Jorge Jacinto - "Esta Lisboa que eu amo"/ "I love Lisbon"

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Esta Lisboa que eu amo! (I love Lisbon)

Jorge Jacinto


Nasceu em Coimbra, viveu na Figueira da Foz. Veio para Lisboa com 10 anos Achou tudo grande quando chegou, ficou deslumbrado com a luz e a cor, apaixonou-se e adoptou Lisboa no seu coração desde aí. Esta cidade que ele visita e revisita (todos os dias) através da sua lente ,imortalizando lugares em imagens que vão perdurar para sempre, lugares, pessoas e acontecimentos únicos numa das cidades mais importantes da Europa e hoje em dia, uma das mais apreciadas internacionalmente. Mas o talentoso fotógrafo é nosso. É português e chama-se Jorge Jacinto. Isabel Angelino (Apresentadora RTP)

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O Olhar O amor à Arte e aos Artistas. O sábio encontro entre Fotografia e Arte do Espectáculo. A entrega, a humildade, a curiosidade infinita, o sorriso, a inteligência, a sensibilidade, a cultura, o entusiasmo, fazem de Jorge Jacinto o fotógrafo por quem todo o artista deseja ser fotografado. O Teatro, a Televisão e o Cinema devem-lhe um dos melhores acervos fotográficos das últimas quatro décadas. Lembro-me da primeira vez que fui fotografada pelo Jorge no início da minha carreira. A simpatia, o olhar franco, a conversa inteligente, fizeram-me esquecer que estava numa sessão fotográfica, quebrando as defesas que a minha timidez construía, permitindo que, discretamente, e sem parar de disparar, o Jorge conseguisse captar o que mais ninguém conseguira: a minha verdade. Depois dessa vez, muitas outras se seguiriam e, a par da minha admiração, foi-se construindo uma amizade que perdura até hoje. Como as Mulheres que tão amorosamente fotografa, Lisboa sairá do seu Olhar, ainda mais bela, sensual e luminosa. E nós só podemos agradecer-lhe. Isabel Medina Actriz

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LISBOA A luz vinha devagar AtravĂŠs do firmamento... Vinha e ficava no ar, Parada por um momento, A ver a terra passar No seu tĂŠrreo movimento. (...) Mas a luz podia mais, Voava mais do que a vela; E o Tejo e os areais Miguel Torga

Lisbon The light came slowly Through the firmament. Came and stayed in the air, Stop for a moment, To see the earth pass In your land movement. (...)

Cais das Colunas

But the light could more, Flying more than the candle; And the Tejo and the sands

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Acendem-se as Luzes Acendem-se as luzes nas ruas da cidade. Ainda há claridade ao alto das cruzes da igreja da praça e para lá dos telhados já meio esfumados na mesma cor baça do casario velho que recobre a encosta e mal entremostra as cores de Botelho, sobranceiro à massa fluida e movente das cordas de gente por onde perpassa

um ar de alegria que é do tempo quente e deste andar contente que no fim do dia leva para casa, a paz das varandas, o álcool das locandas, tanta vida rasa minha semelhante. Solidão povoada que a tarde cansada suspende um instante ao acender das luzes. Em cada olhar uma rosa de propósito formosa para que a uses. João José Cochofel

Light up the lights an air of joy which is the hot weather and the walking glad that at the end of the day takes to home, the peace of the balconies, the alcohol of locandas, so shallow life my similar. populated loneliness the afternoon tired suspends an instant when the lights come up. In every look a rose purposely for you to use.

