Arte Fotográfica #75

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jul1 5V | II

A F rte

e n i z a g a M

otogrรกfica | fotografia para profissionais & entusiastas

D i e g o M u r r ay ( B r a s i l ) Ginle Cubillas Arriola (Cuba) J u l i e LA B ARRE B o i l e a u ( F r a n รง a ) Marcin Gorski (Polรณnia)




beleza da alma a

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© Pedro Mesquita

A beleza da alma é a única coisa preciosa na vida. É difícil encontrá-la, mas quem consegue descobre tudo. Tarefa árdua porque temos uma natural tendência para nos tornarmos escravos daquilo que pensamos serem as nossas convicções e obrigações morais, sociais e políticas, tornando assim ocultas e obliteradas as verdadeiras razões de sermos humanos. Hoje, mais que nunca, não podemos dar sem receber, não podemos olhar sem tirar um pedaço, há que vencer para não sermos uns falhados, quais predadores da própria raça. Já nem sequer há tempo, tantas são as necessidades, as experiências, os compromissos, os programas, as redes, as plataformas, os “amigos”, os ódios, os conflitos. A crise arruína e assusta, os políticos e politólogos vomitam lérias, números e mais números que só servem para nos confundir e inebriar. O marketing serve-nos sonhos exequíveis quase todos impossíveis de atingir, numa bandeja de prata. E nós lá vamos, a correr. Há que ter, que se lixe o ser. A vida fatiga e, quando damos por ela, já passou. Sem significado, sem beleza e sem serventia, sem nada que nos orgulhe. A contrariar tudo isto está a fotografia, pois é nesses curtíssimos momentos em que olhamos algo belo e em que desaparecemos completamente no que estamos a olhar que tocamos a beleza da alma. É por isso que aqui estamos e é também por isso que aqui vamos continuar, mesmo depois de já não podermos mais porque, fazer com que a beleza da alma seja alcançada, é mais que uma simples missão… qual desígnio de Deus na imaginação fértil de um pobre louco sem sentido, mas com uma força avassaladora, impossível de fazer parar…e calar! P.S: nesta edição falhará o artigo de Celestino Santos, não porque ele tenha desistido, mas só porque não o conseguiu fazer chegar a tempo. Para a próxima edição cá estará ao nosso lado, como sempre desde há muitos anos. ......................................................................................................... Jorge Pinto Guedes 04_

D i r e c t o r j pg @ mi n d af fai r.n e t



capa Ginle Cubillas Arriola título sem titulo

Arte Fotográfica Internacional Ano 7 | Número 75 Julho 2015 ............................................................. Preço € 15,00 (UE) | € 18,00 (Resto do Mundo) .............................................................

Editorial Jorge Pinto Guedes

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Notícias

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Liquidimages.eu Imagem do Mês Galeria | Imagens do Dia

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Portfólios Julie Labarre Bolileau Diego Murray Ginle Cubillas Arrola Marcin Gorski

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A Opinião de Paulo Roberto

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Imagem com Palavras

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Sociedade Gestora Revista Mindaffair, lda NIF 509 462 928 Morada Avª de Itália, nº 375-A-1º 2765- 419 Monte Estoril • Portugal Tlf/Fax + 351 214 647 358 E-mail blueray.jg@gmail.com

Director Jorge Pinto Guedes jorgeguedes.ip@gmail.com +351 969 990 343 Skype: jorgepintoguedes

Arte & Design Sofia Tamagnini papeldecores@gmail.com Projecto Gráfico Marcelo Vaz Marcelo.vaz.p@gmail.com Colaboradores permanentes Paulo Roberto Celestino Santos

Periodicidade: Mensal Registo ERC nº 125381 Depósito Legal n.º 273786/08 ............................................................. É proibida a reprodução total ou parcial de imagens ou textos inerentes a esta edição, sem a autorização expressa do Editor. As opiniões expressas nesta revista são da exclusiva responsabilidade dos seus autores e não têm que reflectir a opinião do editor.

