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Mostrarmos os nossos sonhos é um sonho em si mesmo 4
Assim reza o anúncio que fizemos para as festas natalícias de 2017 porque essa é a base do nosso trabalho diário: fazer com que os fotógrafos possam mostrar os seus sonhos de forma impressa e duradoura, quer nas dezenas de livros que publicamos quer nesta revista que vai paulatinamente a caminho da edição nº 100. Para qualquer um que se dedica a captar imagens o seu objectivo é sempre o de poder dar aos outros aquilo que fez. Este gesto ou atitude carrega em si duas das premissas mais importantes da humanidade: a primeira é o facto incontornável que só temos, verdadeiramente, aquilo que damos e a outra é a de que o que o ser humano pode (e deve) fazer de mais importante neste mundo é deixar a sua marca. Dito isto está quase tudo dito. Fica, porém, registada a alegria de um novo conceito gráfico desta revista, fruto da imaginação e desassossego do nosso designer-chefe, Marcelo Vaz e os agradecimentos ao nosso amigo, fotógrafo e designer Romildo Souza por ter sido o co- editor deste número, inaugurando o novo formato e conceito juntamente com os seus convidados. Por fim desejo que 2018 possa ser um ano de muitas ideias, projectos e criatividade para todos aqueles que através da fotografia sentem necessidade de dar e receber. Um abraço,
/ Rodoviária / Romildo Souza A n o X X • E d i ç ã o # 9 3 • J a n e i r o 2 018 Periodicidade: Mensal Registo ERC nº 125381 Depósito Legal nº 273786/08 S o c i e d a d e
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Entidade: Mindaffair, lda NIF: 509 462 928 Morada: Avª de Itália, nº 375-A-1º CEP: 2765- 419 Monte Estoril, Portugal Tlf Fax: + 351 216 095 542 Email: blueray.jg@gmail.com 6
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Direcção Geral Maria Rosa Pinto Guedes mrosa.br@gmail.com +351 969 990 442 Director Jorge Pinto Guedes jpg@mindaffair.eu +351 936 728 449 Skype: jorgepintoguedes 4 8 10 30 46 62 86 98 100 102
editorial / de Jorge Pinto Guedes portfólios / introdução Alexandre Perotto Luciano Crisp Pedro Lex Romildo Souza Thiago Resende artigo / de Celestino Santos artigo / de Paulo Roberto imagem com palavras
Arte & Design Marc Vaz marc@marcvaz.com +351 927 744 527
É proibida a reprodução total ou parcial de imagens ou textos inerentes a esta edição, sem a autorização expressa do Editor. As opiniões expressas nesta revista são da exclusiva responsabilidade dos seus autores e não têm que reflectir a opinião do editor.
Esta edição é dedicada a alguns fotógrafos brasileiros de eleição, convidados pelo co- editor deste número, Romildo Souza, também presente com um portefólio. J . P . G .
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Alexandre Perotto Luciano Crisp Pedro Lex Romildo Souza Thiago Resende
A L E X A N D R E
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bio Alexandre Perotto tem 34 anos,é autodidata e artista visual, fotógrafo, diretor de arte e compositor. Trabalha e mora em Brasília. Oseu trabalho é inspirado por sua vida, memórias, o mundo real e surreal. As suas artes e fotografias já estiveram presentes em publicidade, revistas, calendários, decorações de ambientes, capas de discos e expostas em galerias de arte.
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bio Luciano Crisp, publicitário e diretor de arte brasileiro. Nasceu em 1975 e formou-se em artes plásticas na Universidade Federal de Brasília. Iniciou-se na publicidade em meados dos anos 90 e com o desenvolver da carreira foi se interessando por várias vertentes das artes visuais. Hoje, além da fotografia, desenvolve trabalhos com ilustrações, collagens, serigrafia e xilogravuras. A cena urbana sempre lhe chamou a atenção por onde viajou, a poluição visual das metrópoles que normalmente é vista como algo feio e sujo encanta-o. As texturas, as pessoas, as várias histórias momentâneas que acontecem ali à sua frente, tudo isso é motivo para uma fotografia. Nesta série de imagens aqui apresentadas, buscou retratar o quotidiano do trabalhador, o desgaste das deslocações diárias até o local de trabalho, “a frustração por estar preso em processos repetitivos que não inspiram, a apatia por ser massa de manobra de um sistema que não o enxerga”, Segundo as suas próprias palavras.
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bio Pedro Lex é Designer gráfico e está radicado em Brasília. Nasceu entre mares e rapaduras em Fortaleza, Ceará, no Nordeste do Brasil. Lugar de uma cultura riquíssima, permeado da dura luta pela vida, do sertão agreste. Filho de um renomado escritor e de uma grande jornalista, nesses 39 anos – desde os 7 em Brasília – sempre teve muito contato com a arte. Passeou pela escrita, “flirtou” com a pintura e apaixonou-se pela fotografia. Nunca conseguiu tê-la como atividade principal, inclusive deixando-a quietinha em vários momentos, mas nunca a esquecendo completamente. Nessa estrada, tornou-se publicitário pela vida e leva consigo essa profissão. Hoje, com uma esposa linda e um filhotinho fantástico, tenta retornar ao velho caminho de colocar em molduras o que seus olhos sonham. Um clique aqui, outro ali, sem pressa. Suave, sensível e fluente, como a história que quer contar. Chama-se PedroLex.
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bio Para quem se tem comunicado predominantemente com imagens nos últimos anos, fica complicado para o descrever em palavras. Romildo Souza começou como autodidata em praticamente todas as atividades que exerce: desenho, pintura, design gráfico e, claro, fotografia. Foi abraçando cada uma dessas áreas de modo instintivo e só depois de ter certo tempo de prática, procurou cursos e oficinas para se aprimorar e organizar o conhecimento e os métodos de criação e produção. Não garante que seja a maneira mais correta, mas tem funcionado muito bem para ele. Hoje em dia leva a formação em fotografia muito a sério, por se tratar da sua forma de expressão favorita. Para esta edição da Arte Fotográfica, Romildo Souza traz um ensaio no qual tem trabalhado já há uns bons 8 ou 9 anos, realizado na Estação Rodoviária de Brasília, ou, simplesmente Rodô. Convidou também alguns fotógrafos que mostram bem a diversidade de olhares que o Brasil possui. Todos, assim como ele, atuam na publicidade e tem a fotografia como uma forma de dar vazão de forma independente à sua criatividade. São imagens que mostram desde a imensidão do Atacama até as ruas de Amsterdam, passando, claro pelas paisagens do Nordeste Brasileiro e por Brasília, sua capital. “Espero que apreciem a viagem pelo trabalho original desses representantes da fotografia do lado de cá do Atlântico”, diz-nos.
R o d o vi á ria Brasília é um lugar com características muito particulares. Seus espaços são amplos e as distâncias entre dois pontos sempre são maiores do que nas outras metrópoles. Isso pode fazer com que ela se mostre fria ou deserta. Quem é de fora, geralmente fica meio “sufocado” com tanto vazio, com a opressão do céu intensamente azul e com as ruas que parecem se estender infinitamente. Mas, onde está toda a gente que faz de Brasília uma cidade viva e pulsante? Boa parte desse povo está, pelo menos de passagem, na Estação Rodoviária de Brasília, ou simplesmente “na Rodô”. Ali é o ponto de convergência de quem transita pelas várias regiões da cidade e usa o transporte coletivo. São trabalhadores, estudantes e toda a gente que, por algum motivo, mergulha no turbilhão que vai e vem constantemente. Compartilho nessas imagens, um pouco do espetáculo diário que esse lugar tão especial nos oferece. São momentos de ternura, comédia e drama, que passam despercebidos pela maioria em sua pressa diária. Espero que apreciem.
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bio Thiago Rezende tem 37 anos, é um fotógrafo brasileiro que nasceu num planalto, no interior do sudoeste do estado da Bahia. Ainda jovem desceu a serra e mudou-se par a beira- mar. Mudanças geográficas, como essas, e uma história sempre ligada às imagens educaram o seu olhar. Na série de fotos “SECO” ele provoca a reflexão de como há muito o que se ver. Mesmo no nada.
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Mesmo ao virar da página de mais um ano, este o 2017, quero aqui deixar algumas palavras, explicitas e em forma de opinião como ao longo deste projecto venho fazendo.
Desde muito novo comecei a escrever os meus “artiguitos” nos jonais locais, e com o decorrer dos anos, em revistas da especialidade e até alguns outros orgãos de informação, reconhecidos e por muita gente ignorados. Era o “bichinho”!!! da escrita que continuo a manter e por vezes dificil de ter tempo de acompanhar, ou acompanhar da forma que hoje se faz mesmo em locais que se julgam isentos e sérios. Aqui heste espaço, tenho a certeza que o que escrevo sai!.. por vezes...mal.?!.. porque também não faço por querer, mas não saberei melhor. É opinião e acontece. Sinto muito, isso sim, a desinformação hoje usada nos meios de comunicação, escritos e televisivos, que em muitos casos raiam puramente a intoxicação e o total desconhecimento, ou pior ainda a intenção de manipular quem os lê e sustenta, como de coisa pouco séria se trate. É verdade que já passam 18 anos... a maioridade! do ano 2000... mas..., mudou tanta coisa, que ás vezes metem”nojo” tantas inverdades. O jornalismo, é um poder dentro do poder instituído, e custa ver ou ouvir, pessoas que tiraram cursos académicos em diversas áreas se deixarem prostituir tão levianamente para ganharem com isso a vida, ignorando, que se tornam mais ignorantes, que aqueles a quem se dirigem. “Infelizmente” hoje já nem todos se deixam “embalar” e por isso mesmo sabem separar trigo de joio e cada vez se acredita menos neste vale tudo... mesmo inventando para manchetes, para kiosks exibirem e tascas de bebedos comentarem. É a liberdade dizem! Mas ser livre é ter consciência e tornar culta uma sociedade onde se respeitem as pessoas que são receptores e estão a crescer para se poder tornar um mundo mais HUMANIZADO e onde a pessoa seja respeitada em toda a sua plenitude. Os fazedores de títulos bombásticos, sem sustentação deviam ser penalizados... Os comentadores, das mais variadas tendências politicas e clubistas e não só , teriam que provar no “terreno” o que escrevem e dizem sem uma “pinga” de conhecimento. Hoje cada vez mais a valorização é feita de euros... os euros que pagam mentiras, bons hóteis, boas viagens, pagam cursos
a quem não consegue tirar, permitem negociatas à margem da lei para todos, e matam inocentemente.! Começou-se e, já temos a criar, uma sociedade onde ninguém se conhece ou fala, a não ser com as novas tecnologias portadoras de imagens arrepiantes em muitos casos. Sou levado muitas vezes a dizer e interrogar. Porquê!?? Até as telenovelas, estão minadas de enredos que nos atingem... (nos, é força de expressão...) porque só vê, lê e, ouve quem quer.! É verdade. Mas então que porcaria de mundo temos em que todos temos que ter cuidado intensivo para não cairmos nas armadilhas todas? Os filmes ensinam a matar. As telenovelas não tem romantismo sem armas e mortes... os nossos artistas estão nas televisões a falar de qualquer modo como estejam em casa esquecendo que entram nas casas de milhões de pessoas. Trabalho há uma vida inteira com Imagens (fotografia!) mas nunca vi tanto NEGATIVO!.... Bom escreveria sem parar de tanta realidade á minha volta, que defacto o melhor é mesmo não ligar a nada que nos mostram!.. A fotografia, essa área que é a minha profissão em cada ano que passa mais “morrem” os seus suportes profissionais! A existência limita-se a uns tantos “teimosos” porque na verdade para que são precisos fotógrafos numa época em que todos se intitulam de muito bons e vão dando cursos uns aos outros?.. Aqui entram os “facebokianos” que oferecem tudo, mostram imagens do outro mundo, são virtuais em quase tudo menos na recolha dos euros. O problema continua. Os computadores não mentem. Mas quem lá escreve desconhecido mente e escreve o que lhe dá na “gana”.! Mas entre adultos tudo se digere... e crianças... onde os pais, dando idades enganadas para os filhos poderem ter perfis e, “amigos” da idade deles e os mais velhos do mundo!?? Isto dá para meditação e reflexão... Mas como todos conhecemos porventura os lucros de muita conversa comercial está a tirar atenção de muitos, eis que a mudança já começa a ser anunciada, pelo ser diretor executivo, sr. Mark Zuckerberg, que avisa de várias mudanças, em prol de estudos feitos que dizem que” fortalecer o relacionamento melhora o nosso bem estar e felicidade. Temos recebido comentários da nossa comunidade sobre sobre o facto de o conteúdo público estar a consumir os pessoais”!!! Isto era importante se o importante fosse que isso iria proteger as pessoas. Mas na minha modesta opinião é para os tais euros virem de quem lhes deu visibilidade e colocar mais “ a chamada santa ignorância em evidência”... Bom e hoje fico por aqui... para o ano há mais. Vamos os Profissionais da APPImagem, ter o nosso salão expositor e seminário anual em Março em Santa Maria da Feira. Dou noticias na próxima edição, deste saudável projecto na Arte Fotográfica. As fotografias que junto são produto natural, tal como registo sem recurso a qualquer recurso manipulador!...
