seculo XIX. No seculo atual, no campo da urbanlzacso, cumpre salientar, principalmente: 1. 0 periodo em que Antonio da Silva Prado e Raymundo Duprat dirigi ram a Cidade cuja obra foi continuada por Washington Luiz Pereira de Souza e Jose Pires do Rio. 2. A a dministra~o de Francisco Prestes Maia, com a remodelaÂĽio quase geral da Cidade, num plano fundamentado na estrutura radial concentrtca. com urn anel de largas avenidas a envolver a area central, e com urn sistema, cuja finalidade seria ligar a zona Norte ao Sui da Cidade. 0 plano de avenidas e numerosos viadutos, pontes e tuners, e servira de base para melhoramentos urbanisticos, que futuras admlnlstraeoes realizario, inclusive em novo periodo do pr6prio Prestes Maia na Prefeitura . 3. 0 periodo de humanfzacro da Cidade de Sio Paulo, em que Faria Lima, retomando 0 plano de Prestes Maia , opera radical transformacro da Cidade de Sao Paulo. 4. A obra des administracces postertorcs a Faria Lima, inclusive a do at ual prefeito Olavo Setubal, em que os Prefeitos Miguel Colasuono e seus antecessores enfrentaram os problemas reacionados com transportes e poluicao do ar, levando os urbanistas a dar maior atencro a construcro do Metropolitano e vias expresses. e conceder prioridade ao problema das areas verdes, considerando que as pracas e jardins sao exfguas, nao


o BAIRR O DE IBIRAPUERA

76 havendo , em tod o mente equipado.

0

penodo urbane , urn unlco parque devida-

Lm virtude do alto e cont inuo Espigao Cent ral que ~ urn des mais caractenstlcos elementos do sruo urbano de sao Paulo - "alongado e estretto divisor de aguas entre as bacias do Tiele e do Pinheiros" - ficaram Isolados os bairrcs localizado s ao sui da Avenida Paulista , ob rigando as adm intst racoes a procurarem sclucoes de ctrculacro intema ent re os bairros e as nc clcc s das duas vertentes. Per tsso, as pianos de urbaotzacso incluem as aven idas de fundo de vale para auxiliarem 0 tra fego. antes exclusbameu te Iigado ao Espigao Cent ral o u csplgces sccunda rios.

As novas avenidas

Duas importantes aveuidas ligarac , pois, de man eira mats raplda , os bairros do Sui ao centro urbane - Q avenida 9 de Julho , que rem onta 0 vale do Saracura Grand e atc as proximidades de suas cabc ceiras, com dois tu neis que, per furando a base do Espigao Ce nt ral, a alt ura do Parque Siqueira Cam pos , atcanca a vertente do Pinheiros e Q avenida ttororo que, remont andc o vale do Anhangabau por meio de tunets. e, atra ves do lbirapuera. ira Iigar a Cidade ao Aeroportc , petas avenida s Ru bem Berta e Washington Luis. a vale do Anhangabau contn buira para dividir 0 bairrc da Liberdade, separando os nucleos da vertcnte ju nto a radial Libcrdade-Vergueiro , de s nucleos da verte nte j unto a radial Brigadeiro Luis Antonio . Tambem. no Paraiso , 0 nucleo esta separado da rua Vergueiro pelo vale do Anhangabau . Tais condicoes topograflcas dificultaram as construcoes nesses locais durante multo tempo , de modo que, iniciando-se a grande urbanizaceo da Cidade , a ausencia de edlflcacscs factlitou 0 planejamento da Avenida Anhangabau ou ltoror6 , ligando 0 Cent ro da Cidade ao bai rro de Vila Mariana e ao Ibirapuera. Esta sera a atu al avcnida 23 de Maio, que bgara 0 centro de Sao Paulo , em concxso com a avenida Rub em Berta , ao Acroporto de Congonh as. Seu tra cado foi aprescntado j Camara Municipal pela Comi ssao da avenida do Anhangabau, tendo side aprovado pcla lei n.v 3 272 de 5 de [evereiro de 19 29 , sendo , em seguida , aprovadas vanes dcsapropnacees. passando, entre, a chamar-se aven ida lt oror6 . Em 193 7, na adrninistracao Fabio Prado , a lei n.c 36 12, de 28 de julho aprova 0 plano para sua const rucso. e, ao mesmc tempo , the devolve a antiga den c mmacso de Anhangabau , mas 0 plano sera parcialmente rnodificado pelo


ALGUNS ASPECTOS DA ZONA SL'L NO SECUL O X X

77

ato n.o 1382. de 15 de marco de 1938. No plano urban rsttco de Prestos Mala, apresentado primciro em 1930 . reformulado em 194 5. sahenta-se 0 chamado sistema Y. "conjunto das Ires grandes avenidas que. quando completes, at ravessarao tcda a Cidade. desde 0 Tiete ate 0 vale de Ptnheiros'" . , segundo esse plano. as hastes do Y seriam as avenidas 9 de Ju lho e Itororo. ligadas ao tron co [avenida Anhangebau Inferior ) realizando-se a convergs ncie ao longo do Piques. Dcssa mancira, 0 sistema Y atcnderia as correntes Nortc-Sul, 0 que leva o prefeito Prestes Maia a decretar "o alargamento de 13 para 30 metros. da rna da Liberdade , entre a praca Joio Mendes e 0 Largo da P61vora ( 500 met ros) , eorrigindo urn estrangulamento que prejud icava as comunlcacees com Vila Mariana." Ambas as avenidas "9 de Julh o" e "A nhangabau" (ex-ltororo - sao muito importantes como Jigayao do Centr o da Cidade com os bairros da zona SuI. Particularmente a ultima . cuja abe rtura sera autor izada por decretos de 1940 e 19432 • envolvendc a construcao de sets viadutos (Luis Anto nio, Jaceguat, Condessa Sao Joaqutm. Pedroso. Paralso, Oscar Hor ta) . urn tu ncl para t ramway com 900 metros de extensro e sets pontuhces". A sua largure seria, con forme 0 trecho, 33. 38 e 50 metros. numa extensrc de cinco q uil6metros, segundo os decretos, estando, ernso, planejadcs os prolongament os na dtrecro de Vila Mariana e do Aeropono de Co ngonhas. o plano sera ampliado pelo decreto n.o 476 de 17 de dezembr o de 1943. no trecho entre 0 Largo Riachueto e a rna do Paraiso, sendo aprovadas as obras de arte anexas, rampas e vias complement ares de llgacro, ajardina mento lateral e recomposicr o de lotcs. No mesmo dia, 0 dccrcto n.o 447 aprova 0 prolongamento da Avenida entre a Praca Rodrigues Alves e a rua Curit iba. Na ad ministratyio Ademar de Barros). pela Lei n.c 5418 de 14 de novembro de 1957, e aprovado 0 plano de abertura da Avenida 23 de Maio (nova denomma cso dada a antiga avenida ttororo" , na adnur ustracro Janio Quadros em homenagem a epopea const itucionalista de 1932) , a parti r da Preca das Bandeiras, pelo vale situado entre os sub-distritos de Bela Vista, Liberdad e e Vila Mariana. em direyao ao bairro de Paraiso c seus prolon gament os. Refere-sc a lei ao plano de abert ura da avenida, cont ido no projcto de Lei n.c 122, de 195.4 , aprescnta ndo modificacces no senudo de the dar maier largura (de 45 para 60 metros . permitindo-lhe maior capacidade de trafego . A ideia e dar a avenida urn carater de "avenida-parque", oferecer tracado menos stnuoso , mais adequado a altas velocidades, permitir 0 estabelecunento de estacees do Metropolitano no treeho entre a Praca das Bandeiras e a Praca Rodrigues de Abreu.


o BAIR RQ DO IBIRAPUERA

78

Novas plantas foram apr esentadas para 0 segundo tr echc - da praca Rodrigues de Abreu a rua Curitiba [Parque Ibira puera), onde tennina a 3VC-

nida 23 de Maio . o novo projeto Olio incluia faixa alem da rna Curit iba par esta r cia incluida nos pianos da construcao do Metropoltta no. Ap6s quase quarenta ano s, a avenida 23 de Maio tom cu -se urna reaIidade. Recebendo tratarnento preferencial na adrninlstra edo de Faria Lima , em janeiro de 1969 e entregue ao trafego 0 neche da pra ya das Bandeiras ah~ 0 espigso da avenida Paulista , e da rna Cubatio ate o lbirapuera . Atcndendo aos mora dores da zona pr6xima ao lbirapuera. a avenida 23 de Maio permite a Hgacsc raptda entre 0 Cent ro e a zo na Sui, principal mente Aeroporto e Santo Amaro. Com a avenida 9 de J ulho - interhgadas, terse quase 9 quilcmetros - regulanzarao e pode rio desa fogar 0 trafego para o Sul . Avenida scm cruzame ntos , mas com viadutos de linha s arqu itetonicas mcdernas. a avenida 23 de Maio te rn carat er de via expre ssa, permitindo a liga'fi o rapida, atraves do Ibirapuera, em conexso com a avenida Rube m Berta , com 0 Aeroporto . Esta iiga'fao foi inaugurada na festa de encerrame nto da administracao Faria Lima , a 6 de abril de 1969, quando tambem, Ioram inaugurados tres viadutos. Tais ob ras fazern do Parqu e lbirapuera urn dos complexes viarlos e patsagrsuc os mais exp ressivos da Cidade de Sao Paulo. "Os vtadu tcs , cujos vi os centrals sao de 52, 35 e 15 metr os , respectivamente, tern linha s arquite re mcas inedi tas no Brasil. 0 qu e esta proximo ao Pavilhao da Bienal, apre senta sua seccro transve rsal lembrando a asa de urn ps ssaro a u aviao, 0 que Ihe emp resta for te expressro plesu ca, e. ao mesmo tem po , da urn toque de tcveza a obra . A Inauguracro de todo esse siste ma viario permite ao paulislano ir do centro da Cidade ao Aeroport o em ape nas sete minute s. E na consrrccso da Ru bem Berta e 23 de Maio - qu e tern 18 viadutos - foram gastos cerca de 44 rrulhces de cruzeiros novos , scm incluir services de ajardinamen to e ilumina'fao" .5. Dots oesses viadut c s passam sobre a avenida 23 de Maio, urn dando vazao ao trafego oriundo da avenida Brasil ate cncontrar-se com 0 segundo que sai a di reita do lbirapuera. 0 terceiro sai da aven ida Rubern Berta , nurna outra avenida q ue da Iiga'fao direta , sem cruza mentos , com Vila Clement ino . viaduto q ue cor uoma 0 monumen to aos her6 is da Revolu'fio Co nstit ucio nalista de 1932, e 0 que fica pr6ximo ao Pavilh30 da Bienal receberam no mes bastante significativos aos paulistas que veneram os her6is da RevoIU'f30 de 1932 - general Euclid es Figueiredo e general Julio Marcondes Salgado .

o


ALGUNS ASPECTOS DA ZONA SUL NO SÂŁC ULO XX

79

Ao serem inaugurados, a placa do primeiro foi descerrada por Ibrahim Nobre e uma sobrinha do homenageado, e a do segundo, por D. Ofeua Marcondes Salgado. 0 tercetro, proximo ao DET, recebeu 0 nome de Imigrames, tendo havido ai, uma pequena cerimonla em que discursaram 0 secreu rto de Obras, Jose: Melches. Ibrahim Nobre, 0 eel. Guilherme Rocha, em nome da famil ia Marcondes Salgado, e o prefeito Faria Lima. A abertura das avenidas 23 de Maio e Rubem Berta facilitou, pots, 0 acesso a tcda zona Sui; alem disso, as obras de recapeamento das vias par onde passa a linha de ombus perrnitem li~rjio rapida com 0 Centro e a zona Norte", 0 que situa 0 Parque lbirapuera numa verdadeira encruzilhada de meios de transports, ideal para a edmtntstracro municipal. A antiga radial Liberdade-v ergueirc on enta -sc no rumo da Estrada do Vergueiro, no sentido SE, na dire~ao do Caminho do Mar, atual via Anchieta, enquanto a Domingos de Moraes-Jabaquara segue 0 rumo do bairro da Saude.

Os bondes elet dcos Ak!'m dessas importantes an enas. convem lembrar a antiga linha de bondes "C arris de Ferro Sao Paulo e Santo Amero?" . A Companhia Carris de Ferro, no fun do seculo passado, compunha-se de sets locomouvas. dez cerros e trinta e quatro vagees, percorrendo 19km de sao Paulo a Santo Amaro, ajem de urn ramo de 2km de Vila Mariana ao Matadouro, com bitola de I ,oSm. Seu acervo, levado em hasta publica por senrenca judicial, foi adquirido em 15 de marco de 1900 , pela Sao Paulo Tramway Light &Power Co. ltd . Esta empresa obteve, pela lei municipal n.c 528, de 6 de julho de 190 1, concessrc para instalacao de bondes elem cos na Capital. Tal acervo era formado por uma ccncessro de linhas de bondes a vapor. desde as ruas Liberdade e Sio Joaquim a t~ Santo Amaro, e das propriedades, Iinhas e respectivos equtpamenros. Pelo contrato de 25 de dezembro de 1902, feito de acordo com a lei n.c 78 1 de 1912 e de setembro do mesmo ano - de acordo com a lei estadual n.c 1275 de 30 de dezembro de 19 10, que autonzo u a tra~ao eletrica em uma nova linha para Santo Amaro - foram retirados da Concessso Estadual os trechos da Estrada de Ferro Santo Amaro nas ruas Liberdade e Domingos de Morais c 0 ramal para 0 Matadouro, toman do-sc parte integrante do sistema urbane . A linha de bondes instalada pela Light segue rigorosamente 0 antigo tracado da Carris de Ferro sao Paulo e Santo Amaro; parti ndo do Largo D. Ana Rosa, desce a avenida Rodrigues Alves ate os Iimites ent re a zona


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o BAIRR Q DO IBIRAPUERA

Sui e a zona Norte , pais ligava diretamente Vila Mariana ao bairro de Sa ntana , pelo bonde " Ponte Gran de" , at ravessandc a parte central da Cidade . Em 1962 e extinta a linha de bondes para Vila Mariana , saindo da ctrculacro, em 19 66 , os bondes da linha Sao Ju das e Sande. As ulti mas linhas , nesse senudo , a serem extintas, sao as de Santo Amaro e Brooklin, a partir de 1967 . Assim, 0 service de transporte para a zona Sui passa a SC f feito exclusivamente por linhas de ontbus. A antiga linha da Companhia Carris de Ferro , com cerca de arame iso-

lando seu leito , com suas paradas mais ou rnenos distanciadas, tinha mais 0 aspecto de uma estrada de ferro do que uma linha de bondes. Tais caractensticas contnb uiram para a formacao de pcquenos ccntros de povoa mento em torno des paradas, com pequenos bares c botequlns, bancas dc jo rnais e revistas , vendedores .k fruta s e gulosetmas , origem de future s bairro s, alguns pertencendo a Vila Mariana , o utros ao municipio de Santo Amaro. Ao longo dessa linha existiam muttas chacaras, a maioria pertencente a alemaes e italianos, 0 que, de alguma maneira faciljtava 0 aba stecimento dos novos bairros com fruta s, hor talicas e flores, favorecendo 0 seu desenvolvirnento, este ndcndo 0 povoame nto no sentido de Saude e Jabaquara e ao longo da radial Domi ngos de Moracs-Jabaquara , prolongando alnda a radial Liberdade-Vergueiro na direcao da Estrada do v erguetro. Dessa maneira , da antiga chacara de D. Mariana Fagundes, loteada e arruada , 0 povoam ento e a u rbantzacao irso esp raiar-se, rumo ao Parque de lbirapuera, fazendo florescer 0 bai rrc de Vila Clementine , onde se tnstala rso a Escola Paulista de Medtctna , 0 Hospital Sao Paulo e 0 Instit ute Biol6gico . Futuramente tambern 0 Hospital dos Servidores, na propria zo na de influencia do Ibirapuera. Our ros nucleos crescerao nas terras do antigo distrito de Vila Mariana, bair ros satelit es do antigo bairro do v erguetro, ou novos sub-distritos que dele se desmembra m como Jabaquara e Saude, com lotea mento mais recente , ou vilas como Miran d6polis, um dos novos balrros de Vila Mariana , nos limites do Bairr c da Sande. A avenida Conse lheiro Rodrigues Alves e a antiga avenida Jabaquara que recebe dcnominacdes novas pela lei n.o 1849 de 5 de marco de 19 15; foi aberta em 1898, no distrito de paz de Vila Mariana, e, antes de se chamar Jab aquar a era conhecida pelo nome de Lins de Vasco ncelos. Segundo essa lei 0 Prefeito e autorizadoa entrar em acordo com os rep resenta ntes do mun icipio de Santo Amaro para estudar 0 prolongamento de seu trajeto "em reta , 0 quanto possrvel, a partir da rna Domingos de Moraes' " ate Santo Amaro, com 40 metros de largura, acompanha ndo a linha de bondes eletricos " desde que os proprietaries cedam grat uttamente os te rrenos necessanos". Posterior mente, a denomtnacro de Rod rigues Alves


ALGUNS ASPECTOS DA ZONA SUL NO SÂŁCULO XX

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sera estendida ao trecho compreendtdo entre a mesma e a rna do Cortume.

A era lias rodovias

A era das ferrovtas, iniciada na segunda metade do seculo XIX, entre nos, t rouxe considcrave is alteracces a paisagem urbana paulistana . Mas, com 0 seculoxx sera responsavel po r novos aspectos, 0 novo npo de est radas adaptado ao mode rno sistema de transporte - 0 automov cl. Autom6veis, jardine iras e carninhoes iraQ subst itui r t roles, carros, carrocas e dmgenctas. Paralclamente a expansso ferrovtarta, 0 advento do auto rno vvl exigira toda uma serie de refonnas e adaptacces , particula rmente nos antt gos caminhos pcrcorridos por tro pas e boiadas, carreiros e cavaleiros. 0 que levara 0 presidente Washington Luis a afirmar que "govemar e abrir est radas". E, nrc apenas as estradas sofrerao reformas radicals, mas tambcm as ruas da Cidade serao condicionadas ao novo tipo de vercuto. Antigos caminhos, alguns dos quais mete aban donados, scrro restau rados .

o antigo Caminho de Santos sera praticamente remode lado em 19 13 , por Rudge Ramos. A remodelacao poderia ter sido feit a, partindo da rua verguclro, mas as condtcoes do trafego , 0 intense movimento de Vila Mariana, levaram Ru dge Ramos a refazer a antiga estrada que passava pela avenida das Lagnmas.". Nos anos em que foi prefeito da Capita l, durante a Primeira Grand e Guerra, Dr. Washington Lu is Pereira de Souza deu enfase especial a conscrvacao das antigas 'estradas, assegurando comurucacao entre os arredores que devcm produzir e os centros que sao os consu midores. Em seu Relat6rio de 19 16, ap resentado a Camara Municipal de Sao Paulo , refere-se as estradas paulistas, tradicionais e histcrtcas, que ligam Sao Paulo a outras cidadcs . A Estrada de Sant o Amaro, sem 0 valor economtco e corncrcial das estradas da Penha , da Cantareira ou do Mar "era a estrada da cate quese e des missces religiosas a Ebirapoera, a Itapecerica, e no Mboy" . Segundo 0 Relatorio " cia comeyava no cruzame nto da rua Franca Pinto com a Umbcrto I, ate encontrar a antiga estrada e daf ate 0 ribei rao da Traicao, dtvtsa da Capital e Santo Amaro " . Sua largura era de 16 metros, ' sendo calcada de paralelepipedos nos 600 metros corres pondc ntes a rua Prance Pinto , continuando em leito de ter ra, permancntementc conservado, numa extcnsao de 5 km. A Prefeitura pre feriu conservar esta estrada como ttgacro entre 0 muni cipio de Santo Amaro e a Capital , e nroa que sc iniciava na Avenida Brfgadeiro


o BA1RRO DO I BJR APUERA

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Luis Antonio par scr a declividade da Franca Pinto men or do que a da Brigadciro. Alem disso a rampa da Franca Pinto ja estava revest ida de paralelepfpedos. No rnesmc Relatono 0 p rcfeito se tnsurgc contra os carros de bo is "pesadissimos ve rculos de eixo m6vel, com rodas grosseiras, fcr radas, ti rados por numcrosas juntas, que sao as mais atrasados, mais rudimentares, mais

barulhento s, mats demorados e mais dispcndiosos meios de transportes" . Dtz ainda que " estrada em que trafega carro de bois dificilmente da transite born a veicu lo de outras espectes, e, como ha lei municipal que proibe entrada de bois na zona ur bana , que sc cstabclccam im pastos sobre verculo s". De fato, as novas condicoes de transite , os novos tipos de verculos exigiam tambc m uma aneracr o no caminho percorr ido pelo gado destlnado ao Matado uro. Asstm, a lei n .o 2002 de 5 de agost o de 1916 pro ibe " a passagem do gado que venha ao Mata dou ro e que entre pela rua Domingos de Moraes, parte sui, pelas ruas conhecidas pelos no rnes de Tanque, Gado, Borges Lagoa , Pedro de Toledo , Bacelar, Leandro Dupre, Luiz Coe lho , Napoleao de Barro s, Ribcirao Pret o , Co ronel Lisboa e Marselbesa (Vila Clementine], qucr no seu destino ao Mat aduu ro , quer no seu regresso aos past os.' Essa proib icao tira 0 aspecto semi-ru ral desse trecho do bairro, mas 0 distrito de Vila Mariana ainda tern uma boa area na zon a rural , pots ain da em 1940 serso aceitas pela Prefeit ura , varias ruas "na zona rura l do bairro de Vila Mariana e distri to de paz de Sande"!" . Nas pra'fas c cruzamcntos de mas impor tantes instala m-se pontos de au to moveis de aluguel , substituindo os antigos carros puxados par dais cavalos. Na esquina da rna Vergueiro com a rua Comandante Saturnino ~ dcsignado ponto para estacionamento de seis carros (ato 169 5,23- 12-1921). No ano seguinte e auto rizado 0 ponto de estacionamento para quat ro carros no Largo D. Ana Rosa, em frente avenida Rodrigues Alves. Melhoramento substancial , indiscutivelmente , que concorre para alte rar, para melhor , em termos de progresso, a paisagem ao lado do lbi rapuera, mas Hue, em termos patsagrsucos. nao podemos considcrar com o sendo 0 ideal. 56 em 1955 a populacro paulist ana dcixara de ver bo iadas tra nsitando per suas mas e bairros. A lei n .o 464 1, de 20 de ab ril de 1955 proibird tran sit e de boiadas a pe pelas ma s e estradas que at ravessam povoados no mu nicipio de Sao Paulo . Na altura de Vila Mariana , da radia l que , do centro da Cldade, atraves da Liberdade e de Vila Mariana, val Itgar-se.a via Anc hieta , em Sao Bern ardo , or tgmam-se duas vias de ctrculacao multo importa ntes: uma , parti ndo do Largo Ana Rosa, pelas aveni das Rodr igues Alves e Ibirapuera, segue a direcao da antiga llnha ferrea, pioneira do povoa mento de s bairros de Indian6 polis, Brookli n Paulista , Ibirapuera e outros; a out ra, partindo da rua Domin gos

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ALGUNS ASPECTOS DA ZONA SUL NosEcULO XX

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de Moraes, segue a estrada Vergueiro ate encontra r a via Anchieta, desviandose. portanto , des bairros que formam 0 atual sub-distrito de lbirapuera. Atualmente , da radial Brigadeiro Luis Antonio depots da avenida Brasil, tambem partem duas vias importantes - uma contornando 0 Parque lbirapuera, com 0 nome de Republica do Libano, sera a avenida Indian6polis de pots que cruzar a linha de bondes , na avenida Ibl rapuera , e segue para 0 aeroporto de Congo nhas . com 0 nome de avenida Washington Luis, indo ate Interlagos. A o utra e a antiga Estrada de Santo Amaro (hoje avenida Sant o Amaro), que, com 0 nome de avenida Adolfo Pinheiro e Jose Dias, vai ate Santo Amaro. Tais vias de ctrculacro ligam atualmente 0 centro da Cidade de Sao Paulo, a bairros distantes, pertenc ent es a diversos sub-distritos. Urn de les e o lbirapuera, com inumeros bairros, vilas e jardins , de aspectos muito diferentes confonne a epoca em que foram loteados. Os loteamentos mais antlgos sao, em gerat, em forma de xadrez, como 0 Brooklin Paulista, mas os mais recen tes obedecem a nonnas urbanisticas mais modernas, com const rucecs isoladas, entre amplos jardin s, habitada s por uma classe media de alto padrao.

Oe primciros loteamentos , abe rtos no que ainda fazia parte da zona rural, quando faltavam certo s melhoramerrtos urbanos, foram, a principio , habitados por uma classe media que s6 aos poucos foi modificando seus pad roes de vida, formando pequenas "vilas" rod eadas de jardins e arvo red o. o mesmo nao se deu com os chamados "ja rdins" que, em geral, obedecem a exigencias de propri etaries mais abastadcs que podem pagar altos precos par lotes cuja area favorece a construcro de amplos jardins, constitu indo alguns verdadeiros parqucs, piscinas e mirantes, segundo projet os confiados a mod emos paisagistas e urbanistas. Afastados de centro da cidade, os "jardins " constituem, de fato os bairros elegant es da zona Sui, com ruas em curvas de nrvel , amplas avenid as arb or izades, lon gc da poluicao propria dos grandes centr os urba nos.

