EDIFĂ?CIO DE USO MISTO Com conceito de quadra aberta
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Centro Universitário Mauricio de Nassau Curso de arquitetura e urbanismo
Anteprojeto de um
Edifício de uso misto aplicando conceito de quadra aberta referente a 2ª avaliação da disciplina de projeto arquitetônico VI do 6º período MA.
Discentes: Aline Gomes e Alane Gomes Docente orientador: Genésio Leão
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ÍNDICE 1
Tema 1.1 Uso misto- 3 1.2 Quadra aberta-4
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O terreno 2.1 Características físicas e parâmetros urbanísticos -5 2.2 Mapa de Nolli-6 2.3 Mapa de Usos-7 2.4 Mapa de Gabarito-8 2.5 Aspectos Ambientais-9 2.6 Mobilidade Urbana-10
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Estudo de casos 3.1 Linked Hybrid-11 3.2 Airport Flower-12 3.3 Conjunto Nacional-13
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O Projeto 4.1 Conceito -14 4.2 Partido e evolução volumétrica-15 4.3 Setorização e agenciamento-18 4.4 1º e 2º pavimento-19 4.5 3º ao 17º pavimento-20 4.6 3D- 21 4.7 Referências bibliográficas
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1. TEMA 1.1 Uso misto Uma característica interessante do projeto de uso misto é que ele deve servir para agregar valor ao produto vizinho, um edifício residencial próximo a um pequeno shopping é benéfico tanto para os moradores quanto para os comerciantes. Faz parte do papel do arquiteto criar condições para que os projetos se equilibrem. Esse movimento é ainda maior nas grandes cidades, em resposta à necessidade de os moradores evitarem longos percursos entre a casa e o trabalho, escola ou lazer. É o conceito de cidades compactas dentro de uma metrópole, criando novas centralidades. Assim, os projetos se destacam nas cidades brasileiras que se mostram mais hostis ao pedestre, vulnerável ao intenso tráfego de veículos, e ao motorista, que chega a gastar horas no trânsito. “Projetos [de uso misto] abrigam, em um espaço de uso público e de gerenciamento privado, condições próximas ao ideal do que se deveria ter nas ruas dos centros urbanos civilizados desse planeta” Jorge Königsberger
A solução responde a demandas urbanísticas e conta com o apoio da legislação urbana, que, atualmente, estimula a construção de empreendimentos de uso misto, diferentemente do que acontecia no passado. É o caso da recente atualização do Plano Diretor e da Lei de Zoneamento da capital paulista, que privilegia a construção de residências próximas aos eixos de transportes que estão melhor estruturados.
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1.2 Quadra aberta A quadra aberta é uma estratégia de verticalização que gera áreas de alta densidade populacional, e não um quarteirão de ocupação rarefeita. O princípio básico é não tomar inteiramente o terreno com construções, mas sim obter um compromisso entre prédios de diferentes alturas, entremeando espaços públicos e privados sem inviabilizar o adensamento, mas gerando um ambiente com qualidade arquitetônica que preserva insolação, aeração, acústica e a relação com a rua. Quadra aberta permite reinventar a rua: legível e ao mesmo tempo realçada por aberturas visuais e pela luz do sol. Os objetos continuam sempre autônomos, mas ligados entre eles por regras que impõem vazios e alinhamentos parciais. Formas individuais e formas coletivas coexistem. Uma arquitetura moderna, isto é, uma arquitetura relativamente livre de convenção, de volumetria, de modenatura, pode desabrochar sem ser contida por um exercício de fachada imposto entre duas fachadas contíguas.
