CREATUSE - Guia: Tecnologia Open Space e Método World Café em Estilos de Vida Urbana de Partilha

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Guia: TECNOLOGIA OPEN SPACE E MÉTODO WORLD CAFÉ EM ESTILOS DE VIDA URBANA DE PARTILHA

TECNOLOGIA OPEN SPACE E MÉTODO WORLD CAFÉ EM ESTILOS DE VIDA URBANA DE PARTILHA This project has been funded with support from the European Commission. This communication reflects the views only of the author, and the Commission cannot be held responsible for any use which may be made of the information contained therein.

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Conteúdo INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 4 Capítulo 1: Tecnologia Open Space ........................................................................................................ 5 1.

Introdução: O que é a Metodologia Open Space? ...................................................................... 5

2.

A sua história............................................................................................................................... 6

3.

A sua filosofia .............................................................................................................................. 6

4.

Os quatro Princípios da OST........................................................................................................ 6

5.

Como funciona a OST? ................................................................................................................ 7 5.1 Preparação do espaço para um evento Open Space: um guia passo-a-passo ......................... 8 5.2 O processo de open space ...................................................................................................... 11 5.3 Resumo da OST ....................................................................................................................... 13

6.

Exemplos de reuniões Open Space ........................................................................................... 15

CAPÍTULO 2: OST PARA ESTILOS DE VIDA URBANA DE PARTILHA ........................................................ 16 1.

INTRODUÇÃO À OST PARA ESTILOS DE VIDA URBANA DE PARTILHA ....................................... 16 1.1 Realização bem-sucedida de políticas e papel da OST ........................................................... 17 1.2 ESTUDOS DE CASO .................................................................................................................. 17

2.

OST- Uma ferramenta para desenvolver as áreas urbanas de outra maneira ......................... 19 2.1 OST é colaboração................................................................................................................... 19 2.2 OST é auto-organização .......................................................................................................... 19 2.3 ESTUDO DE CASO .................................................................................................................... 20

3.

conferências OST....................................................................................................................... 20 3.1 ESTUDOS DE CASO .................................................................................................................. 21

4.

CONCLUSÕES............................................................................................................................. 24

CAPÍTULO 3: METODOLOGIA World Café ............................................................................................. 25 1.

A ORIGEM DO World Café......................................................................................................... 25

2.

O QUE É A METODOLOGIA World Café? ................................................................................... 25 2.1 Características do World Café ................................................................................................. 27

3.

PRINCÍPIOS DO World Café ....................................................................................................... 28

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CAPÍTULO 1: TECNOLOGIA OPEN SPACE

3.1 Princípio 1: Definir o Contexto ................................................................................................ 29 3.2 Princípio 2: Criar UM Espaço Hospitaleiro .............................................................................. 29 3.3 Princípio 3: Explorar Perguntas Que São Importantes............................................................ 31 3.4 Princípio 4: Incentivar a contribuição de cada pessoa ............................................................ 32 3.5 Princípio 5: Ligue diversas pessoas e Ideias ............................................................................ 33 3.6 Princípio 6: Ouvir Juntos por Padrões, Insights e Questões mais profundas ......................... 34 3.7 Princípio 7: tornar o conhecimento coletivo visível................................................................ 34 4.

CONCLUSÃO .............................................................................................................................. 36

CAPÍTULO 4: METODOLOGIA WORLD CAFÉ PARA ESTILOS DE VIDA URBANA DE PARTILHA ............... 37 1.

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 37

2.

PAPÉIS NO World Café .............................................................................................................. 37

3.

Guias ou Etiqueta do World Café .............................................................................................. 40

4.

Como criar um Ambiente de Café ............................................................................................. 41

5.

Alguns defensores da Metodologia World Café em estilos de vida urbanos ........................... 43

6.

Exemplos de sucesso do uso da Metodologia World Café em estilos de vida urbanos ........... 46

7.

CONCLUSÃO .............................................................................................................................. 49

REFERÊNCIAS......................................................................................................................................... 50 CONTEÚDO WEB ................................................................................................................................... 51 CRÉDITOS .............................................................................................................................................. 52

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INTRODUÇÃO Este guia interativo apresenta duas ferramentas inovadoras para lidar com questões complexas atuais e especialmente para melhorar os estilos de vida urbanos de partilha. Trata-se da tecnologia Open Space e do método World Café. A convicção subjacente é que uma maneira de repensar e discutir estilos de vida atuais que, em muitos casos, parecem insustentáveis, está ligada à adoção de novas formas de colaboração. No entanto, uma mudança substancial neste sentido requer abordagens novas e inovadoras de natureza multidisciplinar e que operam em múltiplos níveis organizacionais. Os problemas de hoje precisam ser tratados de forma mais eficaz e eficiente do que convencionalmente por causa do complexo panorama socioeconómico e por causa das necessidades sociais fragmentadas e variegadas às quais as sociedades é chamada a responder. As duas metodologias exploradas neste Guia procuram estimular um pensamento crítico sobre os principais temas do projeto: urbanização, cidadania ativa, sustentabilidade e consumismo. A parceria considera estas abordagens como uma forma poderosa de envolver e ativar a cidadania nas áreas urbanas - uma maneira relevante de debater sobre temas importantes de maneira efetiva, nãoformal. O Guia apresenta pela primeira vez a tecnologia Open Space (OST) ou a metodologia Open Space (capítulo 1), um novo método para a realização de conferências, ou 'não-conferências', como são muitas vezes referidas. A OST é uma forma inovadora de organizar conferências ou reuniões em grande escala nas quais o conjunto padrão de oradores foi completamente substituído por um formato no qual os participantes controlam a agenda e contribuem de forma uniforme. A metodologia Open Space permite que as conferências funcionem eficazmente com grupos maiores do que as conferências convencionais e permite que as pessoas comuniquem e contribuam independentemente da formação de base ou do emprego, criando um alto nível de comprometimento e de rede para além das fronteiras tradicionais. As Conferências Open Space demonstraram levar a entendimentos muito mais profundos e multiníveis das questões em jogo, bem como novas ideias sobre o caminho a seguir a partir de múltiplas perspetivas do que em formatos de conferência convencionais. O Capítulo 2 relaciona a Tecnologia Open Space aos Estilos de Vida Urbanos de partilha, explorando a sua eficácia a lidar com questões complexas, transformadoras. O Guia também apresenta o Método World Café (WCM) (capítulo 3), um processo de conversação estruturada com a intenção de facilitar a discussão aberta, ligando ideias dentro de uma estrutura de grupo maior para acede à sabedoria coletiva ou “inteligência coletiva” na sala. O WCM está centrado na ideia de que os participantes se movam entre uma série de mesas onde continuam discussões em resposta a um conjunto de perguntas predeterminadas, focadas em objetivos específicos. Um ambiente de café é criado para facilitar o processo de conversa aberta num ambiente menos formal do que reuniões regulares. No World Café, o foco é explorar e inovar sobre temas em vez de resolver problemas. Este formato foi concebido principalmente como um espaço para o pensamento criativo e aberto, e não é adequado a um cenário onde existem respostas ou soluções predeterminadas. A metodologia World Café também pode ser utilizada para exemplos de estilo de vida urbano de partilha, reunindo pessoas de várias origens para discutir questões sobre partilha urbana, problemas e soluções. No capítulo 4, Método World Cafe para Estilo de Vida Urbanos de Partilha, vamos explorar as muitas aplicações desta metodologia em contextos de partilha urbanas.

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CAPÍTULO 1: TECNOLOGIA OPEN SPACE

CAPÍTULO 1: TECNOLOGIA OPEN SPACE

Video OST – Inova 1. INTRODUÇÃO: O QUE É A METODOLOGIA OPEN SPACE? A Metodologia Open Space ou Tecnologia Open Space (OST) é uma forma inovadora de conduzir conferências, transformando o método tradicional de organização de reuniões na coordenação. A configuração padrão de orador-público foi substituída por uma abordagem pós-moderna que convida todos os participantes da conferência a tornarem-se apresentadores. Não há oradores programados, não há agendas predeterminadas e, o mais importante, não há hierarquia. A ênfase na OST é a participação universal, pois todos numa conferência Open Space têm a oportunidade de participar em pé de igualdade. (1) É por esta razão que as conferências de Open Space são frequentemente referidas como 'não conferências'. A Tecnologia Open Space é um novo método para trabalhar efetivamente com grandes grupos (8 a 200 participantes em média), que se expandiu em vários países até agora, particularmente em questões complexas, tais como: planeamento do futuro, questões ambientais, mudanças transformadoras, etc. Na OST, uma estrutura simples mas eficaz criou as condições certas para um processo dinâmico de discussão e cooperação; cada participante que contribui com sua experiência e conhecimento influencia o resultado final. Porque as pessoas numa Conferência Open Space participam ativamente e falam uns com os outros, independentemente da formação de base ou da função no trabalho, cria-se um alto nível de compromisso entre os participantes e maiores níveis de rede para lá das fronteiras tradicionais. Devido a esses fatores, as Conferências Open Space TECNOLOGIA OPEN SPACE E MÉTODO WORLD CAFÉ EM ESTILOS DE VIDA URBANA DE PARTILHA

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CAPÍTULO 1: TECNOLOGIA OPEN SPACE

geralmente resultam numa compreensão muito mais profunda e multi-nível das questões em jogo, bem como novas ideias sobre o caminho a seguir a partir de múltiplas perspetivas. (1) 2. A SUA HISTÓRIA A Tecnologia Open Space foi descrita pela primeira vez por Harrison Owen, autor e fundador da Tecnologia Open Space, na década de 1980. Depois de organizar uma conferência, ele descobriu que os participantes consideraram o intervalo para o café a parte mais interessante do programa, em que se realizavam reuniões muito mais criativas. As conversas realmente importantes tinha acontecido entre o programa oficial. Owen passou a aperfeiçoar um método de reunião em que o 'coffee break' se tornou o elemento-chave. O segredo do sucesso da pausa para o café reside no fato de você conversar com aqueles com quem gosta de conversar, sobre tópicos que lhe interessam e durante o tempo que for suficientemente interessante - e se esse não for mais o caso, vai-se embora. A OST é, portanto, um método em que uma estrutura simples fornece um quadro em que o 'coffee break' foi aperfeiçoado para alcançar resultados impressionantes. A capacidade da organização é apenas parcialmente relacionada com a sua liderança: também está espalhada por um grande número de pessoas ou partes interessadas. Devido ao crescente ritmo e complexidade dos problemas atuais, o tempo disponível para alcançar soluções está a diminuir, enquanto a necessidade de criar uma base de suporte para soluções complexas e estratégias de implementação está a crescer. Por estas razões, a popularidade da OST como uma ferramenta para encontrar rapidamente soluções para questões complexas, onde muitos participantes estão envolvidos, está a crescer. (1) O assunto das conferências tem variado desde a construção de paz, a retiros organizativos, para nomear apenas um par de aplicações.

3. A SUA FILOSOFIA A OST baseia-se na crença de que os participantes contribuirão efetivamente na solução de problemas se o problema for claro e importante para eles e se houver um "Espaço Aberto" para se organizar dentro da estrutura dada. Baseia-se na noção de que os participantes na reunião trabalharão de forma enérgica e eficaz para encontrar soluções, quando o desafio é claro e considerado importante por todos, e quando uma estrutura clara for criada, na qual se podem organizar. Todos os participantes podem influenciar a agenda, e o resultado final é uma oportunidade, bem como uma responsabilidade para todos. (2) A OST também pode ser uma ferramenta eficaz para encontrar soluções para problemas pouco claros, explorando as diversas questões ao mesmo tempo.

