Suplemento Especial - Revista Rastros

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Suplemento

Especial

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Mais do que a história, as cid Rei, Tiradentes, Ouro Preto e viajantes muitas belezas em se cachoeiras e serras circundam fundindo-se com a paisagem e experiência única para quem olhar além do convencional RASTROS - JULHO 2012


SÃO JOÃO DEL REI

dades de São João del e Mariana oferecem aos eu entorno. Parques, m os casarios históricos e proporcionando uma deseja exercitar um RASTROS - JULHO 2012

namismo, foi cotada duas vezes para ser capital de Minas Gerais: a primeira durante o período da Inconfidência Mineira e, posteriormente, no final do século XIX. Pela cidade Se você chega em São João del Rei em um final de semana, pode até achar que não é um lugar turístico. No sábado à noite tudo é muito calmo, as pessoas fazem aquele típico programa de cidade pequena: passear pelas praças, tomar um sorvete, encontrar os amigos para bater um papo nas ruelas históricas... Aquele esquema “namorinho de portão, biscoito, café”. Essas pequenas coisas conferem à cidade um charme, inclusive na musicalidade dos sinos das igrejas que chamam as pessoas para acompanhar os cultos. Como a cidade vivenciou vários períodos econômicos, traços arquitetônicos diversos são encontrados em suas ruas, desde as famosas construções barrocas até o moderno. Para conhecer as igrejas da cidade procure ir pelas manhãs, nos horários das missas - só tome cuidado para não perturbar. Algumas igrejas não autorizam fotografias, então, fique atento aos avisos. Passeando, ainda é possível visitar as lojas de peças em estanho e pedra sabão

Foto: Pequena Notável

A cidade começou como um típico arraial de mineração no início do século XVIII, quando ouro é encontrado nas encostas da Serra do Lenheiro. O então chamado Arraial Novo do Rio das Mortes, se desenvolve a partir da distribuição e exploração das margens do ribeirão e do Porto Real da Passagem, instalado na margem esquerda do rio, onde se produziam e comercializavam mantimentos para os viajantes que iam rumo às áreas de mineração. Elevada em 1713 à condição de vila, seu novo nome é uma homenagem a Dom João V, rei de Portugal. Diferente das demais localidades auríferas, São João del Rei sofreu menos impactos no período de declínio da atividade, por volta de 1750. Isso porque sua economia era mais dinâmica e incluía uma diversificada produção mercantil, alimentícia, pecuária e agrícola. Em 1838 torna-se cidade, contando então com teatro, iluminação pública, hospital, grandes casarões de vendas de mercadorias, serviços de correio entre outros. A atividade têxtil ganha importância a partir de 1893 com a instalação da Companhia Industrial São Joanense de Fiação e Tecelagem. Por conta de seu crescimento e di-

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Estrada Real - Por uma iniciativa da Federação das Indústrias do Estado de MG, criou-se em 1999 o Instituto Estrada Real (IER) com o objetivo de transfomar o antigo caminho, aberto há mais de 300 anos pela Coroa Portuguesa, em um destino turístico. Hoje, a ER passa por 199 municípios – 169 em Minas Gerais, 22 em São Paulo e nove no Rio de Janeiro – e tem 1,6 mil quilômetros de extensão e mais de 80 mil quilômetros quadrados de área de influência. Para mais informações acesse site.er.org.br. Para os roteiros planilhados acesse www.estradareal.tur.br

Como esta é uma área de treinamento militar, é necessário uma autorização, que pode ser obtida no 11º Batalhão de São João del Rei.

Escalada em móvel caracterizada pela não existência de pontos fixos de segurança colocados na parede (grampos), pelo que é da competência do escalador criar os seus próprios pontos de segurança com recursos de materiais especiais.

do Largo do Rosário ou saborear pratos mineiros, cafés e um bom chope nos arredores da avenida Tiradentes, especialmente próximo ao largo da igreja de São Francisco de Assis. Perto da estação ferroviária também há bons restaurantes e sorveterias com sabores inusitados, como sorvete de queijo. Se você quiser ver ou comprar algumas peças de artesanato local, no município vizinho de Santa Cruz de Minas, é possível encontrar feiras com preços convidativos. São tapeçarias, esculturas, móveis em ferro e de demolição. Você pode pegar um ônibus urbano para Santa Cruz em frente à estação ferroviária. Eles são regulares e o trajeto dura cerca de 15 minutos. Ecoturismo - Cada caminhada pela região das cidades históricas nos revela uma geografia singular: céu azul, formações rochosas únicas que preservam trilhas centenárias e o verde da vegetação, que dá lugar ao capim amarelado nas épocas mais secas. Em São João del Rei as águas que entrecortam as serras formam várias cachoeiras no entorno da cidade. Destacam-se a Véu da Noiva e Sete Metros (bairro Tejuco), Urubu e Três Poços (no trevo de Matozinhos, sentido São João del Rei – Tiradentes), Quatorze (a 14 quilômetros da cidade, na estrada para Piedade do Rio Grande), Jaburu (10 quilômetros adiante do trevo de Ritápolis) e Baú (18 quilômetros de São João del Rei). Na antiga estrada que liga São João a Tiradentes, encontra-se a cachoeira do Bom Despacho, próxima ao marco da Estrada Real. Este filete que escorre da Serra de São José, formando poços naturais com pequenas cascatas, convida para banhos refrescantes, antes de seguir viagem. Ainda em direção a Tiradentes, no km 250 da BR 265, encontra-se a gruta Casa de Pedra. Esta formação rochosa a céu aberto com 403 metros extensão se assemelha a uma construção antiga, com galerias e salões. Pelas fissuras, luz e sombras desenham formas e intensificam cores. A vegetação que cobre a estrutura calcária retém a água, que escorre pelas pedras criando lentamente es-

talactites, estalagmites e cortinas. Além dos mitos e lendas que envolvem o lugar (a mais famosa é a do índio Irabussu), a importância cultural da gruta está registrada na história e na literatura, pois o local atraiu desde o século XIX estudiosos da área geológica e recebeu visitas de figuras como Dom Pedro II, em 1881, e foi cenário de dois romances de Bernardo de Guimarães. Para quem busca um pouco de descanso e relaxamento, o ideal é mudar o itinerário rumo ao norte, até chegar ao Balneário de Águas Santas. O nome remete às construções dos inúmeros calçamentos de pedras feitos pelos escravos, encontrados até hoje nas trilhas. Durante este processo, os escravos se machucavam muito, então lavavam e curavam suas feridas no local. Hoje se sabe que as fontes magnesianas e radioativas da encosta da Serra de São José são as responsáveis pelas propriedades terapêuticas da água que abastece o balneário. Mesmo em dias mais frios é possível desfrutar destes benefícios, já que a temperatura média da água é de 27°C. Além da estrutura de lazer há um centro hidroterápico no local. Agora, se seu lugar é nas alturas, vá para a Serra do Lenheiro, a noroeste da cidade. Famosa por abrigar o primeiro campo escola de escalada tradicional do Brasil, hoje a área é utilizada para treinamento militar, porém é possível realizar atividades de escalada e montanhismo mediante autorização. Os paredões são formados principalmente por quartzito, com rocha altamente porosa e pouco abrasiva, o que torna a subida mais confortável para os dedos. São três “pontões” que permitem ótima prática de escalada em móvel. Outro atrativo da Serra são as caminhadas de curta e média duração. No Pontão Maior é possível ver pinturas rupestres deixadas por tribos nômades entre 6 e 9 mil anos atrás e a misteriosa escultura em pedra do rosto de uma mulher. A lenda é que, um escravo se apaixonou pela filha do dono da fazenda local e, como o relacionamento era impossível, ele se suicidou após esculpir esta homenagem. Foto: Camila Collato

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SÃO JOÂO DEL REI - TIRADENTES

história

Fotos: Camila Collato

Viajando pelos trilhos da

Muitos são os caminhos convidativos para chegar até a pequena Tiradentes. Cada passo nesta região não nos proporciona apenas uma boa conversa com os moradores ou momentos de contemplação da natureza: tudo na região remete ao passado em contraste harmônico com o presente. Mas uma maneira diferente de viajar é, sem dúvida, na centenária “maria-fumaça” pela Estrada de Ferro Oeste de Minas. A locomotiva, fabricada nos Estados Unidos no início do século XX, percorre 12 quilômetros sempre acompanhando o Rio das Mortes. São 35 minutos entre as paisagens do Campos das Vertentes e fazendas centenárias onde o bilheteiro, passando de vagão em vagão, marca as passagens com um pequeno furador, como em cenas de filmes antigos. Somente passageiros são transportados neste trecho. Mas antes de embarcar, chegue um pouco antes para visitar e conhecer as peças históricas do Museu Ferroviário de São João del Rei, fundado em 1881.