A terceira era da cidade Cristian Portzamparc
Portzamparc não estava se propondo "inventar" a quadra aberta, mas sim preocupado em dar sentido histórico e consistência conceitual para um fenômeno urbano que acontecia de forma crescente em diversas grandes cidades. Le Hautes, Paris: o conceito de quadra aberta de Cristian Portzamparc
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2. O TERRENO 2.1 Características físicas parâmetros urbanísticos
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Nesta etapa foram abordados os diversos fatores e condicionantes projetuais que influenciam diretamente na elaboração do projeto, foram analisados aspectos acerca do local onde o equipamento arquitetônico será instalado com conceito de quadra aberta, entorno, dimensões, além dos condicionantes climáticos e legais atribuídos a região. Localizado entre as Av. Agamenon Magalhães e Av. Norte Miguel Arraes de Alencar no bairro do espinheiro possuindo 4.769 m² de área total, estando dentro da Zona de Ambiente Construído de Ocupação Controlada caracterizada pela ocupação intensiva, pelo comprometimento da infraestrutura existente, objetivando controlar seu adensamento dentro da Área de Reestruturação Urbana- ARU (Lei dos 12 bairros).
Vista da Cidade do Recife; ESIG
2.1 Mapa de Nolli
Vista aproximada do terreno; ESIG
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2.2 Mapa de Nolli
No mapa de Nolli pode-se observar a densidade construtiva do local. Nele estão marcados os vazios urbanos caracterizados por áreas não edificadas, contudo, a área onde está localizado o terreno é predominantemente edificada. O traçado urbano pode ser considerado ortogonal com quadras e lotes de dimensões pequenas e com edificações que na maioria das vezes estão construídas no limite do lote.
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2.3 Mapa de Usos Pode-se observar que a predominância é de residências, também apresentando a parte de serviço que tem maior concentração na Av. Agamenon Magalhães, os demais usos como educacional e comércio estão compondo discretamente o entorno.
3.4 Mapa de gabarito 1-MPF
2-UPE
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2.4 Mapa de Gabarito O gabarito do entorno do terreno foi o mapa que retrata que a maioria das edificações possuem gabarito baixo (térreo + 1º pavimento) com
poucas edificações acima desse nível, sendo assim, acaba facilitando a circulação de ventos e iluminação possibilitando uma vasta visão do entorno para o projeto a ser implantado.
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2.5 Mapa de Aspectos ambientais É possível identificar poucas áreas verdes, dispondo de pouco solo natural, tornando menos cômodo o passeio nas ruas que chegam a temperaturas bastante elevadas na ausência de árvores. A acomodação do lote em relação ao norte pode-se perceber que as faces laterais (leste e oeste) são as que recebem maior incidência solar.
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2.6 Mapa de Mobilidade Urbana Dispõe de vias locais, com sentindo duplo que varia de moderado a intenso fluxo de veículos, motos, bicicletas, como também de pedestres. As calçadas na maior parte não foram projetadas a favor dos pedestres, segundo Jane Jacobs, as calçadas desempenham papel fundamental para a manutenção da segurança nas cidades. Contudo, existe a necessidade de calçadas propícias para a locomoção dos indivíduos vindo oferecer segurança e vitalidade.
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3. ESTUDO DE CASOS 3.1 Linked Hybrid-
Steven Holl
Do arquiteto. O complexo Hybrid vinculado orientado para pedestres de 220.000 metros quadrados, localizado junto ao local da muralha velha de Pequim , tem como objetivo combater os desenvolvimentos urbanos atuais na China criando um novo espaço urbano do século XXI, convidando e aberto ao público De todos os lados. Espaço público urbano cíclico; Em torno, através e através de camadas espaciais multifacetadas, bem como as muitas passagens através do projeto, tornam o Linked Hybrid uma "cidade aberta dentro de uma cidade". O projeto promove relações interativas e incentiva encontros nos espaços públicos que variam de comercial, residencial e educacional a recreacional.
Foto: Iwan Ban
Foto: Iwan Ban
Fonte: Archdaily Do projeto de Steven Holl iremos incorporar o mesmo pensamento em "cidade aberta dentro de uma cidade" proporcionando relações interativas, sendo dinâmico, permeável e sempre conectados de espaços verdes circundantes, oferecendo uma série de trajetos abertos a visitantes, funcionários e moradores.
