boletim informativo
INDÚSTRIAS DE MADEIRA Edição Bimensal Março | Abril 2009
Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal
Empresas portuguesas invadiram Milão AIMMP em movimento
Combate ao Nemátodo Informação económica
Estatísticas actualizadas Programas & Eventos
Candidaturas ao QREN
editorial
Vontade de sair da crise Encontramo-nos num período de luta pela sobrevivência dada a actual crise. Mas, porque acreditamos no valor das Indústrias de Madeira e Mobiliário, a aimmp nunca baixa os braços. Por isso, mesmo em tempos difíceis, lançámos, no início do ano, uma nova marca com vista a acrescentar valor aos produtos das nossas empresas e levá-las aos melhores mercados internacionais: a Associative Design. Em Birmingham, a Associative Design deu o seu primeiro passo. Uma aposta ganha: as empresas que a nós se juntaram deixaram lá todo o produto exposto e somaram encomendas! A Comunicação Social confirmou o sucesso! O segundo passo foi dado na Maison & Object, onde apresentámos o nosso projecto à Direcção da feira de Milão. E daqui seguimos para um lugar há muito ambicionado pelos empresários portugueses: o Salão do Móvel, em Milão. E não nos ficámos por aqui: firmámos uma parceria com a Portugal Brands, fomos para a Zona Tortona. Portugal invadiu Milão; a qualidade e o design do produto português foram reconhecidos; e merecemos a visita de um governante português. Em suma, e citando Castro Guerra, em Milão viu-se vontade de sair da crise. Como tudo isto é possível? Apostando na diferença; acreditando que é possível; gostando do que se faz; trabalhando intensamente e em equipa; sendo-se determinado, até teimoso, e arrojado; tendo-se orgulho em ser português.
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E, se é possível tudo isto com a união dos empresários, só falta mesmo as associações do sector também se unirem para se obter resultados de maior alcance em prol de toda a Indústria, concretização do PASIMM (Plano de Apoio ao Sector), por exemplo, e outras iniciativas. Percorra connosco as próximas páginas e deixe-se contagiar por este espírito. Porque nele está o sucesso das nossas iniciativas/dos seus negócios/do nosso sector.
Sumário DESTAQUE
Associative Design em Milão.................................................. 3 AIMMP EM MOVIMENTO
Export Home 2009 . ............................................................. 7 Nemátodo | Industriais tomam posição colectiva .................... 8 Estudo das Serrações | Primeiras Conclusões ...................... 10 Assembleia-Geral da AIMMP ............................................... 11 Vantagens para associados ................................................ 11 NOTÍCIAS DO SECTOR
Embalagens de plástico mais higiénicas do que as de madeira? ...................................................................... 12 INFORMAÇÃO ECONÓMICA
Estatísticas da Fileira de Madeira e Mobiliário . .................... 14 Análise da conjuntura económica por Emídio Lima................. 16 INFORMAÇÃO JURÍDICA
Regime da maternidade e paternidade com novas alterações................................................................. 17 EMPRESA DO MÊS
Damadeira aposta no serviço ao cliente .............................. 18 PROGRAMAS & EVENTOS
Competir, exportar e superar a crise com a AIMMP ............... 19 Plano anual de candidaturas QREN 2009 . ........................... 19
Maria Fernanda Carmo Secretária-Geral da
aimmp
ficha técnica
Indústrias de Madeira Propriedade AIMMP Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal | Presidente Fernando Rolin | Secretária-Geral Maria Fernanda Carmo Coordenação Editorial Liliana Magalhães (liliana.magalhaes@aimmp.pt) | Redacção Liliana Magalhães e Ana Santos Silva | Colaboradores Emídio Lima, Filipa Pereira, Joana Sousa, Rui Barreira, Vasco Teixeira Pedro | Projecto Gráfico Pedro Teixeira | Paginação Loja das Ideias | Fotografia Arquivo Fotográfico AIMMP Impressão Tecniforma Print, S.A. | Tiragem 1.500 exemplares | Distribuição Gratuita. Contactos Rua Álvares Cabral, 281 4050-041 PORTO · Tel. +351 223 394 200 · Fax 223 394 210 · Email aimmp@aimmp.pt · Web www.aimmp.pt
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Associative Design em Milão
Salão Internacional do Móvel recebeu a maior participação portuguesa de sempre Depois do sucesso e reconhecimento alcançados na feira inglesa Interiors Birmingham, onde os produtos portuguesas da Fileira Casa foram comparados aos melhores do mundo, a marca Associative Design, criada pela aimmp, seguiu para o principal evento mundial de moda do sector: o Salão Internacional do Móvel, em Milão. Simultaneamente, e em parceria com a Portugal Brands, a marca expos na Zona Tortona Design
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oram 25 as marcas nacionais que estiveram presentes no Salão Internacional do Móvel, em Milão, fazendo desta participação portuguesa a maior de todos os tempos. Destas marcas, 10 foram levadas pela aimmp: a Colonial Concept, que expos num stand individual, apoiada
pelo projecto Interwood; a Ambitat, Induflex, Antarte, World Hotel, Anaric, Jetclass, Jomasil, Opostos e Jasmin Glass Studio, que se juntaram num espaço de 400 metros quadrados, sob a assinatura Associative Design – The Best of Portugal. Lançada no início do ano na Interiors Birmingham, a Associative Design visa
reposicionar a Fileira Casa no mercado internacional, promovendo a qualidade e o design dos produtos portugueses ao mais alto nível e associando-os a um conceito de decoração integrada. Tem, ainda, como missão fomentar a cooperação empresarial – daí que a marca tenha nascido no âmbito de um projecto da aimmp denomidado Cooperwood.