Estações Ferroviárias

São João Del Rei: Av. Hermíllo Alves, s/nº - Centro. Tel: (32) 3371-8485 Tiradentes: Praça da Estação

Visitação

Partida de São João Del Rei: 10h e 15h Partida de Tiradentes: 13h e 17h Passeios sexta a domingo e feriados Ingressos: R$30,00, ida e volta Criança até 5 anos tem passe livre. Crianças de 6 a 10 anos têm 50% de desconto. RASTROS - JULHO 2012

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TIRADENTES Com roupagem antiga e espírito novo Assim como sua vizinha São João del Rei, Tiradentes iniciou sua colonização no período da mineração do ouro na bacia do Rio das Mortes, nos primeiros anos do século XVIII. O pequeno Arraial Velho (como era conhecida), vinculado à então vila de São João del Rei, alcança a categoria de vila em 1718 com o nome de São José

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ssa cidade é tão peculiar porque, após o período de decadência da exploração de ouro, Tiradentes passou por um longo período de esquecimento tornando-se uma “cidade morta” até meados do século XX. Isso preservou seu conjunto arquitetônico e urbanístico de maneira excepcional, mas também gerou uma situação de descaso excessivo em relação ao patrimônio e os demais bens culturais da cidade, verificado principalmente a partir de 1970. Desde então as iniciativas de particulares (principalmente de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional buscaram revitalizar o lugar e direcionar a economia para o turismo. Claro que isso gerou coisas boas e ruins para a cidade: por um lado um maior dinamismo econômico e maior visibilidade nacional, por outro atraiu eventos que nada tem a ver com a cultura local e modificou as relações dos habitantes com seu próprio espaço. Muitas das construções do centro histórico, que antes eram residências, se tornaram pousadas, restaurantes e estabelecimentos comerciais e os moradores de origem foram deslocados para as periferias da cidade. Profissões antigas foram substituídas pelo trabalho no turismo e a infra-estrutura dos novos bairros ainda é deficiente. Outro agravante é o fato da cidade estar situada na área de preservação da Serra de São José. A estrutura urbana ainda não é suficiente para suportar o aumento da população durante grandes eventos e feriados, por exemplo. Para Dalton Cipriani que há oito anos trabalha no ramo de ecoturismo na região, “o turismo ainda está muito voltado para as classes altas, principalmente casais sem filhos. Você pode notar que é muito difícil encontrar pousadas com quarto single aqui na cidade, os albergues ainda são iniciativas raras. O receptivo turístico ainda tem certo preconceito quando

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Foto: Rodrigo Allgayer

falamos sobre viajantes mochileiros, pois confundem este perfil de turista com os visitantes esporádicos que vem para eventos e feriados. Muitos destes visitantes esporádicos não consomem, não permanecem na cidade e muitas vezes são mal-educados. Mas vejo que nos últimos anos está havendo uma mudança na metalidade do setor”. Outro fator importante apontado para a mudança é a emergência da classe C, pois os estabelecimentos acabam oferecendo preços mais acessíveis, o que contribui para o desenvolvimento da atividade turística. Passear por Tiradentes é desfrutar do prazer de poder andar calmamente a pé nos calçamentos antigos, sentir o aroma vindo dos cafés ou do feijão tropeiro dos restaurantes, visitar não só igrejas e museus históricos, mas também centros culturais, ateliês e livrarias que escondem raridades da literatura nacional. As ruas da cidade são inspiradoras para os amantes da fotografia. São muitas cores, flores e a arquitetura que se funde perfeitamente com as curvas suaves da Serra de São José ao fundo. Um bom ponto de partida para conhecer a cidade é o Largo das Forras. Mais do que a praça principal, ali se concentra a maior parte dos serviços de informação, pousadas, lojas e restaurantes. Além, é claro, de ser um típico ponto de encontro dos moradores. No largo está o prédio da prefeitura, a Secretaria de Cultura

e Turismo, a Capela do Bom Jesus da Pobreza (do século XVIII), e a pequena Capela dos Passos, com atividades principalmente na Semana Santa. Saindo do largo e seguindo pela Rua Direita, você encontra o Centro Cultural Yves Alves, parada obrigatória para quem deseja saber mais sobre a cultura e os artistas locais. No espaço, fundado em 1998, ocorrem sessões de cinema, apresentações musicais, exposições, espetáculos de dança, palestras e workshops. Outra boa parada, logo ao lado, é a Livraria Café Itatiaia. Ali você encontra livros sobre artes, literatura, ótimos álbuns e discos além de um ambiente aconchegante para um cafezinho. Mesmo que seu objetivo não seja o turismo religioso, a matriz de Santo Antônio (1710), situada no ponto mais alto da cidade, traz vários traços arquitetônicos e curiosidades históricas interessantes. Sua fachada foi reformada, cem anos depois de sua construção, sob os traços de Aleijadinho e o douramento interno consumiu cerca de 482 quilos do metal precioso. Além dos sete altares, suas esculturas e adornos, a Igreja possui um antigo órgão em estilo rococó confeccionado na cidade do Porto (Portugal) e instalado em 1788. Outra atração é o relógio solar de duas faces situado no pátio externo. Para marcar com precisão o horário, uma face foi feita para o verão e outra para o inverno, conforme a posição do sol. Para não passar pela cidade sem um toque de história sobre a

Rota para escoamento de ouro, a pedregosa calçada dos escravos era via de comunicação entre os inconfidentes

Foto: Tadeu Pereira

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Foto: Uai Trip Divulgação

Foto: Uai Trip Divulgação

Inconfidência Mineira, você pode ir até a que levam você aos mirantes, em altiturua que leva o nome de uma das princides que variam de 1100 a 1250 metros. pais figuras do movimento, Padre Toledo. A passagem pela Calçada dos Escravos, Ali você encontra a Casa da Cultura, que datada do século XVIII, é obrigatória para reúne inúmeros documentos do período quem quer curtir a natureza percorrendo os antigos caminhos do ouro e dos colonial, publicações do Arquivo Público inconfidentes. Você pode escolher entre Mineiro e do Instituto do Patrimônio tomar um banho refrescante no Poço Histórico e Artístico Nacional (Iphan), do Carteiro e suas piscinas naturais, na e trabalhos de artistas brasileiros como Cachoeira do Mangue ou fazer um trekking Guignard, Cândido Portinari e um poema noturno com observações astronômicas de Carlos Drummond de Andrade sobre no topo da serra. Tiradentes. O famoso Museu do Padre Para quem não quiser caminhar, as Toledo, antigo casarão onde viveu o inleves e agradáveis cavalgadas permitem confidente, atualmente está em reforma. conhecer as encostas da serra, fazendas, Ele reúne móveis e principalmente pino rico artesanato do vilarejo de Bichinho turas da época, incluindo peças do pintor ou percorrer o leito do Rio das Mortes. Já Manoel da Costa Ataíde. para quem é adepto da poeira da estrada Outro bom exemplar setecentista é o em 4x4, os roteiros em off road são ótimas Chafariz de São José, com seus adornos pedidas pelo interior de Tiradentes, Bichibarrocos e detalhes esculpidos em pedra. nho e Prados. Em duas rodas, os roteiros Construído para abastecer a cidade com de bike são ideais para todas as água potável, além do consuidades. Você pode conhecer mo humano, no chafariz os algumas propriedades rurais escravos lavavam roupas e e, em algumas delas, provar um tanque era destinado aos pratos típicos mineiros, uma animais. A água vem da Serra boa cachaça de alambique ou de São José, em uma nascente uma limonada bem gelada localizada no Bosque Mãe Devido ao servida na chaleira. São trilhas d’Água e é levada até o lugar calçamento de de intensidade leve em terreno através de um antigo aquepedras das ruas, plano como a da Caixa D’Água duto de pedra. Você também prefira roupas (que passa pela antiga linha pode dar uma caminhada leves e confortáveis e calçaférrea), média, como a da pelo bosque que guarda, além dos baixos com Cachoeira Paulo André, ou de da nascente e do aqueduto, bom solado de uma antiga calçada de mil dificuldade alta como a antiga borracha. metros construída pelos estrada entre Tiradentes e Os museus e escravos. Bichinho. igrejas cobram Um diferencial em TiraEcoturismo - Se alongar- pequenas taxas dentes é o passeio de floating mos nosso olhar, percebemos de conservação. que percorre silenciosao grande potencial e as beleEntão separe algumas notas mente 8 quilômetros do rio zas escondidas na natureza pequenas na Elvas. Mesmo usando botes em Tiradentes. Não é sem sua mochila! infláveis parecidos com os da motivos que, desde 1990, a - Antes de sair prática de rafting, o floating Serra de São José é uma Área clicando, veja não busca transpor corredeide Proteção Ambiental: seus se é permitido ras, utilizando apenas remos 12 quilômetros de extensão fotografar – em um agradável deslizar abrigam rica fauna, flora e especialmente pelas águas através de áreas possibilitam o trânsito de no interior das igrejas e de mata atlântica. Uma um ecossistema a outro em museus. ótima opção para grupos e apenas alguns passos, saindo - Não caminhe famílias com crianças que de áreas de cerrado, passando sozinho pelas desejam conhecer melhor a pela mata atlântica e chetrilhas e leve natureza local sem grande gando até o topo em campos sempre um esforço físico. rupestres. mapa com você. São várias opções de trilhas

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Foto: Camila Collato

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Foto: Camila Collato

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Foto: Camila Collato

Paisagens para renovar o fôlego

OURO PRETO

A primeira vez que você chega a Ouro Preto, a sensação é de surpresa. Como, em um terreno tão montanhoso, ergueu-se uma das cidades mais belas e mais ricas em cultura e história do Brasil? Somente a febre pelo ouro poderia explicar a escolha de povoar um lugar de relevo tão sinuoso e acidentado