No complexo viario de Vila Mariana cabe lugar de destaque .a t onstrucro do Metropottteno . Deu-se prioridade .a linha Norte -Sui, tend o 0 prefeit o Faria Lima aprovade 0 plano de desapropriacoes apresentado pela Companhia do Metropolitano, liberando as areas necessanas .a construcso da primeira lfnha do metro de Santana ao Jabaquara (1968). As desaproprtace cs atingiram particularmente 0 Norte e 0 Centro, scm interfenr com imc veis de part iculares desde a area central ate a praya


o M IRRO DO IBlRAPUERA

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Rodrigues de Abreu . No Jabaquara as deseproprtacoes comecaram na esquina da avcn ida Jabaqu ara com a rua Pan-Americana! ' . As o bras da linha metropolitana Norte-Sul foram iniciadas, no setor sui,

no trecho 9, com duas estaczes, na Conceicro e no Jabaquara, e. no setor norte. na avenida Cruzeiro do Sui, em meados de 1969 . Em Vila Mariana , 0 trecho 6, com 2100 metr os de extensso, Ioi contra tado nos ultimos dias da administra yao Faria Lima n estendendo-se da rua Verguelrc - entre Tamc io e Largo Ana Rosa - ate' a rna Domingos de \l ora~ent re Borges Lagoa e Pedro Toledo, com suas estacees.

. -; ... ... -A


NOTAS

1.

Prestes Maia - Os Melhorament os de Sao Paulo, 194 5, p. IS

2.

Decretos 0.°282, de 30-12-194 1; 0.0 311, de 16·3-194 2;Decreto-lei 0,0 162 , de 21-9-1940 ; Decr et os 0 .0 3S 1, de 24-8 -1942 e 0 .0 476, de 17-12-194 3

3.

Planejamento (1951·1961,

4.

Lei 0.0 4473 , de 22·5 ·195 4

s.

" 0 Esta do de s se Paulo" , de 31-8-1969

6.

" Folha de Sao Paulo" , de 31-8-1969 - repo rtagem sobre as Administracdes Region ais.

a

7.

Memorbl sab re 0 Servico de Transporte Coletivo apresentado Camara Municipal de Saol'aulo pela The Sao Paulo Tramway , Light &Po wer Co. Ltd., 192 7

8.

Leis e Atos do Municipio de Sio Paulo do ano de 1915

9.

Artur Rudge Ramos - Relat6 rio scbre os traba lhos feitos na Estrada do Verguei· roop .2S-26

10.

Decre tc-lei

11.

" 0 Estadc de sse Paulo", 1H i-1968

12.

"0 Estado de Sao Paulo" ,

0 .0

52, de 14·9·1968

2 9~-196 9



o

NO VO BA IRRO DO I BI R AP UE R A E S E U MOD ERNO PARQ UE

Ao longo dos Irilhos de bonde, as paradas foram se transfonnando em centros de povoamcnto. Alern do centro urbane de Vila Mariana multiplicaram-se os bairros a mcdida que foram scndo lct eadas as antigas chdcaras. , Entre Vila Mariana e Santo Amaro localiza-se 0 sub-distrito de Ibirapuera, separado do Parque do Ibirapuera pelas terns do sub-distritc de Indian6polis. o atual sub-distrito de lbirapuera corresponde ao ami go distrito policial de Brooklin Paulista, com as mesmas divisas deste, elevado a categcria de distrito de paz com 0 nome de Ibirapuera, pelo decreto n.c 2538 , de 28 de junho de 1934, pertencendo ao entao municipio de Santo Amaro. Quando Sante Amaro, por dccrcto n.o 6983 , de 23 de fevereirc de 1935. expedido pelo entre interventor Dr. Armando Salles de Oliveira, deixou de ser municipio. para tomar-se sub-prefeitura subordinada diretamente oj Prefeitura de Sao Paulo. flcou estipulado que "seu limite com 0 sub-distrito de lbirapuera comeca na conIluencia do Ribeirao Pirajussara com 0 C6rrego Pires, segue pelo espigao que deixa, a direita, as aguas deste ultimo cerrego. passa pelo alto do morro do Morumbi e conti nua pelo espigac ate anngir a cabeccira do ccrrego de Paul Arcade . pelo qual desce ao rin Pinheiros e por este ainda ale: fonna r 0 eixo da Rua Bela Vista. que percorre em toda a sua extenssc ate 0 cruzamento com a rua General Os6rio, val em Iinha reta ate a pont e do rio ltapura sobre 0 C6rrego do Cordeiro ou Cupece, pelo qual sobe ate: Sll :! cabeceira mais meridional."


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o BAIRRO DO IBIRAPUERA

An ser criado 0 distrito de Ibirapuera, em 1934 por decreta do intervente r Adema r de Barros (decreta n,c 65 18, de 28 de junho de 1934), tinham side esta belectdos os seguintes Iimites: "Comeca m no rio Ju rubatu ba, na foz do ribeirao cia Traicr o, sobcm este nbetrso ate as suas vertentes, e daf em linha reta do seu galho sctentrional a Estrada. da concereso, dividindo com a Capita l, e da( seguem pela referida estrada, dividindo com a Capital e Sao Bernar do ate enconnar as nascentes do ribeirao Cupece ou Co rdeiro, descem por este ate encont rar a po nte existente nas proximidadcs de Benedit o Camargo e Dr. Lane , e deste ponto , em linha rete ate 0 marco divisorio na Estrada do Circuito do bairro do Taboao e dai em linha reta pelos marcos divisorios com 0 municipio da Capital ate a foz do ribeirac da Tratcao, onde tiveram comcco." Em 3 1 de mar~o de 1938 0 Ibirapuera toma-se 35.a zona distrital do distrito de paz de Sao Paulo . o decreto n.o 9775 , de 30 de novemb ro de 19 38 estabeleceu, para 0 municrpto da Capital, urn dist rito de paz (Sao Paulo) , subdividido em 43 zonas, das quais 40 formavam, sob 0 tit ulo de dist ritos , 0 antigo municipio de Sao Paulo, e 3 integravam 0 antigo municipio de Santo Amaro , com a dcno mtnacso de Sub-Prefe itura . Esta era formada pelos distritos da Capela do Socorro , Ibrapue ra e Santo Amaro. Posteriorrnente , Santo Amaro e Ibirapuera scree sub-distritos , denominacoes mantidas ate hoje, desaparecendo as Sub -Prefeituras, sibstituidas atualment e por Administracdes Regtonats. Uma parte do sub-distrito de Ibirapuera pertence Ii Regional de Santo Amaro , mas outra esta subordinada a Vila Mariana e lndianopolis. Sao unidades dtversas - 0 Ibirapuera do primeiro seculo , isto e. do seculo XVI, quando comecou 0 povoame nto de Sao Paulo do Cam po, 0 distrito da paz de l birapuera de 1934, a 35 .a zona dist rital criada em 19 36 , ou 0 atual sub-distrit o de Ibirap uera, de numero 30 . Ou ainda 0 Distrito Especial, sugertdo pela pesquisa realizada por Delorenzo Neto e Lebret. Na realidade , com a denomtnacro de Ibirapuera temos, o flcialmente, pelo menos : I . 0 sub-distrito que corresponde mais ou rnenos ao an tigo Brookl in Paulista ; 2. Urn bairro no sub-distrito de Santo Amaro (remanescente


o NOVO BAIRRO DE IBIRAP UERA E SEU MODERNO PAR QUE

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denonunacso ainda existente no antigo Ibirapuera de Anche ta e Caiubi); 3. Uma avenida Ibirapuera, cujo prolongamento ~ a avenida Rodrigues Alves e 0 4. Parque Ibirapuera. onde estso instaladas a Prefeitura do Municipio de sao Paulo com suas diversasrepart tcees, a Assemblela Legislativa, alem do Departamento de Transite e outros edificios destinados a reauzacses cultura is ou com fins de lazer. Passados tanto s anos, vive-se em Santo Amaro e nrc no vbapoelra, nem mesmo na sua forma moderna de Ibirapuera. Trabalha.sc no Ibirapuera. isto e, no Parque Ibirapuera, ou procura-se dtstracees em diferentes setores do Parque do Ibirapuera. E, em tome do Parque, formou.se 4Pl novo bairro, ja conhecido sob a dcnornlnacao de Ibirapuera, surgida naturalmente, aceita c apreciada por todo s. E 0 que e hoje 0 sub-distrlto de Ibirapuera ja ni o constitui urn bairro, mas esta t odo dividido em vilas, balrros e jardins, com denonuneezes pr6prias, scm que se de muita enfase a tradtcional denomi. n a ~io que identifica 0 aldeamento indigena do seculo XVI, ou a sesmaria dos padres da Companhia de Jesus. Na realidade, 0 Ibirapuera de hoje, em ultima analise, nao tern muito que ver com 0 v lrapoetra. De fato, as terras que 0 formam estariarn no Caminho de Ibirapuera. e.fariam parte de antigas sesmarias e datas de tetras. Alguns moradores das elegantes residencies em torno do Parque lbirapuera costumam acrescentar a seu endereco a indicalf50 Ibirapuera, como que acentuando uma locahzacrc importante, capaz de indlcar exatamente aquilo que se deseja. Talvez poucos se lembrem de acrescentar Vila Mariana, ou Indian6polis, au mesmo Vila Clementino ou Jardim Arre rtca. quando se trata de enderecos em ruas pr6xirnasas avenidas IV Centeneno e Republica do Lfb ano. Mun o mais sugestiv.o sera Ibirapuera, como acontece tambem em retacro a residencias nas proximidades do Horto Florestal. Nso e mesmo verdade muito mais interessante viver no Horto Florestal ou no Parque Ibirapuera, denorm necees que imediatamente sugerem area verde, ar puro, silsncio e paz? Nos anunctos de tmovcts a venda ou para alugar, muitas imobiliarias adotarn a mesma norma, c l birapuera toma-se. assim, uma des vantagens do negocto. Entre podemcs cornprar urna casa em rna proxima Ii avenida IV Centcnano , no lbirapuera, ou junto aavenida Republica do Lfba no, Parque Ibirapuem, ou na Vila Lusitana, no Ibirapuera. Mesmo em documentos ol1ciais, para maior facilidade de ldennflcacro, ja se vai adotando a norma de identi ficar escolas. hospitals, reparucoes em geral, ecrescentando-se ao endereco. a indicacao de bairro de Ibirapuera.


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o BAIRRO DO IBIR APUERA

Certos cadastros, orgaruzados.e spcctalmcntc para uso inferno em determinados services, tarnbem j<i estso scndo fettos com essa mdicacao . Alguns enderecos nas Listas Telefc nicas, tambcm trazem em alguns casas, a tndicacao de Ibirapuera como bairro . E ale convites para casamentos, alem da rua e do nume ro , trazem, a gutsa de esclarecimento, 0 nome do bairro de Ibirapuera, e nrc 0 sub -distrito de Vila Mariana. o Ibirapuera do scculo XX nr c e, para muttos rnoradores da zona Sul, au para a maioria dos habitantcs da Cidade de Sao Paulo, residentes em outros bairroe, nem 0 Virapoeira do scculo XVI, nem 0 antigo Santo Amaro, nem 0 sub-dist rito de Ibirapuera (antigo Broo klin Paulista], au qualquer bairro de uma dcssas unidades, mas apcnas 0 Parque do Ibirapuera que constitui, com sua admtntstracso propria , seu conjuntc arq uitet6nico e patsagrstico, suas mas adjacentes, um bai rro especial , diferertte dos dcmais batrros. vilas, jardlns ou parq ues paulist anos, rcuntndo funcdes bem defin idas e de amplo alcance . Seu contcudo, sua propria esscncia , fazem do Parque do Ibirapucra um "bairro especial", na Histona des Bairros de Sao Paulo . Pertence a histc ria do Distrito Sui da Se, mas suas condicoes, sua evelucr e , ddo-lhe um aspecto todo especial que mesmo nao sendo 0 "Distrito Especial" de DeLorenzo e Lebret me rece um estudo especial , com suas rarzes no mats antigo Sao Pau lo .(*) Para 0 bairro de Vila Mariana e scus arredores , 0 Parque Ibirapuera representa 0 que 0 antigo Parque da Varzea do Carmo, 0 moderno Parque D. Pedro II representava para os mo radores do bairro do Bras. Ou 0 que foi, po r multo tempo , 0 Jardim da Luz, no caminho do Guare . A varzea do Ibirapuera, valorizada soh a denormnacro de Parque do Ibirapuera, representa os pulmees de Vila Mariana e Imcdiacoes. E 0 verde, o ar pu ro e a beleza. E morar numa das mas do Ibira puera chega a ser ate um privilegio . Os novos loteamentos e melhoramentcs substanciais nas ant lgas mas, a extc nsso da rede de esgoto a Vila Mariana (19 12), a pro i bi~ao da passagcm do gado em determinadas mas (1916) , 0 estabelecimento de pontes de estac ionamento de automoveis de aluguel ( 19 21 e 1922) , com as duas artenas mais importan tes - v erguctro e Domingos de Morace - conveniente men te calcadas (lei n.o 1123 de 5 de setembro de 1908 ) e novo tipo de edtflcaczcs de pad rao mais clevado, nao fazem Vila Mariana muito diferente des balrros vizinhos , Liberdade e Paratso , embora com menores atividades comerciais.

(*J Reforma Polftica-Administrativa do Municipio da Cap ital - R.A .M., CLXX .


a NOVO BAIRRO DE IBIRAPUERA E SEU MODERNQ PARQUE

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Na verdade , Vila Mana na e urn prolon gamento do bairro da Liberdade, e difcrencas sensrvets na sua populacao so surgirao mais ta rde, quando em mas multo proximas ao Centro irao instalar-se numerosos imigrantes de origem oriental 0 que nrc acontece ra logo com Vila Mariana. Embora seu povoamento contin ue a espraiar-se em todos as sentidos na v arzea do Ibirapuera ainda existe urn grande vazio, a cont rastar com a densidadc de poputacao de out ros trechos do bairro. Esboca-se apenas 0 que sera 0 bairro de Iblrapnera. vizinhc ao lnstituto Biologico, que fora criado em 1928, pa r Dr. Fernando Costa, quando secreta rto da Agriculture do Estado de Sao Paulo . Com sessenta metros de frente e quarenta e cinco de fundo, criado especialmente para investigacces no terrene da patologia de todos os seres vivos, situado a Avenida Consclhctro Rodrigues Alves, 0 Instit uto Biologico fica dentro de urn parque de 332.000m 2 •1 A fundacr o do Institute Blolcgico coincide co m 0 lancamento do que sera 0 futuro Parque do Ibirapuera. o mapa topograflco da Ctdade de Sao Paulo, de 1930 , consigna 0 local do Parque do Ibirapuera, at ravessado pelos corrcgos Boa Vista ou Caguacu e do Matadouro , tambem conhecido por Saparetro ou do Co rtume. Com a Invcrnada dos Bombeiros nas proximidades das mas Manuel da N6brega e Abrlio Soares, 0 Hospital Zoofilo e a Estacao Elevatoria RAE, na rua Franca Pint o, e 0 Instituto Biol6gico, na Avenida Rodrigues Alves, 0 Parque do Ibirapuera, limitado pela Auto-Estrada c pela linha do Tramway de Santo Amaro, nee e mais do que urn vazio, urn vasto espayo dcserto no mapa da Cidade. As terras da Varzea de Santo Amaro foram motive de disputa, per muitos anos, ent re a Munidpalidade de Sao Paulo e particu lares. De acordo com a lei n.o 16, art. 38 , § I , de I3 de novembro de 1906, que passou a ser o § I do art. 19 da lei n.o 1038 de 19 de novembro de 1906, arnbas estaduai s, o municipio de Sao Paulo e proprtetario de um milhgo e meio de metros quadrados na Varzea de Santo Amaro. Esta aflrmacao foi feita pelo sub-procurado r da Prefeitu ra, em seu Relat6rio ao prefeiro Dr. Pires do Rio em 1926 2 • Essas leis transfc nram para os muntcrptos paulistas, para a formacao de suas cidades, vilas e povoados "as tetras adjacentes as povoacs es de mats de mil almas. em raio de circulo de sets qutlomet ros, a partir da praca central.". Ora, a questro de terras ent re a Municipalidade de Sao Paulo e part iculares quanta a posse da v arzea de Santo Amaro, esta ligada ainda a chamada "Lei de Tetras" , lei n.o 601 , de 18 de scte mbro de 1850, regulamentada em 1854, e que dispunha sobrc 0 registro e legaltzacr o de terras, procu rando depo is de extinta a Lei dos Morgados com a Lei das Partilhas (1 835), evitar os frequentes litrgtos e estabelecer c1aramente 0 direito de anti gos sesmeiros e


o BAIRRO DO IBIRAP UERA

92 possetros.

Nos termos do art. 3 , ยง 2, da lei n.c 60 1, sao tetras devolutas as que nao se enc ontram no dommio particular. pol qua lquer titulo legitimo , nem Coram havidas poT sesmarias e outras concessoes do govemo geral ou provincial , amda em vigor . De fato, parte des terras da varzee de Sant o Amaro per tence a Municipa lidade , mas Dutra part e e objcto de retvtndtcacoes. Alem disso, W. uma a'fao de divisac promovida per Olympia Mon teiro e sua mulher . Alegam estes , associados a terceuos, serem proprietaries de todo 0 im6vel, sob fundamento de que ele sempre fora dominic privado, como part e do sitio lberava, situadc na v arzea de Santo Amaro , ent re 0 ribeirio Uberaba , denomi nado Iberava antigamente , e 0 c6rrego do Sapatei ro, Co rtumc ou Matadou ro, antigo cor rego das Ped ras, e entre a est rada velha de San to Amar o e a rua Nova, per onde passavam as vales divis6rios dos campos realengos. Numa Iista de razze s apre sentadas pelos apelantes destacam-se algumas que citaremos, por servtrem mais diretamente como contnbutcrc, pelos nomes que contem, a hist6 ria do povoam ent o que consn tutra. pos ten ormente, parte do atu al sub-d istrito de Vila Mariana , que e 0 Parque do lbirapuera. antigamente, teria side propnedade do coronel Francisco Pinto Perras ", e confrontava

o sruo,

"pelo ribeirdo Uberaba au Ibemva. com terrenos pertenaentes aos sucessores dos sesm eiros Draz AnQo, Garcia Vetno. Femdo

Dias Paes e outros" nome s esses encont rados entre os antigos mo radores do Caminho de Vim poeira: " pelo corrego das Pedras, atual do Sapateiro, com os campos da varzea do Ceguacu , tambem conhecidos por Campos da Nay3o , on de veio depois estabelecer-se a cone go Joaquim do Monte Carme lo, antecessor de Antonio e Cust6dio da Costa Nascimento, e onde se acha atu almente a Invernada do Corpo dos Bombe iros ; e pela est rada velha de Santo Amaro ou caminho que do Caguacu ia a Ermida de Sant o Amaro , com os antecessores de Dr. Leopo ldo Couto Magalhaes; e pelos vales - hoje Rua Nova de Vila Clement ino , com os campos conhectdos por Campos Realengos, que pertenciam a Real Fazenda da Capitania" . "E m 24 de ma io de 1803 0 Tribunal da n eu eso. depots Casa de Sup licacao - tomando conhecimento de urn recurso interposto pclo Cel. Fran cisco


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Pint o Ferraz da sentenea co ntra si p roferida em Si o Paulo pelo juiz dos Feitos da Coroa e Fazenda da Capitania, nu ma just jflcacdo e manutencro de posse promovida pelo mesmo Ferraz contra a Real Fazenda da Cap itania, relativamente ao mesmo im6vel, com oposicro do cap. Gab riel Jose Rodrigues e sua mulher - deu.Jhe provirnentc , para declarar que os terreno s da questso nao eram da co rea. e sim, de propriedade e posse do apelant e, tu do nos termos da carta de sentence passada em 29-9 -18 13, e constante dos t rtulos e Documentos Part iculares, e de uma reproducro fo tograflca." . -Pcr escritu ra particular passada nesta Capital em 22-6路183 1 pelo punho de J ose da Cunha Paes, 0 Cel. Pinto Ferraz doara 0 im6vel, pelo valor de 50 1000 a sua nora D. Francisca de Assis Duarte, casada com Manuel Pinto Ferraz, escrttura esse assinada por Jose da Silva Marceana , a rogo do doador , em p resence das testemu nhas pe. Bento Anton io de Barros e Ezequiel de Moraes Santos, e aceita por Luiz Bernar do Pint o Ferraz, na ausencia do don atarto, tendo sido paga a respect iva siza, na tmportan cta de 35 000, em 13-6.1860 , po r seu sucessor Inocencio Machado de Barros." A pedido de Francisco Machado de Barros essa escntura ter ia sido tran scrita , em 18.7路 189 5, no Livre de Notes n.o 5, fls. 97v , 5.0 Tabelio nato de sao Paulo . Uma parte do im6vel, a esse altura ,ji tinha side vendida po r 100 $000, po r D. Francisca de Assis Duarte e seu segundo marido Antonio Vaz de Almeida, a Inocencio Machado Ferraz de Barros, segundo uma escrttura particular de 1-1 -1 8 54 , passada em Ribeirao Pires, pelo procurador dos rnesmos, Jose Pint o Fcrraz . No mesmo ano, pe r escritura part icular ainda, vend eram a Amaro Antonio de Moraes, por 75$ 000, parte do im6vel que "ve rna para 0 c6rrego das Pedras, em comum com terras vendida s a Inocencio Machado de Barros" . Assim, 0 sitio Uberava passa a pertencet, em comum, a Inocencio Machado de Barros e Amaro Anton io de Noraes. Em 1860 , Amaro Anto nio de Moraes e sua mulher venderam sua parte, po r 100 5000, segundo escritu ra passada em Sant o Amaro, a Delfino Moreira que , pa r sua vez , ven de-la-a a Pedro Rodr igues Pereira Caldas Filho, por 150 1 000, em 1880 , a quem, por sua vee, Inocencio Machado de Barr os e sua mulher venderao a sua parte por 200$ 000 . Ja em 1879 Pedro Rodrigues Pereira Caldas Filho con tratara com Lino Jose dos Sant os, a guarda e a co nservacro do im6vel por quarenta anos , prazo este a finda r em 2 1 de setembro de 1919. Este contrato e apresentado, no processo , po r reproducao fot ografica , e cert tdse s do 1.0 e 2.0 Cart6 rios de Registro de Titulos. Co m a morte de Pedro Rodri gues Caldas Fi!ho , seu fi!ho , de igual nome, entre em pleno usa e gozo da propriedad e, vendendo uma part e do srno Uberaba pe r 10 contos de reis a D. Elvira Magro , e outra parte a Rasmin io F. Favero , em 31 de maio de 1923 . No mesmo ano D. Elvira


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Magro vende urna parte do seu terre ne , por 50 contos de reis, a Dr. Jor o Odorico da Cunha Gl6ria, e Rasrmnio Favero vende 20% do seu a Olymp ia ~Ionteiro .

Estes. alem de outros ar gument os de menor interesse para 0 nosso estudo, sao" os principais argumento s apresent ados cont ra as pret enszcs da Municipalidade de Sao Paulo . Esta , pe]o scu Depa rtame nto J undico contes ta 0 valor des documcntos, nao lhes reconhecendo valo r como prova de domfnio, afirmando que a Municipalidade possuia te tras na Varzea de Santo Amaro , inco rpo rada a seu patrimOnio pot decreta estad ual 0.0 2669 de 17 de maio de 1916. Este decreta , ao qual se refere 0 Relat6rio apresemado pelo prefeito Washingto n Lutz Pereira de Souza a Camara Municipal de Sio Paulo . na parte relativa aos Terre nos da v araea do Iblrapuera inclui ao pat rlmcmo municipal " duas areas dc terrenos na varzea do Ibirapue ra, caminho de Sa nto Amaro, co mpreendida pelo vale des nb eiroes das Pedras, Ube raba , Tratcr o, Agua Poore e Cupece, desde a Iinha da Estrada de Ferro Sao Paulo e Santo Amaro a t~ 0 do Pinheircs". corresponde ndoa uma area de 164 1.33 2 m1 e outra de 382.250 m~ ." . En tre os argumcntos da Municipalidade salient amos particul anncnte os que se rcfcrcm a dcn onu nacocs dadas ao local e aos acidentcs. En tre os documentos apresen tados h:i rcfcrencia ao " c6rrcgo das Ped ras" em epoca em que 0 mesmo ainda era conhecido pelos no mes de Umbucava e Urubuquicava (1 820-1846) . Esta s eram den omma cze s dadas a toda aqucla parage m so recentemente conhecida como Ibirol'u era(" ) afirma o procurador da Camara em seu Relate rio . Tais dtscrepfncias invalidaria m cs do cumen tos, de modo quc 0 sub -procurador da Camara , Dr. Jodc Octaviano de Lima Ferreira - nao obs tan te 0 par eccr do dcsem bargado r Dr. Po llcarpo de Azevedo que "cxa minando a doc umcntacso". a firma quc " toda essa documentacro rnostra . com toda evidencia, que as tetr as referidas nunea foram devclutas: acham-se no dom rnto part icular h3 mais de urn seculo" - ao ap resentar seu Relat6rio, espe ra que "tanto a Dr. Po lycarpo de Azevedo , co mo os Drs. Cost a e Silva e Pinto de Toledo , sejam contraries as pret ensses des embargantes'" . A divisao do suio Ibira puera fora requ erida pe r Olym pio Mo nteiro e c urros COl feveretro de 192 4 , te ndo a Munic ipalid ade con tes tado a aero, arguin do a falsidade dos trtulos em que os promoventes fundam 0 seu domini o . Out ras acoes de rewindtcecao foram movidas pela Municipalidade sobre terren os na varzea do Ibirapuera mas como alguns documento s estao ( ~) 0 grifc

nao

f: nosso. salicn tando, po rtant o. que

c mais 째 aklcam en lo de indios de Anch ic ta .

