Jornal Verde Vila - Edição 02

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O Incrível Suco A receita do mês é um delicioso suco verde, feito com maracujá, couve, rico em QXWULHQWHV H ˉEUDV &RQˉUD D receita de Carolina Santos e os benefícios que essa delícia traz à nossa saúde. Página 8

Origens da Vila Baiana De onde vieram os atuais moradores da Vila Sahy? Quais eram seus sonhos ao chegar aqui? Como esses desbravadores contribuíram na construção desse bairro, dessa cidade? Qual legado esses ilustres migrantes deixam para as novas gerações de moradores? Diversas perguntas pipocavam em nossas mentes quando começamos a investigar os mais antigos moradores do bairro. Conheça as respostas para essas e outras dúvidas sobre as origens do bairro encravado no meio da mata nativa, há quase 30 anos na página 4.

Julho: mês de festa! No dia 8 de julho, o Instituto Verdescola realizará sua primeira festa julina, com comidas típicas, decoração sustentável e quadrilha competitiva. Saiba mais e prestigie na página 3

Qual o segredo da Baiana? O que há de tão especial que faz essa Vila ser tão querida e seus moradores tão felizes vivendo aqui. Os moradores do bairro nos disseram no que a Vila Dezenas de cachorros habitam as Saiba como garantir a segurança e a Sahy se destaca desde os tempos em ruas da Vila, sujam as ruas com seus higiene do bairro, e como cuidar dos que era conhecida como Vila Baiana. &RQˉUD QD página 7 dejetos e transmitem diversas doenças. nossos animais. Página 3

Cachorros abandonados

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Ed ito ria l

Sim, chegamos Ă segunda edição! Mais uma vez os jovens da Vila Sahy superaram todas as barreiras de tempo, cansaço e criatividade. O jornal estĂĄ uma belezura, e vocĂŞs poderĂŁo conferir a seguir. No ‘Mico do Sahy’ resolvemos investigar a origem de tantos cachorros abandonados na Vila, e quais as consequĂŞncias dessa irresponsabilidade com os pobres animais. A sujeira resultante do descaso e maneiras de resolvermos o problema tambĂŠm fazem parte dessa pauta. Os meses de junho e julho sĂŁo tempos de festas com muita mĂşsica, comidas tĂ­picas, danças e diversĂŁo. Esses sĂŁo os principais elementos que compĂľem a festa julina do Instituto Verdescola, tema do nosso ‘Mexa-se’ dessa edição. O ‘Na Pegada’ traz uma interessante matĂŠria sobre o passado, presente e futuro daquela que foi carinhosamente apelidada de Vila Baiana. Suas origens, os primeiros desbravadores e o que pensam seus atuais moradores sĂŁo destaques dessa matĂŠria imperdĂ­vel. $ IRWRQRYHOD GD VHŠ¼R Č&#x;5HYHODŠ¡HVČ HVVH PÂŹV HVWÂŁ GLYHUWLGÂŻVVLPD 8P ˉOKR UHEHOGH WHQWD IXJLU GH VXDV UHVSRQVDELOLGDGHV GHL[DQGR VHX SDL FRP QHUYRV D ËŠRU GD SHOH &RP UD]ÂĽR Nessa edição ainda temos jogos, uma nutritiva receita na seção ‘Boa Pedida’ e uma histĂłria em quadrinhos bem bacana. Tudo isso nas prĂłximas pĂĄginas, feitas com carinho para vocĂŞ. Como esse espaço ĂŠ pra falar de coisas boas, gostarĂ­amos de agradecer os moradores da Vila Sahy, que foram receptivos com nossa jovem equipe de reportagem, e abriram as portas de suas casas – e de suas vidas tambĂŠm – para que pudĂŠssemos produzir mais uma edição de nosso Verde Vila. Essa ĂŠ apenas a segunda edição de uma parceria que se estenderĂĄ por muitas e muitas outras ediçþes, comprometidas com princĂ­pios ĂŠticos, responsabilidade e busca pela verdade, as bases de nosso jornal. 0DQGH SDUD QÂľV VXDV FUÂŻWLFDV HORJLRV FRPHQWÂŁULRV H VXJHVW¡HV GH PDWÂŤULDV SRLV DˉQDO GH FRQWDV HVVH HVSDŠR WDPEÂŤP ĂŠ seu. Nosso e-mail ĂŠ jornal.verde.vila@gmail.com. Na medida do possĂ­vel, tentaremos atender a todas as demandas e temas que forem importantes para nossa comunidade. Fica a dica!