As origens da cidade remetem ao ano de 1698, através da união entre três arraiais já existentes, elevados a categoria de vila em 1711. Tornou-se capital de Minas Gerais em 1720 e, em 1823, recebeu o título de Imperial Cidade por D. Pedro I sendo conhecida oficialmente por Ouro Preto. O nome foi escolhido por conta do ouro escuro recoberto por uma camada de óxido de ferro, encontrado na cidade. Ouro Preto foi cenário de vários fatos históricos do Brasil, entre eles, os mais famosos, a Inconfidência Mineira, a Guerra dos Emboabas e a Revolta de Filipe dos Santos contra a Coroa Portuguesa. Após a decadência aurífera, no século XIX, a cidade perdeu parte de sua influência política para São Paulo e Rio de Janeiro. Isto fortaleceu economicamente atividades como agricultura e pecuária e outras menos expressivas, porém complementares, como a avicultura, os engenhos de farinha e açúcar, o comércio e artesanato. As mudanças do século XIX transformaram Ouro Preto em um local de contrastes. O antigo e o novo, a riqueza e a pobreza, as formas de ocupação que dividiam a cidade em zonas de comércio. A incorporação do consumo e o surgimento de uma classe média ligada às atividades comerciais e pequenos ofícios, permitiu novas vivências para a sociedade ouro-pretana mas esta, ao mesmo tempo, mantinha tradições locais e não solucionava suas contradições internas, sustentando as diferenças sociais e a perpetuação de valores simbólicos. Apesar da cidade se destacar, hoje, pelas artes, pela cultura e pelo turismo histórico - com seus casarões, igrejas e rico artesanato em pedra sabão e pedras preciosas - Ouro Preto ainda é referência na área de mineração e geologia, sendo destaque a famosa Escola de Minas - que integra hoje a Universidade Federal de Ouro Preto. Uma curiosidade: o topázio imperial, uma rara gema de coloração que vai do amarelo ao laranja, com nuances de rosa ou vermelho, só existe em quantidades expressivas na região de Ouro Preto. No mundo há registros de pequenas jazidas na Nigéria, Madagascar, Paquistão, Sri Lanka e Rússia. Pela cidade - Partindo da Praça Tiradentes, o coração da cidade, é possível conhecer muitas das belezas que se escondem nas sinuosas ruas e ladeiras que serpenteiam as encostas de Ouro Preto. Como dizem os moradores locais, “se tem duas coisas que você não vê pela cidade são academias a bicicletas”.

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Fotos: Camila Collato

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Enquanto os artesãos locais adornam a cidade com peças únicas em madeira e pedra sabão... Os estudantes da Universidade Federal de Ouro Preto tem uma tradição bem forte: as repúblicas estudantis. Algo que você vai observar nas ruas da cidade, são as inúmeras placas coloridas entalhadas em madeira indicando estas moradias universitárias. São 58 repúblicas federais e mais de 130 particulares. A maioria oferece hospedagem para os viajantes, com diárias em torno de R$ 15. As confraternizações são freqüentes nas casas e no CAEM (Centro Acadêmico da Escola de Minas, localizado na Praça Tiradentes), o que é ótimo para quem quiser se integrar e conhecer como é o cotidiano na cidade.

Pilar (ao lado da Igreja), Praça Tiradentes (atrás da escola estadual D. Pedro II), Rodoviária e Casa dos Contos.

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Por isso prepare um calçado bem confortável e roupas leves, pois as subidas e descidas são inevitáveis. Mas, não se assuste. O sistema de transporte de Ouro Preto é bem funcional - a passagem de ônibus custa cerca de R$1,70 e ainda há serviço de táxi-lotação, que percorre todos os pontos da linha de ônibus pelo mesmo valor da tarifa. Outro hábito bem difundido, em grande parte pela população universitária local é a carona. Cidade natal do escultor e arquiteto Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, Ouro Preto é o barroco por todos os lados. O imponente Museu da Inconfidência abriga uma exposição permanente sobre as origens da cidade, o período colonial, e aspectos ligados ao movimento que culminaria na Inconfidência. Seu acervo possui mais de quatro mil peças, especialmente dos séculos XVIII e XIX, além de uma seção de Musicologia, destinada a resgatar e preservar manuscritos de obras sacras e populares. O Museu de Mineralogia da Escola de Minas (UFOP), além de servir para estudos universitários, possui uma das maiores coleções de minérios do mundo. São diamantes, minérios de urânio, topázio imperial, quartzos e opalas, entre outros. Entre as igrejas destacam-se a Matriz de Nossa Senhora do Pilar, com cerca de 400 quilos de ouro e 400 quilos de prata utilizados em sua ornamentação, a igreja de São Francisco de Assis com grande parte de seu desenho feita por Aleijadinho e pinturas de Manoel da Costa Ataíde. Na Matriz de Nossa Senhora da Conceição está enterrado Aleijadinho e seu pai, há um museu com obras do artista. Desça a rua Cláudio Manoel, passe pela casa do escritor Thomaz Antônio Gonzaga e visite a famosa feira de artesanato em pedra sabão do Largo Coimbra. Ali se reúnem inúmeros artistas e artesãos locais, vale a pena trocar “dois dedinhos de prosa”. Na rua São Francisco, visite a Casa de Artes, um

espaço com exposição permanente de obras dos artistas ouro-pretanos. Se você quiser ver espetáculos de teatro, dança e recitais, não deixe de passar na Casa da Ópera para conferir a programação. Localizado na rua Brigadeiro Musqueira e inaugurado em 1770, este é o espaço teatral mais antigo da América do Sul. Na rua Conde de Bobadela dê uma parada no bar Barroco para descansar e comer aquela que é considerada e melhor coxinha do Brasil. O ambiente é descontraído, com as paredes recobertas de assinaturas e mensagens deixadas pelos visitantes. Indo em direção à rua São José, você chegará até a Casa dos Contos, uma construção do século XVIII que abriga o Museu da Moeda e do Fisco e o Centro de Estudos do Ciclo do Ouro. Possui também exposições permanentes de mobiliário e objetos dos séculos XVIII e XIX, manuscritos e mostra de moedas e medalhas de diferentes períodos históricos. Para um passeio leve e agradável, o ideal é o Parque Horto dos Contos, uma área verde no meio da cidade cortada por mirantes e trilhas, que se estende desde a parte alta da igreja de São Francisco de Paula até a Matriz de N. Sra. do Pilar. São quatro portarias de acesso ao parque que conta com infra-estrutura de lazer com lanchonete, mirantes, quadra, parque infantil, sanitários, vestiário e anfiteatro. Ecoturismo A preservação aliada ao ecoturismo fazem do Parque Estadual do Itacolomi o destino mais conhecido para quem quiser um pouco

Parque das Andorinhas abriga tranqüilidade em cenários de beleza exuberante

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Foto: Campos Floriados Divulgação

Foto: Sérgio Mourão

...no interior as montanhas e campos dão cor e vida aos distritos e parques em volta da cidade

Foto: Ronald Peret

de ar puro e conhecer mais sobre a natureza local. Criado em 1967 e, situado entre os territórios de Ouro Preto e Mariana, o Itacolomi está numa faixa de transição entre o cerrado e a mata atlântica. Por isso abriga inúmeras espécies vegetais endêmicas e animais ameaçados de extinção, além de possuir vários córregos e nascentes. As trilhas do Forno, da Capela e da Lagoa são ótimas opções de caminhadas leves. Há também pequenas expedições ao Morro do Cachorro, trilha do Mirante, Pedra do Sertão e à represa da Bacia do Custódio. Nos dias quentes, é possível se refrescar e sobrevoar o lago da Reserva Florestal do Manso em uma tirolesa. Não só belezas naturais compõem as paisagens. A rica história e cultura se mantém vivas na Casa Bandeirista e no Museu do Chá. A casa, construída entre 1706 e 1708, era posto fiscal e de vigilância das minas, e é tida como um dos primeiros prédios públicos de Minas Gerais. O museu retrata parte da economia local na década de 30, pois a Fazenda São José do Manso, até então localizada dentro do parque, era pólo de beneficiamento de chá-da-índia, exportado para várias regiões do mundo. O antigo maquinário alemão, painéis informativos e vídeos contam um pouco do dia-a-dia da produção e curiosidades de uma das bebidas mais consumidas no mundo. A principal atração do parque é, sem dúvidas, a subida ao Pico do Itacolomi. Cada parada para admirar a vista panorâmica das montanhas e cidades vizinhas, nos remete à época em que os primeiros bandeirantes utilizavam as rochas do topo como referência geográfica para chegar às minas de ouro. Os 15 quilômetros de trilha, até atingir os 1.700 metros de altitude do pico, têm obstáculos pedregosos e íngremes, então, redobre a atenção. Os mirantes acompanham todo o percurso, siga sem pressa, desfrute o caminho e contemple as montanhas com novos olhos. RASTROS - JULHO 2012

Outra opção em Ouro Preto é o Parque Municipal das Andorinhas, com trilhas, cachoeiras, piscinas naturais e lugares para prática de rapel. Local da nascente do rio das Velhas, as águas são o atrativo mais conhecido do parque, especialmente a Cachoeira das Andorinhas com sua queda de dez metros, dentro de uma formação rochosa parecida com uma gruta, água transparente e temperatura em torno dos 20°C. No parque também está uma das maiores cachoeiras da região, a Véu de Noiva, com 40 metros de queda. Com o monitoramento dos guardas-parque você pode fazer diversas trilhas em trechos de mata nativa e é preciso atenção e calçados confortáveis para explorar os terrenos escorregadios, pedregosos e, algumas vezes, com fendas profundas nas rochas. Para os rapelistas, a Pedra do Jacaré oferece boas condições para a prática. Antes de partir de Ouro Preto, não deixe de conhecer os distritos de Lavras Novas e o vilarejo de Chapada. Em Lavras, vale a pena um passeio pela Serra do Trovão, principalmente para ver o dourado pôrVocê sabe qual -do-sol e o nascer da lua no topo da serra. a diferença A vista de 360° permite observar as forentre trekking e mações das serras do Caparaó, da Chapahiking? da, do Caraça, de Ouro Branco, e os picos O termo trekking do Itacolomi e do Itabirito. O acesso pode é mais apropriado ser a pé, de bike ou cavalo, pela estrada para as caminhade terra que parte de Lavras Novas. Logo das ao ar livre de longa duração, após o Chalé Serra do Trovão (localizado que exigem do à esquerda da estrada), você deve seguir praticante maior pela trilha à direita. A caminhada é de nípreparo físico e, ás vel fácil com duração média de duas hovezes, pernoite na ras. É possível chegar ao vilarejo da Chatrilha. pada pelo topo da Serra do Trovão, mas Hiking designa para esse trecho é recomendado estar as caminhadas ao acompanhado de um guia. ar livre de curta duração e que Para quem gosta de hiking, há roteiros exigem menos que variam de três a quatros horas até as preparo dos pratibelas cachoeiras de Três Pingos, Namocantes. rados, Pocinhos e Prazeres.

