COMPLEX
Estudo de proposta de um edifício complexo desenvolvido por Alessandra Prates e Emily Bezerra sob orientação de Ana Luísa Rolim e Vera Freira para a disciplina de Atelier de Projeto VI do curso de Arquitetura de Urbanismo da Universidade Católica de Pernambuco.
SUMÁRIO
_ cidade acessível_ _intro_o sítio _deficiências e potencialidades _área de intervenção _incluindo a acessibilidade no projeto _programa/fluxograma _vista isométrica _concepção volumétrica _estudos preliminares _o projeto / plantas
_análise morfológica do sítio _o sistema arquitetônico aplicado no projeto _o projeto / cortes _o projeto / perspectivas
ACESSÍVEL
do latim accessiblitas, que significa “livre
acesso,
possibilidade de aproximação”
COLETIVO
Do Latim colligere, “colher junto, reunir”, de com (“junto”) mais legere, “colher, arrancar da planta”,
“CIDADE ACESSÍVEL É CIDADE COLETIVA”
Aproximar, juntar, reunir: os conceitos de acessibilidade e coletividade, em sua origem, parecem estar imbricados. De fato, não há como se pensar em livre acesso, em fácil aproximação das partes, sem aceitar que, na composição de um todo, todos os elementos devem efetivamente se integrar, unir-se. Não bastar manter elementos isolados perto, ou à margem e em paralelo; só se alcança a unidade (e, pois, a coletividade e a acessibilidade), quando os integrantes se tocam. A interdependência dos conceitos torna-se ainda mais evidente quando eles são analisados à luz da cidade; não a cidade como elemento isolado, mas, sim, enquanto sistema, para o qual o que importa são as relações entre as espécies mais do que as espécies em si mesmas.
Em outros termos, a busca por uma cidade coletiva e acessível mais do que pressupor a conexão entre as pessoas integrantes da sociedade, necessita da interrelação das pessoas e dos lugares, dos espaços e, portanto, das pessoas e da arquitetura.
É nesse contexto que se desenvolverá a presente proposta, intencionando propor um edifício complexo, de usos diversos, no bairro já consolidado dos Coelhos, que promova uma cidade mais acessível, valendo-se como amparo teórico do conceito de mat-building, enquanto sistema arquitetônico, e do conceito de edifício complexo e suas tipologias.
INTRO_ O sítio
DADOS GERAIS:
Localização: Ilha do Leite, Recife-PE. Situa-se na RPA: 1, Micror região: 1.2, Distância do Marco Zero (km)1: 2,64
Área Territorial: (hectare)2: 26
População: 1007 habitantes
•População Comunidade Roque Santeiro: 900 habitantes
Taxa de Alfabetização da População de 10 anos e mais (%)4: 96,8
Densidade Demográfica (Habitante/Hectare): 38,21 Domicílios (nº): 361
•Domicílios Comunidade Roque Santeiro (nº): 290
Média de moradores por domicilio (Habitante/Domicílio): 3,6
Predominantemente comercial e margeado pelo Rio Capibaribe, é no Bairro da Ilha da Leite que encontra-se o Polo médico privado da cidade do Recife, onde encontra-se alguns dos hospitais da região metropilitana. Vale salientar, também, que o bairro faz limites com Paissandu, Coelhos e Boa Vista, todos esses desamente urbanizados sendo quase sua totalidade ocupada por edificações e ruas pavimentadas à exceção da superfície formada pelos cursos de água, pequenas áreas verdes representadas por alguns parques e praças, além de alguns trechos de mangue ainda existente.
Deficiências e Potencialidades_
Imagens do sítio
• Deficiências:
Comércio e serviço preponderantemente monofuncionais, voltados ao setor de saúde; Precariedade das habitações sociais; Ausência de permeabilidade entre a rua e edifícios;
• Deficiências:
Pouca conexão entre ruas, edificações e o rio; Atividades precipuamente diurnas; Baixa proporcionalidade entre as edificações;
Imagens do sítio
do sítio
Imagens
Potencialidades:
Diversas áreas sem uso ou subutilizadas; Proximidade a vias de eixo metropolitano e estações de transporte público; Proximidade ao rio; Permanência de feições residenciais;
Possível área de intervenção no bairro
Conceito Edifícios Complexos_
Intencionando-se projetar um edifício de diversos usos, em localização já consolidada, realizou-se uma análise do sítio, a partir da abordagem dos conceitos do edifício complexo (gerador, misturador, contador de histórias e conector). Dessa forma, na região estudada, foram identificadas edificações que, por alguns critérios, enquadravam-se como edifício complexo, dentre eles: o Hospital do Imip, classificado como conector, as palafitas de Roque Santeiro, classificadas como contadores de histórias e o Mercado da Boa Vista, enquadrado como gerador. Tendo em vista que não foram identificadas edificações com alta carga de usos estimulantes e com efeito multiplicador de revitalização do entorno, não houve classificação como mixturador.