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NOTÍCIAS

Lytro ILLUM: a câmara do futuro já chegou a Portugal! A Lytro apresentou em Lisboa a Lytro ILLUM, a sua câmara fotográfica digital de campo de luz, que já está disponível em Portugal, Espanha e Andorra numa distribuição exclusiva da Rodolfo Biber, SA, que a empresa norteamericana selecionou como parceira na sua expansão internacional. A Lytro ILLUM é uma câmara digital revolucionária que subverte por completo as regras da fotografia, abrindo possibilidades até hoje inimagináveis, entre elas a capacidade de definir o ponto de focagem ou alterar a perspetiva de uma foto após a captação da imagem. Construída para aproveitar toda a capacidade do “Campo de Luz”, a Lytro ILLUM vai proporcionar aos fotógrafos um novo leque de experiências visuais na sua forma mais pura, não apenas como uma simples testemunha estática da realidade mas como uma autêntica janela interativa para o mundo. A Lytro ILLUM é a câmara que criou a “Fotografia do Campo de Luz”, uma nova categoria transformadora que potencia a criação artística e a expressividade muito mais

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além do que é possível no mundo 2D da fotografia analógica e digital convencional. Ao capturar a cor, intensidade e direção de cada raio de luz que flui dentro da câmara, a Lytro ILLUM regista uma grande quantidade de informação visual que oferece ao fotógrafo a oportunidade de recriar vistas e cenas num patamar verdadeiramente único. Ajustar depois de fotografar Para que estas ricas e variadas composições fotográficas sejam possíveis, a Lytro ILLUM combina hardware personalizado com uma poderosa plataforma de software. A câmara vem equipada como um sensor de Campo Luz (“Light Field”) de 40 “Megarays”, uma objetiva zoom com uma latitude ótica de cerca de 8x (30-250mm), abertura constante de f/2.0 e um obturador de alta velocidade capaz de congelar o movimento numa ampla variedade de condições. Após a captura das imagens, a inovadora plataforma de software permite aos fotógrafos ajustar pela primeira vez todos os aspetos da imagem gravada – incluindo o ponto de focagem, a perspetiva, a inclinação e a profundidade de campo. Esta flexibilidade vai dar aos fotógrafos a oportunidade de criarem imagens com tremendo impacto para o espetador, não apenas numa dimensão, mas em todas. A experiência fotográfica totalmente única da Lytro ILLUM é um reflexo da revolução tecnológica da realidade virtual que converte os gráficos 3D em narradores da era digital. Nas mãos dos pioneiros da criatividade, esta câmara é um catalisador para um movimento de trans-


formação no qual o mundo irá procurar cada vez mais oportunidades de criação de uma experiência artística aprofundada. Além de oferecer a possibilidade de configurar os parâmetros da imagem após a sua captura, a plataforma de software patenteada da Lytro ILLUM permite aos utilizadores verem as suas fotos em três dimensões, criar animações personalizadas, exportar imagens em formatos convencionais (como o JPEG) e partilhá-las na Internet através de dispositivos móveis. O fluxo de trabalho da Lytro ILLUM é compatível com programas de edição de imagem já existentes, como o Adobe Photoshop, Adobe Lightroom e Apple Aperture, o que permite aos pioneiros da criatividade usarem as ferramentas que já conhecem e com as quais se sentem mais à vontade. Uma nova “narrativa fotográfica” “Com a Lytro ILLUM, os pioneiros criativos – desde os simples amadores aficionados até aos profissionais mais experientes – entram num novo mundo de narrativa fotográfica. Agora, tanto os artistas como o seu público vão poder partilhar uma ligação igualmente íntima com as imagens e, num certo sentido, participar na magia da sua criação”, disse a propósito o Presidente Executivo da Lytro, Jason Rosenthal. “Ao combinar um novo tipo de hardware com uma tremenda capacidade de computação, esta câmara oferece possibilidades sem precedentes para expandir as fronteiras da criatividade para além dos limites intrínsecos da fotografia”. “A fotografia de Campo de Luz parte do modelo clássico para um conceito transformacional”, declarou o fundador da Lytro, Dr. Ren Ng. “A câmara Lytro original, lançada em 2012, abriu uma era completamente nova na fotografia. A Lytro ILLUM vai elevar a fasquia a um outro nível. Estamos muito entusiasmados com o potencial desta câmara, que vai provocar uma revolução fotográfica