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Foto: Camila Collato

OURO PRETO - MARIANA

Serpente de

Ferro

Ao percorrer os 18 quilômetros do trecho ferroviário Ouro Preto – Mariana temos a certeza de que, em pleno final do século XIX , não foi uma tarefa fácil para os engenheiros transpor as barreiras topográficas naturais. As obras da ferrovia, iniciadas em 1883 e concluídas em 1914, possibilitaram o impulso industrial da região, onde as locomotivas foram responsáveis pelo transporte de grande parte das riquezas geradas pela mineração. A restauração do patrimônio arquitetônico e estrutural das estações e do trem turístico, inaugurado em 2006, foi uma iniciativa bem sucedida da parceria entre a Ferrovia Centro-Atlântica, a Companhia Vale e a Associação Brasileira de Preservação Ferroviária. A charmosa locomotiva a vapor, e os vagões de madeira em estilo antigo, levam cerca de 240 passageiros por um trajeto que segue o curso do Ribeirão do Carmo, passando por quatro túneis, vales e encostas de tirar o fôlego. A vegetação transita entre espécies típicas do cerrado com a mata de araucárias, e é possível vislumbrar algumas cachoeiras no trajeto. Durante a viagem, as pequenas estações de Vitorino Dias e Passagem de Mariana demarcam que, por ali, já passaram muitos trabalhadores e equipamentos responsáveis pelo dinamismo da economia local. Se você gosta de fotografar, a dica é ir no vagão panorâmico já que, por questões de segurança, as janelas do trem são travadas. Nas estações de Ouro Preto e Mariana estão as bases do Programa de Educação Patrimonial desenvolvido pela Vale. O complexo de Ouro Preto que abriga o antigo casarão da Estação Ferroviária e uma tenda para atividades culturais. Inclui exposições; tótens interativos onde o visitante conhece melhor a história das cidades, flora e fauna da região; acervo do setor ferroviário constituído em parceria com a Universidade Federal de Ouro Preto; uma sala com a maquete ferroviária explicativa sobre o trecho; Sala de Memórias onde ficam registradas a sabedoria e tradições populares dos moradores locais; biblioteca infantil; Vagão Sonoro-Ambiental estruturado para aulas de música e oficinas de construção de instrumentos e o Vagão Café que oferece uma agradável parada gastronômica. Em Mariana, logo na chegada à estação é possível ver um grande número de crianças batucando os diversos brinquedos sonoros da Praça Lúdico-Musical. No hall, estão um pequeno Espaço Museográfico, biblioteca infanto-juvenil e uma sala multiuso. Há também os vagões interativos, como o de Oficina de Vídeo, onde são registrados os relatos orais dos moradores e visitantes da região; o Vagão dos Sentidos, que proporciona uma imersão dos visitantes nos vídeos temáticos projetados em telas presas às paredes do vagão; e o Vagão Café, que foi desativado.

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Informações As viagens de trem acontecem sextas, sábados e domingos.

Horários Saídas de Mariana - 08h30 e 14h Saída de Ouro Preto - 10h e 15h30

Tarifas* Inteira R$ 40,00 ida e volta, e R$ 25,00 ida. Meia (estudantes e adultos com mais de 60 anos) R$ 25,00 ida e volta, e R$ 13,00 ida. Vagão Panorâmico - Promocional R$ 70,00 ida e volta, e R$ 40,00 ida. * Alberguitas, com comprovação, recebem 20% de desconto.

Estação Ouro Preto Praça Cesário Alvim, s/n. Barra. Aberta de terça-feira a domingo e feriados nacionais, das 9h às 17h. Tel da Bilheteria: (31) 3551-7705 Tel da Estação: (31) 3551-7310

Estação Mariana Praça Juscelino Kubitschek, s/n. Centro. Aberta de terça-feira a domingo e feriados nacionais, das 9h às 17h. Tel da Bilheteria: (31) 3557-3844 Tel da Estação: (31) 3558-3104

Veja mais fotos do passeio acessando o blog da Rastros

RASTROS - JULHO 2012


A primeira capital A 15 quilômetros de Ouro Preto está Mariana, maior produtora de ouro da região no século XVII. Mesmo ofuscada pela fama da cidade vizinha, não decepciona os visitantes

MARIANA

Fotos: Camila Collato

As bases do pequeno arraial de Nossa Senhora do Carmo começaram a ser criadas ainda no ano de 1696 e, por causa da grande quantidade de ouro encontrada na região, foi rapidamente elevado à categoria de vila e então, cidade, em 1745. Mariana foi pioneira em muitos aspectos: além de primeira capital do estado de Minas, foi a primeira cidade a ter traçado urbano planejado - com ruas em linha reta e traçado retangular para as praças - e foi sede do primeiro bispado do estado, o que conferiu ao lugar grande importância religiosa. Nas artes, é terra natal do poeta e inconfidente Cláudio Manuel da Costa, o pintor sacro Manuel da Costa Ataíde e Frei Santa Rita Durão, autor do poema épico Caramuru. A arquitetura barroca colonial se mantém imponente com seus casarios e igrejas, mas se mescla com construções recentes, como observado em São João del Rei. Hoje Mariana está entre os municípios do Quadrilátero Ferrífero, mantendo a mineração, o turismo e o comércio como principais atividades econômicas. Pela cidade - Começando pela região central da cidade, encontramos diversos atrativos histórico-culturais na rua Direita

e seus enormes casarões, entre os mais famosos a casa do Barão de Pontal com suas sacadas adornadas em pedra sabão, a Casa Setecentista, que hoje é sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e o sobrado onde viveu o poeta e escritor Alphonsus de Guimarães (1870 - 1921), o “Místico de Mariana”. Chegando na Praça Cláudio Manoel – ou da Sé como também é conhecida – visite a catedral. Por fora você achará uma construção bem simples, porém a rica ornamentação interna encanta os visitantes. Os toques de Manuel da Costa Ataíde e Aleijadinho também estão presentes na decoração, mas a principal atração são os concertos do órgão Arp Schnitger. Ainda no Centro Histórico, indo em direção a Praça Minas Gerais estão as igrejas de Nossa Senhora do Carmo, São Francisco de Assis – onde está sepultado “Mestre Ataíde” - a antiga Casa da Câmara e Cadeia e o Museu de Arte Sacra. Ali também está um dos poucos pelourinhos que restaram no Brasil. Para uma parada relaxante, aproveite a Praça Dr. Gomes Freire com seus jardins cercados por charmosos casarões do século XVIII. Reduto da antiga elite da cidade, no local se concentram vários restaurantes de comida típica mineira - vale a pena experimentar. Ao lado da praça também está o chafariz São Francisco,

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Foto: Marcos Gonçalves

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Foto: Camila Collato

com adornos esculpidos em pedra. E, para quem gosta de artes plásticas, teatro e música, na rua Frei Durão está o Teatro SESI de Mariana. Dê uma passadinha para conferir a programação. Continue a caminhada agora subindo ladeira rumo a um dos cartões postais e uma das vistas mais belas de Mariana: a igreja de São Pedro dos Clérigos. Diferente das outras de estilo barroco, esta construção tem linhas mais ovaladas e de detalhes simples na decoração. Descendo a rua Dom Silvério até a praça Dom Benevides, você pode visitar os jardins do Seminário Maior São José. A visitação é limitada, pois o local funciona para retiros e meditações. Com relevante acervo cultural reconhecido em janeiro deste ano pela Unesco, o Museu da Música de Mariana abriga o maior acervo de partituras sacras manuscritas da América Latina. São documentos datados dos séculos XVIII e XIX, instrumentos musicais e livros, além da exposição permanente que permite ao visitante ouvir seis obras de diferentes compositores. No local são oferecidas oficinas, seções para a pesquisa acadêmica, atividades de formação e, claro, concertos. A quatro quilômetros de Mariana, o passeio até Mina da Passagem é imperdível para quem quer sair dos livros e vivenciar como era o dia-a-dia em uma mina de exploração de ouro. Em atividade do século XIX até 1984, só deste local saíram cerca de 35 toneladas do metal, extraídos de maneira trabalhosa dos veios de quartzito. Ao embarcar no pequeno trolley, que dá acesso às galerias situadas a 120 metros de profundidade, o cenário é supreendente: grandes labirintos de altas galerias esculpidas na rocha e o lago azul cristalino que se formou na mina após ela ser desativada. Para os praticantes de mergulho em caverna, há uma base para a prática dentro da mina. Na saída, há uma breve demonstração da lavagem e separação do ouro e o pequeno Museu da Mina expõe peças da época deste ciclo econômico. Ecoturismo - Boa parte da riqueza natural de Mariana pode ser apreciada em seu entorno, nos pequenos distritos de Santa Rita Du-