4.

OS QUATRO PRINCÍPIOS DA OST

A Metodologia Open Space opera em quatro princípios: Quem vem são as pessoas certas - Não precisa de muita gente; apenas das pessoas certas. Para uma boa conversa, você só precisa de outra pessoa que partilha a sua paixão. A participação na OST tem que ser voluntária - apenas aqueles que se preocupam com o tema vão ser ativos e contribuir de forma TECNOLOGIA OPEN SPACE E MÉTODO WORLD CAFÉ EM ESTILOS DE VIDA URBANA DE PARTILHA

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CAPÍTULO 1: TECNOLOGIA OPEN SPACE

eficaz durante a atividade. Também pode acontecer que ninguém apareça para um determinado grupo ou sessão. (1) O que quer que aconteça é a única coisa que poderia ter acontecido - Este princípio é tudo sobre não ter muitas expectativas. Lembra os participantes que, apesar de às vezes achar que sabe qual é a resposta, existem outras pessoas na sala, com diferentes ideias e perspetivas. Esteja relaxado sobre este fato e deixe a conversa fluir. (4) Sempre que começa é o momento certo - A criatividade não acontece de acordo com um cronograma. O verdadeiro impacto deste princípio é servir como um aviso importante sobre a natureza da criatividade e do espírito. Ambos são essenciais e nenhum presta atenção ao relógio. Eles aparecerão (ou não) no seu próprio tempo, o que por definição significa que é o momento certo. Portanto, todas as partes precisam ser informadas de que, apenas porque uma reunião está agendada para uma determinada hora, não há garantia de que algo útil aconteça nesse momento. Sempre que acontecer será o momento certo. (1) Quando acabar, acabou - Se ficar feito em 10 minutos, seguir em frente. Se não acabou, continue até ficar feito. Este princípio lembra aos participantes que nunca poderemos saber quanto tempo levará resolver um problema, uma vez levantado, mas que sempre que a questão ou conversa for concluída, passar para a próxima coisa. Não se manter no mesmo tópico só porque ainda falta meia hora de sessão. Faça o trabalho, não o tempo. (5)

5. COMO FUNCIONA A OST? Em Conferências Open Space, a questão central é geralmente identificada numa reunião de preparação. Tanto a questão como o convite são formulados de tal forma que aqueles que são convidados ficam inspirados e focados. O convite também indica claramente que a reunião será diferente de outras reuniões ou conferências. No início de uma Conferência Open Space, os participantes sentam-se em círculo sem mesas. O anfitrião ou o facilitador faz uma breve declaração de abertura indicando o foco da reunião e pedindo ajuda. O facilitador cria a Open Space e explica a estrutura. Os participantes criam a agenda, publicando os itens que consideram mais importantes pessoalmente. Estes podem ser ideias, propostas, problemas, perguntas, soluções, esperanças e preocupações, questões técnicas e práticas e assim por diante. Quando a agenda está pronta, os participantes decidem que assunto querem discutir, inscrevem-se e começam. Depois de todas as discussões terem sido concluídas, cria-se um relatório que é distribuído a todos, fornecendo uma boa base para posterior tomada de decisão e acompanhamento. Após a Conferência Open Space, este relatório é analisado e são planeadas ações de acompanhamento, desde que isso ainda não tenha sido feito durante a própria conferência. Se e quando a Conferência Open Space durar mais de um dia, a priorização e o planeamento das ações são feitos por todo o grupo (3). Esta abordagem estruturada de forma menos rígida para a realização de conferências é suposto permitir altos níveis de criatividade e que os tópicos a ser discutidos o sejam em muito maior detalhe. A metodologia Open Space é considerada para todos contribuirem e apresentarem, o que significa que serão consideradas múltiplas perspectivas; Isso leva muitas vezes à criação de um debate

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construtivo, que é um componente que muitas vezes não está presente nos formatos tradicionais das conferências. Auto-organização, criatividade, desenvoltura e autoconfiança são algumas das competências que são imediatamente suscitadas ao participar neste tipo de não-conferência. Não só se pode beneficiar do conhecimento não-partido por diversos grupos de pessoas, mas também pode desenvolver várias soft skills. Este pode não ser o caso durante a configuração da conferência tradicional. Isto significa que as vantagens de proporcionar uma alternativa às conferências passivas são duplas. A dificuldade está em fazer as pessoas se abrirem para a metodologia e realizar as primeiras assustadoras etapas para a sua contribuição. Isto desaparece quando o primeiro participante toma a palavra, e então a agenda rapidamente começa a se encher de ideias da multidão. Outro obstáculo possível é o choque potencial de grupos de discussão; Isto pode ser superado através da possibilidade de negociar a agenda e trocar horários (3). A LEI DOS DOIS PÉS Se, durante as reuniões, qualquer pessoa se encontrar numa situação em que não está a contribuir nem a aprender, devem usar os dois pés e encontrar uma discussão mais produtiva. Como resultado desta lei, os participantes que gostam de se ouvir falar arriscam-se a ficar sozinhos ao fim de dez minutos, quando os outros saem. As discussões que não são produtivas tendem a parar rapidamente (2). 5.1 PREPARAÇÃO DO ESPAÇO PARA UM EVENTO OPEN SPACE: UM GUIA PASSO-A-PASSO

1. Preparação Tópico: o que pretende alcançar? É mais facilmente alcançável se for feito na interrogativa. Participantes: Quem deverá vir e como levá-los até ao local? A resposta é: quem estiver interessado, o interesse deverá bastar para assegurar a presença. As pessoas certas para um evento Open Space são as que estão interessadas em ir. A autosseleção voluntária é a regra. Quantos? A questão central é a qualidade e não a quantidade, OST já funcionou de forma efetiva com grupos de 5 até 500 pessoas. A questão essencial é quantas pessoas são necessárias para realizarem o trabalho. Responsabilidades: atribua o trabalho apenas aqueles que demonstram interesse em o fazer.

2. O convite Fornecer uma agenda não é apenas desnecessário como também impossível. O que é necessário aparecer no convite? Informação que desperte a curiosidade das pessoas, que chame a atenção e estimule a criatividade dos potenciais convivas. Lembre-se de referenciar que um evento Open Space será completamente diferente de conferências presenciadas anteriormente.

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CAPÍTULO 1: TECNOLOGIA OPEN SPACE

3. Espaço e duração

Espaço Quase tudo funcionará. Não há um sítio “perfeito”, “ideal”, ou de uma forma geral não há um espaço e duração tipo para um evento Open Space. Por exemplo, uma sala agradável, sem mobiliário ou mesas com um painel grande com o título da reunião será o suficiente, e.g. Título: “Como estabelecer uma comunidade ativa”.

Duração Quanto tempo é necessário para um evento Open Space? • No mínimo uma hora (para reuniões muito pequenas). • Um dia inteiro para os participantes realmente entrarem no espírito da coisa. No entanto, há eventos Open Space que duram dois ou três dias, quando, por exemplo, há um elevado número de participantes ou o assunto a abordar é muito complexo. A escolha, portanto, de um, dois ou três dias depende inteiramente dos resultados pretendidos.

4. Os facilitadores O trabalho do facilitador é criar tempo e espaço no qual o grupo possa realizar seu potencial, o facilitador estará sempre presente e será absolutamente invisível. O facilitador inicia a reunião explicando brevemente como será decidido qual é o tópico a ser discutido e como funciona o sistema e, muitas vezes, está presente para fazer a discussão fluir.

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CAPÍTULO 1: TECNOLOGIA OPEN SPACE

Tecnologia em Espaço Aberto: Facilitação

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CAPÍTULO 1: TECNOLOGIA OPEN SPACE

5.2 O PROCESSO DE OPEN SPACE 1. O processo de início

   

O processo de início tem 4 etapas: Indique o tema Descreva o processo Abra o mercado Crie o quadro de avisos

Em grupos com menos de 150 participantes, o processo de iniciação leva, em média, 1 hora. Após a primeira hora, as pessoas devem saber o que irão fazer e terão criado a agenda.

2. Crie o quadro de avisos O processo de criação da Agenda:   

Num pequeno papel fornecido pelo facilitador (geralmente no chão no meio do Open Space), o participante coloca o nome e o tema que deseja explorar. Por vezes é necessário descrever a ideia, apresentar-se e relatar a sua sessão aos outros participantes. Nesta altura, a ideia pode ser colocada no quadro de avisos.

3. Abra o mercado

  

Quando os participantes decidem que desejam prosseguir com um determinado tema, dãolhe um título curto e escrevem o mesmo no quadro. Qualquer participante poderá inscrever-se para participar para explorar determinado tema. Após uma pequena negociação no mercado, a duração e os lugares são organizados, depois cabe a quem quiser assistir às sessões aparecer.

(Exemplo de uma Agenda Open Space) 4. Sessões As sessões começam e todos os participantes são livres para decidir em que tema gostariam de participar. Durante o dia, várias sessões diferentes de grupo estarão a trabalhar simultameanente. Os grupos de trabalho grupos são inteiramente autônomos e seguindo as instruções sugeridas pelo facilitador do Open Space, não há necessidade de um grande apoio.

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Há liberdade de escolha para a participação em determinado tema, assim como é também permitida a livre circulação para outra sessão que suscite interesse. As sessões são geralmente muito variadas e diferentes situações vão-se desenvolvendo. Há grupos que têm longas discussões enquanto outros terminam rapidamente. Alguns grupos contêm um grande número de participantes, enquanto outros podem conter apenas alguns participantes. Alguns participantes podem mudar de grupo com frequência dependendo da direção que a discussão leva. Os participantes também podem decidir fazer uma pausa e deixar a discussão para um coffee-break que está disponível durante todo o processo.

5. Relatórios No fim de cada sessão, os grupos preparam breves relatórios sobre as discussões e propostas. Todas as diferentes propostas são então recolhidas num relatório final que deverá estar disponível online após o encerramento da reunião ou, em alguns casos, enviado às partes relevantes.

Condições de utilização da OST Outros métodos para trabalhar com grandes grupos têm sido desenvolvidos, e é importante selecionar o correto. A OST é de longe a mais eficaz destes, mas apenas se quatro condições estiverem presentes;    

Existe um problema / questão claro e importante; Que é complexo, seja relativo ao conteúdo, por existir visões / interesses diferentes - ou ambos; A solução é desconhecida; Há uma certa pressão de tempo.

Se estas condições não forem satisfeitas, outra abordagem pode ser mais viável.

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CAPÍTULO 1: TECNOLOGIA OPEN SPACE

Resultados Existem 3 tipos de resultado de OST 

 

Conteúdo alargado, todas as questões relevantes são identificadas e discutidas - como muitos grupos trabalham em paralelo, muitas podem ser tratadas num curto espaço de tempo. Todas as conclusões são processadas e copiadas para todos imediatamente, o que torna o acompanhamento fácil e rápido. Ocorre networking intensivo, os participantes conversam com outros com quem normalmente não se relacionam. Os participantes sentem-se responsáveis pelos resultados, e a motivação e a vontade de continuar são criadas. Alguns dos efeitos secundários inspiradores que foram observados regularmente são a felicidade, o trabalho duro que se sente como um jogo, resultados surpreendentes, bem como perguntas novas fascinantes.

