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Editora Standart AN Ltda - Edição nº01
Paulista
com outros olhos... Difícil falar de uma avenida que todos conhecem e onde de tudo acontece, por isso, surgiu a ideia de fazer algo diferente, mesclar conhecimento e tentar mostrar algumas informações despercebidas à nosso olhar. A Paulista se tornou um ícone brasileiro e mundial, dentre eles temos o MASP que lidera o ranking das atrações mais procuradas por turistas. Preparamos nessa edição uma breve matéria sobre o assunto. O prédio da Fiesp tornou-se a maior galeria de arte digital à céu aberto, tivemos o prazer de fazer uma matéria com design descontraído para tornar sua leitura ainda mais agradável! Ainda com a mesma proposta, exibiremos um infográfico demonstrando alguns dos pontos de referência mais visitados. Uma questão que pode passar despercebida pelos frequentadores é a revitalização da avenida. Nos últimos anos a Paulista foi sendo adaptada ao público deficiente, implantando melhorias em diversos pontos. Acompanhe o que mudou na matéria de acessibilidade. Retrataremos também o apoio social de alguns projetos, como por exemplo, o Programa Jovens Urbanos. Iniciativa da Fundação Itaú Social, que benefecia jovens de periferias. Essa é a primeira edição e temos um carinho especial em passar para vocês leitores, um olhar sensível e inovador de uma das avenidas mais famosa da cidade.
Boa Leitura!
Sumário 05
PONTO TURÍSTICO
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LOCALIZE-SE
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MUNDO DIGITAL
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ACESSIBILIDADE
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FIQUE POR DENTRO
Veja quais são os dois lugares mais procurados por estrangeiros.
Infográfico com os principais pontos da avenida.
Obras de arte inspiradas em games, no prédio da Fiesp.
Mudanças que permitiram que a via se tornasse exemplo na América Latina.
Programa Jovens Urbanos, uma iniciativa da Fundação Itaú Social.
tem dois dos três pontos turísticos mais procurados por estrangeiros Entre os brasileiros, região tem dois dos cinco locais mais procurados nas Centrais de Informação Turísticas da capital paulista
D Foto: Rodrigo Soldon
ois dos três pontos turísticos mais procurados por estrangeiros nas Centrais de Informação Turísticas (CITs) da cidade de São Paulo em 2012 estão na região da Avenida Paulista, segundo dados da pesquisa realizada pelo Observatório de Turismo da empresa SPTuris - São Paulo Turismo. O Museu de Arte de São Paulo (MASP) lidera o ranking, que tem a Avenida Paulista no terceiro lugar. Quando se trata de turistas brasileiros, o ranking mantém o MASP no topo da lista dos pontos mais procurados, com a Avenida Paulista aparecendo em quinto lugar. De acordo com o estudo, que ouviu 4.817 turistas, 35,2% das informações solicitadas por estrangeiros nas CITs relacionavam-se ao MASP e à Avenida Paulista, enquanto, entre os turistas brasileiros, os dois pontos foram motivo de 29,7% das solicitações de informações. ‘Esses dados indicam como é importante a preocupação de estimular o desenvolvimento da região da Paulista e o incentivo às manifestações culturais e artísticas. o museu mais importante de São Paulo. Além da mais respeitável coleção de arte europeia na América Latina, a sessão de arte brasileira é extensa.
O MASP se tornou ponto de encontros e um dos mais conhecidos cartões postais da cidade.
Ponto Turístico
Avenida Paulista
O museu contempla também as artes africana, asiática e decorativa, totalizando aproximadamente oito mil peças. O MASP expõe seu acervo permanente e promove exposições temporárias de relevância internacional, de artistas como Caravaggio, Vik Muniz, Cândido Portinari, Francisco De Goya e Claude Monet, para citar apenas alguns, bem como diversos concertos de música erudita ou popular brasileira. Também é palco para diversas manifestações populares. O edifício é considerado um marco da arquitetura brasileira e referência entre os estudiosos da área. Ao longo de sua história, o MASP foi percursor em diversas iniciativas no campo da museologia e da formação artística e possui diversos serviços educativos, uma escola de arte e uma biblioteca.
