Vozdaigreja setembro2015

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PE. ALEXSANDER CORDEIRO LOPES MARLON ROZA Coordenação da Ação Evangelizadora da Arquidiocese de Curitiba

A Imagem P eregrina de Nossa Peregrina Senhora Aparecida está entre nós! Em um ano tão importante da Arquidiocese de Curitiba, no qual queremos ligar definitivamente as chaves da missionariedade em todas as comunidades, recebemos em nossas terras a imagem Peregrina de Nossa Senhora Aparecida (agosto/2015 a novembro/2015). Como o próprio Documento de Aparecida destaca, “Maria é a grande missionária, continuadora da missão de seu Filho e formadora de missionários” (DA 269, cf. 320). É, sem dúvida, um modelo do “seguimento de Cristo” (DA 270). Assim como em outras edições, a Revista Voz da Igreja deste mês destaca a missionariedade nas ações pessoais, pastorais e nos movimentos de nossa Igreja. Ressaltamos, de modo especial a Semana Nacional da Vida “SNV” (Dias: 01 a 07 de outubro). Com temas essenciais para a família; queremos nesta data “celebrar o direito à proteção da vida e saúde, à alimentação, ao respeito e a um nascimento sadio”. Quando anunciamos Cristo Jesus, devemos ter a consciência que cada ser humano tem direito a uma vida digna e íntegra perante a sociedade, e isso só se dará se entendermos que é “em cada criatura (que) o Reino se estabelece”. A juventude também quer construir uma nova sociedade. Para isso, João Guilherme, do Setor Juventude, convida todos os jovens a participarem do DNJ – Dia Nacional da Juventude (05 a 08 de setembro). Participe! Leve seu grupo! Teremos shows, apresentações culturais e muito mais. Merece destaque também, o texto do Pe. Luciano Torkarski (coordenador da Comissão Bíblico-Catequética) com tema “Anunciar o Evangelho com ousadia, no itinerário da iniciação a Vida Cristã - O exercício do ministério da Palavra”. Sabemos que nos dias atuais a iniciação cristã deve acontecer de forma criativa e ousada, precisa e aprofundada nos mistérios da Palavra de Deus. Apresentamos, também, com alegria, a Escola de Agentes da Pastoral do Batismo e a Escola de Coordenadores de Catequese, já ocorridos. E convidamos para participar do VII Seminário Arquidiocesano de Catequese e da Semana Teológica do Studium Theologicum de Curitiba. A Igreja “em saída” é uma mãe de coração aberto, que chegue às periferias e aos mais necessitados. Somos o Povo de Deus com a missão de transformar o mundo. Uma Igreja em saída chega de forma profunda a diversos ramos da sociedade, tais como: educação, seio familiar, a comunidade paroquial, entre outros. Setembro é o mês da Bíblia; desta forma a Pastoral do Dízimo traz uma mensagem importantíssima sobre como fazer parte deste projeto de transformação através da oferta que podemos fazer para os projetos missionários. Voltamos, nessa edição, a refletir sobre a Ideologia de gênero (texto de Gilberto Aurélio Bordini). Tratamos também da história da nossa Catedral Basílica Menor Nossa Senhora da Luz dos Pinhais – posto que também celebramos a festa de nossa padroeira. Destacamos ainda os trabalhos missionários da Paróquia Nossa Senhora das Mercês. E, por fim, merece relevo a Missa em Ação de Graças pelo Ministério Episcopal de Dom Rafael Biernaski, agora Bispo da Diocese de Blumenau (SC). Dom Rafael teve uma importantíssima atuação na Arquidiocese de Curitiba durante os cinco anos que esteve como bispo auxiliar e administrador. Deus preparou o seu coração para que realizasse com dedicação, responsabilidade e empenho o seu serviço. A gratidão, o carinho e amor para com este servo de Deus, estarão sempre nos corações de todos nós da Arquidiocese de Curitiba. Sejamos, pois, amor em todos os caminhos que percorremos hoje e sempre, Amém! ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO Rua Jaime Reis, 369 - São Francisco 80510-010 - Curitiba (PR) Responsável: Stephany Bravos Fones / Fax: (41) 2105-6343 ou (41) 8700-4752 E-mail: vozdaigreja@arquidiocesecwb.org.br Site: www.arquidiocesedecuritiba.org.br Apoio e Colaboração: Fone: (41) 2105-6342 Responsável: Aline Tozo E-mail: aline@arquidiocesecwb.org.br

Expediente A revista Voz da Igreja é uma publicação da Arquidiocese de Curitiba sob a orientação da Assessoria de Comunicação CONSELHO EDITORIAL - Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba Dom José Antônio Peruzzo | Bispos da Arquidiocese de Curitiba: Dom Rafael Biernaski e Dom José Mário Angonese . Chanceler: Élio José Dall'Agnol | Ecônomo da Mitra: Pe. José Aparecido Pinto. | Coordenador da Ação Evangelizadora: Pe. Alexsander Cordeiro Lopes | Coordenador geral do clero: Pe. Marcos Honório da Silva | Assessora de Comunicação: Stephany Bravos | Jornalista responsável: Stephany Bravos | Revisão: Stephany Bravos - Ana Paula Mira |Colaboração voluntária: 12 Comissões Pastorais| Apoio: Centro Pastoral Projeto gráfico e diagramação: Editora Exceuni - Aldemir Batista - exceuni@uol.com.br - (41) 3657-2864. Impressão: ATP Gráfica & Editora - Tiragem: 10 mil exemplares.

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Ação Evangelizadora

Agenda Mensal dos Bispos Dom José Antônio Peruzzo Arcebispo da Arquidiocese de Curitiba

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- Reunião da APAC - Visita ao Seminário Rainha dos Apóstolos 02 - Reunião da Pastoral Presbiteral, na Casa do Clero - Expediente na Cúria - Visita no Seminário Propedêutico 03 - Reunião dos 15 Setores, na Cúria - Reunião das 12 Comissões, na Cúria 04 - Visita no Seminário São José 06 - Missa de Dedicação na Catedral - Missa na Paróquia Nossa Senhora das Mercês 08 - Missa da Padroeira, na Catedral - Procissão e Missa da Festa da Padroeira, na Catedral 09 - Reunião com a Equipe Missionária da Arquidiocese, no Cenáculo - Expediente na Cúria - Visita no Seminário Bom Pastor 10 - Reunião do Setor Almirante Tamandaré, na Paróquia Nossa Senhora das Graças - Palestra na Faculdade São Basílio 11 - Reunião do Setor Rebouças 12 - Dedicação da Paróquia Maria Mãe da Igreja 13 - Missa na Paróquia São José das Famílias 14 a 16 - Reunião do CONSEP em Brasília (DF) 17 - Reunião do Setor Colombo, na Paróquia Imaculada Conceição - Missa de Encerramento da Assembleia Regional da CRB 18 - Reunião dos Padres Jovens, na Casa do Clero - Crisma na Paróquia Santa Efigênia 19 - Palestra no Seminário das CEB’S, na Cúria - Missa da Padroeira, na Paróquia Nossa Senhora da Salete 20 - Missa na Comunidade Vale de Saron - Missa no Encontro de Casais (MCC - Guadalupe) 21 - Formação para a RCC 22 - Reunião do Setor Centro ... - Missa na Catedral 23 - Missa e Visita no Mosteiro Monte Carmelo - Formação Bíblica, no Santuário Santa Rita 24 - Reunião dos Formadores, no Seminário São José - Missa na Capela Nossa Senhora Aparecida 25 a 27 - Assembleia do Povo de Deus, na Casa de Retiros Nossa Senhora do Mossunguê 27 - Palestra e Missa no VII Seminário Arquidiocesano de Catequese, Colégio Bom Jesus (Centro) 29 - Palestra na Semana Teológica do Studium Theológico - Missa na Paróquia São Francisco de Assis, no Xaxim 30 - Expediente na Cúria - Formação Bíblica, no Santuário Santa Rita

Dom José Mário Angonese Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Curitiba Região Episcopal Norte 01

- Reunião da APAC - Investidura dos MESCES do Setor Cabral, na Paróquia Nossa Senhora de Nazaré 02 - Reunião da Pastoral Presbiteral, na Casa do Clero - Missa de Posse de Pároco, na Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição - Atuba 03 - Reunião dos 15 Setores, na Cúria - Reunião das 12 Comissões, na Cúria 04 - Missa de Abertura do DNJ, na Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Belém 06 - Missa de Dedicação, na Catedral 07 - Grito dos Excluídos, na Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Belém - Missa na Catedral 08 - Missa da Padroeira, na Catedral - Missa na Comunidade Toca de Assis 09 - Expediente na Cúria 10 - Reunião do Setor Cajuru, na Paróquia São José 11 - Reunião do Setor Rebouças, paróquia a definir 12 a 13 - Assembleia da Pastoral Carcerária do Regional Sul II, local a definir 16 - Expediente na Cúria 17 - Reunião do Setor Colombo, na Paróquia Imaculada Conceição - Crisma na Paróquia São Marcos 19 - Investidura dos MESCES do Setor Pinhais, na Paróquia São Benedito 22 - Reunião do Setor Centro, na Paróquia Senhor Bom Jesus 23 - Expediente na Cúria 24 - Reunião do Setor Pinhais, na Paróquia a definir - Reunião dos Formadores, no Seminário São José 25 a 27- Assembleia do Povo de Deus, na Casa de Retiros Nossa Senhora do Mossunguê 29 - Expediente na Cúria - Missa no Hospital São Vicente 30 - Missa na Paróquia São Francisco de Assis, no Xaxim


