Ferramentas Vol I

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Oil & Gas Production operations course

Ferramentas I

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1. Introdução ----------------------------------------------------------------------------------------

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2. Chaves de fendas --------------------------------------------------------------------------------

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2.1. Utilização das chaves de fendas --------------------------------------------------

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2.2. Tipos de chave de fendas ---------------------------------------------------------

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3. Chaves de porcas --------------------------------------------------------------------------------

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3.1. Utilização das chaves de porcas --------------------------------------------------

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3.2. Chaves de porcas especiais -------------------------------------------------------

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3.2.1. Chave de porcas mista ------------------------------------------------

11

3.2.2. Chave de boca ajustável — chave francesa ------------------------

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3.2.3. Chave de caixa solta --------------------------------------------------

12

3.2.4. Chave dinamómetro --------------------------------------------------

15

3.2.5. Chave Allen e bujão roscado (parafuso de ponto ou fixação) ---

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3.2.6. Chave de marreta ------------------------------------------------------

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3.2.7. Chave de rabo ----------------------------------------------------------

17

4. Alicates -------------------------------------------------------------------------------------------

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4.1. Alicates extensíveis ou alicates de presa variável -----------------------------

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4.2. Alicate de torno (pressão) --------------------------------------------------------

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4.3. Alicate de pontas (chatas, redondas e finas) ----------------------------------

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4.4. Alicates especiais ------------------------------------------------------------------

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5. Torno de bancada -------------------------------------------------------------------------------

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6. Martelos ------------------------------------------------------------------------------------------

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7. Escopros ------------------------------------------------------------------------------------------

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7.1. Utilização de escopros -------------------------------------------------------------

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7.2. Rebarbar com escopros -----------------------------------------------------------

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7.3. Cortar com escopros ---------------------------------------------------------------

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8. Punção de bico ou punção de centrar --------------------------------------------------------

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9. Ponteiros toca-pinos e saca-pinos -------------------------------------------------------------

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10. Serrote de cortar ferro ----------------------------------------------------------------------

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10.1. Folhas de serra --------------------------------------------------------------------

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10.2. Utilização do serrote de cortar ferro -------------------------------------------

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10.3. Remoção de porcas calcinadas --------------------------------------------------

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11. Facas e tesouras --------------------------------------------------------------------------------

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11.1 Corte de folha de metal com tesouras ------------------------------------------

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12. Alicates de corte -------------------------------------------------------------------------------

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13. Limas --------------------------------------------------------------------------------------------

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13.1. Utilização de limas ---------------------------------------------------------------

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14. Ferramentas para madeira --------------------------------------------------------------------

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14.1. Fio-de-prumo ----------------------------------------------------------------------

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14.2. Serrote manual --------------------------------------------------------------------

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14.2.1. Utilização do serrote ------------------------------------------------

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14.3. Martelos e maços -----------------------------------------------------------------

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14.4. Papel de lixa -----------------------------------------------------------------------

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14.4.1. Grãos dos papéis de lixa --------------------------------------------

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14.4.2. Lixar à mão -----------------------------------------------------------

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15. Escovas de arame e picadeiras --------------------------------------------------------------

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15.1. Picadeiras --------------------------------------------------------------------------

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15.2. Escovas de arame -----------------------------------------------------------------

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16. Trinchas e pistola de pintar ----------------------------------------------------------------

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1. INTRODUÇÃO

Um profissional consegue resultados com a sua habilidade, os seus conhecimentos e as suas ferramentas. À medida que se for tornando um perito no seu ofício, transformar-se-á num profissional. Ficará, cada vez mais hábil e mais rápido. Será capaz de produzir mais rapidamente um trabalho de melhor qualidade. A escolha das ferramentas adequadas, as ferramentas que ajudarão a fazer um determinado trabalho com o menor esforço, ajudá-lo-ão a conseguir e a manter no seu trabalho um ritmo rápido e hábil durante todo o dia. Quando se começa a trabalhar num novo ofício, em breve se verifica que é melhor arrumar e colocar as ferramentas de determinada maneira. Arrume as ferramentas colocando-as de tal modo que não tenha de perder tempo procurando aquela que precisa. Mantenha as suas ferramentas limpas e dentro de uma caixa. A maior parte dos profissionais arrumam as suas ferramentas numa caixa de ferramentas como a que se mostra na fig. 1.

Usando uma ferramenta de mão, podemos aplicar uma força maior do que aquela que seríamos capazes utilizando apenas as nossas mãos. A medida que for progredindo no estudo das ferramentas descobrirá o que cada uma delas pode fazer. E aprenderá a nunca dar a uma dada ferramenta uma utilização diferente daquela para qual ela foi concebida. Saber exactamente o que uma ferramenta pode fazer, ou para que serve, torna mais fácil o seu uso.

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Saber quando necessário, exactamente qual a ferramenta a usar para uma determinada tarefa, também aumenta a rapidez com que se trabalha.

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2. CHAVES DE FENDAS

Quase toda a gente já utilizou uma chave de fendas As partes de uma chave de fendas estão indicadas na fig. 2.

Ilustração 2 – Partes de uma chave de fendas.

Uma chave de fendas tem apenas uma função básica: apertar ou desapertar parafusos de cabeça fendida. Muitos mecânicos, principalmente os principiantes utilizaram a chave de fendas para fazer tantas outras coisas, que ela se tomou a mais comum das ferramentas de mão mal usadas. Quanto mais comprida for a chave de fenda, maior é a força que nela se pode aplicar, e menor o esforço para a fazer funcionar. Por outro lado, uma chave de fendas mais comprida não escorrega tão facilmente da fenda do parafuso. No entanto, é evidente que, se não houver espaço de trabalho para uma chave mais comprida, você terá que usar uma mais curta.

2.1. UTILIZAÇÃO DAS CHAVES DE FENDAS Quando se aperta ou desaperta um parafuso, deve sempre escolher-se uma chave de fendas com uma lâmina ou ponta, que encaixe justa mas folgadamente na fenda da cabeça do parafuso. Se a lâmina da chave for demasiado pequena ou demasiado grande para a fenda do parafuso, podem acontecer dois tipos de problemas. Um deles é danificarmos a chave de fendas, ou a cabeça do parafuso; ou talvez partir ou torcer ambos, a chave e a cabeça do parafuso. Também pode acontecer ferirmo-nos: um dedo arranhado, ou algo mais sério.

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As chaves de fendas são fabricadas em vários tamanhos, ou em conjuntos de chaves de diferentes tamanhos. Portanto, não há realmente razão nenhuma para fazermos um trabalho mal feito, por termos utilizado a chave de fenda errada. Outra regra a recordar: segure sempre a chave de fendas na perpendicular do parafuso, como na fig. 3 e nunca inclinada formando um ângulo com o parafuso. Desta maneira, a chave de fenda não escorregará, não danificará o parafuso ou a superfície de trabalho, nem o ferirá a si.

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Nunca utilize uma chave de fendas como uma alavanca ou pé-de-cabra. A ponta da lâmina de uma chave de fendas é feita de metal endurecido para que não se gaste. Isto significa que é quebradiça e pode partir facilmente. Uma ponta partida pode saltar e voar directa ao rosto de um trabalhador, produzir-lhe um corte profundo na cara, ou vazar-lhe um olho. Existem ainda outras coisas que se não devem fazer quando se usa uma chave de fendas. Nunca utilize uma chave de fendas para cortar ou retirar pedaços de metal nem para fazer furos. Geralmente gasta-se muito menos tempo procurando a ferramenta adequada, do que a utilizar uma errada. Isto para já não falar nos custos que serão mais baixos, e na obra final que será de melhor qualidade.

com o topo do cabo contra a palma da mão. Para apertar o parafuso, rode a chave de fendas no sentido dos ponteiros do relógio. Para desapertar ou retirar o parafuso, gire a chave de fendas no sentido inverso ao dos ponteiros do relógio.

E, por fim, nunca use uma chave de fendas para verificar a passagem de corrente num circuito eléctrico. Ao fazer isto, pode danificar ou arruinar definitivamente a chave de fendas, além de que a faísca resultante pode também ferir-lhe os olhos, a cara, ou as mãos.

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Ilustração 3 – Segure a chave de fendas

Se for necessário dar uma pequena ajuda à chave de fendas para ela fazer rodar o parafuso, use uma chave de fendas com a haste quadrada. Assim poderá, com toda a segurança, utilizar uma chave de boca aplicada à haste quadrada da chave de fenda, de modo a conseguir desta maneira, um maior apoio e maior facilidade em fazer rodar o parafuso. Mas nunca utilize um alicate ou uma chave de tubos aplicados à haste redonda de uma chave de fenda para conseguir o mesmo efeito. Isto pode causar danos e é perigoso.

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Ilustração 4 - As chaves de fendas são fabricadas em muitos tamanhos e feitios. No entanto, todas elas são feitas para uma determinada função. Uma regra básica aplicável ao uso das chaves de fendas, diz que para cada tipo de trabalho em que tenha de ser usada uma chave de fendas, existe sempre uma com o tamanho e feitio adequados para esse trabalho.

2.2. TIPOS DE CHAVES DE FENDAS Qual será a razão porque há vários tipos de chaves de fendas com pontas diferentes, como as que se vêem na fig. 4? A razão é que são necessárias chaves de fendas com pontas diferentes para todos os diversos tipos de parafusos. Em primeiro lugar há a chave de fendas de ponta normal ou standard, a qual é usada para apertar e desapertar parafusos de cabeça fendida (uma só fenda). Depois vêem as chaves de fendas Phillips, de ponta em cruz e as chaves de fendas de ponta de engate. Estas são desenhadas para cabeças de parafusos cujas fendas são cruzadas e não ocupam toda a superfície da cabeça.

1. Limpe a sujidade que possa estar entranhada nas fendas da cabeça do parafuso. 2. Aplique uma maior pressão contra a cabeça do parafuso do que aquela que aplicaria se trabalhasse com uma chave de fenda standard, ou normal. Dado que as chaves de fendas de ponta Phillips, e as de ponta em cruz (ou estrela) são muito parecidas, uma olhadela à fig. 4 ajudá-loá a distinguir as diferenças entre estes dois tipos de chaves de fendas.

Ilustração 5 - Note que uma das lâminas ou pontas de uma chave de fendas descentrada está alinhada com o punho da chave enquanto que a outra lâmina está colocada em ângulo recto com o punho. Isto ajuda bastante quando o espaço é pouco. Pode assim dar meia volta à chave, depois trocar as lâminas na cabeça do parafuso, e, então, dar outra meia volta. E assim sucessivamente até ter o parafuso na mão.

