Outrora outorgavam a existência e perpetuavam a permanência, suplantavam e burlavam a morte como vestígios de legados pontuados por representações da existência do duplo humano, que do corpo transcendiam. Relicários imagéticos estimulavam o acúmulo da ausência transfigurados em presença. Mas o palimpsesto moderno tratou de transformar tudo em contradições e volatizou os vestígios em liquefação de culturas efêmeras, que não mais deram conta a nos definir, quiça em deixar algum tipo de recordação. Somos nossos próprios vestígios a vagar por avatares impermanentes que nos vestem superficialmente com uma tênue pele cultural em constante transformação. Efemérides em busca de significação.
Alessandro Celante