A Avenida Paulista também está entre os pontos turísticos mais procurados por turistas na capital paulista. Além da sua centralidade, ela é centro financeiro e cultural de São Paulo, proporcionando atrações impar como os artistas de rua, parques, feiras de antiquidades e de artesanato. Constituise em um espaço aberto para pedestres, ciclistas, skatistas e todos que queiram dividir o espaço público. Inaugurada no dia 8 de dezembro de 1891, a avenida era um desejo dos paulistas que queriam expandir novas áreas residenciais que não estivessem localizadas imediatamente próximas às mais movimentadas regiões do período, como a Praça da República, o bairro de Higienópolis e os Campos Elísios.
Foto: BHM Pics
Avenida Paulista se tornou um palco para todos
Fonte: Associação Paulista Viva
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Explore a avenida mais Paulista da cidade TORRE DA GLOBO Com 115 metros de altura, ela é o segundo ponto mais alto do município de São Paulo a partir do nível do mar, perdendo apenas para o Pico do Jaraguá.
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A Paulista é a mais paulistana das avenidas. E não é porque carrega São Paulo já no nome, mas porque abriga, bem no coracão da cidade, uma amostra do que essa metrópole de mais de 11 milhões de cidadãos oferece aos seus moradores e turistas. A avenida reúne, nos seus 2,7 km, um pouco de tudo da mais agitada cidade brasileira: bancos, centros empresariais, teatros, cinemas, embaixadas, museus, livrarias, hospitais, parques...
INSTITUTO PASTEUR
É um instituto voltado para a pesquisa e a produção de conteúdo e para o mapeamento, o incentivo e a difusão de manifestações artístico-intelectuais.
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ITAÚ CULTURAL
Prestação de serviços à população, na realização de pesquisas relacionadas à raiva e outras encefalites virais.
CASA DA ROSAS
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FUNDAÇÃO CÁSPER LÍBERO
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Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura, instituição da Secretaria de Estado da Cultura, é um local de celebração da poesia, da literatura e da arte em geral.
Projetada e construída entre 1958 e 1962, a fundação abriga as rádios Gazeta AM/FM, a rede Gazeta de Televisão e a tradicional faculdade Cásper Líbero.
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Localize-se FIESP CONJUNTO NACIONAL Construído na década de 50, o Conjunto Nacional mescla residência com comércio. No local funcionam lojas, livraria e teatro, o Eva Herz.
PARQUE TRIANON
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Projetado pelo francês Paul Villon em 1892, o parque Tenente Siqueira Campos, mais conhecido como Parque Trianon, ainda mantém mata nativa.
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A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e a maior entidade da classe da indústria brasileira. Representa cerca de 150 mil indústrias. o prédio foi inaugurado em 1979.
MASP A atual sede foi inaugurada em 1968, com a presença da rainha Elizabeth II. Possui a mais importante e abrangente coleção de arte ocidental da América Látina.
Fonte: Cartilha Paulista | Portal R7
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Play! Foto :
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Obras de arte inspiradas em games Prédio na Av. Paulista vira “telão’”para obras de arte inspiradas em games.
