Publicação trimestral l dezembro 2014 l número XL
dia do diploma
Palavras da Diretora do AEAS Texto da Drª Delfina Rodrigues , Diretora do AESAS
Agrupamento de escolas Aurélia de Sousa
A
gradeço a presença de todos, saudando hoje, em primeiro lugar, os alunos. Quero também saudar os Pais e Encarregados de Educação, os Professores e Diretores de Turma, Psicóloga Escolar, funcionários e todos quantos compareceram nesta cerimónia de presença e palavra. Falo em nome desta mesa, constituída pela Sr.ª Presidente do Conselho Geral, Representante da Sr.ª presidente da Associação de Pais, Sr.ª Chefe dos Serviços de Administração Escolar, Sr. Coordenador de Assistentes Operacionais, Sr. Coordenador do Departamento de Língua materna, em representação da Sr.ª Bibliotecária, pretendendo representar todos os corpos profissionais e famílias. O que hoje nos convoca é o reconhecimento e valorização do mérito e da excelência, do esforço no trabalho, do valor da cidadania. Está consignado no Estatuto do Aluno e Ética Escolar, como um direito, ”ver reconhecidos e valorizados o mérito, a dedicação, a assiduidade e o esforço no trabalho e no desempenho escolar e ser estimulado nesse sentido.” É isso que nos propomos fazer, neste ato formal de entrega de diplomas e de reconhecimento público de todos os alunos que obtiveram resultados de excelência, protagonizaram ações meritórias, na área do desporto, ação cívica, representação da escola e se destacaram no correto uso da Língua Portuguesa e Leitura, concretamente nas Olimpíadas de Língua Portuguesa, que promovemos, no Concurso Nacional de Leitura e “Melhor Leitor”. Num 2º momento, procederemos à entrega formal dos diplomas aos alunos que terminaram em 2012-2013 o ensino secundário, felicitando-os por terem cumprido com sucesso essa importante etapa da sua vida académica; felicitando as suas famílias, cujo contributo para esse sucesso é inestimável, felicitando os seus professores e desejando-lhes sucessos futuros que, acreditamos, ajudamos a construir. É um reconhecimento simbólico, imaterial, mas também estes símbolos dão sentido às nossas vidas. Para todos pedimos um novo aplauso, augurando-lhes uma vida vivida de acordo com padrões culturais e cívicos elevados e que não esqueçam o lema que, por voz alheia, tentamos incutir-lhes:
2 I Jornalesas l dezembro 2014 l XL
“Põe quanto és no mínimo que fazes” Ricardo Reis
entrevista
O melhor aluno da ESAS e do Porto Entrevistado por Francisca Paixão, 8º C, Bernardo Sarmento, Maria da Paz e Marta Vedor, 11ºG
Entrou para a Escola Secundária Aurélia de Sousa no sétimo ano, em 2008, aquando da sua renovação física e das famosas “aulas em contentores”. Apesar de admitir que não é “grande coisa para falar de hábitos de estudo” foi considerado o melhor aluno, não só da ESAS mas também da cidade do Porto. O Henrique Vasconcelos, agora aluno na Faculdade de Medicina e com um horário “avassalador”, concorda que “não basta estar atento e que é preciso fazer uma coisa” que ainda não sabe: “estudar”. Após cerca de 10 minutos a reviver memórias e a ouvir o Henrique a contar como é a sua "nova vida", começámos a entrevista.
que ver que, se calhar, não é assim tão raro ter notas excelentes. Há-de haver sempre um melhor e um segundo melhor. Aliás, não estava nada à espera de receber o prémio da Câmara. Foi agradável na cerimónia ver os outros melhores de cada escola. É bastante bom contactar com pessoas boas e bem pensantes e é das coisas que potencia mais ser-se bom e melhor. Pronto, já estou a usar a palavra “melhor” vezes a mais (risos). Fiquei muito contente. Não sentes que é um peso grande ter essa "etiqueta" do "Melhor aluno da escola"/ "Melhor aluno da cidade"? Não, não de todo. Logo no primeiro dia lá na faculdade cumprimentei o indivíduo que tirou 200 nos três exames (risos).
Na foto da direita para a esquerda: O Henrique Vasconcelos, é o terceiro, no Dia do Diploma, com os colegas da turma e o Diretor de Turma, Carlos Morais (2014.10.15)
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Qual é a sensação de ser o melhor aluno da escola e simultaneamente o melhor aluno da cidade do Porto no ano letivo de 2013/2014, repetindo a proeza de 2010-2011, na altura como aluno do básico? Henrique: Qual é a sensação... O melhor aluno, isso é discutível, se calhar as melhores notas... Lá está, as notas não são tudo. Mudei bastante, dantes não acreditaria estar a dizer isto, mas as notas não são tudo. Por exemplo, o melhor aluno de Medicina não vai ser o que sabe os conceitos todos e sabe relacionar as coisas todas, há-de ser um intermédio disso e conter tratamento humano e tudo. Foi bastante agradável ter as melhores notas, não vou começar com clichés como "representou o culminar de um certo trabalho" nem nada disso, porque, sejamos sinceros, não foi assim tão grande esse processo. Houve trabalho, claro, mas não foi hercúleo. É curioso, fui o melhor [aluno] do Porto e quem sabe da Aurélia (risos), como diria o João Pinto "os melhores do mundo e quem sabe da Europa", mas na entrega dos prémios pelo Presidente da Câmara, Rui Moreira, estavam lá os que tiveram as melhores notas de outras escolas. E, há
Há sempre alguém melhor do que nós... Claro, claro. E já tivemos um teste e houve gente que tirou melhor nota do que eu (risos). Há sempre alguém melhor, não nos vamos pôr cá com medos nem arrogâncias. Quantas vezes já me perguntaram: "Estás em Medicina, então tiraste as melhores notas?" E eu digo "Não, nada disso. Fui para Medicina porque quis ir para Medicina e porque tinha boas notas". Eu quero acreditar que tive boas notas, porque queria ir para ali, porque sinceramente o estereótipo da sociedade não me agrada muito.
4 l Jornalesas l dezembro 2014 l XL
Achas importante esse reconhecimento? É importante o reconhecimento de que se pode fazer bem. É bom, a minha família ficou super contente, ganhei um computador novo pela Câmara que estou ainda a tentar vender, porque tinha comprado um há pouco tempo (risos). E, claro, faz-nos sentir bem e mostra que há bons exemplos. Eu não quero dizer que eu sou um bom exemplo, mas há pessoas que conseguem ter bons resultados e é importante que isso influencie também outras pessoas que não têm tão bons a tentarem trabalhar para os alcançar. Qual é a fórmula secreta? A fórmula é estar interessado, querer saber, ser curioso. No início da nossa aprendizagem o papel fundamental na nossa motivação é da família e da escola. No 10ºano, embora a escola, o serviço de psicologia e a família desempenhem um papel forte, nós já temos de saber o que vamos fazer no resto do tempo e, se uma pessoa não se interessar por nenhum dos programas do currículo cá na escola e preferir outro, uma coisa que está num ensino não formal, e para isso já existe o ensino vocacional, tudo bem. Não há problema nenhum, a não ser que seja uma atividade criminal (risos). O problema é se não queremos saber de nada, é a dita apatia. Quando foste entrevistado pelo Jornalesas iniciavas o cargo de representante da Associação de Estudantes no conselho pedagógico. Como avalias a prestação? Pois, isso foi o início do fim, literalmente (risos). Foi o início do fim, porque foi o último ano em que os alunos tiveram representante no conselho pedagógico,
mas foi uma experiência bastante interessante, quer para mim quer, espero eu, para os alunos que foram representados. Lembro-me de organizar uma reunião com os delegados todos e consegui. Eu fiquei satisfeito com o que fiz, consegui fazer o que queria que era exatamente dar voz a uma grande parte representativa no conselho geral e essa voz foi ouvida, foi reconhecida e foi transmitida lá para cima para as instâncias superiores do Ministério. Para mim não foi nada o início do fim, foi o início da participação ativa noutras coisas. O ano passado era representante do conselho geral, já influenciado pela participação no conselho pedagógico, e creio que cumpri o meu trabalho. Não sei se há registo escrito do que me propus a fazer, com certeza que há, mas foi mais coisa menos coisa, aquilo que acabou por ser feito. É essencial que os alunos tenham mais participação e mais voz. São uma peça em vez de um conjunto de ideias e decisões.
“A fórmula é
estar interessado, querer saber, ser curioso.