5.3 RESUMO DA OST Para resumir a Open Space Technology, é uma metodologia eficaz para colaboração e uma ferramenta útil para desenvolver soluções rápidas para problemas complexos. A participação ativa é incentivada através da OST, uma vez que todos os membros da conferência estão em pé de igualdade para contribuir para tópicos e são capazes de formular ideias simultaneamente. A grande estrutura da OST significa que as questões que estão a ser discutidas muitas vezes têm efeito e são afetadas pela maioria dos participantes, proporcionando um grande incentivo para todos os interessados. Esta estrutura também significa que a OST tem a capacidade de unir grupos de diversidade em termos de posição social, etnia, educação e cultura. Os eventos de Open Space são fáceis de executar e gerir, além de serem uma maneira incrivelmente poderosa de explorar problemas complexos. O que faz melhor é atrair todos aqueles que são verdadeiramente apaixonados por uma questão ou assunto, levando a resultados que podem levar a mudanças significativas, como a mudança social. Para recapitular, as características abrangentes de OST são:

Responsabilidade e participação Todos têm o direito e a responsabilidade de colocar itens na agenda, o que permite que o indizível seja falado.

Unir grupos Um ponto forte da Open Space Technology é a sua capacidade de unir grupos de enorme diversidade em termos de educação, etnia, economia, política, cultura, posição social ou tudo o que foi dito acima.

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CAPÍTULO 1: TECNOLOGIA OPEN SPACE

Discussão útil A OST é uma ferramenta para promover uma discussão útil entre os vários grupos.

Sobre-agenda A OST supera o problema de que apenas as coisas oficialmente inscritas na agenda possam ser discutidas. O resto permaneceu não dito, e possivelmente indizível.

Grupos grandes É possível discutir em grandes grupos de 5 a 500 pessoas, e em alguns casos ainda maiores.

Força das diferenças A Tecnologia Open Space prospera em áreas de conflito e confusão - com pessoas a falar diferentes línguas e provenientes de diferentes culturas. Aqui está uma curta-metragem de animação muito boa sobre a metodologia Open Space, e como funciona...

de Steve Pashley, YouTube Video, How Open Space works , publicado a 26 Nov 2012

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6. EXEMPLOS DE REUNIÕES OPEN SPACE Aqui estão alguns recursos de vídeo úteis a destacar a OST: A arte de organizar Open Space

Open Space Technology – o poder da auto-organização

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CAPÍTULO 2: OST PARA ESTILOS DE VIDA URBANA DE PARTILHA

CAPÍTULO 2: OST PARA ESTILOS DE VIDA URBANA DE PARTILHA

1. INTRODUÇÃO À OST PARA ESTILOS DE VIDA URBANA DE PARTILHA Neste capítulo, vamo-nos concentrar em como ferramentas como a Tecnologia Open Space (OST) podem ajudar os processos de desenvolvimento sustentável e práticas colaborativas em áreas urbanas. Como já foi introduzido neste guia, tais ferramentas podem ser usadas, entre outras, para estimular a cidadania ativa, para repensar o consumismo e para solicitar o estilo de vida de partilha. Para começar, a Europa é um dos lugares mais urbanizados do mundo. Na verdade, mais de 75% da população europeia vive em cidades. Para melhorar as vidas das pessoas que vivem nas cidades, pode ser útil aproveitar as oportunidades apresentadas pela economia de partilha (EP). Como já foi indicado, trata-se de uma economia baseada no "acesso em vez de propriedade" e redes descentralizadas de pessoas ligadas pelas novas tecnologias. Este é um objetivo nobre: a EP pode ajudar o meio ambiente, reduzir custos e promover relacionamentos mais próximos na comunidade. No entanto, também existem muitos obstáculos. Um dos desafios mais difíceis a ser superado é uma forma tradicional de decidir e fazer políticas. (April Rinne, Four steps to improve our cities, 6 Abril 2016)

David Bollier – A Cidade como um Local da Comunidade Um elemento-chave no desenvolvimento da EP nas cidades é a elaboração de estratégias e perspetivas políticas que tenham em conta as potencialidades deste tipo de economia e que facilitam o envolvimento dos cidadãos nos processos. Muitas cidades do mundo não estão plenamente conscientes do que é a EP. É necessário educar os cidadãos, os inovadores sociais e os decisores políticos para as oportunidades que a EP oferece ao desenvolvimento urbano. O uso e a fruição de bens comuns como espaços públicos, ar e água são vistos como obstáculos pela legislação existente. Muitas iniciativas de estilo de vida urbana de partilha, como a jardinagem urbana, comunidades urbanas e comunidades de confiança de terras, não podem desenvolver-se por causa disso. Os desafios políticos para a EP têm raízes profundas e complicadas, mas também têm solução. Mas como podemos garantir a participação na formação e deliberação de uma política?

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CAPÍTULO 2: OST PARA ESTILOS DE VIDA URBANA DE PARTILHA

1.1 REALIZAÇÃO BEM-SUCEDIDA DE POLÍTICAS E PAPEL DA OST A OST é uma abordagem para facilitar conferências, reuniões, workshops ou qualquer outro tipo de reunião que tenha as seguintes características:    

Questões altamente complexas Grupos altamente diversificados Potencial de conflito Um tempo de decisão rápido

Quais são as possíveis aplicações da OST para promover a partilha em estilos de vida urbana? Qual é o formato adequado? • Quando é preciso debater um tema difícil - receber as partes afetadas num só lugar para uma discussão em grupo •

Para o planeamento estratégico - definição de metas e planeamento para ações futuras

Quando há uma necessidade de partilhar ou passar conhecimento e experiência

Quando há uma necessidade de uma discussão em grupo sobre um tópico “quente”

• Quando há uma necessidade para o trabalho em rede entre os diferentes grupos (grandes ou pequenos) •

Para a formação de equipas, através de discussões e networking.

1.2 ESTUDOS DE CASO 1.2.1 DESENVOLVER UM PLANO DE AÇÃO DE ECONOMIA COLABORATIVA A Câmara Municipal de Barcelona pediu o ativismo democrático para recomendações de políticas sobre a EP. Partilharam uma estrutura política de economia de partilha através de uma série de interações pessoais e on-line com uma gama de partes interessadas, incluindo moradores da cidade, representantes de iniciativas de economia de partilha, e autoridades municipais. Primeiro, construíram um sistema de incubadora para financiar novas iniciativas que consideraram mais favoráveis. A segunda camada do ecossistema foi a Procomuns. A Procomuns começou como um evento em março de 2016 para reunir propostas de recomendações de política para o conselho da cidade. Quatrocentas pessoas participaram, e passaram três dias a discutir como o conselho municipal poderia apoiar um desenvolvimento comum e uma economia colaborativa. O evento resultou na declaração Procomuns com 120 recomendações políticas. Fonte: Procomuns (Anna Bergren Miller, Barcelona Crowdsourced its Sharing Economy Policies. Can Other Cities Do the Same?, Sharable) Video: Commons Colaborative Economies

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CAPÍTULO 2: OST PARA ESTILOS DE VIDA URBANA DE PARTILHA

Procomuns: Commons Collaborative Economies and Public Policies

1.2.2 ORÇAMENTO PARTICIPATIVO (OP) E CONSULTAS PÚBLICAS Há uma aplicação específica da OST para discutir as prioridades locais, os investimentos locais e o desenvolvimento local diretamente com os cidadãos nos seus bairros, nas suas cidades. Através de um processo chamado "orçamento participativo", os residentes de milhares de cidades de todo o mundo estão a decidir como gastar o dinheiro dos contribuintes. Através deste processo, os membros da comunidade decidem diretamente como gastar parte de um orçamento público. Isto soa simples, mas não é. Os orçamentos são entidades complexas, e leva muito tempo e apoio para que as pessoas comuns possam tomar decisões sábias sobre os gastos. Por esta razão, o orçamento participativo geralmente envolve um ciclo de reuniões públicas durante um ano. Os membros da comunidade discutem as necessidades locais e desenvolvem propostas de projetos para atender a essas necessidades e, em seguida, convidam o público a votar sobre quais os projetos serão financiados. Fonte: How to start participatory budgeting in your city A consulta pública é um processo regulatório através do qual se procura o contributo do público para as questões que os afetam. Os seus principais objetivos são a melhoria da eficiência, transparência e participação pública em projetos ou leis e políticas de grande escala. Geralmente, envolve notificação (para divulgar o assunto a ser consultado), consulta (um fluxo bidirecional de informações e troca de opinião), bem como participação (envolvendo grupos de interesse na elaboração de políticas ou legislação). Fonte: Wikipedia 1.2.3 ORÇAMENTO PARTICIPATIVO NA CIDADE DE CRACÓVIA, POLÓNIA Edição de 2016 Este estudo de caso mostra que um processo de deliberação precisa de tempo, mas funciona e torna os cidadãos cada vez mais ativos e mais próximos dos seus bairros. O orçamento participativo (OP) ajuda as pessoas a refletir sobre as suas necessidades, estilo de vida e o seu papel e o poder na sociedade. O objetivo do projeto-piloto consistiu em iniciar um diálogo mais aberto entre os residentes e os governos locais sobre como gastar parte do orçamento. Isto parece bastante necessário para a gestão eficaz dos fundos públicos. Na cidade de Cracóvia (mais de 700.000 habitantes), o OP foi implementado a nível distrital. Esta forma de consulta traz muitos benefícios. Os Conselheiros Distritais podem adquirir conhecimento sobre as reais necessidades dos moradores e ter a oportunidade de se encontrar diretamente com os seus eleitores e vizinhos. Os moradores do distrito foram convidados a participar em algumas consultas públicas abertas. Os cidadãos indicaram os problemas que enfrentam no seu distrito e apresentaram as propostas de solução. Estas propostas foram incluídas no planeamento orçamental e, após a verificação formal e legal, foram votadas pelos residentes do distrito, com uma participação muito alta na votação final. Os projetos selecionados serão desenvolvidos pelo Conselho Distrital como investimentos prioritários. TECNOLOGIA OPEN SPACE E MÉTODO WORLD CAFÉ EM ESTILOS DE VIDA URBANA DE PARTILHA

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Efeitos sociais de curto e longo prazo:  

O papel central do cidadão no planeamento de políticas locais; Ativação da participação pública no distrito;

O interesse do projeto-piloto no distrito foi elevado por causa da condição polaca de uma sociedade com baixa participação pública. Em cada reunião havia dezenas de pessoas presentes. O processo de votação durou uma semana. Mais de mil habitantes votaram. Na votação final sobre as propostas de projetos no distrito de Bronowice - 644 votado, no distrito de Zwierzyniec - 1.815 votaram. 2. OST- UMA FERRAMENTA PARA DESENVOLVER AS ÁREAS URBANAS DE OUTRA MANEIRA 2.1 OST É COLABORAÇÃO A Tecnologia Open Space é uma metodologia eficaz para a colaboração e pode ser uma ferramenta útil para o desenvolvimento de soluções baseadas na comunidade para os problemas de partilha urbanas. A participação ativa também é muito encorajada uma vez que todos os membros da comunidade têm igualdade de condições para contribuir para tópicos e são capazes de formular ideias como uma comunidade. Devido a esta base de colaboração, a OST também é uma grande plataforma para construir um grupo forte e coeso de membros pró-ativos; uma situação ideal para ativar a partilha urbana. A grande estrutura de grupo de OST também significa que quando uma comunidade está a discutir algo que envolve toda a comunidade, pode literalmente envolver uma grande proporção, se não toda, a comunidade. A OST também tem a capacidade de unir grupos com diversidade em termos de posição social, etnia, educação e cultura. Isso equivale a uma perspetiva multinível sobre possíveis ideias de partilha urbanas e soluções. A Open Space é surpreendentemente fácil de executar, bem como é uma maneira incrivelmente poderosa de explorar questões complexas. O que faz melhor é atrair todos aqueles que estão verdadeiramente apaixonados por uma questão ou assunto. A rede de transição discute em Open Space como uma ferramenta chave para a organização de reuniões com base no pensamento de transição, por exemplo: a transição do modo atual de consumo para um meio de consumo colaborativo pode ser um exemplo do que a metodologia Open Space pode ser usada. Fonte: Surviving the future 2.2 OST É AUTO-ORGANIZAÇÃO Como principio, o evento Open Space é baseado na auto-organização. Podemos observar algum modelo paralelo de auto-gestão nos movimentos de cooperativas nos subúrbios das áreas urbanas. São pilares da EP. Estes movimentos e as suas iniciativas, muitas vezes atendem a necessidades onde a administração pública falha. Estes movimentos são muito valorizadas no processo de inovação social e moldam a nova realidade urbana.

Vídeo: Right to the City

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CAPÍTULO 2: OST PARA ESTILOS DE VIDA URBANA DE PARTILHA

2.3 ESTUDO DE CASO A Noite de Projeto Aberto é realizada no Impact Hub Brixton todas as segundas-feiras à noite das 6.3010.30pm. Todos são bem-vindos. Organizador: Impacto Hub Brixton é parte de uma rede global de 82 Hubs. Tudo começou em 2005 quando um grupo de estudantes e empresários se reuniu com um sonho de criar um espaço que fizesse com que quisessem ir para o trabalho. Um escritório com uma comunidade inspiradora, um espaço feliz, e um sentido de propósito partilhado.

Open Project Night Open Project Night, open to anyone, has three levels. The ground floor is for project discussions, pitching and advice; the middle floor is a free space for anyone to work individually or in groups on ongoing social projects, and the top floor is open to any group to host an informal event based around a specific project. 3. CONFERÊNCIAS OST As conferências OST podem durar desde poucas horas (se os temas são resolvidos rapidamente) até um máximo de alguns dias, e pode consistir em qualquer coisa de 5 a mais de mil participantes. O número máximo de participantes de OST é realmente apenas limitado por razões logísticas, como o espaço real para a conferência e a quantidade de pessoas que podem estar na equipa de apoio. Anteriormente, o limite superior da OST foi considerado de 500 pessoas. Nos últimos anos, esse número cresceu para cerca de mil à medida que a metodologia Open Space se tornou mais amplamente utilizada para grandes conferências. A maior conferência Open Space até agora, organizada por duas equipas de facilitadores; Peggy Holman / Andrés Agudelo na Colômbia e Michael M Pannwitz / Harrison Owen na Alemanha, foram eventos facilitados com mais de 2.000 pessoas. A conferência Open Space na Columbia consistiu surpreendentemente em 1.700 crianças de rua e 300 adultos em Bogotá. O potencial das conferências OST é múltiplo. Há uma enorme lista de razões para organizar uma conferência Open Space, incluindo: 

Processos de mudança nas sociedades

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CAPÍTULO 2: OST PARA ESTILOS DE VIDA URBANA DE PARTILHA      

Desenvolvimento rural, urbano ou regional Tomada de decisão crítica em grupo Networking / processos de aprendizagem colaborativa Consolidação dos processos de paz Desenvolvimento educacional Iniciativas de colaboração

3.1 ESTUDOS DE CASO 3.1.1 Espaço Pessoas 4 | Mobilidade, Ambiente e Local: Habitats para Envelhecimento Feliz e Saudável Os principais temas da conferência foram: • • • •

Envelhecimento saudável, feliz e ativo Co-desenhar o ambiente construído tendo a mobilidade em mente Experimentar a mobilidade Saúde, mobilidade e lugar através do curso da vida

3.1.2 Espaço Pessoas | uma conferência internacional em ambientes inclusivos 4ªfeira 27 outubro – 6ªfeira 29 outubro 2004 Esta foi a primeira conferência do Espaço Pessoas. Teve lugar durante três dias, no The Hub, Edinburgh. Os temas principais da conferência foram:    

Crianças e jovens Deficiência e inclusão social Saúde e ambientes restauradores Turismo e tempos livres

Fonte: Open Space Conferences 3.1.3 OPEN: PLATFORMAS COOPERATIVAS 2017 Durante o evento OPEN: 2017 Plataformas Cooperativas uma conferência de dois dias sobre a economia colaborativa, 16-17 Fevereiro: Goldsmiths, Universidade de Londres, os participantes discutiram o papel crucial das cooperativas na economia de partilha e desenvolvimento sustentável do moderno, urbano, e sociedade. O primeiro evento deste tipo no Reino Unido, explorou como o software e os modelos de propriedade cooperativa de colaboração estão a ser combinados para criar esta nova economia. Reunindo empresas, ONGs e a sociedade civil, a Open apresentou uma oportunidade para conhecer e discutir a estrutura, os desafios e as oportunidades de uma economia verdadeiramente colaborativa. O evento foi dedicado a todos os interessados em co-criar o nosso futuro coletivo.

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CAPÍTULO 2: OST PARA ESTILOS DE VIDA URBANA DE PARTILHA

A conferência foi organizada pelo The Open Co-op LLP, uma parceria entre a United Diversity, Focal Point Marketing and Events e Defacto Design. A Co-op foi fundada em 2004 com o objetivo de “construir uma comunidade mundial de pessoas e organizações comprometidas com a criação de uma economia colaborativa e sustentável”. Durante o evento tiveram lugar várias sessões OST diferentes. Mais informação SESSÃO 1: O MERCADO DE IDEIAS: INTRODUÇÃO DA CONFERÊNCIA OPEN SPACE Título: O mercado de ideias: introdução da conferência Open Space Quando: 16 de fevereiro de 2017, 11h45-12h45 O objetivo da OST era deixar as pessoas participar e trazer as suas propostas e ideias para a sessão para discutir em conjunto durante o evento. Todos os participantes interessados puderam fazer as propostas de sessão on-line, antes do evento. Então, durante a sessão, as pessoas que fizeram propostas (com antecedência e no dia, um máximo de 30), foram convidadas a explicar num minuto o que queriam fazer. O público, em seguida, votou nos seus favoritos e as 14 sessões com a maioria dos votos foram adicionadas ao programa. SESSION 2: SUPPORTING THE SELF EMPLOYED AND GIG WORKERS AND BREADFUNDS.

Title: Supporting the Self Employed and gig workers and Breadfunds. This session combines these open space proposals: 1. Os trabalhadores independentes não recebem subsídio de doença. Os Breadfunds são pequenos grupos de trabalhadores independentes que se apoiam uns aos outros quando alguém está incapaz de trabalhar. A revista Stir to Action tem um artigo sobre eles. Web site: www.breadfunds.uk 2. 2. Apoiar os trabalhadores independentes e colaboradores. Em Nova York, nos EUA, aprovaram um Ato Freelancing Isn’t Free para garantir um contrato e pagamento atempado, e começaram uma discussão de como o uso de Mutual Distribution Ledger pode ajudar a aplicá-lo. 3.1.4 WORKSHOP INTERNACIONAL "ÁREAS PERI-URBANAS E NEXUS ALIMENTAÇÃO-ENERGIAÁGUA" Milão, 28-29 março 2014 Organizador: Politécnico de Milão em colaboração com os laboratórios Resilience Lab Models e Simulation Lab | DAStU Programa

Fonte

Apresentações

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Durante este evento os participantes falaram sobre gestão sustentável e política de produtos e recursos comuns. Este workshop incidiu sobre dois aspetos que caracterizam as políticas integradas em geral, bem como mais especificamente o nexus alimentação-energia-água. O primeiro é a integração de abordagens, métodos e ferramentas específicas para diferentes disciplinas que lidam com alimentos-energia-água. O segundo representa um estudo mais profundo dos critérios, métodos e ferramentas específicas para cada um desses recursos. Este segundo tema explora a adoção de abordagens sistémicas que tenham em conta não só a articulação dos fatores de avaliação e tomada de decisões que afetam um único recurso, mas também as possíveis inter-relações entre os fatores que caracterizam os outros dois recursos.

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CAPÍTULO 2: OST PARA ESTILOS DE VIDA URBANA DE PARTILHA

4.

CONCLUSÕES

Apresentamos alguns contextos diferentes, onde as questões relacionadas com o estilo de vida urbana de partilha podem ser discutidas usando a tecnologia Open Space como uma metodologia. Como indicado, a metodologia OST foi considerada útil e eficaz em situações muito específicas. Especificamente quando: • • • •

A questão é complexa e ninguém tem uma resposta; Um conflito ou potencial conflito pode surgir quando se lida com a questão; Os participantes são extremamente diversificados; Há uma necessidade de colaboração e novas relações, a fim de avançar.

Quando não se deve utilizar a OST: • • • • • •

Opções ou resultados desejados já estão antecipados (agenda escondida); Grande ameaça possível; Um propósito muito prático; por exemplo, dar às pessoas informações ou instruções; Os organizadores da reunião consideram que a questão é importante, mas os outros não; O tempo da sessão é limitado; A frequência é obrigatória.

É evidente que os grupos informais, cooperativas ou comissões de bairro podem discutir questões de maneira mais informal, por exemplo, a tomar uma cerveja no pub local ou fazer um piquenique no parque. A metodologia Open Space pode ser bem sucedida em situações de conflito, ou processos de decisão política, para moldar a equidade e progresso social, bem como o desenvolvimento sustentável local.

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CAPÍTULO 3: METODOLOGIA WORLD CAFÉ

CAPÍTULO 3: METODOLOGIA WORLD CAFÉ 1.

A ORIGEM DO WORLD CAFÉ

O processo do World Café teve origem na casa de Juanita Brown (associada sénior no MIT Center for Organizational Learning, e parceiro pensamento de líderes em todos os setores na criação de fóruns inovadores para diálogo estratégico sobre questões de negócios e sociais críticos) e David Isaacs (colaborador e coach de programas de aprendizagem inovadores no programa MBA da Universidade de Texas Business School Executive, CIIS e Universidade Kaos Pilots, que também trabalha no planeamento, convite, e receber, conscientemente, ‘conversas poderosas’) em Mill Valley, Califórnia, em 1995, quando uma conversa “grande círculo" num pequeno grupo de líderes empresariais e académicos sobre a propriedade intelectual se interrompeu por causa da chuva. Na Califórnia, é normal ter este tipo de reunião ser ao ar livre, mas quando começou a chover, as duas dezenas de participantes internacionais espontaneamente formaram-se em pequenas conversas de mesa íntimas sobre as questões que lhes tinham apresentado, e registaram as suas ideias papel que se tornaram também “toalhas” para cada mesa. Eles periodicamente interrompiam estas conversas para mudar de mesas, para que os insights e ideias que tinham poderem circular, aprofundar-se e conectar-se. Passando pelas diferentes mesas, os organizadores começaram a notar padrões emergentes no seu pensamento, e estes foram a base para novas rodadas de conversas. Aquela manhã tornou-se uma experiência de inteligência coletiva. Mais tarde, discutiram entre si o que aconteceu e o que provocou este resultado, e através de pesquisaação e experimentação foram capazes de criar a metodologia World Café que conhecemos hoje.

2.

O QUE É A METODOLOGIA WORLD CAFÉ?

Video: What is World Café? Samantha Tan De acordo com a cofundadora Juanita Brown: “(É) ... a polinização criativa cruzada de pessoas e ideias, combinadas com o uso disciplinado de perguntas como atractores, que é, talvez, a contribuição definidora do World Café Mundo para a aprendizagem dialógica e inteligência coletiva”. (Juanita Brown et al, 2008). A metodologia World Café não pretende resolver um problema, em vez disso, concentra-se em explorar e inovar em temas, e foi concebido como um fórum para o pensamento criativo e aberto, não para levar as pessoas a uma resposta ou solução predeterminado. O "World Café" é um processo de conversação estruturada com o objetivo de facilitar a discussão aberta e conversa íntima, para ligar ideias que emergem em grandes grupos, para aceder à “inteligência coletiva” da sala. Para o conseguir, é definido de antemão uma, ou um grupo, de questões específicas a esse World Café. Um ambiente de café é criado para facilitar a conversa, e os participantes movem-se de uma mesa para outra e continuam com a discussão sobre a(s) questão(ões) específica(s).

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Mesmo no antigamente, quando as pessoas se reuniam em círculos à volta do calor de uma fogueira, a conversa foi um processo central para descobrir o que nos interessa. Ainda é através da conversa que partilhamos o nosso conhecimento, imaginamos o nosso futuro e criamos comunidades de compromisso. Os significados que colocamos na conversa, e a ação coordenada que surgem naturalmente com eles, ajudam a moldar as nossas vidas. Existem vários exemplos de como conversas informais, realizadas em salas de estar, cozinhas, cafés e salões de igreja, foram o ponto de partida para grandes mudanças. Considere os círculos de costura e comissões de correspondência que ajudaram a dar à luz a República Americana, assim como os cafés e salões que geraram a Revolução Francesa. Considere os círculos de estudos escandinavos que estimularam um renascimento económico e social na Europa do Norte. Considere as reuniões da igreja, onde o movimento dos direitos civis nasceu. Hoje em dia, a sociedade enfrenta desafios críticos, em diferentes níveis, tais como preocupações sociais, económicas, políticas e ambientais. Face a isto, há um grande número de redes de conversação e comissões de ação que aparecem por todo o mundo, onde se discute como tentar mudar o que está a acontecer. Já vimos que esta é a forma como as mudanças ocorrem. Pessoas em pequenos grupos, tanto presencialmente como em comunidades online, difundem ideias para novas conversas, possibilidades criativas e ação coletiva em redes cada vez mais amplas. E se fosse possível usar uma abordagem simples para o desenvolvimento de redes dinâmicas de conversação focada, a fim de criar conhecimento vivo e novas possibilidades de ação, mesmo em grupos muito grandes? As conversas do World Café estão desenhadas para isso mesmo.

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O World Café é na verdade uma metodologia criativa para a realização de conversas autênticas em grupos de todos os tamanhos, à volta de questões que são importantes para o grupo. O objetivo é juntar várias pessoas numa mesa ao estilo de Café, ou num grupo de conversa pequeno, para discutir uma questão ou tema que é realmente importante para a vida, trabalho ou comunidade dos participantes. Outras pessoas estão sentados nas mesas de café próximas ou em grupos de conversação pequenos, a discutir questões semelhantes, ao mesmo tempo. No entanto, as pessoas não vão estar sentadas por muito tempo, porque metade da emoção de fazer parte de uma conversa World Café é a oportunidade de passar para outro grupo ou mesa de Café, reunir-se com novas pessoas, e fazer polinização cruzada de ideias e insights. À medida que as conversas se ligam umas às outras, o conhecimento coletivo cresce e evolui. O sentido do todo maior torna-se real. A sabedoria do grupo torna-se mais visível (Brown et al, 2002). As organizações e as comunidades são realmente sistemas vivos, e como qualquer outro sistema, evoluem. Quando as pessoas se envolvem em conversas do World Café, a evolução do sistema torna-se mais controlada pelas pessoas envolvidas. No World Café, as pessoas discutem o futuro que desejam, sobre o tema em discussão, bem como a ideia de futuro criado pelo grupo, e isto faz com que as pessoas se sintam motivadas para agir a fim de obter esse futuro. Milhares de pessoas já experimentaram a metodologia do World Café, em configurações que vão desde salões do hotel lotados com 1200 pessoas a salas de estar íntimas e acolhedores com apenas uma dúzia de pessoas presente. Leadership Cafés, Knowledge Cafés, Strategy Cafés, e Discovery Cafés foram organizados em grandes empresas multinacionais, bem como em pequenas organizações sem fins lucrativos, usando o formato e os princípios operacionais do World Café. Sessões do World Café foram realizados em tão pouco tempo como 1h30. Outras sessões duraram vários dias (Brown et al, 2002). Os objetivos de cada um desses Cafés, seja lá como forem nomeados, têm sido tão diversos como as pessoas que os frequentam. No entanto, o processo de World Café em si tem demonstrado uma notável capacidade de promover a conversação autêntica entre as pessoas que podem nunca se ter conhecido, e sem ter nenhuma formação formal no diálogo. 2.1 CARACTERÍSTICAS DO WORLD CAFÉ 

Cada pessoa tem uma perceção diferente da realidade, e interpreta o mundo de forma diferente, resultando em diferentes pontos de vista. Partilhar os pontos de vista com os outros é essencial para compreender alternativas, e para ser capaz de adaptar estratégias para lidar com diferentes ambientes. Quando mudamos para o pensamento coletivo, temos uma oportunidade para mudar o status quo e para criar um contexto para a ação coletiva.

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Os desafios que os sistemas e as organizações enfrentam podem ser resolvidos usando o conhecimento já contido nelas (pessoas que fazem parte desse sistema ou organização) e mobilizando a sabedoria coletiva. Quando criamos um ambiente que reconhece a contribuição de todos, as pessoas querem envolver-se e participar. Desta forma é possível promover um forte compromisso para atingir objetivos comuns. • Um evento de World Café é planeado para facilitar a colaboração e promover o compromisso, mas não é para orientar os participantes a uma solução pré-determinado ou resposta certa - estes não existem. (Wikipedia, World Café (processo de conversação))

O World Café é planeado no pressuposto de que as pessoas já têm em si a sabedoria e criatividade para enfrentar até mesmo os desafios mais difíceis. Dado o contexto e foco apropriado, é possível aos membros aceder a este conhecimento mais profundo sobre o que é importante. A pesquisa mostrou que há sete princípios operacionais subjacentes às conversas de estilo World Café. Quando estes sete princípios são usados em conjunto, têm a capacidade de promover o diálogo colaborativo, fortalecer a comunidade, estimular insight criativo e criar novas possibilidades para ação construtiva. 3.

PRINCÍPIOS DO WORLD CAFÉ

Vídeo: World Café Method Conforme apresentado anteriormente, existem sete princípios que permitem que, quando seguidos em conjunto, realizar conversas importantes, e que são a base para a Metodologia World Café. O lugar onde ocorre não é muito importante: world cafés foram realizados em salas empresariais, salões de igrejas, centros de idosos, salas de aula, salas de estar, cafés, barracas, e o sucesso é mais provável de ser alcançado quando se cumprem os princípios. Vamos descobrir estes princípios! TECNOLOGIA OPEN SPACE E MÉTODO WORLD CAFÉ EM ESTILOS DE VIDA URBANA DE PARTILHA

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CAPÍTULO 3: METODOLOGIA WORLD CAFÉ

3.1 PRINCÍPIO 1: DEFINIR O CONTEXTO Primeiro de tudo, é necessário definir muito claramente sobre o que será o World Café, qual é o tema, e o que quer alcançar com esta metodologia desta vez. Quando isto for claro, então pode-se definir o contexto do World Café: quem deve participar na conversa e que é preciso convidar, quais serão as questões mais pertinentes a discutir, qual deve ser a melhor maneira de registar as conclusões finais, onde deve ter lugar, e assim por diante (The World Café Community Foundation, 2015). 3.2 PRINCÍPIO 2: CRIAR UM ESPAÇO HOSPITALEIRO É importante que as pessoas se sintam livres para participar, para serem honestas, e para dar as suas opiniões reais e partilhar pensamentos sobre o assunto; as pessoas devem sentir-se confortáveis para ser elas mesmas. Os anfitriões de Café de todo o lado enfatizam que um ambiente acolhedor é uma maneira poderosa e importante de alcançar este objetivo. Só neste ambiente as pessoas podem fazer o seu melhor raciocínio, falar e ouvir, e, portanto, contribuir para uma conversa significativa. Há dois elementos a que se deve dar particular atenção a fim de proporcionar este ambiente acolhedor: o convite e o ambiente físico (Brown et al., 2002). O Convite Pode enviar um convite pessoal e privado a um conjunto de pessoas, ou fazer um convite aberto para uma comunidade, ou ambos. De qualquer forma, deve fazer um esforço para que o convite seja especial: deve ser informal, criativo, colorido, e o mais importante - com um toque pessoal. O World Café não é uma reunião de negócios: é sobre a hospitalidade e convivência, as pessoas devem sentirse livres para se envolver na discussão, e num ambiente informal, e o convite deve transmitir essa atmosfera imediatamente. Deixe as pessoas perceber que o convite não é para uma qualquer reunião ordinária, mas que será uma conversa de Café - divertida, envolvente e criativa. A contribuição de todos vai fazer a diferença para o que vai ser descoberto em conjunto em relação ao tema, ou a outras questões que são levantadas como parte da conversa. O convite deve ser claro sobre qual é o tema ou questão principal do World Café, e a questão deve criar um elemento de curiosidade, e não ter uma resposta clara antecipada, e deve ser realmente

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importante e relevante para as pessoas que estão a ser convidadas. Se o tema ou questão não é importante para as pessoas, ou se tem uma resposta clara, qual é o interesse em assistir? Queremos que as pessoas sejam interessadas e dispostas a assistir e a participar. Exemplo CONVIDANDO A INOVAÇÃO

1º Encontro Europeu World Café – Dresden 2007 O AMBIENTE FÍSICO Não importa quão grande o grupo de pessoas a participar, é realmente importante criar um ambiente de conforto, informalidade e intimidade. Se possível, fazer o espaço parecer um Café real, com pequenas mesas redondas ou quadradas, para sentar quatro a cinco pessoas. Com menos de quatro pessoas numa mesa muitas vezes não há suficiente diversidade de perspetivas, enquanto que com mais de cinco começa a limitar a quantidade de interação pessoal, e em vez de ambiente de Café será mais como uma reunião ou um banquete.

Organizar as mesas de forma desordenada, aleatória, em vez de em filas. As mesas de um café na esplanada, depois de estar aberto por algumas horas, parecem relaxadas, convidativas e desarmadas. Sempre que possível, adicionar música, arte, luz natural, e plantas. Use a sua imaginação para criar um ambiente acolhedor e informal para a sua reunião World Café. E o mais

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importante, certifique-se de fornecer comida e refrescos para possibilitar esse sentido de comunidade e hospitalidade que temos quando estamos num café com os amigos. 3.3 PRINCÍPIO 3: EXPLORAR PERGUNTAS QUE SÃO IMPORTANTES O objetivo do world café é envolver as pessoas em conversa significativa, portanto, o tema, pergunta ou perguntas feitas têm que significar algo, ser importante, e ter importância para os participantes. As pessoas vão sentir-se relutantes em estar a conversar sobre coisas com que não se preocupam. Para ter resultado num world café, é importante dedicar algum tempo e reflexão sobre as questões que são importantes para os participantes, e como as enquadrar. Quando as pessoas estão a discutir questões que as preocupam, são capazes de pensar juntas, e produzir pensamento coletivo. Perguntas bem construídas focam-se na intenção; atraem energia e direcionam a atenção ao que realmente importa. De repente, a mesa ganha vida com curiosidade e excitação. Anfitriões do World Café de todo o mundo dizem que as perguntas devem ser abertas, sem implicar medidas de ação ou resolução de problemas, e deve convidar a questões complementares e descoberta. Se for possível, teste a questão antes com pessoas que poderiam participar, apenas para verificar se as perguntas provocam o interesse e energia. Vai perceber que tem uma boa pergunta quando continuam a surgir novas ideias e possibilidades.