Por que procuramos por

Deus ? Arcebispo de Curitiba

DOM JOSÉ ANTÔNIO PERUZZO

Voz do Pastor

Essa interrogação já foi motivo de muitas páginas desde os tempos do Iluminismo. E sobre tal temática já se repetiram quase todas as opiniões, e também confusões. Ele, Deus, foi já reconhecido como o absoluto, o onipotente, o eterno, o infinito, o ser totalizante. Mas foi também desqualificado como invenção fantasmática dos fracos, como projeção dos nossos anseios secretos ou inconscientes, como fonte opiácea de ilusões. E o debate ainda não terminou. Para uns, Deus é essencial. Para outros, é desnecessário. Há os que precisam d’Ele somente nos momentos difíceis. Para uns, Ele é um enigma a decifrar (ciência). Para outros, é um mistério a experimentar (fé). Mas qual é a razão de escolher esse tema para a coluna de hoje? É que muitos leitores irão às suas igrejas neste domingo e, se forem católicos, ouvirão um texto do evangelho de João (Jo 6,24-35). A multidão foi à procura de Jesus. Em embarcações, atravessaram o lago para encontrá-Lo. E perguntaram-Lhe: “Quando chegaste aqui?”. E a resposta: “...Vós me procurais não porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães e vos saciastes” (Jo 6,26). É fácil perceber que uma foi a pergunta; outra foi a resposta. Do que trata essa descontinuidade? Como outrora, também hoje há multidões que se expressam religiosas. E Deus é lembrado com frequência. Os que anunciavam o fim do fenômeno religioso se surpreendem e as conquistas da ciência parecem não bastar. Até mesmo os letrados e os bem alentados nos esquemas científicos se mostram carentes de transcendência. Na realidade, o que aconteceu nos tempos de Jesus ocorre também hoje. Não era a pessoa de Jesus e seus ensinamentos que eles procuravam. Buscavam, sim, as vantagens que aquele “milagreiro” poderia lhes ensejar, por isso a resposta crítica do Senhor. Não se tratava de adesão de convertidos. Não havia desejo e esforço em direção a um novo modo de ser e de viver. Buscavam a própria saciedade material. Era uma religiosidade de egoístas. O problema de ontem continua hoje. As expressões são outras. As limitações são as mesmas. Por vezes se expressam em queixas: “Precisei de Deus, rezei, mas não me atendeu”; “Até os desonestos têm sucesso; eu, que creio e me esforço, pareço esquecido por Ele”. Nas horas de dor e sofrimento, nossos apelos são ainda mais dramáticos. Não quero aqui apontar erros. Não pretendo fazer correções. Mas gostaria, sim, de propor a mim e ao leitor o que disse o próprio Senhor àqueles que o procuravam com intenções ambíguas: “Trabalhai não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna”. Essa resposta toca no sentido da vida. Para quem busca a si mesmo, ou se limita àqueles do próprio convívio, tudo se esvazia com o término da própria história e existência. Se fez algo de bom, será lembrado por algum tempo, mas se esgota. Por outro lado, “trabalhar para o que permanece até a vida eterna” não é mera referência, de impossível demonstração, daquela vida depois da morte. O sentido é outro. É trazer para o presente da vida e da existência aquele mistério experimentado de encontro com Deus. Sim, se isso se restringir a palavras, claro que tudo permanece no âmbito de uma abstração metafísica. Mas, se alguém quer integrar nos passos de sua vida o encontro com Deus, o caminho da fé se torna uma possibilidade real, que transfigurou os caminhos de muitos. Quando quiseram falar de sua nova vida, as equações não serviram, mas a paz testemunhada ilustrou.

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Exaltação da

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para construir a igreja no lugar do túmulo de Cristo. Foram feitas escavações sobre o túmulo de Cristo. Ali encontraram as três cruzes da crucificação de Cristo e dos dois ladrões. O Bispo de Jerusalém Macário teve a ideia de levar as três cruzes a uma matrona gravemente enferma para saber qual seria a cruz de Cristo. Quando a cruz de Cristo tocou a enferma, ficou imediatamente curada. Era 14 de setembro de 320. Foi instituída a festa da Exaltação da Santa Cruz, a 14 de setembro. A Santa Cruz foi bem conservada em Jerusalém; a igreja foi construída sobre o túmulo de Cristo, chamada de Santo Sepulcro. No século VII, Cosroe, o rei da Pérsia, acérrimo inimigo do Império Romano e da Igreja, armado com forte exército, invadiu Jerusalém. Destruiu igrejas, mosteiros, cometendo as maiores atrocidades contra os cristãos. Apoderou-se da Santa Cruz e a levou para a Pérsia. Os cristãos enfurecidos exigiram que o Imperador de Constantinopla retornasse a cruz de Cristo a Jerusalém. Não conseguiu o Imperador Heráclio com o diálogo a devolução da cruz. Armou-se e reconquistou a cruz, a 03 de maio de 629. Foi instituída a festa da Invenção da Santa Cruz a 03 de maio. A reforma litúrgica, depois do Concílio Vaticano II, estabeleceu, entre as duas festas, a data de 14 de setembro, quando foi encontrada a Cruz em 320. A festa da Exaltação da Santa Cruz é para os católicos força e poder de Deus. O verdadeiro discípulo de Cristo é aquele que aceita sua cruz diariamente e a carrega até a morte. “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mc. 8, 34). Em outra passagem, Cristo afirma: “Aquele que não toma sua cruz não é digno de mim” (Mt. 10, 38). Concluindo: Quem de nós não tem sua cruz, com doença, conflitos familiares, desemprego, aposentadoria, que às vezes não dá para os remédios e outras muitas? Que as cruzes, com o Cristo Crucificado, nas igrejas, nas torres, nos peitos dos Católicos e outros lugares, sejam sempre exaltadas.

Arcebispo Emérito de Curitiba

DOM PEDRO ANTÔNIO MARCHETTI FEDALTO

Palavra de Dom Pedro

No dia 14 de setembro, acontece a festa da Exaltação da Santa Cruz. A crucificação de um homem era o castigo mais ignominioso, cruel, humilhante para os maiores e piores criminosos e facínoras. Só com a morte de Cristo, a cruz foi exaltada, como diz São Paulo aos Coríntios: “A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas é o poder de Deus para os que se salvam. Nós anunciamos Cristo crucificado, que para os judeus é escândalo, para os gentios loucura, mas para aqueles que são chamados é Cristo, poder e sabedoria” (I cor. 1, 18, 23 e 24). Cristo foi descido da cruz e sepultado. Onde ficou sua cruz? Depois da morte de Cristo, no ano setenta, foi destruído o templo de Jerusalém. Os pagãos erigiram no monte Calvário um templo à deusa Vênus e colocaram uma estátua de Júpiter. O Santo Sepulcro foi coberto de pedras e terra até o século quarto, quando Constantino Magno proclamou o Império Romano cristão, após a batalha em 313, vencendo Maxêncio. Sua mãe Helena, octogenária, foi a Jerusalém

Santa Cruz


Juventude

JOÃO GUILHERME DE MELLO SIMÃO Setor Juventude - Arquidiocese de Curitiba

DNJ 2015 Olá pessoal! Nesta edição voltamos a falar do Dia Nacional da Juventude 2015. Vamos dar mais informações e fazer o convite para vocês! Como já dissemos, o DNJ vem trazer o tema Juventude construindo uma nova sociedade, e como lema “Estou no meio de vós como aquele que serve” Lc. 22, 27. Para isso, nosso projeto prevê na programação quatro grandes eixos: · Espiritualidade: vamos juntos com a comunidade celebrar a fé. Teremos momentos de leitura orante da palavra de Deus, momento mariano, momento fraterno e com as famílias, etc, iremos rezar bastante; · Missão: iremos realizar pelas ruas da paróquia uma missão de visitas às casas, ao comércio, às realidades do bairro; · Ação social: iremos realizar com a comunidade melhorias de alguns espaços comunitários como também realizar oficinas para as pessoas, oferecendo mais que assistência, um material humano; · Celebração: como o DNJ é uma celebração da juventude da Igreja há 30 anos, ele também é um espaço para celebrar. Vamos realizar shows e apresentações culturais para animar e festejar o evento. O DNJ será realiza-

do de 5 a 8 de setembro, ou seja, de sábado à terça-feira. Aqueles jovens que querem participar do DNJ devem chegar até às 8 horas no sábado para serem acolhidos pela comunidade. A inscrição é R$ 25,00. Aqueles que querem apenas

participar da celebração, será na terçafeira das 14h às 22h e é grátis. O endereço, todos já sabem: Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Belém. R. Amador Bueno, 527 - Cajuru, Curitiba. Esperamos todos vocês!

