Caderno TGI-II - Alex Benito Alves

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Alex Benito Alves Trabalho de Graduação Integrado - TGII 2013

Instituto de Arquitetura e Urbanismo - USP



Memorial de Trabalho de Graduação Integrado TGI Aluno: Alex Benito Alves Professores orientedores: Paulo César Castral Miguel Antonio Buzzar Instituto de Arquitetura e Urbanismo IAU-USP São Carlos, 2013


Agradecimento carinhoso aos meus familiares e amigos pelo apoio incondicional durante todo esse perĂ­odo.


Agradecimento especial aos professores e colegas de trabalho, porque foram parte fundamental do meu processo de formação como arquiteto.



Índice

Pré-TGI Introdução Proposição Produtora de conteúdo voltado para internet Mapa e programa de produção

Conceito A linha como geradora da forma construtiva Espaço entre os espaços

Sítio Referências Miss Sargfabrik Diller Scofidio Eyebeam Cipea No.4

Projeto Implantação Desenhos Esquemas Renderizações

Bibliografia



Pré - TGI “Design não é apenas o que parece e o que se sente. Design é como funciona.” Steve Jobs

Imagem do modelo pré-tgi.

Imagem de topo do modelo.

A tarefa de apontar um problema sugerida pelas disciplinas de conclusão do curso de arquitetura são de fato um momento em que o aluno se coloca numa das posições de maior liberdade e, também, de receio durante todo seu percurso de formação. Comparável a uma mente que entra completamente inocente nesse trajeto e aos poucos vai sendo acorrentada a conceitos, paradigmas, métodos e processos que se configuram como um treinamento que vai de encontro a proposta livre e criativa. Desse modo para chegar ao cerne da ideia que motiva o ato de produção arquitetônica foi nessessário voltar a esse momento de “inocência”, para perceber que para além de todo o processo sugerido e experimentado, já havia um pequeno indício de vontades e intenções latentes. Uma palavra forte, sempre foi “tecnologia”, a vontade de estar sempre na ponta do desenvolvimento técnico e ciêntífico e de como essa vontade altera todo o modo de habitar e se comportar. Para tanto foi necessário num passo posterior se entremear em todo conteúdo assimilado no trajeto de formação acadêmica e filtrar dentre toda infor-


mação os dados que vão ao encontro dessa vontade tecnológica. Não foi de certa forma complicado, pois o apelo tecnológico é algo recorrente na história da produção de arquitetura. Nesse contexto outra palavra forte entra em questão, essa sim mais atual e extremamente presente, “interatividade”. O ato de permitir a um determinado usuário a possibilidade de interagir com algo em vários níveis lógicos e processuais. Com a justaposição desses conceitos já é possível contemplar um plano de gerar uma arquitetura que tem um forte apelo técnológico com o objetivo de permitir ao usuário um ampliado processo interativo entre usuário-espaço, usuário-cidade e espaço-cidade. Os vários níveis de interatividade estão presentes na arquitetura que possa ser didática, clara ao uso, ensinando ao habitante um modo “default” de utlização, mas deixando claro que existem outros modos que podem ser sugeridos pelo próprio morador.

Imagem frontal do modelo.

Imagem em diagonal do modelo.


Imagem resumo do modelo.



Introdução

Esboço de pesquisa estética da fase inicial do projeto.

Esboço de pesquisa estética da fase inicial do projeto.

Talvez a boa arquitetura não esteja em um modelo forte e sintetizador de todos os conceitos válidos, mas em uma construção que seja capaz de transitar por entre negações e afirmações. Não é o caso de deixar de ter uma posição firme e consistente, mas perceber que modificar-se é um assunto recorrente e já capaz de gerar uma discussão de forte conteúdo. Mas como ser capaz de se alterar, de se adaptar, sem perder a essência? Talvez só seja possível chegar a uma resposta positiva se esse questionamento for uma premissa de projeto. A necessidade de uma arquitetura que se adapte rapidamente as demandas da sociedade não é assunto novo, trata-se de um assunto amplamente discutido no último século, sobretudo no período pós guerras mundiais, porém o que se percebe é que houve um descolamento entre o que é necessidade da arquitetura se adaptar a demandas e necessidade da arquitetura modificar a sociedade. Talvez seja difícil imaginar um diálogo entre duas partes sem que ambas compreendam a linguagem do emissor e de fato é o que acontece. O arquiteto produz conteúdo arqutetônico que, em grande parte das vezes, não é absorvido pelo seu público, não porque este esteja nutrido de desinteresse, mas por que o modo como o conteúdo foi passado não estava dentro do repertório de linguagem de seu alvo.