Vamos ver um exemplo (Brown et al., 2002). Num World Café realizado na Dinamarca, professores, administradores, alunos e pais reuniram-se para explorar como podiam melhorar o seu sistema escolar. O anfitrião do Café não se ficou pela questão mais óbvia “Que problemas temos na nossa escola?”, Em vez disso, estruturou a questão desta maneira: “O que poderia uma boa escola também ser?” Ao fazer isto, abriu a conversa para apreciar e explorar oportunidades criativas, em vez de limitar a atenção do grupo para o que não estava a funcionar na situação atual. Esta foi uma pergunta poderosa. O que faz uma pergunta ser poderosa? A World Café Community Foundation colocou esta questão a anfitriões de Cafés de todo o mundo, e estas são as características que encontraram: Uma Pergunta Poderosa • • • • • • •

É simples e clara É provocadora Gera energia Foca as questões Desafia os pressupostos Abre novas possibilidades Evoca mais perguntas

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3.4 PRINCÍPIO 4: INCENTIVAR A CONTRIBUIÇÃO DE CADA PESSOA Sabemos que a participação de todos é muito importante para o coletivo, mas a verdade é que muitas pessoas querem fazer mais do que apenas participar; querem contribuir ativamente para fazer a diferença. Se nós queremos usar a sabedoria coletiva, devemos incentivar a contribuição de cada pessoa. Uma das razões para ter apenas quatro ou cinco pessoas em cada mesa do Café é permitir que cada participante possa contribuir com as suas ideias e perspetivas; e também é possível ter participantes que estão principalmente a ouvir e mantêm uma presença silenciosa. É mais provável que as pessoas que são normalmente tranquilas em grandes grupos se tornem mais ativas e exponham informações valiosas e interessantes quando estão em ambiente mais íntimo de um Café, e envolvidas em pequenos grupos. Na maioria dos encontros World Café, assim que a questão é colocada, os participantes são encorajados a iniciar a conversa, e começar a explorar e a partilhar ideias em cada mesa, e essa troca contribui para o envolvimento emocional e mais troca de ideias. Por outro lado, às vezes é útil ter uma participação mais estruturada em cada mesa, ou seja, usando um objeto de falar.

A utilização de um objeto de falar tem uma longa história. Foi originalmente usado por povos indígenas para apoiar uma conversa corajosa, o respeito mútuo, a escuta partilhada e tomada de decisão sábia. Numa reunião World Café, a utilização de um objeto de falar permite que as pessoas se sintam livres para falar, do coração, e ouvir mais atentamente os outros. Pode usar qualquer objeto como um objeto de falar, desde uma pedra ou pau até uma caneta que esteja na mesa. Pode ter o objeto de falar no meio da mesa, e quando alguém está pronto para falar, agarra no objeto de falar. Como alternativa, o objeto de falar pode ser passado em círculo, por todos os participantes da mesa. Quando a pessoa que está a falar acaba, também pode oferecer o objeto de falar a outro participante. Claro que, como queremos que as pessoas se sintam livres e confortáveis, cada participante pode passar a sua vez de falar. Para usar o objeto de falar, as regras são (Brown, et al., 2002): Ninguém interrompe a pessoa que está a segurar o objeto de falar. Em vez disso os outros membros devem ouvir com atenção a pessoa que está a falar. Todos ouvem as ideias, suposições, perspetivas e ligações provenientes da contribuição única da pessoa. Também pode incentivar os membros do Café a permitir um momento de silêncio entre cada pessoa que fala. Isto permite a todos uma breve pausa para refletir, antes de adicionar os seus próprios pensamentos.

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CAPÍTULO 3: METODOLOGIA WORLD CAFÉ

3.5 PRINCÍPIO 5: LIGUE DIVERSAS PESSOAS E IDEIAS Num encontro world café as pessoas não ficam sempre na mesma mesa. Têm a oportunidade de se mover entre as mesas, conhecer novas pessoas, e contribuir ativamente com os seus pensamentos, ligar as ideias no círculo mais amplo. O objetivo é ter uma polinização cruzada de pessoas e ideias, e desta forma é possível que novos insights e ideias ganhem vida, o que só é possível com o aparecimento do pensamento coletivo. A forma mais comum de fazer isto é ter 3 rodadas de conversa em cada mesa, com duração entre 20 e 30 minutos cada. Durante cada rodada, os grupos podem discutir a mesma ideia / pergunta, ou ter novas questões que irão aprofundar a anterior. Depois de todas as rodadas de conversa, e se o grupo não for muito grande, há um período de partilha de descobertas e insights numa conversa estilo reunião de cidade; ou se o grupo for muito grande para isso, as principais conclusões de cada mesa são expostos na parede para que todos possam descobrir as outras ideias. Em termos práticos, isto é o que pode acontecer. Há uma pergunta, e cada mesa discute e chega a algumas ideias-chave que são registadas no papel colocado em cada mesa. Quando o anfitrião disser, há uma pessoa que fica na mesa e os outros separam-se e vão para diferentes mesas. A segunda rodada começa com o anfitrião de cada mesa a ler as ideias-chave dos anteriores, e a discussão continua, ligando ideias anteriores e novas, e as novas ideias-chave são registadas. Na terceira rodada podemos fazer o mesmo que antes, ou as pessoas voltam para a mesa original, ou todos ficam na mesma mesa, mas cada participante escreve uma ideia-chave da sua mesa e passa para outro participante noutra mesa, e a rodada começa com a leitura das ideias-chave que passaram e continua a discussão. No fim, cada mesa deve registar as ideias-chave finais e partilhá-las com o grupo todo, para discussão em grande grupo ou apresentá-las na parede. Slide Share: The World Café Desde que se respeite o princípio de ligar pessoas e ideias, pode escolher o formato que quiser. Deve adaptar-se ao tema ou questão, ao grupo, ao tempo e recursos que tem disponíveis. Vídeo World Café

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CAPÍTULO 3: METODOLOGIA WORLD CAFÉ

3.6 PRINCÍPIO 6: OUVIR JUNTOS POR PADRÕES, INSIGHTS E QUESTÕES MAIS PROFUNDAS Nas conversas de Café, é importante enfatizar a escuta partilhada -ouvir juntos para a sabedoria ou perceção coletiva de que nenhum membro individual do grupo pode ter acesso sozinho. O anfitrião do Café deve incentivar e pedir aos participantes para ouvir novas ligações no que está a ser dito. O anfitrião pode pedir a cada mesa Café, em cada rodada de conversa, para levar algum tempo a refletir sobre o que é o centro da conversa, o que é a natureza essencial ou substância mais profunda da discussão realizada. Quando as pessoas entrarem no segundo turno de partilha, lembrar aos participantes para ouvir juntos por temas, descobertas ou questões fundamentais que estão na base das várias perspetivas emergentes. Às vezes um fluxo surpreendente de realizações ou ideias surgem como resultado desta exploração partilhada. Todos a reconhecem como algo especial. Um anfitrião de Café escandinavo chama a isto a magia do meio. Estas descobertas mais profundas podem vir de mesas de Café individuais, ou mais tarde, quando todo o grupo recolhe os seus conhecimentos coletivos (Brown et al., 2002). No final das rodadas de conversa, é importante, sempre que possível, envolver-se numa conversa do grupo todo. Pergunte a qualquer um na sala para começar com uma ideia-chave, tema ou questão mais profunda que teve real significado para eles. A seguir, incentivar outras pessoas na sala para ouvir e perceber o que foi importante a partir de suas próprias conversas Café com ligação à contribuição da pessoa que partilhou a ideia inicial. Conforme a conversa continua, um novo foco provavelmente vai emergir nalgum outro lugar da sala. A contribuição dessa pessoa começa tecer tópicos adicionais para a tapeçaria coletiva de significado. A conversa do grupo todo é uma oportunidade de se tornar consciente da aprendizagem colaborativa que ocorreu, e o que é especialmente significativo ou importante para os membros. A inteligência coletiva torna-se mais rica e acessível quando se presta atenção mútua aos níveis de significado e perceção de que pode não ser visíveis à primeira vista (Brown et al., 2002). 3.7 PRINCÍPIO 7: TORNAR O CONHECIMENTO COLETIVO VISÍVEL Em cada mesa há ideias emergentes, ideias-chave, e essas ideias devem ser registrados. Em cada mesa deve haver papéis e uma caneta, canetas coloridas, e o anfitrião de cada mesa deve registar as ideias-chave que surgem em cada rodada de conversa. O registo de ideias pode ser com apenas palavras, esquemas, desenhos ou uma combinação destes. De qualquer maneira, é importante que os outros participantes possam ver as ideias de cada mesa e qual o significado que têm. Ao escrever e

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desenhar, o grupo está a criar um espaço partilhado para tecer e ligar ideias em níveis coletivos ainda mais profundos. Há algo de libertador ao ver a sua ideia ou visão colocada no papel na mesa e saber que existe uma memória dos pontos-chave a que se chegou. Também permite uma referência visual rápida ou lembrete, ao refletir juntos sobre o que está a emergir da conversa.

No final de cada rodada, ou no final do World Café, cada anfitrião de cada mesa pode colocar as suas ideias-chave finais registrados nas toalhas de papel ou folhas de flipchart numa parede, de modo a que todos os participantes possam visualizar todas as ideias-chave finais. Os membros de cada mesa podem escrever uma ideia-chave num post-it, e todos os post-its de todas as mesas são então colocados num quadro branco ou na parede; às vezes estes são seguidos de post-its com ideias semelhantes ou relacionados. Em alguns World Cafés há um praticante visual que usa palavras e imagens para agrupar todas as ideias num grande mural, ligando as ideias de todo o grupo. Outro método é a criação de um jornal ou um storyboard dos resultados, e desta forma é possível transmitilo para as pessoas que não estavam a participar na conversa World Café. Pode, claro, criar as suas próprias maneiras de tornar o conhecimento e perceção coletiva do seu grupo mais visível. Faça o que fizer, os participantes serão capazes de aprofundar a sua compreensão coletiva e fazer novas ligações uma vez que conseguem literalmente ver mais do todo.

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CAPÍTULO 3: METODOLOGIA WORLD CAFÉ

4.

CONCLUSÃO

O processo de World Café oferece uma oportunidade real para qualquer organização ou grupo de pessoas de construir uma comunidade, para partilhar a aprendizagem, e para desenvolver novas formas de pensar e agir de forma colaborativa. O processo de World Café tem demonstrado uma notável capacidade de promover a conversação autêntica e partilha de conhecimento entre pessoas de origens variadas - mesmo se nunca se conheceram antes, ou sem ter formação formal em diálogo. Quando é bem planeado e realizado, o World Café funciona de forma eficaz em situações e culturas diferentes porque os participantes trabalham com os mesmos princípios para a criação de conversas que importam. A preparação do World Café, especialmente a planificação, é a fase mais importante. Se for dada bastante atenção a esta fase, e apoiada por membros de diferentes níveis dentro da organização ou o grupo que organiza o processo de Café, uma base forte é estabelecida para um Café bem sucedido. Pode ver o vídeo para ter uma visão geral de guias e princípios do World Café, produzidos por Juanita Brown, David Isaacs e World Café Community.

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CAPÍTULO 4: METODOLOGIA WORLD CAFÉ PARA ESTILOS DE VIDA URBANA DE PARTILHA

CAPÍTULO 4: METODOLOGIA WORLD CAFÉ PARA ESTILOS DE VIDA URBANA DE PARTILHA

1.