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destaque
Para esse fim, a Associative Design procura estar presente nas melhores feiras internacionais, criando espaços conjuntos onde diferentes sectores – mobiliário, materiais de construção, estofos, têxteis, iluminação e design de interiores – se unem na composição do ambiente de uma casa. Portugal competiu ao lado dos melhores Foi, então, a uma só voz, e recriando interiores personalizados, cosmopolitas, com reflexos de glamour e de contemporaneidade, que as empresas participantes no espaço da Associative Design mostraram, em Itália, entre 22 e 27 de Abril, que Portugal compete ao lado dos melhores. Em entrevista à SIC, Fernando Rolin, presidente da aimmp, afirmou mesmo estar-se “a desfazer a ideia errada que os estrangeiros têm do produto português”. “Fomos constantemente confundidos com italianos.”, explica, “Até a organiza-
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ção da feira mostrou-se surpreendida com a nossa oferta, dando-nos já a garantia de um espaço privilegiado para a próxima edição.” E completa: “Acreditamos, pois, que, daqui a três anos, seremos procurados só porque vêem a palavra ‘Portugal’.” Ainda no espaço que contou com o patrocínio da Delta Cafés, Luz e Som, Designerspad e Sogrape/Viniportugal, também os empresários portugueses confirmaram o sucesso da sua participação. O balanço não podia ser mais positivo: desenvolveram uma bolsa de contactos de todo o mundo, angariaram novos clientes, fizeram encomendas. Mas a satisfação não se deve apenas às expectativas superadas. A visita que mereceram do secretário de Estado da Indústria renovou-lhes a força de vencer [ver caixa]. Com a Portugal Brands na Zona Tortona DESIGN Em Milão, a Associative Design mar-
cou, também, presença na Zona Tortona. Fundado em 2001, o evento aproveita a afluência de visitantes ao Salão do Móvel para oferecer uma mostra alternativa, afirmando-se como local privilegiado para a troca de ideias no universo do design. Nesta mostra, a Associative Design associou-se à Portugal Brands para levar mais longe o nome do país. Maria Fernanda Carmo, secretária-geral da aimmp, justifica: “Acreditamos no projecto da Portugal Brands, e que juntos teremos mais força. Por isso firmámos esta parceria como forma de ampliar a nossa missão e torná-la mais eficaz.” Boca do Lobo, Colonial Concept, Corque, Delightfull, Designerspad, Glamm, Jetclass, Mambo, Mood, Mytto, Munna, Pedroso&Osório, TemaHome, TM Collection e Viriato foram as empresas que, sob a parceria Associative Design – Portugal Brands, expuseram na Zona Tortona.
Associative Design no Salão Internacional do Móvel
World Hotel
Anaric
Ambitat
Opostos
Jomasil
Antarte
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Associative Design e Portugal Brands na Zona Tortona Design
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Jasmin
Induflex
Jeclass
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Castro Guerra visitou expositores portugueses em Milão
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Pela primeira vez, e durante 12 horas consecutivas, um governante português deslocou-se a uma feira internacional para visitar os expositores portugueses, procurando conhecer, pessoalmente, a realidade dos seus projectos empresariais. Foi no dia 25 de Abril que Castro Guerra, secretário de Estado Adjunto, da Indústria e da Inovação, deslocouse a Milão para acompanhar a participação portuguesa no Salão Internacional do Móvel e na Zona Tortona Design, ao lado de Fernando Rolin e Maria Fernanda Carmo (aimmp), Roberto de Martin Topranin (Federlegno), Fernando d’Oliveira Neves (embaixador português em Itália) e representantes da AICEP em Milão. A visita teve início no espaço da Associative Design, onde o governante
justificou: “Esta é a maior participação portuguesa de sempre em Milão, o que é o culminar de toda uma trajectória pelos mercados internacionais. Não podia deixar de assistir a este ‘campeonato’.” Já ao fim do dia, num jantar que reuniu cerca de 60 empresários, o secretário de Estado, num discurso emotivo e contagiante, disse: “Em Milão, vi vontade de sair da crise. Porque estar aqui é ter uma nova forma de estar no mundo; é estar entre os melhores, o que significa ter confiança; e confiança é o que precisamos para ultrapassar a actual crise.” Castro Guerra partilhou ainda o seu “grande contentamento e alegria” por ter passado o dia com os empresários, de quem se despediu era já meia-noite debaixo de um grande aplauso.
Balanço das empresas Milão é uma vitrina para o mundo inteiro. Viemos cá com a perspectiva de angariar clientes de todo o mundo e conseguimo-lo.
A aceitação do nosso produto foi muito boa. Comparativamente às expectativas que trazíamos, o balanço é excelente.
Serafim Almeida, administrador da Anaric
É a primeira vez que o Governo olha para nós. Não estamos aquém do que se passa internacionalmente; estamos até à frente de muitos. […] E, expormos em conjunto, é uma forma de mostrarmos ao mundo a proposta de Portugal. Oswaldo Martins,
Esta feira superou as nossas expectativas. Conseguimos fazer muitos bons contactos e até mesmo negócios por todo o mundo. Paulo Costa, administrador da Opostos
Sara Paiva, designer da Jasmin Glass Studio
Rui Cunha, administrador da Induflex
Agostinho Moreira, administrador da Jetclass
Já há muito tempo que pretendíamos vir para Milão por ser considerado um centro de atenção.
o nome de Portugal e levar as empresas mais longe.
Pedro Barros, administrador da Ambitat
É bom o Governo ter ganho a percepção do esforço que as empresas fazem ao participarem numa feira. Edmundo Hussen, comercial da Antarte
designer da Colonial Concept e World Hotel
Faz sentido estarmos nesta feira porque a decoração é cada vez mais vista como um todo. […] E juntos conseguimos criar
A disponibilidade de um governante ter estado connosco um dia inteiro foi muito importante: sentimo-nos apoiados. João Silva, administrador da Jomasil
aimmp em movimento Export Home 2009
Design e inovação em destaque na 21.ª edição do certame Foi de 3 a 7 de Março que a Exponor recebeu mais uma edição da Export Home, feira de mobiliário, iluminação e artigos de casa para exportação. Este ano, a par da Passarela Inovação e do Evento de Design, a decorrerem em paralelo com a Export Home, o certame contou com uma novidade: a Exponor International Buyers, pensada para proporcionar um maior e melhor número de contactos de negócio
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liar a tradicional qualidade do mobiliário português à criação de novas ideias, à inovação nas técnicas e à valorização do design são alguns dos principais objectivos da feira, que acontece anualmente em Matosinhos. A realização, pelo segundo ano consecutivo, da Passarela Inovação - que pretende promover peças de mobiliário alternativas -, e da 9.ª edição do Evento de Design dão provas do desafio feito à criatividade e inovação dos designers e empresários portugueses. Este ano, a Passarela Inovação deu espaço ao trabalho de quatro designers e três arquitectos e contou com o apoio do Centro Português de Design, Ordem dos Arquitectos, Universidade do Minho e, ainda, da empresa Outros Mercadus. O Evento de Design, por sua vez, contou com uma novidade: a participação, na organização, de todas as associações ligadas à Fileira Casa, entre as quais a aimmp. Uma iniciativa que veio dar uma outra dimensão ao evento ao intensificar a cooperação entre os profissionais de design e a indústria portuguesa. Compradores internacionais O sucesso da 21.ª edição da Export Home ficou a dever-se, igualmente, ao novo serviço denominado Exponor International Buyers que surgiu com o propósito de melhorar o processo de selecção, convite e acolhimento a grandes compradores internacionais. A nova valência angariou, assim, 350 novos contactos, e aos tradicionais mercados (como são exemplo Alemanha, Cabo Verde, Espanha, França, Holanda ou Reino
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Unido) juntaram-se os compradores do Norte de África (Marrocos, Argélia, Tunísia e Líbia). AIMMP na Export Home Presente com um stand individual numa área reservada às associações do sector, a aimmp marcou, mais uma vez, presença no certame. No decorrer da feira, a Associação teve oportunidade de visitar os empresários expositores e de prestar informações de acordo com as necessidades do tecido empresarial. Segundo Maria Fernanda Carmo, secretária-geral da aimmp, esta edição “foi um sucesso”. “A participação na Export Home é, para a nossa Associação, mais uma oportunidade de estarmos próximos das empresas do sector e dar-lhes apoio”, explica. Maria Fernanda Carmo acrescenta, ainda, que “considerando que o mercado
interno está em retracção, o futuro pertence, indubitavelmente, aos exportadores, pelo que a presença neste género de eventos é essencial”.
