Edição Nº 06 | 2016
UNIMED TAUBATÉ: COMO SERÁ O DESFECHO DA CRISE?
CAPA
SOB NOVA DIREÇÃO
Saiba como a operadora está cumprindo as determinações da ANS e reagindo à alienação compulsória da carteira de beneficiários
Conheça a nova diretoria e as diretrizes traçadas para o Hospital São Lucas
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ENTRE AS
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BRASIL
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ÍNDICE
Fachada da sede Regional Taubaté Foto: Gabriel da Silva
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EDITORIAL
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OPINIÃO
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Dr. Camillo Soubhia Junior
Dr. Paulo Pereira Dr. Renan Gerbelli
INFORMAÇÃO E TECNOLOGIA APM Taubaté se moderniza e lança novo site
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CAPA
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APM ENTREVISTA
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Unimed Taubaté enfrenta crise e repassa carteira de clientes
Hospital São Lucas sob nova direção
REGIONAL CAMPOS DO JORDÃO Dr. Nelson Guimarães Proença
REGIONAL GUARATINGUETÁ Dr. Antonio Diniz Torres
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REGIONAL LORENA
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CLUBE DE BENEFÍCIOS APM
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Inauguração CEOV
DIRETÓRIO ACADÊMICO
Rua Engenheiro Marcondes de Matos, 134 Centro - Taubaté /SP (12) 3632.3818 E-mail: taubate@apm.org.br Site: apmtaubate.com.br Facebook: AMP-Taubaté_Oficial
Presidente: Dr. Camillo Soubhia Junior Vice-presidente: Dr. Décio Henrique Rocha 1º Secretário: Drª. Luciana da Cruz Noia 2º Secretário: Dr. Gustavo Salgado Muragaki 1º Tesoureiro: Dr. Auro Fábio Bornia Ortega 2º Tesoureiro: Dr. Marcos Roberto Martins Secretária APM: Denizi Morais Jornalista responsável: Ana Cláudia Bohler/ MTB: 57.484 Designer responsável: Aline Gonzaga de Campos Esclarece-se que as colunas assinadas nesta publicação não condizem, necessariamente, com a opinião da diretoria da APM. Desta forma, fica registrado que as opiniões emitidas nos referidos textos são de exclusiva responsabilidade de seus autores.
Tiragem: 1000 exemplares Circulação: Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira e Litoral Norte | SP Impressão: Gráfica Resolução | Taubaté | SP
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EDITORIAL Foto: Agência Box Criativo
Frente parlamentar defenderá interesses da classe médica na Câmara dos Deputados Dr. Camillo Soubhia Junior Presidente APM Regional Taubaté
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ecentemente, estive em São Paulo para uma reunião de diretoria na sede da APM e, na ocasião, estava presente como palestrante o deputado federal Luis Henrique Mandetta (DEM), que é médico oftalmologista. Na ocasião, foi discutido o propósito que as entidades médicas têm de formarem uma frente parlamentar da Medicina, para que haja a defesa de interesses em apresentações de projetos de cunho médico na Câmara. Nós temos consciência de que a luta que desenvolvemos para melhoria das condições sócioeconômicas da classe passa, prioritariamente, pelas aprovações de nossas reivindicações frente aos planos de saúde e ao próprio governo. Atualmente, estamos em desvantagem neste embate porque os opositores estão muito bem articulados com poderosos lobbies e conseguem, com relativa facilidade, aprovar projetos que os favorece e, logicamente, muitos destes projetos vão contra os nossos interesses. Um exemplo vigoroso que discursa a favor da formação desta entidade organizada pelos médicos vem da
frente parlamentar Ruralista, que segundo o deputado, possui sede própria em Brasília. Quando há projetos de interesse a serem aprovados, os associados se reúnem neste local e, junto com deputados colegados, discutem a estratégia da apresentação dos programas e como conseguir a maioria para aprová-los. Já existe uma frente parlamentar da Saúde, porém, ela é muito heterogênea pois congrega hospitais, clínicas e demais serviços voltados ao setor e, por este motivo, os interesses específicos da classe médica ficam pulverizados entre tantas reivindicações apresentadas. Frente aos fatos expostos, chegamos à conclusão de que um dos caminhos a serem tomados seria a criação de uma Frente Parlamentar da Medicina. O primeiro passo já foi dado e, a partir de agora, as articulações serão feitas em torno de políticos que queiram trabalhar junto aos nossos interesses. Também buscamos contar com o apoio e prestígio dos médicos e médicas, que serão antecipadamente informados sobre o desenrolar das atividades voltadas à defesa dos interesses comuns a nossa classe. Saúde!
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EVENTO
Residentes do HR celebram formatura em Cirurgia Geral
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noite do último dia 13 de fevereiro foi de muita comemoração para os concluintes da Residência Médica em Cirurgia Geral da Universidade de Taubaté, em parceria com o Hospital Regional do Vale do Paraíba. A celebração ocorreu na Mansão Fabelle, renomada casa de festas da cidade de Taubaté, e contou com a presença dos doze formandos, acompanhados de familiares e amigos, além dos estimados preceptores do Curso. A agitação ficou por conta do DJ Renato Benecke e da banda Tom e Vinicius, responsáveis pela trilha sonora do evento. Na ocasião, os formandos proferiram discursos sobre os momentos de convivência e superação do curso, e prestaram agradecimentos às famílias e aos mestres. Foram homenageados os professores: Dr. Antônio Vitor Martins Priante, Dr. Antonio Baptista Cauduro, Dr. Carlo Guilherme da Silveira e Lima e Dr. Valdemir José Allegre Salles. Aos novos colegas, registramos os votos da APM para uma feliz trajetória, engajada com a defesa da classe e com a luta incessante pela saúde da população. FORMANDOS Ádamo Katsuhiro de Andrade Yoshiki Alini Nadielli Luz Carolina Mardegan Felipe Mayer Reis Henrique Generoso Silva Lorenzo Fernandes Moça Trevisani Matheus Zaroni Paulo Giovanni Estevam Cunha Paulo Victor Tenório Figueiredo Pedro Storani Biscaro Rafael Resende
Fotos: Elison Lopes
Matheus Maia
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As verdades da Medicina
Foto: Raquel Marques
OPINIÃO
Dr. Paulo Pereira Diretor artístico APM - Regional Taubaté
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os velhos tempos, quem exercia a Medicina eram pessoas com pendores para isso, com ações empíricas, sem nenhum conhecimento científico ou formação adequada. Nas tribos primitivas, das quais temos notícia, existiam os pajés que, com suas pajelanças, eram muito respeitados pelos demais componentes do grupo. Promoviam tratamentos com águas, folhas, raízes, benzimento e encenações que hoje nos pareceriam gozações. Eles promoviam curas, e suas presenças eram do maior significado. A evolução desta fase não foi para outra tão distante dela. As curas passaram a acontecer através de sangrias, ventosas, banhos em termas, tudo muito interessante e respeitado, mas ainda sem grandes fundamentações. Já mais próximos de nossos tempos, existiam os “práticos”, que formulavam chás e poções numa química pouco cuidadosa, mas de efeito satisfatório. Ainda hoje, século XXI, vemos “raizeiros” com comércios lucrativos e fiéis seguidores. Tudo isso era verdade. Cada método era característico de seu tempo. Nenhum destes personagens era falso e não pretendia enganar ninguém. Eles acreditavam no que faziam porque havia sucesso em suas propostas. As pessoas
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saravam e, com isso, a humanidade cresceu e prosperou. Não vale a pena discutir aqui efeitos placebos, somatizações ou algo parecido, pois estamos focados em dizer que estes fatos eram verdadeiros, embora sem fundamentos científicos. Para aqueles que não tinham acesso a estes métodos, valiam procedimentos ainda mais empíricos, como passar sebo nas feridas, lavar com urina de vaca ou enfaixar com tecidos e trapos. Dor na garganta sarava-se com uma cruz de madeira colocada no pescoço e mais algumas rezas profetizadas. Dor de cabeça passava colocando-se meia batata na testa. Os benzedores também nunca eram dispensados. Evidente que muitas pessoas morriam, bastando ter um problema mais sério. Nó na tripa, que deveria ser apendicite, era fatal. Mas morrer era natural e o sentimento de perda parecia ser menos doloroso, por ser fatalidade. A Obstetrícia era uma das especialidades melhor atendida. As parteiras eram muito prestigiadas e úteis. Encarava-se com naturalidade o insucesso, quando havia complicação no trabalho de parto. As mães tinham muitos filhos e era compreensível que muitos deles falecessem no parto ou pouco tempo depois. Nos dias atuais, a toda hora ouvimos informações que nos chamam a atenção por serem pitorescas. Muitas delas eivadas de má fé e de falsidades;
outras, nem tanto, sendo sequelas de crendices. Lembram-se do Ipê Roxo? Da água oxigenada? Foram afirmações tão fortes que criaram dúvidas sobre suas validades. Agora estão dizendo por aí que pó de café protege contra a Dengue. No desespero em que vivemos por conta deste maldito mosquitinho Aedes Aegypti, procuramos na literatura se o que está sendo dito tem feito algum significado. Isto é fácil de se explicar. Quando um ente querido está enfermo, o parente apela para todas as formas de cura, incluindo a disposição de seguir alguma promessa religiosa. Não importa se uma vacina contra o câncer não tenha qualquer significado, mas se é uma última saída, por que não testá-la? Isto abre caminho para a atuação de charlatões, e põe a perder aquilo que seria feito de boa fé. Hoje vivemos a era da tecnologia e do predomínio da ciência. As pessoas ficaram mais seletivas e a expectativa de vida cresce a cada vez mais. Bom que assim seja, mas, em todos os momentos, é bom perceber que o mais importante de tudo isso é a verdade. Se o fulano tem um enorme conhecimento científico, mas o utiliza de maneira inadequada, tentando fazer daquilo um meio de angariar dividendos e enganando o pobre cidadão, melhor partir para um chá de hortelã.
OPINIÃO
FMT extingue trote violento e promove semana de recepção aos calouros
Foto: Arquivo Pessoal
Verdadeiras “boas-vindas”
Dr. Renan Gerbelli
Clínico Geral Membro da Associação de Ex-alunos FMT
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oucos episódios se comparam à alegria de ser aprovado no vestibular, seja qual for a instituição de ensino. Nada como a felicidade e o sentimento que transbordam quando sabemos que iremos fazer o que queremos e gostamos. Aquele objetivo que estava lá, por vezes difícil de ser alcançado, não apenas está sendo tocado, como está se tornando realidade, e o melhor, fruto do próprio esforço.
que deveriam zelar pela saúde e pela vida agredirem violentamente os seus próprios colegas, ocasionando danos e gerando decepção para a sociedade. Os culpados e envolvidos fazem parte de uma minoria, que acabam por difamar e denegrir o nome das instituições que negativamente representam, a ponto das mesmas serem alvos de CPIs que investigam uma série de episódios de constrangimento público e agressão física.
A grande maioria dos que escolhem seguir a carreira de Medicina se dedica, e muito, para a aprovação em um processo seletivo. Passa dias, até anos, se empenhando para que aquele sonho de futuro, toda a sua trajetória de estudos e a grande vitória de ingressar na faculdade se tornem um projeto vitorioso, que poderá ser vivenciado a cada dia já na condição pós-formado.
Todas as faculdades possuem órgãos acadêmicos que visam interagir com a comunidade estudantil por meio de projetos científicos, manifestações de cunho didático e eventos diversos. Em Medicina, estes órgãos se classificam como Atlética, Diretório/Centro Acadêmico e Departamento Científico. Na Faculdade de Medicina de Taubaté (FMT), todos estes órgãos são reconhecidos pelo Vale do Paraíba devido às ações sociais promovidas através de projetos de conscientização, como a «Semana de Prevenção à Hipertensão e ao Diabetes». Manifestos também são realizados a fim de manter íntegra e ativa a estrutura dos dois hospitais públicos do município: o Hospital Universitário e o Hospital Regional do Vale do Paraíba. Entre os seus méritos, a FMT também costuma participar da Intermed, a maior competição universitária da América Latina. Em 2014, um novo órgão acadêmico foi fundado pela FMT com o intuito de resgatar as “verdadeiras tradições” do trote universitário, acabar com os atos inibidores e violentos, e promover uma nova forma de integração com os novos estudantes: o Comitê de Ética Medicina Taubaté (CEMT).
A ansiedade consome aqueles que aguardam o primeiro dia de aula; sentimentos de pura euforia se fazem presentes, sistema simpático atua a todo vapor, e o início da nova jornada é muito esperado. Lá está ele, o «calouro», recém-chegado ao ensino superior, perdido como se tivesse mudado de país; se aproxima, encontra semelhantes e em meio as festividades encontra o “personagem do veterano”. Até então, naquele primeiro contato, o veterano é tido como referência, símbolo de admiração e respeito; porém, em poucos instantes, a situação é revertida e calouro é entregue ao vexaminoso trote universitário. O trote universitário aplicado pelos cursos de Medicina é polêmico. Ano após ano, a violência dos atos, as reclamações das vítimas e as denúncias realizadas ocupam os noticiários das diferentes mídias e deixam em xeque o perfil dos futuros médicos do país. Levanta-se o questionamento sobre o motivo que induz as pessoas
Como medida, o CEMT redigiu um Regimento Interno que determina: os órgãos correlacionados terão identidade, estrutura e funções definidas – independentes ou integradas, havendo cobrança e punição para desvios de conduta; a implantação de uma carteira estudantil única,
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definida como “Carteirinha FMT”, que oferece descontos em atividades acadêmicas remuneradas e em compras realizadas em estabelecimentos comerciais conveniados; e a criação da “Seleção do Calouro”, beneficiamento oferecidos aos calouros que participam com assiduidade dos projetos estudantis, como ligas acadêmicas, programas solidários e treinos esportivos. Uma das grandes diretrizes estabelecidas pelo CEMT é a proibição absoluta do trote universitário, cabendo punição aos que desrespeitarem a regra. Esta condição permite uma melhor acolhida ao aluno recém-chegado, o qual tem a possibilidade de bater um papo com os veteranos e conhecer a história da Faculdade. É organizada uma “semana de recepção”, que apresenta aos novatos os órgãos acadêmicos, o Departamento de Medicina e a infraestrutura da Universidade de Taubaté. Também são realizadas visitas a hospitais, asilos e creches e, por fim, promovida uma gincana com premiação para uma maior interação da comunidade acadêmica. A prática humilhante do trote ainda não está extinta do meio universitário, mas a Faculdade de Medicina
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de Taubaté deu o primeiro passo contra a violência e incentiva a todas as outras faculdades a fazerem o mesmo. Após um ano da implantação do novo projeto, uma significativa adesão ao programa de recepção foi registrada em comparação com as turmas anteriores. A idealização e execução de uma reforma como esta é um grande desafio, mas modificar hábitos e humanizar as relações interpessoais foram as grandes motivações deste projeto. Nós, médicos e acadêmicos de Medicina, somos responsáveis por manter a nossa classe íntegra. Devemos representá-la com muita dignidade e sabedoria, visando aumentar a nossa força na luta por melhores condições de tra-balho, por mais qualidade na atenção à saúde da população, e pelo respeito a uma das mais antigas profissões da humanidade. Todo este desejo, este sonho, esta vontade de fazer a diferença já estavam lá, naquele primeiro dia de aula, na cabeça daquele calouro, mas tudo foi adormecido por aquele “veterano inimigo”. Precisamos acabar de vez com este inimigo para que ele não acabe conosco.
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INFORMAÇÃO E TECNOLOGIA
Novidades a caminho! Com proposta de modernidade, APM Taubaté lança novo website Com o intuito de oferecer novos serviços, facilitando a navegabilidade dos internautas e dinamizando os conteúdos publicados, o site da APM Taubaté receberá um novo formato. A partir do mês de abril, o veículo de comunicação abrigará configurações mais modernas, que prometem oferecer um layout mais clean e um acesso facilitado às informações. As principais notícias estarão destacadas em uma tela itinerante, e, ao serem clicadas, surgirão ampliadas no computador. Os menus estarão reorganizados e os assuntos reagrupados, a fim de proporcionarem melhor interatividade com a plataforma. Será possível conhecer a história da instituição, noticiar-se sobre as ações empreendidas em prol da classe médica, e informar-se sobre os benefícios oferecidos aos associados.
