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Índice
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ENTREVISTA Novo chefe da Embrapa fala sobre metas para os próximos anos e diz que desafio é tirar pesquisa da prateleira.
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5ª RONDÔNIA RURAL SHOW
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Investimentos no setor portuário do estado transformam Arco Norte no novo caminho da safra brasileira.
CAFEICULTURA
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Números mostram crescimento do setor e consolidação de empreendedores no mercado.
Expediente
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Pesquisa da Embrapa Rondônia comprova que é possível cultivar café arábica na Amazônia.
FLORICULTURA Família de “alemães teimosos” conquista mercado de flores e rosas.
HIDROPONIA Técnica de plantar sem solo atrai empresários para o campo e garante abastecimento de hortaliças.
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Revista
RONDÔNIA
Revista Visão Rondônia é de propriedade editorial de G.B. COSTA COMUNICAÇÕES-ME CNPJ: 23.588.281/0001-40 Editora-chefe: Ivonete Gomes DRT-345 Redação: Avenida Guaporé, 4248, SL 2, Igarapé, Porto Velho, Rondônia. Tel: 69 32259705 - Assinatura: visaorondonia@gmail.com
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ESPECIAL: milho safrinha
INFRAESTRUTURA
INDÚSTRIA
Em Pimenteiras um chef de cozinha atrai até turistas japoneses com pratos inusitados feitos a base de pescado do Guaporé.
Produtores de suínos dão exemplo de boas práticas no cone sul e esperam investimentos em frigoríficos.
Segunda safra do milho bate recorde em produtividade e agricultores se preparam para exportação de excedente.
Feira atrai estrangeiros e caminha para se tornar o maior evento do agronegócio no norte brasileiro.
TURISMO
SUINOCULTURA
Comercial: Leny Vieira - fone: 69 9213-0947/9977-7779 Designer Gráfico: Cesar Prisisnhuki Faria Colaboradores: Gerson Costa, Eliânio Nascimento, Flávia Rosane, Marcos Lock, Giliane Perin Renata Silva e Edmilson Rodrigues. Impressão: Editora Gráfica Print Tiragem: 5.000 mil exemplares
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EDITORIAL
José Gripa: a história viva do agronegócio rondoniense E lá se vão 38 anos desde que o sul-matogrossense
Aos 85 anos, o vô Gripa acorda cedo, sobe no
José Gripa resolveu viver e cultivar nas terras de Rondon.
trator e segue para a lavoura. Acompanha de perto
Viu muita coisa dar errada que, com experimentos
a prosperidade da terceira geração de homens do
próprios, fez dar certo. Despediu-se de vizinhos que
campo que, acumulando as áreas, chega a plantar 1.400
não suportaram a carga da atividade agropecuária
hectares de soja e milho no município de Vilhena.
em uma Rondônia sem estradas, sem informação e
José Gripa é a história viva do crescimento e
tecnologia zero. Plantar e colher com as mãos, prática
amadurecimento do setor produtivo rondoniense.
da esmagadora maioria à época, só para herois da
Vivenciou todas as fases até chegar à agricultura de
resistência. E dá-lhe resistência do Gripa, acumulador
precisão, melhoramento de sementes, assistência
de calos nas mãos e vencedor de um câncer que lhe
técnica, facilidade na aquisição de insumos e as novas
tirou a facilidade da fala aos 50 anos de idade, mas sem
tecnologias de manejo e tratos culturais surgidas a partir
reduzir em nada a vontade de produzir.
de ininterruptas pesquisas da Embrapa, fatores que tornam este o estado mais promissor do agronegócio brasileiro. Não é à toa ser o grande José Gripa a capa da edição especial da VISÃO RONDÔNIA, pensada e elaborada para a 5ª Rondônia Rural Show, evento que reúne os melhores da área e caminha para se tornar a maior feira do norte brasileiro. Seguindo os passos da evolução do setor, a VISÃO - única publicação mensal segmentada para o agronegócio de Rondônia – também cresce a partir desta edição em número de páginas e confiabilidade. Temos identidade própria, o ISSN, uma espécie de RG de periódicos mundiais. A revista trabalha para alcançar a mesma longevidade do vô Gripa, levando ao público alvo a informação precisa e histórias que valem a pena ser contadas.
JOSÉ GRIPA é produtor de soja e milho em Vilhena
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ENTREVISTA
A meta é tirar a pesquisa da prateleira Alaerto Marcolan
Chefe-geral da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa) em Rondônia
E
sse é um dos maiores desafios do novo chefe-geral da Embrapa Rondônia, Alaerto Marcolan, para os próximos três anos. Formado em agronomia pela Universidade Federal de Santa Maria (RS), com mestrado e doutorado em ciência do solo, Marcolan passou a ser parte do quadro da maior empresa de pesquisas tropicais do mundo em 2006. Ele chega à chefia da Embrapa de um dos estados que mais crescem no setor produtivo brasileiro com um pensamento progressista. Busca parcerias para o fortalecimento da assistência técnica e recursos de todos os lados: bancadas estadual e federal, governo do estado e iniciativa privada.Tudo que possa contribuir para que as pesquisas sejam concluídas e levadas aos produtores. Alaerto Marcolan também quer desmistificar que a Embrapa seja uma empresa que trabalha somente para os grandes produtores. Para isso, aposta no incremento de ações voltadas à agricultura familiar, principalmente às propriedades dedicadas ao cultivo de café, mandioca, fruticultura, feijão e pecuária leiteira.
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ENTREVISTA
O que o produtor pode esperar da Embrapa daqui para frente? A Embrapa Rondônia é referência em pesquisa na área de cafeicultura e pecuária em todo o norte. Um dos grandes desafios é solidificar ainda mais essa área de pesquisa. Precisamos fazer esse trabalho de impacto, principalmente na cafeicultura e na pecuária. Mas atuamos também em outras áreas e nas questões florestal, de bioativos e de cereais como soja e milho. É uma área muito grande de pesquisa e temos que trabalhar nessa gestão para alcançar bons resultados.
Lançaremos na 5ª Rondônia Rural Show a “bíblia do café”, o livro Café na Amazônia. É um material que pode ser utilizado por técnicos, produtores e todas as pessoas ligadas à cafeicultura”
O que temos especificamente para a cafeicultura do estado? Na cafeicultura, recentemente lançamos algumas tecnologias, a BRS Ouro Preto; primeira variedade clonal lançada em Rondônia e no Brasil; e a barcaça seca café. São tecnologias que estão mudando o sistema de produção ao longo de 40 anos da Embrapa Rondônia. Lançaremos na 5ª Rondônia Rural Show a “bíblia do café”, o livro Café na Amazônia. É um material que pode ser utilizado por técnicos, produtores e todas as pessoas ligadas à cafeicultura. Trata desde o plantio até a pós-colheita. São 54 autores e coautores que se dedicaram a fazer esse livro. Ainda sobre cafeicultura, estamos trabalhando para soltar novos materiais de café, tanto canéfora como arábica, um café que normalmente é cultivado em situações de maior altitude. Estamos testando materiais adaptados às nossas condições e temos tido bons resultados. A qualidade do café, com mecanização, é outro ponto. A mão de obra no campo diminui a cada safra, por isso 8
temos que trabalhar com a tecnificação para que a cafeicultura cresça cada vez mais. Nós estamos atuando também para os demais estados. Temos unidades demonstrativas no Acre e Amazonas e, em processo de fechamento, um contrato com a Secretaria de Agricultura do Estado do Mato grosso. Nessa gestão, queremos também ter unidades demonstrativas em Roraima e no Pará. Para a piscicultura que vem crescendo em Rondônia, quais são as novidades da Embrapa? Fizemos algumas reuniões internas e também conversamos com o governo, a Seagri, e no momento não temos pessoas aqui para trabalhar na área. Mas é uma proposta da minha gestão contratar pessoas para atuar na piscicultura. Hoje contribuímos com a demanda trazendo pesquisadores e pessoas da unidade de pesca e aquicultura de Tocantins que podem dar capacitação no estado. Em relação à pecuária de corte e leite, qual o foco para os próximos três anos? Pecuária é uma das nossas prioridades ao longo dos anos. Estamos atuando fortemente na capacitação dos técnicos. Este ano a gente iniciou a capacitação modular, onde estaremos treinando um grupo de técnicos do estado em diferentes etapas. Em cada módulo a gente trata de diferentes etapas do sistema de produção. Isso faz com que esses técnicos tenham ainda mais condições de levar as tecnologias ao produtor. Quanto à questão de melhor aproveitamento da área, é uma meta da Embrapa Rondônia
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ENTREVISTA
ter pesquisas que façam com que a gente potencialize o uso das áreas, diminuindo a pressão sobre as florestas e fazendo com que sobre área para o cultivo de grãos. E como fazer isso? Temos várias técnicas, uma delas a ILPF (Integração-Lavoura, Pecuária-Floresta) que é uma tecnologia do futuro, de ponta, incentivada pelas políticas de governo porque é sustentável. O produtor insere o arroz como primeira cultura em área que está em processo de degradação. Arroz é uma cultura rústica, não é tão exigente como o milho. A cultura começa um processo de mudança da fertilidade química e física do solo e faz com que o produtor possa ter um rápido retorno do investimento. Ele planta e vende o arroz e já tem uma entrada de capital. O produtor faz aos poucos, dividindo em módulos a fazenda dele. Excelente alternativa para quem quer fazer essa recuperação.
Em breve, vamos ultrapassar a casa dos 1 milhão de hectares de soja, podendo chegar a 2 milhões sem prejuízo ao rebanho, tanto de corte quanto de leite”
Na sua opinião, qual o futuro da agricultura em Rondônia? Rondônia é um estado com enorme aptidão agrícola, prova
disso é o PIB significativo. Tem potencial para crescimento muito bom. Nós temos em torno de 6 milhões de hectares com pastagem em algum processo de degradação. A gente melhorando essas pastagens, vai poder manter e até aumentar o rebanho. Ainda vai sobrar área para as culturas anuais, que é o caso hoje da soja. A quantidade de área ainda não é grande em Rondônia, são só 245 mil hectares plantados, mas acredito que isso vai crescer muito. Em breve, vamos ultrapassar a casa dos 1 milhão de hectares de soja, podendo chegar a 2 milhões sem prejuízo ao rebanho, tanto de corte quanto de leite. A questão de melhor aproveitamento da área vai suprir a demanda por alimentos sem que haja desmatamentos. Comparada com outros estados, como está Rondônia em termos de pesquisa? A Embrapa é a maior empresa de pesquisa tropical no mundo. MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA
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ENTREVISTA
Estamos com várias frentes de pesquisas. É significativo mundialmente isso. Por exemplo: a Embrapa contribuiu para que fosse viável o cultivo de grãos no cerrado. Isso dá um impacto no Brasil e no mundo. Atua também em vários países da África e Europa levando a transferência de tecnologia. Muitos pesquisadores de Rondônia já fizeram intercâmbio através de parcerias com instituições de outros países. Nosso pessoal é altamente qualificado. O BNDES liberou R$ 33 milhões para pesquisas na Amazônia. Quanto desse montante vem para Rondônia? Ainda estamos na fase de editais. Algumas propostas já foram elaboradas e outras estão em fase de elaboração. Ainda vamos depender da aprovação desses projetos. Esse recurso será concorrido entre as unidades de pesquisa. É um processo que está aberto. Acredito que um valor bom deve vir para Rondônia. Estamos nos preparando para isso. Na área da pecuária a Embrapa de Rondônia se destacou ao criar a régua Vetscore, que facilita a análise do produtor sobre as condições nutricionais do rebanho. Quando a novidade estará no mercado? A empresa já foi selecionada e esperamos em breve estar com esse material acessível aos produtores. A Vetscore está em fase de produção. A expectativa é de que fique pronta para a Rondônia Rural Show. O que vamos ver de mudança na Embrapa até 2019? A ideia é aceitar parcerias, criar uma maior aproximação com nos10
sas bancadas federal e estadual para ver se conseguimos alocar mais recursos para a pesquisa. Vamos mostrar a políticos a importância da pesquisa para o estado de Rondônia, trabalhar mais próximo das demais instituições e buscar recursos também da iniciativa privada. Queremos trabalhar como facilitadores aqui na Embrapa. A nossa gestão vai propiciar condições para os pesquisadores desenvolverem as pesquisas. Vamos tentar criar uma logística para que eles possam ter resultados cada vez melhores. E como levar o resultado desse trabalho ao produtor? A Embrapa desenvolve a pesquisa, mas precisa que as demais instituições levem isso aos produtores. É importante o papel da extenção rural para fazer com que a pesquisa saia da prateleira e chegue ao produtor, que é o consumidor final.
É uma proposta da minha gestão contratar pessoas para atuar na piscicultura. Hoje contribuímos com a demanda trazendo pesquisadores e pessoas da unidade de pesca e aquicultura de Tocantins que podem dar capacitação no estado.”
Quais as outras áreas de atuação da Embrapa que serão fortalecidas? Trabalhamos muito com a formação de pessoas. A empresa capacita técnicos, com cursos de mestrado e doutorado. Formamos profissionais daqui para que fiquem aqui. Isso resultará num crescimento de pensadores que vão aumentar o desenvolvimento da agropecuária de Rondônia. Também trabalhamos com formação de menor aprendiz. Ano passado formamos 180 alunos. Além disso, a Embrapa trabalha na prestação de serviços em parceria com alguns laboratórios de leite, fitopatologia, entomologia e de solos. Trabalhamos para sociedade e vamos continuar.
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SUINOCULTURA Sobram boas práticas, faltam frigoríficos
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SUINOCULTURA Com uma área de 4 hectares nos limites urbanos da cidade de Cerejeiras e um plano ambiental em mãos elaborado por um engenheiro agrônomo, o catarinense Afonso Emerick passou a se dedicar à criação de suínos. Todo fim de semana ele sai do município de Santa Luzia do Oeste, onde exerce a função de secretário de saúde, e percorre 377 quilômetros para chegar à modesta, mas produtiva propriedade rural.
Por Ivonete Gomes Fotos: Marcos Figueira
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a granja onde engorda 700 cabeças de suíno, Afonso mantém as boas práticas. Os resíduos são coletados em três fossas de decantação com capacidade de 300 mil litros cada uma. Para não correr risco de vazamento, as fossas foram forradas com lonas especificadas no projeto original. A estrutura tem garantia de 10 anos. Os animais que chegam com peso entre 6 e 7 quilos são colocados em divisões do galpão com gradeados de madeira instalados a 60 cm do chão. “É crucial para evitar a batedeira, uma doença respiratória que pode causar a morte dos filhotes”, diz Afonso. Quando alcançam os 30 quilos, os porcos da Granja Quero Quero, nome da propriedade, seguem para espaço com piso de concreto. “E tem que ser concreto bom. Porco quebra tudo”, orienta o produtor. Ao final de cada ano, Afonso Emerick faz os cálculos de custos da produção, mas sabe que comparado a outros produtores leva certa vantagem. Para aumentar a produtividade e reduzir o tempo de abate, ele investiu em porcos das raças Pietran e Large White. A iniciativa de criar animais geneticamente superiores e fabricar a 16
própria ração oferecida aos suínos está compensando o preço baixo do quilo da carne praticado no mercado de Rondônia. “A pauta do preço é hoje nossa maior dificuldade. O estado do Mato Grosso está vendendo carcaça de descarte aqui. Os animais abaixo da qualidade para exportação vão para um frigorífico de Ji-Paraná e competem diretamente com os produtores locais. O governo precisa elaborar uma política para o setor”, reclama.
Com uma venda estimada em 120 cabeças por mês a Granja Quero Quero está no grupo de 356 propriedades rurais do estado que criam suínos em escala comercial. O rebanho é de 50.977 cabeças, segundo dados da Idaron. Na criação de subsistência o rebanho de suínos chega a 230.581 cabeças distribuídas em 27.938 propriedades.
O município de Cerejeiras é o 4º maior produtor do estado com 2.660 cabeças criadas em 16 propriedades. Mas, somados os rebanhos da microrregião (Cabixi, Corumbiara, Colorado do Oeste e Pimenteiras) a produção chega a 13.400. Colorado é o maior criador de suínos de todo estado, com rebanho de 8.170 cabeças. A região demonstra grande aptidão para a suinocultura e, ainda, conta com 22 secadores e silos com capacidade de estocagem de 312 mil toneladas de grãos, o que facilita e desonera o custo da alimentação animal. O grande entreve para crescimento da suinocultura é a falta de frigoríficos. O mais próximo fica no município Vilhena, a 120 quilômetros. No ano passado, um grande empresário de Porto Velho sinalizou para a possibilidade de instalar uma planta em Cerejeiras, mas tirou o pé do acelerador para aguardar o desenrolar da política brasileira e a volta de crescimento da economia. nenhuma reCom quase ne presentatividade no cenário os prode produção nacional, naci Rondônia esperam dutores de Rondô no setor para investimento n aumentar a capacidade criação e atender, de criaçã inicialmente, a deinicialm manda do mercado interno. ter
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SUINOCULTURA
DICAS DE BOAS PRÁTICAS NA SUINOCULTURA Material Genético O material genético para o desenvolvimento de suínos deve ser de qualidade, pois a genética é considerada a base tecnológica que sustentará a produção. Da qualidade genética provém o desempenho de
uma raça ou linhagem. O sistema genético depende de fatores para que o resultado final seja suínos que darão a melhor carne e menos problemas na criação, engorda e terminação. Os fatores a serem consi-
derados no sistema genético são a proporção entre macho e fêmeas, aquisição de reprodutores que façam parte de um programa de melhoramento genético, esquema de cruzamento e qualidade genética.