rão, Camargos, Monsenhor Horta, Bandeirantes, Padre Viegas, Claudio Manoel, Furquim, Cachoeira do Brumado e Passagem de Mariana. Neles o visitante pode apreciar as tradicionais festas religiosas e de carnaval, percorrer agradáveis caminhos entre cachoeiras, serras, grutas, mirantes naturais e realizar tours culturais que contemplam o rico artesanato e gastronomia típica mineira. Em Cachoeira do Brumado e Passagem de Mariana ficam as duas cachoeiras mais famosas da região, Brumado e Serrinha. A última fica dentro Os mergulhos devem ser da área do Paque do Itacolomi e seu agendados previamente, com acesso é por uma trilha em terreno no mínimo quatro praticantes íngreme com cerca de dez quilômee geralmente são realizados tros. O esforço é compensado por nos finais de semana e suas lagoas de águas cristalinas e um feriados. Há possibilidade de tanto geladas, devido à proximidade locação de equipamentos com a nascente. para a prática. Operadora DiMariana possibilita, em média, 30 vegold: www.divegold.com. roteiros ecoturísticos que incluem br/minadapassagem.html caminhadas, cachoeiras, rapel, escaladas, descidas de cachoeiras (canyonning), descida em cavernas e práticas aéreas como asa delta e parapente. A dez quilômetros do centro da cidade, na região da Serrinha, encontra-se uma das principais reservas de água potável da área. Há cerca de seis cachoeiras para os aventureiros, com destaque para a Cachoeira dos Estudantes, com suas quedas e poços de águas cristalinas e possibilidade de escalada em um paredão de sete metros. Outras são a Lagoa dos RASTROS - JULHO 2012


Foto: Cley Everton

Foto: Cley Everton Foto: Milton Brigolini Neme

Patos, com seus tobogãs naturais; da Nega, com suas águas escuras e ser baixadas no site www. topografia exótica; e Véu de Noiva, mmmariana.com.br. Tamcom sua queda d’água, com cerca bém estão disponibilizadas de 80 metros, entre rochas. Para gravações em formato mp3 quem gosta de mergulho amador, a dica é a cachoeira da Garganta do Diabo, a doze quilômetros do centro. A trilha até chegar ao local acompanha o leito de um rio de águas límpidas, e nos traz outras surpresas como a observação de animais silvestres e uma construção em ruínas do século XVIII, utilizada como apoio para a Estrada Real. O lago formado pela cachoeira é um ponto de descanso e contemplação imperdível. Seguindo pela estrada da Serrinha, depois de 25 quilômetros, encontramos a cachoeira do Sibrão. O trajeto já é um dos atrativos mais interessantes, pois está em uma região entrecortada por vales, mata nativa, pontes antigas, rios e riachos que serpenteiam pelo relevo. Se você gosta de mountain bike, também é possível chegar ao local desta maneira. Outra queda muito conhecida é a cachoeira do Bumbaça, próximo, a linha do trem percorrida pela “maria-fumaça” Ouro Preto – Mariana. No caminho, túneis da estrada de ferro, salto por riachos e muita natureza neste cenário que culmina com a queda entre grandes paredões rochosos de tons avermelhados. Todas as partituras podem

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O dourado das minas dá lugar aos matizes do Pico da Cartuxa e cachoeira do Brumado

A região do Sertão, distante 12 quilômetros de Passagem de Mariana, com acesso pela Serrinha, guarda rochas e paredões gigantescos. Além dos ótimos pontos para a prática de escaladas, tirolesa, rapel, trilhas e belíssimas cachoeiras, as atrações mais visitadas são as Pedras Gêmeas e a Pera do Rato. Para quem quiser apreciar um pouco mais da paisagem e a vista panorâmica das montanhas, há possibilidade de armar acampamento no local com a supervisão de guias locais. Para uma viagem ecohistórica, visite as ruínas de vilas da época do ciclo do ouro em Morro Santana e Morro Santo Antônio. Pelas trilhas e mirantes é possível observar as marcas deixadas pelo trabalho dos escravos e as galerias escavadas na busca por minérios. Próximos ao Morro Santana estão ainda, a Mina do Gogô, as cachoeiras do Gogô e o mirante com vista panorâmica de Mariana e da estrada de ferro. Para quem quiser apreciar as belezas das alturas, o Pico da Cartuxa é um famoso ponto de prática de vôo livre. Com 1.343 metros de altura, e condições climáticas ideais para o vôo de asa delta e parapente, o lugar já sediou eventos nacionais. Ainda no pico, uma área considerada um verdadeiro campo escola para as práticas verticais é o Castelinho. Os grandes blocos de hematita com cerca de 30 metros de altura abrigam várias vias grampeadas e de diferentes níveis de dificuldade para escalada e rapel. Parte do trecho pode ser feita de carro até acessar a trilha.

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SERRA DA GRACIOSA

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Trilhas, montanhismo, mountain bike, muita cultura e gastronomia em pequenas comunidades e cidades históricas. A Serra do Mar paranaense oferece desde passeios tranquilos de carro nos finais de semana até para quem gosta de longas expedições pelas matas e picos da região

Ao passar pelo seu pórtico de pedras, logo notamos que não só belezas naturais, mas muita história envolve a Estrada da Graciosa (PR-410). Batizada com o mesmo nome da serra que a envolve, localiza-se a 37 quilômetros ao leste de Curitiba (seguindo pela BR 116 até o município de Quatro Barras), e tem extensão de 28,5 quilômetros. Os primeiros registros deste caminho encravado nas montanhas remetem ao século XVI, quando a primeira picada foi aberta por colonizadores do Paraná, pelos índios que subiam pelo planalto na época da colheita do pinhão e pelos jesuítas. Os mineradores também traçaram outras rotas pela serra como o Caminho do Itupava e o Arraial. A construção da estrada iniciou no mandato do então presidente da província do Paraná, Zacarias de Góes e Vasconcelos (1853 – 1855) e acredita-se que tenha sido concluída por volta de 1873. Economicamente, esta via

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era muito importante pois era a única ligação entre o planalto e o litoral, auxiliando no transporte e comércio de chá, madeira e café até o porto de Paranaguá. Até hoje restam vestígios deixados pelos tropeiros. Além disso, o trecho localiza-se em um dos pontos mais preservados de Mata Atlântica e serve de limite entre o Parque Estadual da Graciosa e o Parque Estadual Roberto Ribas Lange. A maioria das paisagens observadas a partir da estrada são protegidas pela Área de Especial Interesse Turístico do Marumbi e do Parque Estadual do Pico do Marumbi. De carro, moto ou bike

gatória para observar a vista privilegiada do litoral. Vários rios e nascentes cortam a serra, e em alguns recantos como o rio Cascata e Mãe Catira, é possível uma parada para refrescar os pés numa cachoeira ou até mesmo tomar um banho. Nas comunidades de São João da Graciosa e Porto de Cima há comércio de artesanato local, restaurantes e pousadas. Não há muitos campings na região, porém muitos moradores do local cedem ou indicam espaços para quem deseja passar a noite em barracas. Eli Aparecido de Souza, que dirige o espaço Recanto Histórico na comunidade de São João da Graciosa, conta que aos poucos os já raros pontos de camping com estrutura foram fechados, restando somente as pou-

Foto: Radamés Manosso

Pela estrada

Para quem quer contemplar as belezas da Serra mas prefere um roteiro mais leve, duas opções são indicadas: descer a Estrada da Graciosa de carro, moto ou de bicicleta da BR 116 até Morretes ou Antonina. A atenção deve ser grande, pois o trecho é em pista simples, praticamente não há espaços para acostamento e a forte sinuosidade da estrada requer cuidado redobrado com a velocidade, principalmente nos finais de semana onde movimento é grande. Mas quem se aventurar nessas curvas vai conviver com um cenário digno de cinema. Na Estrada existem sete recantos com estrutura de quiosques, mirantes e sanitários. Chegando no primeiro deles, o Recanto Engenheiro Lacerda temos uma parada obri-

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Foto: Camila Collato

I4mponente portal de pedras da Serra da Graciosa saúda e convida os visitantes que passam pela BR 116 sadas. Chegando a Porto de Cima, do ladinho do Rio Nhundiaquara está a entrada do Complexo Turístico onde é possível desfrutar da fauna e da flora local, além de ser um ponto de referência e informações para quem deseja praticar bóia cross, trekking, montanhismo e ciclismo. Também é um dos pontos de saída do Caminho do Itupava em direção a Morretes.

