WorkBook Eneagrama
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Conhecendo seu material Conhecendo o LAB SSJ
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ENTENDA O ENEAGRAMA Atividade: Olhando para dentro O que é o Eneagrama Conceitos centrais
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As três inteligências e as tríades do Eneagrama
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OS NOVE Ps DO ENEAGRAMA
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Os nove tipos Pontos Positivos e Desafios Descrição básica dos nove tipos
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Talentos dos Tipos Atividade: Plano de ação Atividade: SEDI Artigo: Competências e mesmices Bibliografia recomendada
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Conhecendo o seu material Esta apostila tem o objetivo de auxiliar o seu processo de aprendizado de duas maneiras: • Ao longo das aulas, oferecendo o conteúdo apresentado pelos instrutores e demais materiais utilizados (dinâmicas, cases ou ferramentas); • Após o término de cada tema, por meio de artigos complementares, indicação de endereços na internet e de uma bibliografia básica sobre cada um dos temas. Lembre-se de que o processo de aprendizado não acaba aqui: reveja a apresentação, leia os artigos e visite os sites na internet. Segundo Robert Kornikau e Frank McElroy, o nível de retenção do conteúdo aprendido aumentará 65% se você retomar o contato com os temas aprendidos nos próximos 15 dias. Aproveite! LAB SSJ
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Conhecendo o LAB SSJ O Laboratório de Negócios SSJ é uma escola de treinamento executivo que desenvolve cursos e projetos in-company, com o objetivo de maximizar o desempenho do verdadeiro diferencial competitivo das empresas: as pessoas. Acreditamos na inovação e na força da experiência como impulsionadores do conhecimento. Por isso, utilizamos metodologias, casos e vivências que tiram o participante da sua zona de conforto e proporcionam um aprendizado efetivo e profundo. Na área corporativa, criamos soluções inovadoras de treinamento e desenvolvimento, adaptadas para a realidade e necessidade de cada cliente. O nosso principal objetivo é fazer com que todo programa de treinamento reflita as estratégias da organização e produza resultados concretos. A metodologia que utilizamos em todos os treinamentos segue os princípios da Andragogia moderna: ciência que estuda as melhores práticas para orientar adultos a aprender. Desde a escolha dos instrutores até a concepção do programa, optamos por um formato que seja interessante aos participantes e garanta um aprendizado efetivo. Desenvolvemos, dentro deste conceito, uma programação que inclui workshops, dinâmicas, experiências, estudos de casos e outras atividades interativas. Tudo isto propicia um contato intenso e direto com os conteúdos aprendidos, em um contexto diferente do dia-a-dia de cada participante.
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ATIVIDADE
Olhando para dentro O que eu mais gosto em ser como eu sou é:
O que eu menos gosto em ser como eu sou é:
© D. Daniels, M. D. & H. Palmer®. Material de Ensino Licenciado para Graduados do Enneagram Professional Trainning Program (EPTP). Janeiro de 2003. Direitos de uso para Urânio Paes - professor associado e certificado por Helen Palmer e David Daniels.
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O ENEAGRAMA O que é? O Eneagrama é um modelo que explica o comportamento humano com uma precisão que normalmente surpreende quem o conhece. Sua descrição dos Nove Tipos é muito profunda e esclarecedora e freqüentemente leva as pessoas a assumirem e superarem pontos fracos em um nível inédito.
Um pouco sobre a história...
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O Eneagrama original foi desenvolvido na antiguidade, mas sua origem exata ainda é desconhecida. Vários autores acreditam que o Eneagrama era conhecido dos Sufis. Existem referências a um diagrama semelhante em diversas escrituras antigas. O sistema foi introduzido pela primeira vez no Ocidente no início do século XX, com o trabalho do filósofo George I. Gurdjieff. O Eneagrama das personalidades foi melhor desenvolvido na década de 70, com a Escola de Arica (O. Ichazo e C. Naranjo).
Hoje Hoje, há vários professores e autores no mundo, como Helen Palmer e David Daniels. O Eneagrama já conta com validação científica e acadêmica, incluindo diversas teses de mestrado e doutorado nos EUA e na Europa. No mundo dos negócios, o Eneagrama vem sendo descoberto por alguns cursos de MBA de instituições, como Stanford e Loyola, nos EUA, e FGV e USP, no Brasil. Importantes organizações multinacionais também já utilizam o modelo do Eneagrama com suas equipes. Alguns exemplos são: 3M, IBM, Motorola, Boeing, Disney, Sony, Du Pont, Procter & Gamble etc. No Brasil, podemos citar: Embraer, Vale do Rio Doce, Vivo, Unibanco, Souza Cruz, Yahoo, Avon, Itaú, Oracle, entre outras.
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© D. Daniels, M. D. & H. Palmer®. Material de Ensino Licenciado para Graduados do Enneagram Professional Trainning Program (EPTP). Janeiro de 2003. Direitos de uso para Urânio Paes - professor associado e certificado por Helen Palmer e David Daniels.
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Conceitos centrais • • • • • • • • • • • • • • • •
Existem Nove Tipos Humanos e cada pessoa é de um destes tipos. Nenhum tipo é melhor do que o outro. Nosso tipo não muda, mas nós mudamos. Temos traços de todos os tipos, mas a visão de mundo do nosso tipo nos domina e nos cega para a realidade objetiva. Para definirmos nosso tipo, a paixão e a fixação contam mais do que os traços típicos de comportamento. O tipo é uma defesa e um estado de consciência reduzida. A natureza não controlada do nosso tipo causa estresse, conflito e sofrimento no trabalho e nos relacionamentos.* O Eneagrama nos ajuda a sair do estado do tipo, ensinando-nos a controlar nossas reações. Isto se faz com auto-observação, ou seja, com o controle da atenção, da energia e do comportamento.* A auto-observação pode ser ensinada e aos poucos amplia nossa consciência, mas nunca se torna habitual.* O crescimento requer comprometimento, esforço e tempo.* Há diversos Eneagramas (sistema com muitas dimensões). Nós não somos um tipo: nós “estamos” um tipo. O tipo é um “falso eu” que colocamos no lugar de nossa verdadeira essência. Podemos nos reencontrar com nossa verdadeira essência. A observação dos outros leva à compreensão, aceitação e tolerância. Não estereotipe, não julgue e não justifique.
Antes de começar o trabalho de modificar o mundo, dê três voltas dentro de sua casa. Provérbio chinês
© D. Daniels, M. D. & H. Palmer®. Material de Ensino Licenciado para Graduados do Enneagram Professional Trainning Program (EPTP). Janeiro de 2003. Direitos de uso para Urânio Paes - professor associado e certificado por Helen Palmer e David Daniels.
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As três
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Intelecto
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Os Nove Tipos
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PRAZER
PRECAUÇÃO
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PRIVACIDADE
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PAZ
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PERFEIÇÃO
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PRESTEZA
PERFORMANCE
PROFUNDIDADE
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Explorando os Nove Tipos
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Tipo 8 • PODER Pontos positivos
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Desafios
Tipo 7 • PRAZER Pontos positivos
Desafios
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Tipo 6 • PRECAUÇÃO Pontos positivos
Desafios
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Tipo 5 • PRIVACIDADE Pontos positivos Desafios
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Tipo p 9 • PAZ Pontos positivos Desafios
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Tipo 1 • PERFEIÇÃO Pontos positivos
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Tipo 2 • PRESTEZA Pontos positivos
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Tipo 3 • PERFORMANCE
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Pontos positivos
Desafios
Tipo 4 • PROFUNDIDADE
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Descrição básica dos Nove Tipos
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PODER Acredita que você deve ser forte e poderoso para assegurar proteção e respeito em um mundo difícil. Conseqüentemente, Oitos buscam justiça, são diretos, fortes e orientados para a ação, mas são também exageradamente impactantes, excessivos e, às vezes, impulsivos.
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PRAZER Acredita que você nunca deve se desanimar e deve estar sempre aberto para ver o lado positivo da vida. Conseqüentemente, Setes são otimistas, buscam sempre o prazer e são aventureiros, mas também podem evitar a dor e as decisões difíceis, ter dificuldades com compromissos e ser autoreferentes.
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PRECAUÇÃO Acredita que você deve obter proteção e segurança em um mundo perigoso no qual você não pode confiar. Conseqüentemente, Seis são eles próprios confiáveis, inquisitivos, bons amigos e questionadores, mas também podem duvidar excessivamente, ser acusatórios e medrosos.
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PRIVACIDADE Acredita que você tem que se proteger de um mundo que exige muito e dá muito pouco. Conseqüentemente, Cincos buscam auto-suficiência, não pedem para si, são analíticos e não invasivos, mas também podem ser contidos, desconectados e excessivamente reservados.
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© D. Daniels, M. D. & H. Palmer®. Material de Ensino Licenciado para Graduados do Enneagram Professional Trainning Program (EPTP). Janeiro de 2003. Direitos de uso para Urânio Paes - professor associado e certificado por Helen Palmer e David Daniels.
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PAZ Acredita que, para ser valorizado, você tem que se harmonizar e concordar para se relacionar bem. Conseqüentemente, Noves esquecem de si mesmos, buscam harmonia, mantêm o conforto e a estabilidade, mas também evitam conflitos e, às vezes, são teimosos.
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PERFEIÇÃO
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Acredita que você deve ser bom e correto para ser merecedor. Conseqüentemente, Uns são conscienciosos, responsáveis, orientados para o aprimoramento e autocontrolados, mas também podem ser críticos, ressentidos e autojulgadores.