Nutrição A nutrição para criação de suínos é responsável por 65% dos custos de produção. A alimentação de qualidade deve considerar os seguintes fatores: 1) - A forma física da ração que se divide em farelos ou peletizada. De preferência, as rações devem ser
peletizadas, pois esse tipo de ração é adquirida pronta. 2) - A avaliação dos alimentos e a alimentação por sexo separado, em que devem ser levados em consideração hormônios sexuais, potencial de crescimento, atividade hormonal e outros fatores que são responsáveis
por desenvolver os leitões. 3) - Estudo do grau e qualidade nutritiva da alimentação em um espaço de tempo. Para isso, existem três tipos de alimentação que resultam em crescimento dos suínos: à vontade, controlada por tempo; e com restrição. Fonte: Embrapa / Gravuras: wikihow
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Manejo da Produção Gestão da unidade produtiva A criação de suínos é uma atividade empresarial e como tal depende de mecanismos de gestão, planejamento, avaliação de métodos e processos administrativos. O planejamento da atividade de suinocultura tem como decisões as seguintes questões: para quem vender, como vender, a quantidade a ser produzida e outros fatores como gerenciamento de custos, da qualidade, dos métodos de produção, dos preços do produto suíno e de insumos, além de políticas voltadas para produção de suínos.
A gestão produtiva considera também: Controle da atividade – controlar é a palavra de ordem na produção de carne suína. É necessário controlar a produtividade de funcionários, qualidade da carne suína, métodos de produção, custos, melhor conversão alimentar, além do controle de lucros e resultados. Outros fatores a serem geridos pela empresa produtora de suínos são os recursos humanos que visam melhorar técnicas para recrutar melhor e, ainda, métodos para que a produtividade na jornada de trabalho proporcione bons resultados, sem retirar a qualidade de vida e os direitos dos trabalhadores. Outros fatores são a motivação no trabalho, a segurança, a higiene física dos trabalhadores, a organização administrativa, o clima organizacional e ambiente de trabalho positivo e o treinamento assim que necessário.
Proteção ambiental Essa é outra etapa a ser considerada na cultura de suínos e por isso, a proteção ambiental deve considerar a avaliação dos riscos de impacto ambiental, manejo de dejetos e manejo voltado para a proteção ambiental.
Sanidade A saúde física dos suínos merece, especial atenção e para cuidados com o animal, detalhes a se considerar são: limpeza e desinfecção dos espaços, visita de veterinários.
Esta etapa compreende o completo processo reprodutivo e produtivo do sistema e por isso, exige maior atenção e dedicação. Ela é crucial e dela depende atingir os melhores índices produtivos e com isso, o retorno econômico da atividade.
O manejo da produção compreende as fases de pré-cobrição em leitoas. Essa fase admite a singularidade da atividade sexual das leitoas que dependerá de fatores como nutrição, do manejo e do ambiente.
Outras fases que merecem acompanhamento são cobrição, maternidade e creche que marca a fase em que o suíno se alimentará de ração.
Desafios da suinocultura no Brasil Apesar do bom desempenho do setor de criação de suínos, a atividade ainda encontra certos desafios, como o preço do farelo de soja, que aumenta o custo total de produção.
Além dessas, existem ainda outras fases são crescimento e terminação, que compreende gestação, descarte de fêmeas, manejo de machos e pré-cobrição em leitoas. MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA
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PECUÁRIA
PLANILHA CALCULA
sombreamento em sistemas de integração Por Renata Silva Foto: Gabriel Faria
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ma planilha eletrônica auxilia produtores e técnicos a planejar e dimensionar adequadamente a implantação de sistemas de Integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), ou mesmo a plantar árvores isoladamente para sombreamento, garantindo o conforto térmico dos animais. A planilha desenvolvida pela equipe de pesquisadores da Embrapa Rondônia pode ser utiliza20
da em inúmeros locais e situações, com algumas adaptações explicadas em comentários escritos dentro da própria planilha. Muitos estudos buscaram determinar a quantidade de sombra adequada na pastagem para garantir o conforto dos animais. Os resultados são variáveis, segundo o pesquisador da Embrapa Henrique Cipriani, vai de menos de 2 m² a mais de 5 m² de sombra por animal. «Provavelmente, características do local, dos animais e das próprias árvores influenciem os resultados. O fato é que o sombreamento, bem dimensionado,
é desejável, senão necessário ao bem-estar animal», complementa. O acesso à ferramenta é gratuito e o usuário pode editá-la. “Espera-se que essa planilha possa contribuir para estudos e projetos de ILPF, auxiliando no planejamento e análise de experimentos e de sistemas produtivos”, comenta o Cipriani. Ela está disponível no portal da Embrapa Rondônia. Em geral, os agricultores e pecuaristas que desejam diversificar sua produção e aumentar a lucratividade, investindo no comércio de produtos florestais, especialmente os madeireiros, que
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Veja como utilizar a planilha
é bastante atrativo. Além do ganho direto com a venda da madeira e outros produtos florestais, as árvores beneficiam indiretamente a produção leiteira ou de carne. Essa vegetação influencia no aumento da produtividade animal e fornece sombra para os rebanhos, o que é particularmente interessante para as regiões tropicais, onde o calor é mais intenso e os animais tendem a sofrer estresse térmico. O pesquisador explica que a área de sombra projetada por uma árvore depende da altura e do tamanho da sua copa, e da posição do Sol, que é determinada pelo local, pela época do ano e pelo horário do dia. Desconsiderando-se o relevo, em geral, tem-se mais sombra nos horários próximos do nascer e do pôr do Sol e na época do ano em que os dias são mais curtos, quando o Sol está mais próximo do horizonte. Ao meio-dia, quando o Sol está “a pino”, tem-se menos sombra. Além disso, deve-se considerar que próximo da linha do Equador há menor variação ao longo do ano. A posição do Sol também determinará a direção da sombra.
A planilha utiliza fórmulas que levam em consideração a altura e o diâmetro da copa das árvores, o local (latitude e longitude) de plantio, o dia do ano e o horário. No caso de renques – faixas de vegetação compostas por uma ou mais fileiras de árvores –, é necessário informar a largura, o comprimento e a orientação (azimute) do renque. Com estas informações, que podem ser facilmente obtidas pelo usuário, a planilha retornará os seguintes parâmetros: comprimento, largura, área e direção da sombra, além do deslocamento da sombra em relação ao tronco da árvore. A planilha permite que sejam calculados os parâmetros para mais de uma árvore, local ou horário simultaneamente, bastando-se digitar as informações necessárias e arrastar as fórmulas com movimentos do mouse. Para uma visão geral das mudanças no sombreamento ao longo do ano, há uma aba na planilha que calcula a área de sombra para todos os dias do ano, das 6 h às 19 h. Isso permite localizar, facilmente, os períodos de maior e menor sombreamento. Como exemplo, o pesquisador faz uma suposição. Em um sistema ILPF no município de Porto Velho (RO), (8,801428° de latitude sul e 63,845950° de longitude oeste), com eucaliptos plantados em um renque de 96 m de comprimento e 9 m de largura. Considerando árvores com média de 15 m de altura total e copa com 5 m de altura e 3 m de diâmetro, tendo como orientação (azimute) do renque 31,00° (nordeste-sudoeste), e data e horário o dia 21/08/2015 às 15 h. Nessa situação, tem-se: 16,32 m² de sombra por árvore, ou 1.001,27 m² por renque. A sombra estará 0,27 m das árvores, com comprimento de 105,34 m e largura de 9,54 m (por renque). A orientação é de 116,14°. Considerando-se uma necessidade de sombra de 5 m² por animal, nessas condições, a área poderia fornecer sombra para até 200 animais. Para mais animais, seria necessário plantar mais renques. Os períodos com menos sombra seriam de 28/02 a 02/03, e de 13 a 16/10, com apenas 7,48 m² de sombra por árvore, ao meio-dia. Já o período com mais sombra seria de 21 a 25/06, com 12,20 m² de sombra. Cipriani ressalta que, no caso de Porto Velho, o período de geração de maior sombra coincide com uma época de alta insolação e calor, quando os animais estão sujeitos à maior estresse térmico e há maior necessidade de sombra e ambiente fresco. A variação anual nesse exemplo, para um mesmo horário, foi superior a 60%. O pesquisador Henrique Cipriani explica que há limitações na planilha, pois os cálculos consideram o relevo plano (declividade de 0°) e, no caso de renques, devem ser retilíneos, ou seja, as fórmulas não se aplicam aos renques plantados em curva de nível, neste caso são necessárias correções nos resultados para aplicação em terrenos montanhosos. A planilha também não realiza modelagem ou predição do crescimento das árvores. Fonte: Embrapa/Rondônia MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA
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AGRONEGÓCIO
5ª RONDÔNIA R
UMA FEIRA INTERNACIONAL PARA O Por Gerson Costa
Aguardada com expectativa pelos agentes responsáveis por toda cadeia do agronegócio, a quinta edição da Rondônia Rural Show promete consolidar a feira de negócios como a maior do norte brasileiro, atraindo investidores de outros estados e até de longínquos países do leste europeu. O evento começa no dia 24 com o “tratoraço”, desfile de máquinas e implementos dos expositores pelos dois distritos de JiParaná. Nos dias 25 a 28, das 7h30min às 18hs, o parque Hermínio Victorelli recebe mais de 370 expositores, palestrantes, delegações estrangeiras, empresários brasileiros e produtores rurais interessados nas novidades agrícolas.
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N
este ano, a procura por espaço no parque foi tão grande que no final do mês de abril já não havia condições de receber nenhum interessado em participar da Rondônia Rural Show. O coordenador da feira, técnico José Paulo Ribeiro Gonçalves, realizou apresentações prévias em seus seis cidades diferentes e coordenou os chamados pré-shows em outras sete, garantindo a negociação de R$ 73.452.495,32. Para ele, é o prenúncio da realização da meta de R$ 1 bilhão em negócios durante os 4 dias do evento. O visitante que se dirigir ao parque Hermínio Victorelli no período da Rondônia Rural Show poderá conhecer os expositores divididos em lotes para empresas de máquinas , tratores, caçambas e implementos; o espaço institucional; o pavilhão do artesanato com 44 estandes; o pavilhão multissetorial com 28 empresas do comércio e serviços; o espaço empresarial e internacional; as vitrines tecnológicas e agroecológica; além de contar com estacionamento e praça de alimentação com capacidade para 1.500 pessoas.
Oficinas e palestras Durante todos os dias da feira, os visitantes poderão ter acesso gratuito a palestras com profissionais renomados nas áreas de produção, transporte, cooperativismo, manipulação de alimentos e confecção de pratos regionais. No primeiro dia, das 14h30 às 15h30 o empresário Dilvo Grolli, presidente da Cooperativa Agroindustrial de Cascavel (Coopavel), fala sobre o cooperativismo e como a experiência transformou a vida de 49 pequenos agricultores do oeste do Paraná em um negócio que fatura R$ 2 bilhões ao ano. No segundo dia, o técnico da Embrapa, Vicente de Paulo Campos Godinho, e o fazendeiro
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A RURAL SHOW
A OS MELHORES DO AGRONEGÓCIO 375 expositores (450) bandeiras Lotes de màquinas, Veículos, Implementos e Serviços
132
Pavilhão das Agroindústria: Mais de
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Pavilhão das Instituições
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Pavilhão do Artesanato: Mais de
132
AUDITÓRIO DE PALESTRAS
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AGRONEGÓCIO Giocondo Vale, farão apresentação do sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta e as vantagens do aumento da produtividade do rebanho, da produção de grãos e dos lucros com o plantio de floresta nativa. Nos quatro dias, haverá técnicos da OCB, Emater, Embrapa
e Sebrae trazendo novidades para o setor produtivo. No mesmo período, as mesmas entidades, incluindo também a Federação da Agricultura e Pecuária de Rondônia (Faperon), oferecerão cursos através das oficinas de manipulação de alimentos, como
a desossa de frango, porco e boi, e a produção de pratos regionais a partir do tambaqui e o pirarucu. Neste ano, a Emater traz espaços exclusivos para contar a história do café, leite e carne mostrando os caminhos de desenvolvimento desses produtos.
Estrangeiros de olho na feira As embaixadas de 10 países confirmaram o envio de delegações à 5ª Rondônia Rural Show. Países africanos e a Bolívia mandarão emissários para fechar negócios nas câmaras multissetoriais, onde estarão presentes as indústrias nativas de café, arroz, esmagadoras de grãos, entre outras. Já outros, como a República Tcheca, envia apenas uma missão de reconhecimento. A ideia do país do leste europeu é exportar máquinas com tecnologia de ponta para o campo e importar alimentos sobretudo carne e grãos do estado. A Superintendência do Desenvolvimento de Rondônia (Suder) funcionará como intermediadora das negociações.
Vitrines tecnológicas A Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri) e seus parceiros, como a Ceplac, apresentarão as chamadas vitrines tecnológicas ao público em uma área nos fundos do parque. Um lote de 30x40, por exemplo, consorciado com cacau e banana, já produziu 1 mil quilos de banana em dois anos, graças a aplicação de técnicas no solo e a escolha de mudas. O shopping do leite é outra novidade de Seagri. A ideia é apresentar o chamado pastejo rotacionado e a inseminação genética com embriões de alto desempenho para aumentar a produtividade do produtor. O espaço também será dedicado as culturas de hortaliças como alface e tomate.
Linhas de crédito Basicamente, Basa e Banco do Brasil vão oferecer 90% do crédito disponível nesta edição da Rondônia Rural Show. As duas instituições terão funcionários e estandes fixos para atender o produtor. As linhas de financiamento variam de 0,5% até 6,5% para agricultura familiar e os médios e grandes produtores. As propostas poderão ser feitas diretamente com os bancos ou através dos credenciados, como a Emater, Ceplac e outras 48 entidades. As propostas recolhidas na feira receberão o selo de prioridade, mas é importante o produtor já antecipar seu cadastro, antes mesmo de escolher algum produto, máquina, veículo ou implemento. 26
SETOR DO CRÉDITO O
BANCO DA AMAZÔNIA- BANCO DO BRASIL- CAIXA ECCONÔMICA- OSCPS-BANCOS PRIVADOS
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METAS PARA 5ª EDIÇÃO Números de visitantes
80.000
Instituições bancárias presentes
6
Transporte de produtores
5.000
Países visitantes
10
Propostas de financiamentos
5.500
Volume de negócios
700.000.000,00
INFRAESTRUTURA Auditório
200 pessoas
Tenda de abertura
Espaço institucional
23 instituições
Pavilhão artesanato
44 estandes (132 expositories)
Pavilhão agroindústria
44 estandes (88 expositores)
Espaço multissetorial
28 empresas (Comér. e Serv.)
Vitrine tecnológica
22 lotes
Sala de imprensa
2 salas
Espaço empresarial e Internacional
5 instituições - 14 empresas 4 países
Área para expositores diversos
110 lotes
Pista de teste para veículos utilitários
2 áreas
Espaço para dinâmica de 2 áreas 5 instituições - 14 empresas Espaço de convivência vitrine tecnológica
750 lugares
1 tenda
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RONDONIA RURAL SHOW
EMBRAPA FAZ LANÇAMENTOS e apresenta novas tecnologias A Embrapa Rondônia irá lançar e levar diversas tecnologias nas áreas da cafeicultura, produção animal, vegetal e florestal para a maior feira de agronegócios da Região Norte, a 5ª Rondônia Rural Show. Por Renata Silva
A
Embrapa estará presente na Vitrine Tecnológica, na área dos estandes institucionais, em palestras, nos Caminhos do Leite e do Café e demais ações realizadas na Feira, sempre com profissionais à disposição do público todos os dias do evento. Os lançamentos deste ano são os livros “Café na Amazônia” e “Ginecologia e ultrassonografia reprodutiva em
bovinos”; a nova técnica de Inseminação Artificial em Tempo Fixo – IATF em Blocos; demonstração da poda de formação em cafeeiros; e o dispositivo Vetscore, desenvolvido pela Embrapa Rondônia para avaliação nutricional do rebanho bovino, que estará exposto na Rondônia Rural Show e deve chegar neste primeiro semestre ao mercado. A comercialização será realizada pela Prático de Garça, empresa habilitada pela Embrapa para comercializar o produto.