A partir desse estudo, foram propostos desenhos sínteses, que não só referenciam as edificações identificadas, como também demonstram a compreensão dos autores acerca das aludidas tipologias. Tais contornos, sem dúvida, foram orientadores da proposta, que buscou dar ênfase em blocos interseccionados e escalonados, com interiores contínuos e interligados, e que gerem efeito multiplicador de revitalização do entorno, seja pela diversidade de uso, seja por sua facilidade para se reconfigurar.
Os contadores de histórias são edifícios que apresentam e retratam, evidentemente, uma história edificada. Dessa forma, as construções remetem à histórias passadas, lugares, pessoas, culturas, etc. De fato, é a tipologia mais rica em referências. Assim, fazse um paralelo entre a realidade e a história.
Conectar espaços e gerar ambientes fluídos. Dessa forma, os edifícios conectores visam gerar locais livres com fluxo de passagem em espaços vivos e contínuos entre ambientes externos e internos, com alto poder de transformação social.
Os edifícios geradores são caracterizados como “Arquitetura de antecipação”. O mesmo se define dessa forma pois são capazes de antecipar possíveis mudanças na região , por se reconfigurarem, para que, assim, haja a adaptção de novos usuários.
Nos edifícios misturadores, particularizase, pela diversidade e variedade do seu programa com alto poder estimulante na região em que se encontra. À vista disso, fica claro, a revitalização de todo o conjunto com efeito multiplicador.
•
•
•
•
Conector_
Gerador_
Misturador_
Contador de histórias_
Comunidade Roque Santero
Imip Análise
Hospital
morfológica
Mercado da Boa Vista
morfológica do sítio: identificação de edifícios complexos
O sistema arquitetônico aplicado no projeto_
Somado aos conceitos de edifício complexo, a proposta projectual também teve como ponto de partida o conceito morfológico de mat-building, proposto por Montaner, apresentando um sistema flexível, que ofereça liberdade desde a tecnologia da construção até a conformação dos espaços livres, a fim de adaptar-se mel hor ao entorno já consolidado. Buscou-se, de modo harmônico, projetar sobre as preexistências, valen do-se da modulação base extraída da tipologia palafítica e da trama, entre níveis, em conformidade com os usos. Vale enfatizar que, o módulo de 3x3, com base nas habitações sociais presentes no Bairro da Ilha do Leite, foi fruto de um estudo feito na região com a intenção de manter a proporcionalidade na região.
Baseado nos conceitos do livro, Sistemas Arquitetônicos Comteporâneos, Montaner, 2009. o sistema escolhido é composto por volumes que se aglomeram, acumulan do-se em pontos chaves com o propósito de gerar articulações por toda a região de estudo. O resulta do dessa aglomeração, que busca respeitar a convivência com a realidade local, é uma malha com el ementos assimétricos e não orgânicos, sempre interligados entre si. Não menos importante, é válido notabilizar, que o sistema de mat-building tem total capacidade de adaptar-se na paisagem existente.
Montaner aponta que , na arquitetura, no paisagismo e no urbanismo o desafio é buscar projetar as preexistências , entendendo os sistemas na região de estudo como ponto de partida. Buscando colocar em prática os conceitos de Montaner, a maquete física, elaborada a partir do resulta do do estudo da região, evidencia as articulações esticadas e deforma das, irregulares e versáteis, abertas e orgânicas, aglomeradas e específicas.
Concepção de maquete física a fim de compreender os conceitos supracitados_
Introduzindo a acessibilidade no projeto_
Segundo a NBR 9050 entende-se sobre acessibilidade: “Acessibilidade: possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edifcações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privado de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com defciência ou mobilidade reduzida” (ABNT - NBR 9050, 2015, página 2)
Segundo o Censo Demográfico do IBGE do ano de 2010 cerca de 24% da população brasileira possuem algum tipo de deficiência. Por conseguinte, é necessário criar espaços que levem em consideração a concepção de Desenho Universal. Assim, ao estudar possíveis propostas projectuais nas margens do Bairro da Ilha do Leite, na região metropolitana do Recife, a arquitetura presente no estudo evidencia, preferencialmente, atender aos requisítos de legislação e aos objtivos de uso e função ocasionando conforto, segurança e bem-estar ao usuários. Dessa forma, foram adotados durante o planejamento e concepção do projeto, os 7 princípios do desenho universal, sendo eles:
1. Uso equiparável; 2. Flexibilidade no uso; 3. Usos simples e intuitivoso; 4. Informação perceptível; 5. Tolerância ao erro; 6. Baixo esforço físico;
7. Tamanho e espaço para aproximação e uso; Assim sendo, o desenvolvimento do projeto nortea-se, também, e não menos importante, em alguns parâmetros referênciais da NBR 9050, como exemplos:
1. Módulo de Referência: o módulo de referência adotado para a definição de fluxos (dimensões mínimas e máximas) é o espaço virtualmente ocupado por uma cadeira de rodas: 80 cm x 1,20 m.
