Colégio Santa Maria - Revista Caleidoscópio Ed. 76

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Revista

Nยบ 76

COLร GIO SANTA MARIA


EXPEDIENTE COLÉGIO SANTA MARIA Av. Sargento Geraldo Santana, 890/901 Jardim Marajoara – São Paulo/SP (11) 2198-0600 santamaria@colsantamaria.com.br

ACESSE O SITE DO COLÉGIO www.colsantamaria.com.br CONSELHO EDITORIAL Irmã Diane Clay Cundiff Irmã Anne V. Horner Hoe Adriana P. da Silva B. de Freitas Adriana Tiziani Ana Cristina P. Imura Beth Costa Muriel Alves Silvio Soares Moreira Freire Sueli A. Gonçalves Gomes Vanini Andolfato Mesquita EDITORA Suze Smaniotto REVISÃO Rita de Cássia Cereser Soji COLABORADORES Áurea Mello Claudia Sande Claudio Natacci Cleber Teodoro Elisete Kilson Fatima Regina Perazzoli Gustavo de Almeida Karin Kansog Karine Ramos Lara Pécora Polazzo Luciana Ennes Pedro Lucilene Silverio Maria Luisa Parise Maria Soledad Más Gandini Maurício Leite Natália Ruela Rafael Zanetti Ferreira Rita de Cássia Cereser Sógi Rosana Daher Samanta Perdigão Suzana Torres Tauany Pazini Thais Castro Tiyomi Misawa Wallace Marante PROJETO GRÁFICO Marcelo Paton (in memoriam) Tiragem:5.500 exemplares A Revista Caleidoscópio é uma publicação do Colégio Santa Maria. Não é permitida a publicação de seus textos sem a devida autorização. Imagens fornecidas pelo Colégio.

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FESTA JUNINA 2016


SUMÁRIO

CARTA

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Irmã Diane Clay Cundiff Diretora geral do Colégio Santa Maria

a semana de fechamento desta edição da Caleidoscópio, tivemos uma assembleia geral da APM em que se decidiu pela dissolução da associação, após quase 50 anos de sua existência. Todas as famílias foram convidadas, cerca de duas mil, mas apenas três compareceram, porém, na mesma semana, mais de 500 famílias se voluntariaram para trabalhar na Festa Junina, sem contar aquelas que ajudaram na aquisição de prendas e comidas típicas. O quórum mínimo para a votação poderia despertar em mim uma grande frustração, ao lembrar as centenas de pais que deram sua valiosa colaboração nesse tempo, como diretores ou conselheiros, nas áreas sociais e políticas e no planejamento econômico-administrativo. Mas, na verdade, não encarei como um momento de fracasso nem de surpresa porque entendo que é natural mudar a forma de organização ao longo do tempo. Aquilo que era necessário no passado, quando a APM tinha funções bem definidas, transformou-se e pode ganhar novo sentido e organização. Durante a assembleia, os pais presentes discutiram sobre o papel na Escola e a sua motivação em comparecer naquela noite gelada. Apontaram que sentem necessidade de colaborar com o aprendizado dos filhos na área acadêmica, emocional, física e espiritual. Em sintonia com esse pensamento, estão muitos dos projetos apresentados nesta revista, que evidenciam o trabalho do Santa Maria com os pais e também a colaboração que eles podem dar, não para “consertar” o Colégio, mas atuar perante a sociedade em parceria conosco. Não para garantir as próprias preferências aos seus filhos, mas para ver o bem de todos os filhos, assim como a Escola se organiza para formar crianças, jovens e adultos capazes de criar uma sociedade mais justa. Um exemplo citado na reunião é que, em alguns colégios, os pais são clientes, lutam para implementar projetos que se adequem à sua família, esquecendo que o correto é o contrário: a família escolhe um colégio que tem um projeto global, com o qual deve se identificar. Eles também falaram da possibilidade de pais serem voluntários em projetos de inserção social continuados ou pontuais. As mães comentaram que valorizam o brechó, o espaço físico para a troca, mas consideram que é possível fazê-lo de maneira mais moderna, via redes sociais. Da mesma forma, identificam a necessidade da carona solidária para baratear o transporte, algo que a tecnologia pode ajudar também. O que queremos é que você aproveite a revista, observando todas as habilidades que, juntamente com as famílias, estamos desenvolvendo para os alunos com o objetivo de criar um mundo melhor. Ao mesmo tempo, pense em possibilidades para ser agente atuante e em uma nova estrutura que permita pais e mães envolvidos com o Santa Maria de forma mais ampla. Boa leitura!

NESTA EDIÇÃO

EVOLUÇÃO NATURAL É BEM-VINDA

COTIDIANO

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08 ALÉM DOS MUROS

INTERAÇÃO 10 É BOM SABER

NOSSOS GIGANTES 12 NA REDE

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20 RAÍZES

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14 SÓNOSANTA

DEIXA COMIGO 21 REFLEXÃO

22

TÚNELDOTEMPO

23 MOSAICO


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COTIDIANO >>>

DESAFIOS PEDAGÓGICOS – APRENDIZAGENS SIGNIFICATIVAS Planejadas para o desenvolvimento de habilidades cognitivas, socioemocionais e motoras, as atