P.O.V. / de
N u no A na c l e t o
Co l e c ç ã o O l h a r P o r t u g u ê s Vol. V
n u n o • a n a c l e t o
Bio Nasci numa manhã fria do ano de 1979, em Lisboa, a terra de ninguém e de tanta gente. Desde cedo ávido por ver e insaciável por sentir, foi por isto que encontrei numa antiga câmera fotográfica do meu pai um veículo para traduzir o que vejo e o que sinto. Não nasci fotógrafo, mas tenho procurado ao longo de toda a minha vida a melhor forma de expressar como entendo a arte, e a fotografia acabou por se revelar a mais completa e a forma que melhor traduz a essência da minha alma. Apaixonado pela simplicidade clássica do preto e branco e por Lisboa, tenho aprendido muito com as gentes, as paredes, os céus, mas também com os outros que partilham a mesma forma apaixonada de ver o mundo. Entrego-vos neste livro a forma particular como vejo e sinto a vida através da fotografia.
Nuno Anacleto
P.O.V. O Nuno nunca quis ser fotógrafo. Em criança queria ser piloto de Fórmula 1, astronauta, jogador da bola... qualquer coisa que mais nenhum menino conseguisse ser. Também nunca quis ser músico, mas a música é a sua segunda grande paixão e, posso dizer com muita segurança, que estas duas paixões lhe salvaram a vida. O pai do Nuno também nunca quis ser fotógrafo, mas gastou o primeiro salário inteiro de um mês numa Canon para fotografar o filho que acabara de nascer. É com uma Canon que o filho fotografa hoje e é com ela que ele, quer queira quer não, é fotógrafo. Quando o conheci e o Nuno me disse que gostava de fotografar, perguntei-lhe o que é que fotografava... uma pergunta tola para muitos, mas razoável para alguém que, como eu, nunca parou muito tempo à frente duma moldura com vida real. Ele respondeu que fotografava tudo o que era estético, harmonioso e, quando o cansei porque a resposta era demasiado vaga para uma filha da ciência, ele explicou-me a proporção áurea e como a beleza estava em tudo... assim trocássemos os olhos por lentes. E ele acredita mesmo nisto. Foi com estas lentes em vez de olhos que muitas mil vezes o acompanhei e que pude ver o que ele via, foi nestas muitas mil vezes que deixei os olhos que sempre me tinham acompanhado na vida e comecei a ver como ele via... era ouro por todo o lado, e a beleza está mesmo nos olhos de quem vê. E é com estas lentes em vez de olhos que espero que passem cada página deste livro tão pessoal. Os anos têm passado por nós depressa, mais depressa que o que eu desejaria, mas sempre que ele pergunta se devia pendurar alguma foto dele nas paredes da casa eu digo que sim, e sempre que me pergunta quais, eu digo as de arquitectura. Se calhar porque nunca pensei ver o futuro que foi no que existe já hoje. Ele pensa que eu não vejo, mas torce o nariz sempre que lhe peço estas fotos e talvez porque, no fundo, ele acredita mais nas outras. As outras... as outras exigem mais dele, talvez por serem tal e qual como se vê com os olhos, ele percorra um caminho maior em casa para as tornar exactamente como as viu através das lentes especiais e espaciais dele. E isto faz delas as filhas queridas dele. Seja qual for a foto ou o género que o leitor mais goste, o que eu quero que aconteça na última página é que encontre em si umas lentes espaciais que, de repente, lhe mostrem que tudo no mundo tem mais de uma camada e que nas camadas mais profundas podemos encontrar ouro. Sente-se capaz de encontrar essas lentes?
Maria João Ferreira
/7
Arch
.
/
A p o c a ly p t i c 2 . 0
/ 11
/
In Darkness 2.0
/ 17
/
Mimic
/ 29
/
IndĂşstria 3.0
/ 49
/
R u n n i n g S y mm e t r y
/ 37
/
Estrela do Norte
/ 31
/
Old Pipe
/ 23
/
Down Under
/
Yoshimi
/ 19
/
O s A ma n t e s
/ 11
/
Tree of Life
/9
Spaces
P.O.V. O Nuno nunca quis ser fotógrafo. Em criança queria ser piloto de Fórmula 1, astronauta, jogador da bola... qualquer coisa que mais nenhum menino conseguisse ser. Também nunca quis ser músico, mas a música é a sua segunda grande paixão e, posso dizer com muita segurança, que estas duas paixões lhe salvaram a vida. O pai do Nuno também nunca quis ser fotógrafo, mas gastou o primeiro salário inteiro de um mês numa Canon para fotografar o filho que acabara de nascer. É com uma Canon que o filho fotografa hoje e é com ela que ele, quer queira quer não, é fotógrafo. Quando o conheci e o Nuno me disse que gostava de fotografar, perguntei-lhe o que é que fotografava... uma pergunta tola para muitos, mas razoável para alguém que, como eu, nunca parou muito tempo à frente duma moldura com vida real. Ele respondeu que fotografava tudo o que era estético, harmonioso e, quando o cansei porque a resposta era demasiado vaga para uma filha da ciência, ele explicou-me a proporção áurea e como a beleza estava em tudo... assim trocássemos os olhos por lentes. E ele acredita mesmo nisto. Foi com estas lentes em vez de olhos que muitas mil vezes o acompanhei e que pude ver o que ele via, foi nestas muitas mil vezes que deixei os olhos que sempre me tinham acompanhado na vida e comecei a ver como ele via... era ouro por todo o lado, e a beleza está mesmo nos olhos de quem vê. E é com estas lentes em vez de olhos que espero que passem cada página deste livro tão pessoal. Os anos têm passado por nós depressa, mais depressa que o que eu desejaria, mas sempre que ele pergunta se devia pendurar alguma foto dele nas paredes da casa eu digo que sim, e sempre que me pergunta quais, eu digo as de arquitectura. Se calhar porque nunca pensei ver o futuro que foi no que existe já hoje. Ele pensa que eu não vejo, mas torce o nariz sempre que lhe peço estas fotos e talvez porque, no fundo, ele acredita mais nas outras. As outras... as outras exigem mais dele, talvez por serem tal e qual como se vê com os olhos, ele percorra um caminho maior em casa para as tornar exactamente como as viu através das lentes especiais e espaciais dele. E isto faz delas as filhas queridas dele. Seja qual for a foto ou o género que o leitor mais goste, o que eu quero que aconteça na última página é que encontre em si umas lentes espaciais que, de repente, lhe mostrem que tudo no mundo tem mais de uma camada e que nas camadas mais profundas podemos encontrar ouro. Sente-se capaz de encontrar essas lentes?
Maria João Ferreira
/5
Bio Nasci numa manhã fria do ano de 1979, em Lisboa, a terra de ninguém e de tanta gente. Desde cedo ávido por ver e insaciável por sentir, foi por isto que encontrei numa antiga câmera fotográfica do meu pai um veículo para traduzir o que vejo e o que sinto. Não nasci fotógrafo, mas tenho procurado ao longo de toda a minha vida a melhor forma de expressar como entendo a arte, e a fotografia acabou por se revelar a mais completa e a forma que melhor traduz a essência da minha alma. Apaixonado pela simplicidade clássica do preto e branco e por Lisboa, tenho aprendido muito com as gentes, as paredes, os céus, mas também com os outros que partilham a mesma forma apaixonada de ver o mundo. Entrego-vos neste livro a forma particular como vejo e sinto a vida através da fotografia.
Nuno Anacleto
P.O.V. / de
N u no A na c l e t o
Co l e c ç ã o O l h a r P o r t u g u ê s Vol. V