2. Circulações e passagens internas: Faixa livre de circulação de, no mínimo, 90 cm de largura em corredores e passagens com extensão superior a 40 cm e portas com largura livre mínima de 80 cm.
3. Área de manobra: O usuário deve poder entrar e sair de frente dos ambientes, o que implica projetar espaços que permitam uma manobra de 180º. Tal manobra exige uma dimensão mínima de 1,20 m por 1,50 m.
4. Flexibilização dos ambientes: possibilidade de remodelação de ambientes internos, sem comprometimento estrutural. Assim, dormitórios e banheiro, por exemplo, poderão ter suas dimensões ampliadas, adequando-se às necessidades que eventualmente surjam ao longo da vida do usuário.
Fluxograma / Programa_
LEGENDA:
habitações habitações ecologia circulações verticais
esporte, lazer e cultura espaço de economia criativa e serviços
Vista
Isométrica_
Concepção volumétrica_ Extrudar Perfurar Cisalhar Permear Empilhar Subtrair
De acordo com o livro Manual of Section de Paul Lewis, Marc Tsurumarki e David J. Lewis, fica claro, e não menos importante na concepção da proposta projectual, entender o papel que as seções de um edifício desempenham no projeto arquitetônico. Quais são os diferentes tipos de seção e o que elas fazem? Como alguém produz essas seções? Por conseguinte, algumas discussões e debates sobre a seção do edifício são válidas para entender a seção como meio de criar arquitetura.
A partir dos conceitos acerca dos tipos de secção, como extrusão, cisalhamento, perfurar, permear, empilhamento e subtrair a prospota instalada no Bairro da Ilha do Leite, contém volumes que foram concebidos com relação aos conceitos presentes no livro Manual of Section.Vale salientar, também, que os edificios mais complexos da Arquitetura possuem o maior tipo de seções.
Estudos preliminares - Vista do observador_
observador_
Estudos preliminares - Vista do observador_
observador_
RUA FRANCISCO ALVES PRAÇA MIGUEL DE CERVANTES RIO CAPIBARIBE 0,00 -0,10 -0,28 -0,10 ACESSO PRINCIPAL PRINCIPAL ACESSO PRINCIPAL ACESSO PRINCIPAL CARGA DESCARGA ACESSO PRINCIPAL ACESSO PRINCIPAL ACESSO PRINCIPAL ACESSO PRINCIPAL -0,82 0,10 0,20 1. A A' 2. 3. 4. 6. 5. 2. 12. 7. 8. 10. 11. ESC:1 : 400 TÉRREO -PLANTA BAIXA O projeto_ Pavimento térreo
Edifício existente
Edifício existente
Mercado Orgânico
Espaço esportivo
Cooworking
Restaurante Escola
Sala de Música
Pátio externo
Sala Multiuso
Coleta e Reciclagem
BWC Comunitário
Habitações
Reservatório coletivo
Laboratório e tratamento de água
Espaço de Economia Criativa
Biblioteca comunitária
Espaço Recreativo
Área expositiva
Edifício existente
Edifício existente
0 3m 15m ACESSO PRINCIPAL ACESSO PRINCIPAL ACESSO PRINCIPAL ACESSO PRINCIPAL ACESSO PRINCIPAL Legenda
2.
3.
4.
5.
6.
7.
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18.
19.
20.
9. 10. 12. 12. 13. 13.
1. Auditório/Teatro
Deck
Academia
Hortas
RUA FRANCISCO ALVES PRAÇA
CERVANTES RIO CAPIBARIBE ACESSO PRINCIPAL 1. 2. 3. 21. 5. 12. 7. 14. 10. 11. A A' 20. 20. 20. ESC:1 : 400 Planta Baixa -Pavimento 1 O projeto_ Pavimento 1
MIGUEL DE
Edifício existente
Edifício existente
Orgânico
Espaço esportivo
Restaurante Escola
Sala de Música
Pátio externo
Sala Multiuso
Coleta e Reciclagem
Deck
BWC Comunitário
Habitações
Reservatório coletivo
Laboratório e tratamento de água
Espaço de Economia Criativa
Biblioteca comunitária
Recreativo
expositiva
Edifício existente
Edifício existente
0 3m 15m ACESSO PRINCIPAL ACESSO PRINCIPAL ACESSO PRINCIPAL ACESSO PRINCIPAL
5.