O evento acontece de 25 a 28 de maio em Ji-Paraná (RO) e a expectativa dos organizadores é de que mais de 50 mil pessoas visitem o local. “São quatro décadas de intensa produção científica da Embrapa para o estado e região amazônica. Tecnologias que estão disponíveis para os agricultores melhorarem a produção em quantidade e qualidade, com foco sempre na sustentabilidade dos sistemas”, diz o chefe-geral da Embrapa Rondônia, Alaerto Marcolan. Segundo ele, o
Lançamento de livros O livro “Café na Amazônia” reúne e atualiza todo o conhecimento gerado pela Embrapa Rondônia em seus 40 anos de existência em Rondônia. O livro, em seus 21 capítulos escritos por mais de 50 autores, contém informações necessárias a todos aqueles que pretendem cultivar ou participar dos esforços para o cultivo do café na Região Amazônica. Per28
mite as tomadas de decisão do agricultor, em sua plantação; dos agentes financeiros, responsáveis pelo financiamento da produção; dos estudantes em sua formação; do extensionista, na aplicação das técnicas indicadas. Enfim, uma obra completa e útil para o desenvolvimento e fortalecimento da cafeicultura na Amazônia, garantindo a competitividade do
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público que for ao evento poderá conferir o que de mais novo tem sido desenvolvido para o estado e região e que já pode ser adotado pelos produtores. Na área da cafeicultura, estarão à disposição do público na Vitrine Tecnológica variedades de café desenvolvidas pela Embrapa (arábica, robusta e conilon), entre elas a cultivar de café conilon BRS Ouro Preto. Também estarão em exposição a máquina de colheita semi-mecanizada do café canéfora (conilon e robusta) e a Barcaça Seca Café, tecnologia para a secagem de café com qualidade. Durante a Rondônia Rural Show o público ainda poderá degustar os cafés arábica e conilon de alta qualidade de bebida cultivados em áreas de experimentos da Embrapa no estado. Na Vitrine Tecnológica também serão apresentados ao público a cultivar de arroz BRS Esmeralda; a cultivar de capim elefante anão BRS Kurumi e a BRS Tamani, o primeiro híbrido de Panicum maximum da Embrapa. O Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) será apresentado na Vitrine como tecnologia sustentável para a agricultura. O público também poderá conhecer e manusear a régua de
manejo de pastagem, que indica o momento ideal para o gado entrar e sair da pastagem.
A Embrapa também fará parte de uma das novidades da Feira para este ano, as salas temáticas Caminho do Leite e Caminho do Café, organizados pela EMATER-RO e com a parceria da Embrapa. Estes espaços são interativos e buscam oferecer ao público uma experiência sensorial, aguçando visão, tato, olfato e audição para levar aos visitantes orientações e uma breve experiência sobre a produção de café e leite no estado. Além destas ações, a equipe da Embrapa realizará duas palestras que fazem parte da programação da Feira. No dia 26/05, das 8h às
setor cafeeiro frente às demais regiões produtoras, em um cenário econômico que exige, cada vez mais, a profissionalização do setor agrário e a eficiência de utilização de recursos ambientais, econômicos e humanos. O livro conta com a parceria da UHE Jirau e apoio do Consórcio Pesquisa Café e da Secretaria de Estado da Agricultura – Seagri. Já o livro “Ginecologia e ultrassonografia reprodutiva em
12h, será realizado o “Workshop Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) como alternativa sustentável para Rondônia”, os palestrantes serão o pesquisador da Embrapa Rondônia, Vicente de Paulo Campos Godinho e o produtor Giocondo Vale, que possui uma fazenda que utiliza o sistema ILPF e que é considerada modelo em sustentabilidade em Rondônia. No dia 27/05, das 8h às 9h20, será realizada a palestra “Manejo reprodutivo de rebanho bovino visando maior eficiência”, com o pesquisador da Embrapa Rondônia, Luiz Francisco Machado. Diversas ações realizadas pela Embrapa na Rondônia Rural Show contam com a parceria da Energia Sustentável do Brasil (ESBR), concessionária da Usina Hidrelétrica (UHE) Jirau que, por meio do Projeto Piloto de Uso da Faixa Deplecionável do reservatório da UHE Jirau (RO) e das Áreas de terra Firme de seu Entorno, buscam o desenvolvimento da agricultura familiar no entorno da Usina Jirau e região através de transferência de tecnologias. Confira mais detalhes sobre as ações e tecnologias que a Embrapa levará para a quinta edição da Rondônia Rural Show.
bovinos” pretende ser um novo aliado dos profissionais e estudantes que trabalham diretamente com os sistemas de produção de bovinos de todo o Brasil. Trata-se de um manual prático, de consulta rápida e de fácil leitura, que pode auxiliar na condução adequada da avaliação reprodutiva. A obra é uma parceria da Embrapa Rondônia com a Universidade do Estado de Santa Catarina. MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA
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RONDONIA RURAL SHOW Lançamento: IATF em Blocos aumenta em até 20% a prenhez em vacas Com a nova técnica de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) desenvolvida pela Embrapa Rondônia, a IATF em Blocos, a taxa de prenhez pode chegar a 70%, enquanto que o método convencional alcança em média de 40% a 60%, ou seja, a nova técnica aumenta de 10% a 20% a taxa de prenhez em relação às vacas submetidas à metodologia de IATF convencional. A IATF em Blocos foi desenvolvida para aproveitar o máximo potencial reprodutivo de fêmeas bovinas submetidas a um protocolo de IATF.
O diferencial da IATF em Blocos é a realização da inseminação de acordo com o diâmetro do folículo dominante, ou seja, a resposta do ovário da vaca. Para utilizar a nova técnica, no dia de realização da IATF, inicialmente as fêmeas são avaliadas por ultrassonografia para se estimar o momento da ovulação. Dessa forma, realiza-se a inseminação artificial de acordo com o momento mais favorável para a fecundação, diferentemente da forma tradicional, que não leva em consideração a estimativa do momento da ovulação. A depender do diâmetro do folículo, os animais são separados em quatro grupos e inseminadas em até 30 horas. A metodologia foi desenvolvida para vacas zebuínas de corte, Nelore, com cria ao pé e será avaliada para outras raças.
Lançamento: poda de formação dos cafeeiros conilon e robusta A poda de formação será apresentada na prática aos visitantes da Vitrine Tecnológica da Embrapa na Feira na Rondônia Rural Show. A poda de formação é uma técnica indicada para a formação precoce da copa dos cafeeiros conilon e robusta. Ela é benéfica por aumentar a produção na primeira safra e possibilitar a padronização das podas de produção, pois as hastes apresentarão a mesma idade. Se os cafeeiros forem plantados no mês de janeiro e a poda realizada em março, por exemplo, a prática da poda poderá também
VETSCORE®: tecnologia simples para avaliar a condição nutricional do rebanho A Embrapa Rondônia desenvolveu uma tecnologia simples e prática para avaliar a condição nutricional do rebanho. Chamado VETSCORE®, a previsão é de que esteja disponível para manuseio. A comercialização será realizada pela Prático de Garça, empresa habilitada pela Embrapa para comercializar o produto. O VETSCORE® é formado por duas réguas e articuladas de maneira 30
a formarem uma angulação em que o próprio produtor pode monitorar o rebanho de forma rápida e precisa, além de corrigir o manejo alimentar para atingir maior eficiência do rebanho. Para fazer a avaliação com o VETSCORE®, o animal deve ser recolhido em local onde possa ser contido e manuseado sem apresentar riscos a ele e ao avaliador. Feito isso, a régua deve ser posicionada sobre
a garupa do animal, entre a última vértebra lombar e a primeira vértebra sacral, e ser lentamente fechado até que suas réguas estejam em maior contato possível com a pele do animal. A leitura da condição corporal em que o animal se encontra é indicada por cores no visor: vermelha (baixa), verde (adequada) e amareloalaranjada (alta). Este dispositivo foi validado para as raças Nelore, Girolando e Angus.
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evitar o florescimento precoce em julho/agosto, evitando a colheita do primeiro ano (catação), cujo
custo e a baixa produtividade por planta, a torna economicamente inviável.
Conilon BRS Ouro Preto: primeira cultivar de café da Embrapa para Rondônia e região Uma área foi reservada na Rondônia Rural Show para o plantio e demonstração ao público da cultivar de café conilon BRS Ouro Preto (Coffea canephora Pierre ex Froehner), a primeira lançada pela Embrapa no Brasil, sendo resultado de pesquisa conduzido pela Embrapa Rondônia e o Consórcio Pesquisa Café. Também é a primeira cultivar de café conilon do Brasil a receber o Certificado de Proteção, concedido pelo Serviço Nacional de Proteção de Cultivares, vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Recomendada especialmente para Rondônia, segundo produtor de café conilon do país, a cultivar foi obtida pela seleção de cafeeiros com características adequadas às lavouras comerciais do estado e adaptada ao clima e ao solo da região. Sua denominação é uma homenagem ao município de Ouro Preto do Oeste, centro pioneiro da colonização oficial do antigo território de Rondônia.
Colheita semimecanizada do café conilon pode reduzir custos de produção Um dos principais gargalos enfrentados pelos cafeicultores é a falta de mão-de-obra, que limita o desenvolvimento da produção, tanto em quantidade como em qualidade. E, com o intuito de minimizar este problema, a Embrapa Rondônia está realizando testes para a colheita semi-mecanizada do café canéfora (conilon e robusta), que pode ser uma alternativa viável. Em testes iniciais, as medições foram feitas e comparadas com a colheita manual. O rendimento da máquina foi de aproximadamente cinco para um. Isso quer dizer que, considerando a máquina trabalhando com quatro operadores, ela tem potencial de fazer o trabalho de derriça de mais de 20 homens, reduzindo os custos em até 70%, quando comparada à colheita manual. As máquinas recolhedoras e trilhadoras do café são baseadas no sistema de podas e renovação anual e/ou periódicas das lavouras. Em que, os ramos provenientes das podas, contendo ainda os frutos, formam leiras que são trilhadas mecanicamente ou podem simplesmente alimentar as máquinas de forma manual. Essa forma de colheita semi-mecanizada possui grande potencial por utilizar máquinas mais compactas e de menor custo, além de não exigir a obrigatoriedade da adequação espacial das lavouras de café. Este trabalho tem sido realizado em parceria com as Indústrias Colombo/Miac. MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA
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RONDONIA RURAL SHOW
Pesquisa demonstra potencial do café arábica para a região amazônica Os resultados de duas colheitas dos experimentos de café arábica desenvolvidos pela Embrapa Rondônia especialmente para a região Amazônica superaram as expectativas. Alguns materiais alcançaram produtividade média de 28 sacas por hectare nas áreas experimentais instaladas em municípios dos estados de Rondônia e Acre. Destaque para duas linhagens que alcançaram média de 40 sacas por hectare no município de Alta Floresta do Oeste-RO. Segundo o pesquisador da Embrapa Rondônia, Alexsandro Teixeira, são resultados excelentes considerando o cultivo sob condições de temperaturas elevadas, e ainda, quando comparado com a média nacional que é de 22 sacas/ ha. “A pesquisa com café arábica é de grande importância para a região, pois atende grande demanda, uma vez que todo o café arábica consumido no Norte do país é importado de outras regiões produtoras, como Minas Gerais e São Paulo”, explica o pesquisador. São dez anos de pesquisas em melhoramento genético para o café arábica desenvolvidas pela Embrapa Rondônia. O processo de seleção de plantas ainda está em andamento, pois é necessária a coleta de dados de mais duas safras de produção para finalizar a pesquisa. A previsão é de, em 2018, ter uma cultivar de café arábica recomendada para a Amazônia. Estas pesquisas são conduzidas pela Embrapa Rondônia e Embrapa Café, em parceria com o Instituto Agronômico de Campinas – IAC e Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais – Epamig, também participante do Consórcio. 32
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Integração Lavoura-Pecuária-Floresta A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta é um sistema de produção recomendado pela Embrapa em todo Brasil e também será apresentado na Rondônia Rural Show. Trata-se de uma estratégia de produção sustentável, que integra atividades agrícolas, pecuárias e florestais, realizadas na mesma área em cultivo consorciado, em sucessão ou rotacionado, buscando efeitos sinérgicos entre os componentes do agroecossistema. De acordo com o pesquisador da Embrapa Rondônia, Vicente Godinho, estima-se que mais de 70% das áreas de
pastagem do estado estão com algum grau de degradação e a produção de grãos vem como uma alternativa para a recuperação destes solos, no sistema de integração lavoura-pecuária (ILP).
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MILHARAL PIPOCANDO EM RONDÔNIA Com a capacidade de exportação triplicada nos quatro portos instalados em Porto Velho - 13 milhões de toneladas por ano - o produtor de grãos de Rondônia não teve dúvida: milho como sucessor da soja para fechar a conta e ter boa lucratividade. A safrinha no estado alcançou este ano a casa dos 120 mil hectares de área plantada e, com a ajuda de São Pedro, estima-se uma produção superior a 551 mil toneladas. É a safrinha, mas bem que poderia se chamar safrão do milho. Por Ivonete Gomes
A
falta de chuva no começo do ano em algumas regiões do Cone Sul de Rondônia atrasaram em mais de 30 dias o plantio da soja e, consequentemente, o do milho. Para não perder tempo e aproveitar o bom humor de São Pedro, que vem enviando chuva e luz na medida certa, o produtor José Gripa acorda com os primeiros raios de sol, sobe no trator e segue para a lavoura. Ele repete a mesma rotina desde 1978, quando chegou à Rondônia atrás de um lugar sossegado para criar os filhos. “Amambaí (MS), cidade grande, já tinha muita droga, muita violência”, fala com dificuldade o produtor que venceu um câncer na língua aos 50 anos de idade. Hoje, aos 85 anos, o agricultor 36
José Gripa vê a terceira geração trabalhando nas lavouras de soja e milho do próspero município de Vilhena, a 700 quilômetros da capital do estado. A família cultiva uma área de 1.400 hectares. Marcos Gripa, o neto de 34 anos, se tornou um produtor arrojado. Utiliza sementes transgênicas Limagrain 6033, para colheita mais cedo e excelência na qualidade dos grãos e a híbrida convencional da Pionner 30S31; cultivar com potencial produtivo na safrinha e elevada estabilidade e tolerância ao estresse hídrico. Com a aplicação da alta tecnologia espera uma produtividade de 120 sacas de milho por hectare, totalizando 60 mil sacas da área onde produz. Já o avó, José, homem que banca a lavoura com recursos próprios, usou variedade de tecnologia inferior e estima uma colheita de 60 sacas por hectare. “Ele investe
mais em soja. Mas hoje, produzir tanto soja como milho está mais fácil. O vô conta que era muito difícil quando ele começou. Para trazer produtos de Cuiabá passava cinco dias na estrada”, relata o neto orgulhoso. A família Gripa é parte do grupo de produtores rondonienses que, nos últimos anos, optou pelo milho safrinha como sucessor da soja, quadriplicando a produção do grão no estado, que passou de 147,3 mil (safra 2010/2011) para 551,3 mil toneladas (safra 2014/2015). “Hoje em dia o agricultor que não planta milho, da soja não vive. Você tem que plantar o milho para completar a renda e não deixar as máquinas e os funcionários parados”, diz Marcos Gripa, que antes de colocar a semeadora no campo vendeu 25% da produção para a Cargill por R$ 20,00 a saca.
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MICRORREGIÃO DE CEREJEIRAS: MAIS GRÃOS EM MAIS MÃOS Ao contrário de Vilhena, onde a produção é maior, mas concentrada em menor quantidade de propriedades, a microrregião de Cerejeiras, que engloba os municípios de Colorado do Oeste, Pimenteiras, Corumbiara e Cabixi, detém o maior número de produtores de grãos de Rondônia. São 70 mil hectares de área plantada distribuídos em toda a região e em diversas mãos. O sindicato dos produtores locais tem mais de 600 membros ativos, segundo o presidente da entidade Jair Gollo. As lavouras crescem a cada safra e os silos de armazenagem e secadores surgem da noite para o dia. Grandes empresas como Amaggi e Cargill estão na região à espreita dos grãos colhidos do campo. Jair Gollo viu de perto o avanço da agricultura na região. Nascido em Concórdia (SC), ele chegou ao estado em 1989 quando começou o trabalho na lavoura de arroz. Em 1997 recebeu a visita de um diretor de uma das maiores companhias
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da América Latina no ramo do agronegócio, a Amaggi. Com o investimento da empresa em Cerejeiras, o produtor passou a cultivar soja e milho com os irmãos. Este ano, a falta de chuva na região no começo da janela de plantio da soja, deixou os irmãos Gollo apreensivos. A produtividade caiu e o volume colhido não passou das 53 sacas por hectare. A esperança de lucro agora vem da lavoura de 920 hectares de milho safrinha. “Nós plantamos a soja na primeira semana de outubro e logo depois parou de chover e só voltou a cair água 20 dias depois. Era tarde demais. Perdemos 200 hectares”, lembra o agricultor. Com jeitão de quem, mesmo com as intempéries, está sempre de bem com a vida, Jair Gollo é referência para os demais produtores da região. É notoriamente perfeccionista com a lavoura. Não brinca com tratos culturais e faz a própria pesquisa sobre o desenvolvimento de grãos. Na lavou-
ra do milho 42 materiais estão em teste. “Fazemos isso todo ano para saber qual variedade apresenta maior produtividade. As que tiverem melhor resultado serão as que vamos plantar na próxima safra”, diz Jair Gollo.
Em parceria com os irmãos Camilo, também da região, o produtor investiu na instalação de silo e secador próprios. A estrutura tem capacidade para secar 100 toneladas por hora e armazenar 230 mil sacas. “O gargalo é a energia.
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Carí tarde e só cisa, gove para absu D tro d
Caríssima. Seis horas da tarde a gente desliga tudo e só funciona, quando precisa, com motor a diesel. O governo não dá incentivo para quem produz. Um absurdo”, reclama. Da porteira para dentro da fazenda, a ordem é
manter as contas ajustadas. Com o custo de produção do hectare do milho estimado em R$ 1,2 mil, jogar R$ 1,1 milhão na terra, mantém o produtor em alerta e com orações em dia para que não falte chuva. Para não correr risco,
os produtores da região fazem a “operação travar custo”. “No sindicato, estamos orientando no sentido de só gastar com insumos o valor contratado com as empresas que compram os grãos antecipadamente. Às vezes você negocia a saca
a um preço e ao final ela está o dobro. Você não tem aquele lucro todo, mas pelo menos dorme sossegado com a certeza das contas pagas. Só se preocupa em produzir bem para ganhar com o que sobrou”, diz Jair Gollo. MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA
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RECOMENDAÇÕES O percentual da área da lavoura a ser semeado com milho não Bt, de acordo com a recomendação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), é de 10% cento do total da lavoura, independente da tecnologia utilizada em milho, e 20 % para soja.