PRESTEZA
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Acredita que você deve fazer o tempo inteiro pelos outros para poder receber aprovação e ter direitos. Conseqüentemente, Dois são atenciosos, úteis, encorajadores e orientados para os relacionamentos, mas também podem ser orgulhosos, invasivos e exigentes/insistentes.
PERFORMANCE
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Acredita que você deve realizar e ter sucesso para ser reconhecido. Conseqüentemente, Três são trabalhadores, diligentes, rápidos, orientados para as metas e eficientes, mas também podem esquecer dos sentimentos, ser impacientes e guiados pela imagem.
PROFUNDIDADE
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Acredita que você tem que alcançar a situação ideal e cobiçada para ser reconhecido e valorizado. Conseqüentemente, Quatros são idealistas, sentem profundamente, são empáticos, autênticos consigo mesmos, mas também são dramáticos, “de lua” e às vezes sentem-se superiores.
© D. Daniels, M. D. & H. Palmer®. Material de Ensino Licenciado para Graduados do Enneagram Professional Trainning Program (EPTP). Janeiro de 2003. Direitos de uso para Urânio Paes - professor associado e certificado por Helen Palmer e David Daniels.
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O Perfeccionista
Instinto puro Idéia superior: Perfeição
ESSÊNCIA: Consciência desperta
Virtude: Serenidade
PERSONALIDADE:
Proposição básica
Consciência diminuída Fixação: Ressentimento
O estado original não dual de perfeição em todas as coisas em cada momento vai para o segundo plano em um mundo que você percebe julgar e castigar o mau comportamento e o impulso. Conseqüentemente, você passa a acreditar que pode ganhar valor e merecimento (amor) se for bom, corrigir o erro e atender às exigências da mente crítica. Simultaneamente, você desenvolve ressentimento e raiva/culpa reprimida com relação ao impulso, ao mau comportamento e àquilo que se julga errado. A atenção vai naturalmente para o erro a ser corrigido.
Para onde vai a atenção
Paixão: Ira
Autopreservação: Ansiedade, preocupação Social:
Inadaptabilidade
1 a 1:
Ciúme
Mecanismo de defesa: Formação reativa
Bênçãos
Para focalizar o que é certo/errado (especialmente o que está errado e precisa ser corrigido); para os padrões internos; para as críticas externas e para distante do prazer; para a comparação de si mesmo com os outros; para o automonitoramento constante.
Esforço, ação correta, honestidade, responsabilidade, preocupação com a melhoria, diligência, idealismo, altos padrões, autoconfiança, dedicação.
Preocupações resultantes
Ajudar o Um a notar e reduzir a dominação da mente crítica, a mover-se na direção de reconhecer o erro como diferença e a aceitar e integrar o “lado obscuro”.
Fazer as coisas de forma certa, conseqüentemente escapando da acusação e da culpa; comportando-se responsavelmente e de forma independente; tendo ansiedade e preocupação sobre “fazer de maneira certa”, postergando a ação até garantir isto; prestando atenção ao crítico interno e preocupando-se com a crítica externa; contendo a raiva em si mesmo pelos erros, a qual, se não for contida, pode justificadamente ser revertida contra os outros; suprimindo as necessidades pessoais e prazeres por causa do medo de que as comportas se abrirão, dando vazão aos impulsos obscuros; comparando-se com os outros para se colocar na posição moralmente superior.
Dificuldades produzidas para si mesmo
Presença constante do crítico interno que afeta a autoestima, causando tensão, solidão, preocupação e prejudicando a ação; reversão do crítico para fora – você, não eu; adiamento do prazer; erupção do lado obscuro da agressão e da sexualidade que foi reprimido; ser tragado pelo detalhe, prejudicando sua produtividade.
Dificuldades produzidas para os outros A crítica e a superioridade do Um pode fazer o outro se sentir mal, rejeitado, inferior, na defensiva, ou gerar antipatia; o sentimento dos outros de que eles raramente fazem a coisa certa; sentir a força da raiva contida e do controle do Um; sentindo-se ferido/punido pela mente crítica severa do Um; experimentando o perfeccionismo como um “beco sem saída”, uma discriminação, algo que reduz o prazer.
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Criado sobre a matriz elaborada por Cláudio Naranjo, adaptado de Oscar Ichazo.
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Estratégia básica para os Uns
Como os Uns podem desenvolver a si próprios?
Em meditação, notar a mente indo para a qualidade maniqueísta do “certo/errado” e a tensão associada a isto; mudar a atenção do “fazer errado” para reconhecer as diferenças; notar o crítico interno em ação por 30 segundos a cada hora e deixá-lo ir; aceitar o “lado obscuro” e o prazer como uma ordem natural; utilizar a raiva e a culpa como dicas para perceber julgamentos e tendência a culpar alguém e como dicas para reconhecer as necessidades reprimidas; perguntar se um determinado erro realmente é algo grave; agendar atividades prazerosas e torná-las invioláveis; cometer erros que não fazem mal a ninguém de propósito e notar o efeito disto; comparar os deveres com o que poderia realmente ser desejado.
Como as demais pessoas podem auxiliar os Uns?
Encorajando o Um no seu desenvolvimento, por exemplo, tendo mais prazer, aceitando erros e diferenças, separando a auto-estima dos padrões internos; provendo o Um de uma posição não julgadora; recebendo suas próprias críticas e admitindo seus enganos; fazendo o Um saber que pode ser amado apesar de ser imperfeito; mostrando o que é positivo e OK; relembrando ao Um que a meta é ser total, não perfeito.
© D. Daniels, M. D. & H. Palmer®. Material de Ensino Licenciado para Graduados do Enneagram Professional Trainning Program (EPTP). Janeiro de 2003. Direitos de uso para Urânio Paes - professor associado e certificado por Helen Palmer e David Daniels.
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O Doador
Idéia superior: Liberdade
Proposição básica O estado original de liberdade em que são satisfeitas necessidades de acordo com uma vontade universal vai para o segundo plano em um mundo que você percebe como sendo baseado no “é dando que se recebe”. Conseqüentemente, você passa a acreditar que pode obter amor e preencher suas necessidades pessoais por meio do seu próprio ato de dar para os outros o que eles querem/precisam e esperando que estes outros retribuam. Simultaneamente, você desenvolve uma energia de orgulho por saber melhor o que os outros precisam. A atenção vai naturalmente para as necessidades e desejos dos outros.
Fixação: Adulação
Para onde vai a atenção Para focar seletivamente as necessidades/desejos dos outros, especialmente daqueles mais importantes (eleitos); para os sentimentos; para associar-se por meio da experiência; para se alterar para atender os desejos dos outros; para o presente e o futuro; para referenciar a própria ação baseada no comportamento dos outros.
Preocupações resultantes Ganhar aceitação e aprovação de outras pessoas importantes, por exemplo, conexão romântica; sentir-se importante nos relacionamentos e por meio da satisfação das necessidades de outros (orgulho); sentindo as necessidades emocionais dos outros e alterando, mudando, moldando o “eu” para satisfazer estas necessidades; criando sentimentos bons e evitando conflito; notando a falta de liberdade produzida por esta posição e desejando-a; confusão, repressão, expressão indireta das próprias necessidades e os “múltiplos eus” que desenvolve com os outros.
Dificuldades produzidas para si mesmo Ênfase exagerada nos relacionamentos, especialmente aqueles desafiadores, produzindo uma vulnerabilidade à rejeição e à perda; repressão e expressão indireta das necessidades pessoais reais que podem conduzir à erupção da emoção (raiva); manipulação de outros para satisfazer as próprias necessidades; dominação completa da emoção (histeria, angústia, e reclamações somáticas); repressão e confusão relativa ao “eu” verdadeiro – quem é o “eu” verdadeiro; problemas de dependência (sentirse controlado); almejando liberdade.
Dificuldades produzidas para os outros Percebendo que o Dois dá para receber e que é manipulador (reclamando, provocando culpa); experimentando a forte dependência do Dois (quer muito), levando ao desencantamento mais do que se maravilhando; o
ESSÊNCIA: Consciência desperta PERSONALIDADE: Consciência diminuída
Virtude: Humildade
Paixão: Orgulho
Autopreservação: Privilégio, “eu primeiro” Social:
Ambição
1 a 1:
Sedução
Mecanismo de defesa: Repressão exagero no tocante aos sentimentos e na doação; pensando “sou realmente amado?”; sendo excluído pelo Dois – eu não sou importante.
Bênçãos Solícito e útil, generoso, romântico, sensível aos sentimentos, reconhecedor, apoiador, energético, exuberante (vívido), expressivo, voluntarioso e disposto.
Estratégia básica para os Dois Ajudando o Dois a se desenvolver, integrar e possuir o verdadeiro “eu” e superar o vício de satisfazer as necessidades dos outros eleitos como uma forma de ser amado e cuidado.
Como os Dois podem desenvolver a si próprios? Em meditação, notar a tensão indo para fora, para sentir as necessidades dos outros eleitos e sentimentos associados de importância em relação aos outros; auto-observar a alteração para fazer pelos outros; perguntar-se o que realmente quer, o que realmente é importante para mim (reconhecendo que isto pode gerar ansiedade); utilizando a raiva e histeria crescente como sinais dos próprios desejos reprimidos; observando a confiança nos sentimentos fortes; praticando consistência; separando o amor da armadilha da aprovação e atenção e percebendo que o amor não requer moldar e alterar o “eu” (um reenquadramento); praticando gastar tempo sozinho, desenvolvendo atividades independentes, reivindicando sua própria visão.