Uma das grandes inovações do projeto é o sistema de filiação online, disponibilizado na aba “Filie-se”. A ferramenta permitirá que os interessados se associem à APM de maneira simples, rápida e segura. A empresa de publicidade e marketing responsável pela arquitetura e gestão do site é a Interativa, de Taubaté, a qual defende a implantação de uma programação visionária, adaptada e inter-relacionada à tecnologia mobile. “Nossa aposta é oferecer aos associados e futuros associados um website mais tecnológico e interativo, compatível com celulares e integrado às redes sociais Facebook e Instagram”, esclarece Matheus Santos, diretor comercial da agência. É com grande satisfação que a APM Taubaté investe em tecnologia e comunicação, e convida os estimados leitores a conhecerem o novo canal digital.
Acessem: www.apmtaubate.com.br
Em breve, visite a APM Taubaté no Facebook e no Instagram 10
CAPA
Crise Unimed Taubaté Em nossa última edição, divulgamos uma extensa reportagem sobre a grave crise financeira que atinge a Unimed Taubaté. A entrevista foi-nos concedida pelo diretor administrativo da operadora, Dr. José Adilson Camargo de Souza, o qual havia relatado uma esperançosa expectativa sobre a recuperação da unidade. Mesmo com os esforços empregados, a cooperativa não conseguiu sanear as anormalidades econômicas e, em dezembro passado, recebeu da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) uma notificação de alienação compulsória da carteira de beneficiários. A medida visa garantir a continuidade da assistência aos clientes até que seja concluída a transferência para outra operadora. Caso a Unimed Taubaté não consiga negociar, dentro do prazo previsto, o repasse da totalidade de sua carteira, a ANS promoverá uma oferta pública para que operadoras interessadas possam oferecer propostas de novos contratos aos consumidores. Estas operadoras deverão apresentar favorável situação econômico-financeira e manter as condições de contrato sem prejuízos aos clientes.
ra, que tem algumas regras muito rígidas para o funcionamento de um plano de saúde. Em 2010, a Unimed Taubaté recebeu a primeira notificação da ANS de que havia não-conformidades no processo. Diante disso, era solicitado que algumas atitudes fossem tomadas para corrigir esta situação. Naquele momento, iniciou-se uma etapa, na qual surgiram várias notificações, apresentações de planos de recuperação, entre outros fatores. Em fevereiro de 2015, ocorreu um dos capítulos mais marcantes desta história, que foi a decretação da direção fiscal. Na ocasião, um diretor da ANS ficava acompanhando e fiscalizando todos os nossos movimentos. Ele não tinha nenhum poder de gestão, mas supervisionava tudo e orientava de forma oficial, através de resoluções. No plano de recuperação da cooperativa, já se contemplava a venda do Hospital do São Lucas. Porém, em
Foto: Ana Cláudia Bohler
Operadora cumpre determinação da ANS e se prepara para os novos rumos dos negócios
Em busca de esclarecimentos, a APM reuniu-se, novamente, com o Dr. Adilson Camargo. Confira informações detalhadas no texto a seguir. APM: Dr. Adilson, na última conversa que tivemos, você estava esperançoso com a recuperação da Unimed Taubaté. Deixou-nos motivados com uma possível continuidade dos trabalhos da cooperativa em nossa cidade. Mas, logo em seguida, recebemos a informação de que a ANS tinha feito uma intervenção neste processo de restabelecimento. Gostaríamos que você esclarecesse, aos colegas, qual é a atual situação da Unimed Taubaté. Dr. Adilson: Quando eu fui entrevistado pela APM, eu disse que acreditava na recuperação da Unimed Taubaté, mas deixei bem claro de que havia um fator, do qual não tínhamos controle: a permissão da ANS. A ANS é uma agência regulado-
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dezembro passado, nós esPaulistana. O que está sendo feitivemos na ANS, e nos foi to pela direção maior do Sistema Dentro de alguns meses, a ANS dito que a situação econôpara controlar esta situação? mica do país não favorece- colocará a nossa carteira numa oferta ria a venda do Hospital, e Dr. Adilson: O Sistema Unimed pública, ou seja, à disposição dos que o plano de recuperação está em crise; os problemas não que nós apresentamos não interessados em adquiri-la. Assume acontecem somente no Vale do era factível. Nós tínhamos Paraíba. Por exemplo, a Unia carteira aquele que oferecer indicadores que apontamed Paulistana lidava com 740 vam uma recuperação, mas melhores condições de atendimento mil vidas, a Unimed Rio de Jaa ANS queria velocidade neiro, que está com um sério e de preço para o usuário.” no processo. Depois de um problema, lida com três milhões tempo, descobrimos quais eram os fatores que motiva- de vidas, as unidades de Florianópolis, Brasília e Salvavam este anseio de agilidade; o primeiro era a troca do dor também já passaram por dificuldades. Ou seja, a crientão diretor da ANS. Ele estava próximo ao vencimento se é sistêmica. Eu tenho a certeza de que se não forem do mandato, e tinha uma decisão tomada em colegiado: tomadas medidas para sanear este processo, o Sistema não queria que nenhum processo que estivesse em anda- Unimed corre sérios riscos. As grandes vantagens que o mento permanecesse sem solução. O segundo motivo era Sistema Unimed tem sobre todos os outros, fatores eso evento da Unimed Paulistana, que foi traumático para o ses que garantiram o seu crescimento e a sua sobreviSistema Unimed e a ANS. A ANS foi muito criticada, pois vência, foram a capilaridade e o atendimento. Isto é, um a Unimed Paulistana ficou cinco ou seis anos em direção plano que é comprado aqui pode ser utilizado no Brasil fiscal, e não se queria que este episódio se repetisse em inteiro. Mas estes mesmos fatores que garantiram o suoutras unidades. Foi quando um novo passo foi tomado cesso vêm trazendo problemas sérios ao Sistema, em face dentro do processo: determinaram a alienação da carteira à crise econômica que nós temos enfrentado nos últimos da Unimed Taubaté. anos, juntamente com a questão da regulação. Não é mais possível manter o Sistema com o nível de hierarquização APM: Lembro-me que, por volta de 2003, havia por volta que há hoje, com dirigentes e estruturas administrativas de 74 mil usuários. Atualmente, são quantos? espalhados pelo país inteiro. É preciso enxugar o Sistema de maneira drástica. No caso do Vale, eu gostaria de fazer Dr. Adilson: Hoje, são 50 mil. É uma operadora de médio uma Unimed única em nossa região. Por mais que os diriporte. A Unimed Taubaté cuida de 50 mil vidas, sendo 27 gentes das unidades também tenham esta vontade, este mil no pré-pagamento e 22 e tantas mil em empresas de processo não é tão simples; existem características indiauto-gestão, que nos contratam. Quando a ANS deter- viduais e diferenças gigantescas que, para serem superaminou a alienação compulsória, referia-se a estas 27 mil das, requerem um grande planejamento, dotado de temvidas, as quais são referentes aos planos de pessoa física po suficiente e expertise. Porém, eu não tenho dúvidas de e de pessoa jurídica. Esta medida foi tomada no dia 11 de que, se o Sistema não for centralizado, unificado, haverá dezembro, no dia 20 daquele mês nós recebemos a noti- dificuldades de sobrevivência a longo prazo. Em contraficação e, a partir daí, contaram-se os 30 dias. O próximo partida, estão sendo tomadas providências, mas de uma passo dependeria do “andar” do processo: se acontecesse maneira mais acanhada de como nós gostaríamos. Sobre na Unimed Taubaté o que ocorreu na Unimed Paulista- uma eventual oferta pública da nossa carteira, a FESP, Fena, onde os médicos e a Unimed pararam de atender, a deração do Estado de S. Paulo, poderia vir a se interessar. ANS determinaria a chamada Portabilidade Especial, na qual cada um dos usuários de pessoa física receberia um APM: A Fesp nunca deu uma certeza sobre o interesse documento dizendo “procure o seu plano de saúde”. Isso na carteira? aconteceu em São Paulo. No nosso caso, permaneceram os atendimentos e a ordem, não houve um desabasteci- Dr. Adilson: Não, mas seria natural se isso acontecesse. mento total e, por isso, ainda nos encontramos na fase de Se corrermos o risco da massa da Unimed Taubaté ser alienação compulsória. Estamos aguardando a aprovação gerenciada por outra empresa ou, até mesmo, de haver da ANS para a prorrogação dos prazos. Provavelmente, uma eventual liquidação extrajudicial, efeitos importandentro de alguns meses, a ANS colocará a nossa carteira tes acontecerão nas outras unidades do Vale. Para mim, numa oferta pública, ou seja, à disposição dos interessa- ocorre uma certa lentidão no processo, mas para o outro dos em adquiri-la. Assume a carteira aquele que ofere- lado pode ser uma estratégia de precaução. cer melhores condições de atendimento e de preço para o usuário. Não envolve dinheiro; a Unimed Taubaté não APM: Sabemos que muitos colegas se desligaram da receberá nada por isso. A carteira da Unimed Taubaté é Unimed Taubaté. Com isso, sugiram dívidas que repermuito boa! A sinistralidade dela é, em média, de 74%. cutiram num prejuízo, o qual foi repassado aos demais colegas. Alguns arcaram com ele, outros não. Como ficou APM: É um desprestígio para o Sistema Unimed perder a situação destes colegas que tinham valores a serem singulares como, por exemplo, a Unimed SP e a Unimed pagos e que não contribuíram?
