Arte Fotográfica#84

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B E R T I L

V A N

W I E R E N H O L A N D A

F ran c i s c o

U h lfel d er P O R T U G A L

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N U N O

A N A C L E T O P O R T U G A L

D A M I R

M A T I J E V I C C R O Ă C I A




© Jorge Pinti Guedes

D a

o c u m e s p é c i e

e n t a r h u m a n a

Nunca tanta gente documentou as nossas cada vez mais diversas formas de viver. Ora em ambientes de guerra, no sentido de mostrar as atrocidades que por aí se cometem (muitas impunemente), ora ambientes de festa, onde as experiências – agora tão de moda – se multiplicam no sentido de nos ajudarem a quebrar o tédio do quotidiano, ora ainda, mas não só, para dar a conhecer a todos quantos queiram ambientes, sítios, edifícios, monumentos e paisagens que a maior parte de nós nunca verá a não ser pela lente de um fotógrafo desta vida. Dantes eram só alguns privilegiados ou profissionais que o podiam fazer sendo que muitos dos profissionais acabavam por estar limitados ao que se lhe encomendava e por isso não mostravam o que verdadeiramente gostariam de mostrar. A documentação fotográfica da vivência da espécie humana do último século e meio é infinitamente mais pequena que o material coligido e compilado nestes últimos 15 anos da “Era Digital”. Basta pensar que bastas pessoas que hoje têm de 30 anos para cima quase não têm uma fotografia de quando eram crianças e que muitas famílias tinham uma pequena máquina cujo rolo, por vezes, servia para registar por vários anos férias ou visitas da família imigrada. Hoje tudo e mais umas botas é registado até à exaustão mas, dos milhares de milhões de imagens que se vão forçosamente perder, podemos estar certos que um inimaginável e inestimável acervo da vivência da espécie humana está a ser produzido para memória futura e essa incrível riqueza é algo de extraordinário a que as próximas gerações vão ter acesso. Essa será uma das dádivas mais importantes que lhes podemos confiar. Se a espécie humana vai ganhar algo com isso? Acho que sim mas, mais, gostava mesmo que esse incalculável acervo servisse, acima de tudo, para que o ser humano melhorasse e para que o capitalismo ruísse mais depressa do que está a ruir, para dar lugar a uma nova era de que tanto precisamos para nos podermos salvar como “homo-sapiens” que mais parece já não sabermos ser…

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Jorge Pinto Guedes D i r e c t jpg@mindaffair.net

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Distância Focal: 18mm · Exposição: F/5.6 1/125 sec · ISO400 · © Thomas Kettner

Distância Focal: 18mm · Exposição: F/5.6 1/125 sec · ISO400 · © Thomas Kettner

Uma só objetiva que traz ao seu alcance todos os pormenores preciosos da vida. Uma só objetiva que traz ao seu alcance todos os pormenores preciosos da vida. Uma só objetiva que traz ao seu alcance todos os pormenores preciosos da vida.

Distância Focal: 18mm · Exposição: F/5.6 1/125 sec · ISO400 · © Thomas Kettner

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* Dentro das objetivas intermutáveis 18-200mm para câmeras DSLR APS-C com O.I.S. (fonte: Junho 2015: Tamron) ** O encaixe Sony não inclui estabilizador VC porque os corpos DSLR da Sony DSLR integram estabilizador de imagem.

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capa

Francisco Uhlfelder “Santa Justa River”

A r t e F o t ogr á f i c a In t erna c i ona l ano XVIII número 84 setembro 2016 ................................................................................................................... € 15,00 _ União Europeia € 18,00 _ Resto do Mundo ................................................................................................................... S o c i edade G es t ora R ev i s t a Mindaffair, lda N I F : 509 462 928

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Jorge Pinto Guedes

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M orada Avª de Itália, nº 375-A-1º 2765- 419 Monte Estoril • Portugal

n o t a s / b r e v e s José Loureiro Photography

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T l f / F ax : + 351 216 095 542 E - ma i l : blueray.jg@gmail.com ...................................................................................................................

p o r t f ó l i o s Bertil Van Wieren Francisco Uhlfelder André Boto Damir Matijevic Nuno Anacleto

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a r t i g o / Celestino Santos a r t i g o / Paulo Roberto imagem com palavras

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D i re c ç ã o G era l Maria Rosa Pinto Guedes mrosa.br@gmail.com +351 969 990 442 D i re c t or Jorge Pinto Guedes jpg@mindaffair.net +351 936 728 449 S k y pe : jorgepintoguedes A r t e & D es i gn Marcelo Vaz Peixoto marcelo.vaz.p@gmail.com Trans l a t i ons Pedro Sampaio psv@mindaffair.net ................................................................................................................... P er i od i c i dade : Mensal R eg i s t o E R C n º 125381 D ep ó s i t o Lega l n º 273786/08 ................................................................................................................... É proibida a reprodução total ou parcial de imagens ou textos inerentes a esta edição, sem a autorização expressa do Editor. As opiniões expressas nesta revista são da exclusiva responsabilidade dos seus autores e não têm que reflectir a opinião do editor.

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Setembro, mês de “Colecção Olhar Português” na Almalusa Para quem possa pensar que Agosto também é mês de férias e de tolice aqui em cada desengane-se pois trabalhámos todo o santo mês nos diversos livros da Almalusa referentes à Colecção “Olhar Português” que tanto sucesso tem feito e promete fazer para que, passadas as férias, possam ser lançados, dando assim oportunidade a uma série de corajosos autores de verem as suas imagens de algum modo impressas e “eternizadas” nos exemplares que vierem a ser vendidos. Abaixo damos conta dos títulos já lançados na primeira quinzena de Setembro.

Maria Teresa Vitorino

R i c a r d o Co s ta

Momentos

A Natureza mais pequena

Um livro que se pode apelidar de intimista onde a autora decidiu juntar textos de sua autoria e de outros a imagens de sítios e motivos que representam a sua vida no que toca a emoções e carinho.

Esta obra é o culminar de um percurso deveras importante na área da fotografia documental e mesmo científica por parte de Ricardo Costa. Este fotógrafo percorreu milhares de quilómetros e investiu centenas de horas para poder registar a vida dos pequenos insectos e répteis que habitam ou visitam Portugal. Um livro de um valor inquestionável que merece toda a atenção daqueles que se interessam pela vida dos animais mais pequenos ou somente por excelente e lindíssima fotografia.

Nuno Anacleto P.O.V. Nuno Anacleto- com direito a pré-apresentação do seu livro nas páginas desta edição – é um expoente da fotografia nacional a ter em conta. Nesta obra em livro Nuno propõem duas secções, uma delas invertida e que versam a paisagem urbana de uma perspectiva e com um estilo muito próprio e mesmo inovador: a arquitectura e os espaços. Com recurso ao preto & branco e a uma edição bastante atractiva este autor mostra-nos sítios e edifícios nossos conhecidos de uma forma muito peculiar e artística.

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O sistema de transporte inteligente

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Desta vez apresentamos um artigo acerca de equipamento. Não acerca do equipamento mais óbvio e diretamente relacionado com a captura das fotos (câmaras e objectivas) mas sim acerca dum acessório necessário à acomodação e transporte dessas mesmas câmaras e objetivas! Como se calhar aconteceu, de igual modo, a muitos outros fotógrafos, por necessidade de transporte de equipamento fotográfico fui, ao longo dos anos, acumulando uma série de sacos, mochilas... desde os mais simples em que apenas cabe uma câmara DSLR e uma pequena objectiva até aos maiores que possibilitam levar mais equipamento, das mochilas destinadas apenas a transportar um determinado conjunto câmara/teleobjectiva... já tive (e ainda vou tendo encostado...) um pouco de tudo. Não vos vou dizer qual é o melhor para transportar equipamento pois isso depende, acima de tudo, do material que possuímos, do que queremos transportar e do tipo de fotografia que fazemos. Por exemplo, as mochilas (até um certo tamanho), são uma boa opção para quem precise de transportar material fotográfico numa excursão pelos montes. Por sua vez, um pequeno saco com alça onde caiba apenas a nossa câmara com uma objectiva zoom pode ser a melhor opção no caso de querermos fazer uma viagem ao estrangeiro e em que a fotografia não seja a nossa principal preocupação. É facilmente transportável, ocupa pouco espaço, é leve, prático... O ideal, portanto, é que cada Saco, Mochila ou Mala seja adequado ao transporte de equipamento que possuímos e à ocasião! Pessoalmente, por uma questão de necessidade acabei por me “render” finalmente às Malas de transporte PELI. Apesar de não serem tão acessíveis em termos de custo como outros acessórios deste género, pela versatilidade, fiabilidade, segurança e robustez que apresentam, acabam por valer o que custam! Em concreto, esta PELI 1510 trolley (modelo com divisórias) permite em excelente acesso ao equipamento guardado no seu interior. O material de que é composta é à prova de quase tudo!