Nesse sentido, uma arquitetura que chamou a atenção foi a do Archigram, devido ao modo como o grupo tratou a cultura pop no seu processo de trabalho. É interessante no aspecto de se apropriar de uma linguagem existente, compreendê-la, aplicá-la e subvertê-la. Em conjunto a isso o que se vê é uma profunda vontade de renovar, fazer uso do que há de mais novo em técnicas e conceitos construtivos. O uso da cultura pop como linguagem está na possível compreensão de que seja o meio mais sofisticado possível que, apesar de sua rápida obsolescência, está em constante renovação e atualização; é uma mecanismo que aceita fácilmente a modificação. Num outro lado do processo de projeto temos a midiateca de Sendai, que pode ser considerada um projeto exemplo da arquitetura de Toyo Ito, o modo como arquiteto faz uso da estrutura morfológica da árvore é bastante interessante, apesar de não ser um feito inédito, possui um outro efeito dentro da cultura japonesa. Entretanto seu efeito metafórico ganha um aspecto secundário dada qualidade estrutural gerada por essa linha de raciocínio baseada na biologia. O arranjo dos sitemas da construção passando por dentro da estrutura portante mostra como houve um pleno racicínio construtivo e de desenho por similaridade à estrutura do tronco; e a maleabilidade gerada pelos pavimentos livres remetem claramente a um efeito gerado pela copa arbórea.

Ilustração de Plug-in-city , Archigram, 1966.

Esquema de representação do projeto da Biblioteca de Sendai, Toyo Ito, 2001.


Proposição Produtora de contéudos voltada a mídia da internet

Desde o início do processo de produção capitalista, algo que data historicamente do começo das navegações mercantis européias, capazes de gerar o acúmulo primitivo dos capitais das potências daquele continente no século XIV para três séculos mais tarde serem capazes de financiar a industrialização, o que se viu foi uma mudança muito grande nos modos de produção de mercadorias. No livro intitulado O Novo Espírito do Capitalimo, os autores Luc Boltanski e Ève Chiapello trazem uma análise interessante de como os modos de produção capitalistas se alteraram no decorrer do século XX. Segundo o texto, o “espírito do capitalismo” seria uma série de mecanismos e alterações na sociedade que fazem com que o método capitalista prospere, mas que se alteram a cada período dado o próprio esgotamento do sistema. O importante no livro é reparar como os mecanismo de gerência das empresas se altera , passando de um sistema em que há uma minúscula parcela da corporação com poder de tomada de decisões para sistemas em que cada vez mais há uma autonomia de trabalho e uma diminuição das cadeias hierárquicas. Se o “espírito do capitalismo” se altera, o modo de se produzir e gerar riquezas também se altera e assim é possível notar que o processo chega a ser retroativo, de maneira que não é possível perceber se os modos de produção mudam a sociedade ou se a sociedade mudam os modos de produção. De certo modo, para o que pretendemos avaliar isso se torna irrelevante, porém o fato de se perceber que ambos não são idependente entre si já é suficiente para justificar novos espaços de produção que sejam capazes de atender novas lógicas de trabalho.

Primeiro esboço que gerou a organização dos modos de produção de conteúdo na internet.


Trazendo para o nosso panorama contemporaneo é possível perceber que a invenção da informática e posteriormente o da internet foram as últimas etapas de transfomações sensíveis nesses processos de produção o que torna o meio virtual em rede um ambiente que desperta curiosidade na compreensão de seu funcionamento. As tecnologias da informação são hoje a maior ferramenta de instrução rápida e podem ser bastantes eficazes. Mas para além de uma ferramenta de instrução e informação, a internet foi capaz de alterar o modo como se abosrve infomação e também o modo como esta é produzida. Desse modo, a proposição desse projeto pretende estudar de maneira bastante inicial como essas novas dinâmicas de produção de conteúdo são capazes de alterar o espaço arquitetônico. Seriam a informática e o “plano virtual” a negação do espaço físico? Para esse novo modo de produção o ambiente real e palpável não é importante, ou é nesse momento em que precisamos pensar espaços capazes de abrigar essa dualidade? É muito comum nos depararmos com um espaço de trabalho delimitado por paredes e divisórias que confinam um pequeno ambiente de trabalho voltado para uma parede ou um painel situado atrás de uma mesa, tudo para nos acomodarmos de frente a uma tela que vai ser, por um longo espaço de tempo, o único meio de comunição com um outro ambiente. Evidentemente essa é uma visão bastante funcional e mínima do que deveria ser um ambiente de produção porém, a infraestrutura de informática não exige mais do que isso para ser funcional. Em contrapartida, outra

Espaço de trabalho comum em um escritório.

