"Paixão por África", de Licínia Machado

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Paixão por África

LicíniaMachado


Título

Paixão por África

Autor

Licínia Machado

Editora

Mindaffair Lda

Direção e Coordenação Editorial Jorge Pinto Guedes

Produção

Mindaffair Lda

Design

marcvaz.com

Data de Publicação Novembro 2017 • www.issuu.com/almalusa.org © Copyright. Todos os Direitos Reservados



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Um dia descobri Africa e apaixonei-me. Apaixonei-me pelas cores, pela luz e cheiros, pelas paisagens arrebatadoras e pela diversidade da sua fauna. Pelo cheiro da terra molhada pelo cacimbo, nas madrugadas em que me levanto ainda de noite para ver o sol a nascer numa explosão de tons amarelos, laranjas e vermelhos. Pelo cheiro de terra quente, quando ao fim do dia saio para fotografar nas últimas horas que antecedem o pôr do sol intenso e rápido tão característico de Africa. Apaixonei-me pelas savanas a perder de vista e pelas montanhas grandiosas. Deixei-me seduzir pela sua fauna tão diversa, desde o mais pequeno antílope ao majestoso Elefante. Paixão por Africa 7


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Cabra-de-leque Antidorcas marsupialis

Oryx Oryx gazella 27


Lechwe Kobus leche 36


Red hartebeest A. caama

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Impala Aepyceros melampus 39


Matar a sede é um exercício complexo e stressante para as Girafas, dada a sua constituição, por ficarem expostas ao perigo, pois torna-se difícil voltarem a posição inicial rapidamente para poderem fugir de algum predador. Quando se aproximam da agua fazem-no cautelosamente, observando bem tudo o que as rodeia, antes de se colocarem naquela posição tão característica da sua espécie. Curioso é também o movimento final do seu pescoço: quando terminam de beber fazem sempre um movimento em “S”. 44


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Aquilo que inicialmente parecia um animal morto ou ferido prostrado no chão, acabou por se revelar, depois de me aproximar cautelosamente, uma cria de girafa acabada de nascer. Com o pêlo ainda molhado e sem força para levantar a cabeça olhava para mim com os seus grandes olhos escuros, enquanto os pais inquietos andavam de um lado para o outro, apenas a uns metros de distancia. Ao fim de algum tempo começou a mexer o pescoço e depois de varias tentativas conseguiu levanta-lo durante uns momentos antes de se cansar e de voltar a posição em que a tinha encontrado. Tirei algumas fotos e afastei-me para não inquietar ainda mais os pais. Na altura eu estava grávida da minha filha e este encontro teve um significado muito especial para mim... 48


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A luta de Girafas, ou “necking” como é conhecida, é um espectáculo impressionante. Os machos utilizam os seus longos pescoços como armas para lutarem entre si, descrevendo um arco e embatendo com a cabeça no adversário. A força do impacto depende da amplitude do arco e do tamanho da cabeça. Os movimentos dos seus pescoços a ondularem como juncos ao vento parecem ser em câmara lenta, mas é no momento do embate das cabeças que se tem noção que aquilo que parece uma dança é uma luta violenta. O som do impacto é arrepiante, como se fossem dois troncos a baterem um no outro! E tudo se repete uma e outra vez, até que no final haja um vencedor. 52


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Durante um safari a pé deparamo-nos com um grupo de rinocerontes brancos. Embora tenhamos ficado imoveis os animais pressentiram-nos começando a farejar o ar. Os rinocerontes têm uma visão muito reduzidas tendo, no entanto, uma audição e um faro extremamente apurados. Imediatamente os quatro juntaram-se, com os traseiros encostados uns aos outros cobrindo todos os ângulos à sua volta. O vento mudou e levou o nosso cheiro para longe do grupo que rapidamente entrou no mato cerrado e desapareceu procurando abrigo numa zona menos exposta.

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Abutre de rabadilha branca Gyps africanus

Ă guia rapace Aquila rapax 147


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Mocho perlado Glaucidium perlatum

Turaco de Crista Violeta Tauraco porphyrealophus 149


Beija flor de colar Hedydipna collaris

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Rolieiro de peito lilรกs Coracias caudatus 157


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Licínia Machado nasceu em Abrantes em 1971. Desde muito cedo que descobriu a sua paixão por fotografia, autodidata, especializou-se em fotografia de animais. Tripulante de cabine desde 1991 encontrou no continente africano o sonho de qualquer fotógrafo de vida selvagem. Entre viagens de serviço e períodos de férias passou mais de 600 dias nos últimos 12 anos a fotografar fauna africana em países como Africa do Sul, Moçambique, Suazilândia, Namíbia, Zâmbia, Zimbábue, Tanzânia e Botswana.


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