Arte Fotográfica#88

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#88|

JOSÉ CALHEIROS P O R T U G A L

HEINZ INNERHOFFER I T Á L I A

CRISTIANO BENTO A L E M A N H A / P O R T U G A L

HELLAG / HELENA LAGARTINHO P O R T U G A L

AGOSTINHO FERNANDES P O R T U G A L




© Jorge Pinti Guedes

S o

e t e u

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u e d e s t i n o

E eis que, quase quatro meses depois, a revista Arte Fotográfica volta a ser publicada. Agora, olhando para trás, vejo que, embora com algum fundamento, os meus receios que ela terminasse não faziam sentido. Se isso acontece é por um conjunto de factores: porque tem audiência e porque, por isso mesmo, há quem continue a apostar na sua permanência. É por isto mesmo que devo, humildemente, agradecer a todos os que prestam atenção à revista e à Claudia Biber, directora-geral da empresa Rodolfo Biber que teve a amabilidade e atenção de nos facultar a continuidade. É, por isso, com muito orgulho que apresentamos mais um conjunto de portefólios, entre autores nacionais e estrangeiros, e os usuais artigos de José Loureiro, Celestino Santos e Paulo Roberto, por ordem de “entrada em cena”. Esta revista, desde o nº 1, foi feita “com o pelo do cão”, como muito bem referiu um dos então sócios da editora. Isto quer dizer que sempre foi produzida com fraquíssimos recursos, mesmo quando estava nas bancas (até ao #25). Depois disso os recursos reduziram-se quase a zero mas isso não foi de todo impedimento para que se continuasse a publicar. Tenho plena consciência dos seus pontos fracos, dos seus “erros não forçados” e que podia ser muito melhor. Mas, como bem diz C.G. Jung na página 98 desta edição, não é imaginando “figuras de luz” que nos tornamos iluminados mas, isso sim, tornando-nos conscientes do nosso lado mais escuro. 4_

É assim que vamos buscar luz aquilo que teoricamente é a escuridão ou seja, tornamos o impossível possível. O resto que seja o que o destino quiser. Chamando também aqui Fernando Pessoa, fazemos há muito do seu dito o nosso mote: “Segue o teu destino, rega as tuas plantas, ama as tuas rosas. O resto é a sombra de árvores alheias”.

_ Jorge Pinto Guedes D i r e c t o r jorgepintoguedes@almalusa.org



capa

Beatriz Guedes por

A r t e F o t o g r á f i ca I n t e r n ac i o n a l

José Calheiros ano XIX número 88 abril 2017 ................................................................................................................... € 15,00 _ União Europeia € 18,00 _ Resto do Mundo ................................................................................................................... So ciedade Ges tor a R e v is ta Mindaffair, lda NI F : 509 462 928

e d i t o r i a l Jorge Pinto Guedes

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José Loureiro Photography

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p o r t f ó l i o s José Calheiros Heinz Innerhoffer Cristiano Bento Hellag / Helena Lagartinho Agostinho Fernandes

16 34 50 68 85

a r t i g o / Celestino Santos a r t i g o / Paulo Roberto imagem com palavras

98 100 102

b l o g

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Morada Avª de Itália, nº 375-A-1º 2765- 419 Monte Estoril • Portugal T l f / F ax : + 351 216 095 542 E - ma i l : blueray.jg@gmail.com ................................................................................................................... Direcção Geral Maria Rosa Pinto Guedes mrosa.br@gmail.com +351 969 990 442 Director Jorge Pinto Guedes jpg@mindaffair.net +351 936 728 449 S k y pe : jorgepintoguedes Arte & Design Marcelo Vaz Peixoto marcelo.vaz.p@gmail.com Tr ansl ations Pedro Sampaio psv@mindaffair.net ................................................................................................................... P er i o d i c i d a d e : Mensal R e g i s t o ER C n º 125381 Dep ó s i t o L eg a l n º 273786/08 ................................................................................................................... É proibida a reprodução total ou parcial de imagens ou textos inerentes a esta edição, sem a autorização expressa do Editor. As opiniões expressas nesta revista são da exclusiva responsabilidade dos seus autores e não têm que reflectir a opinião do editor.