Escritório do Google em Londres.


Escritório do Facebook na Califórnia.

Espaço arena da Campus Party Brasil 2013.

Espaço arena da Campus Party Brasil 2013.

parte importante desse processo é o próprio criador, o gerador de conteúdo, esse exige mais do seu ambiente físico, ou deveria exigir mais que uma “baia” de trabalho. O foco desse trabalho é a produção de um ambiente capaz de abrigar um espaço de trabalho voltado para a produção de conteúdo na internet. Tal espaço ainda é pouco explorado, mais recentemente foram criadas empresas que esboçam ambientes que abrigam essa nova dinâmica, são os casos do Google e do Facebook para citar alguns exemplos, mas que ainda são espaços muitas vezes bastante convêncionais que brincam com elementos lúdicos e temáticos da própria empresa. Para além da estratégia de marketing que essas empresas usam para promoverem seu próprio produto e apresentarem como empresas modernas, capazes de entender seus funcionários e público consumidor, pode-se ver que há uma tentativa de alterar o ambiente produtivo, o “pensar diferente”, o “pensar de maneira inovadora” demandam novas formas se organizar e agir. Um ambiente interessante para se realizar pequenos experimentos de espaços desse tipo, com uma concentração de pessoas capazes de produzir conteúdo para a internet é a Campus Party. O evento ocorre em uma semana em um imenso pavilhão onde milhares de pessoas acampam em um ambiente de imersão no qual a tecnologia da informática é o grande foco de discussão. A organização do evento disponibiliza uma quantidade enorme de bancadas de trabalho com cadeira e conexão de rede para internet gerando um pavilhão de trabalho extenso com alguns espaços in-


termediários compostos de sofás e bancos estofados. Depois de algumas horas de evento, o que ocorre é uma grande “customização” do espaço. O fenômeno já é esperado, uma vez que a organização do evento fornece o mínimo necessário para que haja um acesso a rede e os usuários sentem necessidade de mais. Entretanto, o que mais chama a atenção no evento é como as pessoas que produzem conteúdo sentem necessidade de um espaço físico de discussão, mesmo estando em um ambiente que propicie a comunicação virtual e que estejam entre pessoas que se sentem a vontade nesse meio. Essa dinâmica mostra que mesmo com um processo extremamente informatizado e individualizado, o espaço físico de qualidade não perde importância. No ambiente de produção de conteúdo percebe-se que esse espaço físico que propicia a discussão em ambiente real ganha tanta importância quanto o ambiente virtual de trabalho, o meio virtual aparece num patamar de ferramenta de trabalho, no qual se busca e divulga informação, mas não é onde de fato ela é criada. Uma outra abordagem sobre esse mesmo assunto está no fato de que esses tipos de ambientes podem gerar espaços onde as pessoas não estão, aparentemente, fazendo nada e essa dualidade entre “estar fazendo algo” e “não estar fazendo nada” é muito interessante. A imagem anterior do escritório do Google mostra um ambiente que parece muito um lugar de descanso, mas pode muito bem ser um espaço de produção de conteúdo. É muito comum hoje em dia uma pessoa se ver trabalhando no sofá de sua casa durante seu fim de semana, assim como é muito comum se ver não produzindo durante o período do expediente, desse modo é possível perceber um espaço de descanso ou de distração que pode ser bastante estimulante para a realização de uma determinada tarefa.

Composição de imagens de escritórios do Google.


Proposição Mapa e Programa de Produção

A rede mundial de computadores foi criada no período da Guerra Fria como um excelente mecanismo transmissor de informação e se popularizou na década de 1990 também por esse motivo, mas nessa segunda década do século XIX, a internet deixou de replicar informação de outras mídias para começar a gerar novas formas de conteúdo capazes de aproveitar melhor as potencialidades desse meio de comunicação. De fato um texto impresso é diferente de um texto que possui “hiperlinks”, já que o “hiperlink” te permite alterar o método de leitura linear para um processo de leitura em “teia”. Com apenas um clique em uma palavra de um texto na tela do computador você pode ir para um outro texto complementar e depois voltar ao texto do ponto onde parou. O modo como a informação pode ser acessada na rede, por método de buscas, por ligações, por agrupamentos, por temas, permite que o usuário possa entender melhor um determinado assunto e explorar suas ramificações. No âmbito da produção de conteúdo voltada para internet é possível perceber um grande grupo de amadores, seja na produção de texto, vídeo, audio ou fotografia, que conseguem ganhar conhecimento e experiência em uma determinada através da troca de informações na rede com profissionais formados nessas áreas. Hoje a internet já é uma parcela significativa no mercado de publicidade e já representa uma grande