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Dr. Adilson: É uma questão de lei. A 5764 é muito clara: demanda trabalhista, a Justiça pode tomar medidas dentro o sistema cooperativo funciona baseado em resultados, do patrimônio do corpo associativo, tanto o atual, quannão em lucros. Se houver um resultado positivo, rateia-se to o passado. A ANS nos colocou numa situação propícia à na proporção da produção; se der um resultado negativo, oferta pública. Se uma empresa, dentro ou fora do Sistema rateia-se o prejuízo. Não existe discussão! É um assunto Unimed, quiser assumir a nossa carteira, esta parte do proclaro e pacificado. Como foi apurado um prejuízo em 2014, blema estará resolvido. A alternativa que a Unimed Taubaté este dano foi rateado para todos os cooperados que atua- tem é continuar atuando normalmente como prestadora, ram naquele ano, na proporção atendendo as 22 mil vidas de da produção de cada um deles, custo operacional e auto-gesconforme medida da Lei. Isso tão, pagando o parcelamento Não é mais possível manter o provocou uma série de queixas de refis, quitando as dívidas e Sistema (Unimed) com o nível e os reclamantes estão no seu remunerando os cooperados. completo direito. Mas, houve A partir do momento em que de hierarquização que há hoje, um cuidado muito grande de não se consiga resolver o procom dirigentes e estruturas se proceder dentro das normas blema da carteira ou da rede contábeis; houve uma audito- administrativas espalhados pelo país prestadora, haverá o risco de ria independente, a ANS avalise entrar num processo de lizou o processo. Existem aque- inteiro. É preciso enxugar o Sistema quidação extrajudicial. Então, les que acertaram as contas será nomeado um liquidande maneira drástica.” e cumpriram com o que a Lei te que passará a gerenciar a manda, e aqueles que decidiram procurar a Justiça. Para massa, a vender os bens e patrimônios, tornando-se o resos devedores, nós encaminhamos uma notificação extra- ponsável por fazer os devidos pagamentos. São processos judicial e demos uma última oportunidade para quitar a lentos, demorados e sofridos. dívida. Quem não se pronunciar até o prazo determinado terá que se defender como pode. No meu entendimento, APM: E se nenhuma empresa quiser assumir a carteira? fundamentado em decisões da Justiça, não existe possibilidade de êxito para aqueles que se negarem a pagar. Nós Dr. Adilson: Esta é um a possibilidade real, mas eu não esperamos que estas pessoas acertem a sua vida e evitem acredito que isso aconteça, pois há um único argumento: seguir com este problema. Independentemente do futu- a nossa carteira é muito boa. Se alguém chega hoje e asro da Unimed Taubaté, esta problemática continuará na sume a nossa carteira, estará exposto a um risco jurídico Justiça. No momento em que a decisão final for divulgada, de ser considerado sucessor de alguma dívida que, evennão caberá parcelamento do valor; pode haver até o blo- tualmente, nós tenhamos. Isso faz com que não haja qualqueio de bens e patrimônios. É muito desgastante! quer interesse, neste momento. Está havendo o aguardo da oferta pública, pois, nesta condição, é drasticamente APM: Quantos cooperados a Unimed Taubaté tem hoje? reduzido o risco de sucessão. É como se fosse um leilão; O volume de atendimento deles compensa o risco de uma não se assume da Unimed Taubaté, se assume da ANS. Eu liquidação extrajudicial? não posso afirmar nada, mas eu tenho a confiança de que, numa oferta pública, terão interessados dentro e fora do Dr. Adilson: Temos cerca de 150 cooperados ativos. A li- Sistema Unimed. quidação extrajudicial é um cenário horrível para todos. Ela pode ser equiparada a um processo de falência de em- APM: Se a Unimed pudesse recomeçar, ela seria só uma presas normais. Se os atuais cooperados não tomarem as prestadora, como é a SulAmérica? devidas providências, esta situação pode vir a ocorrer em nossa unidade. Isso pode acontecer se for promovida uma Dr. Adilson: É diferente; a Sulamérica é uma seguradora, ruptura drástica nos atendimentos, ou seja, se todos pa- proibida por lei de ter recursos próprios. Mas dizem que a rarem de atender. Por isso que nós temos enfatizado, com lei vai mudar, de forma a permitir que as seguradoras tefreqüência, aos cooperativos que permaneçam atendendo nham recursos próprios. Não dá para se ter uma opinião normalmente. A Unimed Taubataxativa sobre isso, porque té continua existindo como nós convivemos com um inioperadora de plano de saúde, migo dentro do sistema de Se corrermos o risco da massa da continua recebendo e continua saúde: a judicialização da Mepagando. A liquidação extrajudiUnimed Taubaté ser gerenciada por dicina. A falta de regras claras cial também poderia acontecer tem feito com que muitos outra empresa ou de haver uma se, a partir do momento em que usuários busquem os seus fosse estabelecida a transferêndireitos na Justiça, a qual acoeventual liquidação extrajudicial, cia da carteira, a cooperativa tilhe e dá decisões, no nosso vesse dívidas com a rede presta- efeitos importantes acontecerão nas entendimento, absurdas. O dora. Caso não haja patrimônio princípio contratual não é outras unidades do Vale.” na empresa para fazer frente à respeitado, o que faz com
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que os custos sejam exorbitantes. Neste aspecto, ter os recursos próprios auxilia no gerenciamento.
A alternativa que a Unimed Taubaté tem é continuar atuando normalmente como prestadora, atendendo as 22 mil vidas de custo operacional e auto-gestão, pagando o parcelamento de refis, quitando as dívidas e remunerando os cooperados.”
APM: (Dr. Camillo) Eu tenho uma empresa de saúde e acompanho este problema: o cooperado não se sente dono da cooperativa. Na Unimed Taubaté é diferente, a unidade é gerida por colegas bem intencionados, que tem uma tendência para gestão. Se houvesse uma maior conscientização, o cooperado ajudaria a empresa a se manter segura. Para mim, este é um dos problemas mais sérios dentro da Unimed.
Dr. Adilson: Isso é fato! E para compor o cenário, há a personagem da ANS, que não existia na época da fundação do Sistema Unimed, não acompanhou parte da vida do Sistema Unimed e, quando foi fundada, passou a fazer exigências e cobrar atitudes que as unidades da Unimed não estavam aptas a cumprir. APM: Sobre a venda do Hospital São Lucas, como ocorreu a decisão da venda? Dr. Adilson: Como eu havia dito, a venda fazia parte do plano de recuperação. O Hospital São Lucas enfrentava, há vários anos, dificuldades no sistema como um todo. Sempre existiu o adiantamento de produção da Unimed para o Hospital, ou seja, o São Lucas sempre foi devedor da Unimed. No ano passado, depois de serem adotadas várias medidas para melhorar a gestão e calcular os custos dos setores, o Hospital vinha numa crescente de faturamento. Desde julho do ano passado, o São Lucas passou a assumir uma função superavitária. Mas, a crise econômica enfrentada pelo
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país, trouxe uma instabilidade. Ainda diante de uma situação em que foi decretada a alienação compulsória da nossa carteira, era necessário que uma atitude fosse tomada. Uma alternativa seria continuar com o Hospital dentro de uma Unimed prestadora, promovendo a transferência da carteira, mantendo atendimentos no hospital e operando nos laboratórios. Em assembleia, ficou nítido, para mim, o desinteresse dos cooperados em querer continuar com o Hospital. A maioria optou pela venda do São Lucas. Creio que não cabe a discussão se foi um bom ou mau negócio. É perfeitamente possível que a Unimed se mantenha como uma prestadora sem o Hospital. Se for encontrado o caminho do Sistema Unimed neste tempo, quem sabe em um futuro próximo não tenhamos uma Unimed mais segura e tranquila, onde não haja medo de se produzir e ter perdas. APM: A Unimed ainda tem reserva técnica? Dr. Adilson: Não tem, porque, esta reserva teve que ser recomposta com o prejuízo que foi rateado, com as margens para dar resultado. APM: Dr. Adilson, nós agradecemos a sua participação. Assinalamos os anseios da APM e de toda a diretoria para que haja uma solução favorável para a cooperativa, os médicos e os usuários. Conte com o nosso apoio para que esta recuperação aconteça. Dr. Adilson: Estamos batalhando para isso! Obrigado pela oportunidade desta entrevista.