SETOR JUVENTUDE: juventude@arquidiocesecwb.org.br (41) 2105-6364 / 2105-6368 / Assessor Eclesiástico: Pe. Waldir Zanon Junior. Arquidiocese de Curitiba | Setembro 2015

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Animação Bíblico-Catequética

PE. LUCIANO TOKARSKI Coordenador da Pastoral Catequética

ANUNCIAR O EV ANGELHO COM EVANGELHO A OUSADIA OUSADIA,, NO ITINERÁRIO D DA INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ “O exercício do ministério da Palavra” “Tua Palavra é a luz de meus passos, a lâmpada de meu caminho” (Sl 118,105). A Palavra de Deus, fonte de sabedoria e dinamismo, será o ponto de partida de nossa reflexão. Vamos deixar-nos tocar, incomodar, modelar e impulsionar por essa Palavra que o Papa Francisco qualifica “de poder libertador e renovador”. A iniciação à vida cristã inspirase e modela-se pelo anúncio do Evangelho. Sem a escuta e o eco da Palavra, torna-se iniciação falida. A afeição e o assentimento pela pessoa de Jesus Cristo nascem da ação da Palavra proclamada que caiu em terra fértil. A Palavra faznos ser discípulos de Jesus Cristo hoje! Quanto mais nos alimentamos da Palavra de Deus, mais nos encontramos com o Deus da Palavra. O mandato batismal que o agente da iniciação à vida cristã recebeu da Igreja é o exercício do ministério da Palavra. O catequista, o agente da pastoral do batismo e as coordenações devem ser conduzidos pela Palavra. É Deus em seu Verbo, Jesus Cristo, que nos orienta. Precisamos estar de ouvido atento e coração aberto para escutar, refletir, seguir e viver essa Palavra que nos guia, que é luz em nosso caminhar.

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A leitura e escuta orante da Palavra de Deus são fundamentais na maturidade de fé. A experiência da leitura, estudo, meditação e celebração, a partir da Palavra de Deus, é o núcleo central de uma comunidade cristã. Ela gera compromisso de fé e desperta para uma atenção amorosa a todos os interlocutores, principalmente, os de famílias machucadas, os que estão à margem da vida e do sistema, os que não conhecem

a Igreja e a sua própria fé. E, assim, ordena o discernimento dos sinais dos tempos, reaviva o gosto pela vida em comunidade e forma discípulos missionários orantes. A Palavra de Deus dá sentido para a pessoa, sela a paz na sociedade, cria consistência fraternal na comunidade e fortalece a eclesialidade das pastorais. Ela é fonte de inspiração e impulso para a consolidação do itinerário da iniciação à vida cristã em estilo catecumenal nas comunidades paroquiais de nossa Igreja Particular. A eficácia da Palavra não permite espaço para o sa-

cramentalismo, para o improviso e artificialismo catequético. O agente da iniciação à vida cristã é aquele que mergulha nos mistérios da Palavra. Suas ações, celebrações, orações, decisões, planejamentos, metodologias e criatividades inspiram-se na Palavra. A Palavra desperta a dimensão celebrativa, profética e missionária da iniciação à vida cristã na vida de comunidade. “É preciso fundamentar nosso compromisso missionário e toda a nossa vida na rocha da Palavra de Deus” (DA 247). O agente da iniciação à vida cristã é um anunciador da Palavra de Deus. Ela o faz amigo de Jesus Cristo. Assim, ele será capaz de narrar, com competência, as obras do Deus da misericórdia, as ações de Jesus Cristo nos evangelhos e na nossa história de vida pessoal e da comunidade. Não deixemos que nos roubem a ousadia de anunciar a Palavra: ela é “a assepsia da alma, a faxina da mente e a alforria do coração” (Papa Francisco). Ousemos como Maria, Mãe da Palavra encarnada, ela que nos conduz às novas oportunidades de evangelização no mundo de hoje. Mãe Aparecida, rogai por nós!


VII SEMINÁRIO ARQUIDIOCESANO DE CA TEQUESE CATEQUESE DATA: 27 de setembro de 2015 LOCAL: COLÉGIO BOM JESUS (CENTRO) TEMA: O CATEQUISTA PARA UMA IGREJA MISSIONÁRIA ORIENTAÇÕES: procure o folder (com a ficha de inscrição, que pode ser reproduzida) encaminhado para sua paróquia. Local p/ inscrição: Comissão Bíblico-Catequética – Av. Jaime Reis, 369

ESCOLA DE AGENTES D A P ASTORAL DO BA TISMO DA PASTORAL BATISMO No dia 08 de agosto, 96 lideranças de inúmeras paróquias de nossa arquidiocese concluíram a 1ª Escola de Agentes da Pastoral do Batismo, par-

ticipando da segunda etapa organizada pela Comissão Bíblico-Catequética! Muita alegria em constatarmos a busca de formação e informação, para

que seja consolidada a proposta arquidiocesana para a preparação de pais e padrinhos! Parabéns a todos e a cada um!

ESCOLA DE COORDENADORES DE CA TEQUESE CATEQUESE Nos dias 24, 25 e 26 de julho passado, aconteceu a segunda etapa da Escola de Coordenadores de Catequese na Casa de Retiros Nossa Senhora do Mossunguê. Essa Escola já está em sua nona edição e tem formado catequistas para um ministério muito importante para as atividades catequéticas nas paróquias: o ministério da coordenação. Os participantes constroem a Escola, de forma a assimilar, da melhor maneira possível, como ser um líder, como “cuidar” do seu grupo de catequistas, como exercer esse ministério da melhor maneira, como planejar.

Além disso, também tomam ciência de todas as propostas arquidiocesanas para o itinerário catequético.

Parabéns a todos os que concluíram, parabéns pelo ardor ao ministério e ao serviço!

COMISSÃO DA ANIMAÇÃO BÍBLICO-CATEQUÉTICA: catequese@arquidiocesecwb.org.br – fones: 2105-6318./ Coordenação: Pe. Luciano Tokarski. Assessoria: Regina Fátima Menon. Arquidiocese de Curitiba | Setembro 2015

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Especial

Vida: anunciar, De 01 a 08 de outubro de 2015, vamos celebrar em todas as nossas comunidades a Semana Nacional da Vida A Igreja no Brasil celebra, de 1 a 7 de outubro, a Semana Nacional da Vida (SNV), culminando com o Dia do Nascituro, no dia 8 de outubro. Durante a SNV, as dioceses são convidadas a desenvolver atividades em torno do tema, focando sempre o direito à vida e a preservação da dignidade humana. A Semana Nacional da Vida foi instituída em 2005 pela 43ª Assembleia Geral da CNBB. O Dia do Nascituro é um dia em homenagem ao novo ser humano, à criança que ainda vive dentro da barriga da mãe. A data celebra o direito à proteção da vida e saúde, à alimentação, ao respeito e a um nascimento sadio. O objetivo é suscitar nas consciências, nas famílias e na sociedade o reconhecimento do sentido e valor da vida humana em todos os seus momentos. Todas as comunidades da nossa Arquidiocese de Curitiba são convidadas a conhecer e utilizar durante a SNV o subsídio HORA DA VIDA. Neste ano de 2015, o convite é para a reflexão em torno da Encíclica Evangelium Vitae, o Evangelho da Vida, de São João Paulo II, publicada há 20 anos, em 1995, e mais atual do que nunca no que se refere à promoção e valorização da vida. Marco para a bioética, essa Encíclica trouxe luz para dificuldades do homem moderno, e traz luz para nossa sociedade brasileira inclusive neste momento de crise: não pode haver verdadeira democracia, se não é reconhecida a dignidade de cada pessoa e não se respeitam os seus direitos. Parece ser senso comum que a vida é um valor superior e que devemos defendê-la com regras, cultivando costumes e valores que enalteçam a dignidade presente nela e tudo que decorre do direito de viver. Contudo, não é fácil manter a coerência. Por exemplo: é dolorido falar sobre aborto, é difícil compreender a eutanásia, são revoltantes as notícias de fatos que violam a vida; mas precisamos conversar para construirmos uma sociedade realmente voltada ao bem comum. E como instrumento de reforço deste diálogo, nossa Arquidiocese de Curitiba terá, durante a SNV, no dia 04 de outubro de 2015, o III Seminário Arquidio-