da mesma magnitude da que assistimos na passagem da película para o digital”. Sobre esta parceria de distribuição para Portugal, Espanha e Andorra, o diretor executivo da Lytro para a região EMEA, Sandro Fulgheri, explicou: “escolhemos trabalhar com a Rodolfo Biber SA dada a sua experiência no mercado especializado da fotografia e os seus elevados standards de qualidade e de trabalho. A Rodolfo Biber SA deixou-me uma forte impressão pelo seu eficiente modelo de negócio ao serviço dos mercados em que está presente.” A câmara Lytro ILLUM está desde já disponível com um preço sugerido de 1.299 Euros Mais info: www.robisa.es/pt


Ricardo Costa - Sticks


IMAGENS DO MÊS


sem título © António Carreira escolhas do director

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_16_ Sta Luzia (tavira) Š Bruno Correia da Silva



_18_ Kubism Š Frederic Mars


Agoria Š Frederic Mars


_20_ The Happy One 漏 Hugo S贸



_22_ Masquerade ŠRicardo Marques



_24_ Wall © José Alpedrinha



_28_ The Roofs of Paris 漏 Hugo S贸



_28_ O meu mundo a ti te pertence Š Carlos Figueiredo



_26_ Caminhos da Fé © José Ferreira



_26_ Momentos Meus Š Carlos Figueiredo



_26_ Quando o Azul reina Š Vitor Gomes



_26_ O Cuspidor de Fogo © José Neves



_26_ Absence IIŠFilipa Silva



_26_ Olho-te desta forma, simples e singela... Š ???????



_26_ Light and Shadow 漏 Hugo S贸





J ulie

L abarre “ D E R N I E R

B oileau

A P P E L ”

fran ç a

“Dernier Appel” é uma história de encontros composta por cientistas, jardineiros, escritores e trabalhadores ... Foi há três anos atrás, que Julie Labarre Boileau deu início a uma jornada em busca de homens e mulheres que lutam e se esforçam em nome da variedade cultural e da diversidade natural. Por trás deste efeito, destaca-se a sua singularidade. Este trabalho é, também uma história de paisagens: Montpellier, Marselha, Eguzon-Chantôme, SaintLunaire, Générargues, Rochefort-sur-Mer, Paris, ou mesmo Noirlac, Port-Louis e Florença ... tantos destinos e outras tantas buscas. Estas paisagens não só cruzam os nossos caminhos, mas também guiam as nossas vidas. Internada na floresta ou no limiar de uma doca, ao longo de uma ponte etérea ou no tecto de uma barcaça ela olhou, observou. E riu, riu muito. Também correu, mas não tanto. Depois veio o silêncio e ela foi disparando uma estória feita de imagens. Julie faz fotografia como uma repórter levada pelos males do nosso tempo, ligada ao que eternamente morre. Imortaliza e testemunha a aleatória beleza da natureza através de gente que por ela mostra um enorme respeito. Uma estória ainda por contar. Há três anos Julie Boileau sonhou com uma reunião inesperada de gente excepcional que luta pela protecção do ambiente. “Dernier appel” é o resultado e ao mesmo tempo o símbolo desse sonho. Muitas associações, pesquisadores, projetos locais, lutam para preservar a humanidade. Todos os dias pode-se ver o nascimento de uma nova ideia. Vamos ligá-los por completo, há que os unir. Reacção humana. Para o nosso próprio bem, sem dúvida, mas também para manter o delicado equilíbrio do qual nós fazemos parte. Ontem, eu ouvi os sinos de alarme. Hoje, Somos a emergência.