Confira em nosso site a íntegra da entrevista. www.apmtaubate.org.br
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Empresário adquire Hospital São Lucas e promete melhorias em atendimento e gestão Desde o início do ano, um dos assuntos mais comentados em Taubaté foi o processo de compra e venda do Hospital São Lucas. A comunidade médica do município, assim como profissionais de diversas áreas da saúde, estavam curiosos para conhecer o investidor e novo proprietário do empreendimento. A APM teve acesso ao empresário e entrevistou-o, com exclusividade, a fim conhecer os fatores que motivaram a aquisição do Hospital e quais são os planos estabelecidos. O nome dele é Guilherme Whately Paiva, administrador de empresas, natural de Rezende/RJ, mas residente de Taubaté por alguns anos durante a infância. Casado e pai de três filhos, atualmente vive nos Estados Unidos. Possui uma rotina atribulada, dividida entre o convívio familiar e os negócios que mantém no Brasil. Concursado pela Caixa Econômica Federal, aos 23 anos abriu mão do emprego e aventurou-se em novos rumos pelo mercado financeiro. Respeitado e bem-sucedido no meio, hoje presta consultoria a grandes empresas nacionais e estrangeiras.
Fotos: Ana Cláudia Bohler
APM ENTREVISTA
ção do Hospital. Renegociações de dívidas estão sendo discutidas, novas parcerias têm sido estabelecidas, e retenções de custo já são promovidas nos mais distintos setores. Em relação à ideologia humanizada do projeto, o empresário esclarece: “Temos, sim, o interesse em ganhar dinheiro, mas a prioridade é o respeito pelas pessoas”. De acordo com Guilherme, a estrutura dos setores clínicos será modernizada, o centro cirúrgico passará por melhorias e novos aparelhos serão adquiridos para que os pacientes sejam acolhidos da melhor maneira possível. “Buscamos a excelência através do oferecimento de um bom produto, da realização de um atendimento humano, e da constatação da satisfação das pessoas”, explica o superintendente.
atitudes que engrandecem a empresa e agregam melhorias para a cidade”, conta.
O empresário ainda considera desenvolver atividades que apresentem responsabilidade social. “Gerar empregos para taubateanos, interagir com a comunidade e colaborar com entidades sócias são
A diretoria do São Lucas também é formada pelo Dr. João Carlos Menezes, que ocupa o cargo Diretor Técnico, e Dr. Rui Noronha Sacramento, que assume a função de Diretor de Desenvolvimento.
Novo layout do Hospital São Lucas
Adquiriu o Hospital em um momento difícil, marcado pela grave crise financeira que atinge o país. Aceitou o desafio de gerir um negócio abatido por uma enorme dívida tributária, além das muitas despesas pendentes com bancos e fornecedores, mas assegurou que a experiência adquirida e o apoio de uma equipe eficaz e comprometida garantirão a sobrevivência do empreendimento. Medidas estratégicas já estão sendo adotadas no programa de recupera-
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Confira em nosso site a íntegra da entrevista. www.apmtaubate.org.br
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Desafios da Saúde Suplementar no Brasil
Foto: APM Campos do Jordão
REGIONAL CAMPOS DO JORDÃO
Dr. Nelson Guimarães Proença Diretor Científico Associação Médica Jordanense
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ão se deve aceitar e reproduzir a frase: “A Medicina vai mal no Brasil”; isto não é verdade. Temos médicos e Medicina de igual nível ao das demais nações; até muitas nações importantes são nitidamente superadas por nós. Então, o que vai mal, muito mal, neste nosso Brasil? De um lado, deve-se destacar a assistência pública; a seu respeito, já fiz algumas considerações no número anterior da revista Médicos do Vale. De outro, temos os planos de saúde, que atravessam uma grave crise financeira. Se não forem todos, são quase todos. As entidades nacionais que os representam têm se pronunciado publicamente sobre a importância e a gravidade desta situação financeira, que tem levado inúmeros destes planos a encerrarem as suas atividades. Os problemas essenciais, na origem destas dificuldades, foram recentemente divulgados pelo Ex Ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega, em artigo publicado no jornal “O Estado De São Paulo”, em 13 de janeiro último. O Ministro relacionou quatro tópicos que considera fundamentais: Primeiro, o aumento da expectativa de vida da população, o que torna mais numerosos os tratamentos necessários. Em segundo, a permanente introdução de novas técnicas e de novos produtos farmacêuticos, resultando em custos progressivamente elevados. E chama a atenção para a precipitação com que o “novo” é aceito, sem que haja uma evidente comprovação de sua necessidade e eficácia. Como conseqüência do “novo” surgiu uma terceira questão, a Judicialização da Medicina, que obriga a efetuar despesas em tratamentos não perfeitamente comprovados e aceitos. Em quarto lugar, a questão do abuso de procedimentos de toda natureza pelos prestadores de serviços, sejam os
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hospitais, sejam os médicos. A frase final do artigo é uma previsão pessimista do futuro: “Saídas simples, que miram os efeitos, tendem apenas a aprofundar desequilíbrios e a tornar o sistema insustentável”. Concordo plenamente com o conteúdo do referido texto e, inclusive, já tenho publicado meus próprios artigos com o mesmo encaminhamento da discussão e com semelhantes conclusões. Vou aproveitar a oportunidade para fazer considerações sobre a pressa com que se torna rotineiro o emprego de medicações com efeitos ainda não totalmente comprovados. Vou narrar um episódio que é bastante ilustrativo desta questão. Em 1977, fui presidente da Seção Regional de São Paulo da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Era habitual a realização anual de uma Sessão Científica especial sob o título “O Que Há de Novo”. Meus antecessores não falharam quanto a sua realização, ela já era esperada por todos os sócios, todos os anos. O que haveria de novo em 1977? Decidi romper com a praxe e variar o conteúdo; convidei e consegui a colaboração dos professores titulares das Faculdades do nosso Estado. A reunião científica foi denominada: “O Que Houve de Novo em 1962”. Estávamos em 1977, 15 anos depois, portanto, o objetivo da reunião era claro. O que teria ficado sendo incorporado à Terapêutica Dermatológica? O que havia simplesmente desparecido do cenário, por se mostrar inútil ou inferior ao que já havia? O resultado foi surpreendente e superou todas as mais negativas expectativas. Somente 10% do que era “novo”, em 1962, manteve-se no receituário de 1977. Para nós, esta reunião foi um marco, mostrou como é errado aceitar imediatamente, sem juízo crítico, aquilo que se anuncia como “novo” e “insuperável”. É certo que, muitas vezes, o interesse comercial está envolvido, gerando farta utilização de mídia para convencer os médicos. Bem, este já é assunto para outro artigo.
Projetoatualize 2016 EDUCAÇÃO MÉDICA CONTINUADA
A APM Regional de Campos do Jordão irá realizar, pelo sétimo ano consecutivo, o PROJETO ATUALIZE, uma parceria com a faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Todos os conferencistas são professores docentes das disciplinas da faculdade.