Construção As malas PELI são construídas de Copolímero de Polipropileno, um material altamente resistente ao impacto e desgaste... São práticamente indestrutiveis! Dois robustos fechos em forma de aba estancam, após um sonante “click” o interior com eficácia. A estanquicidade da Peli 1510 faz-se sentir, ao abrir, pela libertação dalguma pressão e vácuo guardado. Sendo uma mala destinada a transporte de equipamento caro, certos detalhes não foram descurados. Dois orifícios revestidos a metal garantem, caso seja necessário, mediante a colocação de pequenos aloquetes (não incluídos) alguma segurança extra contra curiosos. Dotada duma válvula de equalização de pressão automática e com uma borracha de isolamento entre a base e a tampa, esta mala é perfeitamente isolada, à prova da entrada de poeiras e impermeável às maiores intempéries. Mesmo em caso de queda na água, nada se passa... flutua! Por exagero de peso, se eventualmente, for ao fundo... é também à prova de água! Estas características tornam-na não só ideal para transporte mas também para simples armazenamento em casa do equipamento fotográfico.

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Manuseamento Apesar de mais pesada que qualquer saco, esta mala Peli 1510 é fácil de transportar quer pelas robustas pegas revestidas a borracha, quer rolando pelo chão como trolley. As rodas (com rolamentos internos) são de material relativamente suave. Em pisos bons cumprem bem a missão. Em pisos mais degradados, as rodas não são suficientemente “moles” para absorver os impactos do piso tornando o rolar mais saltitante e barulhento. As medidas deste trolley 1510 estão pensadas na necessidade de viagens para destinos longínquos, designadamente de transporte de equipamento por avião. Por se encontrarem de acordo com as medidas legais da maior parte das companhias aéreas (FAA), é possível a sua acomodação, como bagagem de mão, no interior em vez de ter de ir no porão.

Em utilização Neste modelo com divisórias configuráveis com velcro, facilmente se consegue “arranjar” a melhor forma de acomodar o equipamento. A sua altura interior permite colocar câmaras DSLR grandes na sua posição vertical e dependendo do tipo de material fotográfico que queiramos armazenar as possibilidades de configuração são diversas. Aceder ao equipamento guardado também se torna muito prático.

São fornecidas, com este modelo 1510 “Divisórias”, 1 divisória longitudinal e um total de 9 divisórias transversais (4 grandes e 5 mais pequenas) com as quais se torna possível configurar o interior da mala de variadíssimas formas. Todas possuem pontas em três dos lados revestidas em velcro pelo que as podemos dispor da forma que entendermos de maneira a aproveitar o espaço disponível ou a ajustar da forma mais correta o equipamento. 10_

