RESIDÊNCIAS MODERNAS
1.
RESIDÊNCIA JOSÉ BARBOSA MAIA
09
2.
RESIDÊNCIA GERMINIANO CRISPIM
43
3.
RESIDÊNCIA ANTÔNIO SILVEIRA
79
4.
RESIDÊNCIA CAVALCANTI
105
5.
RESIDÊNCIA EVALDO GONÇALVES
129
6.
RESIDÊNCIA FELICIANO ALEXANDRE FERREIRA
145
7.
RESIDÊNCIA COSTA GOMES
161
8.
RESIDÊNCIA DANIEL DA COSTA GUIMARÃES
173
9.
RESIDÊNCIA DR. FIRMINO BRASILEIRO
191
A arquitetura moderna se caracteriza pela adoção de princípios projetuais, tais como racionalidade projetual, uso da modulação, atenção aos detalhes, abstração, transparências, e diferentemente do que a crítica pós-moderna colocou, esta também estava voltada para o lugar- o respeito aos condicionantes geográficos, tais como o clima, a topografia, a vegetação. Uma prova disso foi a arquitetura moderna campinense produzida por arquitetos e engenheiros, pernambucanos ou campinenses, ou mesmo de outras cidades brasileiras, que tiveram a oportunidade de projetar e construir suas obras na cidade, propondo soluções projetuais e construtivas que denotam essa estreita relação entre arquitetura e lugar. Na disciplina Teoria e História da Arquitetura e do Urbanismo 4, do Curso de Graduação em Arquitetura e Urbanismo da UFCG, voltada para o estudo da modernidade arquitetônica, a proposta foi adotar o tripé ensino, pesquisa e extensão, e através do embasamento teórico respaldado em autores como Le Corbusier, Walter Gropius, K. Frampton, Helio Piñon, Hugo Segawa, Yves Bruand, entre outros, e desenvolver a pesquisa arquitetônica de obras e seus respectivos autores, que resultou em um material rico, em informações projetuais, análises de critérios arquitetônicos, que se divulga aqui, através desse livro virtual, organizado pelo aluno Allyson Barbosa, e pesquisador voluntário do nosso Grupo de pesquisa Arquitetura e Lugar, cadastrado na UFCG e no CNPq. Nossa proposta é divulgar os resultados excelentes obtidos nessa investigação e dar continuidade ao trabalho de resgate educação patrimonial voltada para a produção moderna arquitetônica campinense. O produto é resultante do trabalho realizado em equipe pelos alunos, que estão listados na ficha técnica do nosso livro. Uma boa leitura e que essa sirva de base, para aprofundamentos futuros sobre o tema. Profa. Dra. Alcilia Afonso de Albuquerque e Melo Professora de THAU 4. CAU. UAEC. CTRN. UFCG Coordenadora do Grupo de Pesquisa Arquitetura e Lugar/ GPAL
1. RESIDÊNCIA JOSÉ BARBOSA MAIA Alana Souza | Allyson Barbosa | Suzane Souza 2. RESIDÊNCIA GERMINIANO CRISPIM Apoenna Caetano | Letícia Amorim | Jhonnathas Lima 3. RESIDÊNCIA ANTÔNIO SILVEIRA
Ezequiel Dantas| Gabriel Leão | Weide Rasse 4. RESIDÊNCIA CAVALCANTI Stéphane Mariana | Hugo Stefano | Emanuell Cardins 5. RESIDÊNCIA EVALDO GONÇALVES Daniela Porto | Gabriella Castro | Valéria Araújo
6. RESIDÊNCIA FELICIANO ALEXANDRE FERREIRA Arielly Fialho | Jordana Benare | Nicole Pinheiro 7. RESIDÊNCIA COSTA GOMES Layza Lys | Viviane Ramos | Yara Mabell 8. RESIDÊNCIA DANIEL DA COSTA GUIMARÃES
Carine Ayanne | Carla Vanessa | Déborah Cecília 9. RESIDÊNCIA DR. FIRMINO BRASILEIRO Karina Moreira | Levy Ferreira | Maria Luisa DIAGRAMAÇÃO Allyson Barbosa
01
CASA JOSÉ BARBOSA MAIA
RUA AGAMENON MAGALHÃES, 191.
A residência José Barbosa Maia foi projetada pelo arquiteto pernambucano Tertuliano Dionísio em 1962. O arquiteto conheceu o bancário e futuro proprietário José Barbosa em
Campina Grande em uma de suas inúmeras viagens à trabalho. A execução iniciou-se em 1962 e foi finalizada em 1964. Percebe-se em sua composição a utilização de vários
elementos modernos
como a utilização de vãos livres,
platibanda, esquadrias basculantes, pilotis e elementos vazados como o cobogó.
Allyson Barbosa
PROJETO: RESIDÊNC
Proprie
Arquiteto: Te
Const
Localização: Rua Agamenon Ma Ano:
CIA JOSÉ BARBOSA MAIA
etário: José Barbosa Maia
rtuliano Dionísio da Silva
rutor: Lynaldo Cavalcanti
agalhães, 191, Lauritzen.
1962 | Conclusão: 1964 Área Construída: 330m² Área do terreno: 824m² Nathalia Maia
Mapa 01: Campina Grande – PB.
Mapa 02: Lauritzen – CG
Mapa 03: Implantação terreno
LAURITZEN Avenida do Canal
CENTRO Viaduto Elpídio de Almeida Arquivo Municipal Catedral
Feira Central
Avenida Floriano Peixoto A Residência José Barbosa Maia localiza-se na área central da cidade de Campina Grande – Paraíba. Está inserida em um contexto de quadras regulares com traçado viário ortogonal, bem característico da época. Os lotes do entorno
dispõem de grandes áreas com edificações que possuem consideráveis recuos. A residência em estudo está localizada em uma esquina entre a Rua Agamenon Magalhães e a Avenida do Canal, 191, Lauritzen.
Perspectiva Sua volumetria é resultado de subtrações e adições em um prisma retangular. A edificação apresenta certa leveza ao ser elevada do limite da rua pelo uso de
pilotis o que contrasta com a robustez da sua forma.
N
N
12
14
17
14
12
16
12
15
12
13 Planta Pavimento Inferior
PROGRAMA DE NECESSIDADES:
1. ESTAR 2. SALA 3. JANTAR
0
12
2 3m
13 13
A
B
10 11
4. REFEIÇÕES
8
11
5
9 6
5. SALA DE ESTUDOS 6. LAVABO 7. COZINHA
7
4
3
2
1
8. DESPENSA 9. DEPÓSITO 10. DML
Planta Baixa
11. ÁREA DE SERVIÇO
0
2 3m
12. QUARTOS 13. BANHEIRO 14. HALL
15. TERRAÇO SOCIAL 16. GARAGEM 17. QUARTO EMPREGADA
A residência está subdividida em três setores: íntimo, social e de serviço; visualmente isso se reflete em sua volumetria composta por dois blocos
separados por um bloco de banheiros.