aimmp em movimento
Nemátodo
Industriais da Madeira unidos à AIMMP tomam posição colectiva
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Empresários do sector da madeira vindos de todo o país, em conjunto com a Direcção da aimmp, deslocaram-se a Lisboa, no passado dia 19 de Março, para entregar ao Governo propostas de soluções para o problema do Nemátodo da Madeira do Pinheiro (NMP). De forma simbólica, junto entregaram um toro de pinho descascado e uma caixa de Vinho do Porto danificada por ter sido submetida a tratamento térmico após montagem
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ndignados com a decisão da Comissão Europeia (CE) – a Portaria 1339-A/2008 de 28 de Novembro de 2008 - que obrigava ao tratamento térmico das embalagens de madeira após a sua montagem, independentemente da sua espessura e ainda que tenham utilizado madeira tratada, para eliminação do NMP, industriais do sector uniram-se à aimmp para levar a Lisboa proposta de soluções ao problema. Na Capital, foram recebidos pela Autoridade Florestal Nacional, pela Direc-
ção-Geral da Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR) e nos Ministérios do Trabalho e da Agricultura – o da Economia não os recebeu. Junto destes, os empresários procuraram sensibilizar para os graves e irreversíveis efeitos da Portaria em questão na exportação de bens de equipamento, mármores, vinhos, entre outros. Fernando Rolin, presidente da aimmp, explicou: “Trata-se de uma Portaria que elimina emprego! Em causa está a paralisação de cerca de 120 empresas por-
tuguesas de pregagem e montagem de embalagens a que correspondem mais de 1000 postos de trabalho. Isto equivale a uma Qimonda!” Nas reuniões não faltaram toros de pinho descascados e legalmente explorados com uma placa a dizer “em vias de extinção” e caixas de Vinho do Porto danificadas por terem sido submetidas a tratamento térmico após montagem. Ofertas simbólicas para mostrar aos governantes que a Decisão Europeia é impraticável [ver caixa].
aimmp em movimento
Exportações ameaçadas A referida Decisão Europeia veio, igualmente, impor graves condicionalismos ao sector das paletes de madeira: seguindo orientações da CE, a 15 de Dezembro, a DGADR decretou um novo número de registo que certifica o Choque Térmico a que as paletes passam a estar sujeitas, o que obriga à remarcação de todas aquelas que, anteriormente a esta decisão, já tinham sido tratadas e certificadas. Consequentemente, muitas paletes passaram a circular ilegalmente e outras tantas foram queimadas e inutilizadas.
Daqui resultam prejuízos avultados que as empresas não podem suportar, ficando em causa o transporte de bens para todo o mundo. Por isso mesmo, e por considerar que, deste modo, o sector estaria a caminhar “para um abismo sem retorno”, é que a aimmp resolveu tomar “medidas mais energéticas”, exigindo uma intervenção integrada dos Ministérios da Economia, do Trabalho e da Agricultura junto da CE. Foi ainda neste contexto que a Associação resolveu apelar directamente a Bruxelas para accionar o Fundo de Solidariedade Europeu [ver página 10].
Resolução da CE revela ignorância A 20 de Novembro de 2008, a Portaria 1339-A/2008 estabeleceu os termos de aplicação, a todo o território continental português, das medidas aprovadas pela Norma Internacional para as Medidas Fitossanitárias n.º15, que exige o tratamento fitossanitário de toda a madeira para embalagens. A Decisão 2008/954/CE, emitida pela CE a 15 de Dezembro de 2008, introduz uma nova metodologia de produção, que obriga ao tratamento térmico das caixas de madeira após pregagem e montagem. Para a aimmp, “isto não é possível técnica e tecnologicamente”. E explica: “A resolução da CE é desnecessária, visto que os fabricantes já utilizam madeira previamente tratada e certificada, e a sujeição das caixas a tratamento térmico após montagem, tendo em conta a sua fina espessura (7-9mm), provoca empeno e despregagem, o que leva à total inutilização das mesmas.” A Decisão Europeia veio inviabilizar, sobretudo, a produção de embalagens especiais e de caixas para Vinho do Porto. “As empresas do Vinho do Porto poderão estar impossibilitadas de exportar!”, alertou Fernando Rolin, em Lisboa.