Convento do Carmo

Light up the lights on the city streets There is still clarity in the crosses top of the church square and beyond the roofs already half smoky in the same color dull of the Old houses covering the slope and barely shows the Botelho color, overlooking the mass fluid and moving of people strings where it will pass a

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Rossio


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Village Underground Lisboa (Carris)

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Digo: “Lisboa” Quando atravesso - vinda do sul - o rio E a cidade a que chego abre-se como se do seu nome nascesse Abre-se e ergue-se em sua extensão nocturna Em seu longo luzir de azul e rio Em seu corpo amontoado de colinas Vejo-a melhor porque a digo Tudo se mostra melhor porque digo Tudo mostra melhor o seu estar e a sua carência Porque digo Lisboa com seu nome de ser e de não-ser Com seus meandros de espanto insônia e lata E seu secreto rebrilhar de coisa de teatro Seu conivente sorrir de intriga e máscara Enquanto o largo mar a Ocidente se dilata Lisboa oscilando corno urna grande barca Lisboa cruelmente construída ao longo da sua própria ausência Digo o nome da cidade - Digo para ver Sophia de Mello Breyner

Rio Tejo

I say Lisbon When I cross-from the South-the river And the city that I get open as if his name were born Opens and rises in their night extension In his long sparkle blue and river In your body clump of hillsSee the best because I say Everything turns out better because I say All shows best your being and your penurity because I say Lisbon with its name of being and not-being With its intricacies of amazement and insomnia And your secret rebrilhar of thing theater His conniving smile of intrigue and mask While the wide sea the West expands Lisbon oscillating Horn urn great barca Lisbon cruelly built along its own absence Say the name of the city I mean to see

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TRAZIAS DE LISBOA Trazias de Lisboa o que em Lisboa é um apelo do mar: um mais além. Trazias Índias e naufrágios. Fado e Madragoa. E o cheiro a sul que só Lisboa tem. Trazias de Lisboa a velha nau que nos fez e desfez (em Lisboa por fazer). Trazias a saudade e o escravo Jau pedindo por Camões (em Lisboa a morrer). Trazias de Lisboa a nossa vida parada no Rossio: nau partida em Lisboa a partir (Ó glória vâ não mais não mais que uma bandeira rota). Trazias de Lisboa uma gaivota. E era manhã. Manuel Alegre

Bring from LISBON

Padrão dos Descobrimentos

Bring what Lisbon in Lisbon is a call to the sea: a further. Bring Indies and shipwrecks. FADO and Madragoa. And the smell to the South that only Lisbon has. Bring the old ship Lisbon We did and undid (in Lisbon). Bring the longing and the slave Jau asking for Camıes (in Lisbon dying). Bring our life from Lisbon stop at Rossio: vessel departure in Lisbon from (o glory flight no more no more than a riped flag). Lisbon was bringing a Seagull. And it was morning.

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Ruinas do Carmo e varanda

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JORGE JACINTO Nasceu em Coimbra na Freguesia da Sé Nova em Março e viveu na Figueira da Foz. Veio para Lisboa muito jovem onde se radicou e desenvolveu diversas atividades maioritariamente ligadas à fotografia e ao jornalismo. A fotografia é a sua vida e a sua paixão, a máquina é a sua companheira, captar momentos onde calha é para ele um dom e um acto natural! É fotógrafo profissional e repórter-fotográfico há mais de 40 anos. Iniciou-se na revista “Estúdio” do grupo Diário de Notícias, onde se manteve durante 10 anos, até ao desaparecimento do título. A seguir começa a colaborar nas mais diversas revistas sempre ligadas ao Mundo do Espectáculo, como: “Plateia”, “Música & Som”, “Ela Donas de Casa”, “Alcance”, “Musicalíssimo”, “TV-Top”, etc. Premiado em diversos certames fotográficos, expõe regularmente, individual e colectivamente, por todo o País e no Brasil. Desde 1980 é Jornalista e Repórter-Fotográfico das Revistas “TV Guia” e “Flash” do Grupo Cofina. Colaborou igualmente nas revistas de fotografia “Foto Digital” e “Foto Plus”. Atualmente colabora com a revista de Fotografia (facebook) Fotomanya Vip. Jorge Jacinto - Melhor Foto Jornalista do Ano 2014 - fonte VOXPOPTV. WORDPRESS.COM Agradecimentos SOS Toners Roma (C.C.Roma) Teresa Godinho (traduções) Filomena Leite de Castro (Comissária/Manager Artística) ArtLounge Gallery (Sofia e Ricardo T.Cruz) www.artlounge.com.pt Angélica Rosado (Ex-Miss/Empresária) www.mimart.pt

Media House


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