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COMISSÃO FAMÍLIA E VIDA DA ARQUIDIOCESE DE CURITIBA Foto: Simone Martinhak

celebrar e servir

cesano de Promoção e Valorização da Vida. Depois de discutir o valor da vida embrionária em 2013, e a dignidade da pessoa humana na sua integralidade em 2014, neste ano o Seminário da Vida vai trazer para o diálogo a Esperança. Com o tema “Anunciar o Evangelho, Celebrar a Esperança e Servir a Vida”, as palestras do Seminário da Vida, organizadas pela Comissão Família e Vida e que ocorrerão na PUC-PR, abordarão a humanização da morte como necessidade para divinizar a vida humana em todas as suas fases, bem como a esperança e o serviço que geram plenitude de Vida nas realidades difíceis enfrentadas por todas as nossas famílias quando da morte de seus entes queridos. Quando nos colocamos em missão para anunciar o Evangelho, a Boa Nova de Jesus Cristo, pregando que devemos buscar o Reino de Deus como maior tesouro, e mais, que devemos construir esse Reino já aqui neste mundo, temos que ter claro que, em cada criatura, em cada vida gerada, o Reino se estabelece; quando tendemos para o encontro pleno conosco mesmos e com Deus, percebendo a profundidade da nossa humanidade, crescendo em valores como os elencados nas bemaventuranças, enfim, quando nos tornamos mais humanos, reconhecendo nossa dignidade e integridade, estabelecemos o Reino de Deus e nos divinizamos em Cristo. “Em cada criatura o Reino se estabelece”. Viver é humanizar-se. Anunciar o Evangelho é anunciar nossa humanidade mergulhada em Deus, é celebrar a esperança de dia após dia se encontrar plenamente com nosso eu mais profundo e sair de si para servir o irmão que também carrega em si o Reino, servindo o grande dom que temos: a Vida! E, na esperança de viver, nos encontramos com a morte, porque na morte encontramos a Vida! A Boa Nova da Vida! Reforçamos e insistimos: celebrem ricamente a SNV - Semana Nacional da Vida – em suas paróquias e comunidades, e participem do III Seminário Arquidiocesano de Promoção e Valorização da Vida no dia 04/10. Saibam mais sobre o evento em www.seminariodavida.com.br e solicitem o Hora da Vida para melhor celebrar a SNV. COMISSÃO DA FAMÍLIA E VIDA afonjanepf@yahoo.com.br Fone: (41) 3329-0544./ Coordenação: Afonso e Janete Schiontek. Arquidiocese de Curitiba | Setembro 2015

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Formação

ANTONIO JOSÉ C. ALMEIDA Membro do Diretório Acadêmico do Studium Theologicum

SEMANA TEOLÓGICA Anualmente, o Studium Theologicum prepara uma semana de reflexões baseada em algum tema em relevância na atualidade. Em 2015, acontecerá a 37ª Semana Teológica, que é organizada pelo DAST (Diretório Acadêmico do Studium Theologicum). Para este ano, o tema escolhido foi “Misericordiae Vultus”, mesmo nome da Bula de proclamação do Jubileu do Ano da Misericórdia que se iniciará no fim de 2015. O evento é destinado aos alunos do Studium e também a pessoas de fora que tenham ligação com a teologia: leigos, religiosos(as) e sacerdotes. O evento começará no dia 28 de setembro e se estenderá até o dia 02 de outubro. Confira a programação:

ser vista no site: claretianostudium.com.br As inscrições devem ser feitas até o dia 21/09, pois temos vagas limitadas. Elas devem ser feitas pessoalmente no Studium Theologicum, que fica na Av. Getúlio Vargas, 1193 ou pelo e-mail: studiumtheologicum. simposio2015@outlook.com. O valor da inscrição depende da frequência de participação: Manhã: R$ 60,00 Noite: R$ 40,00 Integral: R$ 80,00 Mais informações pelo telefone: (41) 3307-7729. Participe!

Dia 28/09 (Segunda-feira): 8h – Preparação 8h30 – Abertura da Semana Teológica 9h – Conferência: As manifestações da misericórdia de Deus nos termos hebraicos. Assessorada pelo Prof. Jacil Rodrigues de Brito (FAI-SP) 19h30 – Continuação da Conferência da manhã. Dia 29/09 (Terça-feira): 8h30 – Conferência: “Felizes os misericordiosos porque alcançaram misericórdia” (Mt 5,7). Assessorada por Dom José Antônio Peruzzo, Arcebispo de Curitiba. 19h30 – Conferência: Justiça e Evangelização. Assessorada pelo Pe. Marcial Maçaneiro, SCJ. Doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Dia 30/09 (Quarta-feira): 8h30 – Conferência: Misericordias Domini in Aeternum cantabo: o Ano da Misericórdia e o quinto centenário do nascimento de Santa Teresa. Assessorada por Dom Bernardo Bonowitz, OCSO, Abade do Mosteiro Nossa Senhora do Novo Mundo. 19h30 – Conferência: A misericórdia na espiritualidade beneditina. Também assessorada por Dom Bernardo. Nos dias 01 e 02 de outubro, acontecem as apresentações dos trabalhos de conclusão de curso dos alunos do Studium. Por isso, nos dois últimos dias, a programação é restrita aos alunos da faculdade. A programação completa pode

EDITAL DE CONVOCAÇÃO PARA ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA ASSOCIAÇÃO DOS PRESBITEROS DA ARQUIDIOCESE DE CURITIBA CONVOCAÇÃO São convidados os senhores membros da ASSOCIAÇÃO DOS PRESBÍTEROS DA ARQUIDIOCESE DE CURITIBA a se reunirem em Assembleia Geral Ordinária, na sede campestre da APAC, na Capital do Estado do Paraná, às 10h00min em primeira chamada e às 10h30min em segunda chamada, do dia 13 de outubro de 2015 a fim de tratarem da seguinte ordem do dia: a) Divulgação do saldo em caixa e demais prestações de contas do financeiro b) Eleição da nova diretoria e conselho fiscal. c) Assuntos gerais Pedimos aos interessados que inscrevam as chapas candidatas para a eleição. A chapa deverá conter as seguintes funções: Presidente e vice-presidente; secretário e segundo secretário; tesoureiro e segundo tesoureiro. Conforme o novo estatuto, não há prazo mínimo para a inscrição de novas chapas. Pedimos apenas que nos encaminhem por e-mail a fim de nos organizarmos melhor: pe.alexcordeiro@gmail.com Pe. Alexsander Cordeiro Lopes Presidente da APAC

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ANTONIO ADEMIR MURARO

Arquidiocese em Missão

Uma mãe de A Igreja «em saída» é uma Igreja com as portas abertas. Sair em direção aos outros para chegar às periferias humanas não significa correr pelo mundo sem direção nem sentido. Muitas vezes é melhor diminuir o ritmo, pôr de parte a ansiedade para olhar nos olhos e escutar, ou renunciar às urgências para acompanhar quem ficou caído à beira do caminho. Às vezes, é como o pai do filho pródigo, que continua com as portas abertas para, quando este voltar, poder entrar sem dificuldade. A Igreja é chamada a ser sempre a casa aberta do Pai. Um dos sinais concretos desta abertura é ter, por todo o lado, igrejas com as portas abertas. Assim, se alguém quiser seguir uma moção do Espírito e se aproximar à procura de Deus, não esbarrará com a frieza duma porta fechada. Mas há outras portas que também não se devem fechar: todos podem participar de alguma forma na vida eclesial, todos podem fazer parte da comunidade, e nem sequer as portas dos sacramentos se deveriam fechar por uma razão qualquer. Isto vale sobretudo quando se trata daquele sacramento que é a «porta»: o Batismo. A Eucaristia, embora constitua a plenitude da vida sacramental, não é um prémio para os perfeitos, mas um remédio generoso e um alimento para os fracos”. Evangelli Gaudium pg 34 e35 A partir do conhecimento de que a nossa Arquidiocese de Curitiba estaria

coração aberto

se preparando para a missão, a Paróquia de São Braz participou de todos os encontros, “minguado sim”, mas participamos de todos. Movidos pelo Espirito Santo o grupo foi crescendo e começamos a nos mobilizar realizando reuniões com o CPP – Conselho Pastoral Paroquial -, onde apresentamos na íntegra o conteúdo recebido por parte da pastoral arquidiocesana e levantando quais seriam os primeiros passos a serem dados frente ao trabalho missionário que teria início e não um fim (Estado de Missão Permanente). Foi onde surgiu, antes de mais nada, a necessidade de fazer um senso para levantar as prioridades de nossa comunidade.

Foto: Ademir Muraro

Então após várias reuniões de treinamento com pequenos grupos é que estamos realizando a primeira etapa de uma grande batalha de alegria com a missão. A palavra de ordem de nossos missionários é um semblante sempre de alegria sem distinguir raça, credo ou cor. Todos somos irmãos. Nos últimos dias recebemos uma carta modelo da arquidiocese para ser entregue aos síndicos, pois nossa região tem muitos condomínios, e são nestes locais onde começamos a realizar a segunda etapa, a visita dentro dos muros onde é necessário a visita missionária. PAZ E BEM!