Ex pe di en te

Hoje, 8 de julho, nos lançamos em festa. Com a mesma festa que sempre pretendemos que exista em nossas atividades, HP QRVVRV HQFRQWURV 4XH YHQKD PDLV XPD HVWDPRV D WRGR YDSRU SUD HQFDUDU GH IUHQWH PDLV XP GHVDˉR ( UHDOL]DU DV proezas que sempre aparecem diante dos nossos olhos, sob as mĂŁos talentosas dos jovens da Vila Sahy.

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Fotografia – 1. Bruna Amparo, 2. Carine de Jesus, 3. Emerson Ribeiro, 4. RaĂ­ Baltar – Fotonovela - 15. Bruna Oliveira, 6. Beatriz Silva, 7. Joice de Jesus, 8. DĂŠbora Nascimento Artes GrĂĄficas – 9. FlĂĄvio Franklin, 10. Matheus Lima, 11. Mathier Lima – Jornalismo – 12. Allan da Silva, 13. Ana Paula de Jesus, 14. Carolina Santos, 15. FlĂĄvia Santana, 16. Marciel Bezerra, 17. Sabrina Soares, 18. Thalia Nunes - Orientadores TĂŠcnicos Č? -DQGHU ) 6RX]D )RWRJUDˉD -XOLR &RUGHLUR $UWHV *U£ˉFDV 0DUFHO =DPDUUHQKR )RWRQRYHOD =DÂŻUD 3LUHV -RUQDOLVPR Č? Coordenação Č? $GHOL Ȣ0RUHQDČŁ &DQÂŁULR (GXFDGRUD 9HUGHVFROD $OEHUWR 3HGURVR -XQLRU &RPXQLFDŠ¼R H 0DUNHWLQJ 9HUGHVFROD *LVHOD *HURWWR $VVHVVRUD GH 3URMHWRV 9HUGHVFROD /XL] )OÂŁYLR /LPD *HUHQWH $/$9$1&$ /XFLDQD )DULD *HUHQWH 3HGDJÂľJLFD 9HUGHVFROD 3DWULFN $QGUDGH 'HVLJQHU *U£ˉFR Jornalista ResponsĂĄvel $QGUÂŤLD 3LQKHLUR PWE

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É uma cachorrada!

CĂŁes abandonados causam transtornos aos moradores da Vila Sahy

A Vila Sahy estå repleta de cachorros abandonados pelas ruas. O animais vivem vagando pelas redondezas, comendo restos e fuçando lixo, alÊm das fezes que sujam as calçadas. O transtorno que esses animais causam Ê imenso. Por vezes, os cachorros brigam entre si, assustando crianças e transeuntes, rasgam sacos de lixo e espalham a sujeira, alÊm do próprio cocô, que cheira mal, suja as ruas, gruda nas solas dos sapatos e transmite doenças. Quando moram nas ruas, os bichos não são vacinados, e sua mordida, alÊm de machucar, Ê transmissora de doenças.