Esboço do mapa de conteúdo.


quantidade de investimento no mercado de ações e investimentos, a ponto de empresas como Youtube, Twitter estarem no topo de rankings de empreendimentos. Ao mesmo tempo que é possível ver grandes empresas prosperando nesse mercado em expansão há também a oportunidade para produção de conteúdo independente que vem crescendo e se profissionalizando. É possível fazer um pequeno mapeamento dos principais produtos da internet que se encaixam nesse panorama de produção independente de baixo investimento. Visto que esse fenômeno de produção de conteúdo de forma independente e com baixo investimento, apesar de já se mostrar consolidado como forma de mídia, ainda é bastante recente, pode se tornar um campo de exploração arquitetônica interessante. Portanto o programa desse projeto procura incorporar em seu programa arquitetônico essa forma de produção de conteúdo e uma proposta de espaço que favoreça e estimule essa dinâmica de trabalho.

Plano da ferramenta.

Plano do conceito.

Plano de distanciamento.


Mapa de produção de conteúdo.


Conceito

Linha como geradora da forma construtiva

Na pesquisa sobre qual seria uma diretriza de desenho que conseguisse dialogar com o universo da internet, das redes e conexões virtuais e da transmissão de informação, procurou-se chegar a um modelo simples e sintetizado que pudesse representar graficamente essa complexidade. Nesse contexto, os elementos básicos da representação do projeto foram a linha e o ponto, na tentativa de representar a “transmissão de informação” e “os emissores e receptores” . A partir daí deu-se início a pesquisa de diretrizes do que seria a forma do projeto, de maneira ainda muito experimental e tentando desenvolver as fomas de representação e esboçar um espaço arquitetônico que pudesse traduzir os conceitos já apresentados. Numa transcrição do que é o conceito de transmissão e percurso virtual para a forma arquitetônica propôs-se um desenho que estimulasse o olhar a percorrer a edificação.

Esboços formais iniciais.

Conceito de linha e ponto.

Esboços formais iniciais.


Esboços de relação entre cheios e vazios.

Além da formulação linear da base do conceito gráfico também houve a exploração de como seria o comportamento de materiais opacos e translúcidos na composição formal. Inicialmente partindo também do diagrama linha-ponto e evoluindo para faixa de vidro. A partir dessa bem inicial pesquisa de forma começa-se a dar início a incorporação do programa arquitetônico ao desenho, trabalhando a relação de blocos de uso e regiões ou áreas deferenciação espacial. A opção de se manter a forma quadrada ao modelo indica que há uma prevalência de linhas ortogonais de orientação e que as relações de proporção da fachada, que acaba por organizar quase todo o espaço interno, seja mais importante do que a forma total do modelo de estudo. Posteriormente passou-se interiorizar as relações de fachada, trazendo o desenho pra dentro do modelo afim de gerar uma organização interna intimamente relacioanda com o esterior da edificiação.

Esboços de aberturas. Esboços evoluido da liguagem básica do modelo.


modelo base do conceito.

Diagrama das linhas geradoras do desenho da fachada.


Esboรงo do modelo de maquete.


Conceito

Espaço entre os espaços

Uma outra frente da pesquisa do desenho da edificação, agora mais relacionada a proporção e organização espacial e menos a liguagem visual do edifício, preocupou-se trabalhar a relação entre exterior e interior da edificação; o modo como o exterior é apreendido dentro do edifício, o modo com o interior dialogo com o exterior e o modo como a dinâmica interna está disposta. Gerou um modelo em que há de fato 3 camadas de diferenciação clara: o bloco interno de infraestrutura de rede e produção, o bloco intermediário de espaço comtemplativos voltados para o pensar a produção e distanciamento das ferramentas de trabalho e a estrutura da fachada. A fachada funciona mais que como um objeto demarcador do espaço capaz de seccioná-lo em dentro e fora, funciona como organizador do espaço, dá suporte ao ambiente interno imediato, controla a entrada de luz de maneira variada nos planos dos pavimentos internos e ainda é capaz de incentivar o percorrer do olhar pelas aberturas com o intuíto de absorver o meio externo.