A rápida seleção de biótipos ou raças das pragas-alvo resistentes às toxinas do Bt também é um risco ao não se usar a área de refúgio. Evitar a seleção de insetos resistentes é a melhor estratégia.
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A área de refúgio deve ser semeada com cultivares de iguais portes e ciclos aos do milho Bt. Também é preciso observar que o refúgio deve estar a menos de 800 metros de distância das plantas transgênicas. Esse sincronismo entre o desenvolvimento das plantas Bt com as não Bt permite o desenvolvimento de mariposas (adultos das lagartas) na área de milho Bt, simultaneamente com as emergidas na área de refúgio. Assim, ocorre o aumento de chances de acasalamento entre esses adultos, pois as mariposas não se dispersam por mais de 800 metros.
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ÁREA DE REFÚGIO PARA MANTER A RESISTÊNCIA DOS TRANSGÊNICOS NO MILHARAL Plantações de culturas transgênicas Bt, como milho, soja e algodão, precisam manter uma área da lavoura somente com plantas convencionais não transgênicas. A falta dessa medida preventiva, conhecida como área de refúgio, acaba provocando a seleção de insetos-praga cada vez mais resistentes, tornando inócua a ação desejada dos transgênicos. A área de refúgio é a principal estratégia que os produtores têm para evitar a quebra de resistência dos transgênicos, mantendo o equilíbrio ecológico e a
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Médias de precipitação e dias com chuvas no município de Vilhena-RO (1971-2015)
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produtividade das lavouras. Segundo pesquisas da Embrapa, o produtor que não utilizar a área de refúgio pode ser o primeiro a sofrer com os prejuízos, pois quando não há estímulos à migração, a tendência das mariposas emergidas numa determinada área é permanecer no local. É recomendado que, além de plantar a área de refúgio, o produtor faça uma rotação do seu híbrido, utilizando diferentes eventos de Bt na sua área plantada, principalmente onde já foi observada ocorrência de lagartas. Além disso, o produtor deve utilizar híbridos de milho expressando mais de uma proteína Bt e deve evitar o uso do mesmo evento Bt utilizado no ano anterior. Um dos principais riscos associados a não adoção da área de refúgio é a rápida seleção de indivíduos ou raças das pragas-alvo resistentes às toxinas do Bt. O agricultor precisa buscar informação. Quando as dimensões das glebas cultivadas com milho Bt, por exemplo, forem acima de 800 metros de comprimento, serão necessárias faixas de refúgio internas nas respectivas glebas, semeadas simultaneamente. O milho transgênico atualmenMAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA
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ESPECIAL Pesquisas em Rondônia A unidade experimental da Embrapa em Rondônia tem vários programas de melhoramento do milho. O pesquisador de culturais anuais, Vicente Godinho, comanda os ensaios e orienta o plantio de cultivares com ciclos de produção diferentes. “O produtor trabalha com material de ciclo superprecoce, precoce e médio. São os melhores materiais para se trabalhar na safrinha. Os materiais tardios são plantados primeiro. Ele oferece alto potencial produtivo. Normalmente, as sementes são caras, mas acabam respondendo com boa produtividade”, disse.
te comercializado no Brasil pode expressar em seus tecidos eventos com uma, duas ou até três proteínas obtidas da bactéria Bacillus thuringiensis, que lhe dá o nome milho Bt e tem como pragas-alvo algumas espécies de lagartas (lepidópteros) e a larva-de-diabrótica, um besouro (coleópteros), que causam prejuízos à cultura do milho. Na lavoura de milho Bt também ocorre uma otimização das tarefas
de tratos culturais. Mas, para obter êxito na plantação o produtor precisa adotar práticas como o uso da área de refúgio e cumprir as normas de coexistência com as cultivares convencionais. O principal papel do milho Bt, no manejo de pragas, é reduzir os danos causados pelas lagartas. Essa tecnologia deve ser vista como mais uma opção para o Manejo Integrado de Pragas (MIP) e pode, se bem
manejada, reduzir a utilização de inseticidas químicos, o que favorece o estabelecimento do controle biológico. Independentemente da cultura Bt, a utilização da área de refúgio é fundamental para manter a eficiência da tecnologia por mais tempo. O princípio envolvido nas áreas de refúgio é simples. Se o produtor mantiver uma área de cultura 100% Bt, a ação inseticida da planta elimi-
ÁREA PLANTADA MILHO 2ª SAFRA - BRASIL - Série Histórica de Área Plantada - Safras 1976/77 a 2015/16 - Em mil hectares REGIÃO/UF
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PRODUÇÃO MILHO 2ª SAFRA - BRASIL - Série Histórica de Produção- Safras 1976/77 a 2015/16 - Em mil toneladas REGIÃO/UF
2003/04
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nará a maioria dos indivíduos, mas será preservado um pequeno grupo naturalmente resistente àquele princípio ativo. Com o tempo, os insetos mais resistentes serão os únicos sobreviventes e cruzarão entre si, gerando novas populações de indivíduos resistentes ao Bt. A área de refúgio, composta por plantas convencionais, serve de abrigo para insetos suscetíveis à ação dos transgênicos. A sobrevivência deles garante novos cruzamentos entre resistentes e suscetíveis gerando novas populações em que essa resistência será diluída e promoverá a presença de insetos que serão eliminados
pela cultura Bt. O monitoramento da eficácia dos eventos Bt, utilizados nas lavouras, deve servir de balizamento para escolha dos eventos transgênicos a serem plantados na safra seguinte. O produtor deve conhecer as proteínas inseticidas expressas em cada evento e evitar o plantio de eventos que contêm a mesma proteína inseticida em toda sua lavoura. É preciso ter o mesmo cuidado em relação às proteínas que apresentam menor eficácia no controle das lagartas na safra anterior.
Manejo de Pragas nas Culturas Bt De acordo com informações publicadas no site da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), para o manejo de pragas nas culturas Bt, as boas práticas agrícolas recomendam a atenção para outros métodos de controle, principalmente os culturais, a saber: adoção da área de refúgio; dessecação antecipada seguida de inseticida somente se necessário; controle de plantas daninhas; tratamento de sementes; monitoramento periódico e utilização de inseticidas somente quando indicado pelo nível de ação para a espécie-alvo. (Fonte: Embrapa e Abrasem)
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INFORME PUBLICITÁRIO
APROSMAT fortalecendo o setor de sementes brasileiro
C
riada em 1980, a Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat) tem como objetivo incentivar e expandir o comércio de sementes no Estado de Mato Grosso com disciplina, organização e ética. Sua atividade é orientar e divulgar aos seus associados: leis, portarias, notícias, informações técnicas e defender os interesses dos associados junto aos poderes públicos e demais entidades e órgãos de classe. No entanto, nos últimos anos esse trabalho tem rompido as fronteiras e alcançado outros estados produtores, uma vez que a produção agrícola brasileira se destaca no cenário mundial, e a Aprosmat é pioneira na organização do setor produtivo. Hoje, a entidade é referência nas áreas em que atua sendo reconhecida como uma empresa de qualidade, buscando sempre proporcionar parcerias com o setor público e privado, agilizando os interesses da classe de modo rápido e diferenciado. A entidade foi a grande propulsora de todo movimento que tem hoje no Mato Grosso. Entre elas incluem-se Fundação Mato Grosso, Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja) e Associação dos Produtores de Algodão (Ampa). O perfil técnico, os laboratórios da Aprosmat são respeitados em todo Brasil. A Aprosmat é a mãe de todas as estruturas que
foram criadas depois dela. Para o presidente da Aprosmat, Carlos Ernesto Augustin, a entidade desde sua criação vem superando desafios, um deles é produzir sementes de qualidades em áreas onde existem grandes dificuldades como clima, solo e riscos de pragas. “A Aprosmat colaborou muito com o crescimento da produção de sementes e grãos no Estado, fornecendo sementes de alta qualidade, e garantido uma competitividade saudável e assim evitando a concentração de produção e o abuso de poder econômico”, finalizou Augustin. Um dos destaques desta atuação é o trabalho desenvolvido pelo laboratório de análises de sementes da Aprosmat, criado em 22 de maio de 1989. Executa suas atividades em instalações próprias, possui estrutura adequada e equipamentos apropriados, bem como profissionais qualificados para a realização, interpretação e apresentação dos resultados das análises de qualidade e detecção de OGM. Através do compromisso de adoção e implementação do Sistema de Gestão da Qualidade, respaldado nos requisitos da norma NBR ISO/IEC 17025:2005, desenvolve trabalhos confiáveis que asseguram a qualidade, baseados nas Regras para Análise de Sementes (RAS) e demais padrões
e legislações aplicáveis. O laboratório realiza análises da qualidade na fase de pré-colheita, verificação da qualidade, análise oficial e acompanhamento pós-venda. Para assegurar a exatidão dos resultados obtidos no laboratório, a Aprosmat investe em sua estrutura física e na informatização dos trabalhos desenvolvidos com registro das análises no momento da execução, proporcionando agilidade e proteção de informações. Em 2007, a Aprosmat inaugurou o Laboratório de Nematologia visando se estabelecer como uma empresa de excelência em análises nematologia. Devido à sua posição estratégica, vêm atendendo clientes de todo o território nacional. A qualidade dos serviços prestados e a satisfação de seus clientes são prioridades para o Laboratório de Nematologia da Aprosmat que, para tanto, mantém seus colaboradores treinados e atualizados, além de dispor de equipamentos de última geração e excelente estrutura física. “A expansão dos trabalhos da Associação tem sido fruto de anos de trabalho fortalecendo e unificando os produtores de Mato Grosso. Poder levar esse conhecimento e, principalmente, nossa experiência para outros estados como Rondônia é motivo de grande orgulho para nossa entidade”, afirma o presidente da Aprosmat, Carlos Ernesto Augustin.
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www.aprosmat.com.br
A qualidade e produtividade em sementes acaba de chegar a Rondônia. Do plantio a colheita, a qualidade e a produtividade de sua lavoura depende da escolha de suas sementes. É por isso que a Aprosmat acaba de chegar a Rondônia para apresentar as cultivares de seus associados. São sementes testadas nas mais diversas condições de solo e clima, selecionadas e produzidas com a mais alta tecnologia do mercado para proporcionar alto rendimento e produtividade com alta performance no desenvolvimento das plantas. Além de oferecer acompanhamento e suporte técnico especializado. Tudo isso para fazer você ser mais eficiente no campo e obter resultados excepcionais. Faça como os agricultores mais produtivos do Brasil, escolha sementes dos associados da APROSMAT. Somente uma associação que representa os melhores sementeiros do país, com reconhecimento nacional e internacional, que trabalha com ética e transparência em seus sistemas e processos, compromete-se com a qualidade das sementes e oferece serviços de qualidade certificada em análises de sementes, patologia e nematologia. O que consolida a excelência de uma associação ao procurar atender as necessidades e demandas dos produtores de todo Brasil.
ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORES DE SEMENTES DE MATO GROSSO
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Rua dos Andradas - Vila Golart Rondonópolis / MT |CEP 78745-420 +55 66 3427.2400 aprosmat@aprosmat.com.br 13/05/2016 11:51:50
FIERO
NÚMEROS COMPROVAM consolidação da indústria de Rondônia Por Gerson Costa
A
divulgação dos dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), colocando Rondônia como 22º exportador industrial brasileiro com faturamento de US$ 68 milhões em 2015, consolida o empreendedorismo do setor, responsável por mais de 50% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado. O segmento gera 74.424 postos de trabalho e garante renda e riqueza para grande parte dos municípios. De todas as áreas, a indústria de alimentos foi a que mais cresceu, 3,5% de 2007 a 2015, e hoje representa 24,4%, destaque para a pecuária, que do pasto à indústria, alavanca a economia local. O produto processado nas 11 plantas frigoríficas
instaladas no estado é exportado para vários países da Europa, América do Norte, América do Sul, África e Ásia. A JBS-Friboi, dona das maiores unidades fabris de carne “in natura”, abateu em 2015 próximo de 1,2 milhão de cabeças. A tendência é ampliar o mercado externo com a certificação de propriedades rurais pela missão da União Europeia. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) calcula que o faturamento deve dobrar com a aprovação do conselho europeu. O agronegócio está em ascensão no estado. Hoje, Rondônia é o terceiro maior produtor de arroz, o segundo de milho, o segundo de soja e o primeiro em leite e carne da região Norte. Acompanhando esse desenvolvimento, as indústrias estão investindo cada vez mais em qualificação e tecnologia para ganhar o mercado externo.
Arroz genuinamente rondoniense A Rical – RACK INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE ARROZ ganhou o mercado rondoniense e até de outros países através de parcerias firmadas com o produtor que garantiram boa produtividade e qualidade. Os principais produtos da indústria são o arroz Soltinho e o Primavera, encontrados em todos os médios e grandes supermercados do estado. É a maior indústria da região Norte com duas unidades de captação e secagem nos municípios de Cerejeiras e Ariquemes e duas fábricas em Vilhena e Ji-Paraná. Na unidade do cone sul a capacidade de industrialização é de 12 mil quilos por hora e em JiParaná seis mil quilos. Juntas, as unidades produzem 1,8 milhão de sacas e geram 350 empregos diretos.
Pedro Rack, sócio proprietário a Rical MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA
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FIERO Tambaqui ganha o Brasil Localizada em Ariquemes, a 200 quilômetros de Porto Velho, a ZALTANA PESCADOS tem capacidade para processar 20 toneladas de peixe por dia. A indústria atende a microrregião do Vale do Jamari e, embora esteja apta a trabalhar com o exótico pirarucu, foca na industrialização da espécie que tem o mercado garantido dentro e fora do estado. Cerca de 120 funcionários trabalham na classificação e filetagem do peixe com padrão de qualidade do Sistema de Inspeção Federal (SIF) do Ministério da Agricultura. O produto da Zaltana pode ser encontrado em grandes supermercados, a exemplo do Pão de Açúcar em São Paulo. Com 80 mil toneladas de peixe estocadas, Rondônia precisa de mais indústrias. A Zaltana acompanha o crescimento da piscicultura expandindo a capacidade de processamento. Com recursos do Banco da Amazônia, a diretoria também investiu na construção de uma fábrica de ração para atender os criadores da região.
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Os números gigantes da carne
Sem dúvida, o carro-chefe da indústria alimentícia de Rondônia é a carne. Os números são grandiosos e a cada ano o volume de negócios cresce. Uma missão europeia estuda ampliar as importações e as indústrias buscam novas rotas de transporte para competir com melhores preços na cadeia produtiva mundial. O rebanho bovino do estado passa de 13 milhões de cabeças, um patrimônio avaliado em mais de R$ 14 bilhões. O setor representa 20,5% do PIB rondoniense e emprega diretamente mais de 40 mil famílias. O abate anual chega a 2.440.000 cabeças. Com 11 plantas ativas JBS S/A processa 50% de toda a carne produzida no estado e exportada para Algeria, Angola, Irã, Chile, Venezuela, Egito, Hong Kong, Rússia, Japão, Estados Unidos e países europeus. Desde 2014, os Estados Unidos autorizaram a importação de carne “in natura”, pelos próximos cinco anos, de frigoríficos de 14 unidades da Federação. Rondônia está entre os escolhidos pelo departamento de agricultura americano. O mercado é tão promissor que em apenas cinco meses do ano passado, o Brasil exportou US$ 139 milhões em carne bovina para os Estados Unidos. Do total, US$ 138,81 milhões foram de carne bovina processada e US$ 1,08 milhões de miudezas.
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Sobram indústrias, falta leite Em 8º lugar no ranking de maior produtor de leite do Brasil, Rondônia passa da casa dos 2,5 milhões de litros de leite por dia, segundo dados da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril (Idaron). Do rebanho de 3,8 milhões de cabeças, criadas em 38 mil propriedades, 552 mil são vacas lactantes. Na região central do estado está concentrada a maior produção: 937 mil litros de leite por dia. O município de Jaru é o maior produtor individual de leite, com 6,22% do total de litros produzidos por dia. Embora os números sejam robustos, a produção não acompanha a capacidade industrial. Na entressafra, falta matéria-prima, explica o empresário Pedro Bertelli, presidente do Sindicato da Indústria de Laticínio de Rondônia (Sindleite) e proprietário da indústria MIRAELLA. A empresa tem plantas em Rolim de Moura, Santa Luzia, Nova Brasilândia e Novo Horizonte com capacidade instalada de 150 mil litros de leite por dia, mas, por falta de matéria prima processa somente 85 mil litros. Cerca de 85% da produção de leite, queijo, manteiga e derivados são comercializados em São Paulo, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro.