N
Acesso Principal
Planta de Coberta
0
2 3m
A edificação se encontra em um terreno em desnível, estando a garagem e área posterior da casa em um nível abaixo, juntamente com o acesso da rua. O acesso principal da casa se dá por meio de uma escadaria. O plano horizontal é definido pela platibanda e pela marquise vazada em sua fachada frontal, além dos elementos de esquadrias.
Corte AB
Fachada Frontal
0
2
3m
0
2
3m
A simplicidade da forma se soma à riqueza de texturas gerada pelo uso de diferentes materiais e ao ritmo conferido pela repetição de elementos, como esquadrias e a variedade na tectônica.
^
Nathalia Maia
AlanaBarbosa Souza Allyson
Alana Souza
Allyson Barbosa
Allyson Barbosa
Allyson Barbosa
Allyson Barbosa
Alana Souza
Allyson Barbosa
Nathalia Maia
A Residência José Barbosa Maia possui coberta em platibanda. Com o
passar do tempo, a família sentiu a necessidade de fazer algumas (poucas) modificações. A fachada lateral da casa recebia muitas intemperes diretas, ocasionado diversos patologias, como mofo e infiltrações. Assim, na década de 80, foram colocadas cerâmicas nas paredes laterais das varandas. Allyson Barbosa
Levy Ferreira
Alana Souza
Alana Souza
Allyson Barbosa
Nathalia Maia
Alana Souza
Levy Ferreira
Em toda edificação percebe-se o cuidado do arquiteto com os detalhes, seja nas texturas pela utilização de pedras, azulejos de diversas de cores e padrões diferenciados, além de materiais como taco de madeira para o revestimento e até mesmo em luminárias, desenhadas por Tertuliano.
Allyson Barbosa
Nathalia Maia
A casa possui uma boa relação entre o externo e interno, permitindo a permeabilidade visual tanto por, os passantes poderem observar sua volumetria e composição uma vez que a residência encontra-se elevada e acima do muro, quanto por possuir grandes panos de vidro, esquadrias de madeira e vidro e cobogós que também permitem essa relação do interno com o externo.
Nathalia Maia
Nathalia Maia
02
CASA GERMINIANO CRISPIM
AVENIDA GETÚLIO VARGAS, 1106.
RESUMO Neste caderno vamos analisar a Residência da família Crispim, seguindo os critérios de análise de obras Modernas (segundo metodologia trabalhada pelo Prof. Dr. Hélio Piñon. ETSAB/ UPC. Grupo FORM), onde serão estudadas questões como sua relação com o terreno, configuração, estrutura, paredes, cobertura, elementos especiais, plasticidade e cromatismo material. Foto de Letícia Amorim
FICHA TÉCNICA Proprietário: Germiniano Crispim de Farias Localização: Av. Pres. Getúlio Vargas x R. Nilo Peçanha, Nº 1106 Projeto: Josué Barbosa Construtor: Josué Barbosa Período: 1964 Área construída: 532,03 m² Área do Terreno: 800 m²
SOBRE A OBRA A Residência da Família Crispim antes já foi um exemplar de Arquitetura Déco, até necessitar de uma ampliação. Foi nessa reforma que surgiu a proposta feita pelo Construtor e Projetista Josué Barbosa de utilizar na obra o novo estilo da época, o Moderno. Nessa “renovação” a casa manteve algumas paredes internas, sendo todo o restante trabalhada com elementos da arquitetura moderna, tornando-a o exemplar que foi na época e ainda é nos dias de hoje. Foto de Letícia Amorim
INSERÇÃO
Hospital João XXIII
Prata Centro
Igreja Rosário
0
2000
6000
01l ESCALA CIDADE
0 100
300
02l ESCALA BAIRRO
R. Nilo Peçanha
Av. Pres. Getúlio Vargas 0
20
60
03l ESCALA QUADRA
0
5
15
03l ESCALA TERRENO
Localizada na cidade de Campina Grande no Bairro Prata, o qual possui muitas edificações Modernas, quadras regulares e grandes lotes, a casa está situada em um terreno de esquina entre as ruas Nilo Peçanha e Getúlio Vargas, com dimensões 20,4 x 39,70 m com desníveis topográficos de até 2 metros. Observando a configuração da casa em relação à rosa dos ventos, podemos notar que sua fachada principal está para Sul, na rua Getúlio Vargas.
Croqui de Letícia Amorim Foto de Letícia Amorim
A RESIDÊNCIA Analisando-a externamente, a residência Crispim é dotada de um alpendre e jardins, onde o projetista mesclou pedras e áreas permeáveis. Os elementos do estilo Moderno podem ser facilmente identificados em todo o projeto, como a utilização de fachada livre, pergolados, gradis, terraço, o uso da tectônica do lugar, a diversidade de materiais que compõem a obra formando diferentes padrões estéticos nas paredes, pisos, portas e janelas. Podemos observar também o jogo de planos que é feito com a utilização de paredes de apoio na área do alpendre, além do pergolado na coberta, que faz com que a luz do sol perpasse a mesma. Uma subtração marcante no volume é a que resultou no quintal da residência, localizado entre a casa e o anexo. Foto de Letícia Amorim
Foto de Emanuell CardinsFoto de LetĂcia Amorim
O TERRENO Como citado anteriormente, o terreno em que a residência está implantada possui um desnível de 2 metros, assim, o projetista fez uso desse desnível fazendo a casa na parte elevada e os jardins na parte baixa, onde fez-se necessário a utilização de recursos como muros de arrimo e escadas para vencer esses desníveis. A casa é rodeada por grades, que permitem a visibilidade tanto de dentro do terreno para fora quanto o inverso.
Foto de Letícia Amorim
A PLANTA A planta é subdividida em 3 setores, íntimo, social e de serviço, onde o último é um bloco separado, locado ao fundo da casa, tendo sua separação marcada pelo quintal que fica entre os dois blocos.
Foto de Letícia Amorim
16 1
2
3
6
4
5
6
7
8
10
11
9
12
15
13
17
14
18
0
2
6
LEGENDA: 1- Quarto de Casal 2- BWC 3- Quarto para Moças 4- BWC 5- Quarto para Moças 6- Hall
7- Salão de Visitas 8- Sala de Jantar 9- Quarto para Rapaz 10- Alpendre 11- Escritório 12- Cozinha
13- Refeição 14- Área de Serviço 15- Quintal 16- Quarto da Empregada 17- Garagem 18- Jardim
Foto de LetĂcia Amorim
A
2
C
1
1
2
2
3
3
4
4 A
0
B
B
C
6
ESTRUTURA A residência apresenta uma estrutura em concreto convencional que se distancia do idealismo modernista de sistematicidade. Entretanto, fica clara uma certa preocupação com a modulação quando olhamos seus 4 eixos longitudinais, que transpassam todo o bloco principal da edificação. Alguns elementos estruturais são importantíssimos na composição da fachada, como o caso do pilar que sustenta a platibanda sobre o alpendre e traz um ar de leveza ao volume.