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Fo t o g r a f i a N o c t u r n a c o m

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_ Nikon D800 + Tamron SP 45mm f/1.8 Di VC USD @ 15 seg., f/13, ISO 50 Estes últimos tempos tem servido para “matar saudades” e recuperar o gosto pela fotografia dalguns temas que não tenho feito com muita frequência... Um deles? Fotografia Noturna! Assim, num dos dias da passada semana, aproveitando os fins de tarde mais amenos que temos tido, decidi fazer um passeio noturno pela cidade do Porto. A ideia que me levou a fazer esta “saída” era a de testar a nova Tamron SP 45mm f/1.8 em meio citadino e captar, por isso, umas fotografias nas estreitas ruas da cidade, nomeadamente, nos acessos à zona ribeirinha... Todavia, como mais à frente explicarei, nada disso aconteceu...! Neste tipo de saídas é sempre bom contar com alguma companhia (por várias razões: segurança, ajuda no transporte do equipamento... Claro que tem de ser pessoa que goste de fotografia e que tenha consciência que este tipo de tema, por vezes, implica bastante dispêndio de tempo). Assim, convidei um amigo para esta sessão noturna.

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Chegados à cidade, “descarregamos” o carro e lá partimos nós, a pé, “carregados” com os sacos/mochila contendo as câmaras, as objetivas, os cabos disparadores... e os essenciais tripés na mão. Acabámos por optar pela travessia do tabuleiro superior da Ponte D. Luís I e ir diretos a um excelente “spot” que a cidade oposta à Invicta nos oferece e que permite uma visão soberba sobre o rio Douro e a zona ribeirinha do Porto: A vista a partir do Mosteiro Serra do Pilar (sito na cidade de Vila Nova de Gaia). Aí chegados, ainda cedo, ou melhor, ainda antes da chamada “Golden hour” (aqueles pequenos minutos que antecedem o pôr do sol e que permitem capturas já com a iluminação artificial noturna mas aproveitando, também, alguma da luz existente para colorir as fotografias) e que esperávamos, nada mais restou que desfrutar a paisagem e ir “dando duas de conversa”!

Nikon D800 + Tamron SP 45mm f/1.8 Di VC USD @ 25 seg., f/13, ISO 100 Durante a espera fomos, também, constatando a quantidade de turistas que visitavam e fotografavam o (e do) local, enquanto ocorria o gradual escurecimento do dia. Em todo o caso, com o céu parcialmente encoberto e a paisagem envolta por alguma neblina, esta não era a melhor altura para a captura de boas fotos diurnas, principalmente, ao “infinito”. Esta situação, inevitavelmente, por muito boa que seja a objetiva/câmara com que estamos a fotografar, provoca sempre alguma perda de detalhes do que está mais distante... Após o pôr do sol, o cenário muda de cores! Este segundo exemplo, captado, precisamente, na mesma localização da primeira fotografia que ilustra este artigo, apesar da alteração de sensibilidade ISO, já necessitou de mais tempo de exposição. Obviamente que na primeira também se poderia optar por utilizar o ISO 100 mas, reduzindo a sensibilidade para metade, conseguimos “compensar” a falta da utilização de filtros ND (a intenção reside em prolongar o tempo de exposição de modo a suavizar o movimento da água do rio). _9