TAXAS:
Associados AMCJ e contratados PSF / Campos do Jordão são Isentos de pagamento Inscrição Anual: R$ 200,00 (R$ 25,00 por jornada) Inscrição Semestral: R$ 120,00
19 DE MARÇO – CIRURGIA BARIÁTRICA Prof. João Eduardo Nunes Salles
20 DE AGOSTO – NEUROLOGIA Prof. Wilson Sanvito
1 - Avaliação do Índice de Massa Corpórea como Indicador para a Cirurgia
1 - Meningites: Visão Geral do Problema 2- Enxaquecas
Prof. Carlos Alberto Malheiros 2 - Alternativas Técnicas e Resultados Obtidos
17 DE SETEMBRO – REUMATOLOGIA Prof. Dalton Torigoe
16 DE ABRIL – OTORRINOLARINGOLOGIA Prof. Lídio Granato
Prof. Carlos Alberto Malheiros
1 - Infecções da Via Respiratória Alta, na Criança 2 - Infecções da Via Respiratória Alta, em Adulto
21 DE MAIO – GERIATRIA Prof. Marcelo Valente, Profª Sueli Luciano Pires e Prof. Ranato Fabbri 1 - Idoso Frágil e Sarcopenia 2 - Asilamento 3 - Distúrbio do Sono
18 DE JUNHO – GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA Prof. Sebastião Piato 1 - Infecções da Via Respiratória Alta, na Criança 2- Doença Inflamatória Pélvica
1 - Artrite Reumatóide 2 - Gota: Atualização no Diagnóstico e Tratamento.
15 DE OUTUBRO - DERMATOLOGIA Profª Rosana Lazarini 1 - Reações Cutâneas Medicamentosas - Farmacodermias
Profª Thaís Proença 2 - Síndrome de Stevens Johnson e Necrolise Epidérmica Tóxica
19 DE NOVEMBRO – CLÍNICA MÉDICA Prof. Vidal Haddad 1 - Animais Peçonhentos da Região da Mantiqueira 2 - Dermatoses Consequentes às Picadas de Animais Peçonhentos
Jornada Individual: R$ 40,00 * Associados AMJ e Contratados PSF Campos do Jordão são isentos de pagamento
Local das Jornadas: Auditório do Hospital São Camilo Av. Agripino Lopes de Morais, 101 Vila Matilde - Campos do Jordão Informações: 12 3664-3705 (Falar com Priscila)
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Falando de vinho: Harmonização Enogastronômica Por: Dr. Antonio Diniz Torres Cardiologista
Em suma, o básico é: vinho tinto para carnes vermelhas, vinho branco para carnes brancas. Todavia, a harmonização entre vinhos e alimentos deve levar em consideração muitos outros aspectos. O aprendizado de regras e critérios técnicos é obtido em cursos especializados de Gastronomia e Enologia. Considero o vinho o companheiro ideal dos alimentos nas refeições, e o complemento indispensável para transformar um almoço, ou um jantar, em um evento gastronômico. Neste caso, temos que conhecer os ingredientes utilizados no preparo culinário, saber qual a região que deu origem aquele prato, e, quem sabe, conhecer as circunstâncias históricas relacionadas à refeição. Vamos observar, por exemplo, o bacalhau, que comumente é acompanhado de vinho tinto, respeitando as tradições culturais. Outro exemplo clássico é a “Bouillabaisse”, uma espécie de sopa de peixes e frutos do mar, muito consumida no sul da França; nesta região, o par perfeito da iguaria é o vinho rosé seco, naturalmente procedente da Provença. Ainda em relação ao preparo dos alimentos, tomemos como referência o Frango assado com macarrão, típico dos domingos; este combina muito bem com um Sauvignon Blanc ou um Chardonnay. Sobre frango, ademais, quando preparado com um vinho tinto, conhecido como “Coq au vin” (originalmente feito com carne de galo, mas, em terras brasileiras, adaptado para o frango), harmoniza com os tintos da região onde o prato foi criado, no caso, os Pinot Noir. A respeito do pato, uma ave que vem ganhando espaço nas mesas brasileiras, deve-se estar atento a sua textura e maneira de preparo. Quando servido o peito, o qual deve estar mal passado, sugere-se o acompanhamento de um vinho tinto. Já o famoso “Canard a l’orange”, Pato à laranja, por causa do seu molho agridoce, a melhor opção seria um Gewurztraminer.
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É preciso salientar que certos alimentos não são compatíveis com vinhos. Embora este assunto seja permeado de nuances, o recomendável é evitar harmonizações quando os alimentos são muito ácidos e/ou apimentados. Um velho ditado popular lembra: “o que seria do amarelo se todos gostassem do azul?”; com este dito, reforço a ideia de que, apesar de haver regras que visam obter harmonizações enogastronômicas certeiras, o que realmente importa é o paladar individual. O vinho que você gosta, acompanhado da comida que você prefere, é a melhor harmonização. No paladar não valem as regras, vale a sua preferência! Tanto a alta culinária, quanto os melhores vinhos, buscam conquistar o paladar dos apreciadores. Não recomendo postulados imutáveis, mas sim, bom senso e muitas degustações. Para descobrir as suas preferências, experimente as melhores associações para seu apetite. Você decide! Por fim, não há verdades quando o assunto é gosto, porém “in vino veritas”. Se beber, não dirija, pois “in aqua sanitas”.
Clássicos e sugestões
Ostras: Chablis Presunto cru: Jerez fino Sushi / Sashimi : Espumante nacional Massa com molho de tomate: Chianti Fondue de queijo: Riesling Queijo Roquefort ou Gorgonzola: Sauternes Chocolate: Vinho do Porto Imagem: Shutterstock
Este assunto pode ser extenso e até controverso, muitas pessoas chegam a considerá-lo uma tolice, mas o entendimento acerca das características do vinho possibilita a percepção das diferenças, a descoberta de aromas e a busca dos sabores durante uma degustação. Estas apreciações enveredam-nos em um contexto sedutor e, certamente, muito prazeroso.
Foto: Arquivo Pessoal
REGIONAL GUARATINGUETÁ
CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA
Em cerimônia solene realizada na noite do dia 07 de março, no auditório da APM Taubaté, uma nova geração de médicos foi contemplada com o recebimento da carteira profissional. O evento foi presidido pelo delegado superintendente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, Dr. Álvaro de Faria Pereira, o qual estava acompanhado do presidente regional da Associação Paulista de Medicina, Dr. Camillo Soubhia Junior. Ambos discursaram sobre as respectivas instituições, citando a importância da filiação a um órgão representativo da classe, além da necessidade de cumprimento da ética médica no exercício da profissão. Os presentes, 33 médicos recém-formados e seus familiares, assistiram a ence-
nação do Hino Nacional e acompanharam a declamação do termo de compromisso com a carreira. Segundo dados atualizados em março/2016 pelo Conselho Federal de Medicina, há 420.470 médicos atuantes em todo o Brasil.
Fotos: Lúcia Fátima da Silva
Cremesp promove entrega de registro médico a novos profissionais
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REGIONAL LORENA
Unimed Lorena oferece atendimento especializado a pacientes oncológicos No início de janeiro, a Unimed Lorena inaugurou o CEOV (Centro de Excelência em Oncologia do Vale), uma clínica dedicada ao tratamento de pacientes com diagnóstico confirmado ou suspeito de câncer. A infra-estrutura do local conta com dois consultórios, uma sala de aplicação de quimioterápicos, constituída de oito poltronas e dois leitos - dedicados aos pacientes mais debilitados, além de um espaço para atendimento ambulatorial. Os profissionais envolvidos compõem uma equipe multidisciplinar, formada de médicos, enfermeiros, farmacêutico, nutricionista, psicólogo e assistente social.
Segundo o relato do oncologista responsável pelo CEOV, Dr. Álvaro Peres Neto, o Centro acolherá a demanda de clientes oriundos de toda a região, principalmente das cidades do Fundo do Vale, Sul de Minas e Sul Fluminense. O médico também explica que o local visa atender com humanidade e dignidade os pacientes, já que o diagnóstico de câncer é difícil de ser enfrentado por eles tanto clinicamente, quanto emocionalmente. “Buscamos oferecer um tratamento diferenciado, capacitado por uma estrutura altamente tecnológica e focado no atendimento humanitário dos pacientes”, esclarece.
O Centro de Excelência em Oncologia do Vale localiza-se na O serviço é promovido em parceira das unidades de Lorena, Avenida Peixoto de Castro, 91, em prédio conjunto com a ClíniGuaratinguetá e Cruzeiro, atendendo a pacientes usuários do ca Radiológica Lorena. O telefone de contato é (12) 3152-2667. sistema Unimed, prestando atendimentos particulares, e propiciando o credenciamento de outros convênios.
Sala de aplicação de quimioterápicos
(À esquerda) Dr. Álvaro Peres Neto, oncologista responsável pelo CEOV, acompanhado dos presidentes das Unimeds de Lorena, Guará e Cruzeiro (respectivamente).
