Radiola é um jornal mensal sobre música, apresentando sempre a programação de shows, letras de músicas e matérias selecionadas de revistas e sites especializados. Jornalista responsável: João Almeida Alves Editor: Ernesto Silva Santos Diagramação: Aline Mendonça Tiragem desta edição: 1000 exemplares
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Algumas dicas para começar a tocar guitarra! Ultraje a rigor
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Black Eyed Peas - Os segregos para se manter no topo do mundo
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Há 40 anos, Beatles chegaram ao fim
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Algumas dicas para começar a tocar guitarra!
Por Andreas Kisser, colunista do Yahoo! Brasil Quando eu vejo os meus filhos brincado no “Guitar Hero”, fingindo ser guitarristas de verdade, sentindo-se em um palco na frente de milhares de pessoas, é engraçado ver a reação deles com o joystick, em formato da guitarra, e o controle que eles têm do instrumento. Eles realmente acham que estão tocando. Apesar de a sensação do jogo ser parecida com a realidade, a distância é brutal. Eu pensei,
então, em fazer uma lista com algumas dicas para quem não sabe nada do instrumento real, mas sabe tudo do instrumento virtual, e quer tocar guitarra de verdade. Se você joga “Guitar Hero” e quer ser um rockstar de verdade, segue algumas dicas que você precisa para começar a tocar este instrumento fantástico, que vai te dar infinitas possibilidades de expressão, ou seja, fazer a sua própria música. As primeiras cinco dicas eu posto agora, as outras cinco na próxima semana: 1- Procure uma guitarra que satisfaça o seu gosto musical A primeira coisa a se fazer é procurar uma guitarra de verdade, certo? Isto vai depender da música que você curte, é importante pegar um instrumento que vai se adequar mais aquilo que você gosta de ouvir. Hoje, no Brasil, é possível encontrar guitarras de todos os preços, de todos os tipos e marcas. Procure uma gui-
tarra que não seja tão cara mas que tenha um bom acabamento e seja equilibrada, que mantenha a afinação. Imite o seu ídolo, vá atrás de uma guitarra parecida, ou igual, a que ele usa. 2- Use cordas leves no começo No começo, para os primeiros acordes e solos, é melhor colocar cordas mais leves na sua guitarra, as pontas dos dedos ainda não estão calejadas suficientes e as cordas mais leves são menos agressivas aos dedos. Vai ser um processo em que os dedos vão doer mesmo, não tem jeito. Com uma rotina de estudo adequada e muitos exercícios de escalas e acordes, os dedos vão ficando mais fortes. Sugiro as cordas conhecidas como “09”. 3- Teste várias palhetas antes de decidir por uma A palheta é uma escolha muito pessoal, vai depender muito do estilo de som que você vai fazer e da maneira como você vai segurá-la: cada um tem um jeito bem diferente de pegar na palhe-
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ta. Veja, por exemplo, guitarristas como Van Halen, Marty Friedman, James Hetfield, George Benson, B.B. King e Keith Richards e observe que cada um tem o seu jeito de tocar. Ache o mais confortável, teste várias maneiras e crie o seu próprio estilo. Existem dezenas de possibilidades de espessura, das mais flexíveis até as mais duras. O tamanho e o formato também variam bastante. 4- Pesquise vários amplificadores A escolha do amplificador também segue a mesma linha da escolha da guitarra, faça o som que você gosta, procure aquela resposta sonora que sempre sonhou. Há dezenas de modelos disponíveis e você pode testá-los com calma, pesquisando e aprendendo diferentes combinações entre os graves, agudos, médios, o gain, os efeitos, etc… Observe também a praticidade dele, se é muito pesado e de difícil locomoção. Comece procurando um estilo chamado “combo”, que são menores e bastante versáteis. (Veja o amplificador da Meteoro, MCK 200 ExtremeAndreas Kisser, que leva a minha assinatura). 5- Conheça o instrumento, passe tempo com ele O próximo passo é conhecer o instrumento, ser curioso. Passe tempo com ele, mas sem esquecer das suas responsabilidades com a escola ou trabalho, ache um tempo do dia para ter esta “conversa” com ele. Coloque as músicas que você gosta e procure as notas do braço da guitarra, observe a relação das posições que você faz com o som emitido. Procure também um professor, que vai te passar a parte mais teórica da música, pratique as escalas, acorde que também com o seu amplificador, teste sons mais pesados e distorcidos, sons mais limpos e suaves, sinta a relação das cordas com o captador, a palheta, enfim, seja curioso, a guitarra tem muito a oferecer.