Nikon D800 + Tamron SP 15-30mm f/2.8 Di VC USD @ 15mm, 15 seg., f/13, ISO 100 Bom, como disse no início, a altura era para fotografar com a “nova” 45mm, uma objetiva talhada para este trabalho face à isenção de distorções de linhas. No entanto, sabendo que tínhamos programado fotografar a zona ribeirinha vista a partir de Gaia, levei também comigo a Tamron SP 15-30mm f/2.8 Di VC USD. Uma objectiva que permite capturas de cenários englobando uma maior porção de cenário. Além disso, também, é excelente na maneira como consegue registar com detalhe os elementos distantes. É certo que, com este género de objetivas (Ultra-Grande angulares), teremos de contar com a “normal” fuga de linhas para o infinito. Enfim, traz-nos uma perspetiva diferente que, acaba por não ser arquitetonicamente a mais correta 10_


mas que compensa com a “quantidade” de cenário e perspetiva global que permitem registar. Ambas a objectivas utilizadas para captar as fotos (a Tamron SP 45mm f/1.8 e a Tamron SP 15-30mm f/2.8) são próprias para a utilização com o formato de sensor FX e preparadas, opticamente, para a utilização com câmaras de alta resolução de imagem. No caso, os 36Mp da Nikon D800, permitem ampliações enormes e quer uma, quer a outra, são brilhantes e estão à altura do desafio! Ampliadas para o tamanho real, nas fotografias ficou registado e é possível observar com detalhe todos os pormenores, mesmo os mais distantes!

Nikon D800 + Tamron SP 15-30mm f/2.8 Di VC USD @ 24mm, 13 seg., f/9, ISO 100 Caída a noite e registada que estava a paisagem urbana a partir da Serra do Pilar, era altura para pegar “nas trouxas” e seguir ruelas abaixo até ao Cais de Gaia. Vista daqui, a zona ribeirinha do Porto, ganha uma nova perspetiva. Deixamos a vista global (quase aérea) para passarmos a uma abordagem mais próxima e intimista.

Nikon D800 + Tamron SP 45mm f/1.8 Di VC USD @ 30 seg., f/10, ISO 100 Sem dúvida, as cores da iluminação desta parte da cidade são surreais! O rio fica “banhado” de cor! Aproveito, nesta altura, para dizer a quem gosta de fotografar cenários noturnos como este (caso utilizem o formato de gravação de ficheiros JPG), que devem ter um cuidado especial com a regulação do equilíbrio de

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brancos (WB) da câmara. Ou seja, deverão ter o cuidado de selecionar o modo “iluminação incandescente” ou regular manualmente o WB de modo a “arrefecer” a luz (regular para cerca de 2500 ~ 3000º K). Caso contrário, as imagens tenderão a ficar com um tom excessivamente “amarelado” o que as torna desagradáveis e de difícil leitura. Este, é um dos erros mais comuns observados nas fotografia que por aí vemos publicadas na Web apesar de ser de tão fácil resolução... Caso fotografem em “RAW” não terão, de todo, de se preocupar com isso pois, em posterior edição, escolherão a temperatura de cor adequada. Aliás, não só por isso mas, principalmente, pela grande diferença de valores de exposição existentes neste tipo de cenário (entre sombras e altas luzes), esta é uma das alturas em que devemos, sempre que possível, fotografar em “RAW”. Ponto! Isso fará toda a diferença na posterior edição das imagens, nomeadamente, na recuperação e equilíbrio entre as altas luzes e sombras.

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Nikon D800 + Tamron SP 15-30mm f/2.8 Di VC USD @ 30mm, 13 seg., f/9, ISO 100 Já que estamos a falar de “erros”, relembro outro (que, mesmo sabendo disso, por esquecimento, me aconteceu nesta sessão de fotografias e me obrigou a repetir uma ou duas fotografias) e que tem a ver com os sistemas de estabilização das objectivas. Se estivermos a efetuar capturas, deste género, com a câmara fixa no tripé, com a utilização de espelho levantado, cabo disparador... não faz sentido ter o sistema de estabilização das objectivas ativo! Aliás o que vai acontecer, no caso de não o desligarmos, é que vamos ficar com fotos tremidas! De igual modo, sempre que observo alguém a fotografar em tripé, comummente verifico que pouco são aqueles que tapam o óculo do visor da câmara... E pronto, cá ficou o relato de como passar uma agradável noite a fotografar com algumas “dicas” à mistura para aqueles que nunca o fizeram, quem sabe, experimentarem nos dias mais dias quentes que por aí vem!