A pé Caminho do Itupava

Este caminho colonial aberto por mineradores, índios e calçado com pedras pelos escravos é do século XVII e estende-se da Borda do Campo, distrito do município de Quatro Barras, até Porto de Cima, distrito do município de Morretes. Foi uma das principais vias de ligação entre o litoral e o planalto paranaense antes da construção da Estrada da Graciosa, e por ele transitavam comerciantes e aventureiros, contribuindo na colonização dos Campos de Curitiba. O Itupava tem grande valor histórico e arqueológico, por isso, cada passo que damos é como se fosse uma visita ao passado. Muitas peças e construções encontradas pelo caminho nos dão uma ideia de como era o cotidiano dos viajantes nos períodos

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COMO CHEGAR A Partir de Borda do Campo (Quatro Barras)

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Ônibus:No terminal Guadalupe, em Curitiba, pegue o ônibus para Quatro Barras (Curitiba-Timbu ou Curitiba-Quatro Barras). Chegando ao terminal de ônibus de Quatro Barras, pegue o ônibus Borda do Campo. Desça no ponto final. A trilha começa um pouco adiante, seguindo pela mesma rua que o ônibus veio. Carro: Em Quatro Barras (cidade da Região Metropolitana de Curitiba), siga pela rua principal, e mais para frente, siga as placas indicativas de Borda do Campo, um bairro desta cidade. Siga pela avenida principal do Bairro, até o final, e pergunte à população local sobre o início do Caminho do Itupava. A Partir de Porto de Cima Ônibus: De Morretes, pegue um ônibus regular até Porto de Cima, peça para descer na Estrada de Prainhas. Siga esta estrada até o início da trilha. Carro: A partir de Porto de Cima, siga a Estrada de Prainhas até a entrada do Caminho. Está sendo construído no local, um Centro de Apoio ao Aventureiro.

colonial, imperial e mesmo do início do período republicano. Hoje cerca de 400 peças estão sob a guarda do Museu Paranaense da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná e do Centro de Estudos e Pesquisas Arqueológicas da Universidade Federal do Paraná. Quanto a flora e a fauna, por situar-se dentro da Mata Atlântica, há uma rica variedade de espécies no primeiro nível de altitude – de 50 a 500 metros – caracterizada pela Floresta Ombrófila Densa, e de 500 a 900 metros onde temos a Floresta de Encosta. Para percorrer os 22 quilômetros do caminho leva-se em média oito horas de caminhada, por isso, recomenda-se iniciar cedo o passeio, antes do nascer do sol, a partir da Borda do Campo. Assim, há bastante tempo para as paradas de descanso e para aproveitar as belezas que a trilha oferece. Depois disso, passando pelo morro do Pão de Loth logo encontram-se uma gruta com uma fonte de água e uma cachoeira. Seguindo em frente, você começará a avistar o calçamento histórico e a atenção deve ser redobrada, já que as pedras, além de lisas, sempre estão molhadas por causa da mata. Algumas pontes de madeira foram construídas para facilitar a caminhada e a travessia do rio Ipiranga. Claro que se o dia RASTROS - JULHO 2012


Foto: Marcelo Maestrelli

Foto: Camila Collato

Montanhistas se aglomeram na estação do conjunto Marumbi, onde só é possível chegar a pé ou de trem Nas alturas Marumbi: Guia de escalada e introdução à Complexo Marumbi história do montanhismo paranaense Autor: José Luiz Hartmann Editora Marumby Ano: 2007 130 páginas ISBN: 9788589437028 Preço médio: R$ 50

estiver quente, um banho nas águas geladas da Serra é parada obrigatória antes de chegar à Casa do Ipiranga. Esta construção datada de 1885, hoje em ruínas pela ação de vândalos, era um ponto de apoio para os engenheiros e trabalhadores da estrada de ferro Curitiba-Paranaguá. Neste ponto, antes de cruzar a ferrovia, siga para a direita acompanhando os trilhos por cerca de 300 metros: ali você encontrará uma pequena central hidrelétrica, onde há uma cachoeira e uma bela piscina natural para recarregar as energias. Na descida em direção ao Santuário do Cadeado, você ainda pode desviar do Caminho, à esquerda, por uma trilha que levará até a represa Véu de Noiva. Mas não esqueça de retornar ao calçamento. Voltando para a trilha, passe pelo Santuário Nossa Senhora do Cadeado e aproveite um pouco da vista privilegiada do conjunto de montanhas do Marumbi. Descendo até o RASTROS - JULHO 2012

Rio São João e, acompanhando o curso do rio Taquaral, chegamos ao final do trecho restaurado do Itupava. À direita você pode subir em direção a estação de Engenheiro Lange e para o Marumbi, onde existe o camping. O Caminho continua seguindo à esquerda, descendo, onde ainda é possível ver partes do antigo calçamento. Chegando no final da caminhada, no Centro de Visitantes localizado em Porto de Cima, você pode encarar mais uma trilha até o Salto dos Macacos, fazer bóia-cross no rio Nhundiaquara ou então aproveitar para descansar e seguir para Morretes. Em Porto de Cima, não esqueça de fazer aquela paradinha no famoso Templo dos Licores, situado logo na praça central. Ali o visitante pode provar sabores exóticos como o famoso suco de banana ou o licor de grumixama, fruta típica da Mata Atlântica.

Se você gosta de observar o mundo de cima, o Parque Estadual do Marumbi será sua parada obrigatória neste roteiro. Chegando através do Caminho do Itupava ou através do trem Curitiba - Paranaguá, é possível contemplar e explorar este grandioso conjunto de oito montanhas: Olimpo (1539 m), Boa Vista (1.500 m), Gigante (1.487 m), Ponta do Tigre (1.400 m), Esfinge (1.378 m), Torre dos Sinos (1.280 m), Abrolhos (1.200 m) e Facãozinho (1.100 m). Antes mesmo de chegar ao parque, recomenda-se ligar para checar as condições do tempo, pois a região é muito chuvosa e isso pode impossibilitar algumas trilhas. A época mais seca ocorre entre os meses de abril e outubro. Com tempo favorável, basta pôr a mochila nas costas rumo ao parque. Na chegada faça seu cadastro de visitante na Administração. Este procedimento, além de controlar a entrada de visitantes, assegura que você realize as atividades com segurança. Lá você encontra também um mapa impresso com a indicação de quatro trilhas, seu percurso e duração média. Atualmente duas estão abertas ao público: noroeste e frontal. Também é recomendável estar acompanhado por um guia que conheça bem a região: o Marumbi apresenta

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Foto: Camila Collato

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Paisagens exuberantes saúdam os passageiros da ferrovia que liga Curitiba a Paranaguá

muitos terrenos distintos nas vias de acesso aos cumes e isso pode exigir um maior nível de técnica. Em 1879, quatro paranaenses organizaram uma expedição para vencer estas alturas. Hoje, o local é um dos maiores centros de escalada em rocha do país, contando com 80 vias que variam de 20 a 350 metros de extensão. As escaladas exigem muitos, então, é muito bom preparar-se bem antes de se aventurar pelos paredões. O material mínimo recomendado pelo Corpo de Socorro em Montanha (Cosmo) inclui duas cordas de 50 metros, capacete, cadeirinha, sapatilha de escalada, mosquetões, fitas, costuras expressas, estribos, cliff hangers, um jogo de entaladores mecânicos (friends, camalots) e um jogo de nuts.

De trem Ferrovia Curitiba - Paranaguá

Outra opção para conhecer as belezas da serra é de trem. Hoje a ferrovia Curitiba – Paranaguá é uma das poucas do país que ainda opera com transporte de passageiros diariamente e é uma das vias de acesso para quem fica no Marumbi. Vale ressaltar que ela está situada na maior área contínua de Mata Atlântica do

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ESTRUTURA DE APOIO: - Centro de Visitantes com museu; - Polícia Florestal;

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- Camping: capacidade para 30 barracas e infraestrutura com banheiros feminino e masculino e água quente. Tudo é gratuito - Corpo de Socorro em Montanha (Cosmo): atuam como auxiliares do Corpo de Bombeiros do Paraná. Trabalham na prevenção de acidentes, resgate de acidentados, busca de perdidos, manutenção e conservação de trilhas e vias de escalada. Telefone do parque: (41) 3462-3598

Clube Amantes da Ferrovia www.amantesdaferrovia.com.br Esta comunidade virtual compartilha experiências, fotos e vídeos sobre trens de todo o mundo. Você pode se cadastrar no site e fazer sua carteirinha de Amante da Ferrovia de graça. Isso proporciona descontos que variam de 5% a 10% na compra das passagens. Confira a parte de convênios para checar os benefícios.

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país, o que garante cenários únicos de vales, cânions e cascatas preservadas. A ferrovia, construída no século XIX (18801885), tem 110 quilômetros e passa por 41 pontes e 13 túneis. A sinuosidade do caminho e as grandes alturas, geraram um grande desafio para os engenheiros da época e obrigaram os construtores a realizar obras de grande porte. É o caso de um dos cartões postais mais conhecidos do trajeto: a ponte sobre o Rio São João, suspensa a 55 metros do leito do rio, e do Viaduto do Carvalho que, com seus 83 metros de extensão fixados nas rochas da montanha, dá a impressão ao viajante de flutuar sobre a paisagem. Cerca de nove mil homens trabalharam nas obras da ferrovia, sendo que 5 mil morreram devido às condições precárias de trabalho. Economicamente, a estrada de ferro foi e ainda é muito importante para o Paraná, pois ela escoa grande parte da produção de grãos, minérios e produtos químicos do estado. Atualmente, o trânsito na via é compartilhado com os trens de carga que vão até o porto de Paranaguá, o que resulta em muitas paradas durante o trajeto. O passeio no trecho Morretes – Curitiba dura em média 3h e até Paranaguá, 5h.