0

l hirapue1U de hoje na rcalidadc


o NOVO BAIR RO DE I BI RA PUE RA E SEU MODERNO PA RQUE

os

relacionados com os da aero prcposta po r Olympio Mo nteiro, D. Elvira Magro e outros nada sc decide de posinvo ncssc ana. Alem dessas, foram iniciadas , em dezemb ro de 19 26" oile nta c cinco revindicacdcs tie posse, das quais onze rcfercm.sc a terren os na varzca de Santo Amaro , compreendendo area ap roximada de 58 .869 ,91 m" , abrangendo as qucstocs do Ibirapuera, inclusive a citada divisac , uma area de cerca de 1.500 .000m 2 . 6 . Ao ap resentar seu Relat6rio (19 26) a Camara Municipal de Sao Paulo , o prefeito Dr. Pires do Rio rcfere-sc a ncccssidade absolu ta que a po pulacao de Sao Pau lo tem de mais areas verdes. "lmpunha -sc a iniciativa de um vasto parq ue , uti! a higiene da populacao urbana ", diz ele, lembra ndo que a mcnos de dez minute s da Liberdade ou tie lhgienopch s, nas viztnhancas da Vila Mariana e do Jardim Acllrnacao ha uma vasta ext cnsao de terrene pub lico, vazia de const rucocs". situada na pla mcie que come<;a no sopc da ce lina de avenida Paulista , ent re 0 fim da Rua Brigadeiro Luis Anton io , a Estrada de Santo Amaro , 0 C6rre go de Uberaba , a cuja margem esque rda fica lndianopolis, limitados po r Vila Mariana e Vila Clement ino" . "Tais terrenos - lnvernada des Bo mbeiros e Chacara do Ibirapuera - prestaru-sc admiravelmente, a construcso de urn jardim ou parque, com area igual a do Il yde Park de Londres, ou mcrade da area do " Bo is de Boulogne" de Paris" . As ten tauvas de reivindic;<;ao de posse dessas terras contr ibuem para retardar a exec ucao do pla no do prefeito Dr. Pires do Rio . Entre tanto , ele Vt\ com sausfacro, que 0 proccsso tom a rumo favoravel a Municipalidade, de modo que , sc nrc houver, na sua gestae, tempo para a const rucro do Parque , ao mcnos ficara, para 0 fu turo , uma area de 3.000 .000m 2 , livre e desimpedida. Na sua o plniao , na cidade em plena expansro, a posse de terrenos ainda pa r const rutr, eo passo mais diffcil e dcmorado . Ou tras vant agcns ainda sao lembradas pclo pre feito :

"0 projeto particular de constr ucao de uma estra da de rodagcm pavimentada, entre Sao Paulo e Santo Amaro . Essa via de cornuntcacr o, revestida 'de concreto, ao atingir a margem do c6rreg o Uberaba , que separa Indian6polis de Vila Clementino, na vizinhanca do po nrtlhso da linha de bondes de Santo Amaro , bifurcase: urn de s ramais segue para Vila Mariana , pela avenida Co nse!heiro Rodrigues Alves, e outro procur a 0 fim da rua Brigadeiro Lu is Antonio . Esses da is ramais abra ngem precisamente 0 terreno da Invernada dos Bombeiros e da Chaca ra do Ibirapuera , que deverso constituir 0 grande parque futuro".


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Todavia, no momenta , na vareea do Ibirapuera, 0 que realmente a Prefeitura possui, e apenas 0 dep6sito de lixo, comparume nto fecbado, onde o lixo sofre Jigeira ferme ntacro. dlstribuldo depots a chacaretros. para utili-

zarem como adubo. Mas, a zo na tende a tomar-se residencial, pois logo sera fechado 0 Maladouro da Vila Mariana", cuja instalacao fora tao elogiada no seculc passado, quando, de fato, a seu modo, constituira urn dos fatores do desenvolvimento do bairro. No momento , pc rem. tais instalayoes sao impr6prias e precana s, junto 3 0 C6rrego do Sapateiro, scm vazro suficiente" para 0 transporte higit!nico do afluentc " , segundo as palavras do Relat 6rio. Alem disso, a mstalacao, j unto as margens do ribeirio, de uma rudiment ar fabrica de sebo prejudicava bastante 0 baino, afastando eventuais interessados em ai construir suas residencias. o bairro de Vila Mariana, pelo norte, cercava 0 local des currais, a que chegavam, diariamente, perto de duzentas reses. No scu caminho para 0 Matadouro , vinharn as boiadas de Osasco ou da estacro fcrroviaria do lpiranga. Em 1917,0 prefeito Washington Luis pedira Camara Municipal auto nzacro para vender, em concorrencia publica, alguns lotes da Yarzea Ibirapuera. para

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"neles serem estabelecidas pequenas granjas com 0 intuit o de auxiliar, com medidas complementares, 0 desenvolvimento dos arredores na pequena cultura para barateamen to da vida" , Alegando que : " hoje 0 municipio, para ter alguma terra, ainda disputando, dentr o da recente doa~3o do Estado, num raio de sets qunometros da praca principal, restos inundaveis da varzea do Tters, pedacos das bandas de Santo Amaro, ou inccrtas herancas de aldeias de indios, mantidas ainda nesse estado de ignorancia c pelo temor dos moradores vizinhos, solicita aprovacso para divrsro dos mesmos lotes e autortzacso para vcnda deles em hasta publica, a PTe90 rmnimc de 800 rs. 0 metro quadrado." Assim, uma parte das terras limitadas pela estrada de ferro (avenida Conselhciro Rodrigues Alves), linha pcrimetrica , estrada vel ha de rodagem para Santo Amaro e ccrr ego do Sapateiro ou do \f atadou ro, foi dividida em IOICS, cada um com dois mil e poucos metros quadrados". Os primeiros compradores foram Rosa Nastari, Antonio Santinon i, Giordano &Cia, Raphael A. Borba e Francisco Giordano, tendo sido lavradas


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as escrituras no 8.0 Tabeliao. Uma scgunda concorrencia dcveria ser feita imediatamente, mas foi adiada par causa da epide mia de gripe que atingiu Sio Paulo com extrema vic lencia, em 19 18, a tal ponte que a renda do patrim e nlo nio atingiu a quantia orcada na lei do cre amentc desse ano. A Municipalidadc vendera, pais, parte dessas terns, mas conservara a posse das tetras entre a avenida Franca Pinto e 0 C6rrego do Sapateiro. Por permute com 0 Governo do Estado adquirira a zo na compreendida ent re esse C6rrego e 0 do Caguacu, isto e, a parte maior da Invernada dos Bombeiros. Tambem adquirlra 0 terreno entre esse c6rrego e 0 fim da rua Abil io Soares. o Oovemo do Esta do de sao Paulo, em 1914 , ja conc1uira a discrimina ~ao dos terrenos situados nos bairros do Matadouro e Sande, Fixando a linha que separa a zona municipal da estadua l. Pelo decreto 2669 , de 17 de maio de 1916, dec1arou incorporados ao patrim6nio municipal os terrenos devolutos contidos naquela zona. Em virtu de desse decreto, combinado com as leis n.c 16 e 1038, sao do do minic mun icipal os terrenos que constituem uma area aproximada dc 1.500.000m 2 • "c uja linha divis6ria comeca no cruzamento da rua Nova com 0 corrego do Sapatetro. onde existe urn valo; segue esse valo ate a estrada velha de Santo Amaro ; por esta , na d ire~o sui, ate o marco cravado na beira da estrada, junt o a chacara do coronel Piedade; ~esse ponto, acompanha a linha perimetrica do circulo com raio de seis quil6metros, at e 0 Ribeirao Uberaba, segue por estc ate scu afluente , c6rrego das Eguas, ate alcancar a Rua Nova, e, por esta, na dtrect o nort e, ate 0 ponto inicial, confronta ndo, ao No rte, com a Invernada do Corpo dos Bombeiros, a Este, com Vila Clement ino, ao Sui, com a Cia. Territorial Pau!ista , Antonio de Andrade e outros, a Oeste, corn Dr, Bento de Camargo e outros"." , Segundo 0 Relat6rio apresentado ao Prefeito Dr. Pires do Rio par Dr. J. Octaviano P. Lima, a maior parte desses terren os acha-se sob posse do municip io, com area aproximada de 1.200 .000 metros quadrados, da qua l 76.905 foram defmitivamen te reivindicados a Antonio Francisco de Salles, Manuel dos San tos Canada, Manoel Joi o do Rego, Rosario de Napoli, Augusto Gomes Teixeira e Jere Miguel dos Sant os. Dutra parte ainda estarta sendo reivindicada pela Prefeitura. Refenn do-se as a~6es reivindicat6cias, pretendendo que parte do sitio Iberava, situado entre 0 rtbetrso, Uberava e 0 C6rrego do Sapatetro, constitui


o BAIRR O DO IBIRAPUER A dominio privadc , Dr. J . O. Pereira Lima estende-se sobre 0 assunto apresentando relat6rios sobre as trabalhos periciais mostrando a falsidade dos documentos, 0 que se verificou comparando-se as assinaturas neles contida s, com assinaturas comprovadamente auts nttcas. encontradas nos papets de varies Cart6 rios. Alguns documentos continham rasuras e foram apagados quimicamente , segundo 0 relat6rio do Laboratorio da Policia Tecnica, datado de 12 de abril de 1927, assmado pclo chefe do Laborat cno, Carlos A. de Sampaio Viana, e pelo sub-chefe Moyses Marx. Pode-se ter uma ideia de situacao dos terrenos em litigio por urn cliche do Relat6rio, com a planta "do terreno compreendido pela estrada velha de Santo Amaro, Iinha separativa da zona municipal, rfbelrso Uberaba (verdadeiro Uberabinha) , corrego das Bguas, rua Nova e C6rrego do Sapateiro" , abrangido pela a9ao de divisao requerida per Olympia Monteiro e sua mulher. o seu perimetro compreende as areas de reivindicacao cont ra Damiao Barretti e irrnao, Francisco Pompeo, J0<10 Rodrigues e out ros. De posse de tats terrenos e ja no fim de uma demanda vitoriosa sobre uma area de perto de dais milhdes de metros quadrados, a Prefeitura enceta a construcso de urn grande parque, iniciando em 19270 amanho das tcrras e a plantacao <las primeiras arvores. A construcro de tal parque iria tri plicar a superfic ie des jardins da Cidade. Nessa epoca, para uma poputacr o de perto de urn milhdc de habttantes, Sao Paulo possuia apenas 926.839 met ros quadrados de parques e jard ins. Entr etanto , enquanto 0 Prefeito pcnsa em trans formar 0 Ibirapuera em logradouro publico, transformando a varzea em belo parque, na Camara Municipal de Sao Paulo dtscutc-se urn projeto de lei que autoriza a Prefeitura a tomar providencias para transfcrencia do Jockey Club para os terrenos do Ibirapuera". Lido pelo sr. Gofredo Telles, pelo artigo n.c 1, "a Prefeitura e autori zada a promover, mediante acordo de direito, a t ransferencia do Jockey Club para os terreno s publicos do Ibirapuera e Invernada dos Bombeiros". Pretende-se com tal transferencia, transformar 0 prado da MODca em jardim publico, necessarto a uma populacro a que falta tal beneficio. E, defendendo 0 projeto , 0 vereador salienta que a oportunidade nasce com a terrrunacr o do grande processo, em virtude do qual a Prefeitu ra "m eres de urn longo e patri6tico esforco, lucorporou os terrenos do Ibirapuera ao pat rim6nio municipal" . No Relat6ri o de 1927, apresenta do a Camara, 0 prefeito Dr. Pires do Rio refere-se ao fato de estar ja fechado 0 Matadouro de Vila Mariana e lembra que


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"A cidade espalhava-se para 0 suI. Alem do Matadouro j<i se edificava 0 bairro de Vila Clementi ne, cujos terre nos foram vendidos pela Municipalidade. 0 bairro de Vila Mariana cercava, pelc norte, 0 local dos curraes a que chegavam diariamente perto de 200 reses."

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Como 0 Matadouro esta situado margem do C6rrego do Sapateiro, corrego de fraea vezso, 0 seu fechamento foi aplaudido pelos bairros prejudicados pela passagem das boiadas e pelos que tinha m como vizinho urn tanto inc6modo 0 c6rrego mal.chetroso. Percebe-se 0 estado de euforia do prefeitc Pires do Rio, pots, fechado o Matadouro, os terrenos da varzea do Ibimpuem poderiam ter urn destine mats glorioso do que urn obsoleto Matado uro. o proje to, que tern 0 n.c 90 , apresentado em 19 28 , na Camara Muni. cipal, chega a ser aprovadc em segunda dtscussro, mas a iniciativa de Dr. Pires do Rio e vencedora na disputa entre a Camara e a Prefeitura , e 0 viveiro de plantas, perte ncentes a Dfvtsro de Matas, Par ques e Jar dine, futuro viveiro Manequinho Lopes'" , ira se tornar 0 embriao do futuro e magnifico Parque do Ibirapuera. Para tal, a Prefeitura de Sao Paulo revoga, na gestro Prestes Maia, 0 plano de lotea mento de terrenos municipais na varzea do Ibirapuera, que tinha sido autorizado pela lei n.o 2122 de 12 de marco de 1918, no trecho com preendido entre a rna Franca Pinto, a avenida Conselheiro Rodrigues Alves e a avenida Indian6polis. . Em seu Relat6rio, 0 prefeito Prestes Maia lembra que 0 processo reivindicat6rio de posse de terras da varzea do Ibirapuem nso se iniciara nos ultimcs tres anos que correspondent sua admtntst racso e nem tinha side dada ainda uma decisac final, mas tin ha certeza da vit6ria do Municipio na A~ao de Divisac do sitio Ibimpuem . Em livro denominado lbirapuera, Imenso Grilo, foram publieadas as razzes da Prefeitura em tao importante a~ao judicial. Pelo decreto-lei n.o 3 1, de 7 de maio de 1940 , a Prefeitu ra eautorizada a adqu irir , mediante pennuta , areas vizinhas, necessarias regularizacao do perrmetro do Parque do Ibirapuera. Em 1942, t res areas de terre nos na varzea do Ibimpuem, sao declaradas de utilidade publica. Muito significativamente, j<i em 1936 11 tlnha sido -escolhida a entrada do futuro Parque, na Avenida Brasil, como local ideal para 0 monumento as Bandelraa. A entrada do Parque que deveria ser urn monumento ao born gosto em materia de paisagismo , s6 poderia caber uma obra monumenta l que sirnbclizasse 0 verdadeirc esprrno paulista. E nada mais, portanto, que se situasse esta no Caminh o de Virapoeira , po is muitos foram as ban deirantes que viveram "por essas bandas", e de suas terras satram para 0 serteo.

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Victor Brecheret ja tinha apresen tado, em 19 20 , a rnaquete do Me numento :is Bandetres. mas 56 posteriorm ente ele foi executado, ap6s alguns remanejamentos do projeto, que foi, " finalmente realizado com base nas ligulas de am plos pianos simplificados e geometrizados, de frslco ideal em sua monumen ta lidade vigorosa , urna grande Massa de granite, macicamente fixada a terra", como dira Ar aey A maral' ? a prop6sito de uma expostcso das obras do escultor na Fun da ~ao Arman do Alvares Pent eado, em novembro de 1969 . Compoe m 0 monumento blocos superpostos de granite de vinte a vintc e cinco to neladas, com SO metros de comprimento, 15 met ros de largura e 9 metros de altu ra. Suas figuras - bandetrantes e in dios - tern cinco metros de altu ra . Por decreta n.c 1078 , de 6 de agosto de 1949 ,0 Executiv o Municipal dispce sobre a localfzecr o , no Parque do Ibirapuera, na parte centra l da praca circular, localizada no prolongamento da avenida Brasil, a mil e cern metros aproximadamente , da avenida Brigadeiro Luis Ant onio, do Monumento aos Mortos de 1932 , cuja erecso se acha prevtsta pelo artigo 19 das Dispostcoes Transit6rias da Consututcrc do Estado. A pedra fundame nta l do novo Mon ument o ~ lanca da como parte das come moracoes do 9 de J utho - data do initi o da Revoluyao Constitucio nalista de Sio Paulo. Nao ape nas Monumen to, mas tambem Mausoleu dos hercis da Revolucro. Executado pelo escultor Amadeo Ernenda bile, 0 Obelisco Mausoleu da Revolucso Con stitucionalista de 1932 tern setenta metros de altura e e: revestido de marmore com escult uras e legendas alusivas Revolucso Paulista . No interior, a esta tua jascente do soldado paulista e: ilurninada por uma hi rnpada vntiva, na cripta composta de capela e panteon. Ai, nas comemoracees anuais de 9 de Ju tho sro colocados , aos pouccs , os despojos dos que morreram na Revolucro, ou mais tarde, mas direta mente Iigados a ela . Entreta nto , embora lancade a pedra fundamental em 194 9 , aepoca do IV Centenaoc da Fundacrc da Cidade de Sac Paulo, em 19 54 . ainda nao estavam terminadas as obras do Monumento Mausoleu. Problemas relacionados com verbas concedidas pelo Executive do Esta do reta rdaram, inclusive a inau gura ~ao do Mausoleu . Somente nas comemoraczes de 9 de julho de 19 55 e: que serso tra dados para 0 Ibirapuera, os despojos das primeiras vitimas atingidas r uro tei c de 23 de maio de 19 32 . na p ra~a da Republica - Martun, Mirag Drausro e Camar go - nomes que deram origem a sigla MM OC, e au Paulo Virglbo fuzilado em Cunha pelos soldados da ditadura. _Assim, com 0 Mo numento e Mauscleu ao Soldado Constit uti onal ÂŤc 1932, sob a sentinela dos Bandeirantes e Indice de Victor Breche

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com a gloria de abrigar as cinzas dos her6is que se bateram pela volta da na~io ao regime constitucional, 0 Parque do Ibirapuera sera tembem como urn incentive ao civismo, urn estrmulo a juventude para 0 culto a seus her6is e o respeito ao passado. Dentro do Parque do Ibirapuera, 0 Monumento deve trazer sempre viva a chama do respeito aos direitos do Homem, do amor a Liberdade e aos princrpios da Democracia. o planejamento do Parque s6 sera feito , de fato, as vesperasdas come. moracees do IV Centenar to da Cidade de Sse Paulo. Mas antes disso, ainda na gestae Prestes Maia, 0 bairro de Ibirapuera vai se modificando. o decreto n.c 623 de 18 de maio de 1945 declara de utilidade publica urn im6vel situado a avenida Conselheiro Rodrigues Alves, necessano a abertura de uma pra~a em frente a parada Ibirapuera, de propriedade de Raphael Ant unes, com 905 ,56m 2 , medindo 101 ,00 metros de frente e dividindo com terrenos do Municipio e da Companhia Mana. No mesmo ano , pelos oecretos n.o 677 e 702, sao dec1arados de utilidade publica 0 terreno necessarto ao alargamento do trecho da avenida Ibirapuera e os "im6veis situados no Ibirapuera, necessaries ao estabelecimento de uma via de transite rapidc e ltgacso entre as ruas Caravetas. Curitiba e Joinville.

A Comissao do IV Centenario" Ao aproximar-se a data das comemoracees do IV Centeneno da Funde Sao Paulo (25 de janeiro de 1954), as autondades estaduais e municipals encontram no Parque do Ibirapuera 0 local ideal para a execucro de urn vasto programa, do qual flcou encarregada uma Comissao especialmente criada pela lei n.o 4 166 de 29 de dezembro de 1951, diretamente controlada pela Prefeitu ra de Sao Paulo, com a finalidade de planejar, promover e executar os fesrejos e comemoracces relativos ao IV Centenarto da Ctdade de Sao Paulo. Criada como autarquia , a Comissao compunhe-se de sete membros nomeados pelo Prefeito, dos quais tres deveriam, obrigatoriamente, ser indicados pelo Governador do Bstado. Havia tambern, urn Consethc Consultivo composto de cinco membros nomeados pelo Prefeito. A lei estadual n.o 1546, de 28 de dezembro de 1951, autoriza a celebracao de um convemo ent re 0 Estado e a Prefeitura para unl fzacro dos pr6prios estaduais, seus orgros tecnicos e administrativos, pessoal, matenal . > maquinas e pertences, aparelhos, tnstalacoes e equipamentos necessaries a rcalfza cro das comemoracccs do IV Ccntenarto da Cidade. Nessa epoca era da ~ ao


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Governador do Estado de Sao Paulo 0 Sf. Lucas Nogueira Garcez, sendo prefeito da Capital 0 Dr. Armando Arruda Pereira. A lei n.c 4166 foi regulamentada pelo decreto municipal n.c 1572, de 18 de janeiro de 1952 14 • Para a Comissao Executi va foram nomeados os m rs. Francisco Matarazzo Sob rinho , presidente; Jo aqu im Canute Mende s de Almeida , Carlos Alberto Carvalho Pinto , Joro Pacheco Fernan des; Jose de 'Melo Morais, Mario Beni e Oscar Pedroso Horta!". Ape s algumas alteracoes na Comissao, a presidencia passou ao poeta paulista Guilherme de Almeida (24 de marco de 1954) e novos membros foram nomeados para a Comissao Executive!" . Coube a esta ultima Comissao Executiva conduit as principals obras do Parq ue do lb lrapuera e inaugur ar a Exposicao do IV Centenano e a I Feira Internacional de Sao Paulo . Com Guilherme de Almeida na presidsncta , foi criado 0 ()rgao Oficial da Comissao do IV Centenerio, editado pela Editora Abrtl'". 0 prtmeiro ncmero, de setembro de 1954 , traz as seguintes palavres de Guilherme, na epoca da tnauguracro do Parque do Ibirapuera: " Ao abrirem-se os portoes do Parque Ibimpuera - quer dizer ; ao cumprir Sao Paulo a promessa que h3 quat ro seculos fizera ao mund o de a este revelar 0 tesouro de seu labor - forcoso que se abram tambem as folhas de um caderno de assentamentos, em que se t.lli de registrar 0 dia a dia das reabzaczes comemorativas nestes meses finais da grande Festa Paulista. Ora, para tanto aqui esta a Revista do IV Centenario. Levando a chancela da Autarquia a qual incumbe a seria responsabilidade da celebracro oficial da data hlstortca, sera este pertodtco , a crc nica auto rizada e viva de tu do 0 que foi Sao Paulo neste seu tem po de jubilosa consciencia da prop ria grandeza . Na justa compreensao des que 0 folhearem tera este documentano seu premlo mater e melhor ." Sao Paulo , agosto, 9, 1954

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Este primeiro numero da Revista do IV Centen3rio rico em infermacoes sobre 0 Parque do Ibirap uera, apresentan do urn mapa com a relacro de todos os locals nele indicad os, alem de destacar as principals obras do ' Parque, com uma raptda cescrtcro'". Fixada a constru cro de urn arrojado conjunt o arquitetdnico para a cornemoracr o da data , os estudos preliminares concentraram-se no Ibirapuera e isso por varies motlvos: a area, ou trora constituida poi terrenos


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devolut os, pert encia , apes lon go litigio, a Prefeitu ra do Municipio de sao Paulo ; praticaruente sem benfeitorias, a nao ser a sede do vweirc Manequ inho Lopes, e urna au outra pequena consrrueso como galpOes, garagens, estufas, e urn enorme barracio de madeira onde residia 0 escultor Victor Brecheret, que ali mesmo estava esculpindo em granite 0 mo numento as Bandeiras, ob ra que foi mo ntada no terrene em ehpse, no trec ho em que a avenida Brasil sc bifurca , ja no Parque Iblrapuera. A fixa~ao das atcnczcs da Comissao do IV Centcnano na regiao do Ibirapuera deve-se tambem a ctrcunstancia de que para ali estavam convergindo as construcses de grandee mansoes , cis que os chamadcs Jardins ja estavam completamente lotados, e do Morumbi nao existia siquer a ideia. Por OUlfO lado , onde encontrar urn terrene com dtmensses tama nhas a Ilia ser a grandes distancias ou rodeados de favelas'? o que havia, nesse sentid o, esta documentado em fotograflas, na sec~o de Iconografla da Seeretaria de Educa~ao da Prefeitura Municipal, como se pede avaliar pelas copie s anexadas a este trabalhc (liustra~6es, 1 e 2) A regiio em tela era conhecida tan to como Ibira puera como por Manequinh o lopes. Pe r essa epoce , os moradores da mesma dividiarn-se em restdentes no Manequinho Lopes, tendo com o eixo principal a aveni da Republica do Lib ano , e residente s no Ibirapuera que era m aqueles que moravam na baixad a limitada pela Aveni da Brasil e bairros chamados Jardins. Convem salienta r aqui a razro do nome de Manequinho Lopes para tais terren os. Manoel Lopes de Oliveira, ocupando elevado cargo na Prefeltu ra, e conhecedor profundo daquela baixada , revelou-se urn grande administrador quando , para evitar que a area caisse em maos de posseiros, (esse favelada , teve a ideia de sanea-la e aproveua-la para urn grande vwetro de planus o rnamcma ts tanto nacionau como ex6ticas, destinadas • arboriza~o urbana, Ilio 56 das mas cia Capital, como tambem dos parques e ja rdins , tanto mun icipais como particulates. Em primeiro lugar, Mauequinho Lopes cuidou do saneamento cia area : baixa da caracterizada por terrenos turfosos e ate mesmo pantanosos, era impr6pria para qualquer tipo de arbonzacro. Assim, sua primeira iniciativa for a plantacao de rnilhares de eucaliptos, essencta australlana adequada aquele tipo de terra, provocando a elirninacao do excesso de humidade e saneamento da area. Sua iniciativa t rouxe dois provcitos: recuperacrc do solo , e, mais imp ortante, manuteneao da posse daqueles terrenos pela Prefettura . Mantlda .. posse, Manequinho Lopes organizou 0 grande viveiro de essencias nacionais e ex6ticas, semando rrulhce s de Pau ferro, Ip£, Pau Brasil, Pau Jacare. Tipuana, Flamboyant , Ligustrum, Platanus, Magn61ia. Canela, e ate mesmo Eucaliptus. De tnrcio , a nossa belissima Sib ipiruna que enfei ta hoje as ruas e logradouros da Cidade, eram pouco conhecidas para arborizayao