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J o sé

C alh e ir o s

bio Arquitecto de profissão Desde sempre envolto em fotografia Quer através da reportagem durante seis anos na revista Motor Quer em trabalhos de investigação pessoal no âmbito de street e da cidade Quer em editoriais para revistas, book’s para modelos, sessões de estúdio Três livros publicados, uma colaboração numa colectânea, um livro ADVERTISING sobre os contrastes positivos e negativos da publicidade nas cidades e outro GHOSTS sobre a existência de fantasmas nas cidades Um quarto em elaboração … www.jacac.deviantart.com www.facebook.com/jose.calheirosfotografia Uma colectânea de trabalhos em estúdio Diferentes modelos diferentes desafios Cada rosto/corpo com a sua especificidade Brincar com a luz A pureza dos brancos e o mistério dos cinzas Brincar com as poses Eternizar as expressões Sessões realizadas no Estúdio “Fine Art Pro” no Centro de Fotografia “Clicsboa” w w w . m e e t u p . c o m / c l i c s b o a / p a g e s / CE N TRO _ D E _ F OTO G R A F I A / M odelos Beatriz Guedes Catarina Correia Ângela Machado Margarida Pelicano Carla Amieiro Ana de Carvalho

m o d e lo : B e at r i z G u e d e s



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J o sĂŠ

C alh e ir o s

m o d e lo : B e at r i z G u e d e s

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C alh e ir o s

m o d e lo : B e at r i z G u e d e s

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C alh e ir o s

m o d e l o : An a d e C a r v a l h o

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C alh e ir o s

m o d e l o : Ang e l a M a c h a d o

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C alh e ir o s

modelo: Margarida Pelicano

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C alh e ir o s

m o d e lo : C ata r i n a Co r r e i a

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J o sĂŠ

C alh e ir o s

modelo: Carla Amieiro

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H e in z

I nn e rh o f e r

L u n a P ar k bio Heinz Innerhofer, fotógrafo italiano, estudou na „Zelig School for Documentary Films“, em Bozen, após o que trabalhou no estrangeiro como assistente de câmara para vários documentários para os canais de televisão ORF, SRF, ZDF e RAI, isto antes de voltar ao Sul do Tirol onde fez um curso de 3 anos de encadernador de livros. Por coincidência mais deslocou-se a Munique e por lá ficou alguns anos como assistente de fotografia. Deu início ao seu trabalho como fotógrafo independente e designer gráfico em 2001 e em 2010 completou com distinção um curso de 5 semestres de Fotografia Artística e Representativa na„ Prager Fotoschule“, na Austria. Hoje em dia vive e trabalha como fotógrafo freelance em St.Lorenzen, no Sul do Tirol.



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C ris t ian o

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A s cores da Natureza Publicado no passado mês de Março pela Almalusa/ Mindaffair o livro de Cristiano Bento representa com enorme qualidade o olhar e a perspectiva de um fotógrafo amador que tudo daria por dedicar o resto da sua vida a viajar e a captar paisagens. Aqui recuperamos algumas das belíssimas imagens desta obra.

bio Cristiano Rocha Bento nasceu em 30 de Março de 1980 em Munique, na Alemanha. Com apenas 1 ano de idade regressa a Portugal com os pais e aos 14 anos volta para a Alemanha onde vive actualmente. Casado e pai de um filho, gosta de passear pela natureza juntamente com a família. A paixão pela fotografia foi desde pequeno mas só começou a fotografar em 2010 com uma camara Pentax DSLR. Actualmente utiliza duas camaras Sony, uma APSC e uma “Full-Frame”. Cristiano foi evoluindo e a paixão pela fotografia de Paisagem foi crescendo, sempre acompanhado com música ambiente que permite desligar de tudo à sua volta e concentrar-se no que lhe interessa. Fotografar para ele não é só um passatempo; é também o momento de sentir a natureza, relaxar e desligar do stress do dia-a- dia. Levanta-se muitas vezes cedo para seguir viagem para os lagos junto às montanhas e apanhar (registar) o melhor momento ao nascer do Sol, quando a natureza começa a sorrir e a reflectir nas águas geladas da Baviera. De férias em Portugal Cristiano anda sempre com a máquina fotográfica atras dele para não perder nenhum momento.