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As chaves de fendas Phillips, de ponta em cruz (ou estrela), ou as de ponta de engate, se forem correctamente usadas, não escorregam da cabeça do parafuso, nem riscam ou danificam a superfície de trabalho. Há, no entanto, duas precauções especiais a tomar quando se trabalha com as chaves de fendas Phillips ou as de ponta de estrela e os parafusos respectivos:

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As fendas nas cabeças dos parafusos Phillips são menos profundas do que as do outro tipo, e os cantos das paredes que separam as fendas Phillips são arredondados. Nunca use uma destas chaves no lugar da outra, isto é, nunca confunda uma com a outra. As chaves de fenda de ponta de engate, são usadas para fazer girar parafusos cujas cabeças têm um tipo de fendas muito especial. São os chamados parafusos com cabeça de fenda em oito ou em borboleta. Estas fendas são desenhadas para impedir que a lâmina das chaves escorregue da cabeça do parafuso. Parafusos com este tipo de fendas, podem muitas vezes ser encontrados em peças cujas superfícies são frágeis ou finamente trabalhadas, não podendo por isso ser riscadas ou danificadas.

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Quando não existe suficiente espaço de trabalho acima da cabeça do parafuso para permitir a utilização de uma chave de fendas normal, uma chave de fendas em L, ou em Z, como a da fig. 5, pode ser muito útil. Esta chave de fendas também tem o nome de chave de fendas descentrada, ou, de compensação.

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3. CHAVES DE PORCAS

Uma chave de porcas usa-se para apertar ou desapertar porcas e parafusos de cabeça quadrada ou sextavada. A chave de bocas, fig. 6(a), é uma das mais importantes ferramentas no conjunto das ferramentas, porque é utilizada na maior parte dos trabalhos de manutenção e reparação. O tamanho (ou, a medida) de uma chave de bocas é determinado pela largura da abertura entre as maxilas da chave. Existe um tipo de chave de porcas que tem fechadas ou parcialmente fechadas, as extremidades que se aplicam aos parafusos ou porcas, como as que se vêem na fig. 6(b) e (c), ou tem essas extremidades (cabeças) colocadas num ângulo de compensação em relação ao punho, como as da fig. 6(d).

Ilustração 6 – Chaves de porcas comuns.

A chave da fig. 6(b) é uma chave de caixa. Este tipo de chave de porcas tem estrias (chamadas caneluras ou dentes) na sua abertura circular (chamada caixa). Estes dentes ou caneluras dão à chave de caixa uma melhor aderência e prisão às porcas ou às cabeças dos parafusos. A chave de caixa não se solta de uma porca ou parafuso tão facilmente como a chave de bocas, a qual só prende a porca ou parafuso em dois pontos. Quantos mais dentes tiver a abertura da caixa, menor será o arco necessário para mover o punho. Isto constitui uma vantagem importante num espaço restrito. Por outro lado, dada a pouca espessura das paredes da caixa da chave, é necessário menos espaço à volta da porca ou da cabeça do parafuso, do que aquele que se precisa quando se usa uma chave de bocas. O tamanho (ou, medida) de uma chave de caixa é determinada como se mostra na fig. 6(b).

Os cantos ou arestas da porca podem ficar facilmente amassadas e arredondadas, tomando assim difícil o desaperto.

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Uma chave de caixa com uma secção da boca ou caixa cortada é mostrada na fig. 6(c). Esta chave, chamada chave de tubos, pode ser aplicada a uma porca de junção numa conduta ou tubagem, para a apertar ou desapertar. As porcas de junção de tubos são muito frágeis e não devem ser apertadas ou desapertadas com uma chave de bocas.

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Ilustração 7 - As chaves de porcas funcionam melhor quando são puxadas contra o corpo do trabalhador, como em (a). Se você tiver que empurrar uma chave de porcas, como em (b), abra os dedos e empurre o punho da chave com a palma da mão.

Os punhos das chaves de caixa na fig. 6(d) são dobrados ou compensados em ângulo. Estas chaves podem ser usadas em locais, onde uma chave de punho direito não tem acesso.

3.1. UTILIZAÇÃO DAS CHAVES DE PORCAS

Antes de mais nada, adquira o hábito de usar sempre o tamanho (ou medida) exacto de chave. Se usar uma chave com uma abertura (boca ou caixa) maior do que a porca ou a cabeça do parafuso, corre o risco de lhes amassar as arestas. Se a chave escorregar, pode ferir-se. Se não possuir a chave da medida certa, mais vale procurar uma, do que usar outra que quase sirva, ou utilizar um alicate, ou uma chave ajustável.

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Ao usar qualquer chave de porcas, habitue-se a puxar a chave para si (fig. 7(a)). Oferece muito mais segurança puxar a chave do que empurrá-la. Ao puxar-se uma chave de porcas, geralmente este movimento não encontra obstrução; mas, se a empurrarmos, fazemo-lo contra um obstáculo. Se empurrar, em vez de puxar uma chave de porcas, o mínimo que lhe pode acontecer é ficar com os nós dos dedos esfolados contra um obstáculo. Muitos mecânicos partem os dedos das mãos, justamente porque empurraram as chaves de porcas, em vez de as puxarem para si.

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Mas, se não lhe restar outra alternativa que não a de empurrar uma chave de porcas contra um obstáculo, não cerre os seus dedos à volta do punho da chave. Abra a mão e afaste os dedos, use a palma da mão junto à base do polegar para empurrar, como na fig. 7(b).

Certifique-se de que tem os pés bem assentes no chão e de que o seu equilíbrio é firme, pois pode acontecer que qualquer coisa escorregue ou parta. Um chão limpo e seco, livre de matérias escorregadias ou manchas de óleo, é essencial. Leva menos tempo a limpar o chão, do que a curar um braço ou uma perna partida.

O fabricante de chaves de porcas fá-las com o comprimento exacto. Portanto, não tente aumentar o comprimento do punho da chave enfiando-lhe um tubo. A potência adicional que assim se consegue poderá rachar ou partir a chave, ou danificar as arestas das porcas ou das cabeças dos parafusos.

Nunca dê marteladas numa chave de porcas. Esta não foi feita para levar marteladas. Pode partir e atirar estilhaços de metal pelo ar, como balas.

Ilustração 8 – Após a porca ou parafuso ter sido girado até ao limite do espaço de manobra disponível, a chave de porcas de cabeça dobrada em ângulo pode ser voltada. Voltar a chave após cada movimento de vai e vem.

Quando uma porca ou um parafuso de cabeça quadrada ou sextavada está colocado num espaço pouco acessível, como na fig. 8, é difícil rodá-la o suficiente com uma chave de porcas de cabeça direita. Uma chave de porcas com a cabeça dobrada em ângulo, resolve esta dificuldade.

Movendo-se a chave no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio, conforme indica a seta, levam-na contra um obstáculo, de modo que a chave não pode ser rodada mais longe, do que a posição mostrada na fig. 8(b). Mas, dado o desenho da cabeça em ângulo com o punho, a chave pode ser voltada, ou girada, como em (c) da mesma figura. A chave de porcas pode então ser rodada novamente, até ao limite do espaço de manobra. (fig. 8(d)). E depois ser outra vez voltada ou girada para a posição inicial.

Ilustração 9 - Tudo o que já dissemos sobre as chaves de boca e as chaves de caixa também se aplica às chaves de porcas combinadas ou mistas. Estas chaves podem ser adquiridas com cabeça compensada e com um número diferente de dentes ou pontos na caixa, bem como em diversos comprimentos de punho e várias medidas de boca e caixa.

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Na fig. 8(a) a chave de cabeça dobrada em ângulo é mostrada na posição de começar a desapertar uma porca.

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3.2. CHAVES DE PORCAS ESPECIAIS

3.2.1. CHAVE DE PORCAS MISTA

A chave de porcas mista tem dois tipos de aberturas, ambas da mesma medida, como na fig. 9. Numa das extremidades do punho há uma chave de caixa para soltar porcas ou parafusos muito apertados, ou para as apertar bem. Na outra extremidade está uma chave de boca, para aperto e desaperto rápido de porcas e parafusos. A boca da chave está desviada 15° (graus) sobre o eixo do punho, para ajudar a girar as porcas e os parafusos.

Ilustração 10 - Pode haver alturas em que uma chave francesa seja útil, mas não se deve preferir utilizar esta chave, se pudermos fazer o trabalho com uma chave de porcas fixa, da medida exacta requerida.

3.2.2. CHAVE DE CHAVE FRANCESA

BOCA

AJUSTÁVEL

-

A fig. 10 mostra uma chave de boca ajustável, também chamada chave francesa. A garra ou maxila que é fixa, e formada por uma só peca que também desempenha as funções do punho ou cabo. A garra móvel pode ajustar-se, rodando o parafuso de ajuste Ou regulador. As linhas tracejadas na figura mostram até onde a garra móvel pode ser aberta. Este tipo de chave deve ser usado com cuidado, de modo a não danificar qualquer das peças de precisão, de que a chave é composta. Quando se usa uma chave de boca ajustável ou chave francesa, devem seguir-se estas três regras de procedimento: 1.

3. Volte a chave, se necessário, para continuar a apertar ou desapertar a porca ou parafuso.

De cada vez que retirar a chave da porca ou parafuso, para indicar novo movimento de aperto ou desaperto, verifique ao voltar a colocá-la, se as garras continuam bem ajustadas à porca ou parafuso.

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Ilustração 11 - Não tente puxar, com a garra móvel a porca ou o parafuso. Se a forca que fizer for muito grande, pode fazer saltar a garra ou mandíbula. Use uma chave de porcas fixa.

As maxilas ou garras da chave devem ser ajustadas e apertadas, contra os lados planos da porca ou da cabeça do parafuso; 2. Puxe a chave para si, colocada de maneira a que seja a garra fixa a fazer força sobre o parafuso ou porca (fig. 11);

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Um bom profissional nunca usaria uma chave de boca ajustável para um trabalho de precisão. Há sempre a possibilidade de as garras se abrirem e destruírem as arestas da porca ou parafuso. Por outro lado, esta chave também não deve ser utilizada em apertos ou desapertos muito fortes. Não é para isso que ela é feita. Mas, é muito útil em porcas e cabeças de parafusos de formato não vulgar.

3.2.3. CHAVE DE CAIXA SOLTA

Uma chave de caixa solta é composta por uma caixa e um manípulo, como se pode ver na fig. 12. Estas chaves oferecem maior segurança e são mais rápidas ao usar do que as chaves de bocas ou as chaves de caixa, que já estudámos.

Ilustração 12 - Chaves de caixa solta como estas podem tornar mais fácil um trabalho de desmontagem aparentemente difícil.

Oferecem também menos probabilidades de saltarem ou escorregarem das porcas, ou das cabeças de parafusos sextavadas. Tem ainda outra vantagem: as caixas, dado que estão soltas do manípulo, podem ser rodadas por diferentes tipos de manípulos, manivelas ou outras ferramentas de força, poupando assim tempo e esforço. O manípulo tem um perno (ou espiga) de secção quadrada que se engata, por inserção num orifício com a mesma secção, na caixa.

Ilustração 13 - Com a patilha colocada numa posição, puxe o manípulo para apertar a porca ou o parafuso; empurre para fazer voltar o manípulo à sua posição inicial. Não e necessário retirar a caixa da porca ou do parafuso que se estiver a trabalhar. Com a patilha de secção na posição oposta, empurre o manípulo para desapertar a porca ou o parafuso; puxe para o trazer à sua posição inicial.