Moscas são atraídas pelas fezes. Esse inseto veicula diversas doenças e facilita a propagação de bactÊrias. Os próprios animais acabam sendo alvo de parasitas como viroses e verminoses. Para pensar em uma boa forma de resolver o problema, devemos pensar em seu foco. A principal pergunta Ê como esses animais chegaram às ruas. O mais provåvel Ê que foram abandonados pelos seus donos. Muitas vezes, uma família adota um animal ainda filhote, acompanha seu crescimento, mas quando ele começa a criar problemas, como adoecer,

obrigação do dono. NinguĂŠm tem que conviver com as necessidades dele pela UXDČŁ DˉUPD Para evitar o grande nĂşmero de animais pelas ruas, algumas atitudes sĂŁo HˉFD]HV $ SULPHLUD GHODV ÂŤ PDQWHU RV seus cĂŁes em casa, nĂŁo deixa-los soltos sozinhos nas ruas e sĂł passear com eles Sanar esses tipos de problema na coleira. Assim, eles nĂŁo fogem e nĂŁo requer algumas atitudes responsĂĄveis e sujam as ruas com fezes ou lixo. higiĂŞnicas, essenciais a qualquer um que queira ter um animal de estimação. A A castração, por outro lado, ĂŠ uma primeira delas ĂŠ recolher o cocĂ´ do seu forma efetiva de evitar a procriação cĂŁozinho ao levĂĄ-lo para passear, usando indesejada dos animais. CĂŁes castrados uma sacolinha plĂĄstica ou similar. Em sĂŁo mais dĂłceis e caseiros. Em clĂ­nicas SĂŁo SebastiĂŁo, nĂŁo hĂĄ nenhuma lei que particulares, a cirurgia pode custar de obrigue os donos a recolher os dejetos de cinquenta a duzentos reais. seus animais. Apesar disso, a domĂŠstica Em Juquehy, a prefeitura costuma DulcinĂŠia Febbo, de 51 anos, dĂĄ o exemplo realizar campanhas trimestrais de ao passear com Dolce, seu yorkshire de 5 castração gratuita, em uma parceria anos de idade. “Recolher as necessidades entre a secretaria de saĂşde, os centros de ˉVLROÂľJLFDV GR DQLPDO GH HVWLPDŠ¼R ÂŤ FRQWUROH GH ]RRQRVHV &== H D 21* 6$0-8 uma questĂŁo de educação, alĂŠm de ser – Sociedade dos Amigos de Juquehy.

Responsabilidade e cuidado com os animais

nas ruas ĂŠ a procriação dos prĂłprios animais. Os filhotes recĂŠm-nascidos de uma cadela, se nĂŁo sĂŁo doados ou vendidos, acabam, tambĂŠm, indo para a rua, se a famĂ­lia dona da mĂŁe nĂŁo tiver condiçþes – ou vontade - de Outro motivo do excesso de cĂŁes manter mais um bicho sob sua guarda.

Adotar cachorros abandonados ĂŠ uma atitude que os retira das ruas. A estudante Francine Maria da Silva, de 17 anos, adotou um cĂŁo que vivia com uma antiga vizinha, mas nĂŁo era bem cuidado. “Pedi a ela que me desse o cachorro, porque ela o maltratava muito. Se eu nĂŁo ˉFDVVH FRP HOH SURYDYHOPHQWH ele seria mais um dos animais que vivem nas ruas aqui na Vila.â€? O animal estĂĄ na famĂ­lia de Francine hĂĄ dois anos. Mas, o mais importante. Antes de GHFLGLU DGRWDU XP DQLPDO VHMD ˉOKRWH ou adulto, pense na responsabilidade que se tem com aquela vida, jĂĄ que o animal precisarĂĄ de cuidados, darĂĄ gastos e demandarĂĄ atenção durante todo o tempo de permanĂŞncia na famĂ­lia. O que nĂŁo vale ĂŠ jogar o animal Ă sua prĂłpria sorte no primeiro problema que ele causar.

coreografadas por Carlos Jefferson Alves, instrutor de dança no Instituto. De acordo com o professor, o diferencial da Festa julina do Verdescola mobiliza toda a comunidade quadrilha do Verdescola com relação Ă s GDQŠDV FDUDFWHUÂŻVWLFDV ÂŤ D FRUHRJUDˉD Ȣ$V Por Thalia Nunes e Sabrina Soares quadrilhas costumam ser muito paradas, )RWRJUDˉDV SRU (PHUVRQ 5LEHLUR H %UXQD $PSDUR chatas e repetitivas, mas no caso da dança competitiva, tĂ­pica no Nordeste do No dia 8 de julho de 2011, das 9h00 milhos, maçã do amor, pipoca e cachorro SDÂŻV DV FRUHRJUDˉDV VÂĽR PDLV FULDWLYDV H Ă s 15h00, acontecerĂĄ a primeira festa quente, alĂŠm dos doces de abĂłbora, coco diferentesâ€?, diz Jefferson. julina do Verdescola na Vila Sahy, sob a e pĂŠ de moleque. organização e planejamento de Cleber O Instituto Verdescola convida a todos Novais e demais funcionĂĄrios do Instituto. No Verdescola, a responsĂĄvel pelos os moradores da Vila Sahy e regiĂŁo para sabores da festa ĂŠ a dona Maria Edvone, prestigiar sua festa julina. Na ocasiĂŁo da Festa tĂ­pica da cultura popular TXH GHˉQH DV UHFHLWDV H FXLGDUÂŁ GD festa, ocorrerĂĄ o lançamento da segunda brasileira, as festas juninas celebram preparação do quentĂŁo sem ĂĄlcool. edição do jornal Verde Vila – esta que os dias de Santo AntĂ´nio, SĂŁo Pedro e SĂŁo JoĂŁo. Apesar de as datas desses A decoração da festa ĂŠ seu grande vocĂŞ tem em mĂŁos. padroeiros serem comemoradas no mĂŞs GLIHUHQFLDO 6HJXQGR *UDFLQGD 0DULD GD de junho, os festejos caracterĂ­sticos se Silva, responsĂĄvel pela decoração do estendem aos meses de julho e agosto. evento, todos os materiais empregados Serviço: QD FRQIHFŠ¼R GRV DGHUHŠRV H ˉJXULQR GD Por ser inverno no paĂ­s, as comidas quadrilha sĂŁo de reuso, sendo que apenas Festa Julina do Instituto Verdescola e bebidas consumidas nessa ĂŠpoca sĂŁo OLQKDV FROD RX PDWHULDLV HVSHF¯ˉFRV VÂĽR Dia 8 de julho de 2011 quentes e fortes. Canjica de milho branco, de primeira mĂŁo. HorĂĄrio: das 9h00 Ă s 15h00 caldo de mandioca ou vacatolada, quentĂŁo e vinho quente sĂŁo os astros da 3RU ˉP DV DWUDŠ¡HV GD IHVWD Endereço: Rua Manoel Neto, 12, Vila Sahy, festa, que tambĂŠm serve bolos e broas de serĂŁo duas quadrilhas competitivas, SĂŁo SebastiĂŁo – SP

Serviço: &DPSDQKD GH FDVWUDŠ¼R JUDWXLWD 6$0-8 Č? 6RFLHGDGH GRV $PLJRV GH -XTXHK\ 3UÂľ[LPD FDPSDQKD $JRVWR GH ,QIRUPDŠ¡HV

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ArraiĂĄ Verde

roer objetos, fazer sujeira no quintal, morder, ou ocupar muito espaço, seus donos acabam decidindo por mandålos embora, as vezes doando, ou as vezes deixando-os na rua.

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Pe ga da N a

Vila Baiana de cabo a rabo

As origens da vila mais plural de São Sebastião na opinião dos seus mais antigos – e tambÊm dos mais novos - moradores

De onde vieram todas essas pessoas que povoam a Vila Sahy? O que vieram fazer aqui? O que buscavam, qual era sua intenção? Em que contribuíram na construção desse bairro, dessa cidade? Diversas perguntas pipocavam em

nossas mentes quando começamos a TXH VDL GD VXD FDVD SUD ˉQFDU UDÂŻ]HV investigar os mais antigos moradores em outras terras, em busca de trabalho, do bairro. dinheiro, felicidade. É a histĂłria das pessoas que vem com força e garra, O que descobrimos nĂŁo foi novidade. GLVSRVWRV DR TXH GHU H YLHU SDUD ˉUPDU Foi como a histĂłria de todo migrante, alicerce em sua nova pousada.