Foto: Iwan Ban 11
3.2 Airport Flower Building- MVRDV O MVRDV ganhou um concurso para o projeto arquitettônico da área e master planning em 2013 contra duas equipes. O plano mestre urbano fica ao lado da estação de trem de alta velocidade e do quarto aeroporto mais movimentado da China continental, Shanghai Honqiao. O edifício mescla o topo de quatro torres para criar uma praça sombreada e íntima no meio. O piso térreo do prédio com as maiores janelas, contará com espaço de varejo, enquanto seu último andar possui conexão entre as quatro torres para que o edifício possa ser usado com flexibilidade por um ou mais inquilinos diferentes.
Foto: SHEN-PHOTO
Foto: SHEN-PHOTO
Fonte: Archdaily Assim como o mesmo dispõe de fachadas flexíveis que visam uma melhor ventilação e iluminação natural, no projeto serão implantadas fachadas com o máximo de eficiência utilizando mecanismos naturais, oferecendo também espaços amigáveis ao ar livre como praças sombreadas e percursos interessantes e indutores. Foto: SHEN-PHOTO 12 Foto: Iwan Ban
3.3 Conjunto Nacional- David Libeskin Localizado na mais Paulista das avenidas, com aproximadamente 150.000m² de área construída, o programa está distribuído em dois grandes volumes: um horizontal, que ocupa todo o terreno, uma gleba, e o outro vertical, que se desenvolve sobre pilotis, sobre o terraço-jardim do bloco horizontal. O volume horizontal corresponde ao conjunto comercial, com galerias de lojas, restaurantes, distribuídos em três pavimentos, além do terraço-jardim concebido como uma grande praça pública, decisão de projeto que confere a esse pavimento características urbanas. Na grande lâmina vertical, três torres contíguas com acesso independente permitem a convivência de usos distintos como escritórios, consultórios e residências. Fonte: Archdaily Por dispor de uma invulgar performance e fusão que existe entre rua, calçada e térreo, o edifício impulsiona relações ímpares, assim como no Conjunto Nacional, o edifício a ser projetado terá a lâmina horizontal designada a comércio e os demais serviços, com um terraço-jardim que servirá de cobertura para toda área, e a lâmina vertical destinada aos apartamentos.
Foto: Hugo Segawa
Foto: Catonahotgreenroof
Foto: Hugo Segawa
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4. O PROJETO 4.1 Conceito A partir da dinâmica que as edificações de uso de misto como habitação, comércio e serviço podem proporcionar a sociedade, facilitando trazer qualidade de vida para população, criou-se o argumento para junção desses elementos, derivando o conceito de um “quebra-cabeça”, que seria uma forma de juntar os usos em um único ambiente, tornando-o um complexo de elementos de fácil acesso para a desfrutação dos moradores. O conceito foi fundamento com a proposta de assemelhar-se a um quebra-cabeça (um jogo de raciocínio, que as peças devem ser combinadas de modo a formar uma estrutura pré-determinada) tornando-se o arquétipo do projeto e sendo o elemento norteador. O principal intuito da proposta a ser concebida é ocasionar impacto e surpresa para os indivíduos ao permear pelo âmbito, sendo livre, fluído e convidativo. Dispondo do conceito de quadra aberta , com jardins e praças que amenizam a separação entre espaço público e privado, ampliando a visão do pedestre e proporcionando um dinamismo ímpar, retraindo a monotonia e agregando qualidade nesses espaços promotores de relações. Realçando um convívio entre a calçada (exterior) com o comércio e serviço (interior), interligando a visibilidade, a respeito , Jane Jacobs chamava de “olhos nas ruas”, uma vigilância informal, voluntária ou involuntária, proporcionando sensação de segurança tanto para os indivíduos que percorrem pelas calçadas quanto para os próprios comerciantes. 14
z 4.2 Partido e evolução volumétrica O primeiro passo a ser pensando a partir do quebra-cabeça como principal inspiração para o volume dos edifícios foi a forma bruta do mesmo, com suas junções, logo, esculpido trazendo um movimento tênue de modo a formar e dar inicio a concepção volumétrica e suas evoluções
Dispondo de duas lâminas verticais, onde as mesmas formam um encaixe e lâminas horizontais que junto com o agenciamento formam todo contexto de junção e dinâmica ao longo de todo percurso.