Como projetas o teu futuro? Deixa-me sacar a minha bola de cristal, por favor (risos). Ora bem, agora tenho um projeto um bocado mais exigente do que dantes, mas creio que, dentro de cinco ou seis anos, esteja a começar uma especialidade e ter um contacto muito diferente, não só na área das Ciências porque, lá está, tenho curiosidade e acho que uma diversidade de interesses ajuda toda a gente. Para além do aspeto profissional, não projeto nada. Gostava de ser biólogo marinho que era o que se ouvia mais no 4ºano (risos). Agora é mais medicina interna. Ainda estou ali há dois meses e mesmo daqui a uns anos vou ter muitas dúvidas. Também já quis ser arquiteto (risos). As coisas mudam. Nos dias que correm, com a perda de tantos jovens talentosos para o estrangeiro, tens ambições neste campo? Ainda não sei... Pelo que eu sei, apesar de Portugal estar muito bem no campo da investigação, não temos os apoios, as infraestruturas e a vontade governativa necessária para que isso continue. As pessoas que trabalham bem estão a ser descartadas e "desapoiadas". Quanto ao estrangeiro, adorava passar uma temporada, talvez a fazer Erasmus e, no caso do meu curso, há uns estágios de um mês nos mais remotos dos destinos que devem ser espetaculares. Tudo o que seja diferente há-de ser enriquecedor e mesmo que se passe um mau bocado, ganha-se experiência. O que se calhar não gostava, isto sou eu a falar agora com 18 anos, era de não formar uma família cá em Portugal, porque apesar de todos os defeitos, tenho aquela noção de que cá ainda se cresce bem.
opinião
Sob o véu da educação
Texto de Maria da Paz, 11ºG
A
tualmente, o sistema educacional ocidental objetiva-se em formatar o ascendente cidadão. Desde o ensino primário que todos nós somos moldados para um determinado tipo de indivíduo. Por isso a nossa liberdade de escolha é restringida, assim como a nossa criatividade e originalidade. Numa era de globalização, em que devemos ser polivalentes e transcendentes, a nossa educação vai precisamente contra esses conceitos. Todo este sistema é a favor da uniformidade, do formato, do padrão, do molde, da homogeneização. A cultura ocidental e o sistema educacional apresentam um paralelismo idealístico, onde por vezes os conceitos, de um e de outro lado, são antagónicos, e outras são correspondentes. O primeiro caso mostra a hipocrisia da relação dos conceitos que a nossa cultura defende e transmite (a partir da educação), enquanto o segundo demonstra, já que a educação é uma forma de construir o futuro, a continuidade e o ciclo a que esta sociedade está presa. Primeiramente, o capitalismo, que incentiva ao lucro, desde sempre originou uma falsa perspetiva de vida. E relacionado com isto está o nosso frenesim baseado no materialismo e consumo, que por sua vez gera a falta de tempo, tanto para a exploração de nós próprios como para tudo o que nos rodeia. Por outras palavras, a exploração do espiritualismo, da natureza, da arte e da criatividade (coexistentes com a autoexploração) estão ausentes nas ideologias ocidentais e consequentemente no sistema de ensino. Não vemos, na maioria das vezes, dedicação a estas coisas importantes que estão inteiramente relacionadas com a felicidade. Nas escolas, o contacto com a natureza e a criatividade não estão tão presentes como deveriam estar e parte disso deve-se ao papel que o Governo tem sobre as escolas! Assim, dá-se seguimento ao estilo de vida ilusório em que estamos inseridos, mal nascemos. Quanto à contradição defesa/transmissão encontramos aspetos como criatividade e inovação, polivalência, tolerância e liberdade versus empreendedorismo, globalização, democracia, respetivamente. A criatividade é crucial para o empreendedorismo. Segundo o dicionário, esta palavra significa o “processo dinâmico realizado pelo indivíduo que, por iniciativa ou vontade própria, procura identificar e implementar ideias inovadoras, consideradas como oportunidades de negócio”1 e, para inovar, há que ser
criativo. Numa época de crise, tanto a nível nacional como europeu, são vários os discursos feitos por grandes figuras públicas e mesmo por governantes e dirigentes internacionais que apelam ao empreendedorismo. Vejamos então: não se trata de hipocrisia pura, crua, bruta? Ou será incapacidade de perceção dos efeitos da educação? Porque se não se orientam os jovens a explorar a sua criatividade, serão menos os que o vão fazer! Existem outras contradições, nomeadamente a da globalização. Serão poucas as pessoas que defenderão que não vivemos numa aldeia global e, já que acreditamos estar inscritos numa, não deveríamos ter uma educação polivalente e transcendente? A meu ver, sim, porque, para além de ser importante sermos cultos e sabermos interligar matérias, é uma ferramenta de sobrevivência num mundo capitalista e concorrente. Outro facto, passível de discussão, é que vivemos em democracia, o que obriga a que a autonomia, a liberdade e a responsabilidade de opção e de escolha sejam desenvolvidas em cada cidadão. Então, volta-se à mesma questão: são estes os valores impostos com clareza no ensino? A maior parte dos jovens não se depara com a liberdade, a autonomia de opção e escolha suficientes no percurso académico, o que depois se reflete negativamente na recém-cidadania: o medo de votar pela primeira vez, o medo de tomar as primeiras decisões, o medo de acarretar as consequências. A tolerância, subentendidamente, não é promovida, uma vez que a uniformidade, face à diversidade, é mais defendida. Isto acaba por afetar (mesmo que não o notemos) o modo como encaramos e toleramos as diferenças nos outros e em nós mesmos. Basicamente, a história construída em volta da cultura e da educação baseia-se em valores alternantes, contraditórios entre si e, consequentemente, hipócritas; por outras vezes correspondentes. Espero que os dirigentes políticos e a sociedade como um todo os subscrevam, não se apercebendo dos efeitos da educação e da ligação entre o presente e o futuro. No próximo artigo a sair neste jornal, abordaremos algumas alternativas e efeitos do sistema que se me afiguram importantes. 1 –in Dicionário da Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2014. [consult. 2014-11-23 17:39:52].
5 l Jornalesas l dezembro 2014 l XL
O sistema educacional e a cultura ocidental: parte I
economia
Deflação: Tempos de Vacas Gordas ou Magras? Nos últimos tempos, a Europa tem sido assombrada por um novo "demónio" chamado deflação. Este fenómeno pouco conhecido do público em geral, aparenta ser algo de benéfico, mas acarreta consequências muito pouco desejáveis.
6 l Jornalesas l dezembro 2014 l XL
D
eflação é a descida generalizada dos preços dos bens e serviços por um prolongado período de tempo. É a realidade inversa à inflação, a qual se caracteriza pela subida generalizada e sustentada dos níveis de preços praticados. Esta situação pode ser criada por diversos motivos, como por exemplo a redução da procura por parte dos consumidores, ou pelo aumento da oferta por parte dos produtores, bem como a diminuição dos custos de produção, nomeadamente devido ao progresso tecnológico dos nossos dias, ou ainda devido a mecanismos de deflação importada, no caso de países com elevado grau de abertura ao exterior, sendo que esta tendência é transferida de uns países para os outros, como se de uma epidemia se tratasse. A deflação é um dos principais riscos enfrentados atualmente pela nossa economia, uma das mais vulneráveis a este problema. Portugal continua a apresentar taxas de inflação homólogas negativas, a par do que acontece nos outros países da UE. Esta grave situação deve-se a diversos fatores como um Euro mais forte e preços mais baixos de energia. A diminuição dos preços por parte dos retalhistas, de forma a conquistar mais consumidores nestes tempos de crise económica, é outro fator crucial para esta tendência. Ainda outros aceleradores desta situação são a "importação de deflação" entre países da UE, bem como a "desvalorização interna" provocada pela consolidação orçamental e pelas reformas estruturais que pressionam a descida de preços e salários. Outros fatores estruturais são a contínua revolução tecnológica a qual provoca a redução dos custos de produção e o envelhecimento populacional a que se tem assistido, causador da contração do consumo. Esta situação coloca a economia nacional em risco de entrar numa espiral deflacionária, uma vez que os indicadores apontam para que o fenómeno não seja passageiro como em 2009. Em 2009, o fenómeno foi temporário, decorrente da quebra dramática da atividade económica em todo o mundo. Porém, agora há vários motivos para nos encontrarmos pessimistas e preocupados. Constatam-se poucos sinais de retoma, e a queda tem vindo a acentuar-se, ocorrendo de forma progressiva e consistente, colocando a nossa economia em risco de deflação duradoura. Para os consumidores, uma época em que os preços tendem a diminuir dificilmente pode deixar de ser vista como uma má notícia, já que o seu poder de compra aumenta numa conjun-
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Texto de Jorge Ferreira, 12ºE
tura difícil em termos salariais. No entanto, se esta tendência se mantiver por um período muito longo e se passar a ser dada como certa para consumidores e empresas, poderá acabar por ter efeitos extremamente nefastos para a economia. Assim, as famílias acreditam que haverá tendência para a diminuição dos preços e adiam as compras, o mesmo acontecendo com as empresas que retardam o investimento, diminuindo a capacidade produtiva e conduzindo a falências e ao desemprego. O agravamento de pressões para descida de preços paralisa o crescimento económico. A deflação pode funcionar como um letreiro de descontos permanentes na expectativa de que no dia seguinte o desconto seja maior. Para além desta situação, os agentes endividados encontram maiores dificuldades em fazer face aos seus compromissos. Esta situação é agravada pela crise económica e financeira que ainda paira no ar, a qual se acumula à dificuldade em sair de um período de deflação. Nota Uma Taxa homóloga é aquela que compara o valor de uma variável num momento de um ano, com o valor dessa variável no mesmo momento do ano anterior.
saúde
Viver com esquizofrenia Texto de Marta Vedor, 11ºG
Q
uando ouvimos a palavra “esquizofrenia” somos, de imediato, transportados para um drama cinematográfico decorrido num hospital psiquiátrico com uma personagem principal solitária, paranóica e perturbada. Porém, por mais fidedigno que o filme possa ser, a realidade nem sempre assim é. Denominada pela primeira vez, em 1911, na obra do psiquiatra suíço Eugen Bleuler, era anteriormente conhecida por dementia praecox demência precoce. No entanto, Bleuler entendia que não se tratava de demência, mas sim de uma “mente dividida” (do grego schizo phrene). É uma doença mental grave que impede uma pessoa de pensar de forma clara, de tomar as suas próprias decisões e de se relacionar com os outros. Provoca alucinações e delírios, pois o doente não tem consciência do seu estado de saúde.
Os mitos e incompreensões da esquizofrenia levam, muitas das vezes, à exclusão social, sendo os esquizofrénicos tratados de maneira diferente das pessoas ao seu redor. O afastamento do mundo real torna situações fáceis num verdadeiro quebra-cabeças como, por exemplo, a procura de emprego ou a interação com os outros. Hoje em dia, é possível viver com a esquizofrenia, apesar de não haver cura. Existem medicamentos que atenuam a doença e permitem ao paciente fazer uma vida normal. A família é uma peça chave já que mantém o equilíbrio entre o real e o imaginário.
Em Portugal, cerca de 1% da população sofre de esquizofrenia, sendo que a maior parte dos casos começa depois da adolescência (18-25 anos). Esta doença não é como a maioria, já que não há uma causa para o seu aparecimento. Todavia, alguns especialistas acreditam que é genético e que as substâncias psicoactivas, como o álcool e as drogas, podem influenciar o seu surgimento.
http://mundocogumelo.com/2013/12/23/os-gatos-de-louis-wain/
Contudo, algumas foram as personalidades que, apesar da sua doença, conseguiram superá-la e alcançar feitos impressionantes. John Nash, um matemático inglês, foi diagnosticado com esquizofrenia no início da idade adulta, após apresentar comportamentos estranhos tais como escrever cartas para a embaixada em Washington, intitulando-se “imperador da Antártida” e criar teorias conspiratórias. Não obstante todas estas divergências, foi premiado, em 1994, com o Prémio de Ciências Económicas em Memória de Alfred Nobel devido ao seu trabalho com a teoria dos jogos. O seu discurso da cerimónia foi dedicado à mulher que reconheceu ter sido um apoio importante. Outras, como o pintor Louis Wain, não conseguiram lidar tão facilmente com a esquizofrenia. Louis Wain sempre teve uma fascinação por gatos, chegando a representar a sociedade inglesa através deles. Porém, aos 57 anos, quando descobriu que era esquizofrénico e após a morte da mulher com cancro, a vida pessoal e profissional do pintor britânico deu uma reviravolta. Os até então apreciados quadros tornaram-se assustadores e completamente irreconhecíveis. Os padrões psicadélicos e o recurso a rosáceas e figuras geométricas caracterizam o estado mental final de Wain, que passou os últimos quinze anos da sua vida em instituições psiquiátricas.
Quadro de Louis Wain, que descreve a evolução da doença mental do pintor britânico.
7l Jornalesas l dezembro 2014 l XL
Na Antiguidade, pensava-se que os portadores de esquizofrenia estavam possuídos pelo demónio; deste modo, para evitar a transmissão do “espírito maligno”, eram enviados para hospícios onde eram tratados através de eletrochoques e, muito provavelmente, não voltariam a sair de lá.
Jovens Repórteres para o Ambiente No dia 21 de novembro, partimos a caminho de Torres Vedras e, pasme-se, não havia transporte direto! Texto de Maria da Luz Carvalheira, professora JRA
F
omos até Lisboa e daí para Torres Vedras - 5 horas e meia de viagem! Mas perdíamos mais outras tantas só para voltar a viver aquele fim-de-semana! Desde a chegada até ao último momento tudo foi de uma intensidade incrível. Encontrámos alunos e professores, idos de diversas partes do país e até um estudante do Nepal que imediatamente fez amizade com o João. Foi engraçado vê-los a comunicar numa mistura de português e de inglês. Sábado foi dia de visita de estudo e de muito trabalho, pois era necessário elaborar um artigo e uma vídeo reportagem sobre o que vimos, fizemos e nos tocou de alguma forma. Foi, mais uma vez, fantástico ver como foi fácil para o João e para a Vanessa, que ia cheia de medo porque não conhecia ninguém, se entrosarem logo com os colegas e, passados
alguns minutos, parecia que se conheciam desde sempre. A dormida foi num pavilhão, com as costas no chão, e banho de água fria! Mas de manhã estava tudo pronto para mais um dia de convívio. No domingo continuámos a trabalhar e o produto foi fantástico. Mais uma vez foi espetacular ver como os alunos foram capazes de produzir artigos tão bons e vídeo reportagens com tanta qualidade, em tão pouco tempo. Tudo pode ser visto no site dos JRA e, acreditem, vale mesmo a pena. A parte mais difícil foi arrancar a Vanessa e o João do anfiteatro: “Só mais um bocadinho, por favor! Ainda não me despedi do… e da…”. Chegámos à camioneta em cima da hora e, de regresso ao Porto, pude constatar que valeu a pena.
Não sei quantas Terras há por aí Mas sei que há uma que ainda não protegi. Falhei ao meu dever Cada pormenor alterei, A sua beleza não vi, nem guardei. Abri os olhos e o azul desapareceu, O céu negro como breu, Campos mortos e caminhos tortos. Para não a perder, tenho de mudar. As minhas ações repensar, Ajudar o ambiente sem parar. Espero que não seja tarde 8 l Jornalesas l dezembro 2014 l XL
Espero que, com a ajuda de todos, O meu querido planeta possa SALVAR!
Marta Marmelo, 10º D
Cartaz apresentado pelo grupo JRA, da ESAS, no seminário de Torres Vedras l dezembro 2014
Projeto Comenius
“ Just Be It” – 3ª mobilidade A realização do projeto, financiado pela União Europeia, concedeu novas mobilidades, tendo sido a mais recente viagem a Gubbio, Itália, de 5 a 10 de Outubro, com o objetivo de conhecer novas culturas, promover a criação de uma cidadania europeia comum e o intercâmbio europeu. Inseridos neste projeto estão países como: França, Itália, Bélgica e Dinamarca.
“ Polite Behavior” é o nome do projeto desenvolvido para apresentar em Gubbio. Este projeto debruçava-se sobre as ‘boas maneiras’ de cada país -“polite and impolite”- e com ele pudemos dar a conhecer um pouco da nossa cultura e incutir os valores do nosso país e da nossa escola. Acompanhados pelas professoras Fátima Van Zeller e Paula Magalhães, coordenadoras do Projeto Europeu da nossa escola, embarcámos para Itália, onde tivemos oportunidade de, no primeiro dia, fazer um tour na cidade de Roma e de ver de passagem os elementos históricos mais marcantes como: o Vaticano, o Coliseu, o Teatro Romano, entre outros. Ao fim da tarde, fizemos uma viagem de aproximadamente 4 horas até chegar a Gubbio, uma comuna italiana da província de Peruggia, região da Umbria, com cerca de 30.453 habitantes, e
muito conhecida pelo seu festival da Corsa dei Ceri, uma corrida realizada todos os anos a 15 de maio, dedicada a Santo Ubaldo. Em Gubbio, pudemos conhecer as famílias onde íamos ficar instalados durante os cinco dias da nossa permanência ali. Durante essa semana participámos em várias atividades: workshops de moda e de gastronomia italiana; visitas guiadas pela cidade; visita ao centro histórico de Perugia e às igrejas de Assis. Vejamos as opiniões dos alunos inscritos no projeto sobre esta viagem e sobre as atividades desenvolvidas: Beatriz Costa Silva, 12º F – “ Para mim foi uma experiência espetacular! Não só pela mobilidade, mas também pela interação com pessoas de outros países! Eu costumo dizer que viver é
aprender, claro cada um com o seu ritmo, mas acho fantástico que os alunos tenham este tipo de oportunidades, que até agora eu não tinha tido, e se mostrem motivados por estas experiências que nos enriquecem tanto a nível intelectual como a nível pessoal. Foi uma experiência de que nunca me vou esquecer e espero que todos aqueles que se encontram reticentes em relação à participação em projetos como este, mudem de opinião e comecem a aderir, porque o que realmente importa neste tipo de trabalho é o contacto com outras culturas e outros “saberes”, bem como o desenvolvimento das línguas, principalmente do inglês.” Na foto da esquerda para a direita: Beatriz, 12ºF, David, 11ºE, profª Paula Magalhães, profª Fátima Van Zeller e Helder, 12ºF .
9 l Jornalesas l dezembro 2014 l XL
Texto de Beatriz Costa, 12º F
“ just Be It” – 3ª mobilidade“
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Rua Santos Pousada , 1222 4000-483 Porto
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David Cunha, 11º E - Nunca antes, o convívio internacional e o acesso à cultura europeia estiveram tão acessíveis aos alunos portugueses – e os aurelianos não são exceção. Ter a possibilidade de conhecer e conviver com novas culturas, e fazê-lo viajando, é algo que nenhum aluno do ensino secundário, ou de qualquer outro ciclo escolar, deve recusar, não só pelo enriquecimento linguístico e cultural a que estará sujeito, mas também pelas inúmeras amizades que serão estabelecidas e solidificadas pelo espírito de uma organização que une, atualmente, 28 países - a União Europeia.
Rua Santos Pousada, 1204—4000 –483 Porto Tel/Fax.: 225 024 938 / Tlm.: 911 710 979
Deste modo, qualquer indivíduo que tenha a possibilidade de aderir a um programa deste género pode ser considerado um afortunado. Eu tive essa sorte, uma vez que participei (e ainda mantenho essa participação) na realização do projeto Comenius e respetiva mobilidade a Itália. Tudo isto seria impossível sem o empenho e disponibilidade do Clube Europeu, nomeadamente das professoras Paula Magalhães e Fátima Van Zeller, coordenadora do projeto Comenius em Portugal, que tanto trabalharam para a execução de um intercâmbio altamente ambicioso e tomado por muitos como impossível.