7.
17.
15. 10. 12. 12. 13. 13. 20.
Legenda 1. Auditório/Teatro 2. Mercado
3.
4. Cooworking
6.
8.
9.
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11.
12.
13.
14.
15.
16.
Espaço
18. Academia 19. Área
20. Hortas 21. Café
RUA FRANCISCO ALVES
RIO
1. 2. 3. 21. 5. 12. 7. 18. 10. 11. 12. 20. 20. 20. 19. A A' O
PRAÇA MIGUEL DE CERVANTES
CAPIBARIBE
projeto_ Pavimento 2
Edifício
Edifício
0 3m 15m ACESSO PRINCIPAL ACESSO PRINCIPAL ACESSO PRINCIPAL ACESSO PRINCIPAL Legenda 1. Auditório/Teatro 2. Mercado Orgânico 3. Espaço esportivo 4. Cooworking 5. Restaurante Escola 6. Sala de Música 7. Pátio externo 8. Sala Multiuso 9. Coleta e Reciclagem 10. Deck 11. BWC Comunitário 12. Habitações 13. Reservatório coletivo 14. Laboratório e tratamento de água 15. Espaço de Economia Criativa 16. Biblioteca comunitária 17. Espaço Recreativo 18. Academia 19. Área expositiva 20. Hortas 21. Café 17. 10. 12. 13. 13. 20. 20. 8.
Edifício existente
existente Edifício existente
existente
O projeto_ Pavimento 3
RUA FRANCISCO ALVES
10.
A'
ESC:1 : 400 Planta Baixa -Pavimento 3
PRAÇA MIGUEL DE CERVANTES RIO CAPIBARIBE 1. 3. 7.
11. 20. 20. 20. A
20. 20.
Edifício existente
Edifício existente
Legenda 1. Auditório/Teatro
Mercado Orgânico
Espaço esportivo
Cooworking
Restaurante Escola
Sala de Música
Pátio externo
Sala Multiuso
Coleta e Reciclagem
Deck
BWC Comunitário
Habitações
Reservatório coletivo
Laboratório e tratamento de água
Espaço de Economia Criativa
Biblioteca comunitária
Recreativo
expositiva
Edifício existente
Edifício existente
0 3m 15m
7.
9.
10.
12.
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10. 13. 13. 20. 20. 20.
2.
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17. Espaço
18. Academia 19. Área
20. Hortas 21. Café
PRAÇA MIGUEL DE CERVANTES
RUA FRANCISCO ALVES
A A' RIO
= 2%
ESC:1 : 400 Planta de locação e coberta
CAPIBARIBE i = 2% Laje plana Laje/telhado i
Laje plana i = 2% Laje/telhado verde
O projeto_ Pavimento 4
Edifício existente
0 3m 15m i = 2% Laje/telhado verde
Edifício
existente Edifício existente Edifício existente
Coworking Cafeteria Biblioteca Biblioteca Varanda Auditório Área expositiva -0,40 6,00 3,00 0,00 9,00 12,00 ESC: 1 : 200 Corte AA' Corte AA_
Sala de Música Habitações expositiva Reservatórios coletivos
Biblioteca
12,00 9,00 6,00 3,00 0,00
Telhado em Laje em CLT + Concreto armado Calha metálica Viga em CLT 40cmx20cm
Pele de vidro Pilar em CLT 20cmx20cm
Laje em CLT + Concreto armado
Viga em CLT 40cmx20cm Vigas intermediárias em CLT 10cmx20cm
Pavimento 3 9,00
Parede vedação em Drywall
Pavimento 2 6,00
Pele de vidro
Pavimento 1 3,00
Térreo 0,00
Pavimento 4 12,00
Coworking Cafeteria
Biblioteca Varanda
Pele de vidro Fundação ESC: 1 : 50 Corte AA -Chamada de detalhe
Detalhe 1 - Encontro de pilar em madeira com pilar de concreto
pilar de madeira em clt 20x20
chapa metálica
pilar de concreto 20x20 parafuso de fixação
Detalhe 2 - Encaixe do pilar com a viga
pilar de madeira em clt 20x20 viga de madeira em clt parafuso de fixação chapa metálica
pilar de madeira em clt 20x20 viga de madeira em clt parafuso de fixação chapa metálica
12,00
Perspectivas_