Foto de Letícia Amorim
0
2
6
A COBERTA Com um total de 4 águas e 3 calhas, a coberta da edificação fica implícita na fachada devido a uma platibanda que forma um volume maciço ligando o bloco principal ao bloco secundário. A platibanda garante maior proteção contra os intempéries ao mesmo tempo que permite maior entrada de luz devido ao pergolado posicionado estrategicamente próximo ao fechamento em madeira e vidro localizada na sala de jantar.
Foto de Letícia Amorim
Foto de LetĂcia Amorim
Foto de LetĂcia Amorim
Foto de Allyson Barbosa
O EXTERIOR
Estudando as fachadas, nota-se uma linearidade no projeto, que é marcado por formas ortogonais e desenhos limpos. Paredes com texturas são pontos marcantes no desenho assim como as portas e esquadrias. Algumas mudanças foram realizadas do projeto técnico para a execução, como alteração da porta lateral, a inserção de um guarda-corpo e a texturização da parede da fachada principal. Foto de Letícia Amorim
TECTÔNICA
Foto de Letícia Amorim
Foto de Letícia Amorim
Foto de Allyson Barbosa
FECHAMENTOS
Foto de Letícia Amorim
Foto de Letícia Amorim
Foto de Foto Letícia de Letícia Amorim Amorim
Foto de Allyson Barbosa
de LetĂcia Amorim FotoFoto de LetĂcia Amorim
Foto de Allyson Barbosa
ESQUADRIAS
Foto de LetĂcia AmorimFoto de Allyson Barbosa
Foto de LetĂcia Amorim
Foto de LetĂcia Amorim
PRATELEIRAS DE JARDIM
Foto de Letícia Amorim Foto de Letícia Amorim
PERGOLADO
Foto de Letícia Amorim Foto de Allyson Barbosa
Foto de Letícia Amorim
Foto de LetĂcia Amorim
GRADIL Foto de Allyson Barbosa
LUMINÁRIA Foto de Letícia Amorim
CORES E TEXTURAS Soluções plásticas obtidas com a utilização de diversos materiais, compondo diferentes padrões estéticos, presentes em toda a obra arquitetônica.
oto de LetĂcia Amorim
Foto de LetĂcia Amorim
oto de Allyson Barbosa
Foto de LetĂcia Amorim
Foto de LetĂcia Amorim
Foto de LetĂcia Amorim
03
CASA ANTÔNIO SILVEIRA
RUA CAPITÃO JOÃO ALVES DE LIRA, 285.
Na disciplina de THAU IV, o objetivo da terceira unidade foi estudar alguma residência de cunho moderno inserida na
cidade
de
campina
grande.
Visitas
com
o
acompanhamento da professora Alcília Afonso foram realizadas em algumas edificações desse tipo na cidade,
com o intuito de adquirir um conhecimento mais elevado acerca do assunto.
Foi proposto aos grupos da turma, a atividade de selecionar uma residência desse tipo e estudá-la à fundo. O grupo é constituído pelos alunos Ezequiel Dantas, Gabriel Leão e Weide Rasse, e a residência escolhida está situada no bairro da prata.
Identificação: Uso atual: residencial Proprietário: Antônio Silveira Endereço: R. Cap. João Alves de Lira, 285, Prata Dados do Projeto: Arquiteto: Adalberto Machado Moita Data: Dez/1962 Área do lote: 520m² Área construída: 462m² Situação atual: conservada
1| CIDADE
2| BAIRRO
3| QUADRA
4| LOTE
A residência se encontra inserida Na cidade de Campina Grande, na porção mais antiga do bairro da Prata, onde se localiza grande forte da história arquitetônica da cidade. O lote possui um formato regular dentro da quadra, assim como a edificação dentro do mesmo.
A
B
C
D
1
2 1
2
3
PLANTA TÉRREO
2
2
6
6
6
10 3
4 5
A
7
B
8
C
9
1| DML
7| Quarto
2| Quarto serviço
8| Estar
3| Banheiro
9| Copa
4| Terraço
10| Cozinha
5| Hall
11| Vestiário
6| Reunião D
PLANTA PAVIMENTO 1
2 0
5
10
O lote possui forma regular, enquanto a residência também segue essa configuração. A edificação ocupa pouco mais de 85% do Terreno total disponível. A residência mostra Características modernistas em sua forma bruta. Percebe-se uma ortogonalidade na mesma, assim como uma busca por uma forma mais racionalizada.
Hå o uso de elementos estruturais pontuais, como os pilotis, respeitando a modulação apresentada em planta. Os mesmo produzem amplas åreas cobertas que foram usadas como garagem.
A parede de pedra tornas e uma elemento de contraste com a parede de Cobogó vasando , tornando
um
ambiente
harmônico
e
aconchegante. As pedras de campina grande as diferentes tipos de texturas
e o contraste
com os diversos
elementos da casa .Com essa combinação torna a sacada principal do difícil um forte do mesmo.
A arquitetura campinense chama atenção pela diversidade do revestimento e dos matérias das paredes.
Parede de cobogó cerâmico vasado pintado a o tom azulado e branco criando um contrastando com o céu e melhor circulação da ventilação .
A paginação de piso produzida pelo ritmo entre grama/pedra
chama
a
atenção
pelo
nível
de
detalhamento no uso das pedras que a compõem. Há o amplo uso do cobogó cerâmico. O mesmo surge tanto como elemento estético, como solução arquitetônica
para favorecer a iluminação e a ventilação natural. O uso de pedras como textura chama atenção nessa residência. Produz um contraste interessante quando observa-se a residência como um todo
O pilotis, além de ser utilizado como elemento estrutural
básico e produtor de espaços livres, também serve como elemento
estético
sempre
presente
na
arquitetura
modernista.
O terraço é uma característica sempre presente nas residências modernas estudadas na cidade. Percebe-se também o uso de brises em concreto nas
janelas laterais Os mesmo surgem como solução para a incidência solar e a entrada de água oriunda das chuvas.
A observar, levamos em consideração o formato retangular da casa, num terreno plano, onde o arquiteto partiu de um aproveitamento
máximo
do
lote,
no
entanto ele, através de aspectos modernos, sacou os pilotis e elevando toda a malha da casa para o pavimento superior.
Como de praxe, na época a arquitetura moderna, em suas obras, apresentava um
telhado embutido, em muitas vezes a platibanda d’água
acompanhando
interna,
onde
a
queda
também
encontrando na obra estudada
é
04
CASA CAVALCANTI
RUA AGAMENON MAGALHÃES.
Redesenho do croqui original elaborado pelos autores
Redesenho da fachada sul elaborado pelos autores
Redesenho da fachada oeste elaborado pelos autores
O volume é resultado da topografia levemente acidentada do terreno, que proporcionou a construção do térreo. Bem como, há uma subtração para criar o espaço de indução ao acesso principal e a volumetria da varanda e da platibanda sombreiam as fachadas com maior insolação.