Ultraje a rigor Por Tiago Agostini Álbum Música Esquisita a Troco de Nada Previsto para Sem previsão de lançamento físico Com quase 30 anos de carreira, Roger Moreira parece ter cansado da lógica do mercado e resolveu tocar o Ultraje a Rigor a seu modo. A banda está gravando um disco a longo prazo, sem data para acabar, lançando pacotes de músicas na internet. “Com o aumento do acesso à internet e como a nossa fonte de renda continua sendo os shows, temos liberdade de lançar só três músicas”, conta o vocalista. Produzido por Roger, Mingau e Flavio Decarolli, esse será o primeiro registro inédito da banda desde 2002, quando saiu Os Invisíveis. Roger assume a culpa pela demora. “Tive crise de inspiração.” A formação do Acústico MTV, lançado em 2005, foi mantida. “Quebramos a estética de que a banda precisava ter apenas duas guitarras, baixo e bateria”, diz Roger, com um ar sossegado. “O objetivo deste disco não é fazer sucesso. Queremos continuar tocando e nos divertindo.”
Na próxima semana eu continuo como as cinco dicas restantes. Grande abraço, Andreas Kisser
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Os Segredos para se manter no topo do mundo Por Chris Norris
Will.I.Am explica as fórmulas e as regras que levam o Black Eyed Peas ao Sucesso
DONO DO SUCESSO Will.i.am lidera o Black Eyed Peas com suas teorias de mercado Há vários anos, um importante cidadão dos Estados Unidos compartilhou seu sonho de que um dia as crianças da nação poderiam viver como irmãs, que a justiça e a liberdade se espalhariam e que um homem de 35 anos com calça de couro e botas cintilantes poderia liderar 73 mil texanos que cantariam a uma só voz: “Whatcha gonna do with all that junk/all that junk inside your trunk?” (o que você vai fazer com tanta porcaria/ toda essa porcaria no traseiro?). Esse dia acontece, agora, no Re-
liant Park, em Houston, que pulsa com as luzes, os sons e os cheiros da 78ª Feira de Animais e Rodeio de Houston, um evento anual que já contou com shows de gigantes que vão de Elvis Presley a Miley Cyrus. A banda principal da noite hoje é o Black Eyed Peas. No meio de seu primeiro enorme sucesso, “My Humps”, de 2005, a vocalista Fergie desfila pela passarela do palco com um macacão metálico coladinho no corpo, parecida com o andróide esguio de Metrópolis, de Fritz Lang, mas com cabelo e com as “humps” (protuberâncias) do título da canção. “Eu deixo esses manos loucos”, ela entoa enquanto os colegas de palco Apl. de.ap e Taboo fazem pose. “Faço isso todo dia.” Quando a cantoria retorna, oito
telas de vídeo gigantes exibem o sorriso amplo, enigmático e emoldurado por uma barbicha do autor da canção e mestre do Peas, Will.i.am, que faz uma pausa para agradecer aos seguidores do grupo: “Houston, nós agradecemos vocês do fundo do coração e das profundezas da alma. Em 2005, nós lançamos um álbum chamado Monkey Business”, ele diz, então dá nome a duas lojas que levaram o trabalho a vender 10 milhões de cópias: “Tower Records e Virgin. Elas não existem mais”. A multidão ruge. “No ano passado, nós lançamos nosso disco mais recente, e é por causa de vocês que vendeu...” O maior rodeio dos Estados Unidos é só mais um dos últimos dominós a cair na campanha global
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de Will.i.am para construir a marca musical mais onipresente do planeta. Nos 15 anos que se passaram desde que ele formou o grupo, Will.i.am deu a volta ao mundo uma dúzia de vezes, vendeu 27 milhões de álbuns e fez propaganda para a Apple, a Pepsi, a Target (loja de departamentos), a Verizon (operadora de celular) e o presidente dos Estados Unidos. “Ele é uma verdadeira força”, diz Bono, que convocou Will.i.am para trabalhar no álbum de 2009 do U2, No Line on the Horizon. “Ele tem as maiores canções da Terra neste momento, ele é o espírito mais maravilhoso de se estar por perto, e ele se interessa pelo macro e também pelo micro.” Na verdade, a visão dele é tão macro que ele é diferente de praticamente todos os músicos que o precederam. Para Will.i.am, canções não são obras de arte discretas, mas sim aplicações multiuso - singles de sucesso, jingles para anúncios, trailers de cinema - que servem a um objetivo maior do que o consumo musical. Do ponto de vista criativo, ele não faz diferença entre compor rimas e traçar planos de negócioswerPoint, ou produzir - álbuns e plataformas de mídia, sendo que tudo isso entra no esquema de uma missão visionária de reunir a maior audiência possível ao longo do alcance mais amplo imaginável. Quando conversa, ele tem a tendência de fazer pronunciamentos paradoxais que, assim como suas músicas, geralmente vão da idiotice ao brilhantismo quando são escutados repetidamente. Uma viagem pela mente de Will.i.am segue uma tri-
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lha cheia de curvas, mas, se você prestar atenção, alguns temas vêm à tona...