10 l Jornalesas l dezembro 2014 l XL
Da minha parte, gostaria apenas de realçar o sucesso com que esta mobilidade foi realizada e recomendar a participação no projeto Comenius – e em todas as atividades em que o Clube Europeu está envolvido - aos alunos da Escola Secundária Aurélia de Sousa e a todos aqueles que passarem os olhos por este jornal. Hélder Cardinali Costa, 12º F – "É já a segunda vez que participo neste projeto e continuo a descrevê-lo apenas como INCRÍVEL! Passamos uma semana com pessoas fantásticas e munimo-nos de ferramentas excecionais para a nossa futura carreira profissional. Em suma, é um experiência única que recomendo a todos os alunos que gostarem de absorver novas culturas e alargar horizontes." Na foto da esquerda para a direita: profª Fátima Van Zeller, David, 11ºE, colega italiano, Beatriz, 12ºF e outro colega italiano. PUBLICIDADE
entrevista
À conversa com a Provedora da pessoa com deficiência da C.M.P.
Arquiteta Lia Ferreira É a provedora dos cidadãos com deficiência do município do Porto
Todos os dias encontramos situações em que as barreiras arquitetónicas limitam o acesso aos diferentes locais e edifícios e que poderiam ser facilmente resolvidas. O que impede a sua resolução? Aceito e partilho a ideia que muitas vezes parece que com muita facilidade se resolve esta ou aquela barreira. É fácil olhar para uma passadeira e pensar: só precisavam de rebaixar as extremidades da passadeira. Ou então: só precisavam de afastar mais este candeeiro. Infelizmente, quando trabalhamos mais diretamente com o planeamento do espaço público e os diversos serviços que o gerem, percebemos que não é assim tão simples quanto parece. Para executar um simples rebaixo de passadeira (em ambos os lados), antes de proceder à intervenção, é necessário: - levantar o pavimento todo; - perceber se passam caixas de condutas de água ou cabos de eletricidade e telecomunicações, na zona que se pretende rebaixar; - verificar se existem árvores, postes de eletricidade ou qualquer outro mobiliário urbano, ou ainda estacionamentos que deverão ser reorganizados e relocalizados; - garantir dotação orçamental para a obra em causa, tendo presente que nunca é tão pouco dispendiosa quanto parece à vista desarmada.
Em muitas situações, o simples rebaixo de uma passadeira implica o envolvimento de 2 ou 3 serviços da Câmara Municipal e, ainda, de algumas entidades externas, nomeadamente a EDP, os serviços de telecomunicações, etc. Só com a autorização das entidades de energia nos é possível deslocar um poste de eletricidade pública. Isto, considerando que a intervenção não obriga à reorganização do perfil da rua por inteiro. Além de tudo o que já foi explicado, existe ainda a necessidade de, ao intervir, assegurar o pavimento táctil para cegos e amblíopes. Este tipo de pavimento acresce ao valor total da obra. A verdade é que intervir em espaços urbanos consolidados, como é o caso da Cidade do Porto, não é tão pacífico quanto se desejaria. Gostaríamos que nos falasse um pouco da sua vivência enquanto cidadã portadora de mobilidade reduzida. Como pessoa com mobilidade condicionada, tenho as mesmas dificuldades que todas as pessoas com limitações físicas. Sinto as mesmas necessidades de ver os passeios com as dimensões ideais devidamente arrumados e com rebaixamentos corretos (com pendentes suaves) para as travessias. Sinto a falta da garantia de acesso pleno
e independente à rede de transportes coletivos e incomoda-me a falta de respeito da comunidade em geral, no que diz respeito ao estacionamento. É tão grave o estacionamento indevido em cima dos passeios, como a ocupação abusiva dos estacionamentos destinados a pessoas com mobilidade condicionada. Sinto exatamente os mesmos constrangimentos que qualquer outra pessoa sente quando pretende usufruir dos serviços e equipamentos de uma cidade que não foi planeada e construída atendendo às necessidades especiais da sua população real. Desde o acesso ao ensino, passando pela cultura, desporto, comércio em geral, restauração e habitação,… Tudo parece implicar um esforço adicional, da minha parte, para poder ser usufruído. Tudo resulta em incertezas e inseguranças diárias. É urgente apostar em ações concertadas entre os vários agentes económicos e sociais. Não basta garantir a mudança de mentalidades nos serviços das Câmara Municipais, é preciso muito mais. É essencial educar as crianças de hoje, desde a sua formação básica, para que amanhã possam eles ser os principais motores da mudança. A PROVEDORA MUNICIPAL dos Cidadãos com Deficiência (Lia Ferreira)
11 l Jornalesas l dezembro 2014 l XL
Continuação - jornalesas XXXIX Entrevistada por Alexandra Degenhardt, 11ºI
biblioteca Texto de Luísa Mascarenhas, profª responsável pela Biblioteca
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os últimos anos, graças ao grande dinamismo do “ Lugar da Ciência” da nossa Escola, a Semana da
Ciência, que ocorre, a nível nacional, de 22 a 29 de novembro , transformou-se numa semana marcante do nosso calendário escolar pelo grande número de atividades e palestras sobre os mais variados temas. Tão preenchida e intensa que extravasa para as semanas que a antecedem, pelo que, com toda a pertinência, a Biblioteca considera, na sua Agenda Cultural, o mês de novembro como o Mês da Cultura Científica. Integrando o projeto Ler/Escrever Ciência, a Biblioteca apresenta, nas suas instalações, uma exposição intitulada “O Que É a Ficção Científica”, na qual procura definir as características deste género literário, a sua origem e períodos mais marcantes, aproveitando para expor obras existentes no seu fundo documental e, sobretudo, obras adquiridas com o fundo atribuído pela Fundação Calouste Gulbenkian através do projeto EMA – Estímulo à Melhoria das Aprendizagens. O projeto permitiu adquirir, ainda, um grande número de excelentes livros de divulgação científica, também expostos, e que convidamos a ver e folhear. A Biblioteca regozija-se também com a oferta de um conjunto constituído por livros de formação intermédia e de divulgação assim como outros materiais de apoio à formação na área da Matemática, recursos importantes para apoiar diversas atividades do “Círculo de Matemática” da ESAS.
FICÇÃO CIENTÍFICA exposição O QUE É A FICÇÃO CIENTÍFICA?
Esta pequena biblioteca, oferecida pela Associação para o Desenvolvimento da Faculdade de Ciências da UP (ADFCUP) permitirá sugerir temas de trabalho e leituras adicionais aos alunos, incentivando o gosto pela descoberta e fomentando o trabalho autónomo.
12 l Jornalesas l dezembro 2014 l XL
Por último, convidamos a comunidade escolar a contactar com a obra de Carl Sagan, cientista, astrobiólogo, cosmólogo, escritor e divulgador científico norte-americano, escolhido para Autor do Mês. Muitos e bons motivos para visitar a Biblioteca/Centro de recursos …
É uma forma de ficção desenvolvida no século XIX, que aborda o impacto da ciência, tanto verdadeira como imaginada, sobre a sociedade ou os indivíduos. O termo é usado, de forma mais geral, para definir qualquer fantasia literária que inclua, de forma plausível, o factor ciência como componente essencial. A ficção científica só se tornou possível pela ascensão da ciência moderna, sobretudo pelas revoluções operadas na astronomia, na física, química e na biologia.
curiosidades
“…nos braços de Morfeu” – diz-se de alguém que está a dormir. ORIGEM: expressão de origem grega. Morfeu era um deus alado grego que percorria a Terra, tomando, muitas vezes, a forma humana e tocando com uma papoila nos mortais para eles adormecerem e terem bons sonhos. A propósito, o termo “morfina” também tem a sua génese no nome do deus Morfeu. Foi o cientista alemão Friedrich Serturner que inventou esse termo, em 1804, quando descobriu uma substância que, entre outras propriedades, era indutora do sono.
“do tempo dos afonsinhos (afonsinos)”- expressão que remete para algo muito antigo,
“ser o bobo da corte” – ser aquele com quem todos gozam ou aquele que faz tolices.
ORIGEM: Nas cortes europeias medievais, o bobo correspondia àquela personagem que podia ironizar com tudo e com todos sem ser punido (desde que não exagerasse). No fundo, era alguém que não era levado muito a sério. O termo bobo vem do latim balbus (que está também na origem do verbo balbuciar) e significa gago. A explicação reside no facto de uma das formas de provocar o riso ser através da imitação da gaguez, técnica ainda hoje usada por cómicos pouco imaginativos e de qualidade duvidosa.
arcaico ou retrógrado.
“renascer das cinzas”- reaparecer de forma mento ou de desgraça.
D. Afonso Henriques (25/6/1109 – 6/12/1185)
ORIGEM: A expressão constitui uma clara referência à primeira dinastia portuguesa (também designada por dinastia de Bolonha), fundada pelo nosso primeiro rei, D. Afonso Henriques. “Ser do tempo dos afonsinhos” diz-se de algo ou de alguém desfasado do nosso tempo.
ORIGEM: A expressão tem origem no mito grego da Fénix, ave mitológica que entra em combustão no fim do seu ciclo de vida, para depois renascer, gloriosa, das suas próprias cinzas. Este mito resistiu aos tempos e alastrou para outras mitologias, como a árabe e a cristã. O mito do eterno renascimento da Fénix ocupa um lugar central na nossa cultura, desde que o poeta clássico grego Hesíodo (Beócia, final do século VIII/ início do Século VII, a.c.) o formulou.
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fulgurante, após um período de esqueci-
conferências
Carlos Morais, prof . Coordenador do Lugar da Ciência
Durante a Semana da Ciência, que decorreu de 22 a 29 de novembro, aconteceram inúmeras palestras sobre temas variados de que se apresentam breves sumários.