Um dos problemas que não se consegue resolver facilmente com outros sacos (e, de igual modo, com a maioria das mochilas) reside na impossibilidade fisica de transportar grandes teleobjectivas. Refiro-me a objectivas volumosas de 600mm ou, mesmo sendo de menor distância focal, de abertura luminosa como é o caso das “grandes” 300 ou 400mm f/2.8. Na maioria dos sacos, acomodar uma teleobjetiva deste


género, implica retirar todos as divisórias e... ficar sem espaço para mais... mesmo para a câmara... Felizmente, esta mala simplifica o transporte desse tipo de teleobjetivas e ainda sobra muito espaço! (na imagem grande da pág.10 pode ver-se no canto superior direito uma Tamron 150-600mm - com cerca de 26cm de comprimento - e o espaço sobrante!) Este modelo Peli 1510 distingue-se doutras malas do mesmo fabricante pelo facto de mediante uma prática pega retráctil se transformar em “trolley”. As duas pegas ergonómicas (para transporte vertical ou horizontal) são de grandes dimensões e revestidas a borracha o que torna mais cómoda a sua utilização. No interior existem, contudo, pequenas zonas “mortas” que devem ser aproveitadas de acordo com o espaço livre que proporcionam. Refiro-me à zona das rodas e da pega do trolley cuja concavidade se reflete no interior da mala. Não obstante, não afetam a arrumação. Para aproveitar o espaço interior basta, por exemplo, colocar o lado de diâmetro mais estreito duma objectiva a coincidir com essa protuberância interna em vez do seu lado mais largo ou utilizar espaço para colocar acessórios, filtros...

Conclusão Uma excelente mala de transporte para material fotográfico. Pessoalmente acho que estas malas, além de servirem como meio de transporte, são também um bom meio de proteção e armazenamento em casa do dispendioso equipamento que lá guardámos! + • Isolamento • Robustez • Durabilidade • Facilidade de armazenamento e disposição do equipamento • Medidas estandardizadas para transporte aéreo como bagagem de mão • Peso • Rolamento barulhento e saltitante em pisos mais degradados

Obs: Em data posterior à elaboração deste artigo a marca lançou a nova gama de malas denominada de “Peli AIR” as quais, segundo o fabricante, são cerca de 40% mais leves que as da gama em apreço no presente artigo. Estas Malas PELI são (ainda) pouco conhecidas por cá. Para qualquer esclarecimentos adicionais ou compra nada melhor que procurar uma das Lojas oficiais de venda em Portugal. _11




B e r t i l

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W i e r e n

Bertil van Wieren é um fotógrafo profissional holandês nascido em 1966 e trabalha essencialmente para empresas, agências de publicidade, individualidades e artistas. O seu interesse centra-se nas pessoas. Pessoas com diferentes caracteres, culturas e características. Podem ser o director de uma grande empresa, um artista ou mesmo o homem da rua. O mais importante para si é conseguir mostrar as verdadeiras características de cada um na fotografia que faz e o seu segredo é colocar as pessoas totalmente à vontade. Sendo um fotógrafo apaixonado gosta que sejam eles a estabelecer as fronteiras. O local e a composição têm um papel decisivo mas a luz a própria edição final das imagens fazem sempre a diferença e isso é algo que Bertil gosta de levar aos limites para que se possa sempre suplantar a si próprio. A sua forma de fotografar e a utilização da luz são sempre diferentes. Por vezes usa “strobbes” e outras vezes fica-se pela luz do dia. É usual deixar levar-se pelo seu instinto para que as imagens revelem aquilo que ele vê. www.bertilvanwieren.nl



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F r a n c i s c o H u g u e n i n U h lf e ld e r

D up l a - E xpos i ç ã o Dupla-Exposição apresenta novas fotografias de Francisco Huguenin Uhlfelder - fotografias com dupla-exposição, onde o negativo fotográfico não avança na câmera e duas imagens são sobrepostas no mesmo fotograma. Ao assumir duas imagens num mesmo fotograma FHU cria, sem interferência digital, uma outra imagem. bio Francisco Huguenin Uhlfelder (Foz do Douro, 1952) é fotógrafo desde os 11 anos. Viveu em Salem, Colónia, Munique e Düsseldorf. Desde 2001 vive entre Lisboa e a Comporta. Com estas fotos de exposição dupla, Francisco Uhfelder não recupera somente a origem da fotografia, os truques das primeiras máquinas, recupera também um conceito importante em arte: o mistério.A arte nasce precisamente de não saber o que nos acontece, de não sabermos o que estamos a ver, se o que vemos é real ou uma ilusão dos sentidos. É na falha humana, entre o que se sabe e o que não se sabe, que a arte aparece. E não é apenas o fotógrafo que, no momento da concepção da fotografia, não sabe o que vai acontecer, nós observadores também não sabemos o que estamos a ver, depois da revelação, na exposição. E esta é a nossa condição humana na vida, a de não sabermos bem o que estamos a ver ou o que nos está a acontecer, a de não termos o domínio sobre nós e sobre as coisas. Isto é-nos mostrado de modo belo e privilegiado nesta exposição. por Paulo José Miranda Esta exposição esteve patente na Casa da Cultura, COMPORTA Portugal de 16 de Julho a 9 de Agosto