Ranking do leite em Rondônia (litros/dia por região) Central – 937.153 O Vale do Anari - 412.889 Rio Machado – 275.156 Vale do Guaporé - 266 .719 Zona da Mata – 234.571 Madeira Mamoré - 210.795 Cone Sul - 201.639
Consolidação industrial Para o presidente da Federação das Indústrias de Rondônia (Fiero), Marcelo Thomé, os números comprovam que o setor industrial tem representatividade importante no desenvolvimento de Rondônia. “O crescimento da indústria é positivo, pois significa mais empregos, salários melhores e maior distribuição de renda”, avaliou o dirigente. “Estes dados mostram que a indústria rondoniense pode ser mais forte ainda. Quebramos ainda o paradigma de que os empregos na área industrial podem ultrapassar a fronteira da região Sudeste”, acrescentou o presidente da Fiero ao referir-se as informações anunciadas pela CNI. MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA
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A Casa da Lavoura é uma empresa do Grupo SupreMax - Nutrição Animal, que atua há mais de 30 anos no segmento do agronegócio em Mato Grosso, Rondônia e Acre. A junção das indústrias de suplementos minerais SupreMax, localizadas em Tangará da Serra (MT) e Ariquemes (RO), no ano de 2008, gerou a associação de uma rede de 15 lojas de revendas de produtos agropecuários em Rondônia e mais 4 revendas no Acre que são hoje unidades da empresa Casa da Lavoura - Produtos Agropecuários e Máquinas Agrícolas. Durante a 5ª edição da Rondônia Rural Show, mais uma vez, a Casa da Lavoura estará presente com funcionários de todas as unidades de revenda e todos os produtos disponíveis em sua rede de lojas, apresentando o que há de mais moderno em tecnologia a serviço do campo para atender a sua clientela. Em Rondônia, a Casa da Lavoura está presente nos municípios de Alta Floresta, Espigão d’Oeste, Jaru, Ji-Paraná, Nova Dimensão, Nova Mamoré, Ouro Preto do Oeste, Pimenta Bueno, Porto Velho, Vilhena, São Francisco do Guaporé e União Bandeirantes. No Acre são quatro unidades: Rio Branco, Acrelândia, Brasiléia e Sena Madureira. A Casa da Lavoura busca a diversificação de sua linha de produtos inovando sempre, atuando em regime de parceria com os produtores rurais, fornecendo produtos com tecnologia de ponta para todas as cadeias do setor produtivo e adotando estratégias de preço que prima pela satisfação de quem produz no campo. Nossa missão é fornecer produtos e soluções integradas ao agronegócio com tecnologia e contribuir com o desenvolvimento do setor agropecuário do estado de Rondônia.
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PRODUTO NOSSO
MULTIFÓS Indústria de ração animal vai aumentar portfólio de produtos A elevação de 42% no preço da saca do milho e o aumento de 138% nas exportações do grão bateu às portas das indústrias de ração animal, mas não intimidam investimentos Por Ivonete Gomes Texto e foto
N
a Multifós, uma das maiores unidades fabris de Rondônia, o aumento no custo de produção já é de 30% em comparação com 2015. Desse total, 20% são decorrentes do milho e os outros 10% dos produtos importados, utilizados na mistura dos alimentos para bovinos, suínos, aves e peixes. A indústria é dependente do milho. O cereal indispensável é 52
responsável por 70% da composição das rações. A desvalorização da moeda brasileira é uma ameaça para o setor porque torna o preço para exportação mais atrativo, colocando em risco o abastecimento do mercado interno. Assim como a grande Multifós, outras indústrias são obrigadas a repassar o aumento para os criadores, que, em contrapartida repassam para o consumidor de carnes e ovos. “O mercado como um todo no Brasil está apreensivo, está quieto, recuando. Mas, a nutrição animal, o agronegócio, ainda
estão fomentando a economia. O que sustenta o Brasil é o agronegócio”, diz Cláudia Mara de Lazzari, zootecnista e gerente da Multifós. A empresa colocou o pé no freio e espera, como as demais, o desenrolar da política e a volta de crescimento da economia. Ainda assim, o planejamento de ampliação do portfólio de produtos será mantido. Este ano, a Multifós quer abocanhar o mercado dos pets. “Nós já temos a Petbom e vamos lançar a linha Premium. O mercado de pet é um dos poucos que continua crescendo”, diz Cláudia.
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Capacidade de produção da Multifós A empresa, com unidade em Vilhena, fabrica ração para bois, porcos, aves, coelho, cavalo, cachorros, gatos e peixes. Tem produção anual de 24 mil toneladas e clientes em Rondônia, Acre, Amazonas e até Mato Grosso, onde a produção de grãos é bem maior. Para produzir as 2 mil toneladas de ração por mês, a Multifós fica com 5% de toda produção de milho do maior produtor local do grão: Vilhena (50 mil hectares de área plantada). São 15 mil sacas de 60 quilos entrando todo
mês na indústria, que hoje gera 50 empregos diretos. A otimista e perfeccionista gerente da empresa (a Multifós é impecavelmente limpa e organizada) lança o olhar mais longe. “A população mundial está crescendo e com ela a demanda por alimento. A saída é melhorar a tecnologia na produção animal. Criar em menor área, reduzindo a quantidade de insumos, e acelerarando o ciclo de produção para o abate com boa alimentação”, diz a zootecnista.
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INFRAESTRUTURA
NAVEGAR É PRECISO Arco Norte: A melhor rota da safra brasileira Ampliação da infraestrutura portuária de Rondônia faz produtor local cultivar grãos com excedente para exportação e dá pontapé inicial para transformar o Arco Norte no melhor caminho das commodities brasileiras
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Por Rafaela Schundt e Ivonete Gomes Foto Rodrigo Erse
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expansão das áreas de plantio, a utilização de agricultura de precisão e a aquisição de sementes de alta tecnologia levaram ao consequente aumento de produtividade e produção de grãos no Brasil e transformaram o Arco Norte na maior aposta logística do agronegócio brasileiro para os próximos 10 anos. A rota de transporte multimodal via hemisfério Norte compreende os estados de Rondônia, Amazonas, Amapá, Pará e Maranhão. O Porto Público de Porto Velho, admi-
nistrado pela Sociedade de Portos e Hidrovias do Estado de Rondônia (Soph), é o mais importante embarcadouro do conglomerado. Por ele passam 90,71% de toda carga exportada a partir da hidrovia do rio Madeira, cerca de 2,8 milhões de toneladas por ano. “Temos a melhor infraestrutura portuária disponível: pátios asfaltados para estacionamento, áreas para cargas refrigeradas e containers, galpão com posto aduaneiro para agilizar o processo de importação e exportação de cargas, cais flutuante, rampa asfaltada e áreas disponíveis para arrendamento”, afirma Leudo Buriti, presidente da Soph. A capacidade portuária de
Rondônia foi triplicada nos últimos anos e o governo continua investindo para consolidar o Arco Norte como o melhor caminho das commodities até os mercados asiático e europeu. Para 2017, a Soph se prepara para um aumento de 10% no volume de embarque, tornando mais fácil, por exemplo, a negociação do milho que passou a ter excedente de venda em Rondônia. “Antes, os produtores de milho ficavam retraídos e plantavam pouco porque o grão tinha que competir com a soja no embarque. Agora, com a capacidade ampliada, as duas commodities podem ser transportadas ao mesmo tempo”, garante Buriti.
Otimista O presidente da Federação Nacional de Empresas de Navegação Aquaviária (Fenavega), Raimundo Holanda, está certo de que com a exploração do potencial da hidrovia do Madeira e conclusão dos empreendimentos previstos nos outros estados, o Arco Norte vai chegar à marca das 60 milhões de toneladas, transformando-se na maior rota da safra brasileira. “Para isso é preciso que façamos investimentos necessários como sinalização, dragagem e fiscalização”, diz Holanda.
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FAPERON
HIDROVIA DO MADEIRA: a melhor saída
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agronegócio em Rondônia tem transformado o campo. A classe produtora adotou da porteira para dentro o uso de várias práticas agropecuárias que tem trazido significativo aumento da produção e produtividade. O homem do campo diversificou suas atividades na pecuária, grãos, fibras e extração de madeira com o uso de floresta plantada, priorizando a sustentabilidade do seu negócio. Da porteira para fora, o produtor precisa do apoio institucional para garantir o escoamento de sua safra. Cumprindo seu papel de representante da classe produtora, a FAPERON junto com outros parceiros promove o I Fórum de Logística do Agronegócio neste mês de maio na 5ª Rondônia Rural Show. É a oportunidade de conhecer e discutir os modais. Hoje temos no modal do transporte aquaviário uma alternativa de baixar os custos da logística de transporte e custos de exportação via portos público e privados do rio Madeira. O fórum quer discutir o fortalecimento das hidrovias na Amazônia ocidental utilizando as estruturas já existentes no Mato Grosso, Rondônia e Amazonas. Em Porto Velho, o porto fluvial organizado encontra-se estruturado para receber e realizar todo o processo de exportação da produção. Hoje nós temos serviços alfandegários, inspeção sanitária e a fiscalização dos órgãos de con-
Hélio Dias é presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Rondônia (FAPERON)
trole de transporte como o Ibama, Mapa e despachante especializado em mercado exterior necessários para a realização das operações de exportação com segurança. É preciso buscar novas rotas para que as indústrias de transformação efetuem seus negócios reduzindo custos. A oportunidade que se abre nesse momento de discussão é o caminho do porto de Porto Velho até o Panamá,
passando por rios da Amazônia sul-americana. Esta nova rota é operada pela empresa internacional MSC que utiliza vários navios cargueiros modernos saindo 2 vezes por semana do porto de Manaus com intercâmbio de translado de cargas secas e refrigeradas através de contêineres. Esperamos que o conhecimento desse novo modelo de exportação, possamos discutir as vantagens e problemas existentes no processo de comercialização. Precisamos agregar valores aos produtos de origem animal e vegetal produzidos em Rondônia. Já é de conhecimento público que está se iniciando o processo de exportação de nossa carne bovina pelos frigoríficos da região através do porto do rio Madeira. A nossa hidrovia é navegável o ano todo com destaque para o período chuvoso quando não temos problema de navegação em todo trecho. Todavia, é necessário de forma urgente investimentos públicos para demarcar o trajeto da hidrovia e realizar os serviços de dragagem de pontos críticos para navegação no período seco, devidamente levantados e identificados pela Marinha brasileira. A hidrovia do Madeira tem uma extensão aproximada de Porto velho a Manaus de 1195 km. De Porto Velho ao porto de Santana-Macapá/Porto do Conde 2.018 a 2076 km, já saindo no oceano atlântico na costa da Ilha do Marajó. MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA
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CAFÉ ARÁBICA para Amazônia Colheita revela potencial para a região ter cultivar adaptada às condições locais
Por Renata Silva Fotos Henrique Alves
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s resultados de duas colheitas dos experimentos de café arábica desenvolvido pela Embrapa Rondônia especialmente para a região Amazônica superaram as expectativas. Alguns materiais alcançaram produtividade média de 28 sacas por hectare nas áreas experimentais instaladas em municípios dos estados de Rondônia e Acre. Destaque para duas linhagens que alcançaram média de 40 sacas por hectare no município de Alta Floresta do Oeste-RO, em colheita realizada em março deste ano. Segundo o pesquisador da Embrapa Rondônia, Alexsandro Teixeira, são resultados excelentes considerando o cultivo sob condições de temperaturas elevadas, e ainda, quando comparado com a média nacional que é de 22 sacas/ ha. “A pesquisa com café arábica é de grande importância para a região, pois atende grande demanda, uma vez que todo o café arábica consumido no Norte do país é importado de outras regiões produtoras, como Minas Gerais e
São Paulo”, explica o pesquisador. São dez anos de pesquisas em melhoramento genético para o café arábica desenvolvidas pela Embrapa Rondônia. O processo de seleção de plantas ainda está em andamento, pois é necessária a coleta de dados de mais duas safras de produção para finalizar a pesquisa. Para Teixeira, este resultado inicial já demonstra o potencial do café arábica para a região. “Estamos satisfeitos com os resultados do trabalho e a previsão é de, em 2018, estar com uma cultivar de café arábica recomendada para a Amazônia”, comenta o pesquisador. Com os resultados desta pesquisa, busca-se viabilizar a produção de café arábica na Amazônia, para suprir a demanda desse tipo de grão na região, tanto para
produção de cafés especiais ou gourmets como na utilização em blends, que é a mistura de grãos de cafés arábica e canéfora (conilon e robusta). Além da demanda, o cultivo também pode ser beneficiado pelas extensas áreas planas distribuídas por toda a região, viabilizando a colheita mecanizada e reduzindo significativamente os custos de produção. O pesquisador explica que na escala da Associação Americana de Cafés Especiais (SCAA), padrão internacional para classificação da qualidade de bebida, alguns materiais de café arábica desta primeira colheita ultrapassaram 80 pontos, numa escala de 0 a 100, que é um valor comparado ao de cafés especiais. As bebidas produzidas com a cultivar de café arábica em teste demonstraram um padrão de corpo acentuado, cremoso, baixa acidez e sabores que remetem ao caramelo e chocolates. Participantes de eventos realizados no estado de Rondônia também receberam amostras desse café e elogiaram a bebida como de sabor suave e aroma marcante. Rondônia é hoje o quinto maior produtor de café do Brasil e o segundo da espécie canéfora (coMAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA
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nilon e robusta). Todo o arábica consumido nos estados da região Norte são provenientes de Minas Gerais e São Paulo. As primeiras estimativas para a safra 2014/15 em Rondônia demonstram uma área plantada de 87 mil hectares de lavouras de café canéfora em produção, com uma estimativa de safra próxima a 1,86 milhão de sacas de café canéfora (Conab, 2015). Comparado ao ano anterior, a produtividade média saltou de 17,18 sacas/ha para 21,18 sacas/ ha, ou seja, um incremento de 23%. Esses resultados são provenientes da adoção de novas tecnologias de manejo, de mudas clonais, adubação e irrigação. Esse acesso dos cafeicultores às novas 60
tecnologias potencializa o cultivo do café arábica na região, já que é uma espécie que requer maiores cuidados e, devido ao período de seca prolongado coincidir com o verão amazônico, a produção só é viável com uso da irrigação. Isso justificou a substituição das primeiras lavouras de café arábica, implantadas em Rondônia na década de 1970, por novas lavouras de café canéfora – mais rústicas e produtivas. Com olhar no futuro e foco nos potenciais da região, as pesquisas realizadas pela Embrapa Rondônia têm demonstrado que, além do potencial e viabilidade, o café arábica pode se tornar interessante social e economicamente, pois, assim como em outras gran-
des regiões produtoras do país, pode-se produzir arábica na Amazônia em quantidade e, principalmente, com qualidade. Quanto ao sabor, vale destacar que os grãos de café arábica proporcionam uma bebida com sabor e aroma suaves e adocicados, com maiores teores de acidez. Já o canéfora possui uma bebida neutra, com sabor e aroma forte e marcante. Essas diferenças fazem com que o arábica seja mais valorizado pelo mercado, principalmente quando se trata de cafés especiais ou gourmets, que podem alcançar maior valor agregado quando a produção dos grãos estão relacionados com a sustentabilidade e o comércio justo (fairtrade).
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O desenvolvimento da nova cultivar No início de 2005, Embrapa Rondônia e Embrapa Café, em parceria com o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), deram início às pesquisas de melhoramento genético da espécie Coffea arabica L. nas condições climáticas da Amazônia. O objetivo foi avaliar e selecionar genótipos de café arábica nas condições de baixas altitudes e temperaturas elevadas. As principais características buscadas durante o processo seletivo foram a produtividade e o ciclo de maturação tardio. Ao longo dos anos, observou-se que o café arábica amadurece mais cedo em regiões de climas quentes o que,
para as condições amazônicas, coincide com as altas precipitações dos meses de fevereiro a março, dificultando a secagem dos frutos. As cultivares de café arábi-
ca disponíveis atualmente são adaptadas às regiões de altitudes elevadas e temperaturas amenas, com médias anuais entre 18 a 23ºC, ao contrário do que ocorre na Amazônia Ocidental, onde são verificadas baixas altitudes e temperaturas médias elevadas, em torno de 25º a 27º C, durante todo o ano. Temperaturas acima de 23ºC provocam crescimento e desenvolvimento acelerado dos frutos (ciclo precoce), o que, em determinadas situações, pode ocasionar a perda de qualidade dos grãos. Outro fato prejudicial é a combinação de temperaturas elevadas e alta umidade do ar durante o florescimento, ocasionando o abortamento excessivo de flores.
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PLANTAÇÃO DE SORGO TEM retração de 60% no estado Temendo plantas invasoras, grandes produtores deixaram de usar o cereal como sucessor da soja Por Ivonete Gomes Fotos: Ivonete Gomes
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ondônia não consta nas estatísticas do IBGE como produtor de sorgo, mas o cereal chegou ao estado há 15 anos. O cultivo é tímido e sofreu retração de 60% nesta safra. Ainda assim, a área plantada estimada em 6 mil hectares tem representatividade na produção nacional que deve chegar ao patamar das 2 mil toneladas este ano. A redução do sorgo no estado acorreu por falta de assistência técnica ao produtor do cereal. A incapacidade de controlar plantas invasoras levou muitos agricultores a abandonar a cultura, uma das sucessoras da soja. A área de produção no estado está concentrada nos municípios de Vilhena, Chupinguaia e Cerejeiras. Em Chupinguaia um único produtor chegou a ter 10 mil hectares de área plantada; Este ano ele decidiu não plantar o cereal. O pesquisador Vicente Godinho, da área de pesquisas anuais da Embrapa, comanda o programa de melhoramento do sorgo. Os ensaios são feitos em rede, em todo país, e dezenas de materiais estão em teste na unidade experimental de Vilhena. Uma variedade apresentou alta resistência a doenças e despertou o interesse de algumas empresas privadas que já estão comercializando a semente. 62
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VARIEDADES EM TESTE Sorgo granífero Tem porte baixo, altura de planta até 170 cm. Produz na extremidade superior, uma panícula (cacho) compacta de grãos. Nesse tipo de sorgo o produto principal é o grão. Mas, após a colheita, como o resto da planta ainda se encontra verde, pode ser usada também como feno ou pastejo.