Plágio: o crime de copiar/colar Rui Silva – FLUP A utilização de palavras de outrem sem referir o nome do autor original (conhecida como plágio) é muito frequente, apesar de ser crime. Há poucos anos, uma jornalista do Público foi obrigada a retratar-se para não ser despedida depois de ter copiado texto de uma revista internacional e, mais recentemente, o Secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário demitiu-se depois de o jornal Público ter descoberto que ele tinha plagiado vários autores numa conferência há alguns anos. No entanto, nem sempre o plágio é cometido pelas mesmas razões: por vezes, deve-se à preguiça de escrever um texto original, à pressão por falta de tempo ou mesmo à vontade de copiar; outras vezes, deve-se ao desconhecimento de como se deve escrever o texto. Em ambos os casos, o plágio é grave; está previsto na legislação portuguesa como crime e pode ter consequências sérias para o plagiador. Nesta sessão, vamos discutir o que é plágio, ver que medidas podemos adotar para não plagiar e como descobrir se alguém plagiou. Utilizando casos práticos reais, vou mostrar como é possível detetar o plágio, mesmo quando os plagiadores acham que disfarçaram muito bem o “roubo”.
Química e poesia
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João Paiva – Departamento de Química FCUP Faz-se uma pequena contextualização de alguns traços problemáticos de questões científicas no nosso tempo, incluindo algumas 'nuances' químicas, em particular. Acompanha-se toda a apresentação com alguns poemas (quase) científicoquímicos, procedendo ao respetivo transporte hermenêutico e não só. Parte da poesia apresentada pode ter utilidade em dinâmica de sala de aula de química. Compreende-se que a química vai além da química e, a pretexto desta ciência, focam -se assuntos afetivos, relacionais, sociológicos e pedagógicos, sublinhando o que convém aos alunos enquanto cidadãos do século XXI, como cultura científica e muito mais…
Linguística Forense: identificar criminosos pelas palavras Rui Silva – FLUP Existem muitos filmes e séries de televisão dedicados às ciências forenses, cujos heróis recorrem a tecnologia ultra-avançada para resolver crimes quase na hora. Muitos dos métodos utilizados para desvendar os crimes são ficção, mas outros estão mais próximos da realidade. É o caso da utilização de marcadores (impressões digitais, ADN, objetos pessoais, etc.) encontrados no local do crime e utilizados na investigação policial para determinar o seu autor. Porém, é cada vez mais elevado o número de crimes cometidos com recurso às evoluídas tecnologias da informação e da comunicação. Este é, frequentemente, o caso de ameaças anónimas (por exemplo através das redes sociais, utilizando perfis falsos), pedidos de resgate, cartas de suicídio falsificadas, ou mesmo de notas difamatórias, entre outros. Quando estes meios digitais são utilizados, a tarefa da polícia é mais difícil por não existirem provas materiais, uma vez que só existe texto anónimo, em formato digital. Nestes casos, só será possível descobrir quem foi o autor do texto fazendo uma análise dos aspetos linguísticos. Esta área, que apenas recentemente começou a atrair a atenção das séries televisivas, designa-se linguística forense. Nesta apresentação, irei discutir alguns casos forenses conhecidos nos quais a linguística foi fundamental para descobrir os autores de crimes, incluindo em casos de terrorismo e de homicídio, e mostrar como funciona a análise e quais os métodos utilizados.
semana da Ciência e da Tecnologia
conferências
Pedro Guedes de Oliveira – FEUP Escolher, seguir um curso de engenharia tem alguns custos: a matemática e a física (ou química, em algumas especialidades) são para muitos um bocado pesadas, o curso em si mesmo é exigente e, nas melhores escolas, requer uma elevada média de entrada. Mas creiam que vale a pena! A engenharia é importante pelos objetivos (resolver problemas concretos), pelos métodos (baseia-se nas leis da física e nos modelos e métodos matemáticos, mas exige um forte sentido prático) e pelas oportunidades de trabalho: vão encontrar engenheiros nas mais diversas ocupações, desde diretamente envolvidos em investigação, ou no projeto e desenvolvimento de dispositivos e sistemas, até ao topo, na presidência de companhias importantes. Mas um outro aspeto interessante é que, como a engenharia tem de resolver problemas e isso tem a ver com pessoas e com a sociedade, a engenharia, para ser útil, tem de “conversar” e “entender-se” com muitas outras especialidades, desde a arquitetura ao design, da psicologia à sociologia, da biologia à medicina, etc. Para mostrar a riqueza e diversidade do papel dos engenheiros iremos dar exemplos de coisas que a engenharia fez, no passado – e que determinam, em larga medida, a nossa vida – , coisas que, no presente, a engenharia está a desenvolver, e coisas que são desafios do futuro.
Luz no Quotidiano Luís Miguel Bernardo - Museu da Ciência A presença da luz no nosso quotidiano é tão dominadora que, muitas vezes, nem pensamos na sua importância. Suporte da vida, promotora da visão e mensageira universal, a luz está envolvida em muitos fenómenos naturais e em inúmeras aplicações tecnológicas com que lidamos diariamente. Nesta palestra serão descritos alguns interessantes fenómenos observados na natureza e algumas tecnologias de grande relevância para o conhecimento científico e o progresso humano. A importância da luz é atualmente tão consensual que o ano de 2015 foi declarado pela UNESCO o Ano Internacional da Luz.
Investigação Científica: O que é isto ao certo? Professor Doutor Timothy Hogg Universidade Católica “Independentemente da proximidade pessoal que se possa ter na investigação científica, todos têm uma ideia do que é. Mas a verdade provavelmente está muito longe daquilo que se imagina. Nesta palestra será apresentado o espetro das atividades que fazem parte da investigação, incluindo os diferentes tipos de investigação, como os resultados de investigação são incorporados no conhecimento coletivo e o modo de os aplicar na prática. No final será promovido um debate sobre as atitudes e as competências necessárias a um bom investigador (a).
Coberturas Ajardinadas Luís Dias – FCUP Os problemas ambientais, gerados pela industrialização e pelo aumento da população no nosso planeta, têm criado um intenso desafio às nossas cidades. A procura de soluções ecológicas, nomeadamente para a construção, é um dos mecanismos mais importantes para um desenvolvimento sustentável. As Coberturas Ajardinadas surgem, assim, como resposta à necessidade de mitigação a problemas tão graves como o aquecimento global, entre outros. Durante a apresentação será feita uma descrição do que são estas coberturas, daquilo que representaram ao longo da história e de que forma, podem estes pequenos espaços com vegetação, contribuir para uma cidade melhor.
semana da Ciência e da Tecnologia
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Porquê ser engenheiro?
desporto escolar Texto de Fátima Sarmento, profª coordenadora do Desporto Escolar da ESAS, 12ºE
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o âmbito do projeto do Desporto Escolar 20132017, o Agrupamento tem 7 grupos/equipas, nas modalidades de Ginástica Acrobática, Basquetebol, Dança, Ténis, Ténis de Mesa, Tiro com Arco e Xadrez. Os treinos realizam-se ao longo da semana e decorrem na escola Aurélia de Sousa. Este ano letivo, e com o objetivo de se dar espaço à participação desportiva de outros alunos, aderimos a várias competições que se irão realizar por fases. O torneio 3x3 da FPB (Federação Portuguesa de Basquetebol) tem já inscritas 6 equipas de vários escalões, que irão representar, na fase regional, o nosso agrupamento. O Projeto Nestum-Rugby, que irá ter início no mês de janeiro, conta já com a pré-inscrição de 2 equipas de iniciados masculinos. As inscrições ainda se encontram abertas, caso queiras participar. Os Projetos Mega Sprinter e Mega Km este ano vão ser um desafio. Em todas as turmas serão selecionados e convidados a participar os alunos mais rápidos e mais resistentes. As provas são simples, 40 e 1000 metros, no menor tempo possível. Objetivo: chegar à Fase Nacional! Ainda neste período vão abrir as inscrições para o “Torneio de Voleibol do Secundário”. Esta competição, em tempos, foi famosa na nossa escola e este ano vamos relançar esse desafio.
Por último, a realização do corta mato escolar vai ser já no dia 12 de dezembro. Se vais participar, parabéns pelo teu desportivismo; se não vais, sempre nos poderemos encontrar noutros eventos. Não te esqueças de consultar regularmente o placard do “Desporto na Escola” que se encontra no corredor em frente ao ginásio. Aí encontrarás todas as notícias e acontecimentos desportivos. Aparece, participa!
visita de estudo
Museu Soares dos Reis Texto de Beatriz Silva, 12ºF
" Peónias e Madrepérola" Quadro de Aurélia de Sousa
tradições burguesas da época em que as senhoras apenas pintavam flores, tocavam piano ou bordavam. A sua pintura revela vários estilos: naturalismo, muitas vezes com influências realistas, impressionismo e pré impressionismo. Nunca conseguindo alcançar o estatuto que desejara por ser mulher, Aurélia expressa em muitos dos seus autorretratos a revolta pelo seu género, fazendo parecer-se com a figura masculina, acentuando as formas da cara e fazendo com que os seus cabelos fiquem cobertos por um fundo negro. As suas pinturas são consideradas depressivas, descritas com atmosferas pesadas e retratam quase sempre situações fúnebres ou de grande impacto depressivo. Em 1922, Aurélia morre com cinquenta e cinco anos, na Quinta que havia sido comprada pelo seu pai.
Autorretrato de Aurélia de Sousa
Desconto de 15% em todos os trabalhos técnicos para professores, funcionários e alunos do Agrupamento de Escolas Aurélia de Sousa.