INTRODUÇÃO

As administrações das cidades enfrentam uma série de desafios ao nível social, ambiental e económico. Novas competências estão a ser transferidas a partir dos níveis nacional ou regional, enquanto os orçamentos disponíveis para as enfrentar estão a diminuir. Neste contexto cada vez mais difícil, a inovação social é um novo ativo (URBACT, 2015). Os cidadãos são convidados a tomar iniciativas. Eles podem, melhor do que ninguém, inventar soluções novas e mais sustentáveis para resolver os seus problemas do dia-a-dia. Mesmo que estes desafios se coloquem a todos, é nas áreas urbanas que se fazem sentir de forma mais forte, e, portanto, é nestas áreas que é mais urgente agir. Para encontrar soluções para os problemas do dia-a-dia e os desafios nas áreas social, ambiental e económica, é importante envolver os cidadãos e a comunidade. Como visto no capítulo anterior, a Metodologia World Café apresenta várias vantagens para alcançar tal envolvimento e soluções. Os encontros World Café podem ser organizados pelas câmaras / juntas de freguesia ou pelos próprios cidadãos. De qualquer forma, o objetivo será sempre descobrir soluções e formas de agir, ao nível da comunidade / local. Ao organizar uma reunião World Café, lembre-se de assegurar todos os 7 princípios apresentados no capítulo 3 deste Guia. Desta forma, provavelmente vai conseguir ter uma conversa bem-sucedida e envolvimento ativo dos cidadãos na busca de soluções para a comunidade. Neste capítulo vamos ver, em termos práticos, não só ampla informação sobre como promover um World Café, mas também uma variedade de exemplos da vida real sobre como a WCM foi usada para abordar questões urbanas.

2.

PAPÉIS NO WORLD CAFÉ Para organizar um World Café é necessário ter algumas pessoas capazes de planear com cuidado todo o processo. Estas pessoas têm de assumir papéis diferentes; cada pessoa pode assumir apenas um papel, ou assumir mais de uma função. De acordo com Schieffer et al (2004), podemos identificar 5 papéis principais na metodologia World Café.

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Convocador / patrocinador do Café Esta é a pessoa ou grupo que quer, ou precisa, que a conversa tenha lugar, e que geralmente emite o convite aos participantes. O objetivo do Patrocinador não é 'vender' o Café mas sim para convidar membros num processo colaborativo que inclui o patrocinador, o anfitrião(ões) do Café e os membros. É o patrocinador que define o tema do World Café. Membro / participante A ideia é envolver os cidadãos para discutir ativamente e tentar encontrar soluções para alguns dos desafios que a comunidade enfrenta. Todos os que participam no encontro World Café são membros ou participantes. Mais especificamente, os membros são aqueles que viajam entre as mesas para polinização cruzada de ideias, e transportam a essência da conversa da sua mesa para as próximas rodadas de conversa. Equipa de planeamento Esta equipa inclui o anfitrião do Café e é responsável pela conceção global e implementação do encontro de Café. Ao implementar criativamente os princípios do Café, a equipa de planeamento, com os participantes e o patrocinador do Café, ajuda a garantir o sucesso da conversa Café. Pode também incluir um praticante visual, que vai criar um painel final numa parede, onde apresenta e liga de forma significativa as ideias-chave apresentadas pelos participantes do World Café. Anfitrião do Café A pessoa ou grupo que ajuda a gerir o processo de World Café, e assegura que os sete princípios apresentados no capítulo 3 deste Guia são postos em ação. O anfitrião não é um facilitador no sentido tradicional, nem um consultor especializado. Em vez disso, o anfitrião do Café (ou anfitriões) fornece apenas suficiente estrutura e orientação para o processo do Café se desenrolar para permitir o diálogo, de modo a produzir o que chamamos de coerência de conversação sem controlo.

O papel do anfitrião geral do Café inclui (Brown et al., 2002): • • • • • • •

Trabalhar com a equipa de planeamento para determinar o propósito do Café e decidir quem deve ser convidado para a reunião Ajudar a enquadrar o convite Trabalhar com a equipa de planeamento para criar um Ambiente de Café hospitaleiro, acolhedor e informal Ele / ela é a pessoa que dá as boas-vindas aos participantes Informar os participantes sobre o objetivo da reunião Colocar a(s) questão(ões) ou tema(s) para as rodadas de conversa - e certifica-se que a questão é visível para todos usando um cartaz, cartões nas mesas, ou um flip chart Explicar as diretrizes do Café e a etiqueta do Café (ver abaixo) e publicá-las num projetor ou numa folha de cavalete ou em fichas sobre cada mesa

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• • • •

• • •

Explicar como a logística do Café vai funcionar, incluindo o papel do anfitrião da mesa (a pessoa que se voluntaria para permanecer no final de uma rodada de conversa e acolher as novas pessoas na a próxima rodada) Durante a conversa, mover-se entre as mesas Encorajar todos a participar Lembrar as pessoas para anotar as ideias-chave, rabiscar e desenhar Ajudar a manter o tempo para as rodadas de conversa de uma forma gentil e não intrusiva. Levantar a mão em silêncio, e incentivar as outras pessoas a fazer o mesmo quando veem a sua levantada, pode ser um sinal para encerrar as conversas na mesa e preparar-se para a próxima rodada Coordenar a conversa final, entre todos Certificar-se de que as informações importantes são registadas visualmente ou são recolhidas e apresentadas juntas, se possível Ser criativo na adaptação dos sete Princípios do Café, ou diretrizes, para responder às necessidades exclusivas da sua situação.

Video YouTube do World Café na prática, nomeadamente o papel dos anfitriões Anfitrião de mesa À medida que as rodadas de conversa se desenrolam, esta é a pessoa que permanece na mesa para acolher os recém-chegados e para sediar a evolução da conversa na sua mesa. O papel do anfitrião da mesa inclui:

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• •

Permanecer na mesa quando os outros saírem e acolher os ‘viajantes’ das outras mesas para a próxima rodada de conversa. Resumidamente partilhar as ideias-chave da conversa anterior aos novos participantes na mesa, para que os outros possam ligar e construir utilizando as ideias das suas respetivas mesas. Suavemente, e conforme apropriado, incentivar as pessoas na mesa a anotar ligações-chave, ideias, descobertas e fazer perguntas mais profundas à medida que surgem.

O anfitrião da mesa também não é um facilitador tradicional, mas um membro igual da conversa; pode haver um perigo com Anfitriões de Mesa inexperientes de assumir mais de uma função do que se disse aqui, e agir como facilitador. Todos os membros nas mesas são responsáveis por ser anfitrião de si mesmos e dos outros. Por esta razão, pode optar por não usar Anfitriões de Mesa no seu World Café, e, portanto, toda a gente é responsável por registar as ideias-chave em cada mesa. Se estiver confortável em ter anfitriões de mesa, escolher sempre um novo anfitrião de mesa no fim de cada rodada - não no início (a mesma pessoa não deve ser um anfitrião de mesa por mais de uma rodada).

3. GUIAS OU ETIQUETA DO WORLD CAFÉ O anfitrião do World Café deve tornar visível a todos os participantes quais são as guias para uma conversa significativa, que são denominadas como Etiqueta do World Café. É possível apresentá-las como uma imagem, e isso define o tom para também se registar as ideias-chave neste formato, ou apresentá-los em texto. Pode colocar a tal imagem num espaço bem visível, para que todos os participantes a possam ver claramente, e / ou pode imprimi-la e deixá-la em cada mesa. Deve decidir isto de acordo com o espaço, o tamanho e as características do grupo. Acima há um exemplo de apresentar a Etiqueta como uma imagem, e a seguir num formato de texto (Brown et al., 2002). • • • • • • •

Concentre-se no que importa Contribua com o seu pensamento e experiência Fale do coração Ouvir para compreender Ligar ideias Ouvir juntos para mais aprofundar os temas, ideias e perguntas. Jogar, Rabiscar, Desenhar – escrever nas toalhas de mesa é encorajado!

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4. COMO CRIAR UM AMBIENTE DE CAFÉ Numa conversa World Café, o cenário é a parte mais importante, porque é preciso criar um ambiente que evoca a informalidade e intimidade. Isto é possível conseguir, não importa se vai receber uma dúzia de pessoas ou várias centenas. Assim que os participantes chegam, devem sentir que esta não é uma reunião comum; devem sentir-se confortáveis e livres para ser ativos e empenhados. Aqui estão algumas ideias para que isto aconteça!

A fim de criar um ambiente mais acolhedor, se possível, escolher um espaço com luz natural e uma vista para o ar livre.

Organizar o espaço para se parecer com um Café real, com pequenas mesas, de preferência redondas, que dê para sentar quatro ou cinco pessoas. Menos de quatro numa mesa pode não fornecer suficiente diversidade de perspetivas, mais de cinco limita a quantidade de interação pessoal.

Organize as mesas do Café de uma forma forma desordenada, aleatória, em vez de em filas. As mesas numa esplanada, depois de estar aberta por algumas horas, têm um ar descontraído e aconchegante, que é o que se deseja alcançar.

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Pode usar toalhas de mesa coloridas e um pequeno vaso de flores em cada mesa. Ou pode adicionar uma vela em cada mesa, se o local o permitir. Outra ideia é colocar plantas ou vegetação em volta da sala. Desta forma, cria-se um ambiente mais aconchegante.

Coloque pelo menos duas grandes folhas de papel sobre cada toalha de mesa. Coloque também uma caneca ou copo de vinho cheio de marcadores coloridos. Quando se coloca papel e canetas, isto incentiva a rabiscar, desenhar e ligar ideias. Desta forma, é mais fácil para as pessoas registar as ideias à medida que surgem.

Coloque uma mesa de Café adicional na parte da frente da sala para o anfitrião geral, e também para o material de qualquer apresentação que possa ser útil durante a conversa World Café.

Considere a exibição de arte ou a adição de cartazes para as paredes (tão simples como folhas de flipchart com citações), e pode pôr música a tocar quando as pessoas chegam e lhes dá as boas-vindas.

Para honrar a tradição da comunidade e hospitalidade, deve fornecer bebidas e snacks. Um Café não está completo sem comida e bebidas!

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5. ALGUNS DEFENSORES DA METODOLOGIA WORLD CAFÉ EM ESTILOS DE VIDA URBANOS

World Café Europe A World Café Europe é uma organização sem fins lucrativos com foco Europeu, criada em dezembro de 2006 e registada com as autoridades do governo alemão. A sua missão é “transformar a maneira como os cidadãos participam e assumem a responsabilidade para os desafios sociais enfrentados pela Europa”. São um grupo de pessoas de toda a Europa, empenhada em promover o uso de diálogo através da Metodologia World Café (WCM). Consideram que a WCM fornece aos indivíduos a oportunidade de experimentar novas abordagens para questões da vida real.