Leito disponibilizado aos pacientes
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Consultório de atendimento clínico
Fotos: Unimed Lorena
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CINEMA
Oscar 2016 Mais uma edição do Oscar, prêmio concedido pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, registrou a audiência de milhões de cinéfilos e atingiu os trending topics (recurso que mede a popularidade dos assuntos discutidos nas redes sociais) do mundo inteiro.
Melhor canção original Writing’s on the wall De Spectre por Jimmy Napes e Sam Smith
Era domingo, dia 28 de fevereiro, quando o Teatro Dolby, em Los Angeles (Califórnia), recebeu as mais célebres referências das telinhas para a entrega da estatueta mais almejada e disputada do cinema.
Melhor fotografia O Regresso
A cerimônia foi transmitida ao vivo por emissoras de todo o planeta, e teve como anfitrião o comediante Chris Rock. Saiba quais categorias foram avaliadas e conheça os vencedores: Melhor filme Spotlight – Segredos Revelados (Spotlight) Melhor ator Leonardo DiCaprio Como Hugh Glass em O Regresso (The Revenant) Melhor atriz Brie Larson Como Joy “Ma” Newsome em Room Melhor diretor Alejandro González Iñarritu De O Regresso Melhor ator coadjuvante Mark Rylance Como Rudolf Abel em Bridge of pies Melhor atriz coadjuvante Alicia Vikander Como Gerda Wegener em The Danish Girl
Melhor Mixagem de Som Chris Jenkins De Mad Max: Estrada da Fúria Melhor Mixagem de Som Bem Osmo De Mad Max: Estrada da Fúria
Melhor roteiro original Spotlight Por Josh Singer e Tom McCarthy
Melhor Direção de Arte Lisa Thompson De Mad Max: Estrada da Fúria
Melhor Documentário de Longa Metragem Amy Melhor roteiro adaptado A Grande Aposta (The Big Short) Por Charles Randolph e Adam McKay Melhores Efeitos Visuais Ex_Machina: Instinto Artificial Melhor Figurinho Jenny Beavan De Mad Max: Estrada da Fúria (Mad Max: Fury Road) Melhor Filme de Animação Divertida Mente Melhor Montagem Margaret Sixel De Mad Max: Estrada da Fúria Melhor Edição de Som David White De Mad Max: Estrada da Fúria Melhor Edição de Som Mark Mangini De Mad Max: Estrada da Fúria Melhor Mixagem de Som Gregg Rudloff De Mad Max: Estrada da Fúria
Melhor Direção de Arte Colin Gibson De Mad Max: Estrada da Fúria Melhor Maquiagem e Penteados Lesley VanderWalt De Mad Max: Estrada da Fúria Melhor Maquiagem e Penteados Damien Martin De Mad Max: Estrada da Fúria Melhor Maquiagem e Penteados Elka Wardega De Mad Max: Estrada da Fúria Melhor Curta-Metragem de Animação História de un Oso Melhor Documentário de Curta-Metragem A Girl in the River: The Price of Forgiveness Melhor Trilha Sonora Original Os Oito Odiados Melhor Curta-Metragem em Live Action Stutterer Por: Dr. Alexandre Souza de Macedo Reis
Melhor filme estrangeiro O filho de Saul (Saul fia) Da Hungria
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Leonardo DiCaprio
Brie Larson
Alejandro González
Jenny Beavan
Mark Mangini
CINEMA
Cinemateca: Relembrando filmes antigos Por: Dr. Alexandre Souza de Macedo Reis Estamos em 1991. O filme é O Silêncio dos Inocentes (The Silence of the lambs), uma das três únicas produções cinematográficas contempladas com o Big Five, premiação concedida por Hollywood aos filmes que recebem cinco títulos do Oscar: melhor filme, melhor diretor, melhor ator, melhor atriz e melhor roteiro (neste caso, adaptado de uma novela de Thomas Harris). Os outros filmes premiados com esta honraria do cinema são Aconteceu Naquela Noite (1934) e Um Estranho no Ninho (1975). Na história, a principal pista que o Dr. Hannibal Lecter, interpretado por Anthony Hopkins, dá à Clarice Starling, personagem de Jodie Foster, para alcançar o assassino Búfalo Bill, do ator Ted Levine, é a pergunta: “Qual a cobiça?” Cobiça: Clarice é uma moça interiorana que tenta se urbanizar, mas ainda usa sapatos de segunda linha. Almeja ser agente do FBI, em honra ao seu venerável pai, policial já falecido. Pertencente a um meio masculino, recebe olhares de seus colegas, que a desejam sexualmente. Em uma das cenas, chegam a constrangê-la durante um funeral. Dr. Frederick, papel de Antony Heald, insiste em lhe mostrar as atrações noturnas da cidade. Até o seu superior e antigo professor, Jack Crawford, interpretado por Scott Glenn, dedica-lhe uma atenção especial. Ou seja, a sexualidade se sobrepõe à oposição que almeja.
são: orgulhar a memória o saudoso pai. Assim, é factível que encare o Dr. Lecter e penetre nas profundezas do Búfalo Bill. Este, por sinal, cobiça ser mulher, nem que para isso tenha que se vestir peles (símbolo fetichista clássico) e sair do estágio larval para se transformar numa linda borboleta. A pele: Em análise, o desejo primário por outrem se inicia pela pele, já que esta recobre todas as superfícies do corpo almejado. Também serve para enganar o olhar do telespectador ao fugir da prisão, em determinado momento. Esta mesma pele é retirada aos escalpos dos cordeiros em cena, origem do trauma de Clarisse. O olhar: É penetrante na interpretação magistral de Anthony Hopkins, quando este é substituído pelo seu correspondente fílmico, a câmera. Numa edição sensacional de Craig Mc Kay, nos faz entrar na casa errada, deixando Clarice a própria sorte. E o Dr. Lecter, o que cobiça? Música clássica, belas paisagens e jantar com um amigo bebendo Chianti, um vinho tinto italiano. Nada a mais!
Diante deste contexto, decide provar a sua capacidade e seguir adiante com o cumprimento de sua mis-
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Após quebra de acordo, alunos de Medicina exigem retratação da UNITAU D
esde que foi fundada, em 1967, a Faculdade de Medicina de Taubaté admitia o ingresso de alunos por meio de um vestibular anual de verão. A datar de então, o modelo curricular seguia um padrão de disciplinas anuais, as quais eram programadas para serem lecionadas integralmente ao longo dos meses letivos. Entretanto, no ano de 2013, devido às normas do financiamento estudantil, a Universidade de Taubaté propôs a adoção do sistema de semestralidade, base que ocasionou mudanças no currículo disciplinar. Neste mesmo ano, embora aplicada a mudança curricular, a UNITAU não promoveu um vestibular de inverno e, portanto, registrou-se apenas o ingresso dos alunos oriundos do processo seletivo de verão. Já em 2014, a intenção da instituição era promover as duas seleções anuais mencionadas, mas o Diretório Acadêmico Benedicto Montenegro se opôs à proposta, em favor do bem-estar dos alunos. Para o DABM, era inviável a entrada de duas novas turmas a cada ano, pois a infraestrutura disponibilizada tanto no campus, quanto no hospital, era avaliada como inapta.
sárias para que todos os acadêmicos de Medicina estivessem acomodados em instalações adequadas. Entre as mudanças solicitadas, pleiteava-se a construção de um novo prédio, no qual o número de salas de aula, anfiteatros e laboratórios fosse condizente com a totalidade de alunos que frequentaria o campus. Da mesma forma, requeria-se que as Ligas Acadêmicas obtivessem um espaço específico para que as suas atividades fossem desempenhadas. Este termo de compromisso também foi assinado pelos pró-reitores da Universidade, ficando acordado que a entrega da obra estaria agendada para janeiro de 2016. Desde que o acordo foi estabelecido no documento citado, o DABM cobra agilidade e transparência por parte da instituição. Após a prorrogação insistente das licitações e a falta de informações
Membros da diretoria do DABM gestão 2015 – 2016
incisivas sobre o estágio da obra, o Diretório buscou a Pró-Reitoria de Administração da UNITAU, visando obter um parecer sobre o atraso do processo. Através de um ofício emitido em nome do atual Vice-reitor e Pró-Reitor de Administração, Prof. Dr. Isnard de Albuquerque Câmara Neto, recebemos a notícia de que a obra foi suspensa. Em nome dos alunos, o Diretório Acadêmico Benedicto Montenegro exige o cumprimento do acordo estabelecido junto aos pró-reitores da Universidade, e afirma que continuará empenhando-se no fomento de melhorias no ensino e na infraestrutura da Faculdade, para que nossos acadêmicos tenham melhores condições de aprendizado. Colaboração: Maria Júlia Watanabe Presidente DABM
Diante disso, o DABM elaborou um termo de compromisso, no qual constavam propostas de melhorias estruturais, consideradas neces-
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Fachada prédio Bom Conselho
Foto: Google Creative Commons
Foto: DABM
DIRETÓRIO ACADÊMICO BENEDICTO MONTENEGRO DABM
DIRETÓRIO ACADÊMICO BENEDICTO MONTENEGRO DABM
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o final de 2015, estudantes da Faculdade de Medicina de Taubaté realizaram, no Taubaté Shopping, o “Salão Solidário”, evento que buscava arrecadar mechas capilares para serem utilizadas na confecção de perucas. A ação contou com o auxílio de uma cabeleireira voluntária, a qual realizava cortes de cabelo gratuitos aos interessados em colaborar com a causa.
