A Lente e a Escrita • Ana Maria Cortinhas •
Colecção :: Fotografia e Arte Lusitana :: Vol. XX
Editora Almalusa / Mindaffair Lda Coordenação Editorial José Godinho Direcção Editorial Jorge Pinto Guedes Produção Mindaffair Lda Design marcvaz.com
A Lente e a Escrita Ana Maria Cortinhas
Colecção Fotografia e Arte Lusitana Vol. XX Data de Publicação Julho 2017
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Foto de capa: Viajando....
Prefácio Antes de mais, quero agradecer a todos os que me apoiaram e em especial ao meu amigo José Godinho, pelo incentivo e pela realização deste projeto. Nele, vou partilhar registos através da minha lente, vestindo-os com a paixão que a escrita me proporciona. São as palavras que me seduzem e o brincar com elas vai fantasiando a minha essência e colorir a atração que sinto pelas duas (a lente e a escrita). Esta viagem de olhares captados pela câmara, permite-me complementar com uma roupagem textual as minhas fotos, e a enriquecer, cada vez mais, os meus horizontes, os meus sonhos, e vivê-los com intensidade, porque não há momentos iguais, mas posso imortalizá-los pela sensibilidade e pela serenidade que eles me transmitem, levando-me a partilhá-los com vocês. Estes são apenas a visão de alguns dos meus trabalhos. Por tudo o que consegui e por tudo o que sou, sinto-me especial. E como diria Nicholas Spark no livro Uma Viagem Espiritual de Billy Mills. “Se sou assim tão especial, posso, seguramente, sorrir com orgulho pela pessoa que sou. O meu lugar na história está assegurado porque ninguém será como eu. Apenas eu.”
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Desenho-te... Procuro-te no desenho que inventei e pinto-te no recorte que te imaginei. O branco é a tua parte em mim! Quero-te no meu silêncio de cor, quero-te nos meus desejos, porque afinal tu és.......aquele pedaço de mim e o abraço que me prometes todas as noites!..
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Enigma... É o perfume dos teus beijos que os meus lábios bebem dos teus. Perco-me nos caminhos que me deliciam o sentir e vibro com o teu beijo quente e perfumado, nos meus lábios sensuais. Ès o meu desejo e juntos, seremos poesia de amor no tempo mais que perfeito, de um verbo que se agita em nós. Quero a fragrância do teu perfume em mim, quando me abraças...
Fui apanhado... “ Sou Irlandês! Pela primeira vez em Portugal e extasiado a fotografar esta belíssima cidade que tanto adorei , eis que fui apanhado por uma fotógrafa portuguesa, que rendida aos encantos da sua cidade, não deixou de registar o belo momento da minha descontração. Depois deste flagra pediu autorização, seguiu-se um gostoso café, uma fantástica conversa e uma belíssima amizade que ficou no cantinho do meu coração, pelo carinho que me foi proporcionado nesta partilha!” Palavras com que este amigo me presenteou depois de eu o ter apanhado a fotografar um cantinho da minha cidade!!! Muitos beijinhos Liam e... volte sempre!
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Inspiração... Palavras, rasgadas, sentidas, feridas… Palavras que sangram nos lábios cor de cereja, e bebem momentos de solidão, em copos de cristal, abandonados. O desejo é mais forte, mas a razão…. vem servida num semi frio de sentimentos calados, que ocultam a nuvem de lágrimas que chega, e mergulha num labirinto de odores perfumados, na envolvência do querer...
Linhas... Linhas e entrelinhas, tudo tem o seu encanto! E é nas linhas que as entrelinhas se encontram como se não houvesse amanhã. Mas há! Elas não se dão conta mas a união entre elas é um elo que não se consegue evitar. A ligação que têem é uma ligação de amor, de fascínio, de raiva...... depende de quem as desenha!
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Miroir d’eau... Espelho de água em Bordéus Le Miroir d’eau Desde 2006, Bordéus conta com o espelho de água maior do mundo (3 450 m2). Situado em frente à Place de la Bourse, esta espectacular obra alterna os efeitos extraordinários de espelho e neblina. As metamorfoses regulares de 2cm de água sobre uma gigantesca laje de granito transformam o lugar, mágico, numa cena permanente de jogos para os mais pequenos, de ambiente romântico para os enamorados, e um passeio refrescante nos dias quentes para andar com os pés na água. Lugar mais fotografado de Bordéus, entre a Garonne e as fachadas do século XVIII, o Espelho de Água faz parte do Património Mundial contemporâneo. De tempos em tempos o espelho de ’água se enche e esvazia, e se transforma em nuvens de vapor de água.