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André Boto, Nasceu em Lagos a 6 de Março de 1985, fez toda a sua infância em Silves . Em 2007 concluiu a Licenciatura em Artes Decorativas, na Escola Superior de Educação de Beja. Em 2008 completou o curso de Fotografia Avançada e Fotografia Conceptual (em 2009) na Oficina da Imagem, onde hoje é professor. Neste momento, reside na área de Lisboa e efectua maioritariamente trabalhos fotográficos na área de projectos criativos de autor, decoração, fotografia publicitária, arquitectura, interiores e industrial. Aos olhos do autor, a fotografia trata-se apenas de um meio de comunicação, um veículo para transportar ideias e/ou impulsos visuais. Assim, o objectivo é o de produzir imagens de grande impacto e força suficiente para despertar a atenção do leitor. Desde sempre com uma forte ligação às artes, as suas influências vêm do passado, de uma altura em que ainda não se dedicava à fotografia. Trabalhando com base no estilo Surrealista, M.C.Escher, Rene Magritte ou Salvador Dali começaram por ser as suas primeiras grandes fontes de inspiração. Em 2009, consegue o certificado QEP – Qualified European Photographer, na categoria de Fotografia Ilustrativa. Em 2010, torna-se o primeiro Master QEP português, e o mais jovem europeu a consegui-lo. Ainda em 2010, conquista o prémio de Fotógrafo Europeu do Ano de 2010, pela FEP - Federação Europeia de Fotógrafos Profissionais e é designado Embaixador do Ano Internacional da Juventude, sob a chancela das Nações Unidas. Ao todo, conta com cerca de 100 diferentes distinções na área da fotografia, nacional e internacionalmente. Realiza com frequência exposições individuais e colectivas e já foi orador em diversos eventos em Portugal e no estrangeiro. P r i n c i pa i s D i s t i n ç õ es • Segundo Certificado Master QEP - Com trabalho de fotografia de interiores, 2016 • Fotógrafo Europeu do Ano 2010, pela FEP – Federation of European Professional Photographers; • Master QEP – Master Qualified European Photographer (2010); • Embaixador do AIJ – Ano Internacional da Juventude, sob a chancela das Nações Unidas; • QEP em Retrato, (2010) QEP em Fotografia Ilustrativa (2009); • 5 Medalhas de ouro, 3 de prata e 1 de bronze no FEP – European Photographer of the Year 2010; • Projeto nomeado para mellhor trabalho fotográfico, na categoría de Artes Visuais, no Premio Autores 2010 SPA / RTP, Jan, 2010;

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Damir neceu em 1970 em Offenbach, Alemanha embora seja naturalizado Croata e vive em Zagreb desde 1975. Com uma licenciatura em engenharia mecânica obtida em 1996 começou a fazer fotografia ainda no liceu onde teve contacto com todas as técnica e segredos, quer da máquina fotográfica quer da câmara escura. Magia é pouco para descrever as experiências que fizeram com que a paixão pela fotografia crescesse em si. Muito cedo percebeu que a fotografia é muito mais que uma simples imagem, é acima de tudo o que uma imagem nos pode trazer ou dizer, o que uma imagem nos aporta, nos emociona. Uma imagem é um fragmento da realidade que pode desplotar saudade, desejo, alegria, ansiedade ou mesmo paz. É algo que nos acalma ou nos excita. A fotografia é, sem sombra de dúvidas, parte integrante da vida quatidiana de Damir Matijevic.