Desenhos de estudo da relação fachada-interior.

Diagrama do conceito de espaço entre espaços.


Esquema de posicionamento dos estúdios.

Esquema de posicionamento das torres de serviço.

Esquema de composição da faxada.

Esquema de composição da faxada. Esquema de composição da faxada.


Esquema de posicionamento das lajes.

Conceito de linha e ponto.

Conceito de linha e ponto.

Conceito de linha e ponto.

Conceito de linha e ponto.

Esquema de posicionamento das lajes.

Modelo completo com as lajes.


Modelo ďŹ nal do conceito do projeto.


Sítio

A proposta de um projeto de um espaço que possa abraçar toda a complexidade que é a produção de conteúdo voltado para a internet demanda um espaço bastatne específico. Para tanto é necessário que o ambiente no qual esse projeto se justifica seja a grande metrópole. Em análise do panorama brasileiro de cidades é possível notar que poucas são as que possuem uma demanda para esse tipo de espaço arquitetônico, dentre essas cidades brasileiras a que merece maior destaque talvez seja São Paulo, que nas últimas décadas vem crescendo bastante no cenário cultural, promovendo cada vez eventos nacionais e internacionais. O ambiente da velocidade, dos grandes fluxos, do excesso de informação e dos contrastes é o ambiente espacial perfeito para o diálogo dos conceitos que se pretende levantar com o projeto. Desse modo o sítio que se procurou foi um em que pudesse identificar os mais variados fluxos, pessoas, informação e cultura. No caso de São Paulo, as estações de metro acabam por gerenciar um espaço que cotidianamente lida com todas essas variáveis. A estação Paraíso do metro de São Paulo que faz a integração entre a linha 01-Azul e a linha 02-Verde que possui essa configuração desde 1991 já possui uma grande gama de ações culturais em suas instalações, ainda de maneira improvisada ou provisória, mas organizada.

Mapa de localização.

Ação do projeto Encontros dentro da estação Paraíso.


Mapa conceito do entorno do terreno.


Na pesquisa sobre a região onde esta estação se localiza, percebeu-se que na saída oeste do complexo de integração há uma praça (praça Máximos IV Sayegh) que contém o prédio de entrada e avança pela lateral da avenida Vinte e Três de Maio e é delimitada pelo fim dos lotes da parte sul da quadra. Essa praça possui uma área aproximada de 2000m² e se encontra muito pouco qualificada. A área escolhida para a implantação do projeto então ocupa então essa área da praça e ainda mais 4 lotes a serem desapropriados que ocupam a esquina sul da quadra, no cruzamento entre a avenida Bernardino de Campos e a rua Correia Dias, de modo que o projeto possui uma grande faixa do terreno voltada para a avenida Bernardino de Campos e uma conexão de largura razoável para rua Correia Dias, ocupando toda lateral leste e parte do interior dessa quadra.

Mapa de áreas e vistas.


Vista da av. Bernardino de Campos.

Vista da av. Bernardino de Campos na via oposta.


Vista av.Bernardino de Campos sobre o pontilh達o.

Vista do pontilh達o da rua Cubat達o.


Vista da rua Correia Dias.

Vista da praça sobre a estação.


Referências

Miss Sargfabrik

Miss Sargfabrik

Vienna, Austria 2000

Altura estimada 19,55 m Número de pavimentos 6 Início da contrução 1998 Término da construção 2000 Estrutura Concreto Armado Uso Residencial Multifamiliar Arquitetura BKK-2Architektur ZT Gmbh

Vista do pátio interno.

Vista da fachada a noite. Vista da área de acesso aos apartamentos.


Vista da fachada na esquina.


Referências

Diller Scofidio Eyebeam

Diller Scofidio Eyebeam

Nova Iorque, EUA 1996

Altura estimada 27,40 m Número de pavimentos 7 Início da contrução ---------Término da construção -------Estrutura ----------Uso Cultural Educacional Arquitetura Elizabeth Diller, Ricardo Scofidio

Relação do modelo com o entorno imediato.

A fachada na perspectiva do pedestre. Maquete do conceito.


Imagem resumo do conceito.