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urbana. Posterior mente foram Ieitos ali. viveiros dessa maravilhosa planta orna mental. que hoje ja e comum nos grandes jardins part iculates mio 56 da Capital co mo de cidades do interior. Nao se Iimitou Maneq uinho Lopes apena s a essencias arb6reas, mas aquela baixada foi inundada por viveiros de plantas arbustivas e rasteiras, nota damente flonfe ras. 0 viveiro Manequinho Lopes tomou-se ponte de al ra~o tu ristica, aberto ao publico com seus Iestivos canteiros de Flores. A principia , as mudas cram fomecldas gratuitamente com 0 intuito de fomente r 0 amo r plantas, chegando mesmo aquela reparncro da Prefeitu ra a execu tar, tambem gratuitamente, jardins e arbor izacdo em geral, ate a particulates. Com 0 desaparecimento de Manuel Lopes de Oliveira 0 cargo passou a scr ocupado por Arth u r Etzel, seu continuador po r mais de 50 anos. Sao do is nomes cuja mem6ria deveria ser reverenciada com temura e grand ee, principalmen te hoje , quando 0 problema da polulcao do ar esta a pedlr cada vcz mats. uma sotucrc . que ambos enco ntrara m mult ipllcando arvores pela Cidade. Sao dois exemplos de arno r a Nat ureza, que deveriarn ser seguidos e rnesmo lernbrados em nossas Escolas para incentivar, ent re nossas crtancas. o amor as plantas. Nso Ioi. pois, dific il a escolha do local , e a Comi ssao do IV Cent eneno Ilxou-se de finitivamente pelc Ibirapuera, para uma grande realizayio. Acertad issima escolha que ina valorizar, em mult o, a regiao, ja com todas as caractensticas de urn peque no " bairro" do mais alt o gabarito, e mult o pr6x.imo ao centro da grande rnctr6po le. Ap6s a assinatura de urn Convento entre 0 Estado e 0 Municipio, firmado a 25 de janeiro de 1954 - 0 qu e fez part e das primeiras comemoracoes fesnvas do IV Centenano - ob tida a concessro do necessario credito pcla Cama ra Municipal de Sao Paulo , a Prefeitu ra obrigou-se a con tribuir para a Fazcnda Estadual com a impo rtdncia corrcspo ndente a metadc do mon tante de urn cmpresn mo de seiscentos milh6es de cruzeiros que 0 Estado fora autorizado a fazer, de acordo com a lei n.o 1475, de 26 de dezembro de 1951 , ao praza de 10 anos. Asstm, garantldcs os recursos financeiros para a grande obra , ao iniciar scus trabalhos, a Comissao do IV Centcnarto to mou as primeiras mcdidas para a desapropriacao ou volta ao patrim onio municipal das areas quc ca mpunha m 0 Parque do Ibirapuera c ao mesmo tempo se entrosava com 0 Municipio para a execucso das obr as urban isticas tndtspensavets. Em meados de 19 52 foram feitos os primeiros trabalhos de sondagem do terrene e os levantame ntos necessaries para a locabzacs o dos ed ificios a serem const ruidos, formacro de lagos arti flciais, plataformas, galerias de "-

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aguas pluviais c de csgotos, redo de egua potavel c de energid ctctrica, etc., seguindo-se 0 service de arquitetura patsagrsuce . Para essa tarefa, que devla ta mar 0 Parque do Ibirapuera "urn dos maiores centros do genera do mundo, e que, duradouro na sua construcso de cirnento e aco, e indestruuvel na betcza e harmonia de suas Iinhas, permanecera como urn marco das homenagcns dos paulistas aos quatrocentos anos da Cidade" , a Comissao do IV Cenrenano solicito u a colaboracao de um grupo de arquitetos que "cons titui a mais alta expressro da engenharia brasileira: Oscar Niemeyer Filho, Ulhaa Cavalcanu, Zenon Lot ufo, Eduardo Kneese de Melo, Octavto Augusto Teixeira Mendes e Icaro de Castro Melo." Oscar Niemeyer e sua equipe apresentaram 0 projeto para 0 conjunto arquitet onico, cuja descncao sera feita em Anexo (Anexo III) Os arquitetos paisagistas Burle Marx e Octavio Teixeira Mendes tambcm apresentaram os seus pianos, te ndo stdo cscolhido 0 deste ultimo, engenhciro agro nomo pela Escola Superior de A.;riculttlra Luiz tic Quciroz da Untvcrstdade de Sao Paulo, com varlos cursos de paisagismo realizados nos Estados Unidos. Para a execucro do plano palsagsstlco que iria colocar 0 Parque do Ibirapuera como 0 coracro e 0 centro do bairro do rnesmo nome, 0 arquiteto Octavto Augusto Teixeira Mendes procurou estabelecer 0 envolvimento do conjunto arquitetonico Niemeyer por urn t racedo de ruas harmcnioso de amplas perspect ivas, scm prejuizo do aspectc funcional e sempre procura ndo dar realce aquelc majestoso conjunto que iria inspirar Niemeyer, segundo a reportagern de Luiz Ooncalez e Jose Maria dos Santos, em Manchete (21.8.1973), "a conceber os ministerios que seriarn construidos na nova capital" , podendo se dizer que "Brasilia e urn desdobramento das tdetas laneadas no Parque Ibirapuera'. A primeira providencia foi 0 Icvantamento altlmet rico e plantmetrtco da area, em seus minimos detalhes, inc1uindo toda a erbonzacro ali cxtstente , bern como das adjacencias: 0 Parque Ibirapuera teria que se incorporar ao proprio bairro de lb irapuera, senao seria urn intruso com scu bela conjunto arquitetonico tao avancedo, em meio as belas e majcstosas manszes, em estilo convencional, que cstariam esbocando 0 verdadeiro bairro lbirapuera, conun uacao e a versro mais avancada dos chamados Jardins. Os moradores daquela area que, ate cntac, se diziam restdcntes, ou no Ibirapuera, ou no Manequinho Lopes, com 0 cvento da Comissao do IV Centenario passararn esta ultima dcnomtnacao para segundo plano, dando preferencia a de Ibirapuera. o viveiro Manequinho Lopes, aos poucos, tornando -sc pequeno para suas funcees. foi praticamente desaparecendo , to rnando-se apenas urn viveiro abastecedor de mudas ornamentais para Sao Paulo, paulatinamente trans ferido


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para uma grande gleba em Cotia. Assim, 0 bairro Ibirapue ra se avolumava como zona rcsidcncial de alto gabarito de Sao Paulo, tendo como propulsor 0 grande coracr o que Sel ia 0 Parque Ibirapuera. Lcvando em consideracao as ca racrerrsticos locals e 0 accntuado estill) mo derno e rcnovador de Niemeyer, as vias de accssc c rcspectivas ent radas, as vias internas principais c subsidianas, os esracto.a mcntcs. a form acao,

de lagos, as esparyos para as pavilhces que senam construidos mas que nso foram projetados po r Niemeyer e sua equipc, dcstin ados a mostr as nacionais e tntem actonats, restau rantes e play-grou nds, c, ainda, a ncccsstdadc de locais

de deposito de materials de construcao, tudo isso dificultava enormcmentc a abertu ra de ruas. AIE!m disso, havia a couside rar-sc a preservacao da vegctac ro cxistcnte, em bora con stituida , na sua matorta , por dcnsos bosqu es de eucaliptus. Para chegar ao rracado de arr uamento do Parque, que E! 0 atual, acresctdo de peque nas ruas de acesso a construcoes nrc prevtstas na Iasc inicial, o paisagista estudou cerca de duzentas perspectivas entre longnudinais mest ras e tran sversais secundaria s, levando sem pre em consldcraceo a vegetn~ao existente que deven a ser preservada a tode custo. Todavta , assim mesmo ho uve nccessrdade de remocao de arvores, para que nao se reduzisse demais 0 nu mero de perspectivas esscnc lais. Mu itos eucaliptus fora m sacrificados. Havia esssncras, entre tanto, que poderi am ser poupadas: embo ra adu ltas, havia posslbilidadc de sua remocao . Levando em co nsideracso a vegetacso exrste nte, 0 patsag tsta Teixeira Men des pian ej ou a formacao de bosq ues, tendo como fund o ciapatsagem, pela sun altu ra, os eucalipr us; as arvore s que pudessem scr removidas o seriam para a formacao de novas bosques, tude denuo do plano paisagfst icc Inicial. Se m uitas ervores podiam ser aprovettadas nos seus lugarea adequade s, ou tras nrc tinham essa posstbilldade, pots os terrenos esta vam totalmente ocu pados pelas construczes, e toda sorte de mate riais. Asslm, ent rou-se em ente ndi mento com 0 Departamento de Estrada s de Rodagem do Estado de Siio Paulo para uma at ividade pioneira naquela epoca : arbo rtzacao de rodovias. 0 Depart ament o de Estrada de Rodagem fom ecia a mso de obra e tr anspor ts, e 0 engenheiro agronomo paisagista orientava 0 preparo das arvores a serem removidas, bern como a sua loca lizacro na via Anche ta. Foram tran splantadas inumeras arvores ent re os qutlemetro s 14 e 40 daq uela Imponante rodovia. Algumas construcee s monu mentais surgirarn depots, como 0 Pav ilhao de Agricult ura. Com o 0 conjunto Niemeye r nr c podia ser sacriflcadc, isto e, modificad o scm prejuizo da sua beleza e functonaltdadc, hou ve urn en tendimento entre a Comissao do IV Cente nario e a Secreta ria da Agricultura,


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a qual pertence 0 Instit ute

Bio16gico. Este cederia parte de sua g1eba situada na baixada ao lado do Parque Ibirapuera, junto a avenida Brasil. A Comtssro do IV Cemenarto. com sua pr6pria verba, construiria ali 0 Palacio cia Agricultura , 0 qual, ao termino das comemoracses, seria lncorporado ao patrtmonic da Secretaria cia Agricultura . Int eressante e que tal nso se deu. Terminadas as comemoracoes do IV Cente narfo, 0 Palacio da Agricultu ra foi ocupado pelo Departamen to do Service de Transite , onde permanecc ate hoje. o Palacio cia Agricultura foi tambem prujetado pelo grupo Niemeyer e 0 paisagista Teixeira Mendes ampliou 0 seu tracado envolvendo-o de maneira a Incorpora-lo ao conjunto, sempre levando em constderacro 0 todo forman do pclo Parqu e Iblrapue ra em si e 0 bairro Ibirapuera com seus parques-jardins estruturados com ample vegetacro. Infelizmente ha, como teremos opo rtunidade de venficar , co mo uma perrnanente angusuante, a ideia de se llmitar a area do Parque do Ibirapuera, cercando-o com grades de ferro. l! "a anu-concepcro da paisagem, o u talvez ainda a concepcso desumana das funryoes do Parque dentro de uma moderna Metr6 pole. Cont ra tal iddia, sempre se bate u 0 autor do projeto original do belo Parqu e. Entr etant o, alnda que um dia sc facam as grades, estas jamats.po derso se incorporar 0 Parque do Ibirapuera de seu bairro. Cercado ou nao par grades, exerca a funcro que exercer no comp lexo urbane de Src Pau lo, 0 Parque do Ibirapuera ha de ser sempre 0 coracrc propirlscr do bairro do Ibirapuera.

o BairTO de Ibirapuera A ocupar;fo da area que corresponde hoje ac Parque lbirapuera e adjacencias foi relativament e lenta, quando co nsiderados pelo menos trezent os anos de Hist6ria do Colegio de Sio Paulo de Piratininga, mas ext remament e rapida quan do se toma pe r base 0 desenvolvimento do novo bairro de lbirapuera , ja no seculo XX, quase as vesperas do quarto centenario. Se tomarmos por base 0 mapa de 1912 ja cita do em capitulo anterior encontraremos Vila Clementino e. Vila Mariana , ribeiri"o Uberaba e ribeirao Uberabinha , mas nrc a palavra Ibitap uera nessa area. Ja no mapa de 1930 (A) da Capital de Sio Paulo, executado quando era engenheiro de Obras 0 Dr. Saboia, encontraremos com 0 nome de lbbapue ra, uma enonne area despovoada , com a lnvernada dos Bombeiros ao norte, regula pelos corregos Boa Vista au Caguaryl1 , Matadouro, Cortume ou


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do Sapateiro, e ribcirao Uberaba , cortada pcla rua Franca Pinto e pelo Tramway de Sant o Amaro . Ai. apenas 0 Instituto BioI6gico, 0 Hospital Z06fi1o e a Esta~ao Elevat6 ria RAE . Entre esta e 0 Largo do Matadouro, urn pequeno tracado de ruas ainda sem nome, mas com vanas casas. A rua Franca Pint o esta toda con struida, da rua Domingos de Moraes ate as prox imidades do Instituto Biol6gico, e, daf em diante , e apenas urn traca do, 0 mesmo se dando com a rua Nova . Urn decre ta de 14 de setembro de 19 33 aprova planta e discrimina os limites dos terrenos reservados ao lnsututo Biol6gico de Defesa Agricola e Animal, na area perte ncendo ao Estadc , na Invemada dos Bombeiros . No ana segutnte. 0 decreta n.o 6696. de 21 de sete mbro de 1934, transfere para a 2.3 Rcgiac Militar uma faixa de ter rene situada na mesma Invemada, para nela ser instalado 0 Centro de Preperacr o de Oflciats da

Reserva. Nessa regiao ainda nrc inteiram en te urbanizada , os adeptos da RevoConstituci onalista de 19 3:! reuniam-se para os preparatives do movirnento que iria explodir a 9 de J ulho . Alguns paulistas, Iiderados pelo engenhetro Dr. Antonio Carlos de Paula Souza . alguns meses ante s de eclodir a revolu ~io. dedicavam-se a fabricacao de bomba s incendiaries. a s trabalhos, que ti nharn sido iniciados em urn Cassino abandonado no Jaba quara , co ntinuaram em outros locais, per mot ivos de seguranca, e depo is dos tragicos acontecimentos de 23 de maio. passaram a realizar-se em urn campo do Broo klin Paulista , onde. acident alment e morreram 0 General Marcondes Salgado e 0 Capitio Marcelino. A parti r de 9 de l ulho 0 Grupo passou abcrtarnente a fabrica granadas, mas desta vez, na lnvemada dos Bomb eiros , no Ibirapuera: lu~ao

" U houvc dois actdcn tcs. Urn foi a dcronacro de urna espuleta, ocasionando varies feridos, tendo urn deles perdido varies dedos da mao. 0 o utro foi urn incendio numa mesa cheia de pclvora. scm conseqee ncia. Foi mouv ado pela renrada de cartuchos de bala de canhso que nao estavam sendo usados. pais nao havia canhz cs daquelc calibre. lnicialmentc tira ram a polvora com to dc 0 cuidado, mas depots com displicdncia, ate talhadeira usaram. Foi quando se deu acidente. Nesse local eram fabncadas bombas para avtacr o. de tres tamanhos dife remes: de I:! . 40 e 60 quilos. Uma destas ulum as foi usada perto de MOji !o.tirim, contra as forces mineiras que Invadiram 0 Estado, ja no fim da Revolucrc"!",

Aos poucos. em torno desses terrenos vat sc formando

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Ibirapuera : as ma s Curitiba , Franca Pinto , Caravelas, Bento Andrade, Afo nso Ferreira e outras aos poucos sio designadas como penencentes ao bairro do lblrapuera. Nos anos que se seguem. pou cc a pouco, a Prefeitura vai regulariza ndo o perrmet ro do Parque lbirapuesa, individualizando-se 0 "novo" bairro de lbirapuera, do qual j:l se fez referencias a propo sttc tambem do viveiro Manequ inho Lopes. Asstm. 0 mapa do Municipio de Sao Paulo , organizado pelo Inst ituto Geogra fico e Geol6gico de aco rdo com 0 decreto-lei nacional n .c 311 de 2 de ma rco de 19 38 , traz Olio apen as a indicacdo do " Parque", como a do lbirapuera , sub-distrito criado alguns anos antes. Se nrc l! ainda 0 Parque do Ibirapuera, ja l! urn Parque assinalado no mapa . A medida que foram sc desenvolvendo as obras do Parque e a posterio r tnsralacr o de unidades administ rativas ou recrcativas, tambem as art erias abertas no bairro tomam-sc amplas e modernas aventdas, como a avenida Republica do Libano e a avenida IV Centenano, com espa~osas residencies, lindamente ajardinadas. Ti o Iindame nte que, porce ntualme nte, possuem areas arbonzadas ou ajard inadas majores do que as do p r6prio Parqu e. no quase tna ngulo fo rmado pelas avenidas Republica do Lib ano, Brasil e Ibirapuera, as mas apresenta m tracado mais ou menos irregular. 0 mesmo acontecendo com as novas mas contidas na area formada pelas avenidas Ibirapuera,I ndian6po lis e Rubem Berta . ( B). Algumas mas sio relativamente antigas, com arruamcnto mais ou menos rete , fonnando engulos retos como nos antigos bairrcs da cidade , contrastando com os novos tracados dos Janlins. Mas as Iinhas modemas das grandes vias expresses com seus viadutos de linhas tarnbem avaneadas e funcionau, dio ao bairro de Ibirapuera urn aspecto absolutamente rnoderno , de acordo com 0 tracado do Parqu e e 0 rnagnffico conjunto arquttetonico realizado pe r Niemeyer e sua equipe. As novas avenidas, as quais j:l nos referimos em capit ulo ant erior, transformaram 0 Ibirapuera em urn centro de trradtacr o de trafego , com viadutos e vias expressas ligando 0 centro da Cidade ao aeroport o e aos bairros da zona sul. As ob ras relacionadas com os problemas do trafegc , estacionamento e outros, ficaram a cargo da Administracao regiona l de Vila Mariana, mas a admin fstracro do Parque Ibirapuera passou diretamente para a Coo rdenacao des Admimstraece s Regionais. Em 1955 , ja inaugurado 0 Parque Ibirapuera, a Prefeitura decide ta mar providencias para preservar 0 aspecto residencial de suas vizmhancas , estabelecendo cond'cses de zoneame nto para os predtos e terrenos lindeiros aos


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logredou rc s ptlblicos situados dentro de urn penmetro que corresponde a parte de Vila Clement ine, Jardim Lusitania e vizinhanlfas20 . Dcssa maneira , as vizinhancas do Ibirapuera mio destoarso, no conjunto , das rnansces ja ex lstcn tes nas avcnidas. Mas, ao que parcce, 0 estabc lecimento, por lei, pela primeira vez, de limites para a area construida nos lot es paulistanos, fol pela n.o 526 1 de 1957, tendo em vista a p reservacao de antigas ou abertu ras de novas areas verde s. o impulse para a criacsc de novas pulmoes para a capital paulista, ameacada de mort e pela poluteso Ioi dado pol Faria Lima quando uma equipe de arquitetos chefiada por Miranda Martinelli Magnoll e Rosa Klias ent rega Dtvisro de Parq ues e Jardins, 0 que Francisco Chagas de Maraes Ftlho!' chama de " radiografia des pulmees de Sao Paulo , que estavam e estso muito debilitados". Na realidade , 0 projeto aprovado pela Comissao do IV Cente nano so fora executado em parte , e em muitos pon tes onde se planejara plantar muitas arvores, 0 terrene se apresent ava pob remen te gramado , as vezes compl etam ent e despido de vegeta~ao, ou coberto de asfalto ou cimento. As pont es epodrece rem, as aguas se contaminaram e at!'! as lindas arvcres oferectdas a Sio Paulo pelo Govemo Japones tinham sido vergonho samente furta das. No tnrcto de 19 71 , 0 entre prefe ito Salim Maluf ruanda abrir concorrencia para execucso do levantam entc plaru-aln mctrlco e cadast ral do Parque Ibirapuera. Este scrta, segundo a reportagem d'O Estado de Sao Paulo , talvez 0 " decimo quarto ou decimo quinto projeto de reforma e embelezamen to da malfadada area que a Prefeitu ra ganho u em lit fgio judicial, mas nso tern sabido merece-la,,12. A 31 de dezembro do mesmo ana a Camara Municipal de Sao Paulo aprova a lei que institui a Plano Diretor de Desenvol'vimento I nte~lIo de / Sio Paulo, e no ano seguinte Ioi aprovada a "Lei do Zoneament o". " A busca de urn equilib rio perdido na cidade , entre as diferentes funcoe s urbanas - habitat , trabalhar, recrear , circular, segundo a Carta de At enas - e 0 obje tivo basico da lei proposta pelo prefe ito Figueiredo Ferr az, o qual afirma que " 0 uso do solo deve representar urn fator de tntegracro harmoulosa entre cssas quatro funcees, e nao de atritos e antagonismosv'" . A Lei de Zoneamen to dispce sobre a divisfo do territ6rio do Municfpio em zonas de uso e regula 0 parcelament o , uso e ocupacro do solo. Por ela, 0 Municfpio fica dividido em oito zonas de densidade variada: Assim, A Z-l e estritamcnte residencial, com densidade demognffica de 100 h /ha . A Z-2 e predominantemente residencial, com a mesma densidade demcgrafica , 100 h/ha . Ja Z-3, embora ainda seja'p redomtn antemente

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ALGUNS ASPECTOS DA ZONA SUL NO SfX:ULO XX

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resldencial admite outros usos, com densldade demografica de I SO h/ha . Uma zona de usos especiais, a Z.B, sera objeto de planes especats e espe路 crftco s, elaborados pela Coordenadoria Geral do Planejamento - COGEP - no prazo de tres anos para cada urn de seus perrm etros. Somente as duas primeiras e a ultima interessam a este raptd o estudo , par isso nrc se faz referencia as o utras zonas. A maier parte do territ6rio urbano de Sao Paulo corre sponde a Z路2. E como se houvesse urn fundo Z-2 sobre 0 qual fossem distribuidas as "manchas" correspondentes as outras zo nas. E, se distribuirmos todas sabre Z-2, veremos que para Z-B nao haveria rnuito espa~o , e que, segun do a Lei de Zoneame nto , 0 Parque Ibirapuera correspo nde a Z-B, e, em t orno dele, o s bairro s Z-I e Z-2. Pertencendo aZ.J , de urn lado , a Vila Paulista , com a avenida Republica do Libano, e do outro lado , 0 Jardim Lusitania com a avenida IV Centenario. Na pr6pria area do Parque Ibirapuera, ligando-a a avenida IV Centenario , as mas Dr. Sarment o , Dona Adelina e outras, pertencem a -Z-8 , assim como a praca Cidade de Milio . Os o utros vizinhos - Vila Nova Co uceicro, Vila Uberab inha, Vila Mariana, Paraiso e Vila Primavera - pert encern a Z路2. va-se, pais , que , adm inistrativamente, em torno do Parqu e Ibirapuera, alguns bairros subordinam-se ao Jard im Paulista, outros a Indi an6polis, e outros ainda a Vila Mariana. Bvtdentement e, nr c se po de dizer qu e todos esses pequenos nu cleos "estrita mente residenciais" o u "predominantem ent e res idencats", form em o bairro de Ibirapuera, embora dentro de sua esfera de influencia . Mas e inegavel que 0 Parque Ibirap uera e parte das mas que 0 cercam constit uem 0 bairro de Ibirapuera, assim conhecido per muit os do s antigos e novos moradores entrevistados pe r n6s no decorre r de nossa pesqutsa. Alguns ainda falam do Viveiro Manequ inho Lopes, mas ja ruio vivem nele, e sim simplesmente no Ibirapuera. o Jardirn Lusitiinia foi 0 ant igo Jardim Ibirapuera, te ndo se to rnado Jardim Lusitania quando a area fo i lot eada pelos pro prietaries da Loja da Ch ina na decada do s cmquenta, mais ou menos em 19 52, te ndo as mas entio abertas , recebidc nom es portugueses ou ligados a Hist6ria de Portugal, como : ruas Douro, Timor, D. Henr iqu e, Nun'A lvares, Sante lmo , Ceu ta, Acores, D. Diniz, Mocambtque e Largo Mestre d'Aviz . Sua igreja, no Largo da Batalha , tern Sant o Ivo como padroeirc e foi fundada em maio de 1962 , por frei Casto Santos Gonzalo, quando foi lancada a prime ira pedra, em terr eno comprado gra~as aos esforcos do fun dador e de seus paroquianos. A 15 de maio de 1966 fo i criada a Par6quia de Santo Ivo . _ Na entrevtsta com frei Gon calo e seu amigo e auxiliar sm . Augusto Leite Praca, foi po ssfvel collier alguns dados sobre 0 antigo Ibirapuera, ant es