Como as demais pessoas podem auxiliar os Dois? Encorajando o Dois no seu desenvolvimento, por exemplo, no reconhecimento de si mesmo de maneira separada do ato de dar, reivindicando sua própria voz, mantendo-se constante; evitando tornar-se a maravilha e ser seduzido pelo ato de dar do Dois; provendo firmeza; prestando atenção às verdadeiras necessidades do Dois.
© D. Daniels, M. D. & H. Palmer®. Material de Ensino Licenciado para Graduados do Enneagram Professional Trainning Program (EPTP). Janeiro de 2003. Direitos de uso para Urânio Paes - professor associado e certificado por Helen Palmer e David Daniels.
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Criado sobre a matriz elaborada por Cláudio Naranjo, adaptado de Oscar Ichazo.
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Instinto puro
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O Desempenhador
Idéia superior: Esperança
Proposição básica O estado original de esperança em que as coisas acontecem de acordo com leis universais (por exemplo, não são dependentes do esforço de quem as faz) vai para o segundo plano em um mundo que você percebe recompensar o “fazer” e não o “ser”. Conseqüentemente, você passa a acreditar que pode obter amor, aceitação e reconhecimento pelo seu desempenho, fazendo e tendo sucesso. Simultaneamente, você desenvolve uma energia de seguir em frente, com auto-engano, para equiparar-se à imagem de sucesso e aprovação. A atenção vai naturalmente para tarefas e coisas para realizar.
Para onde vai a atenção Para as muitas tarefas a realizar; para convergir para uma meta única, focada; para a ação e a aprovação; para o que é positivo a ser cumprido; para o futuro; para o “empowerment” de si mesmo; para a imagem junto aos outros.
Preocupações resultantes Realizando e tendo sucesso; identificando-se com o desempenho; eficiência; mantendo-se ocupado e ativo; ajustando-se e equiparando-se com a imagem desejada; escondendo as interferências na realização, por exemplo, coisas negativas, sentimentos, obstáculos percebidos; competindo e ganhando; parecendo bom; obtendo feedback positivo e aprovação; ganhando status, prestígio e poder.
Dificuldades produzidas para si mesmo Auto-engano a respeito das necessidades reais; perdendo os próprios sentimentos; imperfeição (movendo-se para uma tarefa nova); fazendo alguma ação quando a tarefa é obter aceitação; sofrimento (tristeza, ansiedade) parece não vir de “lugar algum” e quer ser espantado para longe; raiva e impaciência com diferenças que são vistas como obstruções no caminho em direção à meta; desejando muita admiração e atenção.
Dificuldades produzidas para os outros Percebendo que os Três não se preocupam comigo, especialmente com meus sentimentos; Três parecendo artificial ou superficial; experimentando que as coisas e as metas importam mais do que as pessoas; experimentando a dificuldade dos Três de deixar ir, relaxar e refletir; Três pegando atalhos e suavizando a verdade; sentindo-se manipulado pela agenda de realização do Três.
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Fixação: Vaidade
ESSÊNCIA: Consciência desperta PERSONALIDADE: Consciência diminuída
Virtude: Veracidade/ Honestidade Paixão: Engano/ Auto-engano
Autopreservação: Segurança material Social:
Prestígio
1 a 1:
Imagem masc./fem.
Mecanismo de defesa: Identificação
Criado sobre a matriz elaborada por Cláudio Naranjo, adaptado de Oscar Ichazo.
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Instinto puro
Bênçãos Diligência, liderança, possibilidade, entusiasmo, esperança na ação, encorajamento, soluções, provedor, eficiência, senso prático, competência.
Estratégia básica para os Três Ajudando os Três a diminuir o ritmo, a dar as boasvindas e a valorizar os sentimentos; a notar que o amor é “ser”, assim como “fazer” e “ter”.
Como os Três podem desenvolver a si próprios? Em meditação, notando a mente acelerando e indo para canais múltiplos de tarefas; levando tempo para reduzir o ritmo e desconectar do desempenho; construindo o observador interno ao notar os sentimentos e prestando atenção às sensações físicas (especialmente o cansaço); perguntando-se o que realmente importa; praticando a distinção entre o que precisa ser mudado (fazer) e o que precisa de aceitação (descoberta); utilizando a frustração ao redor de obstruções para apreciar as diferenças; perguntando-se se isto é a imagem ou o “eu” real do qual estou indo atrás; reconhecendo a fraqueza e procurando pelo que são essências continuadas em várias tarefas; trabalhando em uma perspectiva introspectiva; valorizar a compreensão empática para que ela se equivalha ao status com a realização.
Como as demais pessoas podem auxiliar os Três? Encorajando o Três no seu desenvolvimento, por exemplo, tendo tempo para sentir o perfume das flores, prestar atenção aos sentimentos, realmente te ouvir; ajudando o Três a tornar os relacionamentos e os sentimentos a “tarefa”; deixando o Três saber que você se preocupa com ele, independentemente das realizações; deixando o Três entender o que realmente é importante para você.
© D. Daniels, M. D. & H. Palmer®. Material de Ensino Licenciado para Graduados do Enneagram Professional Trainning Program (EPTP). Janeiro de 2003. Direitos de uso para Urânio Paes - professor associado e certificado por Helen Palmer e David Daniels.
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O Romântico trágico
Proposição básica
Instinto puro Idéia superior: Virtude: Originalidade Equanimidade ESSÊNCIA: (origem) Consciência desperta Fixação: Melancolia
O estado ideal original de conexão profunda com todas as coisas vai para o segundo plano em um mundo que você percebe abandoná-lo, fazendo com que algo importante fique faltando. Conseqüentemente, você passa a acreditar que pode recuperar o amor ou situação ideal original que foi perdida quando achar o amor ou a situação que seja única, especial e que você acredita que o preencherá. Simultaneamente, você desenvolve inveja e desejo por aquilo que é idealizado e não está disponível. A atenção naturalmente vai para aquilo de importante que está faltando.
Para onde vai a atenção
Para o que está faltando ou o que está indisponível e que você julga ser especial; para o hábito do “puxaempurra” ao notar aquilo que é negativo no que está próximo e que é positivo no que está distante e que se foi ou que ainda vai chegar; para focar nos sentimentos e amplificá-los, especialmente a tristeza; para uma posição externa de controle; para os extremos (longe do meio termo); para o comportamento auto-referente.
Preocupações resultantes Desejar o objeto especial ou indisponível (amor, trabalho, etc.); transformando os sentimentos naquilo que é “real”; procurando aquilo que é único, intenso, especial e elitista; evitando o aspecto maçante do momento presente e a monotonia do “caminho do meio”; não sucumbir ao que é comum; criar crises; resistir a ser mudado.
Dificuldades produzidas para si mesmo Insatisfação e raiva com a vida como ela é: o sentimento de que “nada é bom o bastante” ajuda na rejeição; dominação da oscilação sentimental; dor associada aos “D’s” - depressão, devastação, desdém, drama, decepção, desvio; sentir-se diferente, uma pessoa que não se encaixa (o lado doloroso do sentimento de ser único); dificuldades para sustentar um relacionamento ou um caminho; dor associada à crise que foi criada (“viciado” no sofrimento) e que foi estendida; inveja daqueles que supostamente têm completude.
Dificuldades produzidas para os outros Sentir que você não é suficiente e não satisfaz; sentir a tendência à oposição (resistência) e ao sarcasmo mordaz; culpa por estar fazendo o Quatro “fracassar”; dor e raiva pela rejeição que ele experimenta; ter que lidar com as crises recorrentes.
PERSONALIDADE: Consciência diminuída
Paixão: Inveja
Autopreservação: Intrepidez, imprudência Social:
Vergonha social
1 a 1:
Competição, ódio
Mecanismo de defesa: Introjeção
Bênçãos Sensível, possuidor de um temperamento criativo, afinado com os sentimentos, empatia (especialmente com relação ao sofrimento), intenso, romântico, apreciador do que é único e singular, apaixonado, idealista.
Estratégia básica para os Quatro Ajudar os Quatros a superar o desejo daquilo que está faltando e que julga ser importante, a apreciar o que há de positivo na vida agora e a aceitar-se como alguém que pode ser amado, independentemente da sua identificação com seu lado único.
Como os Quatro podem desenvolver a si próprios? Em meditação, notando como os sentimentos surgem e a atenção vai para o que está faltando e deseja; observando os sentimentos intensos e resistindo a seguilos, pois isto cria mais sofrimento e crises; praticando a valorização do caminho do meio (valorizando as coisas comuns) e estabilizando a atenção naquilo que é positivo no momento presente (praticando a equanimidade); percebendo que o sarcasmo, o sofrimento, sua tentativa de ser especial e seu comportamento auto-referente são substitutos viciadores para a o sentimento de abandono; desenvolver o equilíbrio de sentimentos, pensamentos e ações; adotar os planos de ação apropriados para não sucumbir aos sentimentos; mantendo-se equilibrado quando você “deixa a peteca cair”; apreciando o idealismo, mas sem se identificar com ele.