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A parte da caixa que se aplica à porca ou parafuso a trabalhar, pode ter quatro, seis, oito ou doze dentes (pontos, ou caneluras). As caixas de 4 e as de 8 pontos servem em porcas e parafusos quadrados. As de 6 e as de 12 pontos são para as porcas ou parafusos sextavados. Mas, é óbvio que pode conseguir um maior aperto se utilizar caixas de 4 dentes para as porcas e parafusos quadrados, e as caixas de 6 dentes para os sextavados. As caixas de 8 ou 12 pontos permitem movimentos de aperto e desaperto, com manípulos mais curtos, em espaços reduzidos. Existem caixas para estas chaves que são extra-fundas, de modo a poderem alcançar as porcas enroscadas no fundo de parafusos.

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O punho de uma chave de caixa solta, por não constituir peca única com a caixa, leva o nome de manípulo. Pode usar uma grande variedade de manípulos para fazer rodar uma caixa de uma chave de porcas. O mais usado dos manípulos é o de roquete, representado na fig. 13. Basta mudar a posição da patilha para seleccionar o sentido em que o perno ou espiga de engate deve rodar, dependendo, claro está, do objectivo que quisermos atingir: apertar ou desapertar porcas ou parafusos.

Ilustração 14 - O manípulo de perno de engate flexível é

Os conjuntos das chaves de caixa são classificados pela medida do perno quadrado de engate do manípulo às caixas. As espigas de engate de 3/8” são usadas para trabalhos leves de reparação; o de 1/2” e o de 3/4” são usados para trabalhos mais pesados.

O manípulo da fig. 14 tem um perno (ou espiga) quadrado de engate que é flexível, e pode ser rodado como mostram as setas. Se houver espaço suficiente, também o poderá voltar para o lado oposto, (ver setas da figura) de modo a poder girar a caixa mais rapidamente, durante as montagens ou desmontagens que efectuar.

O manípulo rápido, ou manivela, da fig. 15(a) é muito útil para fazer girar directamente uma caixa. É o manípulo mais rápido que se pode usar em porcas e parafusos de fácil acesso.

o manípulo perfeito para as chaves de caixa, para soltar porcas ou parafusos teimosos. É fabricado em muitos comprimentos, e pode ser usado em quase qualquer posição.

Os adaptador manual da fig. 15(b) é manejado da mesma maneira que as chaves de fendas. A caixa é simplesmente inserida na haste desta ferramenta.

(a) Ilustração 15 – Diversos acessórios de chaves de caixa. (b)

Barras de extensão, juntas universais e adaptadores, constituem, os acessórios para chaves de caixa que provavelmente irá usar.

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O adaptador da fig. 15(b) é uma haste flexível que permite a sua operação rápida e fácil, onde não é possível um acesso directo às porcas ou parafusos.

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Pode ser útil usar uma extensão (fig.16) entre a caixa e o manípulo. Por vezes uma extensão permite uma melhor prisão e um maior apoio enquanto se trabalha. Outras vezes, ela simplesmente fornece umas condições de trabalho mais confortáveis e convenientes. Quaisquer que sejam as suas vantagens, a extensão facilita um trabalho mais rápido e eficaz. Introduza simplesmente a espiga quadrada de engate do manípulo, na abertura respectiva da extensão; depois, insira a espiga da extensão dentro da abertura da caixa. E pronto, a chave completa está montada e pronta a trabalhar.

Um adaptador para chave de caixa, fig. 17(b), permite engatar a espiga de um manípulo numa caixa com uma abertura de engate de medida diferente.

Por exemplo, um adaptador de 1/2” x 3/8” permitir-lhe-á usar um manípulo de roquete com espiga de engate de 1/2”, numa caixa com abertura de engate de 3/8”.

(a)

(b)

Ilustração 17 – Rótula ou junta universal e adaptador.

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Uma junta universal, ou rótula, fig. 17(a) é muitas vezes útil quando se trabalha em porcas e parafusos colocados em lugares onde não pode ser usada uma chave direita. A junta universal permite operar o manípulo da chave em ângulo com a caixa. Isto é, às vezes, dá grande ajuda quando você trabalha com pouco espaço.

Ilustração 16 - As barras de extensão, também chamadas acrescentos, são fabricadas em muitos e variados comprimentos. Para conseguir um trabalho feito rapidamente, é bom que tenha à mão a maior parte destes comprimentos. As barras de extensão ajudá-loão a alcançar parafusos e porcas, que possam estar colocados em locais de difícil acesso.

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3.2.4. CHAVE DINAMÓMETRO

Sempre que porcas, parafusos e pernos são usados para juntamente segurar duas peças, o grau ou força de aperto é importante e muitas vezes crítico. Muitas vezes Os apertos são ou demasiado fracos ou demasiado fortes; ou, então, foram executados na sequência errada. Existem ferramentas que garantem o correcto e exacto aperto, ou binário de força. O binário de força, é a força de torção aplicada à rosca dum parafuso, porca, ou perno roscado, usada para prender quaisquer peças numa posição, que é crítica para a sua operação. Este binário de força é geralmente medido em libra-pé ou newton-metro. Conforme se mostra na fig. 18, uma libra-pé de torção, é igual a uma força de uma libra (força de tracção) aplicada a uma distância de um pé do eixo da rosca (braço da potência com o comprimento de 1 pé).

Ilustração 18 - A forca de torção é o esforço produzido na torção ou rotação. Aplicase força de torção à cabeça de um parafuso, quando se aperta ou desaperta este. Também se aplica força de torção ao volante de um carro quando se faz uma curva. Ilustração 19 - Para se conseguirem valores exactos de torção, deve-se aplicar, à chave dinamómetro, uma força suave, firme e contínua. Tracções bruscas ou demasiado rápidas podem dar como resultado um grande erro na torção aplicada.

Um newton-metro de torção é igual a um newton de força aplicada à distância de um metro (braço da potência com o comprimento de 1 metro). Se se aumentar a força ou a distância, ou ambas, aumenta-se o binário de força ou torção. Se diminuirmos a distância, a força, ou ambas, diminuímos o binário de força ou torção. Como se pode ver, a força de torção depende da distância (comprimento do braço da potência) e da força (potência). Por exemplo, se aumentarmos a força para 2 libras, e a distância à rosca, para 1 ½ pé, aumentamos a torção para 2 x 1 ½ = 3 libra-pé.

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As chaves dinamómetro, medem o binário, que como vimos se pode exprimir em libra-pé (newton-metro), de torção que se aplica a uma rosca. A chave dinamómetro na fig. 19(a) tem um punho ou manípulo rotativo com uma escala. Quando se opera a chave, o ponteiro na escala indica o valor da força de torção aplicada. A chave dinamómetro da fig. 19(b) tem um mostrador que, quando a chave é operada, indica directamente, por simples leitura, o valor da torção.

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Na fig. 19(c) mostra-se ainda outro tipo de chave dinamómetro. Esta última, permite pré-seleccionar a força de torção desejada; a chave solta-se automaticamente, assim que é alcançada a força de torção desejada.

Também pode encontrar chaves dinamómetro mais pequenas, as quais podem exprimir o binário de torção em librapolegada. Estas chaves são usadas para medir a força de torção, quando a distância desde o eixo da rosca (comprimento do braço da potência) é da ordem das polegadas. Tal como o resto das pessoas fazem, os mecânicos também abreviam ou trocam as palavras e os nomes, criando o seu próprio vocabulário profissional.

Por isso, é provável que oiça o pessoal da manutenção referir-se à força de torção como pés-libras, ou, libras-pés. Nada disto tem importância, desde que toda a gente se entenda. Lembrese simplesmente de descobrir qual deve ser a torção e aplique-a no seu valor exacto.

(PARAFUSO DE PONTO OU DE FIXAÇÃO)

Por vezes pode acontecer precisarmos de apertar ou desapertar um bujão roscado com uma chave Allen, tal como a que se vê na fig. 20(a). As chaves Allen, também, chamadas chaves em L sextavadas, ou simplesmente, chaves-macho sextavadas, são hexagonais e têm um braço longo e outro curto, ambos com a mesma medida de diâmetro sextavado.

Usam-se em bujões roscados, parafusos de ponto, ou parafusos de fixação, cujas cabeças têm uma abertura também sextavada, onde encaixa qualquer dos braços sextavados da chave. Inserindo o braço menor da chave na cabeça do bujão ou parafuso, consegue-se fazer uma maior força de aperto ou desaperto. Tenha cuidado, para não moer a rosca do parafuso, partir o parafuso ou a própria chave. Os parafusos de ponto ou de fixação (parafusos de cabeça (Allen) usam-se para, por exemplo, fixar as polias ou as mangas aos eixos, como se pode ver na fig. 20(b).

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3.2.5. CHAVE ALLEN E BUJÃO ROSCADO

Ilustração 20 - Uma manga usa-se para aumentar o diâmetro de um eixo de modo a que o eixo possa encaixar numa peça correspondente maior. A vantagem dos bujões roscados, parafusos de ponto, ou de fixação, está no facto de poderem ser inseridos tão fundo ou mais do que a superfície onde está feito o seu furo. Isto por vezes é necessário por uma questão de segurança, aparência ou ambas.

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3.2.6. CHAVE DE MARRETA

Esta chave, é utilizada para apertar ou desapertar porcas de maiores dimensões que necessitem de maior aperto. É também conhecida por chave de pancada. É utilizada em porcas que vão desde 1 1/16” a 3 1/8”.

3.2.7. CHAVE DE

RABO

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É uma chave utilizada no alinhamento dos furos das flanges e para desaperto de porcas em parafusos enferrujados. Serve também para manobrar e fixar peças. A boca pode ser aberta ou de caixa e pode ir de 1 3/6” a 2 3/4”.

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4. ALICATES

As chaves de porcas, como sabemos, são feitas para rodar. Mas, demasiadas vezes, os alicates são usados em sua substituição. Isto está errado. Nunca use um alicate onde deve ser usada uma chave de porcas. Os alicates são feitos para segurar, prender, agarrar e puxar, mas não para rodar.

Ilustração extensíveis universal.

21

de

Alicates modelo

Os alicates têm bastante uso nos trabalhos de manutenção. O tipo mais usado é o alicate extensível de modelo universal de 6 polegadas fig. 21(a). Os alicates extensíveis de tipo universal, tem um eixo deslocável que permite abrir as mandíbulas ou garras, para agarrar objectos grandes. Podem ser direitos ou curvos, como os da fig. 21(b). Alguns tem um lado cortante para cortar arame, fio, ou troços. Uma das utilizações mais comuns dos alicates extensíveis de modelo universal, é instalar e retirar troços.

(a)

Quando tiver que usar alicates em superfícies que podem ser facilmente danificadas, introduza pedaços de cartão ou fita, entre as garras e a superfície a agarrar. Outro ponto a recordar: os alicates não são feitos, para suportar qualquer pressão superior a que é possível fazer com um aperto de mão.