Os moradores da Vila Sahy, antiga Vila Baiana, vieram em sua maioria da cidade de Coaraci, estado da Bahia – daí a origem do nome – ao ouvir as histórias GDTXHOHV TXH HQFDUDUDP R GHVDˉR H deram certo.

Pioneirismo que vem de longe Quem foi o primeiro a vir, não sabemos exatamente. Mas o senhor Manuel da Cruz Ê considerado o fundador do bairro, de acordo com sua ˉOKD 'HOPD /ŸFLD GH 4XHLUR] %DWLVWD 44 anos. Hå 27, desembarcaram em terras sebastianenses por ouvirem os relatos de um certo tio AmÊrico, que garantia muito trabalho, muitas oportunidades, dinheiro e chance de melhorar de vida. Delma tinha apenas 17.

muita lama e minava ĂĄgua do chĂŁoâ€?, DˉUPD Dona AdĂŠsia Maria de Jesus, 69 anos, diz ter sido uma das primeiras moradoras da Vila. Na regiĂŁo hĂĄ mais de 20 anos, trabalhou por muitos deles como domĂŠstica na Barra do Sahy. Quando perguntada se conquistou seus objetivos aqui, AdĂŠsia ĂŠ categĂłrica. “Quando vim pra cĂĄ, arranjei um emprego que dava para comer, beber, vestir, comprei meu terreno e construĂ­ minha casa. Estou muito felizâ€?, diz a Das histĂłrias que ela conta, algumas senhora. informaçþes sĂŁo desencontradas, porque ela tambĂŠm nĂŁo se lembra Com o passar dos anos e com a muito bem. Segundo ela, o terreno notĂ­cia da prosperidade correndo inicial da Vila era um grande brejo. entre os novos habitantes e seus O dono, de acordo com Delma, um familiares que ainda permaneciam na “ricĂŁo lĂĄ da Barraâ€?, nĂŁo queria o lote, cidade natal, aos poucos a Vila foi se e deixou que esses novos moradores povoando, recebendo novos migrantes, construĂ­ssem seus barracos aqui. “Ele acolhendo outros moradores. tinha muitas outras propriedades e nĂŁo fazia questĂŁo desse, que tinha Foi o que aconteceu com a

domĂŠstica Francisca Alves, 49 anos. Ao contrĂĄrio da maioria das pessoas da Vila, Francisca nĂŁo ĂŠ baiana, mas cearense, da cidade de Jati. Ela veio deixando o exmarido e uma pequena casa, tambĂŠm em busca de trabalho e de melhores condiçþes de vida. “NĂŁo tenho vontade de voltar. Aqui estĂŁo meu pai, minha mĂŁe, meus TXDWUR ˉOKRV 7HQKR PHX WUDEDOKR PHX propriedades na Barra do Sahy e praias barraquinho. Porque ia querer voltar prĂłximas. para o sofrimento?â€?, completa. Alguns trabalharam na construção das casas, outros ainda As pessoas que deixaram suas estĂŁo empregados no cuidado casas, em sua maioria, trabalharam dessas residĂŞncias, bem como em nas casas de veraneio de famĂ­lias hoteis, pousadas, escolas, clubes e da alta sociedade paulistana, com restaurantes.

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Personalidades da Vila Histórias curiosas tambÊm rondam a Vila Sahy. É o caso do VHQKRU FRQKHFLGR FRPR 9L =RU¾ RX 9L =¾LR TXH QRV VRUULX DR GL]HU que era um terrorista, e tinha mais de 500 anos. Todos os dias podemos encontrar o homem caminhando feliz e despreocupado pelas ruas do bairro.

Um dos mais velhos moradores da regiĂŁo, Laurindo Nunes da Cruz ĂŠ um senhor de 78 anos de idade, ativo, lĂşcido e falante. Durante nossa visita, lixava ininterruptamente um pedaço de cano, para consertar uma “encanaçãoâ€? no bar que tem na frente de sua casa.