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da fund at;30 do Parque. Morador antigo da Ina Ef? de Oueiroz, Augusto Leite Praca. lembra-se do tempo. 1:1: por 1946 au 47, que jogava fute bol nos campos do bairro da v erzea do Ibirapu era numa epoca em que a "P ortu guese de Dcsportos" ali treinava, ma is au rnenos na altura da rua Abilio Soare s. Lembra-se das duas lagoas - "uma foi aterrada e a( fo i constru ido 0 Palacio da Assembjeta, e a outra e urn dos lago s do Parque". No fim da decade dos vinte 56 havia ali, nos arredorcs da avcnida Brasil, chacaras de ponugueses e italianos, que vendiarn suas verduras no mercado da Praca Fernando Prest es. E 0 bo nde J ardim Pauhst a, vindo de Largo Sao Francisco, fazia ba130 na Parada Ibirapuera, onde, enti a, 56 havia chacaras, e volt ava para a cidade. Bairro moderno, como p se viu, nso tern lojas e comercto em geral, vista ester induido na zona residencial. Apenas um pequeno mercado de frutas, do is bares e uma farma cia coloc am pequ ena part e na zona 2. Na decade dos tr inta , os rnoradores do bairro de Ibirapuera, ainda divert iam-se com as corridas na Aut o-Estrada de Sant o Amaro. Assim, por exemplo , Giacomo Ivaldi, pela " Opera Nacionale Dopolavot e" pede licence para reale ar, no dia 16 de setem bro de 19 37, " uma prova de regularidade em mot ocic1etas no circu ito compr eendido pela auto-est rada de Sant o Amaro e a Est rada Municipal que conduz aqu ela localidade. Os con corr entes deviam sair da Auto-Estrada com intervale de urn minute urn do out ro, com vclocidade maxima de 46 ,500 km horano s, rumando por esta est rada ate Santo Amaro, voltando pela Estra da Municipal ate 0 cruzamento das dua s estradas na avenida Brigadeiro Luiz Antonio. Os con correntes deviam fazer tres vezes 0 circu ito num total de 69 km,,24. Ainda new epoca . em ocasioes especats, a Prefeitu ra Municipal solicitava a Light "tlurninacso fest iva" para 0 Ibirapuera, prlncipalmente em frente ao edificio onde se encontrava 0 Esquadrao de Cavalarta, na rua Manoel da Nobrega, mas nc rmalmente, a tlununacrc ainda deixava mult o a desejar, pois 0 pr6p rio Parque era muito mal i1uminado, embora ja gozasse das vant agens de possuir urn telefo ne que, diga-se de passagem , viera transferido do Parque do l piranga, e 56 fora ali instalado depo ts de insistentes pedidos da Prefeitura Companhia Telefontca' ".

a

Fun ee es Ao se lnaugurar 0 Parque Ibirapuera, no programa das comemoracee s _!io IV Cente nano da Cidade de Sao Paulo, em agosto de 19 54, p- se pod e ter uma ideia do que seria 0 bairro de Ibirapuera, vinte anos depo ts, qua ndo,


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entr e, estariam abertas as grandes vias expressas anunciadas ou projetadas. Criado 0 Parque com funfuo social e recreative , devendo ser, essen cialmente urn cent ro de lazer, com suas exposlcoes, feiras, museus, restaurantes, jogos e folguedos, e, ac tma de tud o, area verde, aos poucos foi se desvirtua ndo, diantc das no vas presszes que iraQ transforma-lc rapidarnente, levand o-o a exerccr com muito maier snfase a [uncda administrativa do que

lazer , Ja no ano segutnte , menos de urn anc depois de sua inauguracao, urn vereador leva 0 fato a Camara Municipal, aftrmando que 0 Ibirapuera esta sob a ameaca de se transformar em Diretoria do Transite , e, como e um de s poucos lugares da Cidade onde se pode respir ar livremente, deve "scr preservado contra as pretensces de reparnczes publtcas. Ent ret anto , clamou no deserto , pots no dia seguinte mesmo, em reuntro nos Campos Ehseos, do Govcrnador com 0 Secretario da Seguranca PUblica, e outras au tor idade, ficou decidida a mudanca da Diretoria do Tr ansite para um de s edifrcios do co njunto Ibirapuera. 0 edificio escolhido foi 0 Palacio da Agricultur a, ond e se esperava, em ult ima analise, a instalacio da pr6pr ia Secretaria de Agricult ura, visto que fora construido , como ja vtmos, em terrene do Insti tut o Biol6gico, embora sob protesto de agronomos e pesqu isadores. . De nada valeram argumentos e protestos. La se instalou 0 DETRA N, que e 0 atual DET, em completo desacordo com a propria "filosofia" que oriento u os trabalhos da Comissao do IV Centenano. E, aos poucos, vanes reparucees pnbl icas m unicipals fo ram se r ranstertndo para 0 Parque Ibirapuera . a medida que alguns Pavilhoes foram se desocup ando ap6s as comemoraczes do IV Centenarto, ou foram sendo doados ao Executivo Municipal. A 23 de agosto de 19 55 e entregue ao Museu de Ciencia 0 pavilhao construido pela Ford Motor Compa ny, onde havia se realizado uma grande exposicso dos pro dut os daquela empresa norte-americana . Com uma area externa coberta, urn grande satro para exposicoes de veicu los, urn audit6rio para con ferencias e exibicao de fitas, e urn saguso, 0 Pavilhdo For d foi logo utiliz ado pelo Museu de Cts ncla para uma exposicao de Hist6ria dos Transpartes. Ate ai ,salvo no caso do Detran, nao fugia muito aos proposttos iniciais da Comissao do IV Centenano. mas, com 0 decorrcr dos.anos tambem foi se desvirtuan do , delxando de ser cultural ou recreattvo , para se tor nar sede da Supervisee Centra l de Uso e Ocupacao do Solo (desde 19 70 ), urn dos setores da Secretaria de Services Municipals subordinado a Adrninistracao Geral do Parque Ibirapuera. o Viveiro Manequinho Lopes, cuja deno minacro nao deixa duvida


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o BAIRR O DO IBlRAPUERA

quanto Ii sua finalidade - urn des mais cares projet os ligados agestso do prefeito Fabio Prado - tornou-se a sede do Departament o de Parqu es e Jardins {antiga Divisgo de Parques, Jardins e Cemnenos). E ai, desde marco de 19 74 esta instalada a Secretaria de Service s Municipais. o Palacio Manuel da Nob rega (antigo Palacio das Na~ 6es) esa ocu pado pelo Gabinete do Prefeito e todo 0 seu corpo de funciomhios. Tambem ai estso a Coordena cao das Adm inistra c;6es Regiona is, a Secreta ria de Educacri o

e Cultura (0 Departament o de Cuhur a que esteve tambem instalado no Parque por a!gum tempo, passoll, em 1974, para a playa da Republica), a Secretaria de Higiene e Saude PUblica (alguns de seus setores), a Secretaria de Neg6cio s Interno s e Juridicos, a Secreta ra de Obras, alem de Auta rqu ias (Departamento de Estradas de Rodagem do Municipio de sao Paulo e Consetbo Rodoviario do Municipio). No Pavilhfo dos Estados esta a Secretaria de Ffnarcas, com 0 Centro Eletrcnicc de Computacro de Dados. Asstm, 0 Parque lblrapuera exerce, atualmente importa nte funcro adm inistrative , abrangendo nrc apenas a admtntstracso municipal, como a estadual, pots, com tnstalacro. primeiro, do DETRAN, naquela epoca subordinado ao governo .estadual, depois, com a construcso e in sta la~ao do Palacio da Assembleia, sede, porta nto, do Legislativo Estadual, passa a exercer importante fu n~ao administrativa que ultrapassa os pr6prios limltes da Cidade de Sao Paulo, ampliando-se nos quadros politicos 113"0 56 estaduais como nacionais. Temos de admit ir, entretanto, que as fu n~oes primeiras - centro pennanente de turismo, recreaoio e cultura - foram se cumpnn do no decorrer dos anos. Passados os meses de comemoraczes do IV Centenano da Cidade de Sao Paulo, continuam muitas das exposicses programadas. A Ex posi~30 do IV Cente nano compreendia, alem da mostra da industria paulista, mantida no Palacio das Indl1strias e no Pavilhao Verde, setecentos " stands" de vinte e sets paises, que foram montados no Palacio das Nacdes. No Palacio dos Estados foram armados, alem dos "stands" oficiais da Prefeitura Municipal de Sio Paulo, as "stands" de vanes Estados (Amazonas, Santa Catarina, Distrito Federal, Mato Grosso, Parana, Espfrtto Santo, Cia. Hidreletrlca do Sao Francisco, alem do Distrito Federal). a s Estados de Minas Gerais e Rio Grande do SuI fizeram construir dois grandee pavi\hiles com expoacees representativas da industria e da agriculture. No Palacio Katura, em abril de 1955 abre-se a quinta e etnma serie de expostcoes peri6dicas que a Comissao Colaboradora japonesa Pr6 Festejos do IV Centenanc apresenta desde agosto de 1954. ~ uma cotecsc de cinqiienta bcnecas procedentes do Japso, das regiOes de T6quio e Kioto, alem


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de pe~s de bronze, miniatu ras de mon umen tos., q uadros, imagens e fot ografias. Durante varia s semanas, com excecsc das segundas feiras., 0 Museu de Arte Moderna expos todo 0 acervo, apresentad o por tendencies, suas colecoes de pintura, esculturas, desenhos e gravur es. No Pavilhio da Marinha Mercante, o nde se encontra plantado 0 mastro de urn dos navios torpedeados nas costas do Brasil per submarinos naz istas, cornernorando a Semana da Vit6r ia. foram exposta s pecas conquista das pelas unidades do Exercitc Brasileiro que parti ciparam da II Guerra Mundial, na JUl ia. Ocupando dois paviment os do Palacio das Exposicces, a Bxpostcro de lIist6ria de Sao Paulo foi dividida em nove secczes, apresentando documentecro em grande parte inedita , desde a epoca dos grandee descobr imento s maritime s ate 0 periodo republicano. Na elaboracr o dos roteiros, escolha de pecas e mont agens, os historiadores paulistas foram dignos auxilia res do professor Jaime Cort ezso. No dia 16 de abril de 1955, no Ibirapuera houve grande concentracso de professores e estudantes, para receber 0 sr. presidente da Repu blica. sr. Cafe Filho, que viera a Sao Paulo para a ina ugura~o oficial da Refinaria de Cubatao , fato bastante auspicioso no amb ito da politica relacionada com os assuntos relatives a produ~o de petr6leo, e que naquela epoca const ituir ia verdadeiro pioneirismo, sem que se tenha verificado muito progresso, passedos estes untmos vinte anos .. . Visita ndo a Expo siyao de Hist6r ia, 0 Presidente da Republica recebeu, das msos de Guilherrne de Almeida, a medalha comemorativa do IV Cent enario da Cidade de Sao Paulo. A visita, considerada muito significativa, principalmente pejo fato que trouxe 0 presidente a Sao Paulo. foi encarada entso, como urn dos fatos mais importantes do ano. Alguns meses depois, 6 homenageado tambem 0 professor Jaime Co rtezso , quando fez a entr ega dos originais do Catilogo da Exposi-;io de Hist6ria de Sao Paulo no Quadro da Hist6ria do Brasil, a Ferna ndo Millan. diret or do Service de Comemoracz es Culturais da Comissao do JV Centenario .

Continuam, no Ibirapuera, outras atividades de fu ndo cultural, acentuando-se, dessa maneira sua importante fUnfiio cultural. ao lado da recreo-

twa. De carater nacional foram as manifesta¢es folcl6ricas nos festejos do IV Cente nano , com urn grande Festival Brasileiro de Folclore e Exposiyao de Artes e Tecnicas Populares. No Festival exibuam-se dezesseis grupos do interior e do litoral do Estado de Sio Paulo, alem de alguns grupos representan do outr os Estados. Assim, Ati baia apresentou Congadas; Piracicaba,


us

o BAIR RO DO IBI RAP UERA

Caterete ; Piracaia, Caiap6s; Tatuf e Sorocaba , Fandingo; Cun ha e Aparecida do Norte, Mocambiques ; Tiete, Laranja! Paulista e Capivari, Batuque; Rio Grande do Sui, com seus Tropeiro s da Tradlcso, chimarrita ; Estado do Rio de Jane iro, congo, ticumb i, Bumba men 8oi; Alagoas, reisado e guerreiros ; Santa Catarina, 0 vflso; e 0 Dist rito Federal, que era, ainda 0 Rio de Ja neiro , apresent ou a Escola de Samba do Portela. A Exposic ao de Artes e Tecnicas Populares, lnaugurada em agosto de 1954 , com 0 Congresso de Folclore, depois de fechada per algum tempo, fo i reaberta em abril de 19 55, para ating ir sell ponto culminante com as comemo racc es de agostc , 0 que se to rnou urn dos atrativos anuats do Parque Ibirapuera, durante todos estes ultimos anos. Como cost umam ser, tambe m, os Folguedos de Junho com as brincadeiras pr6prias dos dias de Sao Joao e Sao Pedro . A II Bxposicro de Arte Medema (BIENAL) fo i a primeira grande marufestacro artfst ica das comemoracoc s do IV Cente nano. Montada nos Palacios das Nacoes e dos Estadc s, epresent ou quatro mil ob ras representa ndo 0 Brasil, a GNU e trinta e oito parses. Cont inuaram as exposicocs bienais, com tod os os seus altos e baixos, pontos negat ives e positlvos, com gI6rias e frustraczes, mas sempre rnotivando uma parte da populacso _paulistana para as realizaeoes art fsticas. Dentro da Hist6ria do Ibirapuera muita s Hist6rias diferen tes poderiam ser contadas. A das Bjenais talvez fosse uma das mais fascinantes pelo que ela pode represcntar no campo das art es plasticas, nao arenas em Sao Paulo, mas no mu ndo artfstico nacional e intemac ional. E ainda no sentido humano e social, envolvendo personalidades complexas e versate ts, com urn interior misterloso e rico. Na mesma epoca da II BIENAL, no Palacio dos Estados realizou-se pma exposicr o internaclona l de Arquitetura, nela tomando parte importa nte grupo de arquitetos estra ngelros, vindos da America do Norte, da Europa e do Oriente. Para essa mo stra a Fundacso Andrea e Virginia Matarazzo instituiu 0 "Premio Sao Paulo" , sendo premiado Walter Grop ius, fun dador da escola por ele denominada Bauhaus. Durante os anos que se seguiram, po ts, 0 Ibirapuera continua a cumprir sua f inalidade cultural, dentro do espirito que norteara as atividades da Comissao do IV Centenarto. Nao se deve, porem, deixar to talmente de lado, outras realizacoes culturais da Comissao, per isso e born lembrar que sob 0 signo do Ibirapuera, mesmo fora dele, foram realizadas em outro s recintos , centenas de atividades cult urais, recreativas e esporttvas, envolvendo Co ngresses de Cis ncia e Arte, compenc c es esportivas, espetac ulos oe arte em geraj, como os do " Ballet Quarto Centenano" ou as pecas rnusicais criadas por artistas como Vila Lobo s,

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Francisco Mignone e Camargo Guarniere. Cada ana que passa, com modifica~Oes, sucessos au frustracoes. a Ibiraouera pode se apresentar sob nova s iingulos, inclusive com ccmemo racees crvtcas, como as q ue se realizam tod os os anos, de carater nacional, em dates paulist as o u nactona ts, como as que se realizam no aniversario da Cidade a u em torno do Meusoleu 9 de Julho, a u ainda de carater s6cio-religioso , como as Exposicoes de Prcseplos. Os que visitam 0 Ibirapuera podem divertir-se, tomando parte em compcticees realizadas pelo Cent auro Moto Clube au simplesmente passeandc de barco. Podem pra nce r espor tes como a futebol, au tomar part e em' exibi~Oes de ginast lca a u assistindo a determinados espetaculos como, par exem . plo , 0 Camaval no Gelo. Ou simplesmente , passear pelo Parque , to mar refei~o num dos restaurant es, ou sentar-se :i sombra das arvores. Assim se define tambem a fun~o recreativa, que , com a de "area verde", deve coonstituir a Ibirapuera e suas adjacencias como um dos c rgarusmos mais importantes - envolve nao apenas 0 campo cult ural e social, mas tambem 0 amb ito muito importa nte da Sacde PUblica - da grande Metr6po le que tende a se desuma nizar cada vez mais, cada vez mais poluida e menos saudevet. Segundo 0 Coordenador das Adm tntstracz es Rcgionais ent revtstado pela " Fo lha de Sao Paulo" no dia 10 de marco de 19 74 , " quando as repa rti~ 6es publtcas salrem do Parq ue ele sera tra nsformado em centro de cult ura e de lazer muito importa nt e para a Cidade". . Na realidade , as fun~6es do Parque Ibirapuera fazendo dele 0 centro do bairro, di o ao ba lrro urn co njunto de funcze s urn tan to desiquilibrado , quando se co nsidera que algumas desses funczes se avolumam e crescem num ritmo raptdo , enquanto ou tras sao mais ou menos apagadas . Uma destas fu"iOOes urn tanto apagadas, comparada com as de o utras serta a {UnftlO reudencial, visto que de fato a area utilizada como residencia abriga uma popu lacao flxa relauvamente pequena quando comparada com a massa de visitantes que 0 Parque recebe ou 0 numer o de Iuncionarios que ali trabalham, mas residem em o utros bairros. Nas mansoes que rode am 0 Parque Ibirapuera, o u nas casas de outras ruas nas suas proxi midades vtve uma popula ero mais ou menos restr ita , considerando-se a area por ela ocupada , pots nao existem muitas familia s numero sas ent re as que habitam as grandee residencies com seus lindos jardins.

Um a Vis io d o I bira puera de Hoje Embcra se mantenham suas fun~oes princi pais, aos poucos 0 Ibirapuera


o BAIRRO DO IBIRAPUERA

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Ioi se desvirtuando totalmente, deixando de ser aquila para

0

qual fora

criado : cent ro perma nente de lazer , cultura e turismo .

Em 1969, com restaurantes de funcionament o precarto. fontes lumi. noses que naa funcionavam normabnente, ocupacro indevida de certas areas. predlos mal conservados au danificados por intempl!ries, e aguas polufdas, Ievaram 0 prefeito Faria Lima, quase em fms de seu mandato , a insistlr em uma remodelacso do Parque Ibirapuera, enquanto apressava as

obras das grandes avenidas. Ao mesmo tempo que milhar es de opera rtos tr abelhavam dia e notre nos viadutos e avenidas , 0 Parque Ibirapuera ad quiria novo especto.b que e salientado pelos jorna is quase diariamente. A:Wm se referiu ao Parque, " 0 Estado de Sao Paulo" de 3 de abril de

1969" : . "0 Parque florido" esta todo mudado. Desde 0 inicio, perto da Brigadeiro, notam-se dezenas de jardineiros da Prefeitura aparando a grama, remodelando tudo. As paImeiras, plantadas M algum tempo, ja se flrmaram na terra , e estso abrindo as folhas. Quadrados de grama vio sendc arranjados como azulejos, sobre 0 terr ene adubado. Depois de pronto cada cantelro, uma plaqueta ~ colocada: "Mantenha verde a nossa cidade" . Em volta do Obelisco nao ta mais plantas. Tudo esU arado, preparado para receber folhagens novas, gramas novas. E agora, que os grande eucaliptus foram cort ados, as velhas paineieas em flor parecem maiores, dao urn tom cor de rosa ao Ibirapuera. . Perto delas, ate urn laguinho foi colocado, de enfeite, novinho, azulejado, como uma primeiea rosa."

o Ibirapuera

Mas ha muito 0 que refonnar ou restaurar, ou mesmo eliminar nesse Parque que devil ser 0 maier centro cultural e recreat ive de Sio Paulo. Os jornais da epoca referem-se ao fato de urn functonano municipal ter uma residencia confo rtavelmente instalada 1).0 Parque, podendo eriar aM porcos nas proximidades da Avenida IV Centenano considerada uma das mais elegantes do baiero de Ibirapuera. Clamam contra 0 fato de esterem lado a lado, play-grounds, 0 Kennel Clube e ainda a Soci edade Paulista de Caes PastOICS. Alguns jornais salientam que, se 0 Parque Manequinho Lopes, com entrada pela avenida RepUblica do Libano, que abriga. a Divisao de Parques e Jardins e que seria translormado em Jardim Botinico, e a cntca reparn~ao que Ilio desflgurc u a fmalidade do Parque Ibirapuera, nas suas proximi-


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dades, a Comissao de Construcses Escolares deposita carteiras, balances e outros materiais de grupos escolares e parques infantis. . Apesar disso, certas atividades cuIturais e recteativas contin uant normalmente. Em abnl de 1972, os jornais anunciavam algumas expos tczes, as sesszes do Planetano e os meios de recreacto do Parque. o Planet!rio nio foi inaugurado durante as comemoraczes do IV Centenaric, mas em 1957, no mes de janeiro. De fabrieat.;:io alemI, ocupa urn e<1ificio de forma circular com uma cupula metalica de 20,06 metros de didmet ro e 13 metro s de altura . . A sala de projecees tern acomodacees para 374 pessoas sentadas, com vis50 complet a da tela, que ~ 0 pr6prio tet o. Nas projecr& s pode-se ver cinco p1anet as e oito mil e novecentas estrelas. Desde que foi inaugurado,o Planetario funciona aos sebados, domingos e feriados, em tres sessoes, as 16, 18 e 20 hcras, e costuma ser urn dos grandee atrativos do Parque, pots sao comuns as caravanas de estudantes, inclusive do interior do Estado , que 0 visitamu . Num roteiro do Parque, " 0 Estado de sao Paulo" de 2 1-4-1972 orienta sobre 0 maior acervo de arte conrempors rea da America Latina, expostcro no Museu de Arte Contepora nea, situado no Pavilhao Arruda Pereira, atras da Bienal; 0 Museu de Artes e Tecnlcas Populares, mais conhecido como Museu do Fok lore, que ocupa, junto com 0 Museu de Aeronauuca , urn edificio semt-estertco, exibe pet.;:as folcl6ricas de todo s os Estados do Brasil. o Museu de Aeronoiutica, mostrandc a Hist6ria da Aviat.;:io no Brasil e no Mundo (ai se encontram 0 hidro-aviio JAO usado por Jere Ribeiro de Barros em 1927, e as replicas do " 14 BIS" e do " DEMOISELLE" , que deram gJ6ria a Santos Dumont). o Museu dos Presepios continua a ser uma das grandee atracr5es de Ibirapuera. Organizado por Dona Lourdes Milliet, viuva de Sergio MiUiel , foi instalado e inaugurado per Faria Lima em 1969. Fran cisco Matarazzo Sobrinho trou xe da ltalia em 1949, urn Presepjo Napolitan o, conjunto de arte barroca extremamente valioso. Doando a Prefeitura Municipal de Sao Paulo, Matarazzo Sobrinho financiou sua mentagem na Galeria Prestes Maia, per artistas italianos e brasileuos, de acordo com concepcso arquitet 6nica de Tulio Costa. Quando se iniciaram as obras cia escada rolante da Galeria Prestes Maia, o Preseplo foi desmont ado e assim permaneceu durante doze anos, ate que Faria Lima auto rizou a adaptacao de urn local no Ibirapuera e a remontagem do Presepio Napolitano, como nucleo baslco de nova Unidade Municipal. Com a doat.;:io de outros conjuntos per part iculares e aquisicrao de alguns pela Prefeitura, 0 Museu dos Prese:pios foi, fmalment e, inaugurado bern no flm do mandato do prefeito Faria lima.


o BA IRRQ 00 I BI RAPUERA

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Descrevendo 0 Museu do s Preseptos, " 0 Estad o de Sao Paulo" de 3 de abril de 1969 , assim se exprimia: "0 Museu dos Presepios possu i pecas francesas, pojo nesas, italjanas, port uguesas, da Ilha da Madeira, alem de preseptos brasileiros do seculo XVIII - lapinhas da Bahia - e alguns preseptc s reglonau , do Vale do Paraiba, mostrando uma arte mais ingcnu a e meno s req uintada . Mas a mont agem do Museu obedece a uma ordem , de modo que as pessoas que 0 visitarem vao encontrando, a cada p Cy3 , urn pon te mais c1evado, que culminard com 0 Presepio Napo lita no, cujas flguras - mais de 300 - impressio nam pelo reattsmo , dan do, vczes, impressao de que poderso mover-sc-, tal a prectsro dos det alhes."

as

Localizado sob a grand e marquise, 0 Museu des Presep lo s possui ccrca de trezcntos preseplos de varie s parses. cada urn dando uma vtsro ma ts ou menos diferente do nasctmc nro de Cristo. Abert o diar iament e ao pub lico, menos as segundas tet ras. costuma nso cob rar ingresso 3S quartas feiras. A Colonia Japo nesa radicada em Sao Paulo conti nua a abrlr as portas do Palacio Katura, ac s sabados . domingos e ferlados, com seus salOes de recepcso e de cha, contendo o bjetos dat ados do ano 200 D.C. Conti nua, pois, 0 Ibirapuera,cumprindo sua fu n~o cultural, e a Sect etar ia Municipal de Tur ismo e f oment o cost urna distribuir e afixa r calendartos dessas auvidades , com certa antecedencia, inclusive de certos cursos q ue se realizam no Ibira puera, em diversas areas de eultura, como , por exe mplo, os curses que se realjzam todo s os anos sobre Folclore . Cumpre tambem sua fu nftio recreative, com 0 Play-ground situadc arras do antigo Palacio lnternacional, com barras, gangorras. balances e uma " mini roda gigante". Funcionando normalmente nos fins de semana e feriados, 0 Toboga e 0 trenzinho at raem centenas de vtstta ntes e faze m a alegria das cna ncas. Mas, segundo a repo rtagem d' " 0 Estado de Sao Paulo" , sao os gramados do Parque Ibirapuera que atra om os paulistanos nos dias fena dos, cerca de cinquenta mil pcssoas, que cont inuam a former a part e Ilutuant e da populacr o e que varia conforme os programas c as atracze s. Sob 0 po nto de vista restdenctal. as ruas que formam , em torno do Parque e nas suas vizinhancas, 0 Bairro do Ibirap uera , provavelmente nao sofrerf c muitas alteracoes, a nao ser talvez, no futuro , urn certo aumento na sua area, pots os que ai residem sentcm-se pcrfeitamente felizes em viver no Ibirapuera, junto a urna das pou cas areas verdes da Cidade , que, sendo uma das maiores rnet r6po les do Mundo, perde , de rnuita s, em relacro a proporero


ALGUNS ASPECTOS DA ZONA SU L NO S拢CULO XX

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de area verde. Se 0 Ibirapuera substituiu, par algum tempo , os Jardins, outras opczes surgiram nGS ultimos tempos,' como, pe r exemplo, 0 behssimo Morumbi, com restdenctas do mais alto gabarito , ou ainda 0 lot eamento da antiga Chacara Flo ra. mas nao e muit o provavel urn remanejamento de pop ulacao no Ibirapuera. Entretanto , apesar des muitas vantagens que 0 lblrapuera tern ofere. cido , e que foram salientadas nos anos scssenta , c mesmo nos pnm eiros anos da decada des sctenta , os mesmos jornais que ta nto elogiaram e valorizaram o belo Parque, chamam a atcncro das autortdades para 0 que tern prejudicado o bairro e 0 pr6prio logradouro . Uma reportagem d' "0 Estado de Sao Paulo" , assinada por Francisco Ornellas?", ernbora saliente a importancia do Jardim dos Cegos. com tres mil metro s quadrados e places com tnscrlcz cs em Braille, inaugurado em 1973, nao se mostra muito ot imista, quando afirma exjstlr " urn ro tciro de abandc nc dentro da pr6pr ia sede oficial da Prefeitura do Municipio de Sao Paulo" . Agora, to dos insistem que e hora de se reformar 0 Parque Ibirapuera, cujo projeto foi constderado simbolo de uma nova era no urbanismo do pais. ~ evidente que a noticia de qualquer tipo de reforma do Parque Ibirapuera provoca os mais dcsencontrados comentanos. Em meados de 1973, a noncta da metalacro de uma cerca no Ibirapuera chegou a alarmar alguns paulistas. Contra a ideia da Prefeitura manifestou-se urn des arquiteto s da Comissao do IV Centemirio, Sf . Zenon Lotufo, cuja opiniao coincide com 0 pont o de vista do paisagista Teixeira Mendes. Enquanto para a Prefeitura os gradis seriam uma forma de dar "maier tranqtiilidade as Iarmlias que 0 freque ntem, bern como aos. funcionarios das repamcoes municipals ali existe ntes", para Zenon Lotufo a cerca ira agravar mais ainda a uttltaacr o do Parque "tornando-o menos comunicativo no ponto de vista psicol6gico, quando devera scr uma extc nsro natural do espaco publico" . Para ele, essa sene uma des muitas medidas que dHuiram totabnent e os fins para ds quais 0 Parque fo i projetado'?". Bntrevtstado pela Fo Uta de Sao Paulo" , 0 admmistrador do Parque, Anisic Ribeiro de Lima Filho afirma que :

路rna

"0 Ibirapuera M mu lto deixou de scr parque, e disciplinar a entrada - seis portoes des oito foram fechados ao transite , para evitar congestionamento nas avenidas Republica do Lfb ano e IV Centcnan o - e uma das primeiras medidas que scrao adotadas para que possa ser executedo 0 Projeto de. Burle Marx,


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0 BAIRRO DOIBIRAPUERA que pret ende exa tame nte isto : urn retor no ac concerto de Parque."

Co nvidado pelo prefeito Miguel Colasuon no , em fins de 1973, Burle Marx apresenta urn projeto dentro desse espirito . No projet c de refor ma do Parqu e Ibirapuera apr esenta do por Burle Marx e sua equipe, esti prevista a implantacdc de mais urna area verd e dentro do Parque , devendo-se abrir con corr encia para a instalar;io de novos restaurantes. Tarnbern sera vedada totalmente a ent rada de autom6veis no Parqu e. Para os carros haveria tre s estacionamento s fora do per fmet ro do Parque, com capacidade para quat ro mil e quinhent os carros. 0 meio de circulacao no interior do Parque po deria ser u rn t renzinho ou qualquer outr e meio de transporte, de acor do com 0 pr6p rio paisagista. Nos ultimos anos a reforma foi uma consta nte nos programas da Prefeitura . E,

"urn parque eurn centro de mer, culture e recreacdo", afirma 0 prefeit c Miguel Colasuonno . Na esssncta do projeto de reforma do Parque , pretende-se conservar o gramado para usc das cnanees, que pod erso pisar a von tade na grama. Mas ant es de uma reforma , no amplo senti do da palavra, rio sendo famflias que Iretomadas certas medidas para maior seguraJll? e confcrto qa entam 0 Parque . Fechadas as guarita s (onde moleques costumavam pernc itar}, reformados os cite sanitirios, reformada a rede de esgctos implantada em 1954 , tornada deficiente no decorrer des ano s, com 0 servlco de vigiIincia executado por guarda s contratados de uma firma particular, enquanto n50 se iniciam efetivament e as reform as, as portoes Iicarac abertos aos visitante s. Urn dos prob lemas rnais graves e 0 da poluicro des lagos que se tornaram receptores dos esgotos. A EMURB {Empress Municipal de Urbanizacso) ja esta iniciando os estu dos tecnicos sob re 0 assu nto. A ampltacro da area do Parque foi objeto do programa do prefeito Figueiredo Perraz, Para tal, como parte da recuperacso total do Parque , foi declarado de utilidade publica, para posterior desaproprtacro, urn terreno com 2382m 2 na rua Repub lica do Lfbanc , junto ao n.c 3 15, e que da fundo para 0 Parque . Uma outra area, de quarenta mil metros quadrados, junto avenida Ibirapuera, tambem sera transformada em jardim. Planejada ainda a demo lir;io do Palacio Intema cional, essa area tamb em seria transfonnada em jardim.

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A LGUNS ASPECTOS DA ZONA SU L NO SÂŁCULO XX

125

No PaviIhio lntemacional eram realizadas, desde 19 54 , as grandes feira s exponcees e feira s internaciona is. Mas 0 edifrcio nso passava de urn barracso feio e destoava do conjunto arquitetenlcc realizado pela equi pe Niemeyer, e, realmente, dele nac fazia parte. Em 19 55 a empresa Alcant ara Machado obteve exclu sividade de seu usn, e ai se instalaram, em diversas ocaslees, 0 Sillo da Crtanea. 0 Sa1fo do Autom6vel, a Fenit, a Feira de Utilidades Dornesti cas. a Feira Americana , a Feira Francesa. Tais exposlcce s e feiras traziam uma movimentacso incomum ao Parque, e 56 na epoca de elei~oes seriam retira dos os materiais das exposicoes e feiras realizadas pela Alcantara Machado. Enti a , 0 Parq ue mudava de aspecto , com urna po pulacro com pletamente difer ente des diu comuns, com fiscais e eleitores a con tro lar 0 movimento das apuracdes e das umas, Com a constru cte do Parque Anhembi, em local muito mais amp lo para tais expos tcoes e feiraa, a pr6pria Alcantara Machado nso se inter essou mats pelo Pavilhio Internacional, e, em 1971 0 cont rato nso foi renovado, fican dc , assim, 0 Pav ilhao disponivel para ser demolido, e desocupar urna area de vinte mil met ros quadra dos. Ant es d isso, ainda reatzou-se urna quermesse (setembro de 19 70) , prom ovida pela Associacr o Santo Agostin ho - ultima pro mocr o no PavilJuio International - pois no rnesmo ano jli se realizava 0 primeiro Salao do Au tom6vel, no An hemb i. o proje to de reforma, apresentado pela equipe Burle Marx provoca debates, em virtud e, prin cipalmente, do seu alto custo , exigindo novas verbas ou transteren cias de verbas destinadas a outras finalida des. Assim mesmo , ao ser apr esentada a imprensa, ha urn clima de ot imismo em torno dos come ntanos. Afinal, todos estso de acordo, pelo meno s em urn ponto: 0 Parque Ibirapuera fo i desvirtuad o em suas fmalidades e deve voltar as suas o rigens. Urn comentarlstae? d' " 0 Estado de Sao Paulo" afirma que, se a Prefeitu ra apravar 0 projeto de restauracro paisagist ica, sugerido por Burle Marx, ate 0 flm do aro 0 Perque lbirepuera podera ser remodelado. Entdo , a vegeta¢o podera ser ccnservada . Havera flores 0 ano to do . Novos ti pos de arvores serso plantados: quaresmctras. paineiras, mulungus, sibipirunas, tipu anas e jacarandas. E, no Parqu e, s6 pedestres; carros no s estac ioname ntos. No projeto este prevista a transferencia do Museu de Arte Moderna para 0 predtc ond e esta instalado 0 Gabinete do Prefeito . A essa altura, a Prefeitu ra jli deveria ter escolhido 0 novo local para sua sede na zona Leste. Tambem sertam transferidos 0 vivetro Manequinho Lopes, o s galpOes des Arqufvos, a Uniio Protetora do s Animais, a Cmemanca. Para Cotia seriam levadas as mudas do v fvelro Manequ inho Lopes , cera de urn milhao


o BAIRRO DO IBIRAP UERA

126

ainda. j nnto ao Centro Mun icipal de Campismo. Assim, de 1955 em dante. a Cidade de Sao Paulo foi govemada po t prefeitos instalado s no Ibirapuera. Durante todo s esses anos, 0 Ibirapuera, como nucleo centra l do requintado balrro de Iblrapuera, peeencheu uma funyao administrativa para a qual nrc fora crtado , em prejufzo evidcnte da fu n ~ao mais humana e sfmpatica de area de lazer e cult ura, priorltdria no projet o original. Segund o nor mas e idcologias proprtas, cada prefclto exerceu sua funlfao dentro de dcterminados ponto s de vista, sendo 0 pr6prio Ibirapuera encarado de maneiras dlferentes. Desvirtuadas as funcees esscncae para as quais for a crtado , os ulnmos prefeitos tenta rarn. sem sucesso, reconduzr-jc as suas or igens. o Brigadeiro Faria Lima. Paulo Salim Maluf, Figueiredo Ferraz e Miguel Colasuonno tentaram restabe lecer a paisagem onde 0 verde era a essenca da beleza. Depots do projeto Burlc Marx (mapa D), comc ntado durante 0 ano passadc (19 74) , pelos jorna is que entrevistar am tant o 0 Prefeito Miguel Colasuonno como 0 pr6prio paisagista , nouciou-se que 0 arqu iteto Oscar Niem eyer sene contratado pela Prefeitura para a recuperacsc do Parque Ibirapuera. Para 0 ilustre arquiteto , lbirapuera se resume hoje numa sene de lotes corta dos por circulacao de verculos: o s predio s estro adu lterados; a marquise completamente ocupada ; a finalidade da area acabou se desvirtuando , 0 que e lamentavel. 0 Ib irapuera e atua lmente urn reca nto da cidade com circu layao de ve tculo s por todos os lados , quando a ideia era justarne nte 0 cont rario, o u seja, a implanta~o de urn gra nde jard im".

"0

Apresentando 0 arquiteto Oscar Niemeyer aos jornalistas, 0 prefeito Colasuonno disse que ele viera a Sao Paulo a seu convite "e m razao da preoc upacr o que tenho de ampliar, em alguns rnilhocs de metros qu adrados, a area verde exlstente na Capital e que visa a r nelhoria da qualidade da vida urba na. Com lsso. vamos dar 0 exemplc, devolvendo 0 Parque Ibirapuera .i popula~ao e transferindo a scde do Execu t ive Municipal para a Vila Guilherme".


ALG UNS ASPECTOS DA ZONA SUL NO Sf.CULO XX

127

" Niemeyer ira o rientar-nos e dar cobert ura profissional qua nto a devolucao to tal do Ibirapuera ao povo, como simbolo da humaniza~ao da Cidade de Sao Paulo" . Ao mesmo tempo, 0 [lustre arquiteto afirma que "eu e meus colegas - porque meu trabalho e de equipe - temos inter esse em ajudar na reconstituicao do Parque lbuapucra. que tanto interesse :i nossa arquitctura e multo mais ao povo de Sao Paulo. Nosso interesse ~ rca lmente fazer voltar a area verde que ele con stituia e que se foi desvirtuando com 0 correr dos tempo s." com~ou a oco rrer desde 0 imcio, q uando nao se fez 0 audit6rio, junto ao predio do Museu da Aeronauuca, com capacidade para mil pessoas. lsso deu ao parque um aspectc Indeflntdo que ell nso sabia como funcionava. Considcro que agora chcgou a opo rtun idade de sc rcfazcr tude ."

路'0 desvirtu amento

Inquirido sobre Niemeyer afirma que

0

tempo que se levara para a recuperacso do Parque,

" isso depend e das medidas burocrauca s, ou seja, da renr ada das reparn ce es da Prefeitura que aqui estso instaladas. Nao havia ratio da vinda delas para d . 0 parquc se dcstt nava a urn grande centro de cuttura, com salas para conferenctas c expostcees. Porcm , de nossa parte, sera facil fazer urn rclat6rio expllcando o que devc ser feito e, inclusive, refazer 0 projeto para a constru~o do audit6r io." .

o arquite to tambem mostrou-se contra as grades ptcjetadas, afirmando ser con tra tudo 0 que e limitacao. Assim, uma das primeiras providencias sera retirar os gradts. Entre ta nto, as altcracoes c reformas previstas tan to pelo paisagista como pela admuu stracro passada, nso chegaram a ser realizadas, nso havendo nem mesmo a assmatura de cont ratos. Nao obstant e os gastos cont ra a poluicao dos lagos. na gestso Colasuonno, e as medidas tom adas pejo prefeitc Figueiredo Fenez para evitar a frequdncia de marginais - cclccando gradis de ferro e obstaculos a aut om6veis nos portoes - 0 Ibirapuera continuou a apresentar prob lemas de dific il solucso.


128

o BAIRRQ 00 IBJRAPUERA

A 16 de abril do corr ente ana (197 5), to mou posse ~ novo prefeito nomeado Olavo Egydio Setubal. Era plano do prefetto Colasuonno t ransferir a sede do Executivo Municipal para 0 edificio do Montepio em construcac na area do Projeto Leste, enquanto devena m ser construidos var ies predios destinado s adrmntstracso. Falando a imprensa 0 prefeito Setubal afirma que 0 Hotel Anhembi, projetado em 1967 para ser urn modemo e luxuoso hot el, devers set a nova sede da admtnistracso, 0 que faria, entso 0 Parque Ibirapuera voltar a sua principal fun~o como area de mer e culture, e, ao mesmo tempo, senam entregues A administralfao estadua l os pianos de reurbanizat;io do Projetc Leete . Nile tendo se realizado a mudanca, Coram ta mbem adiadas as reforma s do Parque Ibirapuera. Entretantc, passados tres rneses, a Prefeitur a toma uma medida que mais de uma vez tinh a side aventada, combat ida, porem, pejos que achavam que seria outra forma de desvirtuamento das funcoes do Parque : a part ir de 1.0 de agosto, no periodo de 22 as 6 horas, 0 Parque Ibirapuera pennanece ria fechado, pais nos ultimos dais meses "vohou a ser freqae nta do por prosntutas, enquanto pela manila era usado como estacio nament c de verculos de firmas comerclals. Ao mesmo tempo , e estudada mudance na estrut ura adnunistrativa do Ibirapuera, a que delxara de ser subordinado a Coordenacsc das A d mini str ~oes Regionais, passando para a se~o de Parques e Jardins da Secretaria de Servtcos e Obras' ". Posslvelment e, tais medidas sejam 0 tnrctc das refonnas que, realizadas, trarso de volta 0 Parque Ibirapuera a importantissima funyio para a qual fora criado, de verdadeiro propulsor do bairro Ibirapuera, centro de lazer e de culture, a urn tempo pulmocs e coracso, pulmoes a oxigenar como area verde a poluida capital de Sao Paulo, coracso de urn pequeno e sofisticado bairro pauhstano . Volta ndo as suas origens, 0 Ibirapuera perdera a fu n~o administrativa cujos tentaculos asfixiaram as funczes de area verde, mas tornara mais acentuada a fun~o residencial, 0 que melhor definira a sua denom inacro de " bairro", segundo 0 consenso popular.

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CO NC LU SAO

J ornais e revistas dedicaram niimeros especlals ao IV Cente nerlo da Cidade de Sao Paulo , ilustrado s com excelen tes fotograflas. Manchete, em seu nurnero especial, com justeposlcso de urn texto em lingua inglesa, referindo-se ao Parque lbirapuera , afirma que "Esse Parque IS hoje nova cidade do Estado. ~ a cidade de Ibirapuera, constituida em menos de dais anos, para cont ar a hist6ria de urna cidade de quatrocentos a ROS. Recebendo "uma med ia de

cern mil visitantes aos sebados e dbmmgos", no seu interior como qualquer cidade de verdaae, se encontra uma Delegacia de Po lfcia, urna estacro de Corpo de Bombeircs, urn posto de Pronto Socorro, com Ambulat6rio, Enfennage m e AmbuJancia; duas agendas bancarias e de cambia, tres agendas de turts mo e passagens; urn Service Gera~ de lnrormacees desdobrado em vanes postos com lnter pretes em varies idiomas; um Service de Guarda de Volumes; cinco bares cobertos e dezesseis extern os; quatro restaurantes e qu atro churrascarias; uma Agend a de Correios e Telegrefos, e uma administracao que funciona como verdadeira Prefeltura."

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mapa do Parque , pub licado nesse namero especial de Manchete , da uma ideia do Ibirap uera naquela epoce . "Cidade de populacao flutuant e, cuja maioria s6 a habit a durante 0 dia, Ibirapuera viu crescer sua popu la~iio medida que se passaram os anos, rodea da de mans6es com belos jardlns. ~ uma populacso flu tuante, compost a de uma massa de funcionario s municipais e de visitantes que se revezam durante a semana, aume nta ndo nos dias de exposieoes e festivais, crescendo aos sabados, domingos e feriados. Populacso que nao reside, em geral, no bairro de Ibirapuera. Ao contrario dos habitantes das mas adjacentes , que, normalmente nao sao funclonarlos

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o BAIRRO DO IBIRAP UERA

municipais, nele nao trabalhando, c que, em geral, scm mesmo frequenta-lc - as moradores das elegantes avenidas que rodeam 0 Parque nso precisam desses pu lmoes, vtsto que possuem as seus belissimos ja rdins, neste mes cober tos de azaleas e ipes. - usufruem das vantagens de ape nas "vivcr" no bair ro de Ibirapuera. Cidade em miniat ura , sim. Portanto , urn peque no bairro segundo 0 consenso po pular, c que a pr6pria Prefeit ura como ta l 0 acetta. pela sua Secretaria de Turismo e Fomento , quando em folhetos de propaganda traz uma fotografia do Parque Ibirapuera, situado no "bairro de Jblrapuere" !", ou nos dizeres explicativos em fotografias de seu arquivo Iconograftco. Denominacao que a imprensa aceita , quando aqui e ali se refere a avenida IV Centenano e a avenida Republica do Lfbano, como das mats anstocraticas do " bairro de Ibirapuera " . E que os pro pnos moradores ou pro prietarie s de im6veis conflrmam qua ndo anunciam Ii venda "quatrocentos metros quadrados de conservada construcso, no lbirapuera {Iardim Lusitania), ou exce lente residencia moderna em terre no de quinhe ntos metros quadrados "no Ibirapuera, imcdiacoes de avenida Re publica do Lrbano e avenida IV Centenano". ou mesmo um aparta mento em Moema "protegido da poluicao pelo verde do Ibirapuera", ou "apartamento em 路 Vila Mariana - lbirapu era". Fo i dessa "Cidad e" em miniatu ra, mas gigante pelo seu significado no complexo urbano da capital paulista que tentamos resumir, em traces gerais, a Hist6ria. Com funcoes que jamais um logradouro comum teria - administrativa, cult ural, social e recrcativa - 0 Parque Ibirapuera, em vias de se mod i. ficar quand o se realizer a transterencia do Execut lvo Municipal para Anhcmbi ou outro local qualquer, e passando para 0 Setor de Parques c Jardins, te rnando-se definit ivamente um dos logradouros comuns da Capital, ainda que 0 maior ou 0 melhor, [amais deixa ra de ser 0 Centro do novo Bairro de Ibirapuera que tende a se estender aos poueos, abrangendo rnaior area, aumentando, provavelmente, seu corre dor eomercia l, sem perder , todavia, suas caracter isticas de bairro residencial. Perdendo uma parte apenas de suas funczes admfnistrativas , vtsto que sera, em carater permanente, a sede do setor de Parqucs e Jardlns, e conttnuara a abngar.o Lcgislativo Estadual, 0 Bairro de Ibirapuera, mesmo sendo formado po r terrenos perte neentes a diferentes sub-distritos - Vila Mariana, Iblrap uera ou Indian6polis - sera sempre um bairro diferente, versatil em suas funcees, com uma Hist6ria que pode ser fascinante qua ndo estudada em profundidade, inclusive quanto a sua magnifica paisagem botanica, plantas que foram seu pr imeiro tipo de povoame nto. Avenida Ibirapuera - J ardim Ibirapuera - sub-distrito de Ibirapuera


CONCL USAO

13I

- Parque Ibirapuera. Eis os Ibirapueras que ainda encontramos em Sao Paulo, que mantem a denc minacro tradicional e uma certa irnportincia ent re os bairros e jardins da Capital de Sao Paulo. provavel que existam out ros jardins ou vilas ou mesmo algumas propr iedades rurais sob esta denommacro. E que outro s sejam criados futurament e. Mas, quantos ainda teriam alguma relacso com as terras do cacique de Geribatiba? Ou quantos poderiam compenr com 0 "nosso" bairro de lbirapuera, com seu Parque, onde cada ediffcic . cada monumento, e att arvore tern sua pr6pr ia Hist6r ia e urn sentido pr6prio? As terras do I birap~era, estao no ''C aminho do Virapoeira" , e nao no pr6prio Virapoeira de Caiubi e de Anchieta . A palavra Ibirapuera, como designa9ao das tet ras do atual " Bairro de Ibirapuera" , formado pe jo Parque Ibirapuera e seus arredores, 03:0 fo i encontrada sempre nos document os por nos examinados . . Os documentos mais antigos referem-se, em geral, a ''Caminho de vlrapoeira" ou "bandas de Virapoeira" , indicando tet ras pettencentes a mor adores do Campo de Piratin inga. No seculo XIX sao distribuidas muitas datu de tetras em varies bairro s de Sao Paulo . Os terrenos que formam hoje 0 Sauro de Ibirapuera e seu Parque estaYam incluidos no Distrito Sui da St e as concesszes de datu rUo se referiam a tetras especificamente do Ibirapuera, mas " caminho de Santo Amaro". Urn exemplo ~ a "chacara de Joaquim Rodr igues Fulart entre as duas estradas que seguiam para a freguesia de Sant o Amaro" I como alega seu pro prtetano ao requerer como data de terra urn pequeno terrene vizinho do " potreiro de Jose Antun es" , do quinta l dos Frades Franciscanos" e " de Gabriel Henrique Pessoa" (CDT, 25.1. 1826). A palavra Ibirapuera prat icamente desaparece da docume ntacso e mesmo das At as da Camara Municipal de Santo Amaro, durante 0 seculc xx. Mas reaparece no seculo XX, quando os prefeitos de Si o Paulo passam a se interessar pelas terras que correspondem ao atual Ibirapuera , reiv mdtcando sua posse para 0 munici pio. Washington Luis Pereira de Souza, quando prefeito de Si o Paulo, em seus Relat6rios de 1916 , 1917 e 19 18, refere.se a Yarzea do Ibirapuera., caminho de Sant o Amaro. Quando prefeito, Dr. Jose Pires do Rio ( 1926) procurando reivindicar ta is terras para urn Parque Municipal, refere-se a "terrenos da Varzea de Santo Amaro que formam a Invernada dos Bombeiros e a ant iga chacara de Ibirapuera" .

e


132

o BAIRRO 00 IBIRAPUERA

Finalmente, Francisco Prestes Meta, nos Relat6rios de 1938, 1939, 1940 e 194 5, apresenta ndo 0 pareeer de Dr. Oswaldo Aranha Bandeira de Mello, Diretor do Departamen to J uridico da Prefeitura Municipal de Sao Paulo, salienta " a importa ntissima A~o de Divisao do Sitio lblrapuera". Parece, pa is, que, a part ir. da a9io desses prefeitos da Cidade de Sao Paulo, a denommacro de Ibirapuera para essa area tenha se consagrado definitivamente .


NOT AS

1.

Sao Paulo de Ontcm, de Hoje e de Amanhi, ana I, agosto de 1941 , n.o 7, p- 5

2.

Relaterio do Prefeit o Dr. Pires do Rio CamaJa Municipal de Sio Paulo , 192 6. "0 Dcm fnio do Municipio da Capital sobre terrenos situados na Vanca de Santo Amaro" , p. 505

3.

o Coronel Francisco Pinto Ferraz, de acordo com 0 Tomba mento de 1817/1 8, realizado pOT ordcm do Prfncipe Regente D. l oao, era fazende jro em Campinas, com urn engenho onde possuia 56 escravos (Bens R iigricos, Arquivo do Estado

t;

a

de Sao Paulo)

4.

Relatorio citado, p. 523

5.

Re latOrio de 191 8 do prcfe ito Washingt on Luis camara Municipal de Sao Paulo, 1919, p- 250 - Oficios expedidos: " 16-1-1918 - Em mcu oficio n.o 15, de 27

a

de outu bro do ano lindo, iniciada a discrirninacao de terras no municipio da Capital, ja foram julgados devolutos e incorporados ao patr imcnio municipal 2.023.58 2 metr os quadrados, des quais 1.641.3 32 metros quadrados na 路varua do Ibirapuera. Destes a parte compreend ida entre a avcnida Rodrigues Alves, linha do raio dc d rculo de 6 km , estrada velha de Santo Amaro e corrego do Matadouro, foi dividida em lot es para pequenas granjas a fun de serem vendidos em concorrdncia publica, conforme pedl Ii Camara naquele ofic io. Uma outra parte desses terrenos, comprcendidos entre a avenida Rodrigues Alves (lado esquerdo. indo para Santo Amaro), linha perimetrica, rua Nova (que divide os terrenos municipals de Vila Clementino) e rua das Mangueiras, tambem foi dividida em lotes de dois mil e poucos metros quadra dos cada urn, que todos a superffcie total de 322.112 metr os quadrados, como mostra a planta jun ta, por estar ja em zona suburbana e ja relativamente edjflcada." No seu Relat6rio de 1916, refcre-ee Ii concessao de Martim Afonso de Sousa, dizendo: " De acordo com as divisas estabelecidas nessa Carla, os oficiais da Camara fjzcram a dcmarca~ao no terrene do patrim6nio municipal cravando alguns marcos. Afora algunspontos indicados por nomes de pessoas, ou de ;o~as , os outros cram naturaes, 0 que permite amda hoje dizer que 0 patrim6nio municipal se continha desde 0 primeiro ato, na estrada de Santo Amaro (Ebirapoera) em dir~ao a urn l egato no caminho do Ipiranga, 0 primeiro que se pessa, por esse l egato ao Tamanduatcf,


o BAIRR O DO IBI RAPUERA

134

PO' estc ac Tic tC. por ~'SIC .1.0 R io Gran de de Pmhca os, C por cstc aci ma c 1'0' urn de sellS aOuentcs. 0 que e'S tava na tapcra que foi de Jose Soares ;Kima.to so.:guir are 0 ponte de par tida ( \'ide Uvro de Vcrc:u,Oes 60 da Cimara :'o l un icip al. ano 1958). Dentro desse perfmc tro sem prc a Cam ara Mu nicipal de Si o Pau lo ccnced eu datu a te que em 16 99. po r uma injusta dccUio em dernanda lhe fo i recusado esse direit o Ip.XXXV) " A partir de 1724 , pol" conct'u i o de Rodri !!o

n.v

Cezar a Cimara Municipal lem dado terras (p. XXXVl).

6.

Relarorio Pires do Rio, 192 7. Procurador ia Fiscal. p. 494, 4% , 499 c 498

7.

Rebtorio Pires do Rio, 192 7, p . 23

8.

Relarorio apresentado por Dr. Jaio Octaviano Pereira de l ima "Defesa des bens d omin iais do Municip io de Sao Pa ulo , a dministral;io Pires do Rio (1 9 27-19 28)

9.

Anaes da Cim ara Municipal de Sao Paulo, 1928, p. 852, 907 c 968

10.

Ato n.o 1372, de 14-) -1938, em hcmenagem a Dr. Manoet Lopes de Oliveira Filho "em virtude de sua valic sa con tr ibui~o cult ural-cicnt ffica ao estu dc da entomologia, botanica e biologia, colaborando com a adm inis tr a~:io , orgar uzando, defendendo e embctezaedc os nossos parqucs c jardins publicos".

11.

lei n. 0 3543, de 10-12-1936 aprova a localiza~o do Monumento is Bandeiras no Parque Ibirapuera

12.

A'll'q AmtITtll - Brecheret, in " 0 Estado de Sao Paulo", Suplemento Uterario

de 22路11-1969, ano 14, n.o 650 13.

Historico da Comissao do IV Cenlenario e suas realizal;Oc:$. Se rvi\Q de Imprrn sa, Comis.siodo IV CcnterWio

14.

Deeretos e Leis do Municiplo de Sio Paulo, 1952. A lei n. o 1475, de 26路12-1951 aia as " ApOlices do IV Centenario e auloriza 0 Estado a con trair ernprestrmo de 600 milh5es de cruzeiros para custear as dcspesas req uer jdas pclo prcgrama de Iestejos.

15.

Com a rnudanca da chefia do govem o municipal em abril de 1953, cs membros da Comissao e do Conselho Consultivo pediram demissao. A nova Comissao e formada por : Francisco Matarazzo Sobrinbo, prestdenre: Plinio Barreto, Mario Beni, Jose Carvalho Sobrinho ; Vicente Rao ; Joiio Baptista de Arruda Sampaio c Nile Andrade Amaral. Em outub ro Arruda Sampaio e Vicente Rao sao substilUidos per Carlos Pinto Alw s e Irci Benvenuto de Santa Cruz, D.P., scndo cste tambCm substit uido em janeiro de 1954, por Candido Fontoura. Em fevereiro e substituidc Mario Ben! por Sebasliao Pees de Almeida.

16.

A Comissao que apresentc u 0 Relat6rio era fannada POJ Guilherme de Almeida, presidente; Sebastiio Paes de Almeida, Nilo Andrade Amaral, Jose Barbosa de Almeida, Candido Fontoura, Joio Penteado Stevenson e Francisco Sales Vicente de Azevedo.


ALGUNS ASPECTOS DA ZONA SUL NO SCCULO XX

135

n.e I. 6r-e io OflCiai

da Comiuao do IV Cente narjo.

17.

Rcvista do IV Ccnlcnirio. 'letcmbro de 1954

18.

Para Rio sobrccarrt'gou 0 tcxto, aprcsenta mos em ANEXO. a copia das deSCf~ dos principais cdificios exlstcn tes em 1954. no Parque Ibirapucra.. segundo 0dados conndcs no lIiSlor iro da ComiMio do IV Ccn tcnirio, p. 5 e segueues, A";m ocstc s, cumprc citar 0 Palacio Katura, doad o pcb ColOnia Japon esa ~ Sio Paulo. ccns truidc jntciramcnte com material importado do fapi o, e traba1hado por opcrarios e tccnicos japoneses, £ a recon Slitui\'io do Paliicio Ketura, de Kioto. 0 movtmenro para essa doa i;io foi dirigido pcb Comissao Cc tabcr ador« da Coldnia Japoncsa Pro IV Centc nano, prcsidida peto sr, Kyicschi Yamamo to.

19.

Joaquim Pacheco c Silva - "Rcminiscdn ctas da Revolu ~o Constit ucionalista de 1932" , in "Di firio do Povo", Campin as, 9-7-1974 "Estavam scndo fab ricados aparelhos para colo cecdo de bombas nos avlccs, mas nsc chcgaram a set usados. Havia sabotagcm nas granadas quando enviadas para 0 front. Retiravam a espoleta. e assim, quand o usadas, nao dctcnavam. Por esse motiv e, foram estudados novos rndtodos para apcrtar a rosca que Iixava a espoleta, que passaram a exigir aparelho especial para retird-las, Quand o term mou a R evolu~io haria em deposito no BioI6gico, 11.000 granadas carregadas, onde foraro detcnadas parll nio cairem nas maos da Ditadura. As bombas de aviai;io foram deto nadas no Ibirapuenl. DCasionando a quebra de vidrcs das janelas das casas vizinhas.··

20.

lei 11. 0 46 36. de 124-1955 (ANEXO IV)

21.

Frqncisoo ChagDJ de MOrtlu F i/ho - " Ibirapuera,

sO pro messas" , in "0 Estado de

sse Paulo" . 2-3-1969. 22.

"0 Estad o de Sio Paulo" , 16-1-197 1

23.

Constru~o

24.

Rcquerirnento n.o 9525 - Departame nto de Servi~os Municipals, Divisio de UtiIidade PUblica, in Of itios Diversos expedidos, 19 37, Arquivo Histc rico Municipal

25.

Ofie ios Expedidos - Divisao de Services de Vtilidade Publica - Ptefeitu ra Municipal A partir de 15-5-1936 quando a Prefcitu ra solicita providencias para tra nsIcrencia do tele fonc do Parque Ipiranga para 0 Yiveirc Mancquinho Lopes. Ness.;, dpoca 0 cndcrecc do Viveiro era AUIO Estrada, n,o 995

26.

" 0 Estado de sse Paulo" , 14-6-1955

27.

Francisco Chagrude Morais Filho - art . cit., 2-3-1969

28.

" 0 Estado de Si o Paulo" de 18-8-1974, traz ia no Rot eiro, a programacdc para agosto : " 0 ce u do Invem c", " 0 Ncvtmento Diurno da EMera Celeste" , "S o jsticio e Equinbcios" e "0 Sol da !ofeia Noit e" , sao a lra~Oes que 0 Planetaria, Parque Ibirapu era, aptescnta este mcs, com proje~Oe s acomp an hadas de co menciric> oral explicative. Sessse s pdblicas sab., dam .• feriados - para ma iores de 10

em SiD PauJo. ano XXV, n. 0 1290 , 30-10-72


o BAIR RO DO IBIRAPUERA

136

anos - 16, 18 e 20 ho ras; segundas. senOes infantis - menore s entr e 5 e 10 anos ; s!b. e dom., i s 10,30; St' S$0e1 especiais para esceu, semen ee rom marcat;io antecipada. Todas as 5u. U 20. 0 Aanetirio promoee [cUDiOes do Centro de Esrudcs Astr onau ticos com en trada franq ueada l OS mte ressados, Has St'ss6es pdblicas os adultos pagam 5,00 e mcnor es de 14 anos, 3,00. Para as esccras nao oficiais, com

grupos de atl! 100 atunos, 80,00." 0 prograrna ni a varia muno. sendo apenas mu da das algu mas proje~Oe s., como por exemp lo, p ara julho oeste an o, ret programada , em vez de "'Solst idos e Equin Octos", " 0 mais Longo Oia", continuando os mesmos pr~ do &nO passado.

29.

No " Rot eiro" d"O Estado de Sio Paulo" de 12 de julho do corrente ano : " 23 vitr inas com presentes de varios estilos, alguns dos seculos XVII, XVl II e XJX. fo rmam 0 acervc do Museu do s Presep ios, montadc na grande marq uise do Parquc I birapuera , en tre 05 muse us do F o lclo re e de Ar te Mo derna. A maior atr~o i 0 p rnCp io napclitano de 1500 pc~; que mc stra a vida num a aldeia nCK anedor es de NipolC$. As repl odu~s do f.e'is em todcs 05 pormenores ate nos objetos de meu e arrci CK dos ClYlllol, trabaUtadCK em prata. Du 14 as 17, fech an do is las.. Ad ult os pagam 0$ 2,00 e gratis para crian~s ate 10 anos." A prope sito, 0 " Roteir o" costu ma trazer notfc ias tambem do Muscu de Fotclore, com o a do dia 2 de agosto. co m 0 tftulo: "Arte e Tecracas Populares", lembrando qu e hi no Museu u ma au la poe eema na sco re Folclo re Brasilciro e que 0 Museu pertence a AMOcia~o Brasi.leira de Fo lclor e, aberto ao publico is ter~s e domingos. no Pavilhio Historico , das 14 is 18 horas, com en trada p atuita.

30.

Fren cisco Ornellas - " Um passeic pclo l birapuera qu e ja ro t urn Parque",

12-4-1974 31.

" Ar qu iteto cr itica 0 I birapuera" - " 0 Estado de Sao Paulo". 18-7路1 973

32.

" FoUta de sao Paulo" , " 15-2-197 4

33.

Pedro Mario Zen - "0 Estado de Sao Pau lo" , 5-4-197 4

34.

Niemeyer re tor na par a recuperar 0 Parque lbirapuera, in " 0 Estado de Sao Pau lo " ,

31-1-1975 24 de julho 0 prereito OIayo Egydio Setubal assinou 0 eeoetc transferindo para o Departamento de Puqu es e Jardins da Secretaria de Servi~ e Obru da Preteitura, a admin istra~o dos Parques lbirapucra, Te ne nte Sique ira Cam pos (Trianon }, Guara piran ga e Moru mb i, alCm do Jar dim da Luz, da A clima~o e praca Alexan dr e de Gu smao . 0 decreto preve que a area ocupada pe lo Viveiro Mane qu inho Lop es (lIC de da Sel.:1" etaria} pauara a integrar a area do Puque I b irap uera, preservandCMe a denominalj:io e a des linalj:io par a outro imo\IC1 de propriedade da Prefe irura f 'O Estado de Sio Pa ulo " , U -V11路 1975).

35.

A

36.

Secretara de Tur ismo e Fo me nt o - Prefeitura ~Iunicipal de Sao Pau lo - "C idade de Sao Pau lo - po n tos turfsticcs", 1911, p. 16. Ide ntif ica ndo u ma vista do Parque I birap uera, entre outr es informacdes, traz: " Lo cal - Ba irro de l birapuera - Zona Sui"


ANEXOS

Anex o I:

"0 Tupi em Sao Paulo" - J. David Jorge (Atmore), in Revista do Arquivo Municipal, clvt, Secretarta de Educacao e Culture, Departame nto de Cultura, Prefeitura do Municipio de Sao Paulo, 1953, p. 53 .

An exo II:

Os Moradores do Ibirapuera no Seculo XVI, de acordo com 0 Livre de Atas da Camara da Cidade de Sao Paulo (1562-1596). Pubttcacso da Dlvtsso do Arquivo Hist6rico, vel. I, seculo XVI, Divisto do Arquivo IIist6rico do Departam ento de Cultura, 2.a edteso, 1967. A Le edity<lo e de 1914, com prefacio de Manuel Alves de Souza.

Ane xo Ill : Re~o dos Ediflcio s existentes no Parque Ibirapuera confor me da Comissao do Quarto Centenar io da Cidade de Sao Paulo.

0

Hist6rico

An ex o IV: Alguns t6picos da Lei n.c 4636, de 12 de abril de 1955, que estabelece condtcees de zoneamento em terrenos vizlnhos ao Parque Ibirapuera (Vila Clementino, Ja rdim Lusitania e proximidades).



AN EXO I

" 0 Tupi em Sao Paulo" - J . David J orge (Aimore). in Revina do A rquivo M unicipal, e LVI, Prcfeitu ra Municipal de Sao Paulo , Sccretara de Bdu cacso e Cult ure. 19 53, p. 53 Ibirapuera [Yhy-ra-pudra] - 0 pau pod re, ex-madeira, arvore antiga, ext inta, acabada ; 0 pau ou madeira que foi e agora quase nada resta dela. Do Yby (ibi ou iui) - terra, chao, solo ; retomar, rcccber, nascer, colher , brotar; que surge , que vern, que apa rece ; que se to ma , que se colhe . (l bira) - a que se colh e do chao, a que brota , surge, nasce a u aparece na terra , no solo ; a vegeta l. {Ndo se confund a ibira com ibera, mesmc que Ubera: agua brilhante, limpida, resplandescente : ibera a u ubcra ~ contracro de Iberaba a u Ubcraba]. Existent vanas form as de ibira (m adeira, pau, Iron co, vara, arvorc, viga, vegetal, ta ro). vejamo-las: ybyra, lvira, mira, mara, imira, btra, ub ira, vara , uara, bura, guira, guara, muira, yba, yua, ib). Se a ma deira ou pau esta em forma de lenha para queimar, entso recebe 0 nome de lcpca. Puera, sufixo tupi que indica passado dos substantives , equlvalendc ao "ex" lati na . Em portugues dizemos: "Ex-cmbarcacao" ; no tupi: lgara-pu era ; "Ex-mulh cr" no tu pl: "C una-guera" (Puera ou puira, tambcm significam meudo, dclgadc, fino , pcque no). As variantes de pusra sao; cocra, cucra, gcera, guera , boera, puera, poera, uera. oera, quera, rera. cuer, cue. Como partfcula de prete rite : velho , extinto, antigo , acabado, passado: a que foi, a que existiu , 0 que nrc c mats. Ex .: ita -quer a - pedra velha, antiga a u extinta; ibira-pudra - pau podre, antigo , etc . Se "cuera" vier posposto ao verbo , dd a este a sigmf lcacac de aor isto. Ex .: Muiea (co stu rar), Muica-cuera (cc sturan a); se lhc acrescentarmos, porem, o te rmo "rn aha" au " amu", torna-se conju ntivo. Ex.: Mucuna [cngulir), Mucu na-cuera-amu (teria engolido).


140路

o BAIRRO DO IBIRAPUERA

Cuera tambem e usado para designer : duradouro, vt Ihaco, espert o, enlend ido . Foi nesse sentid o que os selvioolas de Go tas apelidaram 0 paulista Bartolomeu Bueno da Silva de Anhanguera (Anhan gueca) - 0 dem6nio (au genic} espeno, sabido, entendtdo. espertalhao, matr etto. astute a u manhoso [An-nhan - espirito que vaga, genio malfazejo; deme nio; guerra ao mves de cuera: 0 scm nasal antecedent e (an-nhan) mu dou a gutural "C " em "C", como e de regra no tupi. lbirapuera (tupi) deve-se pronunciar em portuguss: Ibtrapueiri. A vogal e. com acento t6 nico na pen6ltima sflava, vale pelo dito ngo "ei".


ANEXO II OS MORADORES NO IBIRAP UERA NO St CULO XVI

1.

ALVARES, Pedro - Em 1583 lorna parte em ajuntamentc sobre gado que se pede para a armada de S.M. Em 1585, vereador, com Baltazar Rodrigues. Nao compareee a vartas sess5es "por ter ido ao mar" . Citado entre os que devem fazer 0 caminho de Virapoeira ao Conselho (3-7-1581), devendo fomecer urn escravo. Vereador em 1596. A!motaeel em 1586. Ju iz c rdinario em 1588 e 1592. Toma parte em ajuntamento do povo e da Camara a respeito da construcao de uma igreja entre as casas de Diogo Teixeira e Andre Mendes. Toma parte nas expedtcoes de Jeronimo Leitac em 1583 e 1590. Carvalho Franco refere-se a Pedro Alvares, casado com a filha de Jorge Moreira, tendo falecido entre 1613 e 1620 (Carvalho Franco - Diciomir io dos Bandeirantes Paulistas; Americo de Moura - o, povoadores do Campo de Piratminga, in RAM, XXV, p. 21). Encontra-se nas Atas com 0 nome de Pedralves e Pedralvares.

2.

BURGOS, Andre - Estabelecidc em Sao Paulo desde, pelo menos, 1574, quando comprara uma porta do Conselho, fato denunciado pelo procurador, ava!iada pelo carpintciro Ooncalo Fernandes em 250 rs. Com fazenda da "banda do Ibirapuera" , casado com Maria Rodrigues. Fa!eeeu antes de 1603 (A. Moura, ob. cit., p. 314)

3.

CANHA, Joao de - Cttado entre os que deviam "fazer 0 caminho de Virapoeira", em 1581. Toma parte em ajuntamentos em 1587 e 1592. Neste ano protesta-se quanto a exigsncia de se "levar farinhas ao mar e entrega-las na procuradoria". Segundo A. de Moura, pertencia a familia de origem castelhana (ob. cit., p. 320)

4.

CARVALHO, Diogo Teixeira de - Citado entre os que deviam "fazer 0 caminho de Virapoeira" em 1581. Almotace! em 1583 e 1586. Ju iz


141

o BAIR RQ DO IBIRAPUI:RA o rdinario em 1585, qua ndo assma 0 " Auto de aprovacro e rat ui cacrao que a Camara da Vila de Sao Pau lo fez dos asscmos e requerimentos e capnulos feitos pelas vilas de Sao Vicente e Sant os com 0 sm. capitfo Jero nimo Lenso sobre a entrada que se ha de Iazer ao genlio do sense desta capitania de Sao Vicente" . Seguiu para 0 sense na ent rada de Jeronimo Leitao, com 0 juiz Antonio Prete , sendo eleitos para substituf-los Fran cisco de Brito c Baltazar Rodrigues. Provide no cargo de escnvso do campo e sense no ano de 1586, 0 vereado r Jorge Moreira nega-se a acetta r a provtssc, por scr Diogo Teixeira genre de Ooncalo Fer nandes e cunhado de Femao Oias, que era juiz. Almo tacel em 1586. Era ftlho do portugues Anto nio Teixeira, tendo se mudado para o Rio de Ja neiro, onde ainda vivia em 1611. (C.F., Dicionano dos Bandeirantes, p. 103)

5.

FERNANDES, (Geraldo) Jose - portuguss da ilha da Madeira (1549), casado pnmetro com a filba de Andre de Burgos, e depots, com a filha de Andrt Mendes. Obr lgou-se a cottar came em 1590 , e foi almotace l em 1593. Tinha casa "da banda da cruz encruzilhada dos caminhos de Ibirapuera e Ipiranga (R.G., VII, p. 57 e 67) , quando era conhectdo pelo nome de Jose Fernandes, 0 moeo. Na epoca do Inventerlo de sua rnulher, lzabel Mendes, que morreu em 1633, tlnha terras no Ibirapuera "partindo com as de Pero Domingues, a 100 braces para a banda do lp iranga, que Ute haviam side dadas em paga de chaos que largara para a const rucso da igreja matr iz (A.M. - ob. en., p. 3650

6.

FERNANDES, Go nealo - Em Santo Andre foi procurador do Co nselho (1556), almotacel em 1557, tomo u par te em ajuntamentos em 1558, cf. Taunay, Atas da Camara de Santo Andre, in J030 Ramalho e Sant o Andre da Borda do Campo, p. 281) . Na vila de Sao Paulo, como carpint eiro, co laboro u na obr a de fortificalf<io (mur os e baluartes ) em novembre de 1562. Em 158 1, citado com outros, para Iazer 0 caminho de Virapoeira. Almota cel em 1582. v ereador, com Jorge Moreira em 1580, 158 1, 1586 e 158 7. Obt em carta de data de "chaos na Vila, com Afonso Dias, seu cunhado" (4-8路 1583) . Casado com uma 6rfi de nome Madalena. Substitulu Antonio Saavedra, como vereador no ano ante rior (158 7). Convocado. com Jorge Moreira, para levantar 0 pejourinho, sao ambo s multados por nsc comparecerem ao trabalbo. Substitu iu 0 vereado r Andrt Fernan des, em sessio em que se decide Iazer uma force junto ao Tamanduatel.

7.

FERNANDES, Manuel - tarnbem con hecido por Manu el Ferna ndes


ALG UNS ASPECTOS DA lON A SUL NO Sr.C ULO XX

143

Ramos. Ocupou cargos na Camara de Sao Paulo desde 1564, quando e indicado para substituir Jose Ferna ndes. J uiz ordimirio em 1572 e 1575. Almotacel em 1576 e 1575 . Vereador em 1581, 1587, 1588, 1589. Scrtanista, tomo u parte na bandeira de Jero nimo Letrro em 158 5. Pertence a familia dos Fernandes Povoadores. Maiores detalhes em; Carvalho Franco - Dtctonano de Bandeirantes, p. 325 ; Azevedo Marques - Apontamentos Hist6ricos, II, p. 96 ; Amertco de Moura - ob. cit ., p. 360 ; Maria Celestina T. Mendes Torr es - Manuel Fernandes Ramos, um vercador serta nista, in RAM, CLXXIX, p. 113. 8.

FERNANDES, Marcos - Citado nas Atas em janeiro de 1579 par nso colaborar no co ncerto da pont e. Na mesma sessto da Camara Gaspar Afonso refere-sc a ele como seu cunhado, convocando-o como portadcr de uma sentence pela qual Prutu oso da Costa viera de Portugal como degredado para a capitania de Vaz Fernandes Coutinho. Novamente multad o em 1580 por nrc comparecer a procissao de Santa Izabel. Toma parte em ajuntarnento em 1583 a prop6sito de pedido de gada para a armada de S.M.; comparece a ajuntamento em novembro de 1587 "sobre 0 gentio vindo do sense." Outra s referencias em A.M. - ob . cit ., p. 362

9.

GOMES, Lui! - S6 aparece nas Atas. a part ir de 1583 quando assina o auto do ajuntament o sobre a exigdncia de se mandar gada para a armada de S.M. Cttado a prop6s ito de uma denuncta contra Manuel Fernandes, ferreiro, em 1583. Convocado, em 1584 , para a limpeza do caminho de Ibirapuera. Outro s detalhes, em A. M., - ob. cit ., p. 374

10.

GONC;ALVES, Baltazar - Resident e em Sao Paulo pelo menos desde jun ho de 1576, quando registra sua rnarca de gado. Procurador do Conselho em 1579, requerendo que se mande cobr ir a casa do Conselho , "quem tiver de 8 Pecas para cima que mande dois feixes de sape e quem tiver menos, urn . . ." e, ainda, em o ut ra sessso, requer aCamara que mande Cnstovao Gonca lves fazer te lha para cobrir a casa do Conselho. Almotacel em 1580. Citado em 1581 para mandar duas "pecas, urn macho e uma femea, para Iazer 0 caminhc de Ibirapuera". Escrfvso do campo em 1590, por provisro de Jeronimo Leitao. Decide, com ou tros moradores da Vila e oficiais da Camara enviar carta ao capitao sobre a mor te dos membros da ent rada de Domingos Luis Grou e Antonio de Macedo pelos Indios ( 17 de marco de 1590) . Toma parte em entrada contra 0 gentio com Francisco Pinto em 1591. Convocado s


144

o BAIRRO 00 I BJRAPUERA pela Camara "todos o s oficiais me canicos para se' )ouvarem em oficia l de cada urn do s offcios", Balta sar Go ncalves disse que se louvava em Braz Goncalves, seu lrmro, para 0 of rcto de sapateirc ( 1592). Outros detalhes em A. M., ob . cit" p. 377 ; C. F., ob . cit., p. 183 .

II.

GONc; ALVES. Braz - Sa pat eiro, irmao de Baltasa r Goncalves e de Mar co s Goncalves, 0 moc o (cf. C. F.• ob . cit ., p. 184). Casado co m Margarida Fer nandes, tupiniquun, filha do cacique de lbjrapuera. Nao e citado para faze r 0 caminhc de Ibirapuera em 1581 , ma s deve faze-to em 1584 . Tomou parte na bandeira de Nicolau Barreto em 160 2 e na de Raposo Tavares em 1636 (A. M., ob. cit., p. 50). Ver, para

maiores detalhes, Orville Derby - As Bandeiras Paulistas de 1601 e 1604, RIHG de Sao Paulo , VIII . p. 400 12.

LEM E, Sebastiao - Convocado em 1584 para limpar 0 caminho de Ibirapuera, aparece com 0 nome de Bastiao Leme, ocupando variDs cargos. Almotacel em 1583 e 1587. Juiz ordinano em 1591. v ereador em 1585, 1588, 1590, 1591 , 1593. Sertanista, tomo u parte ria entrada de Jeronimo Leuso, em Paranagua (1595) (cf . C. F., ob. cit ., p. 2 15). Toma parte em ajuntamento a respeito da remessa de gado para a armada de S.M. ( 1583). Em 1608 residia na Iaze nda, a cinco ou sets lfguas de distan cia mas mudou-se de Sao Paulo em 1612 , depots de obt er uma sesmaria em Angra dos Reis.