(b)

4.1. ALICATES EXTENSÍVEIS OU ALICATES DE PRESA VARIÁVEL

Se os alicates extensíveis de tipo universal não conseguirem desempenhar a função desejada, como por exemplo, se não agarrarem bem ou não abrirem o suficiente, um alicate extensível como o da fig. 22, pode ser útil. Note que as garras são paralelas e que estão dispostas num ângulo de cerca de 45º em relação aos punhos, para uma melhor acção de presa. A abertura das garras pode ser ajustada, mudando o eixo deslizante do alicate nas ranhuras respectivas. As interligações do eixo móvel impedem que este deslize quando o alicate está sob carga.

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Ilustração 22 - A abertura dos alicates extensíveis ou de presa variável pode ser regulada para vários tamanhos. Esta característica de desenho permite que as garras prendam firmemente em qualquer posição.

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Ilustração 23 - Os alicates de torno têm muitas utilizações. Sempre que um alicate de torno é necessário, não há substituto para ele.

Os alicates extensíveis, ou de presa variável, são estreitos e compridos, com dentes afiados nas garras. Com estes alicates, podem-se agarrar objectos, que estariam para além do alcance de um alicate vulgar. Os dentes afiados das garras podem agarrar firmemente tubos, varetas, varões, hastes, e quaisquer outros objectos difíceis de agarrar.

4.2. ALICATE DE TORNO (PRESSÃO)

Os alicates de torno, fig. 23, têm este nome porque prendem como um torno. Também são chamados alicates de griffe ou, alicates de presa fixa. Eles podem ser bloqueados de modo a poder libertar as mãos do operador para outra ferramenta ou objecto. Por exemplo, os alicates de torno podem segurar duas peças de metal em posição (orifícios alinhados, etc.) enquanto se instalam parafusos, porcas, ou anilhas. Estes alicates podem ainda ser usados para desapertar parafusos cujas arestas das cabeças tenham sido moldas e arredondadas pelo trabalho desajeitado de alguém. PONTAS DIREITAS

PONTAS CURVAS

Portanto, quando não puder encaixar uma chave de porcas numa porca gasta ou com as arestas arredondadas, ou parafusos com a cabeça nas mesmas condições, use o alicate de torno para os retirar. Depois, substitua a peça defeituosa. No entanto, não use o alicate de torno onde puder usar uma chave de porcas. Os dentes das garras podem moer ou danificar a porca ou a cabeça do parafuso. Eles, de facto, podem deixar lascas, gumes, ou arestas vivas suficientemente afiadas para lhe cortarem os dedos.

Ilustração 24 - Estes tipos de alicates de pontas redondas finas, são úteis para agarrar peças pequenas. Com estes alicates pode facilmente mover, apanhar, ou colocar pecas demasiado pequenas para serem pegadas com os dedos.

PONTAS

(CHATAS,

Os alicates de pontas são muito úteis quando se trata de instalar troços pequenos, pernos-guia, anilhas, porcas, ou parafusos em espaços exíguos e de difícil acesso. Os alicates de pontas redondas e os alicates de pontas finas, são bastante parecidos no seu aspecto. Contudo o alicate de pontas finas tem as garras mais finas. Na fig. 24 estão representados dois tipos de alicates de pontas, um dos quais tem as garras dobradas em ângulo em relação aos punhos.

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4.3. ALICATE DE REDONDAS E FINAS)

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Os alicates de pontas são usados principalmente para trabalhos de electricidade. Para evitar qualquer choque, tenha o cuidado de usar sempre alicates com os punhos isolados. Os punhos são revestidos de borracha ou outro material não condutor de electricidade.

4.4. ALICATES ESPECIAIS

Uma vasta variedade de alicates especiais, são usados em trabalhos de manutenção. O alicate saca-freios que está representado na fig. 25, é apenas um exemplo.

Ilustração 25 –As anilhas de freio devem ser retiradas com alicates saca-freios; fazer isto de qualquer outra maneira danificará as anilhas. Nunca tente retirar uma anilha de freio agarrandoa por uma só extremidade e puxando-a do seu sulco. Você arruinará a anilha.

Eles são feitos para se encaixarem e agarrarem correctamente um freio (anilha de freio, ou, mola de freio) enquanto este é retirado ou instalado. Dado que se podem encontrar freios tanto dentro como fora de veios e chumaceiras ou bainhas, existem diversos tipos de alicates sacafreios. Os alicates saca-freios internos que fecham ou agarram, quando os punhos são apertados um contra o outro; e os externos que abrem quando se lhes faz a mesma coisa. Cada tipo de alicate especial, é destinado a uma função específica e deve ser usado somente para esse fim.

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Não use qualquer outra ferramenta quando for necessária uma ferramenta especial. Por exemplo, não use um alicate normal para cortar, arame, fio, ou troços. Use um alicate de corte como o da fig. 26, ou alicate de corte lateral, como também e chamado. Estes alicates são tão frequentemente usados que podem não parecer especiais. No entanto, são especiais, porque a sua única função é cortar arame, fio, e troços.

Ilustração 26 - Os alicates de carte lateral são feitos para cortar fio metálico, ou troços. Eles não devem ser usados para cortar chapa de metal, pregos, ou parafusos. Nunca é demais repetir esta regra: Use as ferramentas somente, para as funções para que são destinadas.

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5. TORNO DE BANCADA

O torno de bancada, fig. 27, não é verdadeiramente uma ferramenta de mão. Está incluído no nosso estudo sobre alicates porque é, afinal, outra vulgar ferramenta de presa. A base do torno é geralmente aparafusada à bancada. A maior parte dos tornos tem uma base giratória, de modo que as maxilas podem ser rodadas em qualquer sentido horizontal. Rodar o punho no sentido dos ponteiros do relógio fixa as maxilas. Para as abrir, terá evidentemente que rodar o punho no sentido inverso. As maxilas de um torno, são geralmente feitas de aço, material que pode danificar as superfícies mais macias, que se apertarem no torno. Se houver necessidade, pode-se instalar maxilas mais macias, chamadas mordentes, sobre as maxilas normais. Os mordentes são feitos de bronze, cobre, ou qualquer outro material macio. Um torno pode gastar as suas maxilas; portanto, assim que as maxilas originais se gastarem, instale umas novas. Ilustração 27 – Tomo de bancada.

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Não coloque objectos sobre as maxilas de um torno, para lhes dar pancadas fortes por cima. Embora qualquer bom torno aguente maus tratos, as maxilas não suportam pancadas fortes.

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6. MARTELOS

O martelo é uma das ferramentas mais simples. No entanto, pela má utilização de que muitas vezes é alvo, ele causa mais danos às peças e mais ferimentos às pessoas, do que qualquer outra ferramenta. Os crimes que as pessoas mais cometem são: 1) usar o martelo errado; 2) usar um martelo que esteja em más condições; e, 3) usar um martelo incorrectamente.

Ilustração 28 - Um martelo defeituoso ou de mau fabrico pode partir-se ou soltar-se e voar, causando ferimentos.

Alguns dos muitos tipos de martelos, são mostrados na fig. 28. Um deles, é um martelo que vulgarmente se encontra nas caixas de ferramentas dos mecânicos: o martelo de bola. A face deste martelo de cabeça de aço, pode ser usada para pancadas normais ou ligeiras. A bola do martelo, é usada para martelar sobre (à volta de) a cabeça de um rebite, como na fig. 29, e para dar forma a uma chapa de metal. Este martelo também é conhecido como martelo de serralheiro. Ilustração 29 - Para cravar um rebite, golpeie a extremidade do rebite que sai acima da superfície, com a face do martelo, até a achatar um pouco. Depois dê a volta ao seu martelo e continue a trabalhar a mesma extremidade, até que esteja propriamente arredondada.

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O martelo de cabeça de plástico, é mais macio do que o martelo de bola, e é usado para ajustar pecas que possam danificar-se, se usar um martelo de aço. Os martelos de cabeça de bronze são ainda mais macios, embora não o sejam tanto como os maços de borracha. Os martelos de bronze são usados para introduzir pernos-guias, ou para trabalhar em materiais que possam ser danificados, pelos martelos de aço ou de plástico.

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Os maços de borracha são os mais macios de todos os martelos. Eles devem ser usados onde houver o perigo de se danificar a superfície de trabalho, como quando se martela numa superfície aparelhada. Antes de usar qualquer martelo, certifique-se de que a cabeça está bem segura ao cabo, e de que este não está partido ou danificado. Com uma ferramenta tão simples como um martelo, há maneiras certas e erradas de o utilizar. O principiante muitas vezes pega no cabo demasiado junto à cabeça — afogando o martelo. Isto reduz a força do golpe (martelada) e torna mais difícil manter direita a cabeça do martelo. Quando quiser dar uma martelada mais vigorosa, segure o cabo junto à sua extremidade, como na fig. 30. Isto dar-lhe-á um melhor controlo, e poderá desferir uma martelada mais segura e forte.

Ilustração 30 – Pegue no cabo junto à sua extremidade e mantenha direita a cabeça do martelo.

Por outro lado, nunca use um martelo de cabeça de aço para martelar uma superfície especialmente temperada (dura). Partículas de aço podem soltar-se do martelo, ser projectadas a alta velocidade, vazar um olho ou produzir qualquer outro ferimento grave.

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Proteja os seus olhos. Tenha o cuidado de usar óculos de protecção quando usar um martelo.

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7. ESCOPROS

Em trabalhos de manutenção, usará escopros para cortar chapa metálica, cortar cabeças de rebites, partir porcas que não possam ser retiradas de outra maneira, talhar, traçar e executar muitas outras tarefas. Na fig.31 estão representados Os tipos de escopros mais usados: escopro quadrado ou direito; o buril ou escopro fino; o escopro de ponta redonda e o escopro de ponta de diamante. Os escopros usam-se para cortar ou traçar metais macios e são manejados com o auxílio de um martelo de bola. O tamanho do martelo deve ser escolhido de acordo com o tamanho do escopro. Por outras palavras, quanto maior for o escopro maior será o martelo, de modo que, com um ligeiro movimento do martelo, se possam dar marteladas eficazes na ferramenta.

Ilustração 31 – O conselho mais importante que se pode dar para uma eficaz conservação de todos estes escopros é o seguinte: mantenha a cabeça do escopro, contra a qual bate o martelo em boas condições de conservação; não deixe que ela fique arredondada e adquira o formato de um cogumelo. Se isto acontecer podem soltar-se e voar da cabeça do escopro, pedaços de metal quando lhe bater com o martelo. E, mesmo quando um escopro estiver em boas condições, deve usar óculos de protecção quando trabalhar com martelo e escopro.

Os escopros direitos ou de ponta chata, são os mais indicados para cortar ou para traçar chapa de metal. Estes também são usados para cortar varões de ferro e arame, e também para descabeçar rebites e parafusos.