2
3
1
2
serviços
Redesenho da planta baixa do térreo elaborado pelos autores
1 – Hall de Entrada 2 – Suíte 3 – Sala
6 5 6
7 3
3
3
6
2
4 íntimo
Redesenho da planta baixa do pavimento elaborado pelos autores 4 – Varanda 5 – Cozinha
6 – Quarto 7 – WC
primeiro
Redesenho do corte AB elaborado pelos autores
Visão da Sala de Estar_Hugo Dantas
PERMEABILIDADE DO PROJETO
Visão da Varanda_Hugo Dantas
Janela bem sombreada nos horários mais quentes do dia (das 10 as 14 horas) através
da utilização da marquise com cerca de 1 m de extensão. Nas primeiras e ultimas horas do dia não há uma proteção eficaz pela falta de proteção vertical (brises verticais). No entanto a esquadria é de duas folhas, uma translúcida (vidro) e a outra opaca (venezianas de madeira) o que permite maior flexibilidade do ponto de vista do conforto, possibilitando escolher entre abertura total (luz + ventos), parcial com a folha de vidro (luz), parcial com a folha de veneziana (ventos) e fechamento total da esquadria.
Janela bem sombreada nos horários mais quentes do dia (até as 14 horas) através da utilização da marquise com cerca de 60 cm de extensão. Nas primeiras nas ultimas horas do dia a proteção é ineficaz por se tratar de uma fachada desfavorável (fachada
poente). No entanto a esquadria é de duas folhas, uma translúcida (vidro) e a outra opaca (venezianas de madeira) o que permite maior flexibilidade do ponto de vista do conforto, possibilitando escolher entre abertura total (luz + ventos), parcial com a folha
de vidro (luz), parcial com a folha de veneziana (ventos) e fechamento total da esquadria.
RAMPA: Serve de acesso à varanda do primeiro pavimento e, na época em que foi construída, era a maior rampa sem apoio da cidade. EQUIPAMENTOS: A pia e a torneira da cozinha são característicos das residências projetadas por Geraldino Duda.
ELEMENTOS ESPECIAIS
LUSTRE ORIGINAL
LADRILHOS
PASTILHA
MADEIRA
MÁRMORE
05
CASA EVALDO GONÇALVES
RUA NILO PEÇANHA.
A residência em estudo encontra-se localizada no
oeste da cidade de Campina Grande, no agreste P
de 1962, auge da arquitetura moderna campinens
nenhum arquiteto, mas ainda assim apresenta fort
elementos modernos em seu projeto. A racionalizaç
presente em todos os aspectos da edificação, c
adequadas ao clima local, principalmente nas esq
modulação e setorização em planta, o uso do perg rasgos de luz no piso, o gradiente entre o público e
indicam o acesso ao interior da residência, a valo composição do projeto, dentre tantos outros.
PALAVRAS CHAVES : Moderno; Campina Grande; Arq
bairro Prata, região centro-
Paraibano. Datada do ano
se, não possui atribuição a
tes características e uso de
ção modernista encontra-se
como no uso de soluções
quadrias e revestimentos, a
golado na varanda criando o privado, os caminhos que
orização da vegetação na
quitetura Residencial; Prata.
O terreno está localizado no Bairro da Prata, marcado pela forte presença de patrimônio modernista, na porção centro-
oeste da cidade de Campina Grande. Trata-se de um lote de esquina, mais especificamente da Rua Nilo Peçanha com a Rua M. Deodoro. Suas dimensões são 16 x 32 m, e sua área total é de 512 m², dos quais 263 m² são de área coberta.
O formato retangular é refletido no formato
da planta baixa da casa, esta implantada parcialmente centralizada. O arquiteto faz uso de recuos maiores nas fachadas voltadas para as vias, de forma a garantir maior privacidade e melhor perspectiva da obra. Em todos os recuos é possível observar a criação de áreas ajardinadas, que dialogam com o projeto da casa.
É interessante notar também algumas alterações no projeto, como por exemplo era previsto
a
presença
de
três
acessos
independentes, um pela R. Nilo Peçanha, e dois pela R. M. Deodoro, sendo um deles o para veículos. E em visita de campo, foi possível perceber que o acesso pela R. Nilo Peçanha não
foi construído. Além
disso
outra
mudança,
esta
provavelmente feita mais recentemente é o revestimento
cerâmico
dado
a
garagem,
alteração que será melhor estuda mais a frente. (Contudo é importante pontuar que podem haver mais alterações, visto que não foi possível ter
acesso ao interior do imóvel, onde seria possível verificar se o estado de conservação do interior do edifício). Quanto a topografia, temos um desnível marcando a fachada norte, contudo o trabalho dado ao mesmo foi o aterro em busca do nivelamento e reforço da horizontalidade do
edifício.
Cercada por um jardim a residência situa-se solta no lote. Os recuos de frente afastam a edificação da rua permitindo a criação de uma comprida varanda que liga a entrada da residência a edícula situada em sua lateral. Para proteger essa varando foi optado pelo uso de um pergolado de concreto armado discreto que apesar de estar embutido na platibanda cria um ambiente aconchegante com a variação da luz natural incidente que forma sombras através de suas pérgolas. Uma racionalização é observada facilmente tanto volumetricamente como em planta onde percebe-se
um claro zoneamento dos ambientes de acordo com seus usos, tendo separados as áreas de estar/social, mais próximas da entrada principal, os ambientes da área íntima, agrupados no centro do lote, mais afastados das ruas e áreas de serviço, mantendo todas as áreas molhadas também agrupadas de forma racional.
Como em muitas residências modernas campinenses, a estruturação da casa é feita pelas próprias paredes, isto é sistema de paredes estruturais, além disso a casa é toda modulada. São trabalhado módulos de 2.5 x 4.5 m e seus derivados na composição da malha estrutural. É possível deduzir que a planta da casa foi concebida em cima da planta estrutural, uma vez que os ambientes são fortemente marcados por repetições, alinhamentos e encaixes. Esses princípios são rebatidos na
fachada, na qual é possível ver claramente a divisão de ambientes uma vez que são utilizados planos distintos para cada um deles.
As paredes externas da edificação revezam-se entre paredes de alvenaria e paredes com revestimento em pedra. O vidro foi pouco utilizado nesse projeto, estando presente somente em pequenas proporções nas esquadrias de madeira, sendo essas partes fundamentais da composição dos planos que compõem as fachadas pois ocupam grandes
vãos
e
contribuem
para
a
volorimetria
da
residência
participando da composição em tons terrosos.