Julie Labarre Boileau, formou-se na Escola Nacional de Fotografia francêsa Louis Lumière, vive em Paris e trabalha em toda a França. Ela dedica seu trabalho artístico à natureza, e suas preocupações são a crise climática. Fortalecida por estas crenças, tem por objectivo identificar as pessoas com quem ela compartilha essas opiniões, e disso fazer um projecto artístico. «Dernier Appel», termo francês para «Last Call», é o resultado desse processo, que será o tema de uma exposição ainda este ano. Mais info: www.julielabarreboileau.fr/ wwwdernierappel.fr

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Catherine GabriĂŠ, Cientista, Marseille, 2013.


Corine Pelluchon, Fil贸sofa, Paris, 2015. 42_ 34_


J u li e

J osé

L a b a r r e

B o il e a u

C alheiros

François-Michel Lambert, Fundador de “French Circular Economy Institut” e Deputado, Gardannes, 2013.


Gilles ClÊment, Jardineiro e Botânico, Paris, 2013 42_ 36_


J u li e

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Luc Jacquet, Director Francês e Fundador da “Wild Touch”, Paris, 2014


Muriel Nègre, Presidente da “Bambouseraie d’Anduze”, Générargues, 2013. 42_ 38_


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C alheiros

Myriam Dupuis, Fundadora da Associação “Tendua”, Paris, 2013.


Nicolas Hulot, Jornalista e Escritor, correspondente francês para “the protection of the planet”, Saint Lunaire, 2014 38_


J u li e

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Nils-Udo, Artista, Éguzon-Chantôme, 2013


Vincent Munier, Fot贸grafo de Vida Selvagem, Le Hohneck, 2014 42_ 42_


J u li e

L a b a r r e

B o il e a u

Stefano Mancuso, Cientista de Neurobiologia Vegetal, Firenze, 2014


diego

murra y

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“ crack ”

brasil

Embora personagens de uma realidade extrema, vivendo em situação de rua, os dependentes de crack são seres que não deixaram de ser humanos. Neles ainda residem saudade, raiva, alegria, vaidade, afeto, entre muitas outras características que nos unem. Oferecendo um novo olhar sobre as cracolândias, que visa o humano e não o vício, este trabalho tem o objectivo de romper a barreira do estereótipo, mostrando os seres humanos que residem nesses corpos marcados pelos efeitos da pedra de crack e resgatando a individualidade daqueles que são resumidos a uma única categoria de irrecuperáveis.

Já são mais de onze horas da noite no Rio de Janeiro e, enquanto a cidade se aquieta, existe um grupo de seres humanos invisíveis que vagueiam, como que por instinto, rumo ao muro azul onde o estalar da pedra amarelada que queima rasga o silêncio da noite. É desta forma que sobrevivem centenas de dependentes de crack que habitam as “cracolândias” na cidade- sede das Olimpíadas 2016. Muitos deles têm consciência da situação em que vivem, mas não tem forças para reagir frente à dependência química. Alguns foram abandonados pela família depois de tantas tentativas de desintoxicação sem sucesso e carregam consigo uma chupeta, rastro de sua insistência em manter-se ligado ao filho que há muito não vêem, e de forma particular tentam lidar com a saudade. O pulso adornado por grandes relógios, mesmo que danificados, e pulseiras de borracha sinalizam um código de estética e vaidade todo peculiar, sentem-se bonitos a seu modo, sem se preocuparem. Ao posar para um retrato, importam-se com o resultado, como quem entende a imagem captada pela câmera como um registo para a posteridade, prova de que um dia existiu. Conforme a madrugada avança, grupos, formados por pessoas sensíveis à questão dos que ali vivem chegam. Comida e palavras de consolo são distribuídas, o que ameniza o sofrimento físico e emocional. Alguns, cansados pelas noites seguidas sem dormir, solicitam abrigo e são conduzidos a centros de recuperação mantidos pela iniciativa daqueles que se solidarizam. Conseguem então a motivação necessária para interromper sua peregrinação no crack e voltam a ter esperança em dias melhores, a sonhar com o futuro e fazer planos. Os primeiros raios de luz da manhã começam a iluminar a cidade, finda-se mais uma noite, todos começam a dispersar-se invisíveis, o muro azul agora torna-se um deserto, e a história se repetirá ainda sem solução quando a noite cair novamente numa cidade que gasta altíssimos montantes de dinheiro público em obras para eventos desportivos e remoções de casas de população pobre.