Ilustração 32 - Use Óculos de protecção quando trabalhar com martelo e escopro. Segure firmemente o escopro. Mantenha o olhar no bordo cortante e não na cabeça do escopro. Bata energicamente e entre duas marteladas, avance o escopro mais um pouco ao longo da linha de corte.

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A acção de cortar ou retirar metal com um escopro, tem o nome de talhar, traçar, ou cinzelar. É executada com um escopro direito ou quadrado, o qual também tem o nome de escopro corta-frio e é usado com o auxílio de um martelo manual ou pneumático. O uso deste último, o martelo pneumático, é mais aconselhável quando se tem que retirar uma grande quantidade de metal. Este martelo pneumático não e mais do que uma pistola de ar comprimido a que se aplica o escopro.

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Estes escopros são igualmente utilizados numa operação chamada rebarbar. Os buris ou escopros de ponta fina, usam-se para cortar ou traçar entalhes, sulcos, ou rasgos em cantos interiores rectos. Os escopros de ponta de diamante são usados para cortar entalhes em forma de “V”; eles são também muito úteis para endireitar os cantos de ranhuras ou fendas: Os escopros de ponta redonda usam-se para fazer rasgos, sulcos ou entalhes de secção semicircular e para cortar cantos interiores arredondados.

Ilustração 33 - Accione o escopro quadrado com um martelo de bola. Ao fazer o corte final depois de ter traçado a linha de corte, segure o escopro num ligeiro ângulo com a superfície do metal, de modo que o escopro caminhe cortando de lá para cá.

Ilustração 34 - Se a fenda ou ranhura a

7.1. UTILIZAÇÃO DE ESCOPROS

Quando se usa um escopro segura-se o mesmo, leve mas firmemente, entre o polegar e o indicador, a cerca de uma polegada do seu topo (extremidade onde bate o martelo). Os outros dedos devem agarrar levemente a haste. Veja a fig. 34; Se segurar desta maneira o escopro, verá que, se falhar uma martelada na cabeça do escopro e atingir a sua mão, haverá menos probabilidades de se ferir gravemente: a sua mão absorverá grande parte da energia da martelada escorregando pela haste do escopro. Quando cortar chapa de metal, primeiro trace uma linha, com o auxílio do escopro a leves marteladas, para marcar exactamente onde o metal deverá ser cortado. Tenha sempre devidamente apoiada a peça a ser cortada. Se possível, coloque a peça sobre um bloco de aço próprio, para servir de suporte neste tipo de trabalho, por exemplo, uma bigorna, como na fig. 33.

Para descabeçar um rebite, ou cortar-lhe a cabeça, segure o escopro de modo que a parte inferior do bordo cortante fique apoiada contra a superfície de metal, como na fig. 35.

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ser cortada estiver localizada próximo da borda de uma chapa, deve primeiro abrir furos com uma broca dentro do formato da ranhura. Se não fizer isto, o escopro entortará a borda da chapa.

De tempos a tempos, haverá necessidade de cortar uma ranhura, tenda, ou rasgo, numa chapa de metal. Ao executar esta tarefa, é sempre boa ideia fazer, com uma broca, furos ao longo do interior da linha do rasgo a cortar, como na fig.34. Note que estes furos devem ser feitos de modo a que sejam tangentes ao interior da linha de corte. Depois disto, tudo o que tem a fazer é cortar, com o escopro e sobre a linha, o espaço entre os furos.

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A palavra rebarbar, tal como aqui é usada, significa retirar ou desbastar metal com um escopro e um martelo. O grau de exactidão com que isto pode ser feito, depende do objectivo ou resultado que se pretende. Para começar a rebarbar, deve primeiro apertar o seu trabalho num tomo, pondo-lhe um bloco de apoio por baixo, para impedir que deslize ou escorregue. Coloque tela, ou qualquer outro material de protecção, em frente do trabalho para impedir que as aparas de metal atinjam alguém que possa estar trabalhando, ou passe à sua frente. Proteja os seus olhos usando óculos de protecção. Agarre o escopro com uma das mãos, com a ponta cortante sobre o trabalho, e vá desferindo pancadas Secas na outra ponta com o martelo. E importante que mantenha o seu olhar no bordo cortante do escopro, para ir controlando o processo do trabalho. Com alguma prática, será capaz de martelar a cabeça do escopro sem olhar para ela. A superfície guia do escopro é o seu lado biselado ou chanfrado. Este lado é mantido num ângulo muito leve com a parte acabada do trabalho que é tocada pelo bordo cortante. Levantar ou baixar o punho ou corpo do escopro, faz diminuir ou aumentar o ângulo do bisel de guia, fazendo com que o escopro corte mais ou menos fundo. Veja a fig.36; Após cada duas ou três pancadas, recue levemente o escopro da apara ou lasca produzida pelo corte. Isto descansar-lhe-á os seus músculos e dar-lhe-á um melhor controlo, sobre o trabalho que estiver a fazer.

Fig.36 - Para começar a rebarbar ou desbastar numa peça de metal, o ângulo entre o escopro e a peça tem que ser suficientemente grande para permitir que o gume do escopro penetre na superfície do metal da peça, (a). Depois do corte ter sido iniciado, e a profundidade desejada alcançada, vá diminuindo o ângulo à medida que o escopro avança ou corta, (b). Se desejar diminuir a profundidade de corte, diminui-se o ângulo de ataque, (c).

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7.2 REBARBAR COM ESCOPROS

Ilustração 35 - São aqui mostrados Os métodos para retirar rebites e porcas com um escopro. Use um escopro de ponta chata para retirar toda a cabeça do rebite, ou, se o rebite for grande, use um buril ou escopro de ponta fina, para cortar ate ao centro da cabeça e libertá-la da haste do rebite. Em qualquer dos casos, segure o escopro de modo que a sua face, fique encostada a superfície da peca de trabalho. Se utilizar um escopro de ponta fina, mantenha-o a do direito da ponta encostado ao trabalho, para que O gume do cinzel arranque fora a cabeça do rebite.

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7.3. CORTAR COM ESCOPROS

Ilustração 37 - A chapa de metal pode ser facilmente cortada, apertando-a num torno com a linha de corte que se traçou colocada paralelamente e logo abaixo da superfície da maxila do tomo. Portanto, coloque o escopro de ponta chata de modo que o centro do gume fique contra a peca de trabalho.

Para cortar metal num torno, segure o metal nas maxilas nuas do torno, de modo a conseguir que se produza uma acção de corte entre a maxila posterior do torno e o escopro. O bordo cortante do escopro deve ser colocado no centro da linha de corte, como mostra a fig.37. Segure o escopro inclinado em relação ao trabalho, de modo a formar um ângulo como o mostrado na fig. 38 e mova o escopro após cada pancada, para que a acção de corte se produza pelo centro do bordo cortante do escopro.

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Ilustração 38 - A acção de corte de um escopro perder-se-á se você segurar a cabeça do escopro demasiado baixa.

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8. PUNÇÃO DE BICO OU PUNÇÃO DE CENTRAR

O punção de bico, fig.39, tem uma função limitada, embora importante. É usado para marcar o centro de furos a serem feitos com brocas. A pequena mossa, ou depressão, feita pelo bico do punção, dá à broca o apoio inicial; como resultado a broca pode fixar-se imediatamente e começar a morder o metal com maior precisão e facilidade. Isto impede que a broca escorregue, o que pode danificar a superfície de metal circundante, ou fazer com que o furo fique incorrectamente localizado.

Ilustração 39 - Na imagem da esquerda, note que o punção é batido em cheio pelo martelo. Note também que o punção de bico, na imagem da direita, está afiado de modo a formar um ângulo de 90º (noventa graus) na ponta. Para trabalhos muito precisos em que é importante a exacta localização dos furos a abrir, pode ser usado um punção com bico de 30°, o qual faz uma marca (mossa) mais fina.

Ao furar peças de metal que mais tarde tenham que ser alinhadas e receber parafusos, é essencial impedir que as brocas escorreguem e se desviem.

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Quando usar um punção de bico, lembre-se de que ele tem que ser segurado na vertical do furo a ser feito. Lembre-se também de que o martelo deve dar uma pancada certeira, seca, e em cheio na cabeça do punção. Uma pancada de raspão pode danificar o material que está a trabalhar, ou ferir-lhe gravemente os dedos. Nunca use o lado da cabeça de um martelo para bater num punção.

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9. PONTEIROS TOCA-PINOS E SACA-PINOS

Embora os ponteiros saca-pinos não sejam ferramentas de corte, eles são usados para retirar ou sacar pinos e rebites. Use primeiro o ponteiro de haste cónica ou ponteiro toca-pinos. Este ponteiro tem uma haste cónica mais curta e mais forte e a ponta romba. Isto permite pancadas mais fortes, com o martelo de bola, para soltar o pino ou rebite a retirar. Depois de o pino, ou o rebite, ter sido solto e ligeiramente movido para a frente, saque-o do furo com o auxílio do ponteiro saca-pinos que possui uma haste mais afiada e mais comprida. Estes ponteiros saca-pinos são mostrados na fig.40.

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Ilustração 40 -Após o pino ter sido parcialmente retirado do furo, o ponteiro toca-pinos não pode mais ser usado devido a sua haste cónica e grossa. Usa-se um ponteiro saca-pinos para completar a operação de retirar o pino. Os ponteiros sacapinos não devem ser usados ao iniciar tal operação, porque uma martelada pode dobrar a fina haste do ponteiro saca-pinos.

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10. SERROTE DE CORTAR FERRO O serrote de cortar ferro, fig.41, ou serrote de serralheiro, é uma ferramenta simples que tem muita utilidade. Na verdade, utilizar esta ferramenta requer uma soma de conhecimentos muito maior, do que a maior parte das pessoas pode imaginar. Saber exactamente qual a folha de serra a usar, e como a colocar, é uma das coisas essenciais que se deve saber.

Ilustração 41 - A maior parte das armações dos serrotes de cortar ferro são ajustáveis para permitir o uso de folhas de serra de 8, 10 ou 12 polegadas. Os novos modelos com punho de pistola ou com punho invertido, têm por objectivo uma acção mais rápida, isto é, melhor corte, canalizando a forca aplicada pelo utilizador ao punho, numa linha directa com a folha de serra.

As folhas de serra para serrotes de serralheiro são fabricadas em diversos comprimentos. Cada uma delas tem também um número diferente de dentes por polegada, 14, 18, 24, e 32 dentes, para cortar diferentes tipos de material. Quando colocar uma folha de serra num serrote de cortar ferro, monte-a com os dentes apontados para a frente, isto é, para o lado oposto ao punho do serrote. Veja a fig.42. Isto significa que, quando se usa um serrote de serralheiro, o movimento cortante é aquele que se faz para a frente.

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Ilustração 42 - Monte a folha de serra de modo que os dentes apontem na direcção contrária à do punho do serrote, isto é, para a frente. Os dentes da serra cortam quando ao serrote é aplicado um movimento de vai e vem, contra o material a ser cortado.

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10.1.