AlĂŠm do bar, Laurindo ĂŠ dono de quatro casas na Vila, e uma na sua cidade, Coaraci, que visita ao menos uma vez por ano. “Pensando no jeito que a gente estava quando veio para cĂĄ, hoje podemos nos considerar ricosâ€?, comemora o comerciante. Laurindo lembra que, quando chegou na Vila, os espaços eram cobertos pela mata nativa, que começou a ser derrubada aos poucos. Na regiĂŁo, foram construĂ­das casas de madeira, que, por sua vez, deram lugar a casas de alvenaria. Mais um grande exemplo de sucesso, felicidade e perseverança entre os migrantes da Vila Sahy, ĂŠ a dona de casa Maria da Conceição Costa, de 67 anos, vinda tambĂŠm da cidade de Coaraci KÂŁ DQRV 'HSRLV GH FULDGRV RV ˉOKRV conquistada sua casa prĂłpria e sua independĂŞncia, Maria voltou a estudar. EstĂĄ cursando a terceira sĂŠrie do ensino fundamental em uma escola pĂşblica em Juquehy. “Agora que comecei e tomei gosto pelos estudos novamente, sĂł paro quando estiver com 80 anosâ€?, garante a estudante.

O futuro Ê agora! Independente da idade, da região da qual Ê proveniente, dos sonhos e dos resultados alcançados, o fato Ê que a Vila Sahy estå repleta de gente boa, batalhadora, humilde, que tem nos olhos o brilho da simplicidade, de quem não esmorece diante do sofrimento, e carrega um fogo novo e forte durante toda sua vida, da infância à velhice, com a gana de quem vai transformar o mundo a cada toque das mãos, a cada dia de trabalho e a cada noite de descanso, pra começar de novo e mais uma vez no dia seguinte.

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fogo no olhar, de encarar a vida sem medo e sem preguiça.

rio SĂŠ

e geração de renda para suas famĂ­lias. a força caracterĂ­stica daqueles que 9LHUDP FULDU VHXV ˉOKRV VHUHP IHOL]HV migram em busca de oportunidades e felicidade, eles vieram com tudo, para ConstruĂ­ram suas casas e as casas dos agarrar e nĂŁo soltar mais suas novas VHXV SDWU¡HV FXLGDUDP GRV VHXV ˉOKRV vidas. H GRV ˉOKRV GRV VHXV SDWU¡HV ODYDUDP cozinharam, limparam. ConstruĂ­ram E nunca mais foram embora. E O que motivou essa vinda foi a a Vila Sahy e a Barra do Sahy. E a Vila nĂŁo vĂŁo, porque a Vila Sahy ĂŠ desse procura por oportunidades de trabalho Mosquito, e a Baleia, e Boiçucanga. Com povo forte, com suor no rosto e

la Fa

A Vila Sahy existe hå quase 30 anos, da Êpoca em que decidiram que se chamaria Vila Baiana. As pessoas que vieram para esse bairro, em sua maioria da cidade de Coaraci - BA, vieram cheias de garra, força e vontade de trabalhar.

Pensando nisso, perguntamos aos moradores da vila, que jĂĄ foi chamada de baiana, o que hĂĄ de especial nesse bairro, que faz as pessoas serem sempre mais engajadas.

O que Ê que a baiana tem? Ȣ$V SHVVRDV TXH PRUDP DTXL V¼R ¾WLPDV 0RUR DTXL K£ DQRV H Q¼R WHQKR YRQWDGH GH LU HPERUD R FOLPD  JRVWRVR &RQYLYR FRP DV SHVVRDV QXPD ERD ȣ AÊlcio Moreira de Souza, 47 anos, mecânico

Ȣ$ YLOD ÂŤ PXLWR ERD WHP D 9HUGHVFROD TXH FXLGD GDV QRVVDV FULDQŠDV GRV QRVVRV ˉOKRV $TXL WDPEÂŤP WHP PXLWD JHQWH KXPLOGH PXLWD JHQWH ERD FRP YRQWDGH GH WUDEDOKDU ČŁ Alex Dias de Jesus, 29 anos, cabeleireiro

