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Texto: Cintia Huguenim Ilustrações, Projeto gráfico e diagramação: Aline G. S. Scheffler Revisão: Wilton Palha Neto Produção Editorial: Cintia Huguenim
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Huguenim, Cintia Tem um buraco aqui dentro / Cintia Huguenim ; ilustrações Aline G. S. Scheffler. - - Rio de Janeiro : Pitaya Editora, 2022. ISBN 978-65-998124-8-4 1. Depressão - Literatura infantojuvenil 2. Superação - Literatura infantojuvenil I. Scheffler, Aline G. S. II. Título. 22-125115
CDD-028.5 Índices para catálogo sistemático:
1. Literatura infantil 028.5 2. Literatura infantojuvenil 028.5 Cibele Maria Dias - Bibliotecária - CRB-8/9427
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João mora em uma rua cheia de crianças. Ele nasceu e cresceu ali, junto de seus amigos. Do que ele mais gosta é voltar da escola, almoçar, fazer o dever de casa e ir para a rua brincar. São tantas brincadeiras legais: bola de gude, pique-bandeira, queimado, futebol, bicicleta e muitas outras. A rua é a extensão da sua casa e o seu mundo.
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Um dia, saindo da escola, João não quis voltar para casa com seus amigos. Disse-lhes que fossem primeiro, porque ele precisava arrumar a mochila. Eduardo se aproximou e já foi marcando a pelada após o almoço, insistindo que queria João em seu time. João sorriu para o amigo, disfarçou e esperou que o amigo saísse.
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Voltando para casa, sua mãe Viviane logo estranhou a tristeza estampada no rosto do filho, e pensou que fosse alguma coisa na escola. Tentou conversar com o menino, mas ele permaneceu calado. No almoço, João deixou a macarronada, seu prato favorito, pela metade. Viviane achou estranho o comportamento do filho e lhe perguntou se estava tudo bem. E ele disfarçou, novamente, com um sorriso de lado.
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À tarde, Eduardo e Pedro foram até a casa de João, com a bola nas mãos, prontos para o futebol. Tocaram a campainha, chamaram o amigo, mas ele não atendeu à porta. Ficou no quarto e fechou a janela.
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Viviane, que estava trabalhando no quarto, quando ouviu a campainha e a voz dos amigos, estranhou quando João não a procurou para dizer que ia brincar na rua. Preocupada, encaminhou-se para o quarto do filho, que estava com a cortina da janela fechada, totalmente escuro, e perguntou: - Você está bem, filho? Não quis brincar com seus amigos? - Está tudo bem. E disfarçou novamente.
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João olhou para a barriga e sentia como se um buraco estivesse dentro dele. Um lugar fundo, como uma caverna escura, onde ele desejava se esconder e ficar ali quietinho. Às vezes, sentia como se houvesse formigas na barriga, corria para o banheiro, mas nada acontecia. Eram só fantasias. Outras vezes, começava a pensar em monstros, lugares estranhos, e não conseguia ver a luz. Achava que eles vinham do buraco, onde habitavam morcegos e bichos esquisitos.
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