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o passado dia 6 de Novembro ( quinta - feira ) os alunos de décimo segundo ano do curso humanístico dirigiram-se ao Museu Nacional de Soares dos Reis, no âmbito da disciplina de História A, para conhecerem algumas obras e nomes ligados aos movimentos estudados (Naturalismo e Modernismo). Entre todas as entidades referidas na visita, foi feita um alusão a Aurélia de Sousa e às suas obras. Aurélia de Sousa era filha de pais emigrantes portugueses, vindos do Brasil e do Chile e viveu no Porto na Quinta da China comprada pelo seu pai que morrera em 1874. Aos dezasseis anos, Aurélia começou a ter lições de desenho e pintura com António da Costa Lima e pintou o seu primeiro auto retrato. Em 1900 era vista como uma lança em África ligada à pintura simbolista, com vista a romper com as
história
1914-2014: 100 anos da I Guerra Mundial Este ano, 2014, “comemoram-se” os 100 anos do início da 1ª Guerra Mundial. Esta não é, de todo, uma razão para comemorar, pois, apesar de alguns defenderem que a guerra trouxe benefícios e avanços para a sociedade (como a evolução da tecnologia que se deveu à construção de armas e aparelhos de guerra), deu-se exatamente o contrário. Texto de João Luís Carvalhal e ilustração de Hugo Coelho , 9ºE Quando se pensa em consequências da guerra vem-nos logo à cabeça o número de mortos e feridos. Neste caso foi de mais de 9 milhões de mortos, 20 milhões de feridos e cerca de 6 milhões de inválidos, um número elevadíssimo que causou, obviamente, um grande desequilíbrio nos países envolvidos. Outra mudança que perdura até hoje foi a alteração do mapa político da Europa, que deu origem a diversos países, como a Finlândia, a Polónia, a Estónia, a Letónia, a Lituânia e a antiga Jugoslávia, à doação de territórios (como a AlsáciaLorena para a França e os Alpes Austríacos para a Itália) e ao fim dos Impérios Europeus.
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Quanto à economia, os resultados foram igualmente devastadores: a elevada diminuição demográfica e a destruição de cidades e infraestruturas deixou os países da Europa na miséria, sem indústria, comércio e população para trabalhar. Os únicos que lucraram com esta desorganização europeia foram países de outros continentes que não foram tão afetados pela guerra e que puderam desenvolver a sua economia. Este é o caso do Japão, de alguns países sul-americanos e dos EUA (estes avançaram particularmente e são, hoje, o país que detém a supremacia económica mundial).
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unca, ao longo da história, se pôde dizer que uma guerra melhorou de algum modo o estado de um país, quanto mais uma guerra que abrangeu todo o mundo. Os benefícios considerados consequências desta Grande Guerra, caso não aparecessem por causa desta, dar-se-iam uns anos depois e, provavelmente, toda a nossa sociedade, economia, ciência etc. estariam agora mais avançadas se as potências do mundo não se tivessem envolvido neste conflito. A guerra trouxe muito mais consequências negativas para o mundo do que vantagens, consequências estas que não são esquecidas e ainda hoje podem ser notadas.
Politicamente, deu-se a vitória da democracia face à autocracia e criou-se a Sociedade das Nações, para evitar guerras futuras e garantir o entendimento e proteção dos países europeus. Na verdade, as duas falharam e em poucos anos, a Europa estava recheada de ditaduras, havendo uma grande instabilidade política, o que deu origem a uma 2ª Guerra. Portugal não foi uma exceção e, tal como os outros países, sofreu graves consequências: milhares de mortos e feridos, principalmente entre os soldados enviados para a frente de batalha, o declínio da economia e a instabilidade política que deram origem ao fim da 1ª República e a uma ditadura a partir de 1926. Na minha opinião, uma guerra não é a resolução para nada, nem vai causar nunca algo de bom (muito pelo contrário), sendo que é necessário as pessoas saberem o que aconteceu no mundo: toda a devastação, miséria e morte que se seguiu a cada guerra, neste caso à 1ª Guerra, para que não se volte a cair no mesmo erro.
história
25 anos da queda do Muro de Berlim O Muro de Berlim, o tão temido Mauer (como chamavam os alemães), construído em 13 de Agosto de 1961, fez no dia 09 de novembro de 2014, 25 anos desde a sua queda.
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Muro de Berlim, o tão temido Mauer (como chamavam os alemães), construído em 13 de Agosto de 1961 fez, no dia 09 de novembro de 2014, 25 anos desde a sua queda. O muro foi construído pela República Democrática Alemã (Alemanha Oriental - comunista) durante um tempo de opressão e completo desespero, o tempo da Guerra Fria. Dividia a cidade de Berlim ao meio, simbolizando a divisão do mundo em dois blocos ou partes: o mundo dos países capitalistas liderados pelos Estados Unidos da América e o mundo dos países socialistas sob o comando do regime soviético. Porém, o muro não só foi uma representação física de uma divisão da política alemã, mas também representou uma divisão emocional entre os milhares de pessoas e de famílias berlinenses que se encontravam separadas e sem qualquer contacto. Estima-se que durante os 28 anos da existência do muro, além dos milhares de pessoas que foram presas nas diversas tentativas de fuga para o ocidente capitalista, ocorreram cerca de 80 mortes e 112 pessoas foram feridas, já que os militares da Alemanha
comunista que exerciam a patrulha no muro tinham a ordem de atirar a matar para os que tentassem a fuga. Assim como foi simbolo da Guerra Fria, foi-o também de seu término. Nos finais da década de 80, a União Soviética entrou em colapso e, assim, foram surgindo manifestações em ambas as partes da Alemanha, as quais reinvindicavam a demolição do grande muro de Berlim. E foi neste ano que foi transmitido, pelos meios de comunicação de massa para todo o mundo, um grande protesto por parte de populares que destruiram o muro, conseguindo, desta forma, iniciar um processo que levou à unificação da Alemanha em outubro de 1990. A história do muro de Berlim é, sem dúvida, conhecida mundialmente e a sua criação e queda foi um dos factos mais importantes e marcantes vividos no século XX. Essa história vem sendo registada por escritores, pintores, músicos e principalmente por cineastas, com obras de renome, das quais podemos referir os filmes: ”Adeus, Lenin!” (2003); ”Bárbara” (2012); ”A vida dos outros” (2006); ”O espião que veio do frio” (1965); ”Cortina rasgada” (1966).
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Texto de Luísa Pontes , 12ºF
história
100 anos de memórias As duas guerras mundiais existentes até ao momento são, antes de tudo, recordações impossíveis de esquecer pelas marcas que deixaram na História. Texto de Rui Branco, 11ºG
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Primeira Guerra Mundial decorreu nos anos 1914 a 1918 e tem vários antecedentes, como os conflitos coloniais e a questão da Alsácia e Lorena. A Alemanha, após a unificação política, passou a reivindicar áreas coloniais e a contestar a hegemonia internacional inglesa, favorecendo a formação de blocos antagónicos. Mergulhada num clima de tensões cada vez mais insuportáveis, a Europa vivia momentos em que qualquer atrito, mesmo acidental, seria suficiente para incendiar o estopim da guerra. De facto, esse atrito surgiu em função do assassinato do arquiduque Francisco Fernando, herdeiro do trono austrohúngaro. O crime foi praticado pelo estudante Gavrilo Princip, ligado ao grupo nacionalista sérvio "Unidade ou Morte", que era apoiado pelo governo da Sérvia. O assassinato provocou a reação militar da Áustria-Hungria e, a partir daí, diversos outros países envolveram-se no conflito numa verdadeira reação em cadeia devido à política de alianças. Os blocos militares constituídos pela Tripla Aliança (Alemanha, Áustria-
Hungria e Itália) e Tríplice Entente (Rússia, França, Inglaterra) tinham então razões para combater. O conflito iniciou-se como uma guerra de movimentos para depois transformar-se numa guerra de trincheiras. Em 1917, os EUA entraram na guerra ao lado da Tríplice Entente, no mesmo ano em que a Rússia, por causa da Revolução Bolchevique, se retirava. Os reforços dos EUA foram suficientes para acelerar o esgotamento do bloco Alemão, sendo que, em 1918, a Alemanha assinou sua rendição. No ano seguinte foi assinado o Tratado de Versalhes, que estabeleceu sanções aos alemães e a criação de um organismo que deveria zelar pela paz mundial, a Sociedade das Nações (SDN). A Primeira Guerra provocou uma alteração profunda na ordem mundial: os EUA surgiram como principal potência económica mundial, houve a criação de novas nações devido ao desmembramentos do Impérios Austro-Húngaro, Alemão, Russo e Turco e surgiu um regime de inspiração marxista na Rússia.
20 l Jornalesas l dezembro 2014 l XL
Artigos de Papelaria e escritório
Kabula’s 2 Confeitaria e Pastelaria Lda. Rua Aurélia de Sousa, nº 61 4000-099 Bonfim - Porto
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Projeto solidário
“a nossa tabanca tem nome” A nossa Escola aceitou o desafio feito por uma organização de solidariedade, “Na Rota dos Povos”, na pessoa do Dr. Tito Baião, para a pintura de quatro placas toponímicas para duas localidades (tabancas) da Guiné-Bissau, Cabaceira e Camaiupa. Os alunos de Artes do 12ºG puseram mãos à obra e no dia 17 de outubro, enviaram as quatro placas para terras de África. Nota: os suportes foram fornecidos pela ONG e todos os materiais e instrumentos pela nossa escola, a partir de uma angariação de fundos.