Ȣ2 TXH WHP QD 9LOD ÂŤ R TXH DV SHVVRDV TXH PRUDP DTXL WÂŹP (ODV VÂĽR HVSHUWDV OLJHLUDV WUDEDOKDGRUDV H QR OXJDU GR VDQJXH WHP GHQGÂŹ QDV YHLDV ČŁ „QJHOD 6LOYD 0DUTXHV %RQˉP GRPÂŤVWLFD

Ȣ&RUDJHP GH WUDEDOKDU H DOHJULD GH YLYHU 2 OXJDU ÂŤ WUDQTXLOR SDUD FULDU RV ˉOKRV ČŁ 0DULD 9DOGLUHQH 6LOYD 6DQWRV DQRV FDEHOHLUHLUD

Ȣ2 OXJDU DV SHVVRDV 2 SHVVRDO TXH YLYH DTXL  PXLWR HGXFDGR PHVPR Q¼R VH FRQKHFHQGR WRGRV VH FXPSULPHQWDP ȣ *LVHOH $SDUHFLGD GH /LPD DQRV HVWXGDQWH

Ȣ$ 9LOD WHP PXLWD JHQWH KXPLOGH KRQHVWD WUDEDOKDGRUD ȣ Reinaldo dos Santos, 40 anos, pedreiro

Ȣ7HP VLOÂŹQFLR WHP SD] ‹ XP OXJDU WUDQTXLOR VHP PXLWR EDUXOKR VHP DTXHOD FRQIXVÂĽR GH FLGDGH JUDQGHČŁ Sabrina Alves de Oliveira, 22 anos, domĂŠstica Ȣ‹ XP OXJDU ERP GH PRUDU GH FULDU RV ˉOKRV $TXL ÂŤ PXLWR VRVVHJDGR WHP PXLWD SD] 6RX PXLWR IHOL] DTXL HPSUHJR ÂŤ IÂŁFLO JDQKD VH EHP ČŁ Claudemilson Cardoso, 35 anos, vigia noturno

Ȣ$ 9LOD %DLDQD HVW£ FKHLD GH SHVVRDV TXH WHP VDQJXH TXHQWH WHP WXGR GH ERP TXH DOJXP SUHFLVD SUD YLYHU EHP ȣ Erivana Souza Nunes, 29 anos, domÊstica

Ȣ$ YLOD WHP PXLWD IHOLFLGDGH 2V PRUDGRUHV V¼R XP FRQMXQWR 7RGR PXQGR VH G£ EHP VH DMXGD (VW¼R WRGRV GLVSRVWRV D DMXGDU TXDQGR SUHFLVDPRV GH DOJXPD FRLVD ȣ Ȣ7HP PXLWR OL[R QD UXD D 9LOD SUHFLVD GH PXLWD OLPSH]D ȣ Welber Lisboa, 32 anos, pedreiro JosÊ Josiane Viera da Rocha, 22 anos, domÊstica e depiladora

Ȣ7HP HVJRWR QR PHLR GD UXD SRGUH IHGRUHQWR $ JHQWH ˉFD VHQWLQGR HVVH FKHLUR IHGRUHQWR R GLD LQWHLUR H QLQJXÂŤP ID] QDGD SDUD PHOKRUDU ČŁ Nelita, 54 anos, domĂŠstica

Ȣ$ 9LOD %DLDQD  PXLWR OHJDO  PRYLPHQWDGD DV SHVVRDV V¼R OHJDLV VLQFHUDV KXPLOGHV ȣ /HW¯FLD 5LEHLUR GD &UX] DQRV HVWXGDQWH

Ȣ$TXL WHP PXLWR WUDEDOKR TXH HP QRVVD WHUUD &RDUDFL Q¼R Ȣ$ 9LOD WHP XP SHVVRDO GH UHVSHLWR XPD JDOHUD TXH VHPSUH WHP ȣ FRQVLGHUD D JHQWH DMXGD FRPR SRGH H DV FRLVDV HVW¼R VHPSUH Marcelo Santos Chaves, 32 anos, motorista, açougueiro, PHOKRUDQGR ȣ armador de ferragens, ambulante JosÊ Cristiano de Lima Souza, 25 anos, cabeleireiro

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D iv irt a-� se !