13.

MENDES, Andre! - S6 apa rece nas Atas a partir de 1584 convoca do para a limpeza do caminho de lbirapuera. Tinha casa na vila, quando ficou decidido que a igreja seria construida "entre as casas de Diogo Teixeira e Andre Mendes (~ 1588 ). Criador de gado, com marca registrada pelo genre Antao Pires (R.C., I, p. 66). Mais detalhes em A. M., ob . cit., p. ~ I .

14.

MOREIRA, Jorge - Nome encontrado ate! 0 fun do seculo XVI em quase todas as Atas da Camara da vila de Slfo Paulo. Amotacel em 1575. Juiz ordlnarlo em 1573, 1575, 159 1 e 1597. Vereador em 1562,1 578, 1580,1 582,1 584,1 585,1 586, 1587,1 589,1 590,1 595 e 1599. Mamposteiro dos cativos em 1580. Em 1575 e! capitio da vila. Muitas sesszes da Camara sao realizadas em sua casa na vila, nao s6 antes da construcro da e asa do Conselho, como depois, quando esta prectseva de reparos. Cttaeo, em 1581 , para mandar trss machos para fazer 0 caminho de Ibirapuera. Incluido na lista dos que devem faae-lo em 1584. E, quando se decide, em 1593, abrir " urn novo caminho


ALGUNS ASPECTOS DA ZONA SUL NO Sf:CULO XX

145

pub lico, mais dlreito que 0 primeiro, "depois da Pascclea, em 1593, e pelas tetras de Jorge Moreira que ele deve passar. Major es detalhes em C. F., ob. cit., p. 259; A. M., ob. cit., p. 405; Taunay - Joso Ramalho e Santo Andre da Borda do Campo, p. 242 15.

RIBEIRO, Manuel - Nao ocupa muitos cargos pnblicos na vtla mas comparece a muitos ajunta mentos quando sao dlscutldos assuntos de interesse geral, a partir de 1572. J uiz ordinano em 1583, 1588, 1589. Citado para rnandar trds machos para Iazer 0 caminho de Virapocira em 1584 e encarregado de marcar 0 dia para vartos moradores fazerem o caminho, sob pena de multa de cinco tostoes . Ouvidor eclesiasticc em 1590, assina, com outros, " 0 auto de aprovacsc e retif lcacao que a Camara da vila de Sao Paulo fez des asscntos e requerbncntos e capu ulos feitcs pelas vilas de Sao Vicente e Santos com 0 sm. Capiti o Jerenimo Lettso sobre a entrada que se ha de fazer ao gent io do sert ac desta Capitania de Sse Vicente" , (1-9-1585). Detalhes em Carvalho Franco, ob. cit., p. 334 e Americo de Moura, ob. cit ., p. 445.

16.

RODRIGUES, Baltazar - Consta das Atas desde 5-11-1562, quando 0 procurador do Conselho requereu que "se acabasscm os muros e baluartes", sendo Baltazar Rodrigues urn de s encarregados. Irmi o de Susana Rodrigues e genre de Ooncalo Fernandes. Procurador do Conselho em 1564. Multado em urn tostso por nao ter mandado trabalhador a pont e, recorre, alegando que mandou urn moyo chamado Joi o mameluco, mas 0 encarregado mandou 0 m~o para casa porque Rio sabia fazer 0 service 922 -10-1575). J ulz ordinano em 1576 e 1586. Almotace1 em 1579 e 1584. Em 1580 assina petiyao em que "nso van a todo 0 momento ao mar, distante mats de 13 leguas de carninho". Mamposteiro des canvos em 1589. Outros detalhes em America de Moura, ob. cit., p.452.

17.

RODRIGUES, Jeronimo - Aparece, pela primeira vez, em Atas, no ano de 158 1, citado para fazer 0 caminho de Virapoeira, e novamente em 1584, para 0 mesmo traba lho. Toma parte em ajunta mento sobre a construcro da igreja matriz em 2-2-1588. Assina auto contra ordem de "se levar farinhas ao mar e entrega-las na provedoria", em 1592. Toma parte em ajuntamento pant .Ieitura de provisao em que as aldelas des indios sao entregues aos padres (20路9-1592) . Encarregado de convocar os vizlnhos para limpar 0 caminho de Ubirapoera e Jerebatiba (27-3-1593). Nsc ocupa cargos na Camara, mas e membro atuante da cornunidade, que em 1589 tern I SO moradores. assfnando ainda a a13 de


146

o BA)R RO DO IBIRAP UERA ajuntamento do dia 13 de marco de 1594 .

18.

SAAVEDRA, Ant on io - 56 aparece nas Atas a partir de 1581 , quando citado para Iazer 0 caminho do Virapoeira. J uiz o rdinaria em 1582, 1589 e 1590 . Almotacel em 1588 . Assina urn Aut o contra a o rdem de "se levar farinhas ao mar e ent rega-las na provedona " em 1592. Ourros detajh es em Amencc de Moura, p. 4 50 . ~

:"riOTA : To mam o s po r base para estas an otar;i5es 0 Livro de Alas do secutc XVI. uun do co mo po nt o de partida , isla de refercncia, a pen as os na mes ducta l em r elar;ao .10 lbua puera. Para naa so brecarregar 0 te xto, deixam os de inclu ir notes ge nca l6gicas o u ma iorcs detalhes sob re os scrtanis tas, 0 q ue facilm ente podc SCI comp lctado pclo lcitor, co m as indif;;l~ co n tida s nas obras de Ame rico de Moura e Carvalho Franco , q ue, por sua vea, apresentam u tcis ind ica,,3es bib liogr:ificas.

e,


ANEXO III R el acs o do s Ed iff cios ex iste n te s no Parque Ibirapuera ; Co n fo rm e 0 Hist6rico da Co m issa o do IV Ce n tenario da Cida de de Sao Paulo , 19 54

Pal a cio da s Na e oe s o Palacio das Naczes ocupa uma area de 150 x 42 metros e compreende os scguintes pavimentos: urn porso, urn andar tcrrco, urn andar alto interligados poe uma escada, urn elevador e uma rampa. A area to tal construida ~ de 12.800 metro s quadrados e a area aproximada para "s tands" e de 5200 metros quadrados.

Pala cio dos Es t a d os Sua dimensao ~ de 150 x 42 metros. Possui os seguintes pavimentos: urn andar terreo, urn porao, urn a ndar alto, interligados por escadas, eleva. dores e rampa. A area total construida ~ de 12800 me tros quad rado s e a dest lnada a "stands" de 5200 metros quadrados. Pal a cio da s Exp ost c s es

o Palacio das Bxposiczes e de base circular com 76 metros de diametro

e cobertura em forma de cupula. Sua area construida eleva-se a 10720 metros quadrados. Forma-se dos segumtes pavimcntos: urn terreo, com 4 180 metros quadrados e trcs andares com areas variaveis. Pala ci o das Indus tria s Ocupando uma area de 250 x 50 metros quadrados , ~ urn dos maiores existentes no mundo. Forma-se dos seguintes pavimentc s: urn porac , urn andar terrco, dois anoarcs altos, ligados entre si por cscadas, elevadores, rampas e escadas rolantes. A area to tal co nstruida e de 39800 metros e a dcstlnada a "stands" de 16000 metros quadrados.


148

o BAIRRO DO IBIRAPUl::RA

G ra n d e Ma rqui se Esses quatro pavllhces, que consut uem 0 nucleo central do Parque Ibirapu era, sao ligados entre si poT uma grande marq uise de forma irregular, com 620 metros de comprimento e largura variando entre quinze e o nerua metros. A area total constru ida ~ de 28800 metros quadradcs, tendo nele sido usada a ma ior taxa de ferro ja empregada na America do SuI. Cento e vinte e urna coluna s, cakulando-se que entre as lajea estejam aproximadamen te o itenta mil metros cubtcos de material. Com 0 objctiv o de atendcr as necessidades imediatas da mostra da ind ustria paulist a (0 maier parque industrial da America do Sui) e da I Petra Inte rnacional de Sao Paulo , foram cons tru idos dais grandes pavilh6cs de carater provfsorlo: 0 Pavilluic Verde e 0 Pavilhao da I Feira Internacional de Sao Paulo. Pa vi lha o Ve rde Complemento do Palacio das Industrtas. esse pavtlhac , de estrut ura rnetalica de ferro M.E.M. e com on ze arcos, ocupa uma area de 5610 metros quadrados. Consnrut-sc de apenas urn vao, coberto de chapas de alurmnio oomIantemin coberto de vidro , e com fechamento later al de placas de cimento c janelas de concre to. 0 seu teto ~ sustentado nas pr6\?rias paredes later ais, nao exist indc, apesar de sua grande area, nenhuma colu na intema. Consumiram-se na sua const rucso 2500 metros cubi cos de ctmcntu, scndo dispendidos, para a sua rcahzacro, 6781 500 cruzeiros . E facilmente desmontavel. Pav jlh a o d a I Fe ira In t er n a ci o n al d e Sa o Paulo Esse pavilhao, tam bem de carate r provis6rio, ocupa uma area de vinte mil met ros quadrado s, tendo duze ntos de comprimento e rem de largura. Erguido sobr e sapatas de concreto, sua estr utu ra e mctaltca , composta de tres arcos atirantados e faci lmente dcsmo ntavel. Com pee-se de dois vsos laterais de trtnta metros cada urn e de urn centra l de quarenta metros. Scus fechamentos laterais sao de placas de ctmcr uo , ale uma altu ra de do is metros, sendo os 2, 50 metros restantes ocupados par janeloes tambem de concreto. No teto , que e de alummio, ex istem lanternins com cobertura de vidro. Na sua construcro foram gastos dez mil sacos de cimento e seu valor eleva-so a 15.553 .000 cruzeiros . Pa lacio de A:;ri c ultu ra Compoc-se 0 ediffc io de trcs btocos. asstm distribuidos: urn central com porao c nove pavtmentos; lim antc rtor com urn pavimcnto e urn posterior com do is pavimcntos. Possui vanes satccs. " hall" pub lico, secrctarlas, salocs dc cxpo stcocs lie cunfc rencias, etc.


ALGUNS ASPECTOS DA ZONA SUL NO SÂŁCU LO XX

149 Gi nas io de Esportes

o ginasio possul forma circular, com 94,40 metros de dclrnet rc de base, com cobertura formada pe r uma cupula de concreto armado, com 107 metro s de diametro . Compo rta vlme mil espectador es. Velbdromo

o v elocromo do Parque lbuapuera, inaugurado no dia 6 de novembro de 1954, possui forma elfptica , aprese nta ndo-se com uma raia de 500 metros de desenvolvimentc por nove de largura, com entrada especial para as compeli~Oes de lange percurso. Uma arq uibancada medindo 67 x 10 metro s, cobcrta, com cadetras especiais reservadas a imprensa e acomodacs es populares, pro porciona ao publico comoda visibilidade. Primeiro existente no pais, 0 velcdromo foi constru ido visandc ser equiparado aos mais rnodernc s de todo 0 mundo, obedecidos detalhes tecnicos importarucs, como os accn. tuados pianos inclinados colocados nas quat ro curves, permitindo aos participanles das provas melhor cs resultados e maior segurancaPl a ne tari a Obedecendo as linhas arquiteto nicas do Parque Ibirapucra, 0 Planetarjo possui uma cupula de 20 ,06 metros de diametro por 13 ,0 3 de altura . Primeiro da America Lat ina, abriga 0 aparelho, adquirido na Alemanha, e que reproduz urn ceu artificial com estreas. planetas e constelacoes. Segue as novas nonn as tecn tcas estabejecidas para a reproducro dos fene menos siderais, acompanhando 0 movimemo dos astros. observando-se na abcbada artificial e em poucos minutes a posicrc dos astros nos dots henusfenos como se esnvesse fazendo uma viagem do Polo Norte ao Polo S uI. Tern a capacidade para compcrtar 500 pessoas. Lagos Embelezando 0 Parquc Ibirapuera, existem, em vanes pontes do logradouro , trs s lagos artificiais interljgados numa area total de 157 .000 metros quadeadcs e uma extensro de 1500 metros. Comportam 250 mil metros cubicos de agua, num perimctro de trcs mil met ros. Na sua construcac Coram cscavados, ao todo, cern mil metros cubicos de terra e despendidos 3.500.000 cruzeiros. 0 primeiro dos tres lagos ocupa uma area de 70.800 metros quadrados; 0 segundo, de sete nta mil e 0 terceiro de dezessete mil. Pont e s Cortan do varlos pontos desses lagos, existe m sete pontes de concreto armado, em cuja const ruceo foram empregados mais de urn miIhiio de cruzeiros.


150

o BAIRRO 00 I Bi RAPUERA

Aj a r dinam ent o Espalham-sc em todo 0 Parque lbirapuera os cameiros ajardinados. numa area gramada de quatroce ntos e u inta mil met ro s quadrados. Arru am ent o e Terrap lan a gem No Parqoe lb irapucra a area pavimcntada ~ de cern mil metros quadrado s. Existe urna area de duzcntos mil metros q uadrado s destina da ao cstacfo namento do can e s. Vinic c um milhdes de cruzeiros foram gastos na rcaleacr o dcssas obras. Nos services de terraplenagetu cujas dcspcsas sc elevam a sete milhoes de cruzeiros, foram escavados na da menos de 400 mil metros cubiccs de terra . Ce re as As cercas levantadas no Parque Ibirapuera ocupam uma exrensso de Ires mil metros. sendo mil de lela de arame e dais mil de arame farpado . Valor: 300 .000 cruzeiros.

Font e s Lumi nos as Com urn jor ro de agua que alcanca trinta e cinco metros de altura, profusamcm e iluminadas em nuances mult icor es, as Fontes luminosas imprcssionam p OT sua hclcza.


ANEXO IV

A Lei n.c 4636, de 12 de abril de 1955 estabelece condkees de zc neamente em terrenos vizinhcs ao Parque Ibirapuera (Vila Clementino, Jar dim Lusitania e proximidades). Pelo seu artigo 1.0 : H earn sujcitos as condtcse s de zoneamento estabelecidas ncsta Lei, 0 5 predtos e terrenos lindciros aos logradouros publicos situados dentro do penmetro dcscrito : "C o meca no cruzame nto da rua Franca Pinto com a avenida Indian6polis; segue par esta at e a Alameda dos Tupis, at e enco ntrar a avenida J a(f3ni; segue por esta aM a rua Loefgren; segue por esta e pelas ruas 3 dc Maio, Luiz Goes, Domingos de Mcraes, Serra Madureira, prolo ngamcnlo da avcn ida Franca Pinto, e por esta ate 0 eruzamento com a aven ida Indian6polis, onde come-

ccu." ยง unico:

As r estr ~Oes da present e lei sao ex tensivas aos lotes lindeiros dos !ados fronteiros aos lcgradouros pitblicos que formam 0 per frnetro descrito, ate a profundidade de quar enta met ros. Art. 2.0 : Na zona delimitada pelo artigo 1.0 , nenhum predlo pcde ra scr construido, reconstru ido o u reformado essencabnen re. e nenhuma edifical;io ou terrene podera ser utilizada a nao ser per urn ou mais dos scguintes fIDS: I) habltaeees isoladas; II) temples; III) jardim de infancia o u escola prtmaria; IV) biblio-


o BAIRRO 00 IBIRAPU ERA

152

tecas e museus; V) clube s recreauvos; a u despornvos, scm fins 'de lucro ; VI) cbacaras; VII) con sultorjo s, esa it6 rios a u estudios de uso profi ssional a u pessoal anexo a residencia respecnva .

Art. 3.° ; . Na zona delimitada pelo artigo primeiro a ed i fica~ao principal nso podera ocupar area superior a urn terce da area do lote .

Art. 4.0: Dcverso obscrvar os scguintes recuos: 4 met ros de (rente; 1,60 metros lateral. cxlgfvel com relacr o a uma das divisas do lote ; reeuos laterais eq uivalcntes a urn terce de altura do «nrrc», au seja, urn sexto em relacr o a cada divisa latera l, para as constru yOes de tres a u mais pavimentos; oito met ros de fund o.

'Ybservaf1io: A Lei 56 permit e nucleo comercial no s lctes de (rente i Pedro To ledo , entre as ruas Otorus e Embau.


I l U S TR A ~ 6 E S

a)

Const rucees cobertas de telhas au folhas de- lata, no Iblrapuera. em 195 1.

b)

Favelas no Ibirapuera, construidas com madeira e cobertas com Iolhas de lata , a altura do inicio da atual avenida Rubem Berta, 195 1

c)

Represa, no Parque lbirapuera, em rase de remodelacr o em novembro de 1952 . 1952.

d)

Avenida Ibirapuera - Passagem de nivel ju nto Parque Ibirapuera , novembro de 19 52.

e)

Retratos de prefeitos da Cidadc de Sao Paulo com sede no Parque Ibirapuera.

f)

a avenida Ibirapuera e

Fotografias do Iblrapuera de hoje.

Observaoio: As Iotcgrafias foram obt idasjunto ao seto r de Iconcgrefla da Prefeitu ra Municipal de Sao Pau lo.











JUVENAL LI ND DE MA1705

(2.7.55 / 10.4.56 )



\VLADIM IR TOL EDO PllA (11.4.56 f 7.4.57 J



ADIIEMAR PEREIRA DE BARROS (8.4.57 /8.2.61) - 0 .3.61 f 7.4.61}



FRANCISCO PRLS ITS \1,\ 1,\ ( 1\.4 .61

f 7.-\.65)



JOSE VICENTE FARIA LIMA (8.4.65 / 7.4 .69 1



PAULO SAlI .\1 .\IALlJT (8 .4.69 /7.4 .11,



JOS£ CARLOS DE FIGUEIREDO FERR AZ (5.4.71 /27 .8.73,



~IIGU.eL COLASUO:-lNO

(28.& .73 /15.3.15,



OLA \ '0 EGYDlO SErOSAL (16.4.15 I J











FOTOGRAFIAS :

OSCAR NIEMEYER Arnoldo Mondadori Editore, 1975, 1.1 ed~i'o

I)

anteprojeto (pig. 101)

2)

projeto definitive (poig. 101)

3)

obras (pig. 100)

4)

pavilhao e teatro (cortes) (pigs. 106 e 107)



Parq ue do lbirap uera - a nrc p roic to





Parqu e do lbsra pucra - obras



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'20 6

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100 .

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1956. Sio Pa ulo

10J.

Algullf documenrot inUilOs JOb" o Padr e A nchieta, in Revista de Historia. n.o 39. 1959. SiD Paulo

0 rroceuo Remissorial de 162 7-1628 em &fo Paulo, relattvo apresentado ac Congrcsso de IIist6-

102.

Q Call oll izaf O O de A nchiete. Trabalho

ria oomemorativo do IV Cen tc naric da F u ndacdc de Sao Paulo , in Revista do Arqu ivo Municipal, CLIX , Departamen to dc Cul tura, Prefcitura Mumcipa l de Sao Pa ulo, 1957

0 Vellerdvel Padre Jost de Allchieto, in Revista do I.H.G. de

103. Santos, VII 104 .

ZAN, Pedro Mario

Repono~m.

in "0 Estad o de Sio Pa ulo" . 5-4-1974


I I. DOCUMENT A<;AO

I.

Alas da C;'mara Mun icipal de Sao l':.Iulo. Publi~o do Arquivo Historico, Divisio d o Arq uivo Histori co e do Depa rta ment o de Cu.ltura. Seculos XV1, XVII e XVIII. Ed ~Oes da PrcfC'i tura Municipal de Sio Paulo, a partir de 19 14.

2.

Alas da!. ~sOes da Cimara de 1890 em dian te.

3.

Alas da Cimara Municipal de Santo Amaro. in Re vista do Arq uivo Sao Paulo, de 1833 a 19 14, vol. XVIII ate CXXVU.

4.

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5.

Diir io do Povo , jornal matutino. Cam pinas.

6.

Documen ta l lnteressantes para a Hisuu-ia e Costumes de Sio Paulo. PUb l i~o

~hmicipa.l

de Sio Paulo (Co n$t lho de Inl e ndr nciJ.J,

~f unicipal

de

Oficial do Arq uiv o do Estado de Sao Paulo .

7.

Hist6rico ;b CornissSo do IV Cenlenirio da O dade de Sio Paulo, apresentado pcb Comissao do IV Centenirio de Sio Paulo, 1954 .

8.

Folh a de Sio Paulo, matutino da Cida de de Sio Paulo.

9.

Inventi ri06 e Testamentcs, Documentos da Seo;io do Archivo Hist6r ico do Estado de Sao Paulo.

10 .

Lea e Decretos do Estado de Sao Paulo .

11.

Le is e Decre tos do Municip io tie Sao Paule.

12.

0 Estado de Sao Pau jo, matuti no da Cida de de Sao Paulo.

13.

Relal6rios da Comissio do IV Cente nirio de Sio !'auk! apresentado por seu presidente, Gu ithc:rme de Almeida, 1954

14.

Relat6r ios de prefeil O$ da Cidade de Sio Paulo : 1. Washingt on Luis Pereira da Sil짜a (19 16, 1917 , 19 18J


o BAI RRO

208

DO IBIRAP UERA

2. Firmiano de Moraes Pinto .(l922J 3. Jose Pires do Rio 0 926, 1927. 192 8) 4. Fra ncisco Prestes Maia (1938, 1939, 1940 e 1945,

15.

Relatolios de Presidentes da Ci mara Municipal de Sio Paulo.

16.

Relater jc do Presidente da Provincia Jose Thomas Nabuco de Araujo .i Assembleia Pro vincial de Sao Paulo, 185 2

17.

Relat6do apresentado por Anton io de Toledo Piza a Dr. Alfredo Pujol, 1896

18.

Registro geral da Oi mar a Municial de Sio Paulo. Publica~io do Depar tamento de Cult ure, Prefeit ura Municipal de Sio Paulo.

19.

Revista do IV Centenano de Sao Paulo, dire1fio de Guilh erme de Almeida, ana I,

n.o 1, 1954

Revista do Arquivo Municipal de Si o Paulo. Publkacdo do Departamento de Cultnr a da Prefeitur a Municipal de Sao Paulo, n.v I a CLXXXV

21.

Revista Manch et e, Bloch Ed itores S.A. Rio de Janeiro

I

r


N O T AS

I.

As indica~ mais comptctas rdamas i Biblior-arlll sio enccntradas nas :'Ilot as no fmal de cada capitulo , com indica~o do nernero da pagina , do volu me e do ano da publicacao.

2.

Abreviaturas usadas: RIII G - Revista do Instituto Hist6r ioo e Geogrifioo RAM - Revista do Arq uivo Municipal eDT - Carta s de Datu de Terr as RG - Regimo Gera! da Cimara Municipal de Sao Paulo D.I. - Docum entos Interessantcs para a lI ist6r ia C Cos uumcs de Sao Pau lo

3.

Acresccntar i BibliogrtzJia :

DELO!\ENZO NETO, Anlonio - Reform. Pol{tiro-Administrativa do Municipio da Capital, in RAM. CLXX, Departam ento de Cultura da Prefcitura Mlmi cipa l de Sao Pa ulo Anaes da Cimara M unicipal de Sio l'lIulo, ,ecu lo XX



i N D rc E

11

APRES ENTAC;A:.O . . . . • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . NO CAMIN HO DE IBIRAP UERA

.

NOTAS

o DISTR ITO SUL DA S£

45

.

NOTAS

69

.

ALGUNS ASPECTOS DA ZONA SUL NO S£CULO XX As novas avenidas . Os bondes eetncos . A era das rodovias. . . . . . • . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . .. NOTAS

15 19

.

.

75 .

76 79 ~

.... .

IBIRAP UER A _ 0 NOVO BAIRRO DE lBIRAPUERA E SEU MODER NO PARQUE . . . A Comissao do IV Ccn tedrio . . . . . . . . Bajrro de IBIR APUERA.. . . . . . . . . . . • . . . . . . . . . . . . . . . . F W1 ~Oes .. . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . .. . • • . . .. . . . . . Uma visao do IBIRAP UERA DE HOl E .. : . . . . . . . . . . . . . . • . ..

o

81

." 87 101 107 114 119

CONCLUSA:.O

.

129

NOTAS

.

133

ANEXOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . . . . . . . I. 0 Tupi em Sao Pa ulo .. . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . .. II . Os morado res do IBIRAPUERA no seculo XVI . Ill. Rela'<:iodo s Edificios ex iste ntes no Parq uc IBIRAP UERA . 4636 d e 12 deabril de 19 S5 : . IV. Alguns Topic os da Lei

137 139

n.c

141 147 151

.

153

MArAS. . . . . . . . . . •• . . . . . . . . . . .

.

.

189

BIBLIOGRAF lA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . .

.

.

199

.

209

ILUST RAC;6FS

NOTAS



ESTA OBltA TERMINOU-SE DE IMPRIMIR NO \If:s DE FE\TRURO DE III)M MIL NOVECENTOS E SETENTA E SETE , P拢L A x o v o s HO RIZONTES, E DiTORA LT DA., SENDO PREH ITO DO MONICI1> IO DE SAO PAULO 0 DOUl 路OR O LAVO EGYDlO S ETDBAL, SECRETARIO ~lUNIC lPAL DE CULTURA 0 PROFESSOR S ABATO ANTONIO MAGALDI, DlR ETOR DO DEPARTAMENTO DO PATRIMONIO HISTORICO 0 ARQ UITETO MURILLO DE A ZEVEDO MARX F. DlRETOR DA D1VlSXO DO ARQUI VO lII STORICO r ROFESSOR E DUARDO DE J ESUS M ORACS DO NASC IMENTO.




C E N TR O 0 :: DA M E M c n :A

P f~F ~- "':;: = ~ CI A F A '.JLI :: T /:" IA


AHM Tombo:

2723

11111111l1li1111111111111111 1376125


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