Diego Murray é um fotógrafo brasileiro autodidata, que começou a estudar fotografia em 2008. Em 2012 ele conheceu o fotojornalismo e a fotografia documental, desde então dirige seus projetos e estudos nesses campos da fotografia. Atualmente desenvolve projetos que abordam questões sociais.. Mais info: http://diegomurray.com.br/por/crack/#1

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G inle

C ubillas

A rriola

“ Quem se levanta hoje por Cuba, levanta-se para todos os tempos” cuba

Receber a submissão de Ginle Arriola foi um misto de espanto e de satisfação. Foi como dar a mão a alguém tão distante e ao mesmo tempo tão perto em sentimentos e emoções. Foi um lavar de alma. As suas imagens e temas, tão diversificados quanto ricos e fortes não podem deixar ninguém indiferente. O seu enorme curriculum e a sua gigantesca experiência e intervenção como artista, galerista, jornalista e fotógrafo trazem-nos hoje, que Cuba finalmente vai poder reatar o seu brilho, glória mas acima de tudo identidade roubada, uma especial alegria e satisfação. Um dos enormes constrangimentos desta submissão – que deveria ter ditado uma “nega” – foi o facto de Ginle não conseguir fazer passar imagens em Alta Resolução, o que fez com que receber esta série fosse uma verdadeira aventura de vários dias a receber imagens em baixa, uma por uma, via um email governamental (por cá um Wetransfer teria baixado em poucos segundos). Foi por isso mesmo que decidimos publicar as imagens mesmo correndo o risco de as vermos pixelizadas na versão impressa da revista. É que a alegria de receber Ginle Cubillas Arriola e tudo aquilo que o seu trabalho representa é enorme e será, certamente, inolvidável!

Biografia: “Escuela Elemental de Artes Plásticas, Vedado, Ciudad de La Habana. Realizou trabalhos de publicidade para artistas, músicos, cantores, modelos. Produz fotografia desenho gráfico, vídeos e documentários. Membro da ACEA, Federación International de Artistas Plásticos, Barcelona, Espanha. Especialista e Director da Galeria de Arte Ciudad de Sandino, Pinar del Rió. Membro da ACAV, Asociación Cubana del Audiovisual, Ciudad de La Habana Contacto: ginle@correodecuba.cu

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marcin “ F A D O

gorski V A D I O ”

pol ó nia

A relação de Marcin Gorski, nascido na Polónia em 1972, com Portugal teve início há alguns anos e mantém-se até aos dias de hoje. Marcin viajou centenas de vezes para Portugal, viveu cá, por cá trabalhou e aqui tem família e amigos. Quase desde que começou a fotografar que privilegia o binómio gente- atmosferas ou lugares, e tudo o que torna esses sítios únicos. Muitas das pessoas que registou já se foram e cada um deles levou uma pequena parte do seu Portugal consigo. Portugal tornou-se num país moderno de gente nova e enérgica, preocupada com a crise e que cortou com a vida lenta e dura das cidades do interior, embora muitos deles mantenham as suas raízes no campo. É por isso que Marcin Gorski pode intitular as suas fotografias de Portugal sob a forma como por cá se começam as estórias – “Era uma vez…” Este trabalho é a estória da música chamada “fado vadio”, rituais do Madeiro e das Ladainhas de pequenas aldeias nas montanhas, tradição académica da Bênção, estórias da província e do seu povo, tascas, música, rituais, lugares luxuriantes. Esta série aqui apresentada é uma pequena parcela de todo o material coligido durante cerca de 18 meses num pequeno espaço chamado “Cantinho dos Artistas”, na cidade da Covilhã. O “Cantinho” era uma pequena tasca de uma só divisão e que só abria de vez em quando, onde o patrão – Sr. João – convidava os amigos. Este sítio nada tinha a ver com os clubes chiques de Lisboa e o mesmo se passava com os fadistas -músicos e cantores- que eram gente de diversas proveniências e profissões. O que os unia era a verdadeira paixão pela música genuinamente portuguesa, o Fado Vadio. O “Cantinho” já não existe.