As esquadrias apresentam configuração simples, mas dentro dos preceitos modernos que utiliza da materialização de elementos naturais e valoriza as particularidades do clima local. Tendo em vista o clima da região, as esquadrias utilizadas permitem a passagem de ventilação natural através de seus pequenos brises, mantendo o ambiente interno sempre ventilado, e o uso de vidro em proporções pequenas permite a passagem de luz natural evitando a transferência de calor para dentro
da edificação. A residência possui uma pequena diversificação de materiais, mostrando uma economia nos meios construtivos ao passo que apresenta uma criatividade de composição ao criar uma volumetria racional e agradável. Nessa composição além das esquadrias em madeira, foi utilizado o concreto armado para a estrutura, alvenaria cerâmica para os fechamentos, revestimento em pedra para a criação
de planos e revestimento cerâmico, e com a ajuda de cores e diferentes foram formados agrupamentos e planos que compuseram a forma.
A coberta da edificação acontece implicitamente, escondida por uma platibanda. Ultrapassando os limites da
área construída a coberta acontece solta em alguns momentos, sem pilares aparentes para a sua sustentação, somente um grande beiral que auxilia na proteção solar da varanda e das esquadrias. Na varanda, a coberta hora acontece cheia, hora acontece através do uso de brises horizontais mas em toda a sua extensão compõe um plano em fita horizontal contínuo
que garante a edificação inteira horizontalidade.
O arquiteto faz uso de alguns elementos especiais na constituição do projeto. São eles: O alpendre, a norte, que protege a entrada e resguarda das intempéries; A parede revestida em pedra que vem de uma separação entre estar e copa, e se prolonga ganhando destaque na fachada e por fim o Pergolado, que sombreia parte desse alpendre, e segue alinhado a platibanda.
A
casa
analisada
apresenta
um
formato
compacto,
racionalizado e limpo. São poucas as reentrâncias, e todas seguem uma modulação, no geral são trabalhados alinhamentos. Temos dois volumes separados por um corredor, no maior é onde estão os principais ambientes da casa e no outro estão alguns serviços e apoio. No projeto original ambos volumes conversam entre si e mantém a mesma estética. Contudo como foi mencionando anteriormente, houveram alterações no bloco de serviços e apoio. Houve uma
descaracterização, uma vez que a garagem foi revestida com material cerâmico contemporâneo de cor cinza, que causa contraste e descontinuidade. Na constituição da plástica original do edifício o arquiteto utiliza 6 planos: Paredes de alvenaria comum revestida de tinta verde; Revestimento cerâmico alaranjado; Revestimento de pedra; Os panos de vidro, composto pelas janelas de caixilho de madeira, bem
setorizadas e agrupadas gerando rasgos; Cobogós, na fachada sul; E a platibanda em alvenaria comum revestida de tinta branca. Pode-se perceber que aqui, que ele tomou partido da horizontalidade, por meio do uso de uma platibanda única que avança sobre os demais planos. E no interior dela trabalha diferentes materiais para quebrar a monotonia da fachada, sem perder a unanimidade, graças ao agrupamento de elementos comuns e modulação presente
na distribuição dos mesmos.
Além disso é notório o uso de formas
geométricas puras e retas, reforçando a racionalidade e a busca por limpeza estética, que facilitam a leitura da forma, traço típico de obras modernistas, em especial na arquitetura residencial modernista de Campina Grande.
06
CASA FELICIANO ALEXANDRE FERREIRA
R. ESTELITA CRUZ, N 364.
FICHA TÉCNICA
PROJETO: RESIDÊNCIA FELICIANO ALEXANDRE FERREIRA PROPRIETÁRIO E LOCADOR: Feliciano Alexandre Ferreira LOCATÁRIO: Rejane ENG. CIVIL: Jaelson de Castro ARQUITETO: Geraldino Duda LOCALIZAÇÃO: R. Agrimensor José de Brito | R. Estelita Cruz, n 364, bairro Lauritzen ANO: 1965 ÁREA CONSTRUÍDA: 281 m² ÁREA DO TERRENO: 330 m²
TERRENO
Terreno com geometria regular, localizado no bairro Lauritzen, R. Agrimensor José de Brito | R. Estelita Cruz, n 364. A implantação tem características que seguem o formato do terreno. Analisa-se a presença dos recuos, notando que é uma casa “solta” no lote, possuindo jardins nos seus recuos. A edificação caracteriza-se por ser um lote de esquina, estreito e extenso, tendo como medidas: 16 metros de largura e 38 metros de comprimento.
IMPLANTAÇÃO
EDIFICAÇÃO
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EDIFICAÇÃO
O edifício é composto em dois níveis, sendo o segundo nível a casa principal, e o primeiro,no nível da rua, a casa secundária. O acesso se dá pela fachada oeste, através da Rua Estelita Cruz, sendo a entrada por um terraço, que possui uma escada levando à varanda onde está a entrada principal da casa, acesso este característico das construções modernas. A planta baixa possui uma setorização típica das residências modernas, tendo seus setores social, íntimo e de serviço bem definidos, bem como um traçado regular de sua estrutura.
PAREDES
As paredes externas são em sua maioria de pedra Santa Isabel, um granito em estado natural, dispostas de maneira linear e outras de forma irregular, utilizadas não só no revestimento das paredes, mas também do piso e na cobertura das calçadas; observa-se a larga utilização de cerâmicas e ladrilhos hidráulicos tanto no piso, como nas nas paredes; madeira e pequenas placas de vidro usadas para separar ambientes. ,
ESQUADRIAS
A edificação possui esquadrias do tipo basculante, permitindo a entrada regulada de vento; com folhas fixas de vidro que não abrem, permitindo somente a iluminação dos ambientes e do tipo projetante deslizante (maxim-ar), que se abrem na parte inferior, para fora do ambiente, são altas, tem folhas filhas embaixo, promovem maior privacidade e podem se manter aberta em dias de chuva.
COBERTURA
Para proteger e ornamentar a fachada, fez-se uso da platibanda, chamada de cobertura implícita. Não há beiral e o escoamento da água ocorre pelo uso de calhas e coletores. Não há indícios de infiltração no interior da casa. A presença de diversas árvores densas nas calçadas favorece o conforto térmico da casa, porém de forma limitada.
PROTEÇÃO CLIMÁTICA
Conforme observado e relatado pela dona, chegou-se a conclusão que os fechamentos laterais são protegidos de forma satisfatória, já a porta principal da casa, que encontra-se na varanda, é de vidro e direcionada ao poente e portanto tem alta incidência solar, sendo necessário recorrer ao uso de cortinas
TEXTURA E COR Na parte exterior da casa, predominam cores neutras e tons pastéis que dão à edificação um ar contemporâneo e uma sensação de liberdade e frescor. Essas cores contrastam com o piso mais escuro e as paredes feitas de pedra na cor cinza, que não deixam que a composição fique “sem vida”. É importante perceber a diferente disposição das pedras, fazendo com que haja texturas diferentes e não haja monotonia visual.