Como as demais pessoas podem auxiliar os Quatro? Encorajando o Quatro no seu desenvolvimento, por exemplo, não permitindo que os sentimentos dirijam, comandem e arruínem o Quatro, estabilizando a atenção, valorizando o caminho do meio e apreciando o que está aqui agora; entendendo o Quatro (a empatia deve vir antes da ajuda); mantendo-se firme quando os sentimentos do Quatro são intensos; revelando os seus próprios sentimentos e reações; apreciando o forte idealismo do Quatro.
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Criado sobre a matriz elaborada por Cláudio Naranjo, adaptado de Oscar Ichazo.
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O Observador
Idéia superior: Onisciência
Proposição básica
Fixação:
ESSÊNCIA: Consciência desperta PERSONALIDADE: Consciência diminuída
O estado original de onisciência e do saber Mesquinhez transparente de que o fluxo de energia universal satisfaz necessidades reais vai para o segundo plano em um mundo que você percebe demandar muito ou dar muito pouco. Conseqüentemente, você passa a acreditar que pode ganhar proteção contra a intrusão e os recursos insuficientes e assegurar a vida por meio da privacidade, da auto-suficiência, limitando desejos e adquirindo conhecimento. Simultaneamente, você desenvolve avareza pelo seu tempo, sua energia e seu conhecimento. (A atenção vai naturalmente para as intrusões e para se desconectar para observar).
Para onde vai a atenção Vai para fora, para observar; para pensar (o domínio intelectual); para arrefecer e reduzir o sentimento; para esquadrinhar; para desassociar (desconexão); para compartimentar (separar e segmentar as coisas e o tempo – o chamado “pensamento descontínuo”); para o que há para aceitar; para uma posição interna de controle (ego-retenção).
Preocupações resultantes Adquirir (acumular) privacidade de tempo e espaço; limitar a dependência e os desejos/necessidades; administrando os sentimentos fortes (especialmente o medo); evitando ficar preso em uma armadilha e evitando as intrusões; pensando com antecedência – adquirindo previsibilidade; preocupações com limites e fronteiras – desenvolvendo contenção, conservando energia e compartimentando; desejando conhecimento para explicar a vida; antecipando demandas.
Dificuldades produzidas para si mesmo Isolamento dos próprios sentimentos e experiências, especialmente no aqui e agora; desconectar-se da vida – possivelmente retirando-se e partindo para o minimalismo; dor de solidão com um desejo para conectar-se; sentimento de inadequação; vários fracassos para entrar em ação, oportunidades perdidas; avareza pelo tempo e espaço; confundir a tendência a se desconectar com o desapego (não apego); ver solicitações como demandas fortes.
Dificuldades produzidas para os outros Sentir-se ignorado pelo Cinco – não conectado, não ser cuidado; confundir as necessidades do Cinco por privacidade (não envolvimento) como retirada e rejeição; sentir que em um conflito, o fardo da confrontação cai sobre você; experimentando ser julgado no nível intelectual; experimentando a retração do Cinco como acúmulo e retenção de tempo, espaço, energia, e dele mesmo; os sentimentos do Cinco que geram inferioridade nos outros; do lado de fora, estas tendências podem parecer uma postura de guardar segredo e de superioridade; escondendo-se dentro de uma pose ou agindo na “terceira pes-
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Virtude: Desapego (não apego)
Paixão: Avareza
Auto-preservação:
Castelo
Social:
Totem
1 a 1:
Confidências
Mecanismo de defesa: Isolamento de afeição
Criado sobre a matriz elaborada por Cláudio Naranjo, adaptado de Oscar Ichazo.
Instinto puro
soa”; pode ser confundido com o desejo por mais contato.
Bênçãos Culto, conhecedor, cuidadoso, imparcial (tranqüilo nas crises), respeitoso, guardião de segredos, apreciador da simplicidade, confiável, ascético.
Estratégia básica para os Cinco
Ajudar o Cinco a apreciar a diferença entre a desconexão e o desapego, a perceber que quando ele se retira ele convida à intromissão, a relacionar-se com as experiências e os sentimentos e mover-se na direção da vida e da energia vital.
Como os Cinco podem desenvolver a si próprios? Em meditação, permitindo os sentimentos e sensações e aprendendo a diferença entre a desconexão e o desapego (manter-se presente e engajado); notando como os sentimentos se descolam e vão para o compartimento da mente (mentalizar); praticando comportamentos espontâneos (aqui e agora), incluindo indulgências e luxúrias; movendo-se na direção dos sentimentos e da ação; fazendo trabalho de corpo; juntando-se a um grupo de apoio que envolva abrirse; a cada dia prevendo e revisando o “deixar ir” do controle de tempo, espaço, energia e pensamentos; notando que o ato de se retirar e de se conter leva à intrusão; comportando-se como se houvesse abundância.
Como as demais pessoas podem auxiliar os Cinco? Encorajando o Cinco no seu desenvolvimento, por exemplo, dando as boas-vindas aos sentimentos no aqui e agora, expressando preocupações, encarando o conflito e deixando ir embora o controle de tempo e energia; fornecendo um feedback moderado sobre os seus próprios sentimentos e preocupações; respeitando a necessidade de privacidade do Cinco (entendendo que isto não é rejeição); fazendo uma distinção entre solicitações e demandas; evitando a intelectualização.
® . Material de Ensino Licenciado para Graduados do Enneagram Professional Trainning Program (EPTP). Janeiro de 2003. Direitos de uso para Urânio Paes - professor associado e certificado por Helen Palmer e David Daniels.
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Instinto puro
O Cético leal
Proposição básica
Idéia superior: Fé
Fixação: Covardia
O estado original de fé em si mesmo, nos outros e no universo vai para o segundo plano em um mundo que você percebe como perigoso, imprevisível e indigno de confiança. Conseqüentemente, você passa a acreditar que pode assegurar vida e certeza obtendo ou desafiando a segurança e evitando ou enfrentando situações ruins por meio da vigilância, questionando e batalhando contra ou fugindo de perigos. Simultaneamente, você desenvolve medo e dúvida com respeito ao que pode ameaçar a segurança. A atenção naturalmente vai para os perigos e os cenários de pior hipótese e como lidar com eles.
Para onde vai a atenção
Para focar o perigo que é amplificado (vigilância); para pensar (imaginando); para esquadrinhar no intuito de explicar o senso interno de ameaça (medo e dúvida); para implicações e conclusões (imaginação); para o presente e o futuro; para controlar o que está localizado tanto externo quanto internamente.
Preocupações resultantes Enfrentando ou evitando todos os possíveis perigos para reduzir medos; assegurando a boa vontade dos outros por meio do dever e da calidez (qualidade de ser cálido – “quente”); tirando provas para si mesmo; afetando os outros (mostrando força); preocupando-se com o poder e a autoridade; duvidando e não confiando nos outros (projeção); identificando-se com os mais fracos (lealdade para com uma causa); evitando raiva ao não se impor para os outros; sendo sensível a mensagens ambivalentes.
Dificuldades produzidas para si mesmo Dúvida e ambivalência “sobre tudo”, levando à inação, procrastinação e não finalização; dificuldades com a autoridade, tanto por obediência quanto por rebeldia; vendo possibilidades amedrontadoras em todos lugares que torna a vida não prazerosa; amplificando o poder externo, os perigos, e os dano (hipervigilância que limita as possibilidades); imaginando excessivamente, especialmente no que diz respeito à raiva e às motivações dos outros (interpretando mal e desconfiando); vendo o oculto e ignorando o óbvio; querendo mais provas de que é possível; criando oposição para entrar em ação.
Dificuldades produzidas para os outros Por causa da cautela (ou do “palavrório”), não saber o que realmente se passa com o Seis; experimentando frustração por causa das demoras e da procrastinação; sentindo-se despido pelas projeções do Seis, duvidando, acusações tanto implícitas quanto explícitas (culpa e paranóia); Seis aparentando controlar e superproteger (tomando conta do bunker), ao invés de ser generoso; causando problemas para os outros.
ESSÊNCIA: Consciência desperta PERSONALIDADE: Consciência diminuída
Virtude: Coragem
Paixão: Medo
Autopreservação:
Calidez, afeição
Social:
Obrigação, dever
1 a 1:
Força e beleza
Mecanismo de defesa: Projeção
Bênçãos Cuidadoso, cálido, protetor, dedicado aos outros, confiante conforme a fé se desenvolve, intuitivo, sensível, muitas boas idéias, leal, justo, engenhoso.
Estratégia básica para os Seis Ajudar o Seis a notar a preocupação com ameaça, a imaginação fértil e a projeção que a acompanha, a prestar atenção ao que já está certo, a se tornar sua própria autoridade e desenvolver a confiança.
Como os Seis podem desenvolver a si próprios? Em meditação, notando como os perigos, dúvidas, medos físicos e o pensamento paranóico surgem para explicar os medos internos; desenvolvendo um trabalho corporal, por exemplo, exercício regular; fazendo uma declaração de fé – agindo como uma pessoa de fé agiria; fazendo o exercício de dedicar o mesmo tempo à confiança, ao prazer, etc; questionando-se se uma idéia ou medo é uma intuição ou uma projeção; aceitando a ambivalência e escolhendo um dos lados para entrar em ação; utilizando o medo como um ponto de partida para reconhecê-lo e dispersá-lo (para o contrafóbico, questionando a “necessidade” de agir – há algo a provar?); notando o poder que atribui para os outros e tornando-se sua própria autoridade; notando e saboreando sucessos e realizações; checando medos e preocupações com outras pessoas.