B e arb e i t e t



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Frozen

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B i o t o p Un t e rschl e issh e im

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H E L L A G / H e l e na L agar t inh o

L et ’ s P la y D olls “Apenas uma enfermeira seduzida por fotografia” bio HelLag (Helena Lagartinho) nasceu no Monte-Estoril em Março de 1959. Enfermeira de profissão, aprendiz de fotografia Costuma dizer que deixa muita coisa para amanhã mas o amanhã pode nunca chegar...por isso, aos 50 anos de idade, decidiu dedicar mais tempo ao tempo que a fotografia merece. Teve o privilégio em contribuir com as suas fotos em dois livros de poemas; “Beijos de Bicos”,e “Retratos de Rimas Soltas”. A gradecime n tos Agradecimento especial a Jorge Pinto Guedes pela cortesia no convite em participar nesta revista #88, um número particularmente bonito e que deve ser perpetuado no tempo.



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A g o s t inh o

F e rnan d e s

C aptar a L uz bio Agostinho Fernandes nasceu em 30 de Abril de 1983, fotógrafo amador, amante da natureza e do que mais belo ela nos proporciona. Gosta de todos os géneros fotográficos, mas em especial de fotografia de paisagem. Autodidacta, começou a fotografar em 2009, quando o seu irmão mais velho, Emanuel Fernandes, o incentivou para a fotografia, passatempo que ambos passaram a partilhar sendo, desde então, companheiros inseparáveis nos muitos passeios para fotografar. Agostinho Fernandes / Ohnitsoga Photography

A N EED F O R ( l o w ) S P EED

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A rrabi d a N O B las t

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F e rnan d e s

A rrabi d a

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B las t t h e B u n k e r !

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F e rnan d e s

B o ar d

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C ab o e spich e l

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A g o s t inh o

F e rnan d e s

C al o p t e r y x ha e m o rrh o i d alis

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C r y s ta F o g

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Dis k J o k e y

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G r e e n V e lv e t

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F e rnan d e s

Hot center

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T u rb o d o Z e z inha

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F e rnan d e s

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M o u risca H o t

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A g o s t inh o

F e rnan d e s

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c e l e s t i n o s a n t o _ ar t ig o

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o pini ã o

AFI N AL A FO T O G RAFIA N Ã O MORRE U . . . M UDOU APENAS COM O E M B A TE D A S N O V A S TE C N O L O G I A S ! A chama fotográfica continua acesa e muito viva. Nunca tantos fizeram tantos “cliks”, mas, deste turbilhão irão ficar os que sabem, os que querem ser diferentes e serem fotógrafos de profissão validada e reconhecida, pelos que procuram os Profissionais. Os valores novos estão a acordar e a levantar e mostrar as suas aptidões quer técnicas quer criativas, num bom sinal dos tempos, com estilos próprios e diferenciados, das “clonagens”que por aí se fazem e onde pouco se tem aprendido. As lideranças associativas, agigantam-se cheias de conhecimentos gerais e sentido aglutinador. E eu, continuo a ACREDITAR, que é possível tornar sonhos em realidades.