Sorgo forrageiro É um tipo de porte alto. A altura de planta é superior a dois metros. Tem muitas folhas, panículas (cachos) abertas, com poucas sementes e elevada produção de forragem. Existe sorgo forrageiro que possui colmo doce. Nesse caso, pode ser chamado também de sorgo sacarino.
Sorgo biomassa A planta possui muitas folhas, caule fibroso e chega a mais de cinco metros de altura. A capacidade do sorgo de fornecer energia, que é medida pelo poder calorífico superior, chega a 4.000 kcal/ kg de matéria seca, valor considerado alto para os estudos energéticos.
Sorgo sacarino Tem porte alto, com altura superior a dois metros. É caracterizado, principalmente, por apresentar colmo doce e suculento como o da cana-de-açúcar. A panícula (cacho) é aberta e produz poucos grãos (sementes). Todo sorgo sacarino pode ser forrageiro.
Antracnose: o pesadelo do sorgo A antracnose é considerada a doença mais importante da cultura do sorgo no Brasil pelas perdas ocasionadas na produção de grãos e forragens. Ela está presente em, praticamente, todas as áreas de plantio do país. Reduções superiores a 80% na produção de grãos têm sido constatadas em cultivares suscetíveis, em anos e locais favoráveis ao desenvolvimento e a disseminação da doença.
Importância do sorgo O sorgo é o quinto cereal mais produzido no mundo, antecedido pelo trigo, o arroz, o milho e a cevada. Em Moçambique é um dos alimentos básicos da população.
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SIM, nós temos banana Novas tecnologias e manejo de doenças e pragas da banana incentivam produtores a retomar plantio na região Amazônica
Por Renata Silva
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banana é a fruta mais produzida em Rondônia e a segunda mais consumida no estado, e exerce grande importância na economia local. “A banana é fácil da gente trabalhar. Se adubar e cuidar direitinho ela dá um boi por mês. Tem seis anos que eu planto a banana e melhorou muito a renda, a gente tira 26 mil por ano”, conta o produtor familiar Francisco Ferreira, do assentamento Joana D’Arc, em Porto Velho (RO). No entanto, problemas com doenças e pragas fizeram com que muitos produtores abandonassem este cultivo. “A sigatoka negra pegou todo o bananal e eu perdi tudo. Eu desisti. Mas se tiver como combater a doença vai ser muito bom pra nós, porque a banana dá uma boa renda pra gente”, comenta o produtor Pedro de Paula. Os produtores que tiveram problemas com sigatoka negra, mal-do-Panamá e pragas, como a broca gigante, podem repensar o cultivo de banana em Rondônia e região. Novas tecnologias e manejo destas pragas e doenças dão novo ânimo aos produtores. Após três anos de pesquisa, a Embrapa Rondônia conseguiu excelentes 64
resultados, que já estão disponíveis aos produtores. Dos 27 genótipos de banana testados em comparação com variedades tradicionais, três já podem ser recomendados aos produtores. Eles se destacam pela alta produtividade e pela resistência à sigatoka negra e ao mal-do-Panamá, duas das principais doenças que acometem a cultura, inviabilizando a produção em muitas áreas. São elas: a FHIA 18 (do grupo prata); a Thap Maeo (do grupo maçã); e a FHIA 17 (grupo próximo à nanica, ou nanicão). Resultados satisfatórios também já foram conquistados no o manejo de doenças para variedades dades mais tradicionais, de maior aceitaceitação por parte dos consumidores, dores, como é o caso da maçã e da banana anana de fritar (banana-da-terra). Trata-se ata-se da utilização de fungicidas com aplicação mínima se comparada arada ao método tradicional. O pesquiesquisador da Embrapa Rondônia,, José Nilton da Costa, explica quee para a sigatoka negra, por exemplo, plo, se utiliza mais de 50 aplicações es por ano, nesse novo método se faz seis por ano e não precisa utiliilizar equipamentos sofisticados, s, pois a aplicação é de formaa localizada e em quantidadess pequenas. Essa prática já vem sendo o utili-
zada por produtores que tiveram acesso ao método, que foi lançado pela Embrapa Amazônia Ocidental, mas tem mais novidades positivas “Nós, em cima desta metodologia, fizemos algumas adaptações, inclusive com outro equipamento de aplicação, de menor custo e mais prático, com excelentes resultados”, comemora José Nilton. O pesquisador da Embrapa Rondônia, Cléberson Fernandes, complementa: “O controle da sigatoka neste novo método reduz custos, aumenta a segurança para o produtor na pequena aplicação do produto, agride menos o meio ambiente e traz bons resultados para a produção de banana”. É
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importante destacar que esse controle deve ser feito em bananais em implantação, não adianta pegar plantas já com sintomas, é preciso começar o manejo indicado no momento de instalação do bananal. Ainda no manejo de doenças, a recomendação do pesquisador, especialmente para plantios das variedades de banana maçã – susceptível à sigatoka e ao mal do panamá –, o princípio do manejo é que o produtor utilize a muda micropropagada, ou seja, feita em laboratório, porque ela vem isenta da doença. Ela deve ser plantada em uma área onde não se cultivou banana, porque se cultivou banana e teve o mal do panamá, mesmo que coloque muda sadia, a doença vai atacar. Segundo José Nilton, o produtor tem fácil acesso às mudas micropropagadas em biofábricas. Já no controle de pragas, especificamente a Broca gigante, praga importante na região, um método de controle inédito foi desenvolvido pela Embrapa Rondônia, com a aplicação de inseticidas biológicos e naturais (a base de Nim, inseticida natural que contribui no controle de insetos-praga e doenças em plantas) e químicos. “Fizemos testes e com excelentes resultados, tanto dos inseticidas, como do método de aplicação que foi desenvolvido por nós”, conta José Nilton.
Embrapa repassa tecnologias aos produtores em Dia de Campo de Banana
Todas estas novidades, tecnologias e novos manejos, foram repassados aos cerca de 150 produtores, técnicos e estudantes durante o Dia de Campo de Banana, realizado em 6 de maio, na área do Projeto Piloto do Reassentamento Rural Vida Nova da Usina Hidrelétrica (UHE) Jirau, localizado a 5 km de Nova Mutum Paraná – distrito de Porto Velho. Os participantes saíram do evento com novo ânimo para o plantio da fruta. “O dia de campo é uma das melhores alternativas pra gente ter conhecimento, a gente conversa direto com quem faz a tecnologia. E a gente vai levar o que aprendeu para as mais de 140 famílias que moram lá nas agrovilas do assentamento que a gente mora”, comenta o produtor Juarez Silva, do assentamento Joana D’Arc. Dos produtores que comparecem ao evento, alguns estavam satisfeitos com o plantio e queriam melhorar, mas a maioria tiveram os bananais muito prejudicados por pragas e doenças e desistiram do plantio, ou tinham interesse em MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA
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PESQUISA E CAMPO conhecer melhor o cultivo para iniciar na atividade. Com as informações repassadas e a adoção das tecnologias e novos métodos recomendados, todos viram nova oportunidade de melhorar, iniciar ou recomeçar o plantio de banana para atender a grande demanda do mercado e melhorar a renda familiar. “Eu trabalho com hortaliças, mas quero plantar banana, porque a comercialização melhor e menor mão de obra que as hortaliças. A expectativa é melhorar a renda da família. O dia de campo foi muito esclarecedor e o experimento da Embrapa está muito bonito, estimula a gente a querer plantar”, afirma o produtor Admilson Menezes. as, para melhorar ainda mais a renda dos produtores e promover mais giro de dinheiro advindo da banana na economia local, é preciso que os produtores estejam atentos às demandas dos consumidores. Para se ter ideia, em Rondônia são cultivados cerca de 7,6 mil hectares (ha) de banana, com uma produção de quase 79 mil toneladas da fruta e produtividade média de 10,2 kg/ha. São dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola – IBGE, na safra 2014/2015, que também aponta que os principais municípios produtores desta fruta no estado são Porto Velho, Buritis, Cacoal e Jaru que, juntos, responderam por 53,3% da quantidade produzida e por 51% da área colhida na precitada safra. As principais variedades plantadas em Rondônia são: banana-da-terra (banana de fritar), maçã, prata e nanica. Mesmo com a grande produção, ainda são compradas bananas do Acre, São Paulo, Bahia, Mato Grosso, Santa Catarina e Goiás, somando 4,8 mil toneladas adquiridas em 2015.
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Demanda e qualidade não atendem Apesar da grande produção de banana, Rondônia ainda compra a fruta de outros estados para abastecer, principalmente, os grandes supermercados e atacadistas. “Eu tenho 2 mil pés de banana plantados e nosso problema é o comércio, porque hoje a gente não consegue vender a produção para o mercado, só nas feiras livres. O mercado exige uma estrutura e qualidade que a gente ainda não consegue atender, mas que a gente tem que se juntar para conseguir isso. A venda da banana hoje significa muito na renda lá de casa, uns 2 mil reais por mês, essa média para mim e meus vizinhos, se conseguíssemos atender o mercado seria muito mais”, diz o produtor Juarez Silva. Um dos grandes desafios para a comercialização da fruta, segundo o analista em socioeconômica da Embrapa Rondônia, Calixto Rosa Neto, é exatamente o que disse o senhor Juarez: que a produção de banana do estado atenda também estes mercados. Segundo o analista, os donos de grandes supermercados e atacadistas justificam a não aquisição local de banana devido à questão de qualidade e regularidade de fornecimento. Segundo eles, os produtores locais não atendem esses critérios, sendo necessário comprar de outros estados produtos que agradem seus consumidores. “É uma oportunidade que os produtores de Rondônia estão perdendo. É preciso investir em mais qualidade, tanto na produção, como no processo de armazenagem e distribuição deste produto”, afirma Calixto. O Dia de Campo de Banana, realizado pela Embrapa Rondônia e Energia Sustentável do Brasil (ESBR – concessionária da UHE Jirau) e com a parceria da Associação local, Emater-RO, Semagric e Seagri, faz parte do Projeto Piloto de Áreas de Terra Firme da UHE Jirau e de seu Entorno. A importância deste pro-
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jeto vai além do atendimento da comunidade local, pois a região de Porto Velho tem potencial para a produção de frutas como a banana e outras que tem mercado aberto em Rondônia e Acre, podendo beneficiar produtores, comerciantes e o consumidor, que terá acesso a um produto com qualidade e produzido localmente. De acordo com Veríssimo Neto, gerente de meio ambiente e socioeconomia da ESBR, a parceria com a Embrapa foi feita há cinco anos e há dois já estão sendo repassando os resultados para a sociedade. “Já estamos colhendo os resultados do investimento feito em desenvolvimento de tecnologias e repassando isso aos reassentados e remanescentes da área do reservatório. O acesso a essas tecnologias e a novos métodos para o cultivo da banana vai fazer com que pro-
Sigatoka Negra duzam mais, melhor e tenham um aumento na renda familiar e na qualidade de vida. Além disso, não atende só o público-alvo do
projeto, pois são tecnologias que servem para todo o estado de Rondônia e toda a Amazônia”, conclui o gerente. Durante o Dia de Campo de Banana, os participantes tiveram contato direto com os pesquisadores que estão desenvolvendo atividades com a cultura e tiveram acesso às novidades para a produção de banana, incluindo todo o sistema de produção, com destaque para as cultivares, práticas de manejo da cultura e o controle de pragas e doenças. As pesquisas que vêm sendo realizadas pela Embrapa Rondônia nesta área buscam desenvolver produtos com boa aceitação e potencial de desenvolvimento na região, oferecendo aos produtores cultivares e informações estratégicas para que possam melhorar a produção e, consequentemente, a renda.
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FLORICULTURA
CULTIVO DE FLORES E ROSAS EM RONDÔNIA “Negócio para alemão teimoso” Em Vilhena, família dedicada ao plantio de hortaliças investe em floricultura e garante boa produtividade em clima tropical Por Flávio Rosane e Ivonete Gomes
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ultivar flores e rosas em clima tropical é coisa de alemão teimoso. É assim que a família Zonta define o próprio empreendedorismo que teve pontapé inicial com o plantio de verduras na década de 80, quando o casal de catarinenses e os filhos se instalaram em uma pequena propriedade do município de Vilhena. O cultivo de hortaliças foi ideia da mãe, a produtora Zélia Zonta. Enquanto o marido se dedicava ao extrativismo de madeira, ela produzia variadas verduras no quintal de casa e vendia o excedente a vizinhos e amigos. Não demorou muito para que toda a família passasse a apostar e a se dedicar exclusivamente à atividade. Utilizando técnicas agrícolas como a plasticultura e investindo em viagens a feiras voltadas à 68
transferência de tecnologia, a Chacará Zonta passou a produzir em escala comercial e se tornou um dos maiores fornecedores de hortaliças do Cone Sul de Rondônia. “Hoje, fornecemos também para Porto Velho e Manaus”, diz a produtora Zélia. Com o negócio encaminhado, Zélia Zonta, passou a dedicar parte do tempo a uma antiga paixão: cultivo de flores e rosas. A história se repetiu. Os vizinhos encomendavam vasos e não demorou muito para que o excedente de produção estivesse nas prateleiras do maior supermercado de Vilhena. Novamente, a família buscou conhecimentos em feiras, principalmente em Holambra (SP). Hoje, a floricultura representa 20% dos ganhos da família Zonta. As variedades são cultivadas em 17 estufas cobertas por um plástico que protege as plantas dos raios UV. Para manter a boa produtividade das mudas, substituídas em média a cada cinco anos, o filho da produtora Zélia, Jo-
nas Zonta, não descuida do plantio. Divide o tempo entre a administração da empresa e os cuidados com o manejo para eliminar as pragas e doenças. O ácaro rajado é o maior dos pesadelos. “Estamos utilizando um acaricida, mas notamos que o ácaro criou resistência. Vamos aproveitar nossa próxima viagem à feira em Holambra para ver se há alguma novidade no mercado”, diz Jonas. Mesmo com algumas perdas contabilizadas em períodos sem datas comemorativas, o empreendedorismo da família Zonta tem mostrado bons resultados. A produção modesta que começou no jardim da matriarca chega hoje a 4 mil gérberas e mil rosas por semana. Somadas as colheitas das variedades kalanchoe, gipsófilas (mosquitinho), tango, crisântemo, violeta, dália e ásper, a produção chega à casa de 16 mil unidades por mês. Um rendimento em torno de R$ 600 mil por ano. Provando que as vezes teimosia dá certo.
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A Chácara Zonta tem caminhões com duas viagens agendadas por semana para o transporte dos produtos até Porto Velho e Rio Branco. “Já estamos comprando um ¾ (caminhão) com câmara fria e esperamos a reabertura da BR-319 para abastecermos o mercado de Manaus”, diz o “teimoso alemão” Jonas Zonta.
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EMPREENDEDORISMO
DOUTOR DO SOLO Terra medicada na dosagem certa Como o corpo humano, o solo precisa de nutrientes para gerar uma lavoura farta, com boa produtividade. Para não abusar na dosagem de medicação da terra, nem gastar mais do que é necessário para correção de acidez, é essencial o diagnóstico correto fornecido em laboratórios especializados em análises de solo. Por Gerson Costa
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ada vez mais conscientes do custo de produção, os agropecuaristas de Rondônia vêm tornando cada vez mais comum essa prática de examinar a terra primeiro para aplicar corretivo, adubo e cobertura depois. Tudo na medida certa. Em Rolim de Moura, o empresário José Aparecido da Silva, especialista em mineração, resolveu apostar no mercado de análises do solo e instalou o laboratório Químicos Mn. A estrutura atual tem capacidade para fazer até 600 testes por mês com equipamentos modernos. Ele conta que o investimento foi grande. As máquinas, os reagentes e a mão de obra utilizadas para garantir o diagnóstico têm um elevado custo, mas o empresário acredita no potencial produtivo de Rondônia e no trabalho de recuperação de áreas de pastagens que vem sendo desenvolvido. “Nosso estado tem um grande
potencial e o produtor só tem ganhos reais quando faz o exame correto do seu solo para cultivar a lavoura mais indicada para aquela terra”, explicou José Aparecido. O responsável pelo laboratório, o químico José Francisco de Miranda, explica que a análise de solo pode demorar até 15 dias. O primeiro passo é registrar e secar a amostra e mantê-la a 40 graus. Em seguida, aplica-se à porção
de terra reagentes para descobrir quais os nutrientes micro e macro estão presentes e qual a capacidade de retenção de água para garantir o crescimento ideal da planta. O químico usa estufas, agitadores, moinhos, forno de alta temperatura, espectrocolorímetro, entre outros equipamentos, para saber com precisão a quantidade de fósforo, boro, alumínio e outros componentes do solo. Miranda
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EMPREENDEDORISMO recomenda que a cada 5 hectares seja retirada uma amostra. O laboratĂłrio QuĂmicos Mn garante avaliaçþes do Ph, acidez, fertilidade bĂĄsica, fertilidade completa quĂmica com micronutrientes boro, cobre, ferro, manganĂŞs e zinco. O quĂmico tambĂŠm garante exames de fertilidade bĂĄsica de folhagem (disponibilidade de N, P, K, Ca, Mg, S, B, Cu, Mn e Zn) e determinar o gĂŞnero e espĂŠcie de fitonematĂłides. Miranda enfatiza que o laboratĂłrio QuĂmicos Mn estĂĄ em fase de certificação do Instituto AgronĂ´mico de Campinas (IAC), que trabalha desde 1984 garantido qualidade a seus associados. O laboratĂłrio estarĂĄ presente na 5ÂŞ edição da RondĂ´nia Rural Show, fornecendo informaçþes sobre a importância da anĂĄlise do solo para a agricultura e pecuĂĄria.