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aimmp em movimento Reestruturação do sector
Primeiras conclusões do Estudo das Serrações já são conhecidas A aimmp quer que Bruxelas accione o Fundo de Solidariedade Europeu para apoiar as empresas a suportar os custos com o Nemátodo da Madeira do Pinheiro (NMP). O anúncio foi feito aos cerca de 75 empresários da Indústria de Primeira Transformação que marcaram presença na Mealhada, no passado dia 17 de Abril, numa sessão que deu a conhecer as primeiras conclusões do Estudo das Serrações
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riado no âmbito da crise provocada pelo NMP e contando com um apoio de 120 mil euros do Fundo Florestal Permanente, o Estudo das Serrações tem como principal objectivo a preparação de um plano de reestruturação e modernização da indústria de 1.ª transformação de madeira em Portugal que permita, entre outras coisas, efectuar um diagnóstico detalhado deste sector e fazer um levantamento dos consumos previsionais de madeira a longo prazo (20 anos). Para divulgar as primeiras conclusões retiradas do estudo [ver caixa], sentaramse à mesma mesa e sob o olhar atento de uma plateia de 75 empresários, António Rego da Autoridade Florestal Nacional; Flávia Alfarroba da Direcção Geral do Desenvolvimento Rural; António Cruz, director da Divisão de Corte, Abate, Serração e Embalagem de Madeira da aimmp; Luís Mira Amaral, Augusto Medina e André Alvarim da Sociedade Portuguesa da Inovação; e Fernando Rolin, presidente da aimmp. Numa altura em que entidades e empresários estão preocupados com a so-
brevivência da serração portuguesa, Fernando Rolin deixou o alerta: “É preciso inovar nos produtos, nas tecnologias e no marketing. O investimento é essencial para que, com a ajuda do Governo, nos possamos concentrar no futuro.” Fundo de Solidariedade Neste encontro, a aimmp aproveitou, também, para dar conhecimento da solicitação feita ao Governo para accionar o Fundo de Solidariedade Europeu. “Tal como há algum tempo a Comunidade Europeia pagou o abate devido à gripe das aves, deve agora apoiar a indústria portuguesa afectada pelo Nemátodo”, defende Fernando Rolin. A braços com uma crise internacional sem precedentes, a indústria da serração vê as suas dificuldades amplamente agravadas pelo NMP. Os números falam por si: são 200 as serrações nacionais que necessitam de adaptação sendo que o investimento por empresa ronda os 400.000 euros. Ainda que com 50% de comparticipação do QREN, as serrações necessitam de um financiamento de 40 milhões de euros nos próximos dois anos.
Impacto da praga na indústria
81%
das serrações estão a sentir os efeitos do NMP;
52%
sofreu dificuldades acrescidas na exportação;
16%
foi o decréscimo registado nas exportações;
67%
sentiu necessidade de investir em novos equipamentos;
61%
utiliza Tratamento por Choque Térmico;
36%
não usa qualquer tratamento de combate ao NMP;
59%
das empresas da amostra já estão registadas como agente económico.
aimmp em movimento Assembleia-Geral
Balanço da actividade da AIMMP em 2008 “amplamente positivo”
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assado em revista, 2008 foi, segundo Maria Fernanda Carmo, secretária geral da aimmp, “um ano gratificante”. A organização de 19 eventos – desde congressos, participações colectivas em feiras a missões empresariais; a aposta na colaboração com os media, que resultou num total de 191 notícias; e o reforço da comunicação institucional e das relações com a administração pública dão provas do dinamismo da Associação. O ano que passou foi ainda marcado por resultados líquidos positivos - na ordem dos 40.000 euros -, facto que dá continuidade à tendência de recuperação financeira registada desde 2005. A entrada de 37 novos associados e o aumento de 21% na prestação de serviços são, igualmente, motivos de orgulho.
A crise Numa altura em que a comunidade internacional se viu a braços com uma grave crise económica e financeira e em que o Nemátodo da Madeira do Pinheiro foi considerado uma calamidade nacional, a aimmp considerou fundamental elaborar um pacote de medidas anti-crise: o PASIMM - Plano de Apoio ao Sector das Indústrias de Madeira e Mobiliário. “Este Plano não constitui um fim em si. É apenas um meio para que, depois, possamos ajudar as nossas empresas”, avisou Fernando Rolin, presidente da aimmp, sobre o pacote preparado em 2008 e já aprovado pelo Governo em Abril passado. Casa de Sonho Angolana Durante a Assembleia-Geral, a aimmp apresentou, também, a Casa de Sonho Angolana, que está a preparar para a feira Constrói Angola, a realizar-se em Outubro – mais uma iniciativa da Associative Design com o objectivo de promover uma rede de cooperação entre empresas da Fileira Casa e dar um novo posicionamento aos produtos portugueses.
Trata-se de uma verdadeira casa cujo ambiente interior será de alta decoração. Adaptada ao mercado angolano, esta construção fará uso dos melhores produ-
tos portugueses: mobiliário, iluminação, design de interiores, estofos, vidros, porcelanas, cerâmicas decorativas, cutelarias e têxteis lar.
Vantagens para associados
Parceria com Cosmos oferece descontos em viagens
A
partir de agora, pode viajar com descontos de 5%. Esta é a grande vantagem que a parceria estabelecida com a agência Cosmos – Viagens e Turismo, S.A. reserva para os associados da aimmp – que irá divulgar regularmente as promoções e ofertas em vigor. Presente no mercado desde 1986, a Cosmos assume, actualmente, um papel de destaque na área do Corpo-
rate and Business Travel. BP, Samsung, Vodafone, Federação Portuguesa de Futebol e Galp Energia são algumas das empresas que viajam com a agência, cuja missão é trabalhar continuamente de modo a satisfazer as necessidades profissionais e pessoais dos clientes.
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notícias do sector Tecnologia
Embalagens de plástico mais higiénicas do que as de madeira? Não existem diferenças significativas de contaminação por micróbios entre embalagens de madeira e as de plástico usadas no acondicionamento de produtos hortofrutícolas, e a falta de limpeza das caixas é a principal causa das contaminações. Estas são as principais conclusões de um estudo realizado pelo Grupo de Disciplinas Ecologia da Hidroesfera da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (GDEH/FCT/UNL)
Por Ana Luísa Fernando, Ana Isabel Abrantes, Benilde Mendes da GDEH/FCT/UNL*
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embalagem, nas suas diversas formas, encontra-se sempre presente no manuseamento e acondicionamento de produtos alimentares. O seu sucesso depende da forma como cumpre os requisitos de protecção e acondicionamento do produto ao longo de toda a cadeia logística. Já a escolha do tipo de embalagem leva em conta as condições ambientais, as características da cadeia logística, os métodos de manuseamento e transpor te, o custo e a disponibilidade dos materiais. Nas embalagens para produtos hortofrutícolas, em particular, tradicionalmente, a madeira era o material mais utilizado. De acordo com os produtores deste material, a madeira comporta uma série de propriedades favoráveis, nas quais se inclui o facto de ser de origem natural, o que permite a manutenção das qualidades do produto e realça a sua beleza. Madeira versus plástico Uma vez que as embalagens de plástico têm sido consideradas mais higiénicas do que as de madeira, o presente trabalho pretende contribuir para o estudo da utilização da madeira versus plástico na embalagem de produtos hortofrutícolas, sob o ponto de vista do factor higiene. Neste sentido, as caixas de madeira utilizadas no acondicionamento e transporte de produtos hortofrutícolas foram
testadas e comparadas com caixas de plástico, utilizadas para o mesmo fim, em termos da sua contaminação microbiana. Para tal, foram efectuadas diversas amostragens no MARL, local escolhido por apresentar um elevado número de trocas comerciais e também de variedade de produtos e materiais de embalagem. Tentou-se, para o mesmo tipo de produto (por exemplo, laranjas), recolher amostras em caixas de madeira e de plástico, para efeitos de comparação. Para controlar a higiene dessas embalagens, quantificou-se a flora microbiana existente na sua superfície. Escolheram-se os mi-
crorganismos que são habitualmente identificados com mais frequência em produtos hortofrutícolas, bem como os que podem resultar do manuseamento das embalagens pelos operadores e pelas suas condições de utilização e de armazenamento. Maior contaminação nas caixas com hortícolas Nas amostras recolhidas, verificou-se que não existiam diferenças significativas entre a contaminação microbiana das caixas de madeira e as de plástico para a maioria dos microrganismos pesquisados [figura 1].