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Comunicação

Catedral Basílica Menor Nossa BREVE HISTÓRICO A primeira capelinha Em meados de 1650, um paulista, Soares do Vale, desentendeu-se com as autoridades de sua capitania, fugiu de São Paulo e deu nos “campos de Curityba”, às margens do Rio Atuba. Foi ele quem trouxe a primeira imagem de Nossa Senhora da Luz. Conta a história que a imagem, todas as manhãs, aparecia voltada para o que hoje é a Praça Tiradentes. Os moradores, então, resolveram mudar-se para o local que a imagem de Nossa Senhora apontava. Ao chegar ao centro de Curitiba, coincidiram com o Cacique Tindiquera, da tribo dos Tinguis, que os acolheu e, fincando seu cajado no chão, exclamou “Core-tuba” (“muito pinhão”). Os habitantes ali fizeram morada e, por volta de 1654, construíram a primeira capelinha em honra da padroeira, muito simples e de dimensões modestas. Em 1668 foi criada a Paróquia de Curitiba, no mesmo ano em que, aos 4 de novembro, foi erigido o pelourinho (atual Praça José Borges de Macedo). A primeira imagem assistiu à fundação da Vila de Nossa Senhora da Luz e de Bom Jesus dos Pinhais em 29 de março de 1693, quando foram eleitas e tomaram posse as primeiras autoridades municipais. A “Antiga Matriz” Em 1720, aproximadamente, com grande alegria, os moradores da dita vila inauguraram a Antiga Matriz de Curitiba, em estilo colonial português. Muito mais ampla que a anterior, era feita de barro e de pedra. No altar-mor, a segunda imagem da padroeira, mandada vir de Portugal, era venerada (hoje é parte do acervo do Museu de Arte Sacra da Arquidiocese de Curitiba). Os altares laterais, talhados em madeira, foram conservados e hoje estão no Memorial de Curitiba. Embora bela e imponente, durante toda a sua existên-

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bro), quando tomou posse o 1º Bispo Diocesano de Curitiba, Dom José de Camargo Barros, instalando oficialmente a Diocese de Curitiba, erigida por decreto papal de 1892. Em 6 de setembro de 1909 foi solenemente dedicada pelo então Bispo Diocesano Dom João Francisco Braga. A partir de 10 de maio de 1926, quando Curitiba foi elevada A Antiga Matriz em 1870, quando da chegada dos Voluntários da Pátria após a vitória brasileira na Guerra do Paraguai. Fonte: Arquivo Dom Alberto José Gonçalves à Arquidiocese, cia apresentou problemas estruturais. chamou-se Catedral Metropolitana. Em 1857, após a construção das torA imagem atual, que se venera no res, sua manutenção se tornou inviáAltar-mor, foi mandada fazer em Porvel, sendo demolida a partir de 1875, tugal, com pintura policromada em cequando já se pensava na construção do dro do Mar Báltico. Não se sabe ao ceratual templo, ao qual deu lugar. to a data em que veio para Curitiba; contudo, é sabido que nas festividades O templo atual de 1889 era essa a imagem estampada Ao mesmo tempo em que a Antiga nos estandartes dos festeiros. Matriz era demolida, o atual templo de Nossa Senhora da Luz era erguido, em parte usando materiais da antiga igreja, doação de fiéis, do estado e do município. O projeto, realizado em estilo neo-gótico, é do Conde Alphonse Des Plas, arquiteto francês. Foi inaugurada em 7 de setembro de 1893, como Matriz de Curitiba, pelo então Vigário Alberto José Gonçalves. PasA atual Catedral, em 1936, quando uma multidão se aglomerava na Praça sou a ser Catedral em Tiradentes para ver a passagem do dirigível Hindenburg sobre Curitiba. Fonte: 1894 (30 de setem- Arquivo Dom Alberto José Gonçalves


GABRIEL ANTONIO FORGATI*

Senhora da Luz dos Pinhais

À esquerda: 1ª imagem da padroeira, do século XVII, hoje no Museu Paranaense. À direita: 2ª imagem da padroeira, do século XVIII, hoje no Museu de Arte Sacra da Arquidiocese de Curitiba. Fonte: Arquivo Dom Alberto José Gonçalves

Curitiba - P araná – Brasil Paraná

beleza artística e arquitetônica e importância histórica. Esse título une mais diretamente esta igreja ao Santo Padre e à Santa Sé; é dita “menor” pois as Basílicas Maiores são as Patriarcais, onde o Papa celebra com mais frequência (São Pedro no Vaticano, e São João de Latrão [Catedral de Roma], São Paulo Extramuros e Santa Maria Maior, em Roma). Em 1995, o mesmo papa São João Paulo II oficialmente proclamou Nossa Senhora da Luz dos Pinhais como pa-

droeira de Curitiba e da Arquidiocese, também cedendo à mesma Arquidiocese licença para celebrar sua solenidade – a 8 de setembro – com textos litúrgicos próprios. Entre os anos de 2010 e 2013, a Catedral Basílica passou por um severo processo de restauração, que envolveu todo o complexo (templo e Centro Pastoral). *

Aluno da Graduação em História – Memória & Imagem – pela Universidade Federal do Paraná (Turma de 2018). Atualmente é Arquivista da Catedral Basílica Menor de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais – Curitiba/PR (Arquivo Dom Alberto José Gonçalves).

Em 1993, comemoração do 3º Centenário da Fundação de Curitiba e 1º Centenário da inauguração da Catedral, o papa São João Paulo II – que visitou Curitiba em 1980 – concedeu à igreja o título de Basílica Menor, devido a sua

Atual imagem de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, que se venera no Altar-mor da Catedral Basílica. Aqui está representada com a pintura original, antes da restauração 197475. Fonte: Arquivo Dom Alberto José Gonçalves Arquidiocese de Curitiba | Setembro 2015

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Dimensão Missionária

Missão para

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Servir


COMISSÃO DIMENSÃO MISSIONÁRIA: comidi@arquidiocesecwb.org.br (41) 2105-6375 – Ir. Patrícia / (41) 2105-6376 - Jeferson Arquidiocese de Curitiba | Setembro 2015

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O assunto é...

A Igreja Povo de Deus

Foto: ecclesia.com.br

Um dos principais desafios de uma religião como é o cristianismo, que tem como exemplo não apenas de humanidade e de segmento, mas também de santidade, um homem, uma pessoa, e não uma ideia, ou uma filosofia, é manter-se sempre capaz de ser autêntica. Já dissemos aqui neste espaço, no primeiro artigo, onde falamos da Campanha da Fraternidade deste ano, que o propósito do Concílio Ecumênico Vaticano II, (1962-1965), foi colocar a Igreja diante do mundo moderno. Nem contra ele, tampouco a ele adaptada. Pois bem. Sendo assim, o cristianismo é sinônimo de transformação e a Igreja é o seu instrumento para transformar este mundo. Outro desafio enorme para uma Igreja cristã como a Igreja católica, que, sobretudo, a partir de 1891, com a encíclica RERUN NOVARUM do Papa Leão XIII, iniciou a construção de um ensinamento social e profético, comprometido com a libertação dos oprimidos, é ser sal e luz para este mundo a ser transformado (Mateus 5, 13-16). Este é um legado exclusivo da Igreja católica, mesmo que sejamos forçados a concordar que existe um distanciamento, em alguns momentos um abismo e em outros até certa contradição, entre este legado e a prática concreta de seu clero. A Igreja como o Povo de Deus, precisa saber, a exemplo de seu Deus, que

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é o mesmo Deus de Moisés, (Êx 3, 7-10) a ouvir, a ver, e a se compadecer, descendo de seus altares, saindo desta zona de conforto sacramentalista e, baixando no meio dos que são oprimidos, para, com eles, chegar à terra onde corre leite e mel. A Terra Sem Males do sonho Guarani. O nosso Deus é também o mesmo de Jeremias, “então, eles serão o meu povo e eu serei o Deus deles (...) Farei com eles uma aliança eterna e nunca deixarei de fazer-lhe o bem” (Jr 32,38. 40). São laços de afeto, de pertença e de comprometimento. As promessas que Deus nos faz, juntamente com o testemunho dos profetas, não deixam margem para dúvidas. A Igreja não pode ficar indiferente com a exploração e o sofrimento da terra e do povo da terra. Sobretudo, a Igreja precisa estudar. Para ser a Igreja Povo de Deus, inserida, especialmente no mundo urbano, com suas urgências e com seus desafios, precisa estudar a bíblia e a realidade. São situações que põem à prova a fé cristã. Afinal, como nos diz o Papa Francisco, “Estas situações provocam gemidos da irmã terra, que se unem aos gemidos dos abandonados do mundo, com um lamento que reclama de nós outro rumo1”. É assim que devemos agir como filhos e filhas de Deus, como irmãos e irmãs de toda a criação. Afinal, está em risco o direito de existir de vá-

rias espécies, incluindo aí algumas etnias, sobretudo indígenas. O grande pecado que nos contamina hoje parece ter três rostos diferentes e em cada situação ou lugar, age como um demônio a incomodar e a nos dividir. A indiferença, o consumismo e a obediência cega, nos deixam como “montes de ossos secos e sem esperança”, sem alegria e cheios de medo. Quando o Papa Francisco propõe uma Igreja em saída, ele está exatamente querendo abrir os túmulos da desesperança, reacender em nós a chama profética e nos fazer conhecer Deus quem é2. A Igreja como o Povo de Deus, como um só povo, está aqui como uma só nação dita pelo profeta Ezequiel. “Não serão mais duas nações, nem dois reinos separados. Não se contaminarão mais com seus ídolos, com seus horrores e com seus crimes. Vou libertá-los das revoltas que os levaram a pecar. Vou purificá-los, e eles serão meu povo e eu serei o Deus deles3”. O que não nos faltam hoje são ídolos. Basta aparecer na televisão e oferecer facilidades, que troca-se a comunidade pela virtualidade. Parece ser mais cômodo, porque não compromete, mas não transforma e não forma comunidade verdadeiramente. É ao Reino de Deus que devemos servir e é a Jesus de Nazaré que devemos seguir para chegarmos a Deus, pois,