TEXTURA E COR Na parte interior da casa, predominam tons mais escuros, quentes e terrosos, através da utilização de madeira. A madeira dentro dos ambientes traz uma ideia de aconchego, conforto, já que é uma ótima solução para aquecimento e agrega um tom luxuoso ao ambiente. Percebe-se uma linearidade na textura da parede revestida com madeira e um piso geométrico. Na parte da cozinha, há uma maior quebra de cores quentes para cores frias, a cerâmica azul empregada na cozinha, trouxe maior leveza para o ambiente, gerando uma sensação de maior serenidade.
OUTROS ELEMENTOS
A cozinha possui uma bancada fixa de apoio e escada de mármore branco, com guarda corpo metálico, que serve de acesso ao pavimento térreo onde há um apartamento para sublocação. O painel de vidro da escada é o responsável por permitir a entrada de iluminação natural no interior do apartamento.
OUTROS ELEMENTOS
Escada de acesso à varanda de entrada principal possui grande valor estético e é feita em mármore branco, com estrutura camuflada. Já a varanda dispõe de guarda corpo metálico que ao entardecer gera um jogo de luz no piso.
Escada de acesso ao grande quintal, o guarda corpo possui o mesmo padrão dos demais presentes na casa.
MUITO CONSERVADO CONSERVADO RAZOAVELMENTE CONSERVADO POUCO CONSERVADO EM PÉSSIMO ESTADO DE CONSERVAÇÃO
Estrutura Cobertura Paredes de pedra Outras paredes Piso Esquadrias
CONCLUSÃO: LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO QUE, SEGUNDO RELATA A DONA DA CASA, NÃO HÁ ALTERAÇÃO NA ARQUITETURA ORIGINAL DESDE SUA CONSTRUÇÃO E QUE A MANUTENÇÃO É QUASE NULA, CONCLUI-SE QUE A EDIFICAÇÃO ENCONTRA-SE BEM CONSERVADA, COM DETERIORAÇÃO NATURAL DO TEMPO.
Escadas Mobílias originais
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CASA COSTA GOMES
RUA PROFESSOR JOSÉ COELHO, 128
ResidĂŞncia Costa Gomes. Fonte desenho digital: Yara Patriota
1 FICHA TÉCNICA Proprietário: Aderson Costa Gomes Endereço: Rua Professor José Coelho, 128 Uso atual: Residência/ Consultório DADOS DE PROJETO Arquitetura: Geraldino Pereira Duda Construção: Lynaldo Cavalcanti Data: Set/1964 Área Construída: 332,30 m² SITUAÇÃO ATUAL: Estado de conservação: Bom Mudanças realizadas: Reforma e adaptação para o consultório médico
Fonte: Google Street View
1 TERRENO INTEGRAÇÃO RESIDÊNCIA GOMES A casa se localiza na Rua Professor José Coelho, 128, na cidade de Campina Grande, próximo a integração de ônibus. Em uma quadra regular do bairro do Centro.
Fonte: Yara Patriota
Fonte: Google Maps
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2 CONFIGURAÇÃO A relação solar se faz pelo uso de entradas, saliências e varandas, e também de uma claraboia sobre uma escada. Os ambientes da casa são bem iluminados naturalmente por essas aberturas, reduzindo assim a necessidade de luz artificial na parte do dia A relação com a arquitetura se dá de forma moderna, com o uso de pilotis, janelas em fita, platibanda, planta setorizada. O uso desses critérios estilísticos e a casa ser de forma limpa, plana, com uso de materiais modernos a torna moderna. .
Fonte: Yara Patriota
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Sobre a relação com o programa, a casa é setorizada em íntimo, social e serviço; e seu programa segue de acordo com a forma da casa. Ou seja, a forma do programa definitivamente influenciou na forma da edificação.
Fonte: Viviane Azevedo com edição de Layza Lys
3 ESTRUTURA DE SUPORTE Redesenho da planta baixa. Fonte: Viviane Azevedo
Toda a estrutura ĂŠ feita em alvenaria com estrutura modulada, tal qual, todas as obras no estilo moderno.
Fonte: Yara Patriota
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4 PAREDES As paredes são elementos de fechamento em alvenaria no interior da casa, mas também no exterior há o uso de pedras, dando um “que” de brutalismo e regionalismo a obra. Há também o uso de vidro.�Há também fechamento sistemático de esquadrias, como a esquadria abaixo.
Fonte: Yara Patriota
Fonte: Proprietarios
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5 COBERTURA A casa possui uma coberta implícita pelo uso da platibanda, seu principal papel é de proteger o espaço interno das intempéries do ambiente exterior, além de conceder aos usuários conforto através da proteção acústica e térmica. Promove a captação e distribuição das águas pluviais, constituída pela composição de dois planos inclinados de duas águas. É possível observar dois materiais predominantes a telha cerâmica em todo o plano com aberturas de chapas goyana que permitem a entrada de luz no interior da edificação por conta de sua transparência.
Planta de Coberta. Fonte: Proprietários
Chapas Goyanas. Fonte: Viviane Azevedo
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6 ELEMENTOS ESPECIAIS O arquiteto fez questão de deixar sua marca na residência, encrementando-a com elementos que vislumbram os olhos, como a parede de cobogós da entrada da garagem, o jogo de cheios e vazios na porta que liga a sala a varanda e ainda os elementos vazados que é possível ver na fachada principal da casa.
Elementos marcantes. Fonte: Yara Patriota
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7 PLASTICIDADE E CROMATISMO MATERIAL A paleta de cores da residência: tons de rosa, cinza, bege e preto.
Superfícies lisas e pintadas de rosa e cinza Plano de parede com cerâmica rosa
Externas. Fonte: Yara Patriota
Plano de parede com pedras cinza e brancas
Plano de piso com pedras cinzas
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CASA DANIEL DA COSTA GUIMARÃES
RUA JOÃO MACHADO
Localização: R. João Machado, Prata, Campina Grande – PB Proprietário: Sr. Daniel da Costa Guimarães Projeto: Geraldino Duda Ano: 1962
Carine Ayanne.
Legenda Residência em estudo Bairro da Prata, na cidade de Campina Grande, PB.
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25 50m
Praça do Rosário
A residência escolhida está LOCALIZADA na R. João Machado, mantendo proximidade com os logradouros Rodrigues Alves e Nilo Peçanha, assim como uma conexão com Praça do Rosário. Seu bairro está na Zona Oeste da cidade, vizinho ao Centro. Delimitação do Bairro da Prata. Mapas editados pelo autor. 2017.
O TERRENO estudado possui uma configuração retangular, e uma topografia majoritariamente plana.
Seu formato dialoga com o entorno, visto que segue uma linha padronização aplicada na quadra. Possui dimensões de aproximadamente 15m x 35m, satisfazendo a demanda do programa da residência. Planta redesenhada pelo autor. 2017.
Locação e Coberta 0
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2m
A edificação apresenta uma TRAMA SINTOMÁTICA, o que significa que seus módulos não possuem os mesmos padrões de medidas. Característica recorrente nas obras d Geraldino Duda.