MÚSICA QUE FUNCIONA EM QUADRADOS No backstage em Houston, Will.i.am tirou a fantasia e vestiu roupas comuns: uma camisa preta com jeito de Jedi, com gola em forma de xale; calça com cintura abaixo do quadril e ar punk; e uma bolsa a tiracolo feita de anéis de lata de refrigerante reciclados. Enquanto dançarinos, empresários e colegas de banda batem papo atrás dele, Will.i.am começa a digerir a música e o comércio em partículas subatômicas. “Tem a ver com frequência, moeda corrente”, ele diz. “As palavras ‘corrente’ e ‘frequente’ - o que significam? Tempo. Se corrente também tem a ver com algo que se pode gastar, isso significa que é fluido - uma corrente. Se no momento estou fazendo uma coisa e continuo a fazer, estou fazendo com frequência. E se eu mudar mi-
nha frequência para ser positivo, atraio corrente.” Will.i.am fala rápido, chega um pouco perto demais e mantém os olhos arregalados fixos nos seus como um boxeador que encurrala o adversário em um canto e fica encarando para deixar o sujeito louco. “Cada vez que a música foi lançada em círculos, foi bem-sucedida”, ele diz. “Quando os discos foram lançados, havia os de 45 rotações, depois foram os de 33, e depois os compactos de 12 polegadas - todos múltiplos de três, todos círculos. Assim que saíram os toca-fitas e o eight-track, quadrado, não deu certo. Uma fita cassete é retangular, não deu certo. O CD saiu, o maior sucesso. Os iPods e os laptops colocam a música em retângulos - não funciona, não dá para monetizar. É preciso descobrir como fazer funcionar no quadrado.”
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Há 40 anos, Beatles chegaram ao fim
Da redação Considerada a maior banda de todos os tempos, os Beatles se separaram em 10 de abril de 1970. O dia 10 de abril pode ser considerado uma péssima data para muitos que têm pelos Beatles o carinho de fã. Há exatos 40 anos, Paul McCartney anunciou o fim do Fab Four, para que cada integrante pudesse trilhar outros caminhos, direcionando força e talento a projetos solo. McCartney, John Lennon, Ringo Starr e George Harrison, por seu trabalho em conjunto, foram responsáveis por canções de grandiosidade inquestionável, agregando fãs e mais fãs, mesmo com a passagem de quatro longas décadas - provando que quando a música é boa, seu prazo de validade é inexistente.
Em clima de uma efeméride um tanto quanto triste, a matéria de capa da edição 36 da Rolling Stone Brasil, publicada em 2009. A reportagem mostra os bastidores dos últimos dias desta que é tida como a maior banda de rock de todos os tempos.
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Confira abaixo capas dos discos dos Beatles e relembre, em fotos, momentos marcantes da carreira da banda.
Ano especial Se em 2010 a homenagem é triste, é possível dizer que 2009 foi, positivamente, o “ano Beatles”. Além dos 40 anos do clássico álbum Abbey Road, todos os discos de estúdio da banda ganharam, no ano passado, versões remasterizadas - com melhor qualidade de som que a dos CDs lançados em 1987 -, atingindo o topo das paradas em vendas. Soma-se a 2009 outro lançamento: o Beatles: Rock Band, a primeira versão do game exclusivamente dedicada a uma só banda, possibilitando a algumas pessoas a junção de duas paixões: videogames e Beatles.
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Where is the love Black Eyed Peas People killing, people dying Children hurt and you hear them crying Can you practice what you preach? And would you turn the other cheek? Father, Father, Father, help us Send some guidance from above ‘Cause people got me, got me questioning: Where’s the love? (Love) Where’s the love? (The love) Where’s the love? (The love) Where’s the love, the love, the love?
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