Cabaceira e Camaiupa
A Guiné-Bissau é um país da CPLP
CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
21 l Jornalesas l dezembro 2014 l XL
As alunos que desenvolveram o projecto das placas toponímicas para as duas localidades da Guiné - 12ºG l profª Carmo Rola
entrevista
Tito Baião Tito Baião, presidente da Organização Não Governamental para o Desenvolvimento (ONGD)
Na Rota dos Povos Entrevistado por Beatriz Camelo, 12ºG
Como surgiu esta organização? A ONGD surgiu... Nós viajamos por muitas partes do mundo: Ásia e África principalmente. E somos motards, portanto, viajamos de mota. E destas nossas andanças, começamos a achar que podíamos, com aquilo que há em Portugal, tentar ajudar outros povos. Então nessa altura, mais concretamente a partir de 2010, passamos a fazer uma atividade mais concreta na Guiné-Bissau, mas antes já tínhamos feito em Angola e em Timor. Na Guiné, foi o começo do trabalho na área da educação. Que tipo de pessoas é que fazem parte da organização? A maior parte são professores. Há ainda pessoas ligadas à área da saúde. São, fundamentalmente, pessoas dessas duas áreas que estão na Organização como sócios. Somos 31 ao todo.
22 l Jornalesas l dezembro 2014 l XL
Porquê um projeto para a Guiné? Pois, na Guiné… nós já tínhamos estado em Angola, e em Timor leste. O que acontece na Guiné é que um dia, nestas nossas andanças, encontramos alguém que se chegou ao pé de nós e disse que precisava da nossa ajuda. Estamos habituados a que, nessas zonas, quando nos pedem ajuda, estão a pedir dinheiro. Mas não, essa pessoa chegou ao pé de nós e disse que queria mais capacitação. Capacitação é formação. E a partir daí, nós que tínhamos ficado tão admirados, voltámos a Portugal e começámos a fazer trabalho tentando ajudar nessa região da Guiné-Bissau. É uma região muito especial, não tem água canalizada e não há luz, só há 2 ou 3 geradores. Houve muita adesão por parte das escolas? E porquê escolas? Sim. Primeiro porque somos maioritariamente professores e também porque o que nós fazemos é da área da educação. Por exemplo, fazemos campanhas para recolher equipamentos, para recolher carteiras, cadeiras, quadros, etc. e também para ter lápis, livros e criar bibliotecas. Para vocês terem consciência, naquela zona, a partir do sétimo ano não há nenhum livro oficial. Além disso, nas escolas, nós também fazemos palestras. Falamos sobre os direitos humanos, sobre o direito à diferença e não à indiferença, sobre a solidariedade. Têm algum tipo de patrocínio? Não. Os únicos meios que nós temos são o apoio que os alunos portugueses vão dando em quase 17 escolas, quase
todas no norte, desde Cabeceiras de Basto, por exemplo, até S. Pedro da Cova, Viana do Castelo ou Barcelos. E depois, claro, no Porto. O que acontece é que os apoios que nós temos são, ou dos associados, ou de pessoas que acham este projeto interessante e dos alunos que vão recolhendo os materiais. Já conseguimos trazer 15 alunos para estudar em Portugal. Ao fim de 3 anos de tirar o curso profissional regressaram 9. 6 continuam cá, porque eram tão bons alunos que o Instituto Politécnico de Bragança lhes ofereceu um curso de um ano de especialização e eles vão ficar mais um ano. Como é que as placas toponímicas vão ser transportadas para a Guiné? Em contentores, que vão levar também muito material que recolhemos para equipar mais escolas, material escolar para os alunos e uma ou outra biblioteca. Já montamos 5 bibliotecas. Todas na mesma região. A região é como se fosse o distrito, e depois tem concelhos. A região é Tombali e depois há o concelho de Catió, ou o setor de Catió, setor de Biranda, setor de Como, Cassine e Quebo. Nós fizemos uma biblioteca de adultos em Catió, a capital da região, com oito mil livros. Ainda na Catió, fizemos uma biblioteca só para crianças em idade pré-escolar e nos primeiros anos da escola. Equipamos uma videoteca com vídeos VHS, um gerador pequeno, uma barraca de farturas e um projetor para filmes infantis. Também disponibilizamos jogos didáticos e uma ludoteca. A infantil é itinerante. Há um pessoa que tem um veículo que transporta os vídeos para as várias tabancas, para as quais as placas vão. Como são fora da cidade, as crianças não conseguem deslocar-se e então eles levam os livros infantis até lá para que tenham acesso. Fizemos ainda uma biblioteca em Biranda e vamos fazer uma em Como. Há mais algum projeto deste género que querem fazer? Este continua, o material escolar por exemplo: os lápis, as canetas, os livros, acabam e todos os anos é preciso renovar. E vão surgindo novas ideias. A ideia das placas surgiu o ano passado e olha... Fizemos!
livros
O Diário da Princesa de Meg Cabot
E
ste é o primeiro livro duma extensa coleção de livros que nos conta a história, uma adolescente nova-iorquina que aos 14 anos descobre que é a única herdeira do trono de um pequeno reino e a partir de então tem que lidar com as implicações disso. Pode não vos parecer uma coisa assim tão má,mas ser princesa não é nenhum mar de rosas, muito pelo contrário… Como nos revela o título, o texto está escrito em forma de diário o que na, minha opinião, é a melhor maneira de contar uma história uma vez que, desta forma, o leitor tem uma visão completamente diferente. Na minha opinião é um livro muito divertido que desperta a curiosidade para ler os seguintes volumes da coleção.
Cidades de Papel de John Green
O
livro Cidades de Papel fala sobre dois vizinhos e amigos de infância, chamados Quentin e Margo, que não convivem de perto há vários anos. As suas personalidades são bastante diferentes, mas a irreverência e o espírito de aventura de Margo sempre seduziram um Quentin muito mais reservado. Eles reencontram-se nas vésperas do baile de finalistas da sua escola e Margo consegue convencer Quentin a ajudá-la num engenhoso plano de vingança. No entanto, no dia seguinte, Margo desaparece, deixando a Quentin elaboradas pistas, que ele terá de descodificar se algum dia quiser voltar a vê-la.
As personagens deste livro são todas diferentes, cada uma tem os seus problemas e a sua maneira de ser. Este é um romance emocionante, com mistério e episódios divertidos, sobre como as pessoas usam a sua liberdade de forma diferente, o amor e o fim da adolescência.
Texto de Beatriz Matos, 8ºD
Texto de Francisca Paixão, 8ºC
23 l Jornalesas l dezembro 2014 l XL
Na minha opinião, este é um livro muito interessante e quanto mais avançamos na história, mais queremos ler. O vocabulário utilizado é simples e de fácil compreensão. O livro mostra-nos como as pessoas reagem às coisas de forma diferente, cada uma à sua maneira, e isso não significa que não se importem ou não estejam preocupadas.
filmes
O lado selvagem - into the wild Texto de Martim Godinho, 9ºD
E
“Into the Wild” foi um filme que me influenciou bastante e m todos os domínios da arte existe o medíocre e
me fez ter uma perspetiva diferente do mundo, por vezes
o memorável. No reino musical, existem composi-
mais negativa mas, mesmo assim, teve e tem muita impor-
ções que, apesar da sua pobreza e simplicidade
tância para mim.
lírica e melódica, podem ser enternecedoras, mas
É adequado a qualquer adolescente, com um forte sentido
não lhes chegamos a atribuir um significado de unicidade.
crítico em relação à sociedade hipócrita em que nos inse-
Este princípio aplica-se também ao cinema e, tal como os
rimos, alguém com um espírito livre e uma certa ingenuida-
“The Doors” são para mim na música, “Into the Wild” é uma
de. É um filme extraordinário e, apesar de já o ter visto há
obra cinematográfica de elevada qualidade técnica, do
muito tempo, a vontade de ir ao Alasca, perdura.
argumento e artística, pela qual tenho grande apreço. A componente artística do filme é algo que pode ser julgado com particular subjetividade, uma vez que se trata de uma história verídica. É, contudo, a excelente qualidade técnica, de realização e do argumento, que pinta o filme de um tom mais “artístico” ou, digamos, distanciado da natureza sucinta de uma história verídica. Notável é também a representação dos atores e a incrível incorporação dos respetivos papéis. Emile Hirsh é o ator principal, no papel de Christopher McCandless, jovem de vinte e poucos anos que, cansado das discussões entre o pai e a mãe, da futilidade comum das pessoas, da inalienável valorização do lado material da vida e da mal estruturada e corrompida sociedade atual, decide partir sozinho numa viagem desde a Virgínia até ao Alasca, onde acidentalmente morre e deixa uma mensagem tocante, quando conjugada com o contexto – “Happyness is only real when shared.”, “a felicidade é apenas real quando é partilhada”. Como se não fosse suficiente, Sean Penn, argumentista e realizador, pediu a Eddie Veder, o icónico vocalista da banda “Pearl Jam”, para compor a banda sonora do filme, que tem uma forte presença do caloroso e calmante som do
ukelele.
24 l Jornalesas l dezembro 2014 l XL
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filmes
Os Maias - o filme Texto de André Monforte, 12ºE
"Os Maias: Portugal Queirosiano com o tão desejado toque modernista."