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A fotografia profissional já não é o que era? Não é certamente o “bom negócio” de há 15 ou 20 anos. Qualquer profissional da “velha guarda” culpará a crise, a evolução tecnológica e, principalmente, os WAC’s (designação de With a Camera, que se refere aos amadores com maquina fotográfica, por oposição aos fotógrafos de telemóvel). Bill Larkin, conceituado fotógrafo norte-americano de Reno, Nevada, descreve no seu artigo on line publicado em Outubro de 2017, “The Future of Photography as a Business“, as razões pelas quais, os fotógrafos profissionais há mais tempo no mercado, sofreram uma quebra substancial no seu negócio e qualidade de vida. Larkin aponta várias razões como a evolução tecnológica, e a grande quantidade de novos fotógrafos jovens que fazem “o trabalho dos estabelecidos” por preços ridiculamente baixos. Ele refere também as mamãs de máquina em punho (MWAC’s – Mom With a Camera), que, como sabemos, outrora pagavam a um profissional para fotografar o torneio de futebol amador do filho, e agora avançam destemidamente para o relvado com zooms de longo alcance.
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Penso que Larkin tem razão ao não definir 2 ou 3 razões em concreto para que tanta coisa mudasse para os profissionais que investiram largos milhares de euros (muitos milhares de contos, diga-se) em estúdios, iluminação profissional, adereços, cameras, etc., e agora veem os clientes pagar 50€ por uma sessão de 3 horas na praia, com a entrega de centenas de imagens em alta resolução. Claro que muitos clientes ficam desapontados com a qualidade do trabalho daquele ou daquela profissional. Ainda há dias um aluno meu referia-se negativamente ao trabalho de uma fotógrafa a quem pagara a “enormidade” de 100€. O trabalho era fraco, mas tenho que referir que a fotógrafa “montou” um estúdio em casa do meu aluno, com iluminação, fundos e adereços, por exemplo. Na minha opinião, depois do boom digital, que massificou o acesso à fotografia e ao uso de tecnologia antes só ao dispor dos profissionais (cameras literalmente inteligentes a preços ridículos, softwares de edição cada vez mais sofisticados mas de uso simples, tutoriais on line para todos os temas) iremos assistir ao regresso da procura de profissionais com uma carreira sólida, com qualidade e actualizados. Ficarão para trás os fotógrafos que pararam no tempo, não só na tecnologia mas principalmente no modo de “ver”. Por outro lado o ensino é uma verdadeira alternativa para os fotógrafos de carreira. Eu já o faço há décadas. Nos Estados Unidos, fotógrafos de carreira e mundialmente famosos já dividem a sua actividade em trabalho fotográfico e ensino. Greg Gorman, Steve McCurry, Sam Abel, Arthur Meyerson entre muitos outros passaram a ter nesta actividade uma parte importante do seu income. Até a planetariamente conhecida fotógrafa de celebridades Annie Leibovitz lançou recentemente um curso on line. Poderemos culpar muita coisa. Mas saberemos estar à altura da mudança?
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Faz tudo aquilo com que sonhaste ou que pensas estar ao teu alcance! Nรฃo existe genialidade, forรงa ou mรกgica na coragem. C iril J a z b ec