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prédio da FIESP se transformou na maior galeria de arte digital à céu aberto da América Latina. Ali aconteceu a primeira edição da mostra SP Urban Digital Festival, que finalmente inseriu São Paulo na rota mundial da cidades que integram arte digital ao seu tecido urbano, ou seja, utilizam-se do termo media facade para transmitirem viagens artísticas e sociais. A nova exposição da Galeria de Arte Digital do SESI foi inspirada no universo dos videogames. Segunda a curadora Marília Pasculli, da produtora Verve Cultural, “a game arte é considerada uma das manifestações artísticas emergentes mais interessantes da atualidade. Não só por dissolver os limites entre as diferentes formas de arte – já que a forma inculta de entretenimento dos videogames alcançou uma posição importante na estética intelectual no mundo artístico – mas também por obter um potencial interativo, um valor cultural que vai além da tela”, defende ela. A partir do tema games, a Galeria de Arte Digital do SESI – novamente com a Verve Cultural – transcendeu o fato de apenas exibir as obras digitais e abriu espaço também para a interação com o público. Foram transmitidas seis obras digitais de artistas contemporâneos, sendo três delas interativas e três visuais. O Paulista Invaders, de Brasília, por exemplo, é inspirado no clássico Space Invaders, de 1978. Neste caso, o jogo vem com uma proposta de sustentabilidade onde as criaturas do espaço e as armas dão lugar aos carros e as bicicletas. Os monitores do SESI que ensinam as pessoas a jogarem, via Ipad. Outro jogo é o LummoBlocks, que possibilita a interação dos participantes via sensor de movimento corporal. A obra criada em Barcelona é uma nova versão do lendário Tetris onde os movimentos dos jogadores são rastreados e os próprios viram peças do game. Enquanto os videogames são vistos como uma organização do “jogar” através de um espaço na tela, o que, então, essa noção de jogar pode oferecer para os espaços públicos? Qual a contribuição que a narrativa dos videogames pode oferecer para nossa condição cultural? As obras incluídas em PLAY! devem ajudar a desvendar as questões propostas acima. Obras apresentadas mostra PLAY:
pela
Obra baseada em “Space Invaders”
Mundo Digital
SP o/SESIçã ivulga D Foto:
Foto: Divulg ação/S ESI-SP
Paulista Invaders (2013) – Suzete Venturelli e equipe Midialab (Univ. de Brasília) A obra aborda a ética do cidadão, com foco em dois dos principais problemas de São Paulo: o tráfego de veículos e a poluição do ar. Este jogo interativo e em tempo real foi desenvolvido com exclusividade para a exibição PLAY! e será jogado através de um tablet. Fazendo referência a um dos jogos de tiro mais antigos, o icônico Space Invaders de 1978, o Paulista Invaders defende uma vida verde e sustentável. O jogo de tiro se estrutura em duas dimensões da plataforma de LED do edifício, onde o jogador controla uma bicicleta movendo-a embaixo da tela no sentido horizontal.
Obra baseada no clássico “Pac-Man”
do labirinto remete ao popular jogo LummoBlocks (2010) – Lummo (Espanha) de 1980, o PacA obra é uma nova versão do lendário jogo Tetris, que deve ser jogada por duplas. O Man, considerado mecanismo é semelhante ao do original, porém, neste caso os jogadores controlam as peças um dos clássicos dos com os movimentos corporais, em tempo real, através de sensores. A fachada do edifício videogames. mostra uma versão super dimensionada do Tetris. Um jogador controla a rotação das peças (tijolos), e o outro controla aonde a peça vai cair através de movimentos OBRAS DIGITAIS VISUAIS paralelos ao primeiro jogador. O jogo incentiva a interação, a comunicação, e a colaboração entre os jogadores. Além de chamar a atenção para nossos Supercut (2007-2013) Mark espaços urbanos que podem ser modificados, de acordo com a vontade e a Essen (EUA) visão coletiva dos cidadãos. Para a mostra PLAY! o artista criou uma espé-cie de pot-pourri de várias obras Labirintos Invisíveis (2013) – Andrei Thomaz (São Paulo) em vídeo que já criou anteriormente. Tais O jogo apresenta duas mecânicas opostas e os jogadores jogos fundem a estética dos jogos clássicos de interagem através de iPads. A primeira propõe o desafio de fliperama com a abstração geométrica e a Op-art. atingir a saída de um labirinto que é completamente invisível no início da partida. Cada vez que o jogador se move e Pixels Deslocados (2013) – Alberto Zanella (São esbarra numa parede, esta torna-se visível. Entretanto, Paulo) como o tempo é limitado, não se pode perder tempo A obra retrata elementos dos games clássicos que se tentando tornar todo o labirinto visível. Já na tornaram precursores do design contemporâneo e do segunda mecânica, o labirinto é visível no início imaginário coletivo. São eles: o Pac-man, Tetris, Super Mario da partida mas, a cada segundo, algumas de Bros, Another World, Pong, etc. suas paredes são apagadas. Entretanto, A obra faz uma releitura destas criaturas digitais em situações que elas continuam impedindo a passagem fogem do ambiente onde elas sempre estiveram contidas, abusa das do jogador. Assim, o jogo torna-se cores vibrantes e de grafismos pixelados. Aborda a nostalgia da estética mais difícil ao longo do tempo, 8bits, dos traços simples e as alternativas criativas da computação gráfica nas já que o jogador não vê mais décadas de 70 e 80. quais são os obstáculos no caminho em direção à saída The Game Is Over (2009) – Les Liens Invisibles (Itália) e é obrigado a deslocarA obra consiste num trabalho em vídeo construído a partir das sequências do se por tentativa e erro. videogame OutRun, de 1986. No game original, o jogador controla uma Ferrari De uma maneira vermelha, com perspectiva em terceira pessoa. O carro já está com uma garota no banco quase surreal, a do passageiro. Eles transitam pela estrada numa paisagem agradável. O game OutRun foi obra desafia a um dos primeiros simuladores de direção, que dava ao jogador a opção de escolher rotas, o memória. A que talvez tenha inspirado os artistas a escolherem este jogo para ser modificado, e ainda instigar natureza alguma esperança no ser humano para que ele recupere o controle do desenvolvimento cultural. icônica Para se defender, a bicicleta atira flores nos carros para mantê-los longe. O game explicita uma tentativa de humanizar a Av. Paulista, questionando a qualidade de vida, saúde e despoluição do ar.