Para mais informação sobre as diferentes atividades iniciadas pelo World Café Europa, pode visitar a sua página web na redescoberta do poder da comunidade e conversas para questões que são importantes. A World Café Europe também o apoia na organização de um World Café e recomendam cinco tipos de evento, de acordo com os seguintes objetivos:  Gerador: este é o formato clássico do World Café, em que o objetivo é gerar várias novas ideias com base numa questão ou assunto que é importante para os participantes; este será o produto da sabedoria coletiva dos participantes ativos;  Tomada de Decisão: quando as partes interessadas de um problema ou questão têm opiniões diferentes, devido a diferentes abordagens e conhecimentos diferentes da questão, este tipo de evento oferece a oportunidade de partilhar conhecimentos e opiniões e criar algum tipo de acordo sobre quais são as melhores ações a tomar sobre essa matéria;  Colaborativo: quando o objetivo é promover a cooperação entre os diferentes departamentos da mesma organização ou organizações diferentes no mesmo sector e, portanto, incentiva o pensamento sistémico;  Absorção: Fornece um fórum para as pessoas refletirem juntas sobre as implicações de uma questão complexa para a sua vida e / ou trabalho diário, tais como obter a aceitação para um processo de gestão de mudança;  Enxame de inteligência: o objetivo é estimular a inovação colaborativa, o que pode ser a descoberta de novas abordagens para um problema, e também o que pode ser a maior exploração ou os passos para a sua implementação.

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The World Café Community Foundation (TWCCF) A World Café Community Foundation está a melhorar o Método World Café como uma ferramenta para a inovação social e mudança positiva. O seu objetivo é transformar o mundo para o benefício de todas as pessoas, através do apoio à conversa colaborativa a nível mundial. A WCM é apresentada como uma poderosa tecnologia social, que oferece maior ligação no mundo de hoje. Exemplo de Inovação Social em Ação

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O World Café. Um Convite e Visão Geral. Envolver a inteligência coletiva e ação com compromisso através de conversas poderosas sobre questões que importam Longe de ser apenas um método, um processo ou uma técnica, WCM é uma maneira de pensar e de estar juntos, com base numa filosofia de liderança conversacional. Ao visitar a seguinte página web, é possível ver um mapa interativo que demonstra que a WCM se tornou um movimento de conversação mundial. Há também histórias chave sobre como o World Café faz a diferença nas comunidades, empresas, governo e instituições públicas em todo o mundo.

O World Café Method: Construir uma ponte entre os jovens e os decisores Este é um resultado de um projeto europeu financiado pelo programa Juventude em Ação, visando a formação em Democracia com os métodos de educação não-formal. Worldcafe Methode - ServiceBureau Jugendinformation

O poder do World Cafe no alargamento do diálogo. Aqui está uma descrição precisa do poder da WCM em ampliar o diálogo e facilitar a mudança dentro de uma comunidade. World Cafe: Deborah Gilburg at TEDxFenway

1st World Café European Gathering – Dresden 2007- Hosting Team. Em 2007, em Dresden, ocorreu o 1 st Encontro Europeu de World Café. Foi projetado por uma equipa do World Café Europe - rede emergente de profissionais. No link abaixo, pode encontrar mais de vinte atributos inspiradores do Poder de conversas do World Café na luta contra problemas reais nas cidades.

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6. EXEMPLOS DE SUCESSO DO USO DA METODOLOGIA WORLD CAFÉ EM ESTILOS DE VIDA URBANOS Nesta seção, vamos apresentar alguns exemplos de usos de sucesso da metodologia World Café. Tentamos dar exemplos que demonstram uma variedade de usos. No fim do guia também pode encontrar alguns links para vários outros websites e canais onde pode explorar algumas outras utilizações. World Café Europe é o primeiro exemplo. Inclui a organização de eventos World Cafe em toda a Europa, fornece consultoria e orientação para promover conversas de World Café e organizar eventos de World Café. Visite o site para mais informações:

World Café - Dar um passo em frente juntos: Criar capital social

14-16 novembro 2014 - os inovadores sociais, no campo da mudança social, reúnem-se a todo o sudeste da Europa para EMPATHEAST realizada em Plovdiv, Bulgária. O World Café foi intitulado Novas soluções para a mudança social e visou captar a sabedoria criativa dos participantes para promover a mudança social impulsionado empatia na Europa Oriental.

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Aqui é possível visualizar alguns exemplos da utilização da WCM sobre alguns problemas enfrentados em Dresden 2007. Este foi um grande evento World Café organizado pela World Café Europa e pode ver alguns dos resultados no canal YouTube do evento.

O projeto EVAA - European Voices for Active Ageing, organizou vários World Cafés em toda a Europa, para obter novas ideias sobre a promoção do Envelhecimento Ativo. Pode visitar o site website para mais informações.

Redwood City - Aquecimento Global Em junho de 2007, na cidade de Redwood, foi organizado um World Café sobre o aquecimento global. O objetivo era gerar ideias que podem ser úteis para abrandar / parar o aquecimento global, bem como ações de grupo / individuais. Pode consultar mais informações no blog: The World Café Community Blog

World Café e património cultural da República Checa. Mais de 75 líderes empresariais Checos, bem como especialistas em liderança de todo o mundo, juntaram-se para uma conversa, em 2009, sobre a evolução do papel da responsabilidade social empresarial nos negócios e na sociedade. Este World Café foi realizado no edifício Hhalol, um dos “mais puros e mais proeminentes monumentos art nouveau” do seu tipo em Praga.

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Open Innovation Week 2016 - World Café, Maio 24, 2016. As Recomendações Amsterdam OI2 são o resultado de 2 dias de discussões, discursos de alto nível, e uma sessão de World Café durante a Conferência Open Innovation 2.0 que ocorreu em 23-24 de maio de 2016, em Amesterdão, Holanda. Website – informação Agenda da Conferência Apresentação da Conferência

Open Innovation com Fornecedores: Perspetivas de Pesquisa e Práticas Estratégicas 2010.

A apresentação inclui apresentações principais, duas rodadas do uso da abordagem “World Café” para discussão em pequenos grupos, e uma conclusão geral.

2017 Café Series: Ubrica-Yena Monthly Health Innovation World Café Conversation Ustawi Biomedical Research Innovation and Industrial Centers of Africa (UBRICA) e Young Entrepreneurs Network Africa (YENA) uniram forças para criar uma série de conversas do World Café para abordar questões de importância central para a saúde e desenvolvimento humano em África. A Série de Cafés decorre a cada terceira sexta-feira do mês. O foco da Série de Cafés 2017 é explorar o papel da engenharia financeira na produção de saúde no Quênia, em África, e na saúde global.

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Inovação Social nas Cidades Neste trabalho, a inovação social é definida como um meio para encontrar soluções inovadoras e novas formas de organização e novas interações para enfrentar as questões sociais. Em particular, concentra-se em soluções inovadoras em termos de governo das cidades. Melhorar a colaboração com os membros eleitos dentro do novo modelo de cooperação com a população, o conselho da cidade também está a experimentar novas configurações para as suas reuniões. Para estarem mais bem informados e se aproximarem dos cidadãos, o Conselho organizou um novo City Café, na qual conselheiros se disponibilizam aos cidadãos em sessões de meio dia, para conversar informalmente e sem restrições de tempo.

7.

CONCLUSÃO

Como mostrado, a metodologia World Café está a ser usada por todo o mundo com resultados positivos. Neste capítulo apresentamos vários exemplos de sucesso. Também indicamos maneiras de promover um ambiente café e quais os papéis a que deve prestar atenção, ao promover uma conversa World Café, enquanto descrevemos a Etiquette do World Café. A convicção subjacente é que não há nada mais poderoso do que uma comunidade envolvida numa conversa em relação ao que a preocupa. Puxe uma cadeira, sente-se e converse. Ouvir e construir sobre o que aprende. Pode querer experimentar organizar uma conversa World Café. Pode ficar surpreendido/a com o que emergir. .

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REFERÊNCIAS 1. Owen Harrison. Open Space Technology: A User’s Guide. Berrett-Koehler Publishers; 3rd edition. 1993 2. Meadowlark. Open Space Technology. 2016 http://www.meadowlark.co/. Last accessed 02.02.2017 3. Transition Culture. Tools for Transition – How to run an Open Space event. 2016. https://www.transitionculture.org/. Last accessed 02.02.2017 4. Steve Pashley, YouTube Video, How Open Space works. 2012. https://youtu.be/4vEBcr_YkHU Last accessed 02.02.2017 5. P. Franco, M. Both and J. Harris, P. Kommers, Guide Open Space Technology, World Café and other tools/methods to activate the citizenship, The guide is developed under LLP Grundtvig Partnership “OpengovEU”. 2015 6. Juanita Brown, David Isaacs, and the World Café Community. 2008. The World Café: awakening collective intelligence and committed action. http://webcache.googleusercontent.com/ Last accessed 30.01.2017 7. Juanita Brown and the World Café Community. 2002. A Resource Guide for Hosting Conversations That Matter at The World Café. http://www.thesis.xlibx.info/. Last accessed 30.01.2017 8. Wikipedia, World Café (conversational process). https://en.wikipedia.org/. Last accessed 30.01.2017 9. The World Café Community Foundation. 2015. A Quick Reference Guide for Hosting World Café. http://www.theworldcafe.com/. Last accessed 30.01.2017 10.

URBACT. 2015. Social Innovation in cities. http://urbact.eu/ last accessed 30.01.2017

11. Alexander Schieffer, David Isaacs, Bo Gyllenpalm. 2004. The World Café. World Business Academy Transformation, volume 18, issue 18. http://docplayer.net/ Last accessed 30.01.2017

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CONTEÚDO WEB LINKS ÚTEIS        

Open Space Training - www.openspaceworld.com Open Space Institute - www.openspaceworld.org https://en.wikipedia.org/wiki/ http://www.openspaceworld.com/ http://elementaleducation.com/ The site of World Café Community Foundation http://www.theworldcafe.com/ Knowledge Sharing Toolkit site – World Café http://www.kstoolkit.org/ The site of World Café Europe http://www.worldcafe.eu/

RECURSOS MEDIA            

UBRICA news: http://ubrica.com/ Dialogue and Innovation World Café as a Contemporary Format for Dealing with Questions that Matter, by Thomas Klug in http://cogitamus.eu/ Conversational Leadership: Thinking Together for a Change, by Thomas Hurley in http://watercoolernewsletter.com/ Connected We Stand, by Philip Slater in http://www.utne.com/ Youtube video on What is World Café? https://www.youtube.com/ Youtube video on World Café Principles and Guidelines: https://www.youtube.com/ Youtube video on World Café principles: https://www.youtube.com/ Slide Share on World Café rounds: http://es.slideshare.net/ Youtube video on World Café in classroom: https://www.youtube.com/ Youtube video on World Café in practice: https://www.youtube.com/ Youtube video on World Café in German: https://www.youtube.com/ TED talk on World Café: https://www.youtube.com/

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CRÉDITOS Elaborado por: Inova Consultancy UK Pesquisa e recolha de fontes na web e vídeo: Kirşehir Valiliği, Agencia Para el Empleo de Madrid, Euro-Idea Fundacja Spoleczno-Kulturalna, Youth Europe Service Contribuição para os conteúdos: AidLearn, Kirşehir Valiliği, Agencia Para el Empleo de Madrid, EuroIdea Fundacja Spoleczno-Kulturalna, Inova Consultancy UK, Youth Europe Service Revisão de Conteúdo e abordagem Metodológica: Università degli Studi Di Bari Aldo Moro Revisão da língua inglesa: Inova Consultancy UK Design e layout: Y.E.S

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Informação adicional sobre o projeto disponível em:

www.creatuse.eu

Este projeto foi financiado com o apoio da Comissão Europeia. Esta publicação reflete apenas as opiniões do autor, e a Comissão / Agência Nacional não pode ser responsabilizada por qualquer uso que possa ser feita das informações nela incluídas.

O Guia “Tecnologia Open Space e Método World Café em Estilos de Vida Urbana de Partilha” foi desenvolvido no âmbito do programa Erasmus+ KA2 Parceria Estratégica para a Educação de Adultos.

O Projeto CREATUSE está licenciado com a Creative Commons. Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

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