Construa a vida de forma a não temer a morte

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Construa a Vida de Forma a Não Temer a Morte

“Viver a vida como uma aventura de crescimento e aprendizagem é muito melhor do que vivê-la como uma rotina. Os próprios processos biológicos que assinalam a morte falam-nos de paragem do crescimento, perda de energia, imobilidade e decomposição. As pessoas felizes crescem, diz-nos peremptoriamente a nossa experiência.” Rodrigues, Vítor, Constrói A Tua Felicidade – da Depressão ao Bem-Estar, 2015, Lisboa, A Esfera dos Livros, p.74


Lembro-me muitas vezes de uma anedota que me contaram quando era ainda muito jovem e que falava de um homem que tinha morrido aos 35 anos mas que só o tinham enterrado aos 80. Quando a ouvi pela primeira vez fez-me confusão e creio que cheguei mesmo a perguntar como é que isso era possível, onde carga d’água tinham enfiado o homem! Só alguns anos depois é que compreendi o significado de morrer aos 35 e ser enterrado aos 80. E quem diz aos 35 diz a outra idade qualquer, a antecipação da morte é, infelizmente, prática comum por entre a nossa espécie. Seja por saturação, seja por incapacidade, há muita gente a morrer muito tempo antes de ser enterrada. O que é que se ganha com isso? Nada. Absolutamente nada. Nem sequer preparação para a dita. Perder, perde-se muito. Perde-se vida e isso é mais do que muito – é tudo. O que é que leva tanta gente a fazer-se de morta? O medo da vida. A vida é mudança constante, é crescimento, é determinação e coragem. Viver significa avançar dentro de nós, olharmo-nos, sentirmo-nos, auscultarmo-nos para passarmos, sucessivamente, ao estágio seguinte até sermos capazes de atingir o maior número possível de estágios. Até sermos capazes de nos aproximarmos o mais possível desse que não teme a morte porque, afinal, viveu. A que grupo é que você pertence? Aos que temem ou aos que vivem? Se não sabe e quer saber, tente responder a estas perguntas: Lembra-se de tudo aquilo que queria fazer quando era jovem? Lembra-se de todos os sonhos? De todas as certezas? Da forma


atravessada como via os adultos frustrados e da certeza de que nunca viria a ser um deles? De todas essas coisas que tinha a certeza que iria fazer, quais é que já fez e quais é que faltam fazer? E das que faltam fazer quando é que está a pensar avançar com elas? O quê?! Acha que já é tarde? Acha que já não vale a pena? Diga-me uma coisa, já reservou a campa? Houve uma altura da minha vida em que eu tinha a certeza de que não iria viver muitos anos. Porquê? Não faço ideia, mas que eu tinha essa certeza, tinha. Essa altura serviu para que em mim nascesse uma espécie de urgência que não me deixa deixar coisas por fazer. Principalmente aquelas que eu considero importantes. Escusado será dizer que já ultrapassei em muito o limite que um dia tive a certeza de nunca vir a ultrapassar. Se o ultrapassei porque nunca desisti de viver, não faço ideia, mas uma coisa é certa – quando a minha hora chegar eu estarei, como se costuma dizer, de barriga cheia e não lamentarei tempo perdido, porque não o tive. Como diz o autor que eu comecei por citar, “Viver a vida como uma aventura de crescimento e aprendizagem é muito melhor do que vivê-la como uma rotina.” E, para isso, é fundamental que os braços nãos caiam e o sangue não deixe de correr nas veias. Lembre-se que nada é estável e que passar por momentos de desânimo é humano, deixar-se vencer por eles não é. Se pensa que está fora de prazo. Se anda triste com a vida mas não acredita na possibilidade de uma mudança.


Venha at茅 aqui e veja com os seus pr贸prios olhos a forma como outros, iguaizinhos a si, cresceram e se libertaram de uma morte antecipada.


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