Fonte: Portal G1 | SESI-SP | Agência Inker
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Foto: Wikipedia
da Paulista
A revitalização das calçadas finalizada em 2008 permitiu que a via se tornasse um exemplo de acessibilidade sem igual na América Latina, possibilitando melhores condições de mobilidade com conforto para todos, sobretudo àqueles que mais precisam. O QUE MUDOU?
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esde a grande reforma da década de 70, com o passar dos anos, pequenas intervenções aconteceram na avenida Paulista. Porém, foi em julho de 2007 que a avenida passou por uma segunda ampla e profunda reforma. Poucos anos antes, em outras administrações, foram feitas especulações sobre mudanças na Paulista – como uma grande consulta pública sobre o tipo de piso a ser usado em troca ao mosaico português das calçadas –, mas foi na gestão municipal de José Serra/Gilberto Kassab que a idéia pulou para a prática. Por meio de uma Portaria Municipal, foram estabelecidos todos os itens de reforma que os cerca de 55 mil metros quadrados de área da avenida sofreriam e, principalmente, que essa revitalização iria prever um item fundamental para a circulação dos pedestres: a acessibilidade para pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. CALÇADAS E ACESSIBILIDADE Esse tipo de piso sofreu muitas críticas como não apresentar regularidade, firmeza e estabilidade. Considerando todas estas, o Ministério Público Estadual passou a cobrar da Prefeitura de São Paulo que a Paulista contemplasse
Acessibilidade
Revitalização a acessibilidade às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, uma vez que o mosaico português tornara os passeios públicos da avenida totalmente irregulares e desnivelados, praticamente inviável para a circulação de pessoas com mobilidade reduzida. Iniciativa da então Secretária da Pessoa com Deficiência, Mara Gabrilli, que já cobrava que a principal avenida paulista fosse democrática aos quase 3 milhões de cidadãos paulistanos nessas circunstâncias, e que oferecesse acesso fácil não apenas a essa parcela da população, mas a todos os milhares de pedestres que passam pela avenida diariamente. Então, o mosaico português foi trocado por placas de concreto armado moldadas in loco, que formam hoje todo o passeio da paulista. Todo o piso da Paulista, agora em concreto moldado in loco, está em nível único , liso e com antiderrapante, e sem qualquer tipo de interferência - sejam degraus, buracos ou desníveis. Ao projeto de reforma das calçadas, além do piso, também foi incorporada a implantação de pisos podotáteis de alerta e direcional para oferecer autonomia e segurança às pessoas com baixa visão ou cegas. Esse tipo de piso direciona pessoas que não enxergam a partir de textura e cor específicas que determinam se ela pode seguir adiante ou parar para alguma interferência. O piso
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podotátil pode ser rastreado pelos pés ou pelas bengalas de pessoas cegas. Por este motivo, também, a coloração do concreto moldado in loco sofre alteração na chegada às esquinas. O piso é, durante grande parte das calçadas, em cinza escuro, mas na chegada às esquinas ele passa a ser mais claro. Essa alteração na coloração é também uma forma de avisar as pessoas com deficiência visual para redobrarem o cuidado para uma interferência, neste caso, a proximidade com a travessia de veículos.