QuĂmicos MN pode ser encontrado na rede mundial atravĂŠs do site www.quimicosmn. com.br e no escritĂłrio localizado na Avenida Norte Sul, 6413, no bairro Planalto, em Rolim de Moura. No portal o produtor poderĂĄ ter acesso Ă tabela de valores das anĂĄlises. Os preços variam de R$ 40 a R$ 79,00 por anĂĄlise de terra.
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EMPREENDEDORISMO
DE EMPRESÁRIOS A HORTICULTORES Cultivar em pequenas áreas, utilizar baixa quantidade de defensivos agrícolas, ter pouca preocupação com a presença de pragas, colher vegetais limpos durante o ano inteiro e manter o uso racional de água. Os produtores de Rondônia descobrem cada vez mais o pacote completo da produção sustentável de hortaliças: a hidroponia.
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EMPREENDEDORISMO
Por Marcos Lock Texto e fotos
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onhecida por ser um sistema que dispensa o uso do solo, a hidroponia é uma técnica que vem se consolidando como uma excelente opção para pequenos investidores do campo e até da cidade. A alta produtividade gerada com o uso da tecnologia garante a oferta de belos pés de alface, rúcula, couve, agrião, espinafre, salsinha e outros artigos do gênero nas gôndolas dos mercados. Além de sustentável, a prática é econômica. Exige menor utilização de mão de obra e exclui os custos com gradagens e manejo de pragas e ervas daninhas. Como 76
independe de terra, as áreas de produção podem ser implantadas mais perto do mercado consumidor. Insetos e microrganismos, como fungos, também costumam importunar menos e, por isso é também menor a necessidade de defensivos. O serviço na lavoura exige pouca força física e vem despertando a atenção da mão de obra feminina. O contraponto: a implantação do sistema hidropônico exige investimento maior que o dispensando a uma horta convencional. A técnica tem atraído empreendedores sem tradição no campo. Um contador de Ji-Paraná e um dono de uma sorveteria em Ouro Preto do Oeste investiram nessa opção de cultivo. Montaram os canteiros hidropônicos e colhem
não apenas bons produtos, mas boas margens de lucro. Bem próximo à área urbana do município de Ji-Paraná está o sítio do Nilson Rodrigues dos Santos, formado em Ciências Contábeis e dono de um tradicional escritório na cidade. Inicialmente, a intenção era implantar uma horta diferenciada, livre de pragas e de fungos para consumo próprio, mas ele decidiu levar o plano adiante, para a pequena propriedade onde aplicou os conhecimentos obtidos em um curso feito anos atrás. Logo concluiu pela viabilidade comercial do empreendimento e resolveu dobrar a área plantada inicial de 600 metros quadrados. O capricho e os cuidados com os detalhes fizeram a diferença: a produtividade de alfaces, e depois
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as rúculas, chegou aos 600 maços por dia, venda garantida a restaurantes, mercados, lanchonetes e pizzarias da cidade. “Eu procurei fazer da melhor maneira. Os tubos de PVC que conduzem a água são especiais. Toda a área plantada é fechada por telas e eu fiz um poço artesiano para garantir o abastecimento hídrico e nunca ter surpresas”, explica Nilson. Nos últimos dois anos os lucros foram tão satisfatórios que o permitiram construir uma bela casa para ele, outra para o caseiro e ainda investir numa pick-up nova em folha para o transporte da produção. Atualmente ele emprega duas pessoas apenas (Micheli Santos e Laércio), que fazem o manejo diário dos quase 17 mil pés de alface e rúcula, a embalamento para conservar a raiz fresca e as entregas. Animado com os resultados, o empregado José Alves Teixeira, que precisou se mudar de Ji-Paraná por motivos familiares, montou com o irmão em Ariquemes, numa data de 24m x 28 cm uma hidroponia nos mesmos moldes. Vai indo muito bem. “Fiz um financiamento no Banco do Brasil de R$ 69 mil há seis meses e comecei o meu negócio. Por enquanto já tenho quatro galpões, mas já estamos planejando fazer mais dois para dar conta da demanda”. Ele acrescenta que decidiu se estabelecer em de-
zembro, no começo das águas por um motivo que a hidroponia pode resolver. “Eu tinha certeza que com o excesso de chuva ia faltar verdura no mercado. Foi dito e certo. A gente foi logo vendendo toda a produção, desde o começo”, frisa. Landoaldo Gonçaves Rocha é proprietário de uma sorveteria bem localizada em Ouro Preto do Oeste, em frente à igreja matriz. Há oito anos, encorajado pelo cunhado, decidiu montar num terreno próximo uma horta hidropônica para o pai, o seu Rosalvo, hoje com 83 anos. Munido de informações que coletou na internet e com outros amigos, partiu para a construção do canteiro com as próprias mãos e a ajuda inestimável
da esposa Sueli. Ali eles cultivam seis variedades de alface, rúcula, couve, mostarda, agrião, espinafre e couve-flor, que expõem numa banca na frente da sorveteria. Vendem tudo, com exceção da mostarda, que é adquirida pelo Supermercado Irmãos Gonçalves. Em vez de um poço artesiano, ele optou por construir uma grande caixa de 4.500 litros para abastecer o sistema que irriga as duas mil plantas da produção, numa área de 15m x 30m apenas. “Como dá pouco trabalho, a gente consegue conciliar muito bem com a sorveteria. E é lucrativo. Para cada mil reais investidos numa horta assim, a gente tira R$ 200,00 de despesa. O resto é lucro”, declara.
A qualidade da água exige muitos cuidados e é o calcanhar de Aquiles de uma cultura hidropônica. Para isso, o produtor precisa estar sempre de olho no teor de alcalinidade e de acidez, o que é feito a partir de correções constantes com testes e adição de produtos próprios. O entupimento das calhas também costuma dar alguma dor de cabeça, mas pouca, garante o casal de agricultores. O desafio agora é ajudar a irmã Míriam a ampliar a hidroponia dela nos arredores de Cuiabá. “Ela está vendendo toda a produção e vamos montar mais três barracões lá”, completa Landoaldo Rocha. MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA
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DE FLORES À LINGUIÇA Pequenos produtores e um grande potencial Chacareiros de Porto Velho abastecem mercado local com hortaliças, linguiças e até flores artesanais
Por Vanessa Farias Texto e foto
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Setor Chacareiro, na Zona Leste de Porto Velho, é uma área de produção farta e constante. Representa 35% dos alimentos que vão à mesa de quem vive na capital do estado. Entre os produtos, o carro chefe são as hortaliças como cheiro verde, couve, alface, rúcula, coentro e chicória. Tudo muito bem organizado, inclusive com o registro legal de funcionários, no caso das propriedades de produção em larga escala. Segundo Silvio Souza, presi80
dente da Associação Boa Safra, são mais de 100 produtores só no ramo de hortaliças e, desde os pequenos aos médios, todos recebem assistência da entidade em conjunto com a Associação Vale do Sol. “Nós estamos sempre correndo atrás das demandas. Como a nossa produção não para de crescer, voltamos com a nossa ‘Feirinha da Lama’, no final da Avenida Amazonas, onde os produtores podem expor e escoar a produção”, adiantou. Os pequenos produtores, como o casal Raimunda Lima e Juraci Araújo Pinto, agradecem a oportunidade. Em um pedaço de terra, medindo 100x200 metros, eles
mesmos fazem todo o serviço. Plantam mandioca, fazem farinha, cultivam banana, melancia, abacaxi e criam galinhas e patos. “Tudo que nós fazemos aqui vendemos nas feiras da cidade”. Há cinco anos na lida, os agricultores contam com o apoio da Emater no fornecimento de calcário para melhoramento do solo e distribuição de sementes para a ampliação da produção. Com os produtos, o casal tem uma margem de lucro em torno de R$ 1 mil por mês. A Linha Pé de Cedro, que corta todo o setor, é rica em solo e gente com garra para o trabalho. A produtora Feliciana Silva ainda está
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Autossuficiência na produção de hortaliças Com trabalho duro e muito planejamento, Fábio Nascimento Melo se tornou outro exemplo de sucesso. Atendendo a grandes redes de supermercados da cidade, além de médios varejistas, a propriedade dele produz mensalmente 50 mil maços de cheiro verde, também conhecido como cebolinha. “É o meu carro chefe. Mas também produzimos coentro, couve e chicória”, diz o empreendedor do agronegócio. Além do preparo da terra e o sistema de irrigação para umedecer o solo e a plantação, Fábio utiliza também a tela sombrite, que quebra os raios solares em até 35%. “As mudinhas precisam dessa proteção para crescerem saudáveis”, justifica. Para isso, o produtor conta com uma equipe de cinco funcionários, todos registrados legalmente.
cadastrando seu pedaço de terra junto à Emater, mas já começou a produção de cheiro verde, quiabo, maxixe e outras hortaliças e instalou o sistema de irrigação para que a plantação cresça saudável e tenha boa produtividade. Wanderson Leandro Nascimento, outro produtor do setor, está apostando em bananas. “Aqui eu já produzi e vendi de tudo. Agora resolvi investir na banana, que com apenas 15 dias plantada já está se fortalecendo”. Segundo Leandro, em 10 meses a banana já estará pronta para colheita. “Com mil cachos por ano eu vou conseguir vender para a própria Emater e ter um lucro de até R$ 25 mil”, completou.
Plantas artesanais para embelezar e mudas para reflorestar O diferencial no Setor Chacareiro são os viveiros de plantas artesanais e de reflorestamento. No Viveiro Amazônia, os principais produtos são as mudas de árvores nativas e frutíferas para reflorestamento de Áreas de Proteção Permanentes (APP´s), nascentes e mata ciliar, tanto em Rondônia quanto no Amazonas, Acre e Mato Grosso. Juliano Coenga, proprietário do
viveiro, explica que mesmo com o escritório de atendimento ao público localizado na área central da cidade, uma base de vendas no Porto Velho Shopping, além da Casa Rural (loja da família), a crise econômica também vem atingindo o setor. “Neste mesmo período do ano passado, eu tinha 46 colaboradores trabalhando no viveiro, hoje só tenho seis. O mercado instável abala diretamente também o produtor”, desabafou. Embora com dificuldade, o viveiro continua com o trabalho, coletando as mudas em pontos estratégicos da floresta e ainda comprando sementes para as ornamentais das regiões Sul e Sudeste do país. MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA
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Linguiça bovina é a novidade do pedaço
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De açougueiro a produtor de linguiça, foi fácil para o produtor Silvio Carlos dos Santos começar a ganhar a graça da vizinhança. Com 50 quilos de produção por semana, o ex-açougueiro agora fatura 30% de lucro em cima do valor do quilo da linguiça: R$12,00. Das levemente apimentadas às mais fininhas “bem quentes”, as linguiças atendem a vários gostos. Todas são feitas com carne bovina, que Silvio compra diretamente do Frigorífico Top. Morando em uma propriedade pertencente a um afilhado, Silvio faz toda a produção de forma caseira, mas já investiu em máquinas e equipamentos que, tão logo o negócio estiver devidamente legalizado, o produtor vai poder vender para o comércio da região.
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Adubo desenvolvido por produtor de RondĂ´nia desperta interesse de floristas do Brasil
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“Atendemos a nove grandes supermercados de Porto Velho, seis no Acre e mais os viveiros da cidade. Temos nove funcionĂĄrios, todos registrados, e jĂĄ estamos precisando de pelo menos 15. A nossa meta ĂŠ chegar a 50 colaboradoresâ€?, revelou a proprietĂĄria. Com o adubo especial feito pelos produtores a espĂŠcie de flor IxĂłria, que sĂł floresce em determinados perĂodos do ano, agora abre lindas flores durante os 12 meses. A Rondoflores, alĂŠm de gerar economia e emprego, agora vai representar o estado nos principais centros metropolitanos com a beleza de sua produção.
lambra (SP) deste ano. “Eles querem comprar de nĂłs. Vamos começar a atender os grandes centrosâ€?, disse empolgada Graciele Auxiliadora, dona do viveiro. Os produtores enfatizam que a equipe da Emater tem uma importante parceria no fornecimento de calcĂĄrio e outros insumos. Em 7,5 hectares de terra as flores ornamentais, as ervas medicinais e os condimentos formam um cenĂĄrio Ăşnico com uma produção de 150 a 200 mil mudas por mĂŞs. Graciele explica que o calendĂĄrio ĂŠ meticulosamente seguido para atender a demanda de datas comemorativas, quando a produção tem ainda mais saĂda.
A Rondoflores ĂŠ o cartĂŁo postal do Setor Chacareiro da capital. O viveiro atende a capital e o estado vizinho Acre com as mais lindas flores decorativas. A Rosa do Deserto, importada de Taiwan (JapĂŁo) ĂŠ de um encanto inigualĂĄvel. Apenas a espĂŠcie produz mais de 150 cores diferentes. E o produtor ainda deu um “jeitinhoâ€? de deixar os arranjos ainda mais belos enxertando atĂŠ trĂŞs cores em um sĂł pĂŠ. Os proprietĂĄrios do viveiro criaram recentemente um adubo especial que jĂĄ estĂĄ dando o que falar entre os grandes produtores do Brasil. A Rondoflores jĂĄ estĂĄ inscrita no Festival de Flores de Ho-
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CAFEICULTURA
PROGRAMA REVITALIZA
lavouras de café de 200 produtores de Porto Velho O programa de revitalização das lavouras cafeeiras implantado em 2013 pela Secretaria Municipal de Agricultura (Semagric) em parceria com a Embrapa e Emater garantiu rentabilidade a mais de 200 pequenos produtores da Capital
Por Gerson Costa
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primeira colheita foi realizada e alcançou cerca de 45 sacas por hectare em plantações não irrigadas. Nas chamadas áreas experimentais em Extrema, Nova Califórnia, Rio Pardo e União Bandeirantes, os agricultores receberam mudas, assistência técnica, análise e correção de solo com aplicação de calcário. O projeto deu certo e outras 6 localidades foram acrescentadas ao programa. No total foram distribuídas 539 mil mudas aos 215 produtores cadastrados. Todos estão dentro dos critérios da Lei de Agricultura Familiar e fichados no Cadastro Ambiental Rural (CAR). O agrônomo Rodrigo da Silva Ribeiro explica que a Semagric pesquisou quais territórios do município de Porto Velho tinham vocação para a produção cafeeira. Após a identificação das áreas, o programa foi implantado e também tornou possível a recuperação de lavouras antigas. “Nós fizemos parcerias com a Embrapa e Emater. Nossos técnicos recebem capacitação da Embrapa e repassamos as 84
539 mil mudas distribuídas Porto Velho - 37.500 Joana D’arc - 72.500 tecnologias aos produtores”, disse Rodrigo. As variedades usadas no plantio são a BRS Ouro Preto e as mudas dos viveiristas credenciados pelo Ministério da Agricultura. Para ele, na terceira safra, o produtor que investir na irrigação poderá alcançar até 100 sacas de café por hectare do tipo conillon.
Rio Pardo - 77.500 União Bandeirantes - 110.000 Vista Alegre do Abunã - 2.500 Extrema - 57.500 Jaci Paraná - 52.500 Ramal Santa Rita (52.500) Morrinhos (22.500).
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GRITO DA PECUÁRIA
ASSEMBLEIA AJUDA a reorganizar cadeia produtiva da pecuária Para frear prejuízos que chegaram a R$ 579 milhões em 2015, Legislativo cria CPI dos Frigoríficos, discute precisão de balanças e incentiva criação do Instituto da Carne. Por Gerson Costa
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mbora esteja centrada no tema de sua propositura, as investigações sobre o cartel do preço da arroba do boi gordo, a Assembleia Legislativa de Rondônia deu um grande passo para reorganizar toda a cadeira produtiva da pecuária de corte com os depoimentos de produtores, organismos estatais, entidades de classe rural e representantes das indústrias na CPI dos Frigoríficos. A primeira providência, logo o após a conclusão do relatório, é a discussão da Lei de Incentivo o Fiscal, ampliando os critérios paraa concessão e obrigando o governo o estadual a reforçar a fiscalização o sobre os beneficiários. “Vamoss reestruturar essa norma na Assem-bleia porque a atual é antiga e se e tornou automática para todos oss frigoríficos que trabalham com a desossa da carne. Vamos elaborarr uma proposta para melhorar a fiscalização”, explicou o presidente e da CPI, deputado Adelino Folladorr (DEM-Ariquemes). Outro grave problema detec-tado nos últimos três meses de e trabalho da comissão foram ass
reclamações dos criadores em relação a precisão das balanças instaladas nas indústrias. A Assembleia Legislativa, com apoio da Câmara Setorial da Carne, Federação da Agricultura e Pecuária de Rondônia (Faperon) e a associações de produtores rurais, representada nos trabalhos pelo empresário Adélio Barofaldi, pretende incentivar a criação do Instituto da Carne, mantido por um fundo criado por lei, mas sem a ingerência do Estado. Adelino acredita no modelo implantado no Mato Grosso, onde os membros da CPI fizeram uma visita no mês de abril. Naquele estado, o criador paga R$ 1,00 a cada boi abatido, o governo mais R$ 1,00, e os frigoríficos outros R$ 2,00. “O fundo é administrado pelo conselho formado entre produtores, indústrias e governo”, esclareceu o parlamentar. Esse instituto ficaria responsável pela instala-
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ção de balanças nas empresas. Preocupada com a crise da carne, que deu prejuízo na ordem de R$ 579 milhões aos cofres estaduais em 2015, a Assembleia Legislativa criou a CPI dos Frigoríficos com base nas denúncias de cartelização dos preços praticados pelos frigoríficos. Uma das acusações é que a gigante JBS-Friboi, que responde por 50% dos abates no estado, fechou várias plantas contribuindo para queda do preço do boi. Rondônia tem hoje 11 plantas ativas e nove fechadas.