Como as demais pessoas podem auxiliar os Seis? Encorajando o Seis no seu desenvolvimento, por exemplo, notando o que é positivo, confiando no futuro, apreciando as suas próprias forças; fornecendo ao Seis interpretações alternativas positivas; sendo uma pessoa consistente e confiável; abrindo os seus próprios sentimentos e pensamentos; encorajando o Seis para adotar uma ação positiva.
© D. Daniels, M. D. & H. Palmer®. Material de Ensino Licenciado para Graduados do Enneagram Professional Trainning Program (EPTP). Janeiro de 2003. Direitos de uso para Urânio Paes - professor associado e certificado por Helen Palmer e David Daniels.
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Criado sobre a matriz elaborada por Cláudio Naranjo, adaptado de Oscar Ichazo.
tipo
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tipo
O Epicurista
Proposição básica
Idéia superior: Trabalho ESSÊNCIA: (obra) Consciência desperta Fixação: Planejamento
O estado original de concentração com foco chamado Trabalho ou Constância, com uma habilidade para transitar pelo espectro de vida de maneira total e livre, vai para o segundo plano, em um mundo que você percebe como causador de frustração, limitação e dor. Conseqüentemente, você passa a acreditar que pode escapar da frustração e da dor e assegurar uma vida boa se tiver opções, oportunidades e aventuras. Simultaneamente, você desenvolve gula mental por possibilidades positivas e prazeres. A atenção vai naturalmente para as opções e para manter a vida em alta.
Para onde vai a atenção Para as múltiplas opções; para interconectar e interrelacionar informações; das coisas pequenas (pensamento específico) para as coisas grandes (pensamento global); para a imaginação e a ação; para planejar possibilidades prazerosas; para extremos; para valores relativos; para sua auto-referência, especialmente o que lhe faz sentir-se bem; para um lugar interior de controle.
Preocupações resultantes Excitação/prazer/aproveitar as experiências da vida (para o lado positivo até mesmo das situações dolorosas); sendo otimista e escolhendo aquilo que mantém a vida de forma positiva (que o faz se sentir bem); sendo apreciado (faz charme e desarma os outros); as muitas opções simultâneas possíveis, freqüentemente inter-relacionando-as (mente de macaco); explicando e justificando seu próprio comportamento (racionalizando e intelectualizando); valorizando as limitações apenas enquanto sacrifícios; mantendo uma postura superior.
Dificuldades produzidas para si mesmo O ganho de curto prazo pode conduzir à dor no longo prazo (nenhuma dor, nenhum ganho – “no pain, no gain”); várias perdas como resultado de tentar manter a vida de forma positiva e fugir das limitações (armadilhas); sobrecarga por tentar manter a excitação (gula); tentar fazer mais pode levar à perda de sentido e então à ansiedade e à depressão; distração e desvio de objetivos e compromissos mais profundos; repetição dos mesmos erros; nivelamento da autoridade que gera dificuldades.
Dificuldades produzidas para os outros Percepção de que o Sete não se importa realmente ou que não se pode contar com ele, como resultado da preocupação do Sete consigo mesmo (narcisismo); percepção de ser uma criança de um Deus menos poderoso (resultado da posição superior do Sete); experimentar dor como resultado do Sete não assumir e manter com-
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PERSONALIDADE: Consciência diminuída
Virtude: Sobriedade
Paixão: Gula
Autopreservação: Defensores, família Social:
Sacrifício, mártir
1 a 1: Sugestionabilidade, fascinação
Mecanismo de defesa: Racionalização
Criado sobre a matriz elaborada por Cláudio Naranjo, adaptado de Oscar Ichazo.
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Instinto puro
promissos; sentir-se diminuído pela minimização de dor e conflito do Sete que parece tornar trivial o sofrimento e os problemas dos outros.
Bênçãos Brincalhão, agradável, inventivo, imaginativo, energético, otimista, amante da vida, vendo possibilidades, solícito.
Estratégia básica para os Sete Ajudar o Sete a reconhecer os excessos de experiência, a assumir compromissos mais profundos e a aceitar tudo da vida: dor, medo, monotonia, limitação assim como prazer, alegria, excitação, e opções.
Como os Sete podem desenvolver a si próprios? Em meditação, diminuindo a atividade mental e focando um único ponto; prevendo e revendo a cada dia a fome pela excitação e difusão de opções; praticando estar presente e aceitar a situação atual, seja ela dolorosa ou prazerosa, estimulante ou enfadonha; trabalhando uma coisa de cada vez até a conclusão; deixando algumas opções de lado; reconhecendo que a vida é feita de escolhas (“menos” pode representar “mais”); aceitando limites, notando que pode surgir um sentimento de medo e de se sentir preso; praticando se manter enraizado e resistir às racionalizações quando estiver assumindo compromissos; trabalhando para dar as boas-vindas aos conflitos e às críticas; notando a superioridade sutil em posição de otimismo.
Como as demais pessoas podem auxiliar os Sete? Encorajando o Sete no seu desenvolvimento, por exemplo, assumindo compromissos profundos, aceitando a dor, assim como o prazer na vida, apreciando o valor dos outros; provendo o Sete com o apoio de um quadro de referência para ele se mover na direção das situações e compromissos prazerosos; transformando as suas próprias necessidades, desejos e sentimentos em algo importante; aplicando o princípio KISS (Keep It Simple “Sweetie”; mantenha a coisa simples, “doçura”).
© D. Daniels, M. D. & H. Palmer®. Material de Ensino Licenciado para Graduados do Enneagram Professional Trainning Program (EPTP). Janeiro de 2003. Direitos de uso para Urânio Paes - professor associado e certificado por Helen Palmer e David Daniels.
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Instinto puro
O Protetor
Idéia superior: Verdade
Proposição básica
Fixação: Vingança
O estado original inocente de sentir a verdade essencial em tudo e em cada indivíduo vai para o segundo plano em um mundo que você percebe como duro e injusto e onde o mais forte tira proveito dos outros. Conseqüentemente, você passa a acreditar que pode assegurar proteção e ganhar respeito (merecimento) tornando-se forte e poderoso e escondendo sua vulnerabilidade. Simultaneamente, você desenvolve uma grande energia luxuriosa. A atenção vai naturalmente para as injustiças e para aquilo que precisa de controle ou assertividade.
ESSÊNCIA: Consciência desperta PERSONALIDADE: Consciência diminuída
Virtude: Inocência
Paixão: Luxúria
Autopreservação:
Sobrevivência satisfatória
Social:
Amizade
1 a 1:
Possessividade, vigor
Mecanismo de defesa: Negação
Criado sobre a matriz elaborada por Cláudio Naranjo, adaptado de Oscar Ichazo.
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Para onde vai a atenção
Para fora, para o poder e o controle; para a ação e a assertividade; para os extremos e para o excesso – um estilo do tipo “tudo ou nada” de prestar atenção no que é justo ou injusto; para manifestar, tornar público; para o presente (“amnésia” em relação ao passado); para as incongruências; para a urgência (“imediatamente!”); para ser auto-referente.
Bênçãos
Preocupações resultantes
Ajudar o Oito a notar a intensidade e a reduzir a impulsividade, a apreciar as diferenças, valorizar os opostos (por exemplo, fraqueza, vulnerabilidade) e a perceber e moderar seu impacto sobre os outros.
Domínio e controle do espaço, das coisas e das pessoas; tomando uma posição e entrando em ação direta; corrigindo a “injustiça” (revanche) e protegendo os mais fracos; sendo assertivo e abertamente bravo (o movimento contrário); estabelecendo contato e enfrentando o conflito; admirando a força; negação da própria fraqueza (desatenção em relação a ela) e vulnerabilidade; criando intensidade na vida; raiva como proteção e representação de força e respeito.
Forte, poderoso, estimulante, intenso, determinado, corajoso, persistente, protetor dos outros, justo, amigável, verdadeiro, honesto, claro, direto, firme.
Estratégia básica para os Oito
Como os Oito podem desenvolver a si próprios?
Muita quantidade, muita precipitação, muito volume, muito tempo, o “muito” conduzindo à exaustão, ao abuso de si mesmo, à rejeição e a outros comportamentos contraproducentes; negação do medo, da fraqueza e da vulnerabilidade, resultando em danos para si mesmo e para os outros; controle e dominação, resultando possivelmente em contra-ataque, perda, anulação das próprias metas e problemas com a autoridade; confundindo justiça com revanche (às vezes resultando em vingança de si mesmo); esquecendo das virtudes da ternura, da dependência, passividade, sensibilidade.
Em meditação, permitindo que a mente e o corpo se aquietem e voltem para o estado vazio quando a energia direcionada para fora ressurge; uma vez por hora, checando a energia e o impulso para agir e então respirando várias vezes de maneira relaxante; a cada dia, prevendo e revendo seu impacto sobre os outros; perguntando aos outros se você está sendo excessivo; mantendo as metas de longo prazo em mente: “quais as conseqüências deste comportamento”; defendendo a virtude do mundano, do suave, do moderado; praticando o adiamento das gratificações e do estímulo: dando as boas-vindas à monotonia e ao medo; permitindo o outro lado – o aparecimento da vulnerabilidade, da fraqueza, da inocência; utilizando situações desfavoráveis como um ponto de partida para criar compromissos e para chegar a soluções do tipo “ganha-ganha”.