JOÃO SANTIAGO. TEÓLOGO, POETA E MILITANTE Coordenador da Campanha da Fraternidade na Arquidiocese de Curitiba

para transformar o mundo “Nenhum outro jamais viu a Deus4”. A transformação do mundo, como nos pede o Concílio Vaticano II, nos exige a consciência de que é o serviço que nos faz autênticos cristãos. E que o serviço da caridade e a pratica da misericórdia, é quem nos salva. Ninguém salva a ninguém e ninguém se salva sozinho. Os homens e mulheres se salvam em comunhão, vivendo em comunidade e solidários uns com os outros. É de Jesus de Nazaré que nos vem o essencial, pois, “Ele existia antes de todas as outras coisas. Moisés e o Batista receberam dele sua luz e sua verdade5”. É disto que precisamos saber para que, como batizados/as, sintamos a dignidade de ser Igreja. Mas, o que é a Igreja? A Igreja Povo de Deus, proposta pelo Vaticano II, nasce da força e do vigor proféticos e comunitários de Jesus de Nazaré e que engravidam todo o Novo Testamento. No modelo eclesial neotestamentário, as Igrejas que vão nascendo não se constituem em “Igrejas de”, materializando uma suposta Igreja universal que as precede, mas “Igrejas em”, a mesma e única Igreja, que está toda (inteira) na Igreja local, que se configura, não como uma filial ou cópia de uma suposta “Igreja mãe”, mas como uma Igreja diferente, com rosto próprio, culturalmente nova, universal nas particularidades6.

A Igreja, como O Povo de Deus, é a mesma, tanto na comunidade, como na matriz ou na catedral, ou em nossas casas, de onde surgem todos os dons para toda a Igreja. Estas referências nos servem para trazer presente à memória a prática de Jesus de Nazaré, que, embora santo, Deus, Filho de Deus, que em tudo se fez humano, menos no pecado, para servir à humanidade. Hoje, opondo-se à Igreja Povo de Deus, comunidade de comunidades, negando-a e até combatendo-a, está a Igreja hierárquica, que busca e ostenta o poder. Mais propícia a ser servida do que a servir. Esta, contudo, não é a Igreja de Jesus de Nazaré, tampouco a Igreja do Papa Francisco, e de nosso Arcebispo Dom José Antonio Peruzzo. Parece até ser mais fácil, ou seria mais conveniente? Trocar esta “Memória Coletiva”, que está aí para servir, para testemunhar nossa caminhada, pela “Amnésia Coletiva7” que quer reduzir o Povo de Deus a um povo sem esperança, sem história, sem Deus e sem rumo, portanto. Concluindo esta reflexão, mas continuando a caminhada, rumo ao Reino definitivo, é importante trazer presente a memória e a inteligência amorosa do Padre e Teólogo Jesuíta, João Batista Libânio8, que escolheu Curitiba para fazer a passagem rumo aos braços de Deus. Assim diz ele, “A nova concepção

de Povo de Deus alimenta liberdade e criatividade na relação entre as Igrejas particulares e a cúria de Roma, superando o centralismo romano e a dependência dos bispos em relação ao Papa9”. Esta é a síntese do desejo do Papa Francisco para a Igreja e que precisa chegar a todos os cantos. Que Nossa Senhora do Carmo nos abençoe e nos dê a coragem profética necessária para transformarmos este mundo em um lugar como sonhou o profeta Amós, em Técua, “Eu quero, isto sim, é ver brotar o direito como água e correr a justiça como torrente que não seca10”. Amém!

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: -

Bíblia Sagrada. Nova Bíblia Pastoral. São Paulo: Paulus, 2014. BRIGEHNTI, Agenor; ARROYO, Francisco Merlos (org.). O Concílio Vaticano II: Batalha perdida ou esperança renovada? São Paulo: Paulus, 2015. SMITH, Mark S. O memorial de Deus – História, memória e a experiência do divino no Antigo Testamento. São Paulo: Paulus, 2006. THEÍSSEN, Gerd. O Novo Testamento. Petrópolis-RJ: vozes, 2007.

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(FOOTNOTES) 1

2 3 4 5 6

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Carta Encíclica LAUDATO SI – Sobre o cuidado da casa comum, Nº 53. Ver o capítulo 37 de Ezequiel. Ver Ezequiel 37, 22-24. Ver Evangelho de João 1,18. Ver THEÍSSEN, 2007, p. 116. Ver BRIGHENTI, in O Concílio Vaticano II: Batalha perdida ou esperança renovada? P. 312. Ver SMITH, Mark S. O Memorial de Deus, p. 24. João Batista Libânio, Padre e Teólogo jesuíta, nasceu em Belo Horizonte, MG, em 1932. Vítima de infarto faleceu na manhã de 30 de janeiro de 2014, em Curitiba, Paraná. Ver LIBÂNIO, in O Concílio Vaticano II: Batalha perdida ou esperança renovada? P. 333. Ver Amós, 5,24.

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Educação

JADILSON MENDONÇA Diácono e professor

Família e escola como parceiras no Processo de Educar Assim, diante do insucesso de um aluno, a escola e a família passam a se cobrar: “Onde estamos falhando?”. A família questiona a escola por ser ela a responsável pelo ensino. A escola questiona a família pelo fato de que a primeira educação deve vir de casa, o problema dos malsucedidos só pode vir de fora. Todos têm razão, mas ninguém está certo. O problema não está separadamente em nenhum dos lados, muito menos nos estudantes - razão de ser da relação entre a escola e a família. Crianças e jovens são levados para a escola com o objetivo de que aprendam os conteúdos e desenvolvam competências que os preparem para a vida. Os educadores esperam que cheguem à sala de aula interessados em aprender, prontos para o convívio social e para o trabalho. Quando as expectativas dos dois lados se frustram, surge um círculo vicioso de

reclamações recíprocas que devem ser evitadas com a adoção de atitudes de corresponsabilidade. No início de cada ano escolar, as crianças e seus responsáveis devem ser informados sobre quais atividades serão realizadas em classe e em casa, de que recursos elas farão uso, que aprendizagem se espera em cada disciplina e que novas habilidades desenvolverão. Esse é o momento, ainda, para que todos apresentem demandas e sugestões. Ao promover esse encontro, os professores, em conjunto com a direção e a coordenação, precisam ter clareza das expectativas de aprendizagem e das atividades previstas na proposta curricular, realizadas num projeto pedagógico efetivo. Isso já é um bom começo. Nesses encontros, os pais ou responsáveis

participam da análise dos resultados do período anterior e recebem instrumentos e critérios para acompanhar em casa o desenvolvimento dos filhos no período seguinte e para ouvir as percepções pessoais dos estudantes sobre a vida escolar. No caso de omissão da família, esse acompanhamento deve ser feito por um educador de referência, pelos pais de um amigo do estudante ou de outra forma sugerida pelo conselho escolar. Há escolas que já fazem isso e as que começarem a fazer estarão constituindo de fato uma comunidade pela primeira vez - e isso não é pouca coisa. A Pastoral da Educação contribui para essa relação por meio da formação nas semanas pedagógicas e escola de pais quando solicitada.

PASTORAL DA EDUCAÇÃO: marilenaaoliveira@gmail.com Coordenador: Marilena Arns de Oliveira.

