REVISTA CULTURA AFRO NAS ESCOLAS. Nยบ I, JULHO, ANO MMXIV.
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REVISTA CULTURA AFRO NAS ESCOLAS. Nº I, JULHO, ANO MMXIV.
SAIBA COMO ALGUMAS MULHERES NEGRAS CONTRIBUÍRAM DE FORMA OSTENSIVA NA LUTA POR LIBERTADE E JUSTIÇA NO BRASIL. EMBORA NÃO ALCANÇASSEM SEUS OBJETIVOS, SEUS LEGADOS SÃO HOJE EXEMPLOS DE RESISTÊNCIA A TODO TIPO DE OPRESSÃO.
Aqualtune Aqualtune era uma princesa do Reino do Congo, foi trazida escravizada para o Brasil, logo que foi derrotada em guerra no interior do reinado. Quando desembarcada no Brasil em Recife, foi vendida e levada para o sul de Pernambuco. Não demorou a integrar os movimentos de fugas que explodiam no regime escravista, tornando-se uma liderança importante para os quilombos de Palmares.
Dandara Dandara foi uma grande guerreira na luta pela liberdade do povo negro. Ainda no século XVII, participou das lutas palmarinas, conquistando um espaço de liderança. De forma intransigente, entendia que a liberdade era inegociável. enfrentando todas as batalhas que sucederam em Palmares. Era a companheira de Zumbi dos Palmares. Opôs-se, juntamente com ele, a proposta da Coroa Portuguesa em condicionar e limitar reivindicações dos palmarinos em troca de liberdade controlada.
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Luíza Mahin Luíza Mahin, foi uma protagonista importante na Revolta dos Malês. Conforme alguns estudiosos, se essa revolta vingasse, Luísa seria a rainha da Bahia. Construindo um reinado em terras brasileiras, já que fora princesa na África, na tribo Mahi, integrante da nação nagô. Foi alforriada em 1812.
Tereza de Benguela Tereza de Benguela foi uma liderança quilombola que viveu no século XVIII. Mulher de José Piolho, que chefiava o Quilombo do Piolho ou Quariterê, nos arredores de Vila Bela da Santíssima Trindade, Mato Grosso. Quando seu marido morreu, Tereza assumiu o comando daquela comunidade quilombola, revelando-se uma líder ainda mais implacável e obstinada. Valente e guerreira ela comandou o Quilombo do Quariterê, este cresceu tanto sob seu comando que chegou a agregar índios bolivianos e brasileiros. Isso incomodou muito as autoridades das Coroas, espanhola e portuguesa. A Coroa Portuguesa, junto à elite local agiu rápido e enviou uma bandeira de alto poder de fogo para eliminar os quilombolas. Tereza de Benguela foi presa. Não se submetendo a situação de escravizada, suicidou-se.
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Mãe Menininha do Gantois Mãe Menininha do Gantois nasceu em 10 de janeiro de 1864. Era neta de escravizados da tribo Kekeré, da Nigéria. Foi iniciada no candomblé, ainda criança, no terreiro fundado pela sua bisavó. Aos 28 anos de idade, como filha de Oxum, assumiu o cargo de maior hierarquia na religião. Conseguiu estabelecer interlocuções como várias personalidades, buscando o respeito da sociedade para a religião, muito perseguida pelo poder político.
Carolina Maria de Jesus Nasceu em Sacramento, no interior de Minas Gerais, no ano de 1914
Sendo de uma família extremamente pobre, trabalhou desde muito cedo para auxiliar no sustento da casa. Com isso, acabou não frequentando a escola, além de dois anos. Mudou-se para São Paulo, indo morar na favela, para sustentar a si e seus filhos, tornou-se catadora de papel. Guardava alguns desses papéis, para registrar seu cotidiano na favela, denunciando a realidade excludente em que viviam os negros. Em 1960, foi descoberta pelo jornalista Audálio Dantas, que conheceu seus escritos. Assim, ela escreveu o livro Quarto de Desejos, que vendeu mais de 100 mil exemplares.
