Sete Passos Para Fechar a Porta à Depressão Alda Couto & Brígido Silva / February 17, 2015 /
Tags: auto-estima, Como sair da depressão, Depressão, Felicidade, saúde This post is in Portuguese. Click here to view ALL posts in Portuguese, English.
Com o advento da crise, a depressão estendeu os seus tentáculos a uma franja muito grande da população europeia. Gente com pensamentos suicidas, vontade de partir tudo ou mesmo matar alguém, não é tão incomum como se possa imaginar e até eu já assisti ao abandono de uma viatura em plena Ponte 25 de Abril e alertei-me quando vi o seu proprietário a trepar pela barreira de protecção manifestando claramente a intenção de mergulhar nas águas profundas do Tejo. A depressão é isto mesmo – uma espiral de tristeza que toma conta de nós empurrando-nos para lugares escuros e profundos de onde parece impossível sair. Eu sei porque já passei por lá mais do que uma vez e posso garantir que não é impossível sair. Muito pelo contrário – não só é
possível sair como é possível não voltar a entrar, isto é, é possível ser feliz. E ser feliz não é, acreditem, aquela utopia que nos venderam de impossibilidade. Ah! A felicidade não existe! Ninguém é feliz. Vai-se sendo…um dia sim outro dia não… Tretas! Ser feliz é possível sim. E é possível através de um encontro com nós mesmos e com as forças que habitam no nosso ser mais profundo. E como é que isso se consegue? Segundo o Psicólogo e Psicoterapeuta Vítor Rodrigues existem sete procedimentos, chamemos-lhes assim, que levarão qualquer um para longe da depressão e para cada vez mais perto da felicidade. A saber: Aceitar o nosso passado – enfrentando-o e perdoando-o seremos capazes de o aceitar e a única forma de o mantermos onde ele deve estar – no passado -, é precisamente aceitando-o. • Olhar a vida de frente e de modo positivo – se pensa que não é capaz disso experimente passar uma semana inteira a olhar apenas para aquilo que lhe agrada, que lhe dá felicidade, para aquilo onde encontra beleza. Faça-o acreditando que uma autoridade maior o castigará veementemente caso o seu olhar atente no que é feio ou mau, errado ou digno de crítica. • Crescer de vários modos porque crescer é antidepressivo e feliz – há várias formas de crescer mas todas elas passam por uma certa ousadia, por um colocar de pé fora da zona de conforto, por um arriscar a diferença. Há várias formas de crescimento mas todas elas exigem que se supere, aos poucos, hoje um bocadinho amanhã um pouco mais… • Acreditar que a mudança é um passo importante – esta vem na sequência da anterior, ou por ela mesmo. Se não acredita que a mudança é um passo importante nunca sairá da cepa torta e a depressão, mais cedo ou mais tarde, de forma óbvia ou velada, •
instalar-se-á na sua vida fazendo-o acreditar que a felicidade não passa de uma utopia. • Perder o medo de arriscar e de subir o degrau seguinte para atingir o próximo nível – chama-se a isto evolução positiva. O medo é redutor, impeditivo de qualquer evolução, por outro lado não me parece que seja passível de ser perdido, pelo menos não totalmente, por isso o remédio que tem é ir e, se tiver medo, ir mesmo assim. Vai ver que é muito mais compensador, na verdade uma enorme fonte de orgulho e de felicidade, ir apesar do medo e verificar, in loco, que quem manda é você. • Perceber o valor da criatividade – a propósito deste item lembrei-me da aberração valorativa que estava na moda quando eu era adolescente. Andávamos todos encantados com o amor livre e com Lobsang Rampa mas depreciávamos tudo o que nos cheirasse a mariquinhas – o amor, os artistas, a criatividade – todos loucos despropositados e, acima de tudo, fraquinhos coitados…maricas…nem mais. Vai-se a ver e muitas das depressões começaram assim… • Desenvolver a nossa auto-estima – ora aí está algo que será sempre mais fácil uma vez desenvolvidas as proposições anteriores. Sem elas, a coisa ficará, sem dúvida, bem mais difícil. É importante ter em conta que a depressão é traiçoeira. Que ataca pelas costas, que vem velada… É, portanto, fundamental que esteja atento aos seus sintomas que nem sempre são lineares. Para estar deprimido não é preciso andar a chorar pelos cantos ou recusar-se a sair de casa. mas se esta última lhe custa, se agir implica sacrifício, se a tristeza se instalar mesmo sem lágrimas, se o cansaço tomar conta de si, se deixar de dormir ou se, pelo contrário, só estiver bem enfiado na cama dormindo horas a fio, alerte-se. Reveja os sete passos que aqui lhe deixamos e, porque não?, procure ajuda. Saiba que ser capaz de o fazer é também prova de crescimento e de sensatez. Desejamos-lhe toda a felicidade do mundo.