Oferecer acesso a pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida em uma avenida não se resume apenas ao piso adequado para sua circulação. Outros itens são tão importantes quanto isso. Um exemplo são as guias rebaixadas nas esquinas. Definidas como o lugar onde as vias se encontram, é nas esquinas que ocorrem as travessias e consequentes aglomerações de pedestres. Ali também se concentra a maior parte das interferências sobre as calçadas, como placas de sinalização, mobiliários, bancas de jornal, entre outros. Para prever a segurança dos pedestres - e também autonomia às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida - é preciso que as esquinas estejam desobstruídas e com espaço, ofereçam visibilidade, legibilidade (símbolos, sinais e marcas que indiquem com clareza as ações a serem efetuadas pelos pedestres), separação de tráfego (para não confundir pedestres e motoristas) e acessibilidade. Para prever acessos a todas as pessoas, a avenida Paulista recebeu 120 guias rebaixadas em concreto pré-fabricado atendendo às especificações técnicas da ABNT. 12
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Foto: Blog icondominal
GUIAS REBAIXADAS
CANTEIRO CENTRAL Canteiro central da avenida Paulista também passou por transformações. Mais do que “embelezar” a avenida e separar as vias de trânsito de veículos, o canteiro central recebeu uma outra função estratégica: a da travessia segura de pedestres. Antes localizadas nas esquinas, as faixas de travessia foram, em alguns pontos da avenida, realocadas a 30 metros de distância dos cruzamentos, ou
seja, para o meio dos quarteirões visando facilitar e dar mais segurança à travessia. Essas novas faixas prevêem, também, acesso a pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. GRADIL Depois da reforma das calçadas, foram instalados 1.432 gradis de proteção nas esquinas. Cada gradil tem 90 centímetros de
Antes das obras, a Paulista contava com 366 árvores, sendo que muitas delas precisavam de mais de 1,5 metro de profundidade de terra para perfeito plantio e crescimento, espaço de terra subterrâneo que a avenida Paulista não oferece. Por isso, algumas destas árvores foram replantadas em outros espaços, como o Parque D. Pedro, avenida 23 de Maio e arredores da Paulista. As árvores em situação adequada, perto de 200, foram preservadas na avenida e outras foram plantadas, da espécie pau-ferro, que atende as condições daquele solo. O pau-ferro é uma árvore nativa brasileira, originário da Mata Atlântica. Atinge altura de 12 a 28 metros e, por conta da sombra que oferece, é muito usado para paisagismo.
Acessibilidade
ÁRVORES
TOTENS SEMAFÓRICOS DE SINALIZAÇÃO E FAIXAS DE TRAVESSIA
A acessibilidade tem de ser pensada de uma maneira ampla, pois envolve toda a sociedade
altura e 143 cm de extensão. O Senai fez a doação dos gradis, que devem conter e organizar a travessia dos pedestres nas esquinas. FLOREIRAS Foram construídas 43 floreiras com dimensões variadas em quase toda extensão da Avenida Paulista (Praça Osvaldo Cruz até a Rua Haddock Lobo). Localizadas próximas às travessias de pedestres, as floreiras
da Paulista receberam a flor azaléia, uma planta popular que suporta condições adversas, daí ser muito usada em locais públicos. Seu porte pode atingir até 2 metros de altura e sua floração acontece no inverno e no início da primavera, antes da chamada estação das flores. Daí o seu sucesso: a azaléia traz um pouco de colorido num período que a maioria das plantas encontra-se em repouso. E mais: alegra com cores e vida a principal avenida da cidade.