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Há poucos anos atrás, o saudoso Carlos Pinto Coelho, dizia num dos nossos seminários, nas Caldas da Rainha: Em termos humorísticos, que a nossa profissão seria reconhecida mas já não no nosso tempo...Dizia, ainda, que o Cavaco, o Putim e o Obama, tinham telefonado a Deus e ele tinha dito que sim, mas já só noutro tempo...(é verdade já não é no tempo do Carlos, ele só poderá agora interceder por nós lá bem no lugar onde esteja...! Mas, eu acredito na Esperança e no Distino.. O querer tem muita força! Aconteceu o 21º Seminário e 12º Salão de Expositores de Fotografia e Video, 12 Conferências, 3 Workshops e 40 Expositores, no Europarque Sta. Maria da Feira de 11 a 14 de março de 2017. Sobe a liderança, do jovem talentoso, Fotógrafo e Presidente da APPImagem, Rui Teixeira. Apresentamo-nos como bicampeões do Mundo em fotografia. Somos muito pequenos enquanto País, mas muito grandes..., deixamos para trás países muito poderosos, como Japão e América e fotógrafos reconhecidos de 27 Países. Naquele espaço, viveram-se grandes emoções, viu-se o filme do anúncio da vitória com o nosso Presidente no Japão a receber o troféu e a apoteose no Aeroporto Sá Carneiro à chegada. O selecionador/presidente, Rui Teixeira, julgo que bem mereceu toda esta euforia, que nos Orgulha e, motiva a pensarmos que objetivos maiores, tal como a dignificação dos Profissionais da Imagem e, toda uma certificação que valide a todos não só os conhecimentos técnicos como as responsabilidades direitos e deveres. Acredito que temos ao leme a liderança de uma forte equipa apostada e com entendimento profundo que o Profissional da Imagem é muito mais que um simples sujeito que “bate chapa”, São Mulheres e Homens, Artistas de Obras Fotográficas e Videográficas, que não são alcançadas pelos “simples curiosos autodidatas”. A tecnologia faz milagres...? mas não tem mãos, olhos e imaginação...! Atrevo-me nesta crónica a dirigir uma mensagem /pedido ao prof. Marcelo Rebelo de Sousa, meu estimado presidente da República , Senhor Presidente, hoje as redes sociais falam do Muito Bom e muito mais, do mau em quase tudo.... Felizmente que houve reportagem nas nossas televisões, por isso já nos foi dada alguma dimensão, mas senhor Presidente somos bicampeões do mundo em fotografia, uma Arte, cheia da Cultura que lhe é tão cara... Acontecimento único


pela primeira vez no nosso País que como “embaixadores” desta área elevamos a bandeira Nacional ao mais alto mastro...Só peço que caso lhe cheguem estas humildes palavras nos dê uma palavrinha de Esperança! E um afeto à Marcelo!!! Portugal nunca teve uma nata colectiva tão bem preparada, mesmo a nível académico como esta que enchem auditórios em seminários com alegria e outras perspetivas mais visionárias. Dominam as linguas dos vários oradores estrangeiros. ,intervêm com vigor e mostram trabalhos e Obras em qualificações dignos da seleção que muitos representam e, onde outros serão atraídos. Muito aconteceu naqueles dias, Apresentações, representações, exposições, mostras das novas tecnologias, diversão, homenagens muito merecidas, distinções que também devem ser dadas para serem referências vivas, enfim... e em síntese, foi tudo sempre um envolvimento constante. Por tudo quanto atrás registo deixo aqui o meu lamento critico ao sentido quase “rivalista” que o sul dá a estes acontecimentos. Cada um sabe de si, mas eu sou “veterano” nestas andanças e já corri nestes eventos o País todo desde Viana até ao Algarve/Vilamoura. Tenho muita pena que continue a haver esta divisão Norte/Sul. É inqietante esta forma de pensar. Que se passa com muitos da minha

geração!? Sabem tudo!?... Ganharam muito e não sabem partilhar!? Trocar experiências não paga impostos!.. Alguns que lá não estavam eu sei onde estão...Partirão para outra missão...mas esses tem lá sempre o seu lugar marcado... Outros.... eu sei... como estamos economicamente... Mas outros e conheço quase todos? Mas aqueles que se arrogam de bons e desprezam este contágio incontável de de cenas, pensamentos, novas visões, mentalidades, e até mesmo as incomparáveis formas de sentir de alguns estrangeiros que pensam que estão certos mas se tornam presas de reflexão e apreensão?!...A bem caso para afirmar com inquietação que a “Sul nada de novo!...” Esta crónica de opinião, dedicada totalmente á APPImagem, é também o reconhecimento do diretor deste projeto o Jorge Guedes, que sempre através de mim, deu o espaço ao serviço da Arte Fotográfica e dos Profissionais da Imagem. Deixo expresso o Reconhecimento associativo, enquanto “embaixador” desta verdadeira causa. _ Celestino N. F .Santos _99