Dificuldades produzidas para os outros
Como as demais pessoas podem auxiliar os Oito?
Dificuldades produzidas para si mesmo
Sentindo a tendência de se afastar por causa dos excessos e do controle; ressentindo-se da intimidação e da intrusão (confrontação); experimentando danos e desrespeito – prejudicado por aquele que mais o ama; experimentando violações de “direitos e propriedade”; experimentando a justiça mal direcionada como sendo vingança.
Encorajando o Oito no seu desenvolvimento, por exemplo, aceitando a própria vulnerabilidade e fraqueza, percebendo seu impacto, reduzindo excessos e impulsividade; ficando firme, contudo flexível; dando feedback ao Oito sobre o seu impacto e intimidação; sendo franco; mostrando-lhe a virtude da passividade e da aceitação.
© D. Daniels, M. D. & H. Palmer®. Material de Ensino Licenciado para Graduados do Enneagram Professional Trainning Program (EPTP). Janeiro de 2003. Direitos de uso para Urânio Paes - professor associado e certificado por Helen Palmer e David Daniels.
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O Mediador
Proposição básica
Idéia superior: Amor
Fixação:
Indolência O estado original de êxtase do amor incondicional e da união em que todos pertencem igualmente vai para o segundo plano em um mundo que você percebe tirar a sua importância ou que exige que você se harmonize. Conseqüentemente, você passa a acreditar que pode obter a sensação de pertencer e de ter conforto se prestar atenção, fundir-se com os outros e dispersar energia em objetos substitutos. Simultaneamente, você desenvolve inércia (esquecimento de si mesmo) sobre suas próprias prioridades e limites. A atenção vai naturalmente para os outros e as reivindicações do ambiente recaem sobre você.
Para onde vai a atenção Para o ambiente, esparramando e freqüentemente se difundindo para o que é secundário, não essencial; para evitar desconforto; para agradar os outros; para detalhes e estrutura; para sentir (ter sensações) e fundir-se com outros, para o que se apresenta no mundo real; para um lugar exterior de controle (passividade); para os outros.
Preocupações resultantes Agradando e sendo sensível com os outros, resultando em dificuldade de dizer e assumir uma posição; manter a vida confortável e familiar (harmonizar); muitos detalhes e pensamentos igualmente fortes e que competem entre si (substituindo o essencial com substitutos secundários); retenção da própria energia e da raiva; resistindo à influência do ambiente; querendo previsibilidade e estrutura.
ESSÊNCIA: Consciência desperta PERSONALIDADE: Consciência diminuída
Virtude: Ação certa
Paixão: Preguiça
Autopreservação:
Apetite
Social:
Participação
1 a 1:
União
Mecanismo de defesa: Narcotização
Bênçãos Preocupado, atento aos outros, disposto a dar, empático, adaptável, complacente, disposto a ajudar e apoiar, participativo, com quem se pode contar, perceptivo, regular, acalma os outros, receptivo, geralmente não julgador.
Estratégia básica para os Nove
Ajudando o Nove a prestar atenção em si mesmo e em suas próprias necessidades, determinando prioridades, a entrar em ação, a dar as boas-vindas ao desconforto e a mudar.
Como os Nove podem desenvolver a si próprios?
Seguindo, indo com os outros e, mais tarde, ressentindose e resistindo a isto; esquecendo de si mesmo (indolência e negligência com relação a si mesmo); fazendo aquilo que torna a vida mais confortável, não o que é importante, às vezes nem mesmo sabendo o que é importante para si mesmo (narcotização); contendo energia, especialmente a expressão de raiva; perdendo oportunidades por protelar enquanto decide; depreciando-se.
Em meditação, notando a mente indo para as muitas coisas diferentes e para os outros e para longe de si mesmo; adotando uma prática diária de prever o que é importante para mim e revisar como eu me desempenhei nesta prática; utilizando a resistência/raiva/teimosia para regressar ao que foi perdido e que é importante para mim; reenquadrar a vida analisando “quem e o que”, não apenas “o que”; criando planos de ação com intervalos de tempo claros e limites; dando as boasvindas à mudança e desafiando o desconforto associado à mudança; adotando uma posição pessoal nos diversos assuntos; notando os próprios sentimentos que precedem a mudança da atenção para os substitutos, por exemplo, comida, televisão; mantendo-se com suas próprias metas.
Dificuldades produzidas para os outros
Como as demais pessoas podem auxiliar os Nove?
Dificuldades produzidas para si mesmo
Percebendo o Nove como agressivo-passivo e teimoso; experimentando o Nove como alguém que não pega o ponto, não identifica o que é importante; dispersão de energia e foco em fazer com que tudo seja igualmente importante, esquecendo-se das reais necessidades; O Nove dando o que ele quer, não o que querem e não o que ele não quer; o Nove que parece concordar, quando na verdade não concordou; sentindo-se frustrado pelos Noves sendo dominados pelo conforto.
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Criado sobre a matriz elaborada por Cláudio Naranjo, adaptado de Oscar Ichazo.
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Instinto puro
Encorajando e reforçando o Nove no seu desenvolvimento, por exemplo, assumindo e expressando uma posição, fazendo com que o “eu” e as próprias necessidades sejam importantes, dando as boas-vindas à mudança e ao desconforto; oferecendo ao Nove um ambiente encorajador para entrar em ação e acessar a raiva; perguntando ao Nove quais são os seus desejos e necessidades; ajudando o Nove a manter o seu próprio foco e os seus limites.
© D. Daniels, M. D. & H. Palmer®. Material de Ensino Licenciado para Graduados do Enneagram Professional Trainning Program (EPTP). Janeiro de 2003. Direitos de uso para Urânio Paes - professor associado e certificado por Helen Palmer e David Daniels.
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Talentos dos tipos,
e o quanto agregam ao grupo
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1
“Me inspiro com esses Talentos e aplico para Inspirar os Outros”
Prováveis talentos do Tipo 1 para si mesmo e para inspirar os outros: • • • • • • • • • • •
Identificar erros Aprimoramento contínuo Promover consistência em relação aos valores Pontualidade Organização Disciplina Follow-up Responsabilidade Gerar credibilidade Passar rapidamente para a implementação Atenção ao detalhe
E, em estado superior: Aceitação de si mesmo e do outro
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2
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Prováveis talentos do Tipo 2 para si mesmo e para inspirar os outros: • • • • • • • • • • •
Gerar bons sentimentos nos outros Dedicar atenção às pessoas Identificar insatisfações e procurar corrigi-las Identificar expectativas das pessoas Leitura emocional do outro Vontade de servir e ajudar Simpatia Positividade Adequar-se “padrão vibratório” do outro Valorizar as pessoas Abordagem de coaching
E, em estado superior: Liberdade para si mesmo e para o outro
tipo
Prováveis talentos do Tipo 3 para si mesmo e para inspirar os outros: • • • • • • • • • •
Fazer acontecer Foco no negócio e em resultados Agilidade e ir adiante, seguir em frente Persistência e força de vontade Preocupação com a imagem de pessoas, produtos e marcas Vendas, marketing e negociação Envolvimento, comprometimento e dedicação Faro para o sucesso Maximização da produtividade Vestir a camisa
E, em estado superior: Esperança (tudo dará certo)
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4
Prováveis talentos do Tipo 4 para si mesmo e para inspirar os outros: • • • • • • • •
Inovação Criatividade Não se contentar nunca Autenticidade Identificação de falhas a serem superadas Senso estético refinado Busca de melhorias de si mesmo Criação de diferenciais para pessoas, equipe, produtos e empresas (condição de ser único) • Compreensivo e humano • Expressivo E, em estado superior: Equanimidade
tipo
Prováveis talentos do Tipo 5 para si mesmo e para inspirar os outros: • Análise objetiva • Visão clara das coisas e de soluções para os problemas • Calma durante crises • Foco em aprendizado contínuo • Curiosidade • Pesquisa e busca de informação • Dar espaço para os outros (não invasivo) • Gerar credibilidade • Planejamento • Estratégia E, em estado superior: Não-apego
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6
Prováveis talentos do Tipo 6 para si mesmo e para inspirar os outros: • • • • • • • • • •
Identificar riscos Cautela e prudência Busca de informações Descobrir intenções ocultas e ameaças potenciais Responsabilidade Coesão do grupo Fidelidade Confiável Planejamento Atento
E, em estado superior: Aceitação de si mesmo e do outro
7
tipo
Prováveis talentos do Tipo 7 para si mesmo e para inspirar os outros: • • • • • • • • • • •
Positividade Bom humor Capacidade de descontrair o clima de trabalho Charme e encantamento Persuasão Identificar alternativas positiva Inovação Síntese Networking União de pessoas, áreas e teorias diferentes Fazer várias coisas ao mesmo tempo
E, em estado superior: Sobriedade
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8
Prováveis talentos do Tipo 8 para si mesmo e para inspirar os outros: • • • • • • • • • • •
Identificar injustiças Autenticidade e verdade Defender os mais fracos Ser assertivo Ter coragem para enfrentar adversidades Não esmorecer nunca Comandar Implementar, sem delongas Follow-up e cobrança de resultados Vai direto ao ponto Transformar
E, em estado superior: Verdade
9
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Prováveis talentos do Tipo 9 para si mesmo e para inspirar os outros: • • • • • • • • • • •
Harmonização Acalmar o outro Coesão do grupo Fazer todos se sentirem incluídos Paciência e calma Atenção e ajuda ao outro Identificar o que o outro pensa e sente Regularidade Solucionar conflitos Adaptabilidade Assumir trabalhos pesados e rotineiros
E, em estado superior: A ação certa
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Plano de ação
ATIVIDADE
Como o desenvolvimento acontece Consciência
“Eu não sou perfeito.”