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Na imagem vemos Carolina Maria de Jesus ao lado da também escritora, Clarice Lispector. Tornou-se uma escritora reconhecida, particularmente fora do país, sendo incluída na antologia de escritoras negras, publicada em 1980 pela Randon House, em Nova York.
Nos contos de fadas, o papel de protagonista pertence aos brancos. Veja como fugir desse estereótipo.
Montagem sobre ilustração de A Bela Adormecida, com príncipe e donzela negros: imagem inexistente nas histórias infantis
O povo negro é discriminado em todos os cantos do planeta onde os brancos são maioria. E a sua sala de aula, professor, será território neutro? Por mais que você se preocupe em tratar todos da mesma maneira, os negros continuam sendo discriminados. Quer ver como? Pense nos livros que a turma lê. Eles mostram famílias negras de classe média, felizes e bem-sucedidas? Têm príncipes, reis e rainhas que não sejam brancos? Você não acha isso um problema? Então imagine o que significa ser despertado para o prazer da leitura sem ver sua raça representada de forma positiva nas páginas dos livros. "Lendas, contos da carochinha e mitologias ajudam as crianças a construir sua identidade. Num processo de transferência, os pequenos se colocam no lugar dos heróis e vivenciam as sensações dos personagens", explica Taicy de Ávila Figueiredo, pedagoga e professora de Educação Infantil em Brasília. Sentimento de inferioridade e autorejeição são as consequências mais comuns na autoestima de quem não se reconhece nas histórias contadas na escola. "Todos querem ser aceitos por seu grupo, pela sociedade. Muitos alunos passam a se enxergar como
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REVISTA CULTURA AFRO NAS ESCOLAS. Nº I, JULHO, ANO MMXIV. brancos", explica Ana Célia Silva, professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Você deve estar se perguntando como fugir dessa questão, já que as histórias consagradas do mundo de faz-deconta são europeias. A sugestão é entrar no universo de lendas e histórias da África, do Oriente, dos índios... Veja como a professora Maria Cecília Pinto Silva, da Escola Municipal de Educação Fundamental General Esperidião Rosas, em São Paulo, conseguiu plantar uma semente contra o racismo em uma atividade interdisciplinar para as turmas da 4a série. O projeto ganhou o prêmio Educar para a Igualdade Racial, do Centro de Estudo das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert).
PLURALIDADE CULTURAL Tema: Preconceito racial Objetivo: Mostrar que existe um racismo velado no Brasil e que a imagem dos negros nos livros ainda é inferiorizada perante o branco. Aumentar a auto-estima dos alunos afro-descendentes, despertar a turma para a diversidade da raça humana e promover o respeito pelas diversas etnias. Como chegar lá: Faça um levantamento dos heróis e heroínas conhecidos pelo grupo. Provavelmente os de cor branca serão maioria. Em seguida apresente personagens negras de livros e filmes (como o desenho animado Kiriku e a Feiticeira, disponível em fita VHS) e pessoas notórias que sejam representadas de maneira positiva. Discuta os motivos dessa diferença, peça pesquisas em jornais e revistas que comprovem a discriminação. Dica: Não chegue com discurso pronto sobre o racismo. Deixe os alunos concluírem que o preconceito e a discriminação existem, sim, no Brasil e que precisam ser combatidos. Ao falar da cultura africana e dos rituais, prepare-se para enfrentar o preconceito religioso.
EXPERIÊNCIA PRÁTICA Diagnóstico/Objetivos - Após presenciar diversas atitudes racistas, a professora elaborou um projeto para despertar o respeito às diferenças. Pediu à classe que desenhasse os heróis preferidos, já prevendo o resultado. A maioria citou personagens brancas. Ela aproveitou os dados e ensinou, nas aulas de Matemática, como elaborar gráficos. Veja o resultado: 94% de personagens brancas, 4% de orientais e 2% de negras. Problematização - Maria Cecília apresentou o herói Kiriku, do filme Kiriku e a Feiticeira. O desenho animado se passa na África e todas as personagens são negras. A turma assistiu ao filme, reescreveu a história e a sinopse e fez resenhas. Em seguida a professora pediu um exercício de comparação com os contos de fadas tradicionais e o levantamento das características desse gênero literário. Para começar, lançou a pergunta: por que não vemos personagens negras em outras histórias? Os alunos conseguiram se lembrar de algumas, como o Negrinho do Pastoreio, o Zumbi e Tia Nastácia. Qual a diferença entre eles e Kiriku? "Ele é um herói, professora", responderam. Bingo! A próxima atividade foi de leitura de livros cujas personagens principais são negras, como Luana, de Aroldo Macedo. Em seguida as crianças pesquisaram em jornais e revistas reportagens sobre racismo, enquanto Maria Cecília mostrava fotos e histórias de grandes ícones brasileiros negros, como o professor Milton Santos.
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Arte Afro-Brasileira .
Características principais da arte africana A arte africana representa os usos e costumes das tribos africanas. O objeto de arte é funcional e expressam muita sensibilidade. Nas pinturas, assim como nas esculturas, a presença da figura humana identifica a preocupação com os valores étnicos, morais e religiosos. A escultura foi uma forma de arte muito utilizada pelos artistas africanos usando-se o ouro, bronze e marfim como matéria prima. No que o artesanato africano influiu no artesanato brasileiro atual.
A Arte africana influenciou muito no artesanato brasileiro, Artesanatos feitos a mão, provenientes de cerâmica, como vasos, e esculturas, tiveram sua origem principalmente na África, e essas formas de se fazer arte, vieram para o brasil, através dos Escravos, que eram utilizados pelos portugueses para trabalhos Principais Locais onde o artesanato afro-brasileiro é encontrado
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Como a maioria do trabalho escravo era feita na costa brasileira, principalmente na produção de café, locais onde os escravos moravam, e se refugiavam, como quilombos, deixaram até hoje uma herança artesanal muito grande, portando, locais como Salvador e Bahia. que eram onde se localizava os principais quilombos, tem uma grande produção artesanal, que foi proveniente dos escravos que lá se refugiavam
Dilma sanciona lei que oficializa no país o Hino à Negritude Música será tocada em cerimônias para homenagear a comunidade negra. Primeiro projeto de lei para institucionalizar o hino foi proposto em 1966. A presidente DILMA ROUSSEFF sancionou lei que oficializa, em todo o país, o Hino à Negritude, música que exalta a população negra brasileira. Publicada no Diário Oficial da União nesta quinta (29), a Lei 12.981 prevê a execução do hino em cerimônias públicas organizadas para homenagear a comunidade negra.
A letra é de autoria do professor Eduardo Oliveira, ex-vereador da cidade de São Paulo, líder do movimento negro no Brasil e um dos principais articuladores do Congresso Nacional Afro-Brasileiro (CNAB). A primeira tentativa de institucionalizar o Hino à Negritude ocorreu em 1966, ano em que foi apresentada a primeira proposta sobre o tema. Em 1993 e 1997, foram protocolados novos projetos para institucionalizar o hino, mas as matérias não avançaram no Congresso. Em 2007, a proposta voltou a ser debatida no Legislativo por meio de um projeto de lei de autoria do deputado VICENTINHO (SP), atual líder da bancada do PT na Câmara. Na justificativa de seu projeto de lei, o petista, que é negro, argumentou que a homenagem ajudaria a valorizar "a trajetória do negro na formação da sociedade brasileira e a inexistência de símbolos que enalteçam e registrem esse sentimento de fraternidade entre as diversas etnias que compõem a base da população brasileira”. EIS O HINO À NEGRITUDE, leia abaixo a íntegra:
Sob o céu cor de anil das Américas 10
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Hoje se ergue um soberbo perfil É uma imagem de luz Que em verdade traduz A história do negro no Brasil Este povo em passadas intrépidas Entre os povos valentes se impôs Com a fúria dos leões Rebentando grilhões Aos tiranos se contrapôs Ergue a tocha no alto da glória Quem, herói, nos combates, se fez Pois que as páginas da História São galardões aos negros de altivez Levantado no topo dos séculos Mil batalhas viris sustentou Este povo imortal Que não encontra rival Na trilha que o amor lhe destinou Belo e forte na tez cor de ébano Só lutando se sente feliz Brasileiro de escol Luta de sol a sol Para o bem de nosso país Ergue a tocha no alto da glória Quem, herói, nos combates, se fez Pois que as páginas da História São galardões aos negros de altivez Dos Palmares os feitos históricos São exemplos da eterna lição Que no solo Tupi Nos legara Zumbi Sonhando com a libertação Sendo filho também da Mãe-África Arunda dos deuses da paz No Brasil, este Axé Que nos mantém de pé Vem da força dos Orixás 11
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Ergue a tocha no alto da glória Quem, herói, nos combates, se fez Pois que as páginas da História São galardões aos negros de altivez Que saibamos guardar estes símbolos De um passado de heróico labor Todos numa só voz Bradam nossos avós Viver é lutar com destemor Para frente marchemos impávidos Que a vitória nos há de sorrir Cidadãs, cidadãos Somos todos irmãos Conquistando o melhor por vir Ergue a tocha no alto da glória Quem, herói, nos combates, se fez Pois que as páginas da História São galardões aos negros de altivez (bis)
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BRINCADEIRA AFRICANA Ayo (Mancala) Escrito por Cláudio
É um tipo Regras do Jogo:
de
mancala.
O
objetivo
é
obter
o
máximo
de
sementes.
1. distribuem-se 4 sementes em cada uma das 12 cavidades (exceto nos oásis, as cavidades que ficam nas duas extremidades); 2. O território de cada jogador é formado pelas 6 casas da fileira à sua frente, acrescido do oásis à direita (somente utilizado pelo proprietário para colocar as sementes que capturar); 3. Escolhe-se um jogador para começar. 4. Em cada turno, um jogador escolhe uma cavidade, toma todas as sementes que estão lá (que vai ser 4 sementes para o primeiro jogador, mas pode ser mais ou menos enquanto o jogo continuar), e vai em volta da mesa no sentido anti-horário, plantando uma semente em cada cavidade por onde passar. 5. Se sua última sementes cair em uma cavidade de seu oponente e lá fizer um total de 2 ou 3 sementes você pode capturar todas essas sementes e adicioná-lo ao seu Oasis. (Ex: há 2 sementes na cava do adversário, quando você coloca a sua ficam 3, nessa situação você pode tomar essas 3 sementes e colocar em seu oásis. Outro exemplo: há 1 semente na cavidade do adversário, a sua última semente cai nesta casa e ela passa a ter 2 sementes. Você fica com as 2). 6. É possível fazer capturas seguidas quando a última semente sua fizer um total de 2 ou 3 na cavidade do adversário e a casa anterior, na qual você passou semeando também estiver com 2 ou 3 sementes. Você pode continuar retirando as pedras das cavas laterais enquanto estas apresentarem 2 ou 3 sementes. O jogo continua até que um jogador não possa mais mover-se, nesse ponto, aquele com mais sementes ganha.
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REVISTA CULTURA AFRO NAS ESCOLAS. Nยบ I, JULHO, ANO MMXIV. BIBLIOGRAFIA: http://g1.globo.com/brasil/noticia/2014/05/dilma-sanciona-lei-que-oficializa-no-pais-o-hinonegritude.html http://www.laabufpa.com/index.php/jogos-africanos/21-ayo-mancala.html http://www.artesanatoafro.com.br/ http://mestresdahistoria.blogspot.com.br/2011/06/conheca-historia-de-alguns-herois-e.html https://www.google.com.br/search?q=fotos+da+arte+afro+brasileira&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ei=K2C7U6uSFYfNsQSr4LADA&ved=0CBsQsAQ&biw=1366&bih=622
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