Sou...
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Sou um pedaço de mau caminho! Sou livre! Dispo-me de preconceito e sorrio para a vida. A vida é feita daquilo que lhe damos, é o nosso álbum de apresentação no colorido de uma partilha única que não tem segunda oportunidade. É intensa, e se lhe dermos um pouquinho de amor, ela sobreviverá.
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Trilhos... Trazes nas veias murmúrios inacabados, rasgados, inocentes... No toque da tua fragilidade, eu existo em sussurros alternados. Chamo por ti, mas o eco do silêncio é a única resposta que tens para mim...
E agora? ... Todos os sonhos se esconderam contigo e levaram os instantes transparentes que cada memória me traz... Momentos tatuados em mim, ficaram na emoção do meu sentir, e nos desenhos do meu corpo contra o teu, numa louca fúria de paixão... E agora? Quem verá o pôr-do-sol comigo?
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Encontro... Olho o horizonte. Estou só.É para lá que quero ir.Irei embalada pelo vento, e chegarei até ti, onde me esperas com desejos de malicia e sorrisos perfumados. Espera-me! Caminharei até ti no pensamento perfeito, e no abraço colorido que tenho para ti, perder-me-ei na melodia que me esgota os sentidos...
Finalmente... Na frescura dos teus lรกbios procuro os beijos molhados que me prometeste...
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Janelas da Ribeira Janelas da ribeira apreciam a subida e descida deste rio e contam histórias de memórias passadas, num vaivém de rabelos, desfilando nesta passadeira tão única, tão viva e num recorte colorido entre casas e o rio, abrem os braços a esta linda cidade do Porto.
Pedaços de mim. E porque estou aqui, através da minha lente, quero correr atrás do meu sonho, quero fantasiar o meu tempo em acrobacias do momento, e quero deixar em cada olhar meu, os detalhes que serão desenhados em ti... e para ti!
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Porquê o sim, porquê o não?... Porquê o sim? Porquê o não? Palavras simples de carácter forte, capazes de alterar o rumo de muitas coisas. Palavras determinantes que muitas vezes nos levam ao arrependimento. Palavras fortes, significativas e radicais. Contraste entre o doce e o azedo. Na decisão, apenas uma palavra: sim ou não?
O meu sorrir. “Hoje quero sentir o Mundo.Quero ser apenas uma flor, respirar todo o perfume que me seduz, e quero distribuir sorrisos para todos. Hoje vesti-me de cor e quero ser apenas admirada pela minha essência. Quero que passem e que o meu perfume fique em vocês para que se lembrem que um dia me conheceram.”
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Nostalgia... E porque hoje me levantei cinzenta, hoje não quero abraços, não quero beijos, não quero sorrisos... hoje não quero ser feliz! Todo o carinho que fui juntando em floquinhos de algodão, estão aqui todos para ti, bem juntinho ao coração, para quando me levantar mais colorida. E porque há dias assim...
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• Ana Cortinhas • Ana Cortinhas. Nasceu em 1956 no Porto, tendo vivido a infância e adolescência na Foz do Douro. Estudou na Escola Comercial Clara de Resende, concluindo o Curso Geral do Comércio, e entrando logo no mercado de trabalho. Entrou num casamento, muito jovem, mas que ao fim de 22 anos acaba. Volta a sorrir para o amor e casa-se pela segunda vez e vive a sua grande paixão, junto ao grande amor da sua vida. Junto a este amor, redescobre o gosto pela escrita e vai aperfeiçoando os seus poemas, partilhando com o papel as emoções e os sentimentos. Ao lado deste homem, descobre também o gosto pela fotografia. Infelizmente, a morte vem buscar o seu amor. O golpe é duro demais e Ana fica sozinha até hoje e a escrita é a sua companhia. Encontrou na fotografia e nos textos, o seu ponto de fuga. Nos textos encontra-se a fragilidade e a inquietude , nas fotos a arte de exprimir a sensibilidade em pequenos nadas. As fotos e os textos que escreve, são o seu maior tesouro. Quase em todos os textos, as palavras são para uma pessoa especial…