Depois do sucesso de nossa dica na primeira edição – a mousse de abacate -, resolvemos manter a tradição e apresentar mais uma deliciosa e nutritiva receita verde. Agora ĂŠ a vez GR ,QFUÂŻYHO 6XFR GR +XON &RPSRVWR por ingredientes simples, como couve e maracujĂĄ, essa bebida fornece muitas vitaminas e minerais, alĂŠm de ser pouco FDOÂľULFD H XPD ULFD IRQWH GH ˉEUDV R que ajuda a emagrecer de maneira saudĂĄvel. Pertencente Ă famĂ­lia dos repolhos, a couve ĂŠ uma excelente fonte de vitamina C e betacaroteno, composto que nosso corpo transforma em vitamina A. Esse vegetal ainda possui vitamina E, potĂĄssio, cĂĄlcio e ferro, esses dois Ăşltimos em maior quantidade que em qualquer outra verdura. AlĂŠm disso, RV LQGÂľLV ELRËŠDYRQÂľLGHV FDURWHQÂľLGHV e outros componentes presentes na

O Incrível Suco (do Hulk) Ingredientes 8 folhas de couve; 4 maracujås maduros; 10 folhas de hortelã Açúcar e ågua a gosto

Bo a

Pe di da

a sua dica verde de culinĂĄria. Por Carolina Santos

liquidificador. Junte o maracujå, a ågua e o açúcar. Adicione as folhas de hortelã e bata tudo. Passe pela peneira e sirva gelado. Se achar que o suco estå muito forte adicione a quantidade de ågua que julgar necessåria.

verdura ajudam a prevenir e combater diversos tipos de câncer e outras Modo de Preparo doenças. Tempo Se você pensa que são apenas esses Lave bem as folhas de couve os benefícios de nossa receita, engana- e as coloque, sem os talos, no minutos. se. O maracujå, tambÊm presente na bebida, Ê uma importante fonte de vitaminas A, C e do complexo B. Muito presente em receitas de sucos, doces e sorvetes, o maracujå Ê rico em minerais como ferro, sódio, cålcio e fósforo, e apresenta propriedades calmantes, utilizadas in natura ou em xaropes caseiros e industrializados. O Brasil Ê o maior produtor mundial de maracujås, e a Vila Sahy tem a vantagem de possuir muitas plantas da fruta. Mas chega de enrolação e vamos ao que interessa de fato: o suco! A receita a seguir Ê feita com ingredientes muito simples e seu custo mÊdio Ê de R$ 4,00 e rende, em mÊdia, 4 copos de suco.

Sudoku Diagonal

total

de

preparo:

10

Jogo dos 7 erros! 3RU 0DWKLHU /LPD

A palavra Sudoku significa “nĂşmero sozinhoâ€? em japonĂŞs, o que mostra concisamente o objetivo do jogo. Trata-se de um jogo de raciocĂ­nio e lĂłgica. Apesar de ser bastante simples, ĂŠ divertido e viciante. O Sudoku normal vocĂŞ jĂĄ sabe jogar: basta completar cada linha, coluna e quadrado 3x3 com nĂşmeros de 1 a 9. PorĂŠm, nesse novo jogo tambĂŠm ĂŠ necessĂĄrio que o jogador se atenha ao preenchimento das linhas diagonais que foram um ‘X’ no quadrado. Boa sorte! &UDWHUD QD OXD EDQGHLULQKD YHUGH QDUL] GR GRQR GD EDUUDFD OHQKD GD IRJXHLUD EROLQKD ODUDQMD QD FDPLVD GR JDURWR SÂŤ GD EDUUDFD GLUHLWD YHQGHGRU GD EDUUDFD GLUHLWD

3RU )OÂŁYLR )UDQNOOLQ 0DWKLHU /LPD H 0DWKHXV /LPD

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