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Dízimo

CLOVIS VENÂNCIO Membro da Pastoral Arquidiocesana do Dízimo

Mensagem da equipe arquidiocesana da P astoral do Dízimo Pastoral

Setembro: Mês da Bíblia

A este título revela-se, especialmente, o grande empenho de nossa Igreja Católica em conscientizar a todos sobre a necessidade do conhecimento das Sagradas Escrituras em geral, bem como a prática diária dos ensinamentos ali contidos, que são verdadeiros apelos do Criador aos homens e, em seu conjunto, caracterizam a realização da vontade de Deus relativamente ao gênero humano e a todas as suas criaturas. Com efeito, os textos bíblicos (73 Livros do Antigo e Novo Testamento) são de inspiração divina, mas é nos 27 Livros que compõem o Novo Testamento que nos são revelados os ensinamentos do Verbo Encarnado de Deus, Jesus Cristo, por meio da expressão escrita de seus Apóstolos, ou seja, os Santos Evangelhos, as Cartas Apostólicas e os “Atos dos Apóstolos”. De fato, a própria vida de Nosso Senhor Jesus Cristo e seus ensinamentos, contidos nos Evangelhos, constituem a manifestação concreta da vontade de Deus para todos nós, seus filhos. Portanto, fica evidente que o seguimento de Jesus implica, necessariamente, na adoção de seu modo de pensar e agir, ou seja, vida simples e humilde, convivência fraternal e sem predomínios de uns sobre os outros, mas como servidores uns dos outros. Igualmente, Jesus sempre nos ensinou a desapegarmo-nos dos bens materiais e ambições pessoais exageradas ditadas pelo egoísmo humano que nos isola e impede o surgimento do Espírito Comunitário autêntico. Dentro desse mesmo propósito da

Foto: http://br.freepik.com

Igreja Católica no Brasil, de conscientizar a todos sobre a necessidade de conhecer mais e melhor a Bíblia, coincidentemente em nossa Arquidiocese de Curitiba há já alguns anos que, também no mês de setembro, por meio da Pastoral do Dízimo, procura-se incentivar todas as Paróquias a realizarem em seu âmbito uma Celebração Especial da Partilha, quando toda a liturgia do terceiro Domingo do mês é previamente preparada para a realização das Santas Missas, de modo a contribuir para o processo de conscientização sobre o Dízimo e as Ofertas como instrumentos concretos de partilha e de participação na comunidade eclesial. Concluindo essa nossa mensagem, propomos ainda que analisemos nossa prática cristã em nossas comunidades, famílias e outros círculos de convivência. Será que a Palavra de Deus nos inspira a viver de modo diferente, com prá-

ticas condizentes com aquilo que ouvimos, meditamos e rezamos? Que sejamos transformados para viver a Palavra de Deus com a firmeza de fé do profeta, com o realismo exigido por Jesus e prontos a praticar o que professamos.

ATENÇÃO! Vem aí o 15º Seminário Arquidiocesano da Pastoral do Dízimo Data: 18 de outubro de 2015 – (Domingo) Local: Casa de Retiros Nossa Senhora do Mossunguê – Curitiba Número de Vagas: 180 pessoas Assessor: A definir Informações e Inscrições: Centro de Pastoral da Arquidiocese –Av. Jaime Reis, 369 – Alto de São Francisco – Tel.: 2105-6353

COMISSÃO DA DIMENSÃO ECONÔMICA E DÍZIMO. Coordenador da Comissão: João Coraiola Filho./ Coordenador da Pastoral do Dízimo: William Michon. Arquidiocese de Curitiba | Setembro 2015

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GILBERTO AURÉLIO BORDINI*

Ideologia de Gênero

O Processo de desconstrução da Ideologia de gênero Neste artigo daremos continuidade sobre a desconstrução da Ideologia de Gênero. Primeiramente partimos do ponto em que a ideologia de gênero nega ou é indiferente à criação vinda de Deus, procurando excluir Deus como criador do universo e de todas as coisas para centrar o poder de criação no próprio homem, como centro dessa criação. Ao criar o universo, Deus estabelece uma organização que se encontra na chamada lei eterna que ordena e organiza a criação. No pensamento grecoromano, existia já uma importante reflexão sobre a lei eterna, particularmente nos estoicos, que a adequavam sobre a ordem cósmica. Para Santo Tomás, a lei eterna não é só o plano da criação, mas, também, o plano que vem atuando da providência divina. Define lei eterna como a razão da divina sabedoria que move tudo ao fim devido (I-II, q. 93, a. 1). O Concílio Vaticano II fala de uma norma suprema da vida humana, objetiva e universal, por meio da qual Deus, como um designo de sabedoria e de amor, ordena, dirige e governa todo o mundo e os caminhos da comunidade humana (Dignitatis humanae, n. 3; Veritatis splendor, n. 43). Evidentemente, quando se nega a lei eterna, a potência de Deus em criar o universo e o homem, automaticamente se nega a existência dele. A lei natural é colocada em xeque pela ideologia de gênero que substitui o centro do universo, a qual foi colocada por Deus, pelo próprio homem, que se torna o centro de suas ações e de seu querer, podendo fazer o que desejar sem se preocupar com uma lei moral. É por meio da lei natural que o homem participa da lei eterna, sendo que essa lei natural, consiste na “luz da inteligência infusa em nós por Deus. Graças a esta conhecemos o que se deve fazer e o que se deve evitar. Esta luz e esta lei, Deus a deu na criação” (VS. n. 40). Esta consiste na luz da inteligência infusa em nós por Deus. Graças a isso, conhecemos o que se deve cumprir e o que se deve evitar. Essa luz e essa lei foram-nos dadas na criação. O argumento da lei natural como resposta à teoria de gênero nos leva a uma perspectiva em relação à natureza do ser humano, como questiona a ideologia de gênero, se ela é inata, vindo da própria natureza com a qual o homem foi criado, ou se é adquirida pelo processo cultural que transformaria essa natureza.

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A resposta a ser usada nesse caso vem do filósofo e teólogo alemão Robert Spaemann1, que analisa a questão da natureza, do natural e da segunda natureza no âmbito filosófico em relação ao agir do homem, mas que usaremos como argumento para uma crítica à ideologia de gênero. Segundo ele, “se entende que estes conceitos jogam certo papel, lá onde se trata de exprimir um juízo sobre a eficácia das ações”. E continua: “Agir contra a própria natureza é, de qualquer maneira, cansativo, admitindo que seja possível. E quem não conhece e despreza a lei da natureza vai à falência certamente nos próprios objetivos”2. Dessa maneira, fica evidente o processo de desconstrução que sorrateiramente propõe a ideologia de gênero em relação à natureza humana. A intenção é tornar a criatura humana livre das convenções determinadas

pela história, chegando, por uma suposição, a negar como também nega a existência da lei natural, a teoria da evolução, principalmente as teorias de Darwin a partir da seleção natural, para mostrar que a evolução não se mostra na espécie, mas no gênero. A partir dessa desconstrução, a ideologia de gênero projeta mudanças em busca de uma cultura “mundializada”, como afirma Marguerite Peeters, que atinja a todos para que todos possam passar a pensar de um modo igual, propondo uma mudança cultural em larga escala, imposta artificialmente. O objetivo é que as pessoas, primeiramente, tomem consciência dos problemas que não estão resolvidos ainda, com uma carga de informações dadas pela mídia na tentativa de formar a consciência para essa nova ideia que se apresenta como justa diante dos conflitos3. Essa mudança cultural que propõe a ideologia de gênero somente vai ser realizada a partir de uma imposição que mude a mentalidade e o comportamento, por meio da propaganda, dos lobbies, ou como na venda de um produto,

que fica vários dias em evidência até que a pessoa decida comprar, ou seja, busca com empenho uma mudança de consciência em que passe a ser normal aceitar algo a que muitos estão aderindo, a partir de uma formação da consciência em uma direção errada, utilizando técnicas e estratégias “doces e sedutoras” por meio da educação4. No fundo, a ideologia de gênero quer instaurar nas culturas um processo de negação, em que impere uma imposição política e cultural e uma desconstrução da verdade, sobressaindose uma mentira sobre o verdadeiro sentido do que significa a paridade. Dentro desse processo de negação das convenções, a ideologia de gênero recusa o uso da razão, afirmando de uma maneira arbitrária que tudo é uma construção social, um mero produto do discurso, uma construção dos fins opressivos, em que a razão recusa conhecer o que é verdadeiro, bom e amável. Recusa também a consciência, ou seja, a negação da realidade mediante um discurso que tem como objetivo permitir ao indivíduo fugir do empenho pessoal, de colocar em jogo a própria existência, fugindo de si mesmo e das exigências da realidade e do amor, de violar os fins e de explorar identidades sem essência, ou seja, de empenhar a própria consciência na negação. Por fim, a ideologia de gênero recusa o coração, o amor. Desconstrói as condições do dom em si, o feminino e o masculino, querendo fazer de todas as pessoas humanas cidadãos igualitários, atacando a maternidade como se fosse uma injustiça social, reduzindo a vocação do homem e da mulher às suas funções sociais, fazendo das relações um contrato e não uma relação que nasce da própria natureza humana5. Fonte: Artigo cedido pelo Studium Theologicum de Curitiba. * Pe. Gilberto Aurélio Bordini é Doutor em TEOLOGIA pela PONTIFICIA UNIVERSITÁ DELLA SANTA CROCE, Itália(2011), Representante do Corpo Docente do Studium Theologicum de Curitiba e Sacerdote da Arquidiocese de Curitiba.

(FOOTNOTES) 1 A sua tese principal está fundamentada na personalidade como base da dignidade da pessoa humana. 2 SPAEMANN, Robert, Cos’è il naturale. Natura, Persona, agire morale, Rosemberg& Sellier, Torino 2012, p. 56. 3 Cf. PEETERS, Marguerite. Il Gender. Uma questione política e culturale, San Paolo, Milano 2014, pp. 83-90. 4 Cf. Ibidem, pp. 90-94. 5 Cf. PEETERS, Marguerite, op. Cit., pp. 116-122.