Morretes - Todos os caminhos da Gracio-

sa levam até pequena Morretes, que encanta RASTROS - JULHO 2012


Fotos: Camila Collato

também ao visitante o típico com suas casas coloridas e clima Com clima de “barreado”, prato onde a carne de interior, pertinho do litoral. cidade pequena, A cidade reúne muita história, rica gastronomia, e de gado é cozida durante 20h, cultura e sabores típicos do Pacoloridos casarios e servida com farinha de manraná. Fundada em 31 de outu- históricos cravados dioca e bananas. Em Anhaia há a histórica Casa Poletto, bro de 1733, como povoado de entre serra e Porto de Morretes, o lugar era litoral, Morretes é produtora de cana-de-açúcar economicamente importante um imperativo ao e da famosa cachaça Ouro de Morretes. por sua localização entre Padescanso Voltando agora ao centro hisranaguá e Curitiba e, também, pela mineração de ouro nos rios da região, tórico da cidade, além da arquitetura local, aos sábados você pode aproveitar uma feirinha especialmente o rio Nhundiaquara. Em Morretes, quando se trata de trans- de artesanatos e culinária local. É impossível porte, a palavra de ordem é bicileta. O fluxo passar por lá sem provar as balas de banana de ciclistas entre Porto de Cima e o centro ou as rapaduras. As belas praças floridas e da cidade é intenso e quase todos os estabe- o tranquilo leito do Rio Nhundiaquara são lecimentos têm biciletários. O ecoturismo é convidativos ao descanso. Depois de algumas forte na região, com opções de caminhadas voltas pela cidade, passe na sorveteria Sabor até as cachoeiras Salto dos Macacos e Salto da Fruta e prove os deliciosos sorvetes 100% da Fortuna, rafting no rio Cachoeira, canoa- naturais. A combinação de muitas frutas e leigem pelo rio Nhundiaquara, passeios de te sem a adição de ingredientes artificais conjeep e claro, cicloturismo pelas áreas rurais quista o paladar de quem passa por ali. Para retornar até Curitiba, você pode opde Morretes. Esta última opção, permite ao viajante conhecer pequenos vilarejos como tar pelo trem ou ônibus. A primeira opção Central, Ponte Alta, América de Cima, Amé- traz as paisagens mais belas, já a segunda rica de Baixo, Marumbi, Pantanal e Anhaia. é mais rápida. O que vale é sua disposição No trajeto, passando pela Igreja de Santo e curiosidade! Antônio da América de Baixo, é possível dar uma paradinha para provar as cachaças Operadora: Serra Verde Express artesanais do Engenho da Serra. Em funwww.serraverdeexpress.com.br cionamento desde 1910, o engenho oferece

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Dicas Segurança e saúde

Para o Caminho do Itupava e Marumbi, sempre vá acompanhado. Além de ser mais divertido compartilhar novas experiências com amigos e familiares, isso desencoraja que pessoas má intencionadas atrapalhem a viagem durante as trilhas. - Ande somente com o que é realmente necessário. Como as caminhadas são em região de serra, levar peso extra só serve para aumentar o cansaço e causar um desgaste físico desnecessário para seus músculos e articulações. Antes de começar a caminhada faça um bom alongamento. - Leve um pequeno kit de primeiros socorros na mochila, para casos de pequenas lesões como arranhões e cortes leves. Em caso de fraturas ou torções graves, busque sempre ajuda especializada. Outra regra é muito protetor solar. - No Marumbi, sempre siga as instruções dos guardas do parque e dos integrantes do Cosmo, isso evitará muita dor de cabeça. Subestimar o ambiente é o primeiro passo para o erro. - Se você se perdeu no caminho, a primeira dica é parar. Esfrie a cabeça e tente determinar onde você está. Se não for o suficiente, tente se lembrar do último ponto conhecido pelo qual você, ou o grupo, passou. Caso o tempo de chegada a este ponto seja em torno de 1h ou pouco mais, retorne. Se cansar antes de encontrar a rota ou anoitecer, pare e monte um bivaque para se abrigar. Sempre cante algo enquanto caminha, assim se estiverem procurando você, será mais fácil. Se você está no Marumbi e preencheu corretamente os dados de entrada, o Cosmo iniciará a busca tendo como referência a data de retorno prevista no cadastro.

Transporte

De Curitiba até Morretes, Antonina ou Paranaguá há ônibus regulares através da Viação Graciosa. Alguns horários são de linhas especiais via Estrada da Graciosa. O custo da passagem até Morretes é de R$ 13,95. - Se você descer de bike até Morretes e resolver subir de trem, há espaço para bagagens de pequeno e médio porte nos vagões. Também existe um vagão bagageiro onde você pode levar a bicicleta. - Na saída do Caminho do Itupava em Porto de Cima, a melhor maneira de se chegar até Morretes é pegando uma carona, táxi ou contratando uma das kombis de bóias. Para quem gosta de caminhar também vale encarar: são cerca de 8 quilômetros até o Centro de Morretes e no caminho você ainda conversa com os moradores locais

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GUIA

Aqui você encontra tudo o que precisa para planejar sua viagem. São dezenas de opções de hospedagem, alimentação e passeios para facilitar sua vida

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Pousada Casarão Rua Ribeiro Bastos, 94, centro. (32) 3371-1224

Campo de Escalada Serra do Lenheiro Autorização: 11° Batalhão de São João del Rei Ladeira Tenente Vilas Boas, S/N° Tel (32) 3379-1300 E-mail: montanha@mgconecta.com.br Como chegar ao Campo: De ônibus, pegar em São João del Rei a linha da empresa Meyer que liga a cidade a outro vilarejo chamado Trindade. Este passará pelo bairro de Tejuco e entrará pela zona rural. Então é só pedir pra descer no Cemonta (Campo Escola de Montanha), pois ele passa na entrada, e você não terá que andar mais que alguns metros. Onde ficar: O exército tomou a iniciativa de montar uma infraestrutura de camping e cobra um valor pequeno pelo pernoite, com direito a água e banho quente. Esta taxa é revertida para sinalização das vias, conservação da área e manutenção em geral do local. Visitação e Rapel Gruta Casa de Pedra (32) 8813-9894 / 8803-7233 / 8808-2673 Funcionamento: Sábados, domingos e feriados. Janeiro e julho, aberto diariamente. Das 10 às 17h. Lazer & Aventura Turismo R. Antônio Josino de Andrade Reis, 232, centro. (32) 3371-7956 | 9981-3474 | 9957-3474 E-mail: contato@lazereaventura.com | lazereaventuraturismo@hotmail.com Clube São Joanense de Montanhismo (CSM) Rua Paulo Freitas, 121, centro (32) 3630-1004 Balneário de Águas Santas (32) 3371-7154 De segunda a sexta-feira, das 9 às 17h E-mail: contato@aguassantas.com.br Entrada: Até 4 anos, gratuito. De 5 a 11 anos, R$ 6; de 12 a 64 anos, R$ 12; de 65 a 79 anos, R$ 6 e acima de 80 anos, gratuito. Como chegar: saindo de São João del Rei, basta pegar o ônibus da linha Alto das Águas em frente a Estação Ferroviária ou na Praça dos Expedicionários.

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Vila Hostel Albergue da Juventude (filiado HI) Av. 8 de Dezembro, 272, centro. (32) 3371-9263 E-mail: contato@vilahostel.com www.vilahostel.com Pousada Solar Chiaini Av. 8 de dezembro, 322, centro. (32) 3371-9446 |(32) 8844-7440 E-mail: contato@pousadachiaini.com.br Pousada Recanto da Alegria Rua Gino Ovídio Della Croce, 223 – Próxima ao Centro Histórico.

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Uai Trip Receptivo Rua Francisco Pereira de Morais, 1151. (32) 3355-1161 | (32) 8848-3283 E-mail: uaitripecoturismo@gmail.com www.uaitrip.com.br Caminhos & Trilhas Turismo Receptivo e Ecológico Rua dos Inconfidentes, 207. (32) 3355-2477 Operadora Tiradentes Brasil Rua Henrique Diniz, 119, centro. (32) 3355-2477 | 9107-0225 E-mail: contato@tiradentesbrasil.com www.facebook.com/tiradentesbrasil

Hospedagem

Villa Libertas Hostel (filiado HI) Av. Governador Israel Pinheiro, 72. Espaço Villa Libertas. (32) 3355-2256 E-mail: contao@villalibertas.com.br www.villalibertas.com.br Pousada da Bia Rua Frederico Ozanan, 330. Centro Histórico (32) 3355-1173 www.pousadadabia.com.br Pousada A Casa dos Amigos Travessa Herculano José dos Santos, 50. (32) 9996-9975 E-mail: hospedagemsilva@gmail.com Hospedagem Aconchego Rua Maria De Freitas, 802. Várzea de Baixo. (32) 9981-5126 E-mail: pousoaconchego@gmail.com

Alimentação

Restaurante Divino Sabor Rua Ministro Gabriel Passos, 300, centro. (32) 3355-1800 | 3355-1708 E-mail: restaurantedivinosabor@yahoo.com.br Restaurante Sabor Rural Estrada da Caixa D’Água, a 4 km da estação do trem. (32) 99324-4005 E-mail: saborrural@yahoo.com.br Restaurante da Mercês Rua José Ferreira Barbosa, 307. Bairro Cuiabá - Saída para Bichinho

(32) 3355-1911 E-mail: joanatiradentes@yahoo.com.br www.restaurantedamerces.com.br Restaurante Pau de Angú Marco 3 da Estrada Real Tiradentes - Bichinho (32) 9948-1692

Ouro Preto Parque do Itacolomi

- A subida ao Pico do Itacolomi tem que ser agendada. O credenciamento inicia as 8h. Telefone: (31) 3551-6193. - Funcionamento: de terça a domingo, das 8h às 17h. Entrada de visitantes até às 15h30. - Ingresso: R$ 10. Estudante R$ 5. - Camping: área de camping com cerca de 20 mil metros quadrados, com capacidade para abrigar 30 barracas e infra-estrutura completa: vestiários com chuveiros quentes, tanques, churrasqueiras. Valor: R$ 25,00. - Alojamento: apartamento de dois quartos, mobiliado, com capacidade para 8 pessoas e banheiro com água quente. Possui geladeira, fogão e demais utensílios domésticos. Valor: R$ 300,00 por dia. - Churrasqueiras: R$ 25. Para campista, R$ 10. - Tirolesa: R$ 5 por descida. - Como chegar: O acesso fica entre os municípios de Ouro Preto e Mariana. A partir de Ouro Preto, segue-se a BR-356 até o entroncamento com a MG-262, em direção ao parque. Outra opção é seguir, a partir do sul da cidade, a rua Pandiá Calógeras, atravessar a estrada e seguir as trilhas sinalizadas.