notícias do sector Limpeza evita contaminações No que respeita ao conjunto de microrganismos pesquisados e enumerados, observou-se que as embalagens se encontram predominantemente contaminadas com bolores e leveduras. Relativamente à contaminação bacteriana, registou-se que a maior se deve a coliformes e a B. cereus. Verificou-se ainda que as embalagens que apresentaram valores mais elevados de contaminação microbiológica eram também aquelas que apresentavam uma maior falta de higiene e de limpeza. Assim, os resultados obtidos neste estudo apontam para a possibilidade de contaminação e desenvolvimento microbiano nos materiais usados nas embalagens de produtos hortofrutícolas sobretudo devido à ausência de boas práticas de higiene. É, portanto, fundamental que se realize a higienização, a limpeza e a desinfecção das caixas destinadas a acondicionar produtos hortofrutícolas para evitar a prolife-
7,00
6,00
6,00
5,00
5,00
4,00
log ufc/cm2
log ufc/cm2
Contudo, verificaram-se diferenças significativas entre o tipo de alimento contido nessas caixas, fruto ou hortícola, em termos da contagem de alguns microrganismos [bolores e leveduras, figura 2; e coliformes, figura 3], tendo-se observado uma maior contaminação nas caixas contendo produtos hortícolas. Observou-se ainda que a contagem de microrganismos totais viáveis a 22ºC apresentou valores significativamente superiores à contagem de microrganismos totais viáveis a 36ºC [figura 1] e que a contagem de bolores e leveduras a 25ºC apresentou valores significativamente superiores à contagem de bolores e leveduras a 37ºC [figura 2]. Este resultado está em conformidade com o que seria esperado, uma vez que a maioria dos microrganismos existentes nos produtos hortofrutícolas e que podem contaminar as embalagens são microrganismos mesofilos, ou então psicrófilos.
4,00 3,00
1,00
0,00
Madeira
Madeira
Plástico
Frutos
Hortícolas
Frutos
Bolores e Leveduras (37ºC)
Plástico
Figura 2: Contagem de bolores e leveduras a 25ºC e a 37ºC (log ufc/cm2), nas amostras recolhidas nas diversas colheitas realizadas no MARL.
4,00
3 2,5
3,00 log MNP ou ufc/cm2
log NMP/cm2
Hortícolas
Bolores e Leveduras (25ºC)
Germes (36ºC)
Figura 1: C ontagem de microrganismos totais viáveis a 22ºC e a 36ºC (log ufc/cm2), nas amostras recolhidas nas diversas colheitas realizadas no MARL.
2,00 1,00 0,00 -1,00 -2,00
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2,00 1,00
Germes (22ºC)
*Estudo realizado a pedido da EMBAR – Associação Nacional de Recuperação e Reciclagem de Embalagens de Madeira
3,00
2,00
0,00
ração de microrganismos, principalmente nas embalagens que serão reutilizadas, previamente à sua utilização. A localização e as condições de armazenamento contribuem, também, significativamente, para o controlo da qualidade microbiológica deste tipo de embalagens. Estes requisitos são válidos para os dois tipos de material estudados, ou seja, madeira e plástico.
Hortícolas
Frutos Coliformes Totais
Madeira
Plástico
Figura 3: Contagem de bactérias coliformes (log NMP/cm2), nas amostras recolhidas nas diversas colheitas realizadas no MARL.
2 1,5 1 0,5 0 -0,5 -1 -1,5
Enterococosfecais Madeira
Clostridium perfringns
Pseudomonas
B. cereus
Plástico
Figura 4: Contagem de enterococos, C. perfringens, Pseudomonas (log NMP/cm2) e B. cereus (log ufc/cm2), nas amostras recolhidas nas diversas colheitas realizadas no MARL.
informação económica
Estatísticas
embalagens e 18,5% de madeira em toro) e o Brasil (25,7% de madeira serrada).
Fileira de Madeira e Mobiliário reafirma o seu peso na socioeconomia portuguesa São cinco as grandes divisões que compõem a Fileira de Madeira e Mobiliário: corte, abate, serração e embalagem de madeira; painéis e apainelados; carpintaria e afins; mobiliário e afins; exportação, importação e distribuição de madeiras e derivados. Apesar de caracterizadas por realidades muito diferentes, no conjunto, representam uma das fileiras que mantém uma balança comercial internacional equilibrada
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1. Na Europa A Fileira de Madeira representa, na União Europeia (UE), cerca de 340.000 empresas e emprega aproximadamente 2,9 milhões de trabalhadores, afigurandose, assim, como um dos mais importantes sectores da socioeconomia europeia. Nos dados estatísticos que remontam a 2006, registou-se, nestas indústrias, uma produção de 236 mil milhões de euros, dos quais 118 mil milhões se devem ao subsector do mobiliário. 2. Em Portugal No país, as indústrias da Fileira Florestal são responsáveis por cerca de 5,3% do VAB total da economia, 14% do PIB industrial e 9% do emprego industrial. Isto traduz-se em cerca de 5.000 empresas, que empregam aproximadamente 54.500 trabalhadores, distribuídos predominantemente pelas unidades de pequena dimensão (de 10 a 49 trabalhadores). Em particular, a Fileira de Madeira e Mobiliário é responsável por 12% do total das exportações nacionais, sendo um dos sectores que mantém a balança do comércio internacional equilibrada, com um saldo comercial positivo de 400 milhões de euros.