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N uno A na c l e t o P. O . V . P ré - pub l i c a ç ã o do l i vro P . O . V . numa ed i ç ã o A l ma l usa Nascido numa manhã fria no ano 1979, em Lisboa, terra de ninguém. Desde cedo ávido por ver, insaciável por sentir, e foi talvez por isso que encontrou numa antiga camera fotográfica, um veículo para traduzir o que vê e o que sente. Não nasceu fotógrafo, mas procurou sempre ao longo da sua vida, a melhor maneira de expressar a forma como entendia a arte. A fotografia vir –se- ia a revelar a mais completa e a que melhor maneira de traduzir a essência da sua alma. Apaixonado pela simplicidade clássica do preto e branco e por Lisboa, aprendeu com ela e com as suas gentes , com os seu prédios, com outros que partilham a mesma forma apaixonada de ver o mundo. Quis registar a forma particular como sente a vida e isso encontrou-o na fotografia. Para ver uma apresentação deste livro e/ou encomendar: https://issuu.com/almalusa.org

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E PO R TU G A L É CAMPEÃO EU R OPEU D E F UTE B O L 2016! Fechei a minha última crónica na véspera do jogo França- Portugal para o campeonato Europeu. Ainda na expectativa de que poderíamos ser campeões europeus de futebol! Afinal, ganhamos mesmo e com mérito! Graças a Deus e a todos os Santos, os adeptos do desporto rei e Portugal estão de parabéns. E merecidamente ficou o registo que será histórico nas páginas da nossa DP Arte Fotográfica. Feita esta descrição, gostava profundamente que fossemos campeões positivos em tantos campeonatos que fazemos só com negativos...O campeonato da fotografia, entrou em falência total por aberrante maldade dos seus jogadores... Os fotógrafos Profissionais, que vivem dela atiram regra geral para canto, ou para fora todo o jogo que lhes possa trazer vitórias, por profunda ignorância e continuada vaidade invejosa, conseguida através das novas ferramentas tecnológicas que põem mesmo os analfabetos a fazer profissão, basta o bater chapa e clik já está!...A partir daí, dá para jogar em todo o terreno... Sem balizas, nem parâmetros o campo é espaço aberto!.. No campeonato político penso que somos campeões da Europa na corrupção e verbalização das palavras mentirosas. Neste campeonato jogam todos os actores políticos, em todos os estádios europeus e mundiais. Quando atingimos um determinado degrau, às vezes dá para interrogar, como é possível, tantos a viver de tanto e milhões a viverem de nada!.. Mas estes, só reconhecem uma lei e regra: Ganhar, ganhar, mesmo que ganhar se tenha que definir por roubar... Sou profissional da fotografia com portefólio reconhecido por quantos anda hoje me procuram...Passei por vários estádios e por muitos campeonatos!.. Sempre com vitórias e derrotas, pois isto é o que faz a realidade das coisas.

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Porém quando fazemos o que gostamos com convicção sentimos o orgulho de pertencer a um núcleo da sociedade onde o registo do momento é sempre coisa única...Onde a criatividade é mágica e enriquecedora que forma contágio... Sinto com verdade ao fim destes anos e de várias reflexões alguma frustração advinda do facilitismo “convencido”, que tudo e todos somos iguais no que de facto nem sabemos nem podemos saber sem algum conhecimento...Escreveria sem parar e debateria com muita gente que pensa (e por certo bem) de maneira diferente. Mas isto não é um jornal, coisa que leio desde os doze anos!.. Estou a escrever esta crónica e em som de fundo a nossa rádio antena 1 vai dando as suas noticias e dizia agora mesmo que no campeonato dos professores se queixam que sentem a sua profissão pouco digna, esquecida e cada vez menos valorizada. Então penso: Se este pilar da sociedade se encontra amordaçado desta maneira onde se pode no futuro beber a cimentação mental do futuro das pessoas!? E então respondo-me a mim próprio dizendo: porque haverão os Profissionais da fotografia embrulhados no turbilhão dos milhões, onde cada um passou a “fotógrafo” a seu modo e reconhecido das mais disparatadas formas!... Valha-nos Deus (se existe!), porque enquanto os políticos gerais mundiais são magníficos “actores!” mas menos responsáveis humanos, num mundo global cruelmente ferido a cada instante. Como na fotografia é só “clicar” e logo se pode matar! Junto fotos que o nosso diretor escolherá, todas englobam mensagem e confirmam a vida...e um VIVA a FOTOGRAFIA! CONCLUO; Quimeras quem as não tem?! Mal do ser humano senão vive-se parte da vida de ilusão. Contudo há sempre, sempre, sonhos que embora “grátis”se podem tornar realidade e a partir deles construir-se sérios e reconfortantes projetos!.. Assim, a união faça a força do coletivo.... _ Celestino N. F .Santos