Parque Municipal das Andorinhas

- Funcionamento: diariamente, das 6 às 18h. - Cheque junto a administração do parque as condições de segurança antes de sair. - Possui área para camping com vestiários e centro poliesportivo. Como chegar: Acesso pelo Morro da Queimada: Partindo da Praça Tiradentes, basta seguir em direção à Mariana. Após passar o Hotel Solar das Lajes, subir o primeiro caminho à esquerda. Seguir em direção ao Hotel Fazenda Boa Vista. Chegando ao alto do morro, pegar a primeira direita

RASTROS - JULHO 2012


(estrada de terra) após o cruzamento do Hotel Faz Boa Vista. Seguir até a portaria do parque. Acesso pelo Morro São Sebastião: Partindo da Praça Tiradentes, seguir em direção à saída para Belo Horizonte. Pegar a primeira direita após a Escola de Minas. Subir a Ladeira João de Paiva, passando pelo Mirante do Morro São Sebastião. Chegando à Praça de São Sebastião, seguir pela primeira direita. À direita, você avistará o Mosteiro Budista e, logo mais, a Capela de São João. Uma das referências é o Bar do Baú, famoso na região. Basta seguir pela Avenida das Andorinhas e, ao final dela, pegar estrada de terra à esquerda. Seguir até a portaria do parque. De ônibus: Na Praça Tiradentes, pegue as linhas Morro Santana ou Morro São Sebastião. Telefones: (31) 9377-0860 | Coordenador: Edenir Monteiro (31) 9409-1600 Administração: Diretoria de Meio Ambiente - Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Social Telefone: (31) 3551-1544, ramais 212 e 279 Receptivo Novas Lavras Turismo Rua Nossa Senhora dos Prazeres. Lavras Novas Telefone: (31) 8404-4570 E- mail: novaslavras@gmail.com www.novaslavras.blogspot.com

Alimentação

Bar Barroco Rua Conde de Bobadela, 106, centro. (31) 3551-3032 O Sótão Rua Direita, 124, centro. (31) 3551-0491 Restaurante e Pizzaria O Passo Rua São José, 56, centro. (31) 3552-5089 Escadabaixo Pub e Butiquim Rua Conde de Bobadela, 122, centro. (31) 3551-5097 e 3551-1405 Restaurante Chafariz Rua São José, 167, centro. (31) 3551-2828

Hospedagem

Brumas Hostel (filiado HI) Rua Antônio Pereira, 43, centro. (31) 3551-2944, 3551-6705 e 9954-0463 E-mail: brumasonline@hotmail.com www.brumashostel.com.br Ouro Preto Hostel (filiado HI) Travessa das Lajes, 32. Antônio Dias. (31) 3551-6011 | 3551-6705 | 9921-9064 E-mail: ophostel@hotmail.com www.ouropretohostel.com O Sorriso do Lagarto Hostel Rua Conselheiro Quintiliano, 271, centro. (31) 3551-4811 | 9219-0096 | 9219-0061 | 9219-0062 Email: ouropreto@osorrisodolagarto.com.br www.osorrisodolagarto/ouropreto Pousada Solar Cláudio Manoel Rua Cláudio Manuel, 23, centro. (31) 3551-3500 | 3551-1777 E-mail: reservas@solarclaudiomanuelpousada.com.br www.solarclaudiomanuelpousada.com.br

Passeios ecoturísticos a pé ou em jeeps adaptados aos atrativos da Região dos Inconfidentes. Os grupos serão levados por guias especializados em Educação Ambiental e Ecoturismo.

Porto de Cima/Morretes Pousada da Graciosa Estrada da Graciosa, Km 8 (41) 3462-1807 E-mail: pousadagraciosa@gmail.com

Alimentação

Pousada Dona Siroba Praça Comendador Macedo (41) 3462-2006 ou 3462-1522 www.pousadadonasiroba.com.br E-mail: profmiranda@uol.com.br

Restaurante Lua Cheia Rua Dom Viçoso, 58, centro. (31) 3557-3232 Restaurante Casarão Praça Gomes Freire, 92, centro. (31) 3557-2528 Bistrô Restaurante e Sushi Bar Rua Salomão Ibrahim Silva, 61, loja A, centro. (31) 3557-4138 Restaurante Cozinha Real Rua Antônio Olímpio, 34. Centro. (31) 3557-1349

Pousada Trilha da Serra Luiz Brambilla, 64. Vila Santo Antônio (41) 3462-1071 www.trilhadaserra.com.br

Hospedagem

Pousada Hakuna Matata Reta Porto de Cima S/N° - Km 2,5 (41) 3462-2388 www.matata.com.br Pousada Cabanas do Curupira (41) 9998-9255, 9959-2576, 9727-0787 www.cabanasdocurupira.50megs.com E-mail: cabanascurupira@yahoo.com.br

Hostel Mariana (filiado HI) Rua Mestre Vicente, 41, centro. (31) 3557-1435 E-mail: marianahostel@oi.com.br www.hostelmariana.com.br Albergue Recanto dos Tropeiros Rua Mestre Vicente, 41, centro. (31) 3557-1435 Pousada Contos de Minas Rua Zizinha Camello, 15, centro. (31) 3558 – 5400 www.pousadacontosdeminas.com.br Pousada do Chafariz Rua Cônego Rego, 149, centro. (31) 3557 – 1492 www.pousadadochafariz.com.br

Serra da Graciosa Hospedagem

Acampando Parque Estadual do Marumbi Oferece estrutura como banheiros e água quente. Gratuito. São João da Graciosa Camping Recanto Histórico (41) 8843-1584 Espaço com restaurante, churrasqueiras e uma cachoeira dentro da área onde é possível tomar banho. Custo: R$ 10. Porto de Cima/Morretes Algumas pousadas oferecem espaço para camping Camping Pousada Dona Siroba (41) 3462-2006 ou 3462-1522 www.pousadadonasiroba.com.br E-mail: profmiranda@uol.com.br Custo: R$ 20 Camping Pousada Recanto da Ilha Estrada da Graciosa, Km 8 (41) 3462-1277 ou 9628-0412

Pousada Horto dos Contos Rua Padre Rolim, 244, centro. (31) 3551-7093 www.pousadahortodoscontos.com.br

Camping Rio Sagrado Rodovia BR-277 Km 38 (41) 9966-9720 * Pousadas

Mariana

São João da Graciosa Pousada Chácara Santa Clara Rodovia PR 411 - Km11 (41) 9905-1362 ou 9983-3295 www.chacarasantaclara.gratix.com.br E-mail: maria.denipoti@yahoo.com.br

Eco Adventure Mariana - Passeios Ecoturísticos Telefone: (31) 3558-1417 | 8828-0355 Guia: Célio Mol

RASTROS - JULHO 2012

Pousada Vovó Idalina Adolfo Werneck, 326. Rocio (41) 8462-8290 ou 9905-1428 www.pousadavovoidalina.com.br E-mail: pousada@pousadavovoidalina.com.br

Alimentação

Na trilha Se você está no Caminho do Itupava,ou no Parque do Marumbi, o ideal é levar coisas rápidas e práticas. Faça “aquele” lanche de trilha: sanduíches, frutas, biscoitos e muita água! Se você acampar no Marumbi, lembre-se de levar seu próprio fogareiro caso queria cozinhar algo. Em Morretes Dica: Geralmente os preços para quem deseja provar o “barreado” giram em torno de 30 reais por porção. Os pratos, porém, são generosos e servem duas pessoas. Restaurante e Hotel Nhundiaquara General Carneiro, 13 (Rua das Flores). Centro Histórico (41) 3462-1228 www.nundiaquara.com.br Restaurante Casarão Largo Dr. José Pereira, 25. Centro Histórico (41) 3462-1314 www.morretes.com.br/casarao E-mail: casaraomorretes@gmail.com Restaurante Madalozo Almirante Frederico de Oliveira, 16. Centro Histórico (41) 3462-1410 ou 9946-2192 www.madalozo.com E-mail: madalozo@madalozo.com.br ou reserva@ madalozo.com.br Engenho da Serra Prolongamento da Rua marcos Maluceli s/nº. Primeira passagem de nível a direita da Estação da Rede Ferroviária, seguir aproximadamente 5km, passando a esquerda da Igreja de Santo Antonio da América de Baixo. (41) 9125-1000 ou 9978-2150 www.engenhodaserra.tur.br Casa Poletto Estrada da Anhaia, 913 (41) 3029-6993 www.casapoletto.com.br E-mail: atendimento@casapoletto.com.br Sorveteria Sabor da Fruta Rua XV de Novembro, 395. Centro Histórico (41) 3462-3254 Templo dos Licores Estrada da Graciosa, próximo ao Km 13. Porto de Cima (41) 3462-2486 ou 8719-0490 templodoslicores.blogspot.com

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