As exportações ascendem a 1.328 milhões de euros, sendo o mobiliário (56,8%), os painéis de madeira (18,5%) e as madeiras de pinho e de eucalipto, em rolaria e serradas, os principais responsáveis por estes valores. 3. Caracterização dos subsectores da Fileira Uma análise mais detalhada dos diferentes subsectores da Fileira de Madeira e Mobiliário permite verificar como os mesmos evoluíram ao longo dos últimos anos. Exportações, importações, principais mercados ou taxas de consumo são os factores em análise. 3.1 Serração Este subsector é fornecedor de todos os outros que se encontram a jusante e que dependem das matérias-primas que aqui são transformadas. Comparativamente ao ano de 2000, nestas indústrias tem-se vindo a verificar um crescimento notável das exportações, que rondaram os 171%. Em termos de importações, constatouse um crescimento das mesmas de 2006 para 2007, indiciando um consumo crescente. Os principais fornecedores são, sobretudo, a Espanha (com 69,3% para as
.2 Painéis de derivados de 3 madeira Este subsector tem vindo a impor-se ao longo dos anos na Fileira de Madeira, fornecendo cada vez mais as indústrias a montante, nomeadamente as de mobiliário e as de produtos para a construção (portas, pavimentos, divisórias). Em 2007, os principais clientes deste subsector foram a Espanha (61% do valor total das exportações), o Reino Unido (7,1%) e Israel (5,7%). O fluxo comercial com Espanha é balançado com uma importação também elevada (58,2% do valor total de importação). Da Alemanha chegam-nos 7,9% dos painéis importados e da França cerca de 6,4%. Numa retrospectiva desde 2001, constatou-se um crescimento de 79%, verificando-se também um aumento em termos de importações desde 2006, o que indicia uma taxa de consumo crescente. .3 Carpintaria e outros 3 produtos de madeira O subsector de carpintaria e outros produtos de madeira tem demonstrado, desde 2002, uma tendência de crescimento constante: acima da média nacional de cerca de 7% por ano. As exportações dos produtos de carpintaria subiram 273%, quando comparadas com o ano 2000, sobretudo devido aos produtos de produção mais “industrializada” como as portas e parquetes. A importação tem sido variável ao longo do tempo, indiciando um consumo estabilizado. Os produtos de carpintaria dirigem-se, essencialmente, para os mercados de Espanha (46%), Reino Unido (27,8%) e Angola (9%), este último impondo-se cada vez mais como mercado de destino. Em termos de importação, Espanha representa 36,9%, seguida da China e Áustria, com 9% e 7,6% respectivamente. 3.4 Mobiliário Nos últimos anos, tem-se verificado uma tendência de crescimento de cerca de 4% por ano na produção de mobiliário. Desde 2001 que os valores de importação indicam um consumo estabilizado.
informação económica
milhões €
Em termos de exportações, verificou-se um crescimento notável das mesmas (44%). Efectivamente, as empresas nacionais têm vindo cada vez mais a apostar em mercados externos, confirmando, assim, a sua posição no estrangeiro. Os principais destinatários de todo o mobiliário fabricado em Portugal são: Espanha (40,9%), França (30,8%) e Angola (7,9%), rondando o valor total de exportações de mobiliário os 825 milhões de euros. As exportações de mobiliário de madeira contabilizam 211.1 milhões de euros, sendo os principais destinatários a França (33,8%), Espanha (27,7%) e Angola (15,3%). Em termos de importações, Portugal recorre sobretudo aos mercados espanhol (36,5%), francês (26,1%) e alemão (7,6%).
1000 950 900 850 750 700 650 600 550 500 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0
951 825
545 438 315
293
269 182
174 122 10 Serração
Importação
75
85
Embalagens
Exportação
Painéis
Carpintaria
Mobiliário
Produção
Gráfico I - Perspectiva geral da situação dos subsectores da Fileira da Madeira e Mobiliário em 2007
Construções pré-fabricads 3% Embalagem 22%
112
25
Janelas 4%
Madeira Serrada Coníferas 33% Outros produtos de madeira para a construção 28%
Estilha Subprodutos 13%
15 Portas 52%
Cofragens 1%
Madeira Impregnada 10% Madeira Perfilada 4%
Madeira Serrada Folhosas 18%
Gráfico II - P rincipais Produtos de Serração em 2007
Pavimentos 12%
Gráfico III - Principais Produtos de Carpintaria e Outros Produtos de Madeira para a Construção em 2007
Folha de Madeira 9%
Colchão 8% Contraplacado 2%
Aglomerado de fibras (outro) 24%
Componentes de Mobiliário 8%
Mobiliário de Quarto 15%
Assentos (Cadeiras, bancos, estofados, etc...) 12% Mobiliário Plástico e de outros materiais (outro) 1%
Mobiliário de Sala 17%
Mobiliário Metálico (outro) 2%
MDF 17%
Mobiliário de Madeira (outro) 6% Aglomerado de partículas 48% Mobiliário de Escritório e Lojas 18%
Gráfico IV - P rincipais Produtos de Painéis Derivados em 2007
[Fontes: INE, “ProdCom 2007” (EUROSTAT), CEI-Bois, AIMMP]
Mobiliário de Cozinha 13%
Gráfico V - Principais Produtos de Mobiliário em 2007
informação económica
Análise da conjuntura económica
Queda no investimento compromete evolução da economia Emídio Lima, economista mente as iniciativas ligadas ao processo de internacionalização e de promoção integrada dos produtos da Fileira de Madeira e Mobiliário – o Interwood e a Associative Design são exemplos disso.
Quota de mercado das exportações em declínio Em 2008, a queda das exportações portuguesas foi superior à queda da procura externa dos países clientes, verificando-se, como consequência, uma perda da nossa quota de mercado sobretudo no último trimestre. Já em 2004 e 2005 se tinham verificado perdas significativas neste campo, que foram apenas parcialmente recuperadas em 2006 e 2007, como mostra o gráfico publicado que aponta para uma perda líquida de mercado nos últimos cinco anos.