P a u l o R o b e _ ar t ig o

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o pini ã o

Poderemos estar a assistir ao fim de um ciclo no que às máquinas fotográficas “mais profissionais” diz respeito? Pessoalmente, não acredito. Recentemente, com o advento extraordinário das cameras sem espelhos (mirrorless) segmento que mais avanço tecnológico tem registado também se colocou a dúvida no “universo” profissional: vamos assistir ao desaparecimento das cameras DSLR num prazo não muito longínquo? Desde que alguns “problemas” nas cameras sem espelhos foram resolvidos (qualidade-definição do visor, focagem rápida, sensor APSC de alta definição, etc.), muitos colegas profissionais me disseram que não sabiam se valia a pena andar carregado com uma camera enorme, pesada e “invasiva”, quando comparada com uma espécie de mini-máquina que – no final – fornece ficheiros de extraordinária qualidade, equivalentes ao da grande maioria dos equipamentos profissionais reflex. Penso que existem outros “factores” que influenciam um fotógrafo que pretende trabalhar num meio profissional. A robustez e um visor optico de uma DSLR são aspectos que levam um profissional das áreas da publicidade, moda, corporate ou social, a confiar neste tipo de cameras como máquina principal. Claro que cada vez mais as APSC/hibridas são usadas como máquina secundária, execpcional ferramenta para captar as cenas mais espontâneas de um casamento, retratos em estúdio, snap-shots com modelos, ou como making of.

A s m á q u inas f o t o gr á ficas v ã o d e sapar e c e r ? Com o incrível aumento da qualidade e tecnologia fotográfica dos smartphones, muitos fotógrafos profissionais perguntam se vale a pena trabalhar com máquinas DSLR. Tim Sullivan, um dos 30 mais promissores fotógrafos de casamentos nos Estados Unidos, escreve num recente artigo, que usa com frequência o smartphone no seu trabalho comercial. Sullivan, descreve no seu artigo que não consegue distinguir a qualidade de algumas imagens produzidas na sua DSLR ou no seu smartphone. No entanto, o fotógrafo acaba por reconhecer que alguns pontos fracos do telefone são suficientes para deixar tanta responsabilidade no telefone…reconhece que algumas cenas de making of e instantâneos resultam bem, mas só isso. 100_

Na realidade, não interessa muito que “tipo” de máquina se usa, desde que se saiba e conheça a utilização final das nossas fotos. Se vamos fotografar essencialmente para uso na net, então o tamanho do sensor interessa pouco. Mas se vamos trabalhar numa campanha publicitária para outdoors, já teremos que, normalmente, pensar “grande” (full frame, ou médio formato digital). Grandes fotógrafos de moda e publicidade como Terry Richardson ou Helmut Newton usavam nas suas campanhas máquinas compactas, a par das grandes cameras DSLR ou médio formato. Por isso temos que usar aqui um lugar-comum: «não conta que máquina se usa, conta quem está por detrás dessa máquina». _ Paulo Roberto


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t e x t o i m a g e m

Não existe tomada de consciência sem dor. As pessoas tudo farão, por muito absurdo que seja, para evitarem enfrentar a sua própria alma. Um indivíduo não se torna iluminado por imaginar figuras de luz mas, isso sim, por transformar a escuridão em consciência. _ Carl Gustav Jung (1875- 1961)

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C arl G u s t av J u ng J o rg e P in t o G u e d e s

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