Paróquia em destaque

Paróquia Nossa Senhora das Mercês Mercês é uma palavra proveniente do latim, que significa graça, benefício e proteção. A invocação à Nossa Senhora das Mercês data aproximadamente de 1218, quando os maometanos dominavam parte da Península Ibérica e nos mares da França e Itália assaltavam as embarcações para roubar, matar e levar para o cativeiro da África, homens, mulheres e crianças que encontravam. Os cristãos capturados eram submetidos a trabalhos forçados e à dura escravidão, da qual podiam livrar-se renunciando à fé cristã e abraçando as doutrinas e costumes muçulmanos. Nossa Senhora, compadecida dos seus filhos e filhas, aparece a três jovens: Pedro, Raimundo e Jaime e os convida para que fundem uma Ordem encarregada de socorrer os pobres cristãos e mantê-los na fé e nos costumes. A Ordem nasceu, cresceu e espalhouse pelo mundo inteiro, tendo como carisma o resgate dos cativos cristãos da escravidão dos maometanos. Desse fato surgiu a devoção a Nossa Senhora das Mercês, cuja imagem, tem o Menino Jesus ao colo e anjinhos a seus pés e, nas mãos, trazem uma corrente. Isto significa que Nossa Senhora e os anjinhos estão juntos a Jesus, intercedendo pela nossa libertação de tantos males e escravidões do mundo moderno. A festa litúrgica de Nossa Senhora das Mercês é celebrada no dia 24 de setembro. Por volta de 1920, os Freis Capuchinhos, procedentes de Veneza (Itália), chegaram ao bairro e com a inauguração da Igreja das Mercês no dia 29 de setembro de 1929, a devoção à Nossa Senhora das Mercês se solidificou. A imagem de Nossa Senhora das Mercês foi esculpida em madeira pelo artista italiano Giacomo Scopoli e está na Igreja desde sua inauguração.

os passos de Jesus Cristo, a exemplo de São Francisco de Assis. Eles têm este ideal de vida: viver e agir de acordo com o Evangelho como irmãos em fraternidade, partilhando as alegrias e as dificuldades, rezando juntos e cultivando

a simplicidade. Atuam em diversos campos: missões populares, pregação de retiros, confissões, bênçãos de pessoas, objetos e veículos, capelanias hospitalares, promoção social, orientação espiritual e psicológica, entre outras.

Festa da P adroeira Nossa Padroeira Senhora das Mercês A Festa da Padroeira Nossa Senhora das Mercês é celebrada com a novena que vai do dia 15/09 ao dia 23/09 e o encerramento se dá com a Coroação de Nossa Senhora no dia 24/09, sempre às 19h.

Quem são os Freis Capuchinhos? Os Freis Capuchinhos querem seguir Arquidiocese de Curitiba | Setembro 2015

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Liturgia

ANDRÉ FLORCOVSKI Seminarista do 3º Ano de Teologia Foto: http://www.iubilaeummisericordiae.va/content/gdm/pt.html

Os Jubileus na No contexto da preparação para o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, que se iniciará no dia 08 de dezembro deste ano, é importante aprofundarmos o significado desse tempo especial de graça para a vida da Igreja. O Jubileu tem origem na tradição hebraica (Lv 25,8-17). A cada cinquenta anos, celebrava-se um ano especial de reconciliação e perdão: os escravos eram libertos e os terrenos arrendados eram devolvidos aos seus donos. O início deste ano jubilar era marcado pelo toque de uma corneta de chifre de carneiro (yobel, donde o termo jubileu). Na tradição cristã, o primeiro Jubileu foi celebrado em 1300, convocado pelo Papa Bonifácio VIII. A nota característica desse primeiro Jubileu foi a peregrinação à Basílica de São Pedro. Nos anos seguintes, acrescentam-se as peregrinações às Basílicas de São João do Latrão, São Paulo Fora-dos-muros e Santa Maria Maior, conhecidas como as quatro Basílicas Maiores. A partir de 1475, os Jubileus passaram a ser celebrados a cada 25 anos, e não a cada 50. O motivo dessa mudança era a baixa expectativa de vida da época: muitas pessoas morriam sem nunca ter podido participar de um Ju-

História da Igreja

bileu. Alguns teólogos sugeriram celebrar o Jubileu a cada 33 anos (em recordação aos anos da vida terrena de Cristo), mas o Papa Sisto IV fixa o ritmo de 25 anos, que permanece até hoje (são os chamados Jubileus Ordinários). Em 1500, o cerimoniário do Papa Alexandre VI, Johannes Burckardt, reforma os ritos do Jubileu, acrescentando os ritos de abertura e fechamento da Porta Santa nas quatro Basílicas Maiores, que permanecem praticamente iguais até hoje. As Portas Santas são abertas apenas durante os Jubileus, sendo muradas durante o restante do tempo. A parede que lacrava a Porta era quebrada pelo Papa na abertura do Jubileu e novamente construída em sua conclusão. A partir de 1975, não é mais o Papa a quebrar a parede ou a levantar uma nova: a parede continua sendo feita, mas o Papa apenas abre e fecha a Porta Santa. O último Jubileu foi celebrado pelo Papa São João Paulo II no ano 2000. Foi um evento de grande importância para a vida da Igreja, pois abria um novo milênio. Por isso, foi precedido de três anos de preparação, cada um dedicado a uma das Pessoas da Santíssima Trindade (1997 foi o Ano de Jesus Cris-

to, 1998 o Ano do Espírito Santo e 1999 o Ano de Deus Pai). Além dos Jubileus Ordinários celebrados a cada 25 anos, o Papa pode convocar um Jubileu Extraordinário quando julgar oportuno, como é o caso do Jubileu da Misericórdia que iremos celebrar. O último Jubileu Extraordinário foi celebrado pelo Papa São João Paulo II em 1983, recordando os 1950 anos da morte de Cristo. Ficou conhecido como Ano Santo da Redenção. A novidade do Jubileu da Misericórdia é a possibilidade de abrir uma Porta Santa em cada diocese, de preferência na Catedral. Consequentemente, as celebrações jubilares (peregrinações à Porta Santa por grupos: sacerdotes, religiosos, jovens, catequistas etc.) se realizarão também nas dioceses. Assim, “o Jubileu será celebrado, quer em Roma, quer nas Igrejas particulares, como sinal visível da comunhão da Igreja inteira” (Misericordiae vultus, n. 3). Que esse Jubileu seja tempo favorável para “a Igreja reencontrar o sentido da missão que o Senhor lhe confiou no dia de Páscoa: ser sinal e instrumento da misericórdia do Pai” (Papa Francisco, Homilia nas I Vésperas do Domingo da Misericórdia, 11 de abril de 2015).

COMISSÃO LITÚRGICA: mauricioanjos@hotmail.com (41) 2105-6363./ Coordenação: Pe. Maurício Gomes dos Anjos.

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Painel do Leitor

Imagem P eregrina de Peregrina

Nossa

Senhora Aparecida chega à Curitiba A Catedral Basílica acolheu no dia 07, a Imagem Peregrina de Nossa Senhora Aparecida. Dom Peruzzo abençoou a Imagem dando início à peregrinação em Curitiba. Aos pés da Mãe Aparecida, fiéis e devotos queriam tocá-la e levar uma foto para suas casas. A Imagem já passou por diversos locais do setor Centro, como escola, hospital, presídio e praças e ficará até o dia 20 de novembro peregrinando pelos 15 setores da Arquidiocese.

Dom P edro F edalto Pedro Fedalto completa 89 anos de vida

De nacionalidade brasileira e descendência italiana, nosso querido arcebispo emérito, Dom Pedro Fedalto, completou no dia 11 de agosto 89 anos de vida e de histórias. Dom Pedro ficará para sempre na memória das pessoas que compartilham de sua trajetória.

Fotos: Stephany Bravos, Pe. Waldir Zanon, Pascom Senhor Bom Jesus, FAE e Brener Pereira

Missa em Ação de Graças pelo Ministério Episcopal de Dom Rafael Biernaski No dia 27 foi celebrada, na Catedral Basílica de Curitiba, Missa em Ação de Graças pelo Ministério Episcopal de Dom Rafael Biernaski em nossa Arquidiocese. Dom Rafael foi nomeado no dia 24 de junho, pelo Papa Francisco, bispo da Diocese de Blumenau (SC). Dom Rafael teve uma importantíssima atuação na Igreja do Paraná, antes de tudo por ser um pastor segundo o coração de Deus; um homem muito preparado no âmbito teológico e pastoral, humano e acolhedor, próximo das pessoas e que sabe se fazer amigo de todos. No Regional Sul 2, dom Rafael foi Secretário no período 2011 a 2015 e Bispo referencial do Serviço de Animação Vocacional (SAV). Durante os cinco anos que esteve como bispo auxiliar e administrador

de nossa Arquidiocese, Deus preparou o seu coração para que realizasse com dedicação, responsabilidade e empenho o seu serviço. Somos sempre gratos pelo seu pastoreio em nossa Arquidiocese. Arquidiocese de Curitiba | Setembro 2015

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