12
8
4
-8
-12
Variação da quota de mercado Procura externa Exportações portuguesas
Adaptado do Boletim da Primavera de 2009, do BdP
2008 T3
2008 T1
2007 T3
2007 T1
2003 T3
2006 T1
2005 T3
2005 T1
2004 T3
-4
2004 T1
0
2003 T3
Contrariar tendências Face a este cenário, as empresas portuguesas, incluindo as do Sector de Madeira e Mobiliário, devem continuar o esforço de investimento nos mercados externos para, no mínimo, travar a progressiva perda da quota de mercado, a qual será reconquistada dificilmente quando a recuperação se iniciar. E esta vai acontecer mais mês, menos mês. Os apoios públicos à internacionalização das empresas assume-se, assim, como uma necessidade estratégica e vital para a manutenção dos mercados externos portugueses e para a promoção sustentada do crescimento do PIB a níveis compatíveis com o crescimento dos nossos mercados naturais.
damental do seu programa para 2009 e 2010 reforçar a competitividade das empresas do sector, reforçando especial-
2003 T1
16
Para esse mesmo fim, também a
aimmp assumiu como estratégia fun-
Taxa de variação real (em %)
O
Boletim Económico da Primavera, editado pelo Banco de Portugal, veio confirmar que o PIB de 2008 teve crescimento nulo devido à forte desaceleração da economia e da produtividade do trabalho verificada no 4.º trimestre do ano. Este comportamento derivou, essencialmente, de uma queda abrupta das exportações nesse período, na ordem dos -8,9%, em volume, e dos -8,6%, em investimento. Por sectores de actividade, a Indústria, com uma variação do VAB de -2,4%, e a Construção, com -5,1%, foram os que tiveram pior desempenho no ano passado. Por sua vez, o VAB da Agricultura, Silvicultura e Pescas cresceu 4,3%, o do sector da Electricidade, Gás e Água 0,7% e o dos Serviços 1,2%. Já de acordo com a Síntese Económica de Conjuntura do INE, de 20 de Abril deste ano, em Janeiro e Fevereiro de 2009, as importações e exportações registaram taxas de variação homóloga nominal de -30,4% e de -30%, respectivamente, o que significa que a tendência do ultimo trimestre de 2008 continuou e se agravou.
informação jurídica
Código do Trabalho
Regime da maternidade e paternidade com novas alterações O primeiro trimestre do ano de 2009 ficou marcado, ao nível do Direito Laboral, pela publicação do “novo” Código do Trabalho, aprovado pela Lei 07/2009, de 12 de Fevereiro. Na presente edição, abordamos o tema da Protecção da Parentalidade dada a recente publicação do Decreto-Lei n.º 91/2009, de 09 de Abril, Diploma que regula o regime de protecção social da parentalidade, e do qual o Código do Trabalho fazia depender a entrada em vigor dos seus artigos 34.º a 62.º relativos a esta matéria.
Principais alterações •E stabelecimento de 4 modalidades da licença parental: Licença parental inicial, Licença parental inicial exclusiva da mãe, Licença parental inicial a gozar pelo pai por impossibilidade da mãe e Licença parental exclusiva do pai; •A umento do período de licença parental inicial no caso de partilha da licença por ambos os progenitores. Com efeito, a licença parental inicial durará 120 ou 150 dias consecutivos por nascimento do filho, cujo gozo pode ser partilhado após o parto. No entanto, esse prazo pode ser alargado em 30 dias quando pelo menos um dos meses for gozado de forma exclusiva por um dos progenitores; •R eforço dos direitos do pai por nascimento do filho, quer no que se refere aos direitos de gozo obrigatório quer no que se refere aos direitos de gozo facultativo. A licença parental exclusiva do pai é, assim, composta por: 10 dias úteis de gozo obrigatório nos 30
dias posteriores ao nascimento do filho, 5 dos quais são gozados de forma consecutiva e imediatamente a seguir ao parto; ou 10 dias úteis de gozo facultativo, seguidos ou interpolados, desde que gozados, após o período de gozo obrigatório e em simultâneo com a licença parental inicial por parte da mãe; •N o âmbito do regime de faltas e licenças destaca-se a atribuição de dispensa para consultas pré-natais: ao pai são concedidas 3 dispensas do trabalho para acompanhar a mãe às consultas; a trabalhadora grávida tem direito à dispensa ao trabalho, pelo tempo e número de vezes necessárias; •C oncessão de faltas para assistência inadiável e imprescindível, em caso de doença ou acidente, a filho menor de 12 anos (10 anos no Código anterior), até 30 dias por ano ou até 15 dias, no caso de menor com mais de 12 anos; •R eforço dos direitos dos avós que, em caso de substituição dos progenitores,
têm as faltas para assistência aos netos menores doentes, com deficiência ou doença crónica, subsidiadas; • Além da situação acima referida, são ainda concedidos aos avós 30 dias consecutivos a seguir ao nascimento do neto que viva em comunhão de mesa e habitação e seja filho de menor de 16 anos; • Equivalência da Licença de adopção de menor de 15 anos à licença parental inicial, quando no anterior Código se previa apenas uma licença de 100 dias consecutivos; •A largamento do esquema de protecção social na parentalidade aos trabalhadores independentes, que passam a beneficiar do subsídio parental exclusivo do pai e do subsídio para assistência a filho com deficiência ou doença crónica. [Para informações adicionais, contacte com o Departamento Jurídico da aimmp. E-mail: Joana.sousa@aimmp.pt]
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Associado nr. 2406
empresa do mês
Lugar do Agrelo, Sequeira, Braga Telf. 253 605 280 www.damadeira.pt
Damadeira – Madeiras e Derivados, Lda
Serviço ao cliente é a grande aposta da empresa Distribuidora das principais marcas de referência europeias, a Damadeira tem sofrido uma crescente evolução ao longo dos anos, tendo registado, em 2008, um volume de negócios de 22 milhões de euros. Esta empresa, uma das mais recentes associadas da aimmp, aposta de forma determinada na sua proximidade com o cliente propondo sempre novas soluções, mais produtos e melhor serviço
18
E
specialista na distribuição de madeira e derivados para os sectores do mobiliário, carpintaria, construção civil, arquitectura e decoração, a Damadeira surgiu em 1994 no seio da Madeicávado. Foi em 2008 que se estabeleceu um protocolo de entendimento com a empresa ICO, dando origem ao Grupo Madeicávado – Ico, que se dedica à distribuição de madeiras e derivados através da Damadeira, bem como ao aconselhamento, projecto e aplicação de soluções técnicas em madeiras e derivados pela empresa Tecniwood. Sediada em Braga, esta associada da aimmp está também presente na Póvoa de Varzim, em Pombal, em Alenquer e, desde Janeiro deste ano, no Seixal. Distribuidora das principais marcas de referência europeias, oriundas de países como Espanha, França, Rússia, Itália e Alemanha, a Damadeira apresenta um alargado leque de produtos, incluindo marcas de representação exclusiva como a Arpa, Marotte, Mazzonetto, Silverwood, Timberacoustic e Moso/Unibamboo.