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UM LEGISLATIVO PARCEIRO
para um setor pujante Por Eranildo Costa Luna
O
apoio para que os produtores rurais ampliem e melhorem a produção tem sido uma prioridade dos deputados estaduais. O Legislativo tem aprovado leis, destinado emendas e intercedido junto ao Executivo em defesa do setor produtivo. Além dessas ações, a Assembleia realiza audiências públicas na capital e no interior para debater a cadeia produtiva, e instalou uma 88
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a suposta formação de cartel no setor frigorífico, prejudicando aos criadores. “Quem trabalha e produz, tem o nosso apoio, o nosso respeito. A Assembleia está de portas abertas para votar projetos de interesse das famílias do campo e para o fortalecimento do agronegócio e também da agricultura familiar”, assegurou o presidente da Assembleia Legislativa, Maurão de Carvalho (PMDB). A regularização fundiária, o acesso ao crédito, a distribuição
de calcário e a assistência técnica são peças fundamentais para que o ciclo de crescimento do setor produtivo seja vigoroso e que Rondônia se consolide como a nova fronteira da produção, de forma sustentável.
Emendas Dos cerca de R$ 3,2 milhões de emenda individual para este ano, o presidente da casa destinou aproximadamente R$ 2,5 milhões para atender o setor produtivo com máquinas, implementos,
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equipamentos, tratores e caminhões para o transporte da produção. Esse recurso chegou aos produtores de Campo Novo de Rondônia, que foram contemplados com um caminhão e tanques de resfriamento de leite para melhorar a produção. Em Rolim de Moura, o parlamentar destinou emenda para a compra de grades aradoras, distribuidoras de calcário e roçadeiras hidráulicas. Em Porto Velho, os pequenos produtores de farinha do reassentamento Riacho Azul, no Ramal São Domingos, foram contemplados com um caminhão para o transporte da produção até os mercados da capital.
Estímulo à cafeicultura Para estimular a cafeicultura, os deputados estaduais estudam a destinação de R$ 10 milhões, no orçamento de 2017, através de uma emenda coletiva, para a aquisição de mudas de café clonal, que serão distribuídas aos produtores. “Hoje, com o preço em alta no mercado, a rentabilidade do café é muito boa e gera tributos ao Governo. Em um alqueire, se produz em média 300 sacas de café, que geram cerca de R$ 15 mil em impostos, empregos e ajuda a girar a roda da economia”, completou Maurão. Para o presidente, Rondônia tem superado a crise que atinge o país, graças ao setor produtivo forte. “Tudo o que vier contribuir para a melhoria e o aumento da nossa produtividade, vai significar mais ganhos para quem produz, mais empregos e o crescimento de nossa economia”. MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA
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OAB/RO
“O BRASIL VIVE UM MOMENTO DE EXPURGO” O presidente da Seccional Rondônia da Ordem das Advogados Brasil (OAB/RO), Andrey Cavalcante, respondeu a perguntas elaboradas por alunos e equipe do Instituto Federal de Rondônia (IFRO). Os questionamentos foram preparados para o 1º Gestão em Pauta, que também contou com participação do secretário-geral da Seccional, Márcio Nogueira.
A atual crise política vivida pelo Brasil teve origem na descoberta de esquemas ilegais envolvendo integrantes da alta cúpula do governo federal, empresas públicas e parlamentares. O senhor acredita que a corrupção no país é uma questão de cultura ou falta de controle? As duas coisas. Difícil estabelecer o que é causa e o que é consequência. Temos que continuar no caminho de aprimorar os mecanismos de controle sobre a coisa pública, aumentando a participação social, popular em cada iniciativa. Somente quando a população toda se envolve nessa tarefa, podemos ter garantias de que ela não será feita apenas pela metade. Penas mais severas para a corrupção podem ser uma saída? Muitas medidas podem ajudar a mudar o ambiente favorável à corrupção no Brasil. Penas mais severas poderiam ajudar, mas penas que limitassem a participação na vida pública talvez fossem mais eficientes. Muitos de nossos políticos agem como profissionais acostumados a processos sem fim e a condenações de naturezas mais diversas. Aos poucos isso tem mudado, como aconteceu após a Lei da Ficha Limpa. Os escândalos recentes mostram que isso ainda é pouco. Mas, mais do que penas
duras, temos que mudar o sistema, como foi o caso citado do financiamento de campanhas. Precisamos avançar na composição do sistema partidário, que ainda é falho, e na forma como o mandato se relaciona como as expectativas do eleitor. Sem dúvida, tudo passa por eliminar privilégios e mostrar aos políticos que eles são apenas cidadãos cumprindo uma tarefa em nome do povo e não seres especiais que não podem ser alcançados pela lei. Mas, muitas vezes a população se sente impotente ao ver que a maioria dos casos revelados não resulta em qualquer punição. A sensação de impunidade deixa tudo pior. Se nosso país abriga uma cultura de corrupção, sem dúvidas a impunidade colabora bastante. Mas a impunidade é parte dessa cultura, talvez seja um dos fatores mais importantes de fomento à corrupção. É importante ter em vista, contudo, que, apesar de a nossa vontade de justiça ser grande, não podemos atropelar as conquistas da nossa justiça. Não podemos nos esquecer que o Brasil é também um país de fortes tradições autoritárias, e precisamos preservar as garantias constitucionais que nos possibilitam um processo justo. Apesar da vontade de apressar as coisas, temos que ir um passo de cada vez. Debater bastante,
analisar as coisas com calma. Não podemos concordar com as críticas tão comuns hoje em dia contra o direito de defesa, críticas que querem tirar o equilíbrio do processo entre as partes e fazer com que o magistrado atue em nome de uma dessas partes. Somos amplamente favoráveis à luta contra a corrupção e defendemos que essa luta pode ser intensificada dentro dos parâmetros decentes de justiça apregoados por nossa Constituição cidadã – aliás, na maior parte dos casos, é o que temos visto acontecer hoje em dia. Cabe à população ficar mais vigilante e cobrar mais punições dentro da legalidade? O papel da sociedade é o de ditar os rumos. No fim, tudo o que importa é o interesse do povo. Temos visto intensa participação popular e nosso dever é o de ajudar assegurar que o povo possa ocupar as ruas, manifestar sua indignação e pressionar por mudanças. O povo foi para as ruas , boa parte pedindo o impeachment, como forma de solução para o país. O impeachment, procedimento previsto na Constituição, pode ser utilizado como uma maneira de controle sobre as ilegalidades na esfera pública? O impeachment atual e todos MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA
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OAB/RO os processos de investigação que estão deixando a opinião pública brasileira estarrecida nos últimos meses mostram que as instituições de controle estão cada vez mais fortes. Isso não exclui, contudo, o fato de que temos muito o que melhorar para termos um processo político que seja mais correto. O sistema político no Brasil é falho, temos um multipartidarismo personalista demais – partidos que pertencem a alguém ou que visam a atender aos interesses de uns poucos –, ainda convivemos com a sobreposição do interesse pessoal muito acima do interesse público. Não é só o impeachment que mostra que a corrupção chegou ao limite, mas o grande número de ações que hoje atingem enorme parcela de políticos eleitos no Brasil. O caminho é incentivar a fiscalização dos mandatos, sem esquecer de atuarmos na base, cobrando, antes de votar, a forma com que é feito o compromisso com o povo. Mas o pedido de impeachment em tramitação no Congresso não se baseia nos atos de corrupção revelados principalmente na Operação Lava Jato, e sim nas chamadas “pedaladas fiscais”. Isso pode ser considerado ato ilegal? Para a OAB, as evidências são fortes no sentido de demonstrar que a presidente agiu com dolo ao manipular informações fiscais com o fim de obter vantagens indevidas que repercutissem de modo favorável à sua candidatura no processo eleitoral. O expediente das chamadas “pedaladas fiscais” jamais atingiram a monta atual, nunca foram tão expressivas e nunca tinham sido usadas para manipular um cenário macroeconômico de modo a intervir num processo
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eleitoral, como é o caso atual. Não se trata de avaliar apenas a manobra que poderia ter sido “irregular” ou “ilegal”, num sentido mais restrito, mas de avaliar a extensão, que é enorme, e a finalidade, que foi a de criar, para a população, um cenário de bem-estar e equilíbrio nas contas públicas que jamais existiu, escondendo déficits púbicos gigantescos, com o propósito de angariar votos para a reeleição. É a soma desses fatores que levou a OAB Nacional a apoiar o pedido hoje em discussão. Terminado o processo de impeachment, independentemente do resultado, o que pode ser feito para evitar novos casos? Talvez a tão esperada Reforma Política? O Brasil vive um momento de expurgo. Há muita coisa acontecendo, e estamos em meio a uma grave crise econômica também. Temos que passar a limpo os casos já sob avaliação e, na primeira oportunidade, colocar o sistema político em julgamento. De certa forma, um impeachment faz isso. Muitas pessoas já estão se levantando contra o vice-Presidente ou contra o Presidente da Câmara, que, amanhã ou depois, pode vir a governar o país. Essa escalada pode levar a uma crise ainda maior e, claro, vamos ter que construir uma saída para ela. Nenhuma reforma agora seria factível, mas devemos aproveitar o momento para questionar com afinco os rumos daqui em diante. E como acabar com a relação, digamos “perigosa”, entre entes privados e públicos? A OAB foi a propositora da ação de inconstitucionalidade que resultou no fim de doações
por empresas a campanhas eleitorais. Empresa não vota, empresa não possui direitos políticos. Está ficando cada vez mais claro, por investigações como a da Lava Jato, o tamanho da capacidade de as empresas intervirem no processo eleitoral mediante financiamento de campanhas. O financiamento público de campanhas é uma medida que precisa ser muito bem avaliada, com bastante cautela, mas pode ajudar a melhorar o cenário. As doações individuais, limitadas a determinados valores, também poderiam ser um bom caminho, desde que bem monitoradas. O jogo democrático não pode ser fechado, impedindo a população de apoiar seus candidatos e suas agendas. Estamos aprendendo a tornar isso possível sem desequilíbrios que deixem o jogo injusto. O fim das doações por empresas certamente é um grande avanço. Além disso, hoje é mais nítido do que nunca que precisamos avançar nos meios de refinar nossos processos relacionados a tudo que diz respeito com a coisa pública. Temos que usar a tecnologia ao nosso dispor e aprimorar tudo. Temos que criar ferramentas colaborativas, que incluam a participação popular, por todos os meios disponíveis. Uma democracia real precisa de inclusão e participação. Eu diria que o principal paradigma que deve ser trabalhado para ajudar mais o Brasil é de construir uma burocracia inclusiva e transparente, facilmente acessível, compreensível e determinante para que o poder púbico saia das sombras e se abra para os olhos de seus verdadeiros donos, os cidadãos e cidadãs comuns que efetivamente sustentam este país.
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TURISMO
Chef Mテ。rcio Pereira Criando novos pratos e adaptando famosas receitas
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ALTA GASTRONOMIA ÀS
margens de um paraíso Em Pimenteiras um chef de cozinha cria receitas inusitadas com pescado da região. Os pratos variam do já conhecido peixe à parmegiana ao filé com calda de chocolate. Por Ivonete Gomes Fotos: Ivonete Gomes e Marcos Figueira
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780 quilômetros de Porto Velho, banhada pelo rio Santa Cruz que só corre mais quatro quilômetros para desaguar no suntuoso Guaporé, uma pousada do município de Pimenteiras vem atraindo até turistas japoneses. Ocupando uma área de quatro hectares, o lugar só tem estruturas de madeira. É rústico, elegante e decorado com objetos antigos que dão ar retrô ao ambiente. Os quatro chalés distribuídos pela propriedade têm capacidade para um quarteto de pessoas. São confortáveis e aprazíveis, mas não representam o principal atrativo da pousada. Das mais de 400 pessoas que chegam ao Rancho Verde na alta temporada – de junho a novembro – 80% são atraídas pelos pratos do chef autoditada e proprietário do local, Márcio Pereira. O projeto saiu do papel em 2014 e custou o dobro do valor previsto pelo empreendedor. O MAIO 2016 I REVISTA VISÃO RONDÔNIA
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TURISMO primeiro ano foi de sacrifício e muitos testes na cozinha “Não tinha energia elétrica. Tive que investir R$ 25 mil na compra de transformador e instalação elétrica. Esse gargalo só me fez recuperar metade do investimento total até agora”, diz Márcio. O período de escuridão na pousada não foi em vão. Márcio aproveitou a folga antecipada pela falta de energia para testar as receitas. “Eu criei alguns pratos e adaptei outros. Teve prato português que eu substituí o bacalhau por um peixe da região. Os amigos que eu chamava para provar gostaram da ideia. Meus amigos foram minhas cobaias”, brinca o chef. Embora venha se destacando pelas peculiares receitas a base de pescado, a margem de lucro com a alimentação é pouca, só 20%. O maior rendimento vem da hospedagem, 70%. Ainda assim, o empresário não pensa em aumentar o número de chalés. “Se aumento o número de hóspedes tenho que aumentar a quantidade de comida para servir. Não quero perder a qualidade na cozinha, por isso reduzi o número de almoço. Já cheguei a servir 88 pessoas por dia. Hoje, não aceito mais do que 50 reservas”, revela. A fama do restaurante da pousada se espalhou pela região do Cone Sul de Rondônia e chegou aos ouvidos dos turistas de pesca esportiva que frequentam o rio Guaporé em busca dos peixes amazônicos. A procura é grande, por isso, para provar os pratos elaborados pelo chef é preciso fazer reserva antecipada. Além do sabor da comida, a quantidade e variedade também transformam o Rancho Verde em um lugar único. Por dia, são servidos em média 15 pratos diferentes, todos feitos com peixes nativos da região. “A demanda é grande. Para atender no período do defeso faço a estocagem de peixe em quatro freezers. No ano passado esperava servir entre 15 e 20 almoços por dia, mas ao final já tinha servido mais de mil pessoas. Resultado: o peixe que eu esperava ser suficiente até fevereiro acabou em dezembro”, relembra o sucesso. A Rancho Verde atende de quarta a domingo e está sempre lotada, sinal de que tem dado certo a tesoura aberta pendurada acima de uma das portas do restaurante da pousada (superstição para fazer o cliente voltar). “A empresária Márcia Viana, moradora de Pimenteiras, é frequentadora assídua e fã dos pratos elaborados pelo chef. “Eu gosto da lasanha de pintado e do filé de pintado com molho de maracujá. A mistura do frio com o quente e do salgado com o doce é deliciosa”, diz a empresária sentada a uma das mesas com convidados de Vilhena.
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A deliciosa “liturgia” do almoço Depois de horas de trabalho árduo na cozinha, com apenas um ajudante, o chef dá início ao almoço. Numa mesa de aproximadamente 2,5 metros oferece em sistema self service saladas variadas, pirão, arroz, tucunaré assado e outros acompanhamentos. Lodivan Orlando, empresário do ramo hoteleiro de Cerejeiras, alerta com a experiência de quem já esteve no local algumas vezes: “é melhor não encher o prato para aguentar e apreciar o que é servido nas mesas”. Dito e feito. Começa o rodízio de peixe e, em seguida, os murmurinhos dos turistas espantados com a ousadia do chef, afinal, não é todo dia que se come piau na folha da bananeira, escondidinho de peixe; peixe gratinado; peixe ao molho de mostarda; quibe de peixe; peixe na moranga e gergelim e para finalizar peixe com calda de chocolate. Mas, mesmo com tanta variedade, ainda há quem procure o restaurante da Rancho Verde para comer algo mais simples. “Venho aqui pelo peixe frito”, diz Lisete Marth, vice-prefeita de Cerejeiras e cliente fiel do chef Márcio Pereira.
O preço do paraíso Almoço por pessoa
R$ 30,00 Hospedagem/ diária
R$ 150,00 Contato para reservas:
(69) 8139-5215 Localização:
Linha 11, sentido Santa Cruz, km 5 Pimenteiras do Oeste, Rondônia.
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Ji-Paraná Centro:
Ji-Paraná Vila Jotão:
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Cacoal:
Jaru:
Ariquemes:
São Francisco:
Presidente Médici:
(69) 3441-1831
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(69) 3535-5500
(69) 3621-2155
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