Biografia: Marcin Gorski é licenciado em Engenharia de Estruturas e Arquitectura pela Universidade de Tecnologia da Silésia (Gliwice, Polónia) e actualmente é lá professor. Autodidacta em fotografia, prefere a fotogarfia analógica de médio formato. Participou em mais de 40 exposições individuais e colectivas em França, Portugal, Suécia, Polónia, Montenegro, Grá Bretanha, EUA, Itália e Japão. Os seus trabalhos foram publicados em diversos livros e revistas de arte. Membro do “grupo F” (Suécia), Pontos de Vista, Photolife Reporters e Fotoalternativa (Portugal). Fundador e Presidente do Gliwice House of Photography e co- organizador do Gliwice Month of Photography (2007 e 2008). É também membro da Polish Association of Fine Art Photographers.

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M ilena

Wonderwall

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paulo A s

roberto

( benditas )

F érias

E aqui estão elas. Chegar às férias é algo que se repete todos os anos (para quem as tem é claro), durante uma vida inteira. Pode ser no campo, na praia ou uma viagem mais ou menos excêntrica (aqui no sentido literal da palavra), mas todos sabemos que para além do “stress” das idas à praia ou das filas para comparar o peixe, sempre sobra algum tempo para podermos dar à nossa criatividade algum espaço. Deixo neste texto algumas dicas que ajudam a minorar a falta de ideias ou de energia fotográfica. 1. Afaste-se e apanhe o conjunto. Depois aproxime-se Em 2005 organizei uma viagem fotográfica à Irlanda e o nosso fotografo-guia disse ao grupo: afastem-se vejam fotografem, e de seguida aproximem-se. É provavelmente o melhor conselho que já recebi. Eu gosto de estar perto, mas muito pode ser desperdiçado se não tivermos uma visão mais alargada do spot onde estamos. 2. Aproveite a hora de ouro. A hora de ouro (a primeira e a última hora de luz solar durante o dia) é a mais bela hora do dia para a fotografia. Podem ser paisagens fantásticas ou retratos. Não só este vai evitar os olhos fechados como também vai ter uma cor amarelo-laranja muito macia e bela. Experimente o balanço de brancos na posição sombra e vai ainda ficar mais surpreendido. 3. Não despreze o tema Dunas desérticas aparentemente sem interesse? A praia do costume ou o passadiço de madeira que já vimos vezes sem conta? Pois fique sabendo que as melhores fotos são aquelas que refletem lugares por vezes banais. 4. Se não sabe usar a sua camera experimente os automatismos dedicados Pois este é um conselho muito pouco apropriado para quem passou os últimos 20 anos a ensinar fotografia… Mas mais vale ter uma imagem bem iluminada e próxima daquilo que pretende do que não ter nada. Boas férias e muita fotografia. Paulo Roberto Foto © Paulo Roberto // Rio Mira, 2015.



“A ilusão de liberdade persistirá enquanto for lucrativo manter a ilusão. No momento em que a ilusão se tornar demasiado dispendiosa para manter, eles apenas retirarão o cenário, afastarão as cortinas, moverão as mesas e cadeiras para fora do caminho e tu verás a parede de tijolo ao fundo do teatro.” Frank Zappa, 1940 - 1993

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jul15 VII |

F A rte

ca i f á r otog

astas entusi nais & rofissio p ra a rafia p | fotog

M g a i z a n e

l) ) rasi uba y (B a (C urra l M o i r o ) r g a A e ç i n D as ) bill (Fra ónia eau e Cu Boil (Pol Ginl i e i k l s ) Ju l or a G tug cin (Por Mar Biel

Portugal e EU €15,00 (portes incluídos) Resto do Mundo €18,00 (portes incluídos)

Pedidos por email: jpg@mindaffair.net Pedidos por telefone: + 351 216 095 542 / 936 728 449 A revista Arte Fotográfica é propriedade de Mindaffair Media House.

www.mindaffair.net



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