Referências

Cipea No.4

Cipea No.4

Nanjing, China 2008

Altura estimada 18,00 m Número de pavimentos 4 Início da contrução 2003 Término da construção 2008 Estrutura ----------Uso Habitação Arquitetura Arquitetos AZL

Relação entre fachada e o entorno.

Maquete de estudo da edificação. Vista da fachada norte.


Vista da fachada oeste.


Projeto

Implantação

Implantação esquemática.

Esquema de dimensões do terreno.

A implantação do edifício foi feita pensandose em deslocar o bloco vertical das demais construções da quadra, de maneira que a edificação se destaca-se no conjunto. Ao colocar o edifício mais próximo da avenida Bernardino de Campos, gerou-se duas praças no complexo, uma ao sul, que se configura como uma praça de passagem e recolhe o tráfego de pedestres da rua Correia Dias e outra a oeste, que se configura como uma praça de estar do espaço de produção. A disposição dos níveis inferiores também foi pensada de modo que pudesse receber o fluxo de pessoas da estação de metrô já em mesmo nível, o que ocorre no pavimento subsolo e a diferença de níveis sugere a pessoa que está a passeio uma gama de percurssos não diretos a serem percorridos.


Planta Subsolo.


Projeto

Desenhos

Na composição dos espaços de estar, dos mezaninos, optou-se sempre por criar uma grande quantidade de estares contemplativos, mas nunca bloqueando ou ferindo severamente o fluxo trivial de passagem. O arranjo das áreas cheias e vazadas que os mezaninos geram foi feita com a intenção de criar um espaço vertical com bastante variação, uma vez que há bastante diferenças nos pé-direitos, o que permite um gama de possibilidades de articulação visual por entre os estares. O modo como as aberturas são dispostos nas fachadas querem sugerir um percurso para o olhar curioso, gerando uma metáfora para o percurso da informação, além de ser capaz de gerar um amplo leque de possibilidades de intensidade luminosa e de relações entre o indivíduo e os volumes opacos e translúcidos das fachadas. De modo geral, a edificação foi pensada como uma interface entre espaço de trabalho e lazer, espaço de lazer e cidade, e espaço de trabalho e espaço urbano.

Planta Térreo.


Planta P01.


Planta P02.


Planta P03.


Planta P04.


Planta P05.


Planta P06.


Perspectiva cortada.


Esquema de dimens천es do terreno.

Corte A.

Corte B.



Elevação Oeste.

Elevação Leste.


Elevação Norte.

Elevação Sul.


Desenho da praรงa oeste.


Desenho da vista de pedestre da Av. Bernardino de Campos.


Desenho da vista de entrada no nĂ­vel tĂŠrreo.


Desenho da vista de pรกssaro da praรงa oeste.

Desenho da vista de pรกssaro da praรงa sul.


Projeto

Esquemas estruturais

Esquema de pilares na fachada.

Esquema de vigas na fachada.

Esquema dos encaixes estruturais. Esquema de placas de metal na fachada.


Esquemas dos pilares no P01.

Esquemas de vigas no P01.

Esquemas de placas de concreto no P01.

Esquema do funcionamento dos pisos.


Projeto

Renderizaçþes

Vista de pedestre da Av. Bernardino de Campos.


Vista de pedestre da esquina Av. Bernardino de Campos com rua Correia Dias.


Vista da praรงa sul.


Vista da cobertura do prĂŠdio.

Vista da quina noroeste.

Vista do lado oposto da Av. 23 de Maio.


Vista da quina nordeste.

Vista da Av. 23 de Maio vindo do norte


Vista da praรงa oeste.


Vista da entrada no pavimento TĂŠrreo.


Vista dos mezaninos.


Vista do pavimento P05.

Vista do pavimento subsolo.



Vista do pavimento P04.







Bibliografia BOLTANSKI, L.; CHIAPELLO, E. O Novo Espírito do Capitalismo. Martinsfontes. São Paulo, 2009. ITO, T. Escritos. Colegio Oficial de Aparejadores y Arquitectos Técnicos de Murcia. Valencia, 2000. JAMENSO, F. Pós-modernismo e Sociedade de Consumo. Revista Novos Estudos nº12. São Paulo, 1985 MONEO, R. A Solidão dos Edifícios. Revista Digital ArchDaily. 15, Maio, 2013. VAN DER MAAS, S. El Diagrama en la Arquitectura. Revista Dearq nº8. Bogotá, 2011. VITALE, D. Ensinar um Ofício, Propor uma Forma. Revista Risco nº3. São Carlos, 2006.



S達o Carlos - 2013


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