Planta Baixa 0
Planta redesenhada pelo autor. 2017.
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CORTE AB 0
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Cortes redesenhados pelo autor. 2017.
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FACHADA 0
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FACHADA LATERAL 0
Fachadas redesenhadas pelo autor. 2017.
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Volumetria desenvolvida pelo autor. 2017.
Volumetria desenvolvida pelo autor. 2017.
Foto: Camilla Menezes. 2017.
A ESTRUTURA da residência é toda moldada em alvenaria convencional, possuindo alguns elementos em concreto armado, como no caso da laje de teto e do pórtico de entrada, estando a primeira apoiada no último. Ainda é possível observar dois pilares estreitos, de apoio, em estrutura metálica tubular.
Foto: Carine Ayanne. 2017.
O fechamento das PAREDES é todo em alvenaria estrutural, visto que não há marcação de pilares na planta baixa, nem os mesmos aparecem nas fotografias. Esse princípio autoportante junta as funções de estrutura e vedação em um só sistema racionalizado, diminuindo os custos e otimizando o tempo de construção.
As ESQUADRIAS possuem composições regulares e retilíneas. Estão diretamente amarradas na alvenaria e sua estrutura é composta de ferro e vidro, formando planos de aberturas na edificação. O tipo predominante na residência é o basculante, que permite o controle da ventilação com o aproveitamento da iluminação natural, facilitando o CONFORTO do ambiente. Foto: Camilla Meneses. 2017.
Foto: Camilla Meneses. 2017.
A COBERTA é majoritariamente implícita, visto que conta com uma estreita platibanda para esconder o telhado convencional. Existe, contudo, uma faixa da cobertura que se apresenta como expressa, visto que, um pequeno trecho da laje inclinada saca a telha de fibrocimento além da platibanda. Destaca-se portanto nessa composição, uma intenção plástica, que traz visibilidade para o telhado, sem perder as características modernas.
Fotos: Carine Ayanne. 2017.
Trazendo o foco para a PLASTICIDADE, a edificação possui ladrilhos como painéis decorativos na fachada principal. Suas cores são o marrom, o laranja e um amarelo claro, gerando uma paleta de tons terrosos, que será contrastada pelo ladrilho azul que compõe outros elementos arquitetônicos da habitação.
Fotos: Carine Ayanne. 2017.
Ainda é possível observar, no ambiente externo, a parede em pedra, que compõe o volume da caixa d’água. Esse material traz um peso a estrutura, contrabalanceando as formas leves presentes na fachada.
No ambiente interno, a parede da cozinha é composta por ladrilhos em tom azul claro, enquanto que o piso é formado pela combinação de cerâmicas nos tons preto e laranja, criando um jogo de planos. Fotos: Carine Ayanne. 2017.
Quanto aos ELEMENTOS ESPECIAIS, pode-se destacar os pórticos de entrada da residência e da cozinha, que são compostos por ladrilhos na cor azul e por elementos vazados, o que faz com que se destaquem neutralidade do restante da casa.
Fotos: Carine Ayanne. 2017.
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RESIDÊNCIA DR.FIRMINO BRASILEIRO
RUA JOSÉ DE ALENCAR – 752
O levantamento dos dados a seguir foram feitos com base em documentos disponibilizados no Arquivo Municipal de Campina Grande e visitas a residência, além de uma entrevista com a proprietária da residência, Sra. Lígia que explicou a disposição dos ambientes internamente e algumas especificidades, como o jardim que contorna a casa, um dos pedidos ao arquiteto. Foram realizados registros por meio de fotografias que poderão ser visualizados no decorrer deste trabalho
Localização: Rua José de Alencar, 752 Bela Vista – Campina Grande Ano do projeto: 1964-1965 Uso Atual: Residencial Lote: 28m x 30m Proprietário: Firmino Brasileiro Silva
Área terreno: 840,00m² Área construída: 255,80m² Área de coberta: 300,00m² Recuos: Frontal 7.25 m Posterior 6.49m lateral direito 7.00m lateral esquerdo 3.95m
Bela Vista – Campina Grande
Lote na Quadra
Localizada no bairro Bela vista, entre as ruas Montevideo e Otília Donato em um terreno em aclive, encontra-se implantada acima do nível da rua sob um pequeno platô, uma edificação datada de 1965 de ordem moderna. Nota-se que a configuração básica pensada pelo arquiteto foi a setorização dos espaços em três diferentes alas interligadas como pode ser vista na Imagem XX O terreno apresenta dimensões proporcionais que possibilitaram o enquadramento da edificação e melhor aproveitamento da área de modo a atender satisfatoriamente o programa de necessidades. Edificação no terreno
A inclinação do terreno conferiu a edificação uma maior visibilidade e destaque , seu acesso é dado pela fachada principal por meio de rampas para vencer a inclinação do terreno A proporção e os ângulos retos permitiu uma flexibilidade mais eficiente na disposição dos ambientes e na circulação.
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A área do terreno possibilitou a criação de um jardim contornando a edificação. O recorte ao centro da edificação marca o pátio que integra-se ao jardim e limita as alas como pode ser visto na imagem XX. Essa relação do ambiente construído com o natural condicionou a localização dos ambientes. A garagem a qual integra o setor de serviços e o setor social foram locados na fachada frontal facilitando os acessos, os quartos bem como a sala íntima e a sala de jantar constituídos de grandes aberturas e orientados para leste foram favorecidos pelos ventos predominantes. A platibanda sacada arremata a construção tornando-se um elemento marcante bem como as pequenas reentrân- cias que demarcam a mudança dos materiais nas fachadas e consequentemente os diferentes planos. A casa apresenta uma setorização bem distribuída, de forma que os ambientes de cada setor se relacionam entre si através das circulações. Os ambientes que necessitam de mais privacidade (setor íntimo) estão voltados para a orien- tação leste, conferindo conforto térmico. Em contrapartida, os ambientes do setor de serviço estão voltados para a orientação oeste, aproveitando para unir suas funções aos condicionantes naturais. A casa possui referências à residência burguesa, que supunha a presença de empregado doméstico para o qual está previsto o quarto do empregado, tido este um afastamento maior dos setores sociais da casa. Os ambientes do setor social funcionam como uma área de transição entre os demais setores, fazendo com que a casa seja totalmente integrada entre si. As características plásticas, suas composições rigorosamente ortogonais e puras bem como o dimensionamento dos ambientes, a solução em planta de acordo com as funções e o conforto dos ambientes fundamentam a linguagem arquitetônica moderna. Mediante a implantação central no lote, as áreas não edificadas são utilizadas como elemento paisagístico. O plano de piso é composto por elementos como gramas e pedras, enquanto o plano de vedação por árvores de diversos portes além dos coqueiros. Os aspectos funcionais da casa possibilitaram um maior aproveitamento dos condicionantes climáticos; as áreas são bem iluminadas e arejadas, além disso a vegetação presente contribui com o microclima. Buscou-se uma harmonia entre os elementos de composição da fachada e seu entorno, estes são ornamentados de forma simples, externamente e internamente.