FOLHAS DE SERRA

Os diversos tipos de folhas de serra são mostrados na fig. 43. Elas são identificadas pelo desenho formado pelos dentes. A este desenho, ou inclinação, dos dentes dá-se o nome de trava, e, de um serrote com os dentes assim inclinados diz-se que está travado. A trava de um serrote de cortar ferro, ou mais propriamente da sua folha de serra, impede que esta fique presa entre as duas superfícies que vão sendo cortadas. As travas podem ser alternadas, onduladas, ou raspadas.

Ilustração 43 - As folhas de serrote de cortar ferro são feitas de aço extra-duro, e têm um furo em cada extremidade, para que possam ser montadas às armações (ou, corpo) dos serrotes.

Na trava alternada, os dentes são inclinados alternadamente, primeiro para a direita e depois para a esquerda, e assim sucessivamente por todo o comprimento da serra. Uma folha de serra com uma trava alternada dupla tem os dentes dois a dois alternadamente inclinados para a direita e depois para a esquerda. A trava alternada é a trava standard, ou comum, para as operações de corte normais. Na trava ondulada, os dentes formam com a sua inclinação o desenho de uma onda. A folha de serra com uma trava ondulada tem certas vantagens: a folha raramente parte; os dentes não cegam, isto é, não se partem; a serra morde bem o material, e o corte é mais rápido e certo.

TABELA 1 Regras Gerais para escolha de folhas de serrote

A. Materiais Macios

B. Materiais Mais Duros em Grandes Secções.

C. Formatos Invulgares de Peças.

D. Tubos, Condutas.

Canos

e

Escolha uma folha de dentes largos para melhor morder o material a cortar e corte rápido.

Escolha uma serra de dentes mais finos do que em A para distribuir a carga de corte sobre mais dentes e, simultaneamente, manter um bom corte.

Escolha uma serra que mantenha 2 ou mais dentes em contacto com a secção mais estreita da peça. Dentes mais largos podem partir-se e danificar o trabalho.

Escolha uma serra com o maior número de dentes por polegada para manter dois ou mais dentes em contacto com a parede. Mantenha o interior do trabalho livre de limalha cumulada.

Serra de 14 dentes por polegada

Serra de 18 dentes por polegada.

Serra de 24 dentes por polegada.

Serra de 32 dentes por polegada.

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em Grandes Secções.

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Com a trava raspada, as serras têm, de três em trés dentes, um deles direito, outro inclinado para a direita, e o outro inclinado para a esquerda. A trava raspada proporciona um corte suave e fácil, e requer muito menos pressão no movimento de corte.

As folhas de serra são também classificadas, consoante o tamanho dos seus dentes, em serras de dentes normais e serras de dentes largos. As serras de dentes normais são geralmente recomendadas para corte a direito ou de contorno. As de dentes largos são usadas para cortar metais não ferrosos, tais como cobre, bronze, alumínio. Este tipo de serras é também o mais indicado para plástico duro e madeira. As regras básicas para a escolha da folha de serra adequada são dadas na Tabela 1; e, as especificações quanto ao material a cortar constam na Tabela 2.

TABELA 2

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Carta de materiais para corte com serrote de serralheiro manual

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10.2. UTILIZAÇÃO DO SERROTE DE CORTAR FERRO

Ilustração 44 - Quando usar um serrote de cortar ferro, certifique-se de que o serrote se move numa linha direita enquanto corta, de modo a evitar que a folha se torça ou empene. Faca suficiente pressão na serra para evitar que ela derrape ou ressalte, na peca que está a cortar. Isto pode partir a folha de serra ou feri-lo a si.

Antes de começar a cortar, verifique se a peça a cortar está bem apoiada. Um torno de bancada fornece um óptimo meio de apoio e segurança para a peça. Para iniciar o corte, use o polegar da outra mão para guiar a folha de serra até que o corte esteja iniciado. Uma vez que a acção de corte só se produz durante o movimento para a frente, direcção em que os dentes apontam, aplique pressão somente neste movimento. Levante levemente a folha de serra no movimento de retrocesso, para evitar rombar os dentes. Por outro lado, também não permita que os dentes deslizem facilmente no movimento de corte: empurre para baixo com força suficiente, para fazer os dentes cortar, como na fig. 44. Para cortar metais de dureza média, trabalhe o serrote a uma velocidade de 40 a 50 movimentos por minuto. Serrar demasiado rápido gera calor, o qual pode danificar a serra. Quando cortar metais mais duros, serre a um ritmo mais lento. Se tiver qualquer dúvida sobre se o metal pode ou não ser cortado com o serrote de cortar ferro, alguns metais são demasiado duros para este serrote, experimente o metal com os últimos dentes de uma das extremidades da folha de serra, para verificar se o metal pode ser cortado.

DE

PORCAS

Quando uma porca calcinada não pode ser retirada com uma chave de porcas, pode usar-se com bons resultados um serrote de cortar ferro. Mas é preciso que exista espaço suficiente para operar o serrote. Aqui está como fazê-lo: 1. Comece o corte tão perto quanto possível da rosca do parafuso, como mostra a parte superior da fig. 45. 2. Use um martelo e escopro para abrir completamente o corte feito pelo serrote e parta a porca abrindo-a em dois bocados. 3. Por fim, use uma chave de porcas ajustável, chave francesa, para soltar o último bocado da porca ou para o desenroscar.

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Ilustração 45 - Na imagem inferior mostrase o ponto onde a operação de corte deve parar: a cerca de 1/16” da anilha de segurança. As anilhas de segurança são duras e danificarão a folha de serra, por isso, não as tente serrar.

10.3. REMOÇÃO CALCINADAS

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11. FACAS E TESOURAS Faca retráctil (ou faca de mão)

As operações de corte das tesouras e das facas são suficientemente semelhantes para permitirem um estudo em conjunto destas duas ferramentas. Resumidamente, a faca e a tesoura são usadas para cortar materiais de diversos tipos de dureza e espessura; a dureza e a espessura, na maioria das vezes, ditarão qual a ferramenta a usar. A faca, fig.46, é usada para cortar materiais macios. Esta é usada para cortar borracha, revestimentos de paredes, material para cobertura de estofos e outros. A faca não deve ser usada para descarnar um fio (tirar-lhe o isolamento), porque é muito afiada e pode cortar um pouco do fio. A faca de bolso, ou canivete, é usada para cortar cordel grosso, aparar sarrafos de madeira para fazer calços ou tacos, cortar mangueiras de borracha ou neoprene, e outras tarefas similares. Também pode ser usada para descarnar fio eléctrico, mas deve ter-se cautela para não cortar ou raspar o fio. Para esta função deve ser usado um raspador de fios de electricista. Esta ferramenta é a indicada para descarnar um fio sem o cortar ou arrancar-lhe qualquer pedaço.

Faca de bolso (ou canivete)

Ilustração 46- Uma faca é uma ferramenta de corte de uso geral. O botão no cabo da faca retráctil, regula o comprimento da lâmina. A lâmina pode ser recolhida completamente, se não estiver em uso. Lâminas sobressalentes são guardadas no cabo de aço.

Uma tesoura pode ser usada para cortar metais pouco espessos, com cerca de 1/16” de espessura ou menos, tais como chapas de alumínio, cobre ou mesmo certo tipo de folha de aço. Mas nunca corte o fio ou arame com uma tesoura. As tesouras não devem ser usadas em materiais espessos, porque um tal uso pode empenar as lâminas, e inutilizar a tesoura. Para cortar materiais como papel, pano, e folhas de plástico, uma tesoura caseira de 3 ou 4 polegadas é geralmente a ferramenta indicada. A experiência no uso de tesouras, torná-lo-á prático e eficaz na escolha da tesoura certa para a tarefa.

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Há dois grupos básicos de tesouras de mão, ou tesouras de cortar chapa: tesouras de cortar a direito, e tesouras de corte circular, fig.47. A tesoura direita, a tesoura combinada e a tesoura bulldog são usadas para cortes direitos. Para cortes circulares, usam-se as tesouras de cortar círculos, as tesouras da aviação, tesouras bico de gancho, e as tesouras troianas. Com uma tesoura combinada e uma tesoura da aviação, pode ser feita uma maior variedade de cortes do que com a tesoura direita ou a tesoura de cortar círculos.

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Ilustração 47 - É difícil cortar círculos ou pequenos arcos com uma tesoura direita. As tesouras de círculos e de aviação são especialmente destinadas aos cortes circulares. Use estas tesouras da mesma maneira que usa a tesoura direita, e observe algumas precauções.

Deste modo, a tesoura combinada e a tesoura de aviação, são as mais práticas.

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As tesouras com os gumes serrilhados oferecem melhor aderência à chapa durante o corte. Ao contrário do que acontece com as tesouras de gumes lisos, elas não derrapam, para trás, ao cortarem material mais pesado. Mas, conquanto as lâminas serrilhadas evitem o escorregar da tesoura, elas amolgam ligeiramente as bordas da chapa cortada. Se isto vier a ser um inconveniente para o trabalho, é necessário, ao cortar, deixar um espaço suficiente entre o corte e o traçado do corte, para depois da peça cortada lhe afagar as bordas.

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11.1. CORTE DE FOLHA DE METAL COM TESOURAS

Antes de começar a cortar, deve escolher a tesoura adequada para o trabalho a fazer. A Tabela 3 dá-lhe algumas orientações para a escolha das tesouras.

TABELA 3 Escolha da tesoura adequada

Para fazer cortes direitos em folhas de metal, segure a tesoura com uma mão e a folha de metal na outra, como mostra a fig.48. Sempre que lhe for possível, apoie a tesoura e a folha de metal numa bancada. Com as lâminas da tesoura completamente abertas, comece o corte numa extremidade da folha de metal. Segure a tesoura direita para não a inclinar enquanto estiver a cortar. Se a tesoura não estiver direita, as bordas do corte ficarão dobradas e com rebarbas. Não feche completamente as lâminas da tesoura enquanto for cortando, pare próximo do bico da lâmina. Isto impedirá que deixe as bordas do corte ásperas. Quando acabar de cortar, afague o corte, retirando com uma lima quaisquer lascas ou asperezas.

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Ilustração 48 -Ao cortar, segure a tira mais fina da chapa, conforme mostra a figura. Se a tira for demasiado estreita, terá que agarrar na outra tira.

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Para cortar uma curva exterior numa peça quadrada de folha de metal, primeiro corte os cantos para tornar a folha mais fácil de agarrar, como mostra a fig .49.

Tal como para o corte a direito, deverá segurar a tesoura com uma mão e a folha com a outra. Mais uma vez, apoie a tesoura e a folha de metal numa bancada. Tente fazer um corte seguido (não interrompido) rodando a folha enquanto o corte for sendo feito. Se for capaz de fazer isto correctamente, as sobras de material constituirão uma só peca. E, finalmente, quando acabar o corte, lime quaisquer lascas ou asperezas. Ilustração 49 - Primeiro, retire o material excedente do exterior do disco que deseja cortar, deixando apenas uma faixa estreita a ser retirada pelo corte final. Faça o corte final junto ao traçado da linha e da parte de fora. Isto permitir-lhe-á ver a linha marcada enquanto for cortando.