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P a u l o R o b e _ a r t i g o

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o p i n i ã o

u n t i t l e d “Tens que trabalhar no duro para que a sorte venha ter contigo” Tom Bissell. No mundo da fotografia de autor não basta ter talento, é preciso procurar as oportunidades onde elas estão. Isto significa que, ser-se “reconhecido” neste mercado, tem muito de qualidade do trabalho de cada um e também contactos junto do meio, adicionado a alguma sorte... Tom Bissell, autor de obras sobre criadores e criatividade, escreve no seu livro Magic Hours que a “sorte” joga um enorme papel no «reconhecimento» dos artistas actuais. Ou seja, a “sorte”, é um dos factores preponderantes na possibilidade de um criador (escritor, fotógrafo, pintor, etc.) poder cair nas “boas graças” do mercado, ou simplesmente mergulhar na obscuridade. Este aspecto liga-se como é evidente, com uma série mais vasta de aspectos fundamentais: self-promotion, gestão correcta da imagem pessoal, relações públicas e, claro, qualidade do trabalho. Desde há mais de uma década e meia que Maria Piscopo HYPERLINK “http:// www.mpiscopo.com/” http://www.mpiscopo.com/ escreveu um livro que considero fundamental para qualquer fotógrafo que pretenda viver da fotografia: The Photographer’s Guide to Marketing and Self-Promotion . Nesta obra (já na 4ªedição), Maria Piscopo (Los Angeles, CA, USA) – uma das mais reconhecidas coacher’s e marketeers para fotógrafos – descreve os passos fundamentais para o fotógrafo(a) poder ser bem-sucedido num mercado extraordinariamente competitivo. Muitos fotógrafos ou candidatos a fotógrafos, levados pela (natural) euforia da produção fotográfica, pensam que publicar numa revista, fazer uma campanha publicitária, ou estar representado por uma galeria é um processo “relativamente” simples. Na realidade, as envolventes que estão em causa são, maioritariamente 100_

relacionadas com o marketing pessoal, e muito pouco com os padrões “normais” da chamada qualidade fotográfica. A fotografia é uma disciplina ampla – talvez demasiado ampla – para se poder “aferir” no que é «bom» ou «mau». Se pensarmos na fotografia de autor (ou também conhecida como fotografia artística) veremos que os galeristas/art dealers, têm critérios que nos escapam. Toda a fotografia mais conceptual pode incluir-se aqui: que significa uma foto de um monte de lixo? Ou uma fotografia de uma árvore isolada de qualquer outo elemento? Ou uma foto de uma “risco” negro num fundo branco? Tudo isto pode representar muito, ou nada. Pode ser “ridiculamente” estúpido para nós, e extraordinariamente “artístico” ou inovador para o art dealer. Hoje, este é o mundo da arte. Não há volta a dar. O que importa é mostramos que o ”nosso” trabalho é válido – independentemente de essa aferição existir (ou não). Quem poderá julgar? Na minha opinião só existe uma possibilidade: o próprio “mercado”. São as pessoas que compram, que comentam, que promovem o nosso trabalho, que serão os nossos “representantes”. Junto da opinião pública e junto dos art dealers. _ Paulo Roberto


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t e x t o i m a g e m

“Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.”

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Cl a r i c e L i s p e c t o r J o rg e P i n t o G u e d e s

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