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O volume foi evoluído sem perder as características iniciais mas utilizando elementos que tornam a edificação mais elegante e funcional. Da sua forma bruta a seus recortes, trabalhando os cheios, vazios e reentrâncias, trazendo uma dinâmica de luz e sombra.
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4.3 Setorização Por ser um projeto que pelo programa de necessidades, irá possuir um grande fluxo de pessoas, a organização do espaço se torna um desafio. Com a setorização foi possível distribuir os usos de forma funcional, como pode-se perceber no esquema, nas lâminas horizontais no térreo foram distribuídos os comércios, nos pavimentos superiores ficaram serviços e nas lâminas verticais os residenciais.
4.4 Térreo e agenciamento Do seu agenciamento foram levados em conta as considerações de Jane Jacobs, quando a mesma refere-se aos "Olhos nas ruas" uma espécie de vigilância natural, afirmando que a calçada deve ter usuários transitando ininterruptamente, que tanto as pessoas que percorrem nas calçadas quanto para os comerciantes e as demais pessoas que utilizam os espaços poderão se sentir seguras, por isso foram implantadas calçadas largas e dinâmicas, com diversas possibilidades de trajeto oferecendo suporte para grande fluxo de pedestres , sendo frequentando por diferentes pessoas, de diferentes idades em diferentes horário, trazendo vitalidade ao projeto. O térreo dispõe de 18 lojas, banheiro público e os halls de acesso para o serviço e o residencial tendo no total 804 m². 2
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4.5 1º e 2º pavimento No 1º pavimento foram disponibilizadas 16 salas com WC, dentre elas 2 salas com varanda privada, sua ligação é feita através de uma marquise caminhável fazendo um trajeto interessante, seu total de 1.039 m².
O 2º Pavimento dispõe de 14 salas com o total de 878 m² . As ligações entre os blocos se dão pelos lados e possuem duas varandas abertas ao público
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4.6 3º ao 17º pavimento
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No 3º Pavimento ficaram situados a área de lazer dos residenciais tendo piscina, salão de festa, churrasqueira, cozinha e academia, o mesmo é uma área restrita a qual só podem ter acesso os moradores ou convidados
Os apartamentos foram pensados separadamente, visando suprir a necessidade de diferentes indivíduos, por isso dispõe de apartamentos de 1, 2 e 3 quartos.
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4.8 Referenciais bibliogrรกficas Archdaily: https://www.archdaily.com/34302/linkedhybrid-steven-holl-architects https://www.archdaily.com.br/br/758825/em-focosteven-holl https://www.archdaily.com/775389/shanghai-hongqiaoairport-flower-building-mvrdv Mais arquitetura: http://maisarquitetura.com.br/edificiolinked-hybrid-beijing-china-por-steven-holl-arquitetos Vituvius: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/11.12 4/3819
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4.8 Referenciais bibliogrรกficas Archdaily: https://www.archdaily.com/34302/linked-hybrid-stevenholl-architects https://www.archdaily.com.br/br/758825/em-foco-steven-holl https://www.archdaily.com/775389/shanghai-hongqiao-airportflower-building-mvrdv Mais arquitetura: http://maisarquitetura.com.br/edificio-linkedhybrid-beijing-china-por-steven-holl-arquitetos Vituvius: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/11.124/3819
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