sem fins lucrativos que visa promover a humanização de estudantes de Medicina, através da realização de atividades junto à comunidade.
Intitulado “Rapunzéis”, o projeto é uma parceria da ONG Rapunzel Solidária, de São Paulo, que desde 2014 confecciona perucas para meninas e mulheres pacientes com câncer, que se encontram em tratamento de quimioterapia, e da IFMSA (Internacional Federation of Medical Students of Brazil), organização
Para informar-se melhor sobre o projeto, acesse a página no Facebook, www.facebook.com/rapun zelsolidaria, e visualize um extenso e emocionante álbum com fotos de doadoras e receptoras.
Graças à grande repercussão, a campanha continua. Os interessados em participar devem entregar as suas amostras na secretaria do Departamento de Medicina da UNITAU, localizada no Campus do Bom Conselho.
Imagem: Shutterstock
Projeto solidário arrecada mechas de cabelo para pacientes com câncer
Colaboração: Maria Júlia Watanabe Presidente DABM
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LITERATURA
Receita de Ano Novo
Por: Carlos Drummond de Andrade
Para você ganhar um belíssimo Ano Novo Cor do arco-íris, ou da cor da sua paz, Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido (Mal vivido talvez ou sem sentido) Para você ganhar um ano, Não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, Mas novo nas sementinhas do vir-a-ser, Novo até no coração das coisas menos percebidas (A começar pelo seu interior) Novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota, Mas com ele se come, se passeia, Se ama, se compreende, se trabalha, Você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
Não precisa fazer lista de boas intenções para arquivá-las na gaveta, Não precisa chorar arrependido pelas besteiras consumadas,
Imagem: Shutterstock
Não precisa expedir nem receber mensagens, (Planta recebe mensagens? Passa telegramas?)
Nem parvamente acreditar que por decreto de esperança A partir de janeiro as coisas mudem E seja tudo claridade, recompensa, Justiça entre os homens e as nações, Liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, Direitos respeitados, começando Pelo direito augusto de viver. Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome, Você, meu caro, tem de merecê-lo, Tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, Mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.
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Aniversariantes A APM Taubaté saúda a todos os amigos e associados pelas comemorações natalícias
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ANIVERSARIANTES DE MARÇO
ANIVERSARIANTES DE ABRIL
01/03 JOSE ELISIO UBARANA NETO 02/03 EUCLIDES TREVISAN ITHO VIVIANE MARIE DAMASCENO MORGADO 03/03 ALEXANDRE DE PAIVA LUCIANO IZAC ALESSANDRO B DE SOUZA MARCELO PROSPERO DE ALVARENGA MARIA HELENA MAGALHAES DA SILVA REZENDE 05/03 FELIPE DA MOTTA BARRICHELLO KARLA TEIXEIRA SOUZA LUCIANA DA CRUZ NOIA 06/03 ANTONIO CARLOS CANINEO GABRIELA MENDES AGUIAR 09/03 ALCEMIR DE ASSIS QUEIROGA ROSANA PROLUNGATTI CESAR 10/03 GLAUCIA LOLITA DOS SANTOS MARCELO LOPES DE CARVALHO RENATA TONZAR LOBATO VANESSA FERNANDES BERTOLO 12/03 HELIANA HELENA VELLOSO DE ALMEIDA LAFAYETTE DE ALMEIDA NETO REGIS MORENO MACRI 13/03 RAFAEL CAMPOS FROES MARANGONI TALASSA CISOTTO ROCHA 14/03 ANA LAURA ALVARENGA BRANDAO WANNA 15/03 BRUNA ANTUNES NOGUEIRA 16/03 ANDRE LOPES E SILVA RONALDO ABRAHAM 17/03 CASSIO LUIS FERREIRA JUNIOR DENISE CAMARGO CIRVIDIU AZEVEDO 18/03 DENISE CRISTINA DE OLIVEIRA LUIZA VILLARINHO NASCIMENTO RAFAEL SANCHES FERREIRA 19/03 HELCIO ALVARENGA JUNIOR VALDEMIR JOSE ALEGRE SALLES 20/03 EDSON TANAKA ROSANA RIBAS BRANCO ROMEIRO 22/03 WALTER HIROSHI MURAGAKI 23/03 ANTONIO JOSE ELIAS ANDRAUS JOAO CARLOS DE MOURA MENEZES PRISCILA VITOR ALVES FERREIRA RENATO FILIPE MARTINS DE SA BARRETOS 26/03 MARCOS AUGUSTO PIRES 30/03 MARILEI LOPES BONATO ROBERTO ROJAS FRANCO 31/03 ANDRE LOPEZ DO NASCIMENTO ELISE MAYUMI KAMIGUCHI JOSE JULIO DE SOUZA JOSE ROBERTO DE CAMPOS
01/04 ANA CLAUDIA DE OLIVEIRA FONSECA TELMA DA SILVA SANTOS VANESSA FALCAO MONTEIRO 02/04 NELSON SHIDUHO YASSUDA 03/04 LUCIANO PRUDENTE DOS SANTOS 04/04 ANDRE LUIS FERREIRA SANTOS THEREZA FREIRE VIEIRA 05/04 ANA CAROLINA EL ZOUKI 06/04 PAULO SERGIO VARGAS WERNECK 07/04 EDNELSON CUNHA NAVARRO LUMA PRINCESS SCHNEIDER 08/04 ANDREA PAVAN NATALIA XAVIER CARVALHAL DE LIMA VIEIRA 09/04 PAULO EDUARDO BERTOCCO PARISI PRESPER FERES DAHER FILHO 10/04 ALESSANDRA CARVALHO TOLEDO MACHADO 11/04 OSCAR CESAR PIRES THIAGO MARCHTEIN GUEDES 12/04 ANA LYDIA NOGUEIRA ARENAS JOYCE YUMI MUKAI 13/04 ANA CAROLINA DA MATTA AIN ANDREA APARECIDA DE ALMEIDA FONSECA 14/04 LIN CHEN HAU MARCIA LANZONI DE ALVARENGA 16/04 ALEXANDRE SANTANA FANTAUZZI 17/04 CLERY NUNES DE CARVALHO RIZZIERI DE MOURA GOMES 18/04 ARIELLA CASSIA DE MOURA JOSE ADAN CEDENO BORGEN PAULO CESAR PINTO MOUASSAB 19/04 LAIS NUNES SALLES PINHEIRO MARISTELLA FROIO TOLEDO 21/04 DIOGO COSTA DE ALMEIDA SUZANA ANDRE 22/04 AILTON AUGUSTINHO MARCHI GUSTAVO NOTARI DE MORAES JORGE ROBERTO DA COSTA CASTANHEIRA MARIA TEREZA TORRES FROTA ROGERIO DA CUNHA PEREIRA SANDRO EURICO FERRIELLO 24/04 PAULO CESAR FEROLDI 26/04 MAGDALENI XAGORARIS ROBERTO WAISSMANN RODRIGO CORREIA COAGLIO 27/04 DIMAS AGUIAR MELAO JOAO LUCIO RODRIGUES DE CASTRO ROSANE GERALDO BONINSENHA 28/04 MARIA APARECIDA N. DE BARROS A. DA COSTA 30/04 ADRIANA DE OLIVEIRA MUKAI