Para cortar uma curva interior numa folha de metal, corte uma cruz perto do centro do buraco a ser cortado, com um martelo e escopro. Como sempre, apoie a tesoura e a folha numa bancada. Coloque a tesoura na cruz e comece a cortar, fig.50. Vá aumentando a curva do corte até alcançar o traçado da peça a cortar. Se tiver que cortar um buraco grande, corte com um escopro a parte interior a cerca de 1/2” do traçado e depois termine o corte da sua peça sobre o traçado, com uma tesoura.

Cortando a parte do centro com um escopro, poderá economizar material, aproveitando o pedaço de folha assim cortado, para qualquer outra coisa. E, como sempre, após ter terminado o seu corte, lime as lascas e asperezas.

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Ilustração 50 - Com uma tesoura de círculos Ou uma tesoura da aviação, faça uma espiral desde o orifício central (em cruz) ate junto ao traçado do círculo, e continue a cortar até que se desprenda o material que quer retirar.

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12. ALICATES DE CORTE

Existem duas ferramentas de corte do tipo alicate, muito populares: o alicate de corte lateral e o de corte frontal. Veja a fig. 21. Dois dos alicates aqui mostrados possuem uma mola para permitir aos seus utilizadores, um longo e contínuo período de tempo de trabalho sem se cansarem. Os alicates da fila superior da fig.51, incluem, da esquerda para a direita, um alicate de corte de tamanho médio, usado para alcançar locais exíguos, e três alicates de corte normal, de uso geral em trabalhos de reparação. Para trabalhos extra-pesados, industrial ou de linha-demontagem, as hastes longas de certos alicates de corte fornecem maior força as garras. O primeiro dos alicates de corte na fila de baixo, é também, muito usado para trabalhos comuns de reparação.

Ilustração 51 - Não há dúvida que os alicates são das ferramentas mais versáteis de uma caixa de ferramentas. Existem centenas de diversos tipos, cada um destinado a uma função específica. Tal como com qualquer outra ferramenta, é importante que mantenha os seus alicates em boas condições de funcionamento, conservando-os limpos e bem oleados.

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O segundo, turquês, da mesma fila, possui um desenho tal que permite cortar cabeças de pequenos pregos ou mesmo arrancá-los, com um movimento de torção e um puxão simultâneo. O último alicate de corte é usado para trabalhos extra-pesados de corte. A grande acção de alavanca, mercê do seu desenho e montagem, produz uma enorme força aplicada, permitindo o corte de parafusos até 1/4” de diâmetro sem qualquer dificuldade.

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O alicate de corte frontal, também chamada turquês, é usado para cortar pequenos pregos, arame, e folha fina de metal. A cabeça arredondada é muito útil para sacar pregos de grades e caixotes de madeira, e para aplicações semelhantes. Para conseguir um maior efeito de alavanca, para sacar um prego comprido, meta um pedaço de madeira debaixo da cabeça redonda do alicate.

Ilustração 52 - Quando quiser cortar com um alicate, primeiro marque o corte com giz. Segure o pedaço de fio com uma mão, e ponha as lâminas alinhadas com a marca do corte com a outra mão. Aperte o alicate para cortar.

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Se tiver necessidade de uma ferramenta para cortar arame ou fio macio, pequenos cabos macios e troços, a ferramenta a usar é o alicate de corte lateral ou diagonal. Estes alicates de corte, têm garras curtas e um ângulo de corte que permite fazer cortes justos ou muito apertados. Coloque a peça a cortar nas garras perpendiculares aos gumes e perto do eixo do alicate de modo a conseguir um cortar mais fácil. Alguns alicates de corte lateral, têm garras com ranhuras para descarnar fios eléctricos. Meta o fio na ranhura e fixe o alicate só o suficiente e com apenas a força bastante para o descarnar. Inspeccione o fio para ter a certeza de que não foi raspado ou cortado pelo alicate, pois se isto tiver acontecido, a resistência do fio estará comprometida.

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13. LIMAS

Acredita se lhe dissermos que existem mais de vinte tipos de limas? Bem, a verdade é que elas existem, mas geralmente não terá necessidade de usar mais do que seis ou sete tipos. Na fig. 53 pode ver as diferentes partes de uma lima. Também se mostram as diferentes apresentações ou estilos de limas: o picado simples e o picado duplo. Uma linha de picado duplo ou cruzado, corta mais rapidamente do que outra de picado simples, que tenha o mesmo espacejamento entre os dentes.

Ilustração 53 - Uma lima leva o nome de picado simples quando os cortes que constituem os seus dentes, são numa só série paralela de um lado ao outro da face da lima e em todo o seu comprimento. Uma lima é de picado duplo, quando há dois picados simples cruzando-se ao longo da face da lima, a todo o seu comprimento. Picar duplamente uma lima produz um grande número de pequenos dentes, cada um dos quais se assemelha muito à ponta de um escopro.

As limas são classificadas segundo o seu formato. O formato aqui significa a aparência da lima no seu corpo. Existem chatas, quadradas, meia-cana, e redondas.

— Limas paralelas

— Limas quadradas

— Limas lanceteiras ou chatas

— Limas triangulares

— Limas redondas

— Limas de meia cana

— Limas folha de oliveira

— Limas faca

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Assim podemos classificá-las de:

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As limas são também classificadas, quanto ao seu picado, como grossas, bastardas, murças, e murças finas, consoante o espacejamento dos dentes ou picado. Três destes espacejamentos são mostrados na fig. 54.

Uma lima bastarda grossa, por exemplo, tem um número pequeno de grandes dentes. É usada para desbastar, ou para retirar metal rapidamente.

A lima murça, com um grande número de pequenos dentes, retira menos metal em cada golpe e, assim, produz um acabamento mais fino.

Cada lima tem um propósito ou função específicos. Por exemplo; a lima chata bastarda de 12 polegadas serve para trabalhos grosseiros de desbaste, enquanto que a lima murça de 12 polegadas é para trabalhos de torno e para trabalhos de acabamento.

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Ilustração 54 - As limas de picado simples e as de picado duplo também são graduadas pelo espacejamento e tamanho dos seus dentes, ou pela sua aspereza ou suavidade.

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13.1 UTILIZAÇÃO DE LIMAS

Observe a fig. 56. Antes de mais, a lima mostrada nesta figura foi equipada com um cabo, nunca use uma lima sem um cabo. Sem ele não será capaz de a segurar devidamente. Em segundo lugar, a lima está a ser devidamente segura pelo utilizador da figura. E, não menos importante, o trabalho está devidamente apoiado e preso num torno de bancada. Pegue na lima conforme é ilustrado, para lhe dar um bom suporte e guiar os dentes de corte através do metal. Corte somente durante o movimento para a frente, abandonando no movimento de retrocesso. No movimento de corte, aplique a pressão suficiente para produzir uma boa acção de corte. Uma coisa a recordar constantemente sobre limas, é que elas são muito quebradiças e partem-se com facilidade. As limas devem ser arrumadas numa caixa, ou numa prateleira porta-limas, para protecção dos dentes.

Ilustração 56 - A lima está a ser movida através da superfície do trabalho numa direcção cruzada, conforme mostra a seta. Quando limar, faça a mesma coisa. Mantenha também os seus pés afastados e bem apoiados, para lhe oferecerem um equilíbrio constante enquanto lima com movimentos lentos, completos, e precisos.

Dado que a lima é uma ferramenta de corte, ela recolhe metal quando trabalha. Isto é, acumula pedacinhos de metal, limalha, entre os dentes. A única maneira de manter uma lima limpa, livre de lascas de metal, ou limalha, é usar uma escova de limas. Escova mostrada na fig. 57.

Ilustração 57 - Uma boa escova de limas tem uma escova de arame do um lado, e do outro, uma escova de cerdas. O arame é suficientemente fino, de diâmetro pequeno, para penetrar entre os dentes da lima e soltar limalhas, lascas e sujidade que a eles possam ter aderido. Depois, pode voltar a escova e acabar a limpeza com a escova de cerdas. Um fio de arame é também fornecido com a escova, para retirar grandes bocados de metal, chamados crostas, que por vezes se amontoam entre os dentes.

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Nunca utilize uma lima como uma alavanca. O espigão, que penetra no cabo de madeira, é macio e dobra facilmente. O corpo da lima é duro e muito quebradiço. Uma ligeira força para dobrar uma lima, parte-a em duas. Uma precaução final e muito importante: nunca martele numa lima. É verdadeiramente perigoso martelar numa lima. A lima pode estilhaçar-se e projectar pedaços de metal em todas as direcções.

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14. FERRAMENTAS PARA MADEIRA

14.1. FlO-DE-PRUMO

Ilustração 58 - O fio de prumo, ou abreviadamente, prumo, serve para verificar uma perpendicular, quer dizer vertical ou, também, um ângulo recto com a horizontal, A linha de giz e o seu carreto também podem ser utilizados como um fio-de-prumo.

O pião do fio-de-prumo que a figura mostra deve ser atado a um fio, chamado linha de prumo. O prumo é usado para localizar um ponto exactamente por baixo de outro ponto e para estabelecer a vertical, a perpendicular ao chão. Linhas direitas entre dois pontos distantes, sobre uma superfície, podem ser traçadas e marcadas “estalando” uma linha de giz, fig.58. Para impregnar de giz o fio, esfregue-o várias vezes com um pedaço de giz; ou puxe-o de um carreto cheio de pó de giz.

Depois, estique o fio entre os dois pontos extremos da linha a traçar e estale-o, puxe o fio e depois solte-o de repente, como uma corda de viola, fazendo-o estalar contra a superfície onde se deseja traçar a linha: o pó de giz soltar-se-á do fio e marcará a superfície ao longo do fio.

Na maioria das vezes, a madeira tem que ser cortada antes de ser transformada em objectos úteis, o serrote manual é a ferramenta mais usada para o fazer. A fig.59 (a) e (b), mostra um tipo comum de serrote manual: o serrote de traçar. Cada uma das pequeninas lâminas de um serrote chama-se um dente, e cada dente tem um bico.

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14.2. SERROTE MANUAL

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Um número impresso na maioria dos serrotes, no calcanhar, parte traseira da folha do serrote, diz o número de bicos por polegada (a). Há sempre mais um bico do que dentes, por polegada, numa folha de serrote, conforme mostra a imagem b).

Ilustração 59 - É aconselhável usar sempre ferramentas de boa qualidade. Com a utilização e conservação adequadas, um serrote manual proporciona muitos anos de bons serviços. Quando escolher um serrote, lembre-se de que quanto menos dentes ele tiver por polegada, mais toscos são os cortes que ele fará.