Actualmente, possui uma carteira de mais de 5.000 clientes e um portefólio de mais de 8.000 referências de artigos. A empresa dispõe, ainda, de 20 mil metros quadrados de área de vendas, 25 mil metros quadrados de armazém, uma frota de distribuição própria e as tecnologias mais avançadas em termos de logística e comunicação. Atendimento personalizado e expedito Desde o início do ano que os serviços da unidade industrial estão concentrados num só espaço, em Braga, onde os clientes podem recorrer aos serviços de corte, orlagem, fresagem e furação de madeiras na hora, ao balcão. A empresa disponibiliza, também, serviços de maquinação, secagem e serragem de madeiras, neste caso, em 48 horas. A grande aposta da Damadeira consiste no serviço ao cliente, tendo, por isso, implementado algumas melhorias a esse nível. O alargamento do horário de atendimento - das 08h00 às 18h00 -, e
as entregas em 24 horas foram algumas das medidas implementadas pela empresa. Já no sentido de tornar a comunicação com o profissional mais eficiente, foi criada uma linha directa de telefone e fax, assim como emails directos para pedidos de orçamentos e encomendas.
programas e eventos
Plano anual de candidaturas QREN 2009
1º Semstre
2º Semestre
Recepção de candidatua
Recepção de candidatua
Início
Porque o futuro do sector exige uma aposta na I&D, na inovação e na qualificação, não pode perder as oportunidades que o QREN lhe oferece. Nesse sentido, a aimmp está inteiramente disponível para apoiá-lo na elaboração da sua candidatura. Consulte já o plano anual PO Factores de Competitividade para o primeiro semestre de 2009 e contacte-nos.
Fim
Início
Fim 21-Out-09
SI I&DT – Investigação e Desenvolvimento Tecnológico Individuais de I&DT
13-Abr-09
14-Mai-09
23-Set-09
Co-promoção I&DT
15-Jun-09
15-Set-09
2-Nov-09
16-Jan-10
Núcleos de I&DT
14-Abr-09
18-Mai-09
23-Set-09
21-Out-09
Centros de I&DT
14-Abr-09
18-Mai-09
23-Set-09
21-Out-09
Vale I&DT
13-Abr-09
13-Mai-09
15-Set-09
13-Out-09
I&DT Colectiva
14-Abr-09
18-Mai-09
14-Set-09
12-Out-09
Projectos Mobilizadores
-
-
-
-
Projectos Demonstradores
-
-
1-Set-09
28-Set-09
SI Inovação Projecto de Inovação
15-Abr-09
21-Mai-09
13-Out-09
9-Nov-09
Projecto de Empreendedorismo
15 Ab 09
21 Mai 09
13-Out-09
9-Nov-09
SI Qualificação PME Vale Inovação
7-Abr-09
11-Mai-09
15-Set-09
13-Out-09
Projectos Individuais
7-Abr-09
11-Mai-09
15-Set-09
13-Out-09
Projectos Conjuntos (Internacionalização)
20-Abr-09
30-Jun-09
-
-
Projectos Conjuntos (Outras tipologias)
7-Abr-09
15-Mai-09
31-Ago-09
225-Set-09
Projectos em Cooperação
7-Abr-09
11-Mai-09
15-Set-09
13-Out-09
Competir, exportar e superar a crise com a AIMMP Determinada e dedicada a optimizar os factores críticos de sucesso dos negócios das empresas que representa, a aimmp tem vindo a desenvolver um conjunto de projectos de inquestionável mais-valia para o desenvolvimento sustentado da Fileira de Madeira e Mobiliário. Nesta rubrica, a aimmp dá-lhe a conhecer as principais acções que estão em curso para que a sua empresa possa competir, exportar e superar a crise. PROJECTOS E INICIATIVAS
PRINCIPAIS ACÇÕES REALIZADAS
PRÓXIMOS PASSOS
PASIMM - Plano de Apoio ao Sector das Indústrias de Madeira e Mobiliário
Reuniões com o Governo para a aprovação do PASIMM; Divulgação do PASIMM junto do sector e dos media nacionais em sessão pública.
Organização de sessões de esclarecimento sobre o PASIMM dirigidas às empresas do sector.
Estudo das Serrações / Plano Estratégico para a Reestruturação e Modernização da Indústria de 1.º Transformação de Madeira em Portugal
Visitas de campo a serrações portuguesas em parceria com a SPI; Organização de sessão para apresentação das primeiras conclusões do Estudo das Serrações ao sector.
Continuação das visitas a empresas da 1.ª transformação; Concepção da versão final do estudo com visitas à Feira de Hannover, LIGNA, para analisar as últimas inovações tecnológicas ao nível dos equipamentos; Apresentação final do estudo.
INTERWOOD (internacionalização)
Divulgação da aprovação do projecto Interwood pelo AICEP no valor de 3 milhões de euros; Organização da participação de empresas portuguesas no Salão Internacional do Móvel, em Milão; Organização da participação portuguesa na ICFF, em Nova Iorque.
Organização da Casa de Sonho na FACIM, em Moçambique; Preparação de Estudos de Mercado.
COOPERWOOD (cooperação)
Organização da presença da marca Associative Design no Salão Internacional do Móvel em Milão e também na Zona Tortona em parceria com a Portugal Brands; Organização da presença da Associative Design na ICFF, em Nova Iorque.
Organização de showrooms com a Associative Design em Marrocos e Angola; Preparação de Guias de Boas Práticas em diversa áreas do sector; Implementação do Observatório da Competitividade da Fileira de Madeira.
CONSULTWOOD (consultadoria)
Angariação de empresas para a participação nos diversos projectos.
Continuação da angariação de participantes nos diversos projectos e acompanhamento dos que estiveram em execução.
FORMWOOD (formação)
Angariação de empresas para a participação do projecto de "Formação Acção Individualizada" nas áreas: Planemanento Estratégico, Gestão da Inovação, Internacionalização, Marketing e Comunicação, Design, Gestão Financeira e Gestão da Produção.
Arranque oficial do projecto em Seminário de Inserção promovido pelo IAPMEI
PROJECTO ANGOLA
Apresentação e análise dos Estudos de Viabilidade Técnica-Económica para a instalação de Indústrias de Madeira, Mobiliário e Afins em Angola por parte do Governo local.
Definição dos parceiros portugueses e angolanos para a execução do projecto.
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