50%
O que eu preciso mudar?
Desenvolvimento da habilidade “Quero ajuda.”
Quais habilidades?
25%
Motivação
“Eu me preocupo com isto.”
25%
Eu me preocupo com isto o suficiente para esforçar-me? Por que?
Plano de desenvolvimento Como posso aprender esta habilidade?
1. 2. Como saberei se tive sucesso no desenvolvimento desta habilidade?
Data limite para desenvolver esta habilidade: Limites intermediários
Datas
Qual será meu primeiro passo e quando ele acontecerá?
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© 2005 Bogda & Associates, adapted from Mercer-Delta, com licenciamento no Brasil para up9 Desenvolvimento Humano.
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ATIVIDADE
Inventário de Descoberta do Eneagrama de Stanford Stanford Enneagram Discovery Inventory Reproduzido com permissão de David Daniels a Urânio Paes Autor: David N. Daniels, M.D. & Virginia A . Price, Ph.D. Fonte: Daniels, David & Price, Virginia The Essential Enneagram. New York: HarperCollins, 2000
1) UMA AUTO-AVALIAÇÃO Este inventário descreve nove diferentes tipos de personalidade. Nenhum desses tipos de personalidade é melhor ou pior do que qualquer outro. Os parágrafos a seguir pretendem ser uma simples amostra de cada um dos nove tipos. Nenhum dos parágrafos pretende ser uma descrição completa da personalidade de um indivíduo. 2) INSTRUÇÕES Leia as descrições de personalidade das próximas páginas e selecione aquela que lhe cai melhor. Apesar de alguns desses parágrafos poderem descrevê-lo até certo ponto, selecione aquele que mais se assemelha com você. Se tiver dúvida, assinale também uma segunda e terceira opção. Ao fazer sua seleção, considere cada parágrafo como um todo, ao invés de considerar cada frase fora do contexto. Pergunte a si mesmo: “Este parágrafo, como um todo, cai-me melhor do que qualquer outro parágrafo?”. 3) SUGESTÃO Se você achar difícil escolher um parágrafo, pense em qual descrição uma pessoa íntima selecionaria para descrevê-lo. Uma vez que os padrões de personalidade são geralmente mais evidentes no início da idade adulta, você pode também perguntar a si mesmo qual desses padrões melhor lhe descrevia quando você tinha vinte anos.
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C
Eu me caracterizaria como uma pessoa quieta e analítica que precisa de mais tempo sozinha do que a maioria das pessoas precisa.
Encaro as coisas de uma maneira “tudo ou nada”, especialmente as que me interessam. Valorizo muitíssimo ser forte, honesto e confiável.
Normalmente, prefiro observar o que está acontecendo a estar envolvido. Não gosto que as pessoas me façam muitas exigências ou que esperem que eu saiba e relate o que estou sentindo.
Mostro aquilo que sou. Não confio nos outros até que provem ser confiáveis.
Eu me aproximo mais dos meus sentimentos quando estou só do que quando estou com outras pessoas. Freqüentemente, aprecio melhor as experiências que tive recordando e repassando cada detalhe delas do que quando as vivenciei. Quase nunca me aborreço quando estou só, uma vez que tenho uma vida mental muito ativa e não sinto muita necessidade de estar interagindo com outras pessoas. É importante para mim proteger meu tempo, energia e espaço privado e, em conseqüência, viver uma vida simples e descomplicada e ser tão auto-suficiente quanto possível.
Gosto que as pessoas sejam abertas comigo, e sei quando elas estão sendo falsas, mentindo ou tentando me manipular. Tenho dificuldade em tolerar a fraqueza das pessoas, a menos que entenda a razão disto ou veja que elas estão tentando fazer algo a respeito. Também tenho dificuldade em seguir ordens ou rumos quando não respeito ou não concordo com a pessoa que detém a autoridade. Sou muito melhor tomando conta. Acho difícil não demonstrar meus sentimentos quando estou zangado. Estou sempre pronto a socorrer amigos ou familiares, especialmente quando penso que estão sendo tratados injustamente. Posso não vencer cada um dos confrontos com os outros, mas deixarei minhas marcas no campo de batalha.
B Tenho altos padrões internos de retidão, e espero viver segundo esses padrões. Para mim, é fácil ver o que está errado com as coisas e também ver como elas poderiam ser melhoradas. Posso parecer a algumas pessoas extremamente crítico ou exigindo perfeição, mas é difícil para mim ignorar ou aceitar coisas que não foram feitas de modo correto. Orgulho-me do fato de que, se sou o responsável por fazer algo, você pode estar certo de que o farei bem. Às vezes, tenho sentimentos de raiva quando alguém não tenta fazer as coisas apropriadamente, ou quando age irresponsável ou injustamente, embora, normalmente, eu tente não demonstrar essa raiva abertamente. Para mim, o trabalho vem antes do prazer e suprimo meus desejos para ver o trabalho concluído.
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D Pareço apto a ver todos os pontos de vista com muita facilidade. Posso parecer, às vezes, indeciso, uma vez que consigo ver vantagens e desvantagens em todos os aspectos. A habilidade em ver todos os aspectos me torna bom em ajudar as pessoas a resolver suas diferenças. A mesma habilidade pode às vezes me levar a ser mais atento às posições, agendas e prioridades das outras pessoas do que às minhas próprias. Não é incomum que eu me torne distraído e em seguida desligue-me de coisas importantes que estou tentando fazer. Quando isso acontece, minha atenção é freqüentemente desviada para tarefas triviais, sem
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importância. Tenho dificuldade em saber o que realmente é importante para mim e evito conflito, seguindo o que os outros querem. As pessoas tendem a me considerar despreocupado, agradável e indulgente. É preciso muita coisa para me levar ao ponto de mostrar minha raiva diretamente a alguém. Gosto da vida confortável, harmoniosa e agradável.
E Sou uma pessoa otimista que gosta de propor coisas novas e interessantes para realizar. Tenho uma mente muita ativa que se move rapidamente e oscila entre diferentes idéias. Gosto de fazer uma imagem global de como essas idéias se encaixam e fico entusiasmado quando consigo conectar conceitos que inicialmente não pareciam ter relação. Gosto de trabalhar em coisas que me interessam e tenho muita energia para dedicar a elas. Tenho dificuldade em me fixar em tarefas não gratificantes e repetitivas. Gosto de estar engajado no início de um projeto e durante a fase de planejamento, quando há muitas opções interessantes a considerar. Quando o meu interesse em algo se extingue, é difícil para mim permanecer focado, porque quero mover-me para a próxima coisa que captura o meu interesse. Se alguma coisa me desagrada, prefiro desviar minha atenção para idéias mais agradáveis. Acredito que as pessoas têm direito a uma vida agradável.
F Tenho uma imaginação vívida, especialmente quando se trata daquilo que pode ser ameaçador à segurança e às garantias. Normalmente, posso apontar o que pode vir a ser perigoso ou ameaçador e então experimentar medo como se isto estivesse realmente acontecendo. Tanto evito o perigo quanto o desafio abertamente.
Minha imaginação também me leva à ingenuidade e ao meu bom, embora um pouco desafinado, senso de humor. Gostaria que a vida tivesse mais certeza, porém, de modo geral, pareço duvidar das pessoas e das coisas à minha volta. Posso normalmente perceber as deficiências na idéia que alguém está expressando. Suponho que, como conseqüência, algumas pessoas podem me considerar muito astuto. Tenho a tendência de suspeitar da autoridade e não fico particularmente confortável sendo visto como a pessoa que detém todo o comando. Uma vez que posso ver o que está errado com a visão corrente das coisas, inclino-me a identificarme com a causa dos desfavorecidos. Tão logo tenha aderido a uma pessoa ou causa, sou muito leal a ela.
G Ser o melhor no que faço é uma forte motivação para mim e tenho recebido muito reconhecimento, ao longo dos anos, pelas minhas realizações. Tenho realizado muito e sou bem sucedido em quase tudo a que me proponho. Identifico-me fortemente com o que eu faço, porque penso que, em larga escala, o valor de uma pessoa é baseado no que ela realiza e no reconhecimento que ela obtém. Sempre tenho mais a fazer do que cabe no tempo disponível, de modo que coloco de lado os sentimentos e a reflexão, a fim de fazer as coisas. Uma vez que há sempre algo a fazer, acho difícil simplesmente sentar e deixar o tempo passar. Fico impaciente com pessoas que não usam bem o meu tempo. Algumas vezes preferiria simplesmente assumir um projeto que alguém está conduzindo muito lentamente. Gosto de me sentir e parecer “por cima” de qualquer situação. Embora goste de competir, sou também um bom elemento de equipe.
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Sou uma pessoa com muita sensibilidade e com sentimentos intensos. Freqüentemente, sintome incompreendido e solitário, porque me sinto diferente de todos.
Sou muito sensível aos sentimentos das outras pessoas. Posso saber o que elas precisam, mesmo quando não as conheço.