O viário implantado na Paulista traz mais segurança aos pedestres. A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) aproveitou a reforma das calçadas da avenida para trocar e reformar os totens semafóricos e de sinalização em toda extensão da Paulista. As travessias de pedestres foram ampliadas de 16 para 21, e algumas reposicionadas a cerca de 30 metros dos cruzamentos. Os pedestres, principalmente as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, agora são beneficiados com a adequação do tempo de espera, para que a travessia seja feita de forma integral e segura. As mudanças das faixas de pedestres facilitaram a travessia, que passa a ser feita de uma vez só, sem espera no canteiro central. Essa alteração evita riscos de atropelamento; UP | Junho 2013
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Foto: Blog Giselle Santi
Foto: Portal Lab. de Temas
Foto: Blog Giselle Santi
Acessibilidade
Guia rebaixada
Piso tátil de orientação
Concreto Moldado in loco
Nos locais onde houve a alteração, o tempo para a travessia dobrou de 15 para 30 segundos. Esse foi um importante passo para a derrubada dessa Barreira Sistêmica. Atualmente, ao longo de toda a avenida Paulista, existem 23 travessias junto aos cruzamentos e cinco travessias recuadas. A avenida tem 21 travessias recuadas dos cruzamentos, uma travessia junto ao cruzamento e três travessias junto aos cruzamentos localizados entre as ruas Haddock Lobo e da Consolação.
visual. A cidade de São Paulo conta com poucos equipamentos como este, que oferecem total autonomia às pessoas cegas. Algumas das justificativas é que o som emitido pelo semáforo incomoda a vizinhança e que os motoristas não respeitam o sinal de parada informado pelo semáforo – o que incitaria diversos acidentes. Ambos casos são decorrentes pela falta de sensibilização da população, e até mais: um motorista não parar no sinal vermelho não é falta de acessibilidade, é crime. Convivendo com a diversidade, notamos como as diferenças engrandecem as experiências de vida e, até mais importante, como nos fazem admirar e respeitar o outro,
independementemente de sua condição física ou sensorial. Observando as mais profundas diferenças é que percebemos o quanto pequenas atitudes podem transformar o mundo em que vivemos. Tratar uma pessoa com deficiência intelectual com respeito e admiração (e não com piedade), dar autonomia a um cego circular com segurança ou oferecer mecanismos de comunicação a um surdo é mais do que uma forma de interagir com essas pessoas: é uma amostra de cidadania e inclusão. E é justamente isso que a avenida Paulista, hoje, pode oferecer aos seus milhares de visitantes e é com isso que ela espera ser tratada: com respeito, inclusão, cidadania e boa convivência.
SEMÁFOROS SONOROS Uma outra reivindicação é que a Paulista ofereça semáforos sonoros para os pedestres com deficiência
A reforma da Paulista custou 8 milhões de reais. Esse recurso, pago pela Prefeitura de São Paulo, saiu dos cofres públicos, ou seja, do dinheiro dos nossos impostos. Por isso, cuide da nossa avenida. Afinal, a Paulista é de todos nós!
Fonte: Cartilha Paulista
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Foto: Vetor Portal Freepik
Programa
Jovens Urbanos A Fundação Itaú Social contribui para a formação de jovens que vivem em grandes centros urbanos.
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Programa Jovens Urbanos é uma iniciativa da Fundação Itaú Social voltada para jovens na faixa etária de 16 a 21 anos residentes nas periferias das regiões de grandes metrópoles. Realizado com coordenação técnica do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária - Cenpec, o programa atua em articulação com agências governamentais (nos âmbitos municipal e estadual), centros tecnológicos, ONGs localizadas nos territórios de intervenção do programa e assessores especializados em diversas áreas de produção tecnológica.
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Foto: Portal Cenpec
O programa surgiu em 2004, de forma experimental, nos distritos paulistas de Brasilândia (Zona Norte) e Campo Limpo (Zona Sul). Desde 2004, já participaram diversos territórios da periferia de São Paulo, Rio de Janeiro e Pouso Alegre (MG). Foram envolvidas mais de 30 ONGs executoras e 4.400 jovens. METODOLOGIA A implementação do Programa Jovens Urbanos se divide em três etapas fundamentais:
Fique por Dentro
O principal objetivo é ampliar o repertório sociocultural dos jovens em situação de vulnerabilidade na perspectiva da educação integral. Para isto, desenvolve competências e habilidades básicas para a vida pública e pessoal, colabora para o acesso ao mundo do trabalho, além de estimular o usufruto dos equipamentos e bens culturais e sociais disponíveis na cidade e incentivar a frequência, a permanência na escola e a vinculação a novos processos formativos. As ações de formação são realizadas em parceria com ONGs situadas nos territórios de atuação do programa. O objetivo é dar ao jovem a oportunidade de explorar a cidade e seu próprio território, conhecendo e mapeando bens culturais e sociais, bem como experimentar tecnologias diversas que a cidade oferece e incentivar a produção de projetos de intervenção que promovam melhorias em seus bairros. Com o acompanhamento de um educador do programa, os participantes reúnem-se em três encontros semanais com duração de quatro horas e ampliam seu olhar para diferentes temas e tecnologias que a dinâmica urbana oferece, como mundo do trabalho, mobilidade urbana, sexualidade, sustentabilidade, empreendedorismo, cultura e mundo digital.