B QUARTO
BWC
BWC
QUARTO
SALA ÍNTIMA
QUARTO
GABINETE
PÁTIO ESTAR/JANTAR
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COZINHA
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GARAGEM
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QUARTO
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Setor social: 66.52m² Sala íntima: 21,17m² Gabinete: 14,00m² Estar: 14,21m² Jantar: 14,21m² WC Social: 2.93m² Setor de serviço: 71,01m² Garagem para um veículo: 19,31m² Refeições Diárias: 13,72m² Cozinha: 9,90m² Tanque de Serviço: 3,76m² Quarto de empregada WCB: 11,22m² Quarto de engomados: 13,10m² Setor íntimo: 74,26m² Suíte: 29,07m² Quarto Hóspedes: 16,94m² Quarto Filhos: 12,38m² Banheiro: 7,21m² Circulação: 6,32m²
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A residência apresenta estrutura sintomática, onde a planta dispõe de alguns ambientes mais livres, prevendo identi- dade formal, resultando em soluções plásticas integradas. O arranjo de retângulos possibilita a marcação dos setores mas sua malha não evidencia modulação.
As paredes de alvenaria externas vedam e suportam a edificação como todo além da estrutura da coberta. A laje que circunda toda a casa tem espessura de 10 cm, sendo apenas um elemento de vedação do teto. A planta baixa tem como suporte a junção de formas geométricas simples com os elementos estruturais, a disposição dos ambientes forma grandes vãos que podem ser visualizados em planta baixa e fachada, garantindo uma imagem harmônica ao projeto em sua totalidade. Sua estrutura linear e contínua, segue os princípios de Le Corbusier, possibilitando uma planta livre a qual é dividida por mobiliários demarcando a transição dos ambientes contribuindo externamente com a volumetria pura, mas diversificada em seu compromisso com a paisagem, de forma a relacioná-la diretamente aos ambientes e ao terreno de implantação.
O projeto da residência apresenta semelhanças com os conceitos adotados nas edificações de Richard Neutra, pois faz uso de elementos estruturais com discrição, sem emprego de adornos desnecessários à prática da arquitetura. O fechamento dos vãos é puro, enfatizando a massa e a proporção adquirida. As paredes internas e externas de toda a casa são de alvenaria comum, com espessura de 15 cm revestidas de reboco e tinta, exceto as paredes das áreas molhadas revestidas de azulejo, e os panos de cobogó voltados para o jardim. A parede externa da fachada sul (principal), é revestida parcialmente por azulejos, criando um grande painel de destaque. Além disso nas áreas externas suscetíveis a intempéries as paredes têm textura em chapisco. Optou-se por materiais simples que facilitam a construção e manutenção dos mesmos, bem como variações pontu- ais de tipos. O piso encontra-se todo revestido em cerâmica; esta foi a única modificação feita na residência. A mesma apresen- tava um piso de madeira no gabinete, que foi trocado por apresentar-se desgastado com a exposição à umidade.
A particularidade da casa está relacionada à própria disposição dos ambientes. Os proprietários solicitaram que a casa fosse bem arejada, onde os ambientes fossem dispostos de acordo com o grau de privacidade ao qual se dese- java e com suas respectivas funções. Esta exigência é percebida no ambiente do gabinete, onde possui acesso independente do resto da casa. O wc social foi alocado no setor de serviço, sendo ele um ambiente utilizado frequentemente para pessoas no setor social, visto que o setor íntimo dispõe de banheiros particulares. Do mesmo modo, o quarto de engomados foi disposto próximo ao quarto do empregado, tendo em vista a facilidade de acesso para cumprir suas funções.
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A coberta da casa é implícita, arrematada pela platibanda em todos os lados. Integrada de forma a modular os elementos estruturais com a própria coberta garantindo sua funcionalidade. A coberta tem total influência no estilo arquitetônico da casa, tendo em vista o período da modernidade e suas características no projeto. A sua platibanda é o elemento mais marcante deste estilo. O caimento das águas tem relação com os blocos dos setores, onde são divididos pelas calhas, buscando a coleta da água de forma racional.
A implantação da edificação em um terreno com desnível evidencia sua grande horizontalidade com um entorno harmônico ajardinado. Firmada sob um platô chapiscado apresenta em seu Interior diferentes desníveis de acordo com as ambientações. Percebe-se que alguns mobiliários foram utilizados de forma a separar ambientes. A cozinha e a copa são ambientes planejados integralmente, sendo que separados sutilmente por uma prateleira de alvenaria maciça, criando um jogo de cheios e vazios para ambos os lados que confere a separação. O mesmo artifício de separação de ambientes através de armários ocorre no gabinete e na sala íntima. A circulação principal, que acontece no setor social ligando os demais setores, é composta de, em um dos seus lados, um painel de cobogós dando visibilidade ao pátio da casa, enquanto que do outro lado, dá lugar a uma esquadria em vidro, formando um grande plano vertical, trazendo transparência e, consequentemente, iluminação para a sala de jantar
As cores adotadas em toda a casa foram cores neutras, especialmente o branco, identificando os maiores volumes, onde as cores mais distintas estão nos planos de esquadrias e nos azulejos utilizados na fachada principal em tom azulado, destacando os elementos que o compõem. Os elementos das fachadas fazem relação com os ambientes internos da casa, denunciando seus usos através do tamanho das aberturas e permeabilidade visual dos materiais. As esquadrias do setor íntimo, em madeira, são introduzidas no plano de fachada de modo a continuar este verticalmente até a sua extremidade, formando um só elemento, mas com textura e cores diferenciadas. O uso de texturas e detalhes voltados para as formas geométricas regulares enfatizam uma linguagem limpa e sóbria evidenciada a partir de pequenos detalhes, como podemos ver no ladrilho, elemento marcante da fachada e nos gradis que complementam as esquadrias.
Percebe-se a utilização de grandes aberturas de correr amadeiradas, compostas por brises horizontais, onde, na parte superior são fixos e dispostos em fita. Além disso foram utilizados esquadrias de vidro estilo basculante e fixos contribuem com a iluminação e climatização interna dos ambientes. As esquadrias de madeira e vidro possibilitam a permeabilidade visual entre o interior e exterior.
Comparando as fotografias e os documento e de acordo com as informações oferecidas pela proprietária, pequenas modificações foram realizadas. O muro que contorna a edificação e o portão de entrada para o jardim era mais baixo, além disso as janelas não apresentavam os gradis de ferro; essas mudanças adotadas tinham como objetivo aumentar a segurança da residên- cia e foram inseridas de modo a compor o edificado e não descaracterizá-lo. Outra mudança refere-se ao piso do gabinete que era antigamente de madeira e foi trocado por cerâmica; a umida- de do local desgastou o piso.