Meu comportamento pode parecer dramático aos outros, e, algumas vezes, sou criticado por ser extremamente sensível e por amplificar meus sentimentos. O que realmente ocorre por dentro é o meu anseio tanto por uma conexão emocional quanto por uma experiência de relacionamento profundo. Tenho dificuldade em apreciar totalmente os relacionamentos atuais por causa da minha tendência em querer o que não posso ter e em desdenhar o que realmente tenho. A procura de conexão emocional esteve presente por toda minha vida e a ausência dessa conexão me tem levado à melancolia e à depressão.
Algumas vezes é frustrante quando me dou conta das necessidades das pessoas – de modo especial suas dores e infelicidade, porque não estou apto a fazer por elas tanto quanto gostaria. É fácil para mim o ato de me entregar. Fico sentido quando as pessoas pensam que estou tentando manipulá-las ou controlá-las. Tudo o que eu tento fazer é compreendê-las e ajudá-las. Gosto de ser visto como uma pessoa amistosa e boa, mas quando não estou sendo levado em conta ou apreciado posso tornar-me muito emotivo ou mesmo exigente. Bons relacionamentos significam muito para mim, e estou sempre me esforçando para conseguí-los.
Algumas vezes, penso por que outras pessoas parecem ter mais do que eu – melhores relacionamentos e vidas mais felizes. Tenho um refinado senso estético e experimento um mundo rico em emoções e significado.
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Conclusões do SEDI No Inventário de Descoberta do Eneagrama Stanford (SEDI): A = Tipo 5 B = Tipo 1 C = Tipo 8
D = Tipo 9 E = Tipo 7 F = Tipo 6
G = Tipo 3 H = Tipo 4 I = Tipo 2
Baseado em um estudo realizado com 1.000 indivíduos em Stanford (CA-EUA), a probabilidade de você ter acertado o seu tipo por meio do questionário é de: Tipo 1: 66% Tipo 2: 65% Tipo 3: 54%
Tipo 4: 61% Tipo 5: 65% Tipo 6: 66%
Tipo 7: 52% Tipo 8: 37% Tipo 9: 68%
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ARTIGO
Competências e mesmices (artigo publicado recentemente no site Canal RH por Urânio Paes – diretor da up9.)
Quinta-feira, 27 de abril de 2006. A gestão por competências tem se espalhado pelas empresas com grande velocidade. Alguns a consideram o que há de mais moderno em gestão de pessoas. Outros alardeiam-na como o último passo evolutivo das organizações, depois das eras da qualidade e dos processos. Mas parece que, em que pesem suas contribuições positivas à modernização das empresas, a gestão por competências tem provocado algumas distorções indesejáveis, às quais os profissionais de RH e demais gestores preocupados com o fator humano deveriam estar atentos. Este artigo trata de uma distorção comum e pouco comentada da gestão por competências: a concentração exagerada de determinados perfis de pessoas nos quadros da empresa e a eliminação das diferenças, criando um ambiente de “mesmice”. Antes de tratarmos dessa distorção, vale a pena usar alguma conceituação e reconhecer avanços propiciados pela ferramenta. Competências são conhecimentos, habilidades e atitudes mobilizados para a geração de resultados. Em outras palavras, indivíduos competentes não são aqueles que simplesmente sabem executar tarefas, mas aqueles que agregam valor ao negócio e fazem entregas permanentes. Entende-se que competências sejam, ao mesmo tempo, mensuráveis e passíveis de serem desenvolvidas por meio de treinamento. Alguns autores dividem as competências entre técnicas e comportamentais. Outros as dividem em três tipos: as específicas, ou seja, atreladas a alguns cargos apenas; as gerenciais, desejadas para gestores; e as gerais ou corporativas, necessárias a todas as pessoas e equipes da empresa. É senso comum que as competências gerais ou corporativas são necessárias, especialmente agora que existe grande mobilidade dos indivíduos nas organizações e os cargos deixaram de ser tão importantes quanto foram antigamente.
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Assim, as empresas normalmente definem uma lista com algumas poucas competências corporativas, que podem ser, por exemplo: influência, negociação, flexibilidade, pensamento estratégico, visão do negócio, foco em resultados, trabalho em equipe, orientação para o cliente, qualidade, inovação, criatividade e capacidade de lidar com mudanças. Para implementar a gestão por competências, os passos básicos são, nesta ordem: (1) Definir as competências gerais e específicas desejadas pela organização; (2) Mapear o estado das competências no quadro atual de pessoas (identificando “gaps”); (3) Por fim, implementar a gestão por competências nas diferentes funções de Recursos Humanos, tais como treinamento e desenvolvimento, recrutamento e seleção, avaliação de desempenho e remuneração. Uma entrevista de seleção baseada no modelo de competências, por exemplo, tem as seguintes características específicas: ênfase no teste das competências pré-definidas, personalização da entrevista conforme o cargo, investigação do comportamento real do candidato e formulação de perguntas considerando o contexto, a ação e os resultados em situações vivenciadas no passado (exemplo: “cite idéias ou sugestões produtivas que você teve em sua área de atuação”; ou “fale-me sobre uma meta ousada que você estabeleceu e conseguiu alcançar”; ou ainda “conte-me sobre um projeto que você estabeleceu e que não foi bem aceito pela equipe”). De fato, a gestão por competências está sintonizada com algumas importantes tendências atuais, como do reforço no foco em resultados e na agregação de valor dos indivíduos para a empresa, além da modernização do RH das empresas, ensinando-o a trabalhar com mensurações e conectando-o um pouco mais à estratégia do negócio. Algumas áreas de RH têm, efetivamente, passado por transformações e influenciado mais e melhor as empresas com o auxílio da gestão por competências. Parece claro, portanto, que ela representa um avanço.
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Entretanto, como muitas teorias que, de tão populares, viram modismos e panacéias, a gestão por competências tem sido implementada com distorções impressionantes. Uma delas é a criação de um exército de profissionais muito parecidos entre si. O motivo é simples: se todos os funcionários da empresa precisam ter ênfase em algumas poucas competências corporativas, a concentração de pessoas de um mesmo perfil torna-se inevitável e é apenas uma questão de tempo. Implementando a gestão por competências com pouco questionamento, algumas empresas têm simplesmente aniquilado as diferenças entre as pessoas, tratando de excluir determinados perfis dos processos seletivos ou então de doutriná-los por meio de treinamento ou avaliação de desempenho. Nove tipos Na prática, isso tem levado ao que os americanos chamam de “more of the same”. Um instrumento certeiro para evitar esse “mais do mesmo” é o Eneagrama, um sistema diferenciado e poderoso de autoconhecimento e de desenvolvimento humano. O Eneagrama descreve nove diferentes tipos humanos e os caminhos para cada um deles desenvolver-se e recuperar consciência. Treinamentos recentes de Eneagrama, feitos com grupos de executivos da filial brasileira de uma multinacional, deixaram evidente essa distorção. A empresa havia implementado a gestão por competências e havia definido suas competências gerenciais conforme exigia seu mercado altamente dinâmico: empreendedorismo, adaptação a mudanças, capacidade decisória, foco em resultados e liderança positiva e assertiva (termos alterados para evitar a identificação do cliente). Ficou claro que 80% dos gestores pertenciam aos Tipos 3, 7 ou 8 do Eneagrama, pois eles eram eminentemente práticos, positivos e dinâmicos, além de possuírem outras qualidades endeusadas naquele ambiente. O 3, por exemplo, é naturalmente focado em resultados. O 7 é mestre em promover e adaptar-se a mudanças. Já o 8 é um líder que não titubeia ao tomar decisões.
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As competências mais importantes do negócio realmente estavam bem encaminhadas. Mas, naquele momento, a empresa estava sofrendo alguns efeitos colaterais: inúmeros problemas de processo, gestão deficiente dos riscos, análise insuficiente antes das decisões, ambiente quase nada voltado aos relacionamentos humanos, baixo poder de mediação, etc. Apesar de não serem competências centrais do negócio, esses pontos tornaram-se causa de grandes perdas financeiras e insatisfação de funcionários e clientes. Seria muito diferente se o grupo de gestores contasse com mais pessoas dos Tipos 1, voltadas à eliminação dos erros e à melhoria contínua dos processos, 2, fortes em relacionamentos, 4, atento ao que está faltando e ainda não está bom, 5, com seu conhecido poder de análise, 6, mestre na gestão dos riscos e 9, mediador por natureza. Em um dos grupos treinados dessa empresa, foi marcante a expressão de terror de uma sobrevivente do Tipo 1. A pobre gestora percebia os problemas, sabia o que fazer para corrigi-los, mas sentia-se absolutamente incapaz, por remar sempre contra a maré. É inquestionável a validade do modelo de gestão por competências. O único problema é a forma desavisada como, em alguns casos, ele vem sendo aplicado. Diversas abordagens podem ser usadas para manter os benefícios dessa ferramenta e, ao mesmo tempo, minimizar suas armadilhas. Entretanto, antes disso é importante resgatar o respeito por algumas leis simples e antigas. Por exemplo, aquela que diz que a diversidade de pessoas é fundamental. “Ninguém é perfeito, mas uma equipe de trabalho pode chegar quase à perfeição se unir pessoas de estilos diferentes” – dizia um antigo e competentíssimo profissional da área de RH. Ou, apelando para um gênio da dramaturgia, lembremos a frase célebre de Nelson Rodrigues: “toda unanimidade é burra”. Urânio Paes, consultor de empresas, diretor da up9 Desenvolvimento Humano, é especialista em Eneagrama.
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