14.2.1. UTILIZAÇÃO DO SERROTE

A habilidade na utilização de um serrote adquire-se com a prática e com o seu uso correcto. Sugerimos os seguintes procedimentos: 1. Escolha o serrote adequado à tarefa a executar; 2. Certifique-se de que o trabalho está bem apoiado e firme. As peças pequenas devem ser presas num torno; as peças maiores e mais compridas, devem ser seguras com o auxílio de dois grampos; 3. Corte sempre sobre um traço, nunca a olho; 4. Pegue no serrote de maneira que a folha fique num ângulo recto na vertical da face da prancha de madeira; 5. Verifique cuidadosamente se não há pregos ou quaisquer outros objectos metálicos no caminho do serrote. Ao chegar quase ao fim de um corte, não abrevie a operação de serrar partindo, com uma torção da folha do serrote, o último bocado que ainda falta serrar. Isto danifica os dentes do serrote e empena a folha.

Mantenha afiado o seu serrote. E, se o mantiver fora de uso durante muito tempo, aplique na folha um preventivo de ferrugem.

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Um serrote manual, quando não está a ser utilizado, deve ser pendurado pelo punho, para evitar que os dentes se danifiquem ou a folha empene.

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14.3. MARTELOS E MAÇOS

O martelo de orelhas, ou martelo de carpinteiro, destinase a pregar pregos e a arrancá-los. O maço serve principalmente para operar ferramentas com cabo de madeira, mas também é usado para bater pecas enfiando-as nos seus lugares, e para tarefas semelhantes. O martelo de orelhas, como o da fig.60, pode ter a face plana ou ligeiramente abaulada. A face é a superfície que bate.

a)

Dado que o martelo de face plana tem tendência a deixar marcas de marteladas nas superfícies de madeira, onde é usado para pregar pregos, ele é geralmente usado para trabalhos toscos. O tamanho de um martelo de orelhas é determinado pelo peso da cabeça. O cabo dos martelos deve ser feito de uma madeira dura, nogueira, por exemplo, que seja suficientemente forte e flexível e tenha a elasticidade necessária para pregar pregos. Também se encontram martelos com cabo metálico, isto é, com a cabeça e o cabo forjados numa só peça, e com o cabo forrado a cabedal ou vinil. No entanto, não há qualquer elasticidade num cabo de metal. É mais cansativa a utilização deste tipo de martelo. A figura 10 mostra também um maço de borracha endurecida. Provavelmente, encontrará mais maços de borracha dura, e maços com faces de plástico substituíveis, do que maços de madeira; estes novos tipos de maços, não são tão frágeis como os maços de madeira.

14.4. PAPEL DE LIXA

b)

Ilustração 60 - Um martelo de orelhas, ou de carpinteiro, com uma face abaulada (a) pode pregar um prego completamente embebido na madeira, sem danificar a superfície desta. Este tipo de face, também impede que o prego dobre quando a sua cabeça não é uniformemente batida, com uma martelada em cheio: a curva ligeira da face concentra a forca da martelada no ponto de contacto com a cabeça do prego. Um maço e geralmente usado para bater formões. Na figura b) pode ver-se um maço.

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O alisar final, ou afagar das superfícies de madeira, é feito com um papel abrasivo, a que se dá o nome de papel de lixa, ou simplesmente, lixa. O termo lixa, ou papel de lixa, aplica-se a todos os papéis abrasivos usados para afagar madeira. Usar uma lixa, chama-se lixar: Antigamente, estes papeis de lixa, eram revestidos ou cobertos com uma camada de areia da praia; hoje, no entanto, já não se usa a areia para fabricar lixa. Hoje, a lixa é um papel grosso revestido com um abrasivo esmigalhado em grãos mais ou menos finos, de origem natural mineral ou artificial.

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Os abrasivos minerais usados em pequeninos grãos para fabricar lixa, são uma variedade de quartzo chamada pederneira, e outra de cor vermelha escura. Os grãos de pederneira são mais macios que os de quartzo vermelho, e desagregam-se do papel mais facilmente, por isso é que a lixa de pederneira é melhor do que o quartzo vermelho para lixar superfícies pintadas. Por outro lado, o facto de as lixas de quartzo vermelho aguentarem melhor do que as de pederneira, torna aquela ideal para lixar superfícies de madeira natural. As lixas artificiais, as que são feitas com abrasivos fabricados pelo Homem, são feitas de carboneto de silício, e de óxido de alumínio, alumina. A lixa de carboneto de silício, usa-se principalmente em máquinas de lixar soalhos de madeira. A lixa de óxido de alumínio, é boa para lixar manualmente superfícies de madeira natural.

14.4.1. GRÃOS DOS PAPEIS DE LIXA

As lixas classificam-se, quanto ao seu grau de aspereza ou grossura, pelo seu grão. As lixas de quartzo vermelho por exemplo, são graduadas por números, como se segue: Muito fino 6/0,

7/0,

8/0

Fino

2/0,

3/0,

4/0,

Médio

0,

1/2,

1

2,

2 1/2

3,

3 1/2

Grosso Muito grosso

1 1/2,

5/0

Nos grãos médio, grosso e muito grosso, quanto maior é o número, mais alto é o grau de aspereza. O médio n.° 1, por exemplo, é mais grosso do que o médio n.° 0, e o grosso n.° 2 1/2 é mais áspero do que o grosso n.° 1 1/2. Nos grãos fino e muito fino, quanto mais alto for o número, mais alto será o grau de finura. As lixas artificiais são numeradas da mesma maneira que as lixas de quartzo vermelho, mas ainda com mais dois superfinos, nos 9/0 e 10/0 e mais dois super grossos, nos 4 e 4 1/2.

As lixas de pederneira são também numeradas como as de quartzo vermelho, mas o número de uma lixa de pederneira é ligeiramente maior, do que o número de uma lixa de quartzo vermelho de grão idêntico. A lixa n.° 6/0, de pederneira, por exemplo, tem um grão comparável ao de quartzo vermelho n.° 2 1/2. Não existem papéis de lixa muito grossos feitos de pederneira.

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É importante escolher o grão certo da lixa e a utilização do método correcto de lixar, para o tipo de trabalho a fazer.

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14.4.2. LIXAR À MÃO

Para lixar à mão uma superfície plana, use sempre um bloco de lixar, que é um bloco de material duro, com uma superfície plana à qual se aplica a lixa e que facilita a operação de lixar manual. Existem diversos tipos, de blocos de lixar, ou lixadores manuais, que poderá construir. Um bloco de fixar deve ter uma superfície plana forrada de borracha ou feltro, para formar como que uma almofada amortecedora, onde se coloca o papel de lixa. Um bloco lixador manual não é aconselhável, para trabalhos de acabamento a lixa: se uma acumulação de pó de madeira lixada se introduzir entre a lixa e o bloco, esta acumulação arranhará a madeira.

A primeira operação de lixar deve ser executada com uma lixa grossa, aplicada num ângulo contra o fio ou veio de madeira. Esta lixadura alisará o trabalho, se bem que ainda deixe a madeira ligeiramente arranhada. A próxima lixadura deve ser dada com uma lixa de grão médio, aplicada a favor do fio. No entanto, se a madeira tiver um fio ou veio aberto e grosso (tal como o carvalho), lixe num ângulo tal que não alargue os poros da madeira e que retire a parte macia do fio de madeira.

A lixadura de acabamento deve ser dada a favor do fio da madeira, usando-se uma lixa fina. Se ainda ficarem alguns defeitos, eles podem ser marcados levemente com um círculo a Iápis e depois lixados. Por vezes, dá-se ao trabalho uma ligeira e fina demão de goma, laca diluída antes da lixadura final. Esta operação endurece quaisquer fibras de madeira soltas, que depois podem ser retiradas com a lixa.

Lixar à mão requer movimentos uniformes de pressão igual em toda a sua extensão. Os movimentos devem ser curtos e devem sobrepor-se à medida que se avança sobre a superfície do trabalho a lixar.

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O lixar dos cantos e interiores de difícil acesso, pode ser perfeitamente evitado se as peças do trabalho forem lixadas antes de serem montadas. Deve sempre procurar-se que seja mínimo o trabalho de lixar numa obra já completa isto é, já montada.

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15. ESCOVAS DE ARAME E PICADEIRAS

15.1. PICADEIRAS

Este pequeno martelo é utilizado na limpeza de materiais, através da remoção de escórias, crostas de ferrugem ou qualquer outro material similar. Quando da sua utilização deverá ter cuidado com os olhos, usando uns óculos de protecção, no vá qualquer pedaço de material arrancado alojar-se na vista.

15.2. ESCOVAS DE ARAME

São utilizadas para limpar peças ferrugentas tais como parafusos, peças a pintar ou a

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soldar.

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16. TRINCHAS E PISTOLAS DE PINTAR

A trincha é ainda a principal ferramenta de pintar. Ela pode variar nas dimensões, formas e material, de acordo com a sua utilização específica. Os pêlos podem ser naturais ou sintéticos.

Usualmente usamos uma trincha como a representada na figura, para trabalhos normais de rotina.

As trinchas são manobradas da maneira que pareça mais natural ao operador. As seguintes figuras mostram duas maneiras usuais.

Deve-se ter o cuidado de não levar os dedos aos pêlos impregnados de tinta. Embora a utilização duma trincha seja simples, ela requer alguma prática na aplicação da tinta em qualquer superfície. A tinta deve ser aplicada suavemente e estendida antes de voltar a mergulhar a trincha na tinta. Não se deve mergulhar a trincha mais do que uma ou duas polegadas na tinta. Se a trincha ficar com tinta em excesso, certamente que a mesma irá pingar e escorrer pela superfície a pintar. Uma boa trincha, quando devidamente utilizada não pinga nem salpica. Após a utilização das trinchas, estas devem ser cuidadosamente limpas com diluente apropriado a tinta. Não deve utilizar gasolina ou benzina como diluente porque estes produtos atacam o verniz das trinchas. Nem tão pouco os devem utilizar na limpeza prévia das superfícies a pintar. O risco de incêndio é grande. Contudo, em tintas de alumínio ou bronze, a gasolina ou benzina, deve se usada para limpeza das trinchas imediatamente após a sua utilização. Estas trinchas não devem ser limpas juntamente com outras trinchas usadas noutra espécie de tinta.

A pistola de pintar permite a aplicação duma pulverização forçada de tinta sobre uma superfície.

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Não deve lavar as trinchas com água. A água faz com que a tinta endureça na raiz dos pêlos da trincha. Faz perder a elasticidade dos mesmos e provoca o enferrujamento do sistema de fixação, dos pêlos à pega.

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PISTOLA DE PULVERIZAÇÃO ALIMENTADA POR SUCÇÃO

Pela escolha apropriada da combinação entre a válvula de ajustamento do ar e a válvula de ajustamento da tinta, é possível proceder a toda a espécie de pintura. Para grandes superfícies, quer se pinte na vertical ou na horizontal, utiliza-se uma pulverização em forma de leque. Esta pulverização consegue-se rodando a válvula de ajustamento do ar um quarto de volta.

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A pulverização cónica é utilizada para superfícies estreitas ou irregulares, tais como tubos ou estruturas metálicas. Este tipo de pulverização consegue-se, abrindo completamente a válvula de ajustamento do ar.

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