As razões escondidas da paixão por um filme Texto de Ana Rita Brandão, 10ºE Cada filme tem a sua história. Quer seja romance, terror ou comédia, encontram sempre maneira de nos tocar e emocionar, relacionando-se com memórias do passado ou desejos para o futuro. É tao cliché.! Apesar de diferentes, são todos iguais. Têm todos as mesmas inspirações, os mesmos sonhos. Mas, sejamos sinceros, independentemente de onde eles vieram e das experiências a quem pertencem, ninguém conseguiria sobreviver sem um bom filme, uma boa história. Não posso contar aqui nenhuma história sobre o primeiro filme que fui ver e a maneira como me tocou porque, se vamos falar a verdade, nem o que comi ontem ao jantar reside na minha memória. Também não posso dizer que me lembro de todos os filmes que vi até hoje, porque ninguém se lembra. Posso, no entanto, dizer que os meus sonhos vêm de filmes, vêm da vida de outras pessoas, da sua caracterização. Quer dizer, se não fosse a representação, onde é que cada rapariga se ia lembrar do príncipe que virá no grande e forte cavalo branco e que irá viver connosco feliz para sempre? Quem nos iria inspirar para as festas com os amigos? Quem nos iria inspirar para aquelas aventuras pela cidade? Se não fossem os filmes, não saberíamos como lidar com a dor, como reconhecer uma boa piada, ou viver uma boa aventura, simplesmente não conseguíriamos. Percebo que para isso, servem os livros. E, não me levem a mal, eu defendo sempre um bom livro que nos leva a uma viagem de introspeção sobre o nosso dia-adia ou a nossa paixoneta. Mas, é sempre bom pôr uma cara àquela bela rapariga que sobreviveu uma dramática história de perda e de saudade, como é sempre bom pôr uma cara àquele rapaz que superou todas as suas incertezas e receios. Não sei bem descrever a maneira como apenas um conjunto de imagens em movimento conseguem tocar tanto nos mais profundos sentimentos, medos, mas conseguem. E se forem pensar, o que seria a vida sem eles? Conseguiriam aguentar uma vida sem aquele filme de domingo com a família?
25 l Jornalesas l dezembro 2014 l XL
O
s Maias, um belo exemplo do que deveria ser o cinema português. Com realização de João Botelho e produção de João Oliveira, este filme visa recriar o clássico intemporal do incontornável Eça de Queirós - Os Maias, Cenas da Vida Romântica. Pois bem, conseguiu na perfeição. Apesar dos diversos cortes operados no enredo original, necessários, tendo em conta a extensão do mesmo, o trabalho de adaptação do texto revela-se verdadeiramente admirável, bem como o trabalho dos atores, com destaque óbvio para o sempre perspicaz e arrebatador João da Ega, interpretado por Pedro Inês. Por outro lado, a opção pela ausência de cenários exteriores (a qual confesso ter repudiado à partida) mostrou-se uma limitação orçamental exemplarmente superada, tendo-se revelado visualmente agradável e exata ao nível da recriação histórica. Posto isto, Os Maias – Cenas da Vida Romântica é muito mais do que uma simples adaptação, e mais do que um “instrumento de trabalho” que servirá apenas para qualquer estudante do ensino secundário que repudie o enorme prazer da leitura.
Moda ESAS Texto de Francisca Paixão, 8º C
Mulher :
A estação outono / inverno
2014 está marcada pelas peças de roupa básicas com padrões ou estampados. O Mickey Mouse é a personagem que mais predomina entre as raparigas de todas as idades. Os casacos bordô de fecho éclair abundam nos corredores da ESAS, assim como as camisolas de carapuço ou hoodies de todas as cores. Como sempre as calças de ganga justas são a escolha predileta da maioria das raparigas. Também são comuns os casacos de cabedal pretos com tachas prateadas. O calçado varia entre os botins, as famosas all stars e as novas creepers (sapatilhas de sola grossa) com padrões florais ou lisas.
Homem :
A moda masculina, por
26 l Jornalesas l dezembro 2014 | XL
incrível que pareça, é bastante semelhante à das raparigas, ou vice-versa. Camisolas de carapuço, calças de ganga (largas) e creepers. Outro facto interessante são os casacos bordô acima referidos, que também são usados pelos dois. Assim como “os Mickeis”, ou seja, ao percorrer os corredores, a maioria dos alunos usa o mesmo tipo de roupas.
Palavras da diretora ESAS
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O melhor aluno da ESAS
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Sob o véu da Educação
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Deflação: Tempo das vacas gor-
SÁBADO 29/11/14
das ou magras?
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Viver com esquizofrenia
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Jovens Repórteres do Ambiente
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Projecto Comenius: “Just be it”
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À conversa com a provedora da pessoa com deficiência da CMP
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Biblioteca
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Lugar da ciência
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Visita de estudo
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1914 -2014: 100 anos da I guerra Mundial
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25 anos do Muro de Berlim
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100 anos de memórias
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Projeto solidário
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Entrevista a Tito Baião
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Livros
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Filmes
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Moda ESAS
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A ESAS é noticia
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27 l Jornalesas l dezembro 2014 l XL
índice
Editorial “É
preciso que alguma coisa mude para que tudo fique na mesma”. Esta frase de Lampedusa no livro «O Leopardo» e imortalizada por Visconti no seu filme homónimo tem aquele timbre de negativismo próprio das sociedades em crise. O facto de não se acreditar na mudança ou esta ser encarada como quase impossível é uma das verdades mais coxas que o lugar-comum já produziu. A mudança existe. Nas instituições, nas pequenas comunidades, na cultura, na economia, na escola, na ciência. E, se na política, ela é menos visível é por motivos de uma lógica de continuidade e estabilidade escolhidas para um sistema que privilegia as vitórias efémeras. A mudança existe nas sociedades modernas pela mão de pequenas instituições e pequenas dinâmicas de grupo. O JornalESAS é um exemplo de uma pequeníssima estrutura que se tem consolidado ao longo de alguns anos, alimentando a participação da comunidade escolar e particularmente entre alunos e professores. Não deixa de ser interessante verificar que a história dos últimos anos da nossa Escola já se pode fazer por este jornal. Encontramos os alunos que se destacaram em vários desempenhos, alguns deles meritórios e socialmente relevantes e que nos enchem de orgulho, professoras e professores desenvolvendo atividades com os alunos em fotos de grupo que um dia recordarão certamente com ternura, opiniões expressas por alunos que marcarão o seu tempo, livros e filmes que fazem o nosso quotidiano e por isso a nossa memória, a crise económica de 2008, os inventários dos acontecimentos mundiais, as eleições que exprimem os votos nas diferentes práticas democráticas, a evolução da ciência e dos seus lugares mágicos, efemérides, teatros e danças do possível; encontramos gente em pequenas equipas que fizeram este jornal que é livre e onde se aprende em equipa. Mas as mudanças existem mesmo. E os pequenos grupos sabem-nas fazer melhor e mais eficazmente do que os grandes. O JornalESAS soube olhar para dentro de si e tentou mudar aproveitando o facto de o deixarem realizar em liberdade e com total independência. Conseguimos chamar as gentes da casa e fazer uma reflexão sobre os nossos erros e o que poderíamos fazer melhor, essa solução única para a mudança. E foi o que aconteceu. Para além de uma cara lavada a nível gráfico e de todo o layout ser mudado, também os temas são mais variados e tentam refletir os problemas atuais, aumentando igualmente a participação dos alunos que demonstram uma grande vontade de renovar as múltiplas equipas que vão saindo da Escola. E esta tendência de tornar o JornalESAS um jornal de alunos que reflita a vida e o sentir da Escola é o que os últimos relatórios anuais do nosso jornal têm mostrado e é a grande mudança que levaremos também por diante. Esperemos que todos estejam connosco.
FICHA TÉCNICA Coordenadores: António Catarino (prof.), Carmo Rola (profª), Julieta Viegas (profª) e Maria João Cerqueira (profª) Equipa redatorial e revisão de textos: António Catarino (prof.), e Maria João Cerqueira (profª ) - Maria da Paz e Marta Vedor (11ºG) Consultoria gráfica: António Carvalhal (prof.) Fotografia: António Carvalhal (prof.) Capa: Maria da Paz (11ºG) Paginação e Maquetagem: Julieta Viegas (profª), Maria da Paz e Marta Vedor (11ºG) Outros colaboradores: Ana Rita Brandão (10ºE), Alexandra Degenhardt (11ºI), Angelina Mota (profª), , André Monforte (12ºE), Barbara Carvalho (12ºG), Beatriz Camelo (12ºG), Beatriz Matos (8ºD), Bernardo Sarmento (11ºG), Biblioteca, Carlos Morais (prof.), David Cunha (11ºE), Dr.ª Delfina Rodrigues, Fátima Alves (profª), Fátima Sarmento (profª), Fátima Van Zeller (profª), Francisca Paixão (8ºC), Hélder Costa (12ºF), Hugo Coelho (9ºE), João Luís Carvalhal (9ºE), João Paulo Gonçalves (9º E), Jorge Ferreira (12ºE), Luísa Pontes (12ºF), Luís Teixeira de Sousa (8ºD), Maria da Paz (11ºG), Marta Marmelo (10ºD), Marta Vedor (11ºG), Martim Godinho (9ºD), Miguel Pereira (9º F), Olga Cardoso (11ºG), Paula Magalhães (profª), Rui Branco (11ºG), e Zaida Braga (profª). Financiamento: Estrela Branca l Pão quente, pastelaria; Não + Pêlo l Estética ; Deriva Editores l livros , Olmar l materiais de escritório; Oporto essência | cabeleireiro low cost; METAS | Medicina e Segurança no Trabalho; Susana Abreu | cabeleireiros, estética e cosmética; Kabula’s 2 | confeitaria e pastelaria; Oxigénio | Fitness Club e Escola Secundária/3 Aurélia de Sousa. ESCOLA SECUNDÁRIA/3 AURÉLIA DE SOUSA Rua Aurélia de Sousa - 4000-099 Porto Telf. 225021773 equipa.jornalesas@gmail.com
dezembro. 2014 http:// www.issuu.com (pesquisa: jornalesas)
1,00 € Os textos para a edição XL do Jornalesas foram redigidos segundo as novas normas do acordo ortográfico