alinhamento estratégico com os dirigentes, educadores e coordenadores das ONGs.
Ações Preparatórias:
Execução do Programa:
A etapa de ações preparatórias tem duração de dois meses. Nesta fase, que ocupa os meses anteriores à execução do PJU, são realizadas as atividades de prospecção e definição das regiões de intervenção do programa, o estabelecimento de parcerias com o poder público e com diferentes instituições da cidade, e a execução dos processos de seleção das ONGs locais, dos educadores, dos jovens e dos assessores tecnológicos. Também são implementadas as ações de formação inicial e de
A etapa de execução do programa tem duração de 14 meses e se divide em duas fases. A primeira, nos 10 primeiros meses, consiste na formação dos educadores das ONGs executoras e na formação dos jovens participantes, com foco em três temas principais: juventudes e culturas em ação nas metrópoles; juventudes e tecnologias contemporâneas; e juventudes e o mundo do trabalho. O PJU possibilita a exploração dos jovens na cidade de forma que possam reconhecer nos ambientes educativos,
O Itaú Social reuniu, na sede do Itaú Cultural, na Avenida Paulista, especialistas de diversas áreas no Seminário Jovens Urbanos – Sistematização eTransferência deTecnologia. Na ocasião foi lançado um guia, disponível no site do CENPEC, com a sistematização do programa Jovens Urbanos. Desta forma, as metodologias utilizadas podem servir de orientação para gestores públicos e investidores sociais privados, que atuam ou pretendem trabalhar com esse segmento. Atualmente, o programa está presente em São Paulo (SP), Pouso Alegre (MG) e em Serra (ES) e desde a sua criação, 7.775 jovens foram atendidos.
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É um programa que nos ensina como mudar o mundo. Começando pelas nossas pequenas atitudes. A gente não pode querer mudar o mundo, se não mudarmos o que está perto da gente. Por exemplo, começamos a fazer os planos de ação, visitar entidades, essas coisas, fazer projetos… Se não formos incentivado a fazer isso, não teremos nenhuma experiência e não vamos saber o que fazer amanhã, e o futuro está em nossas mãos. Temos que aprender isso agora para pôr em prática depois.
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Jovem participante, 5ª edição, São Paulo
culturais, multimidiáticos, de comunicação, industriais, entre outros, os modos produtivos e o emprego de tecnologias variadas nas atividades produtivas ali desenvolvidas. Também oferece a eles oficinas de experimentação, com a contratação de assessores especializados nas áreas de artes cênicas, cinema, educação, urbanismo, metalurgia, esportes, tecnologia, gastronomia, alimentação, comunicação impressa, a fim de ampliar e enriquecer suas perspectivas de futuro. Na segunda fase, de quatro meses, os jovens elaboram e põem em prática um projeto de intervenção na cidade, sob a orientação de assessores tecnológicos e com o apoio de redes institucionais locais.
Coordenação Técnica
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Acompanhamento dos Projetos dos Jovens: O acompanhamento dos projetos de intervenção é uma importante estratégia de suporte e aprimoramento das ações desenvolvidas pelos jovens. Sua implementação é responsabilidade tanto das ONGs locais quanto da equipe de coordenação técnica do programa. Para colocálo em prática, as equipes responsáveis adotam algumas estratégias, como a produção de relatórios pelos assessores; a realização de visitas técnicas; a execução de entrevistas com os jovens; a criação e a manutenção de blogs dos projetos; e o acompanhamento orçamentário dos projetos de intervenção. Para garantir a qualidade das ações, são realizadas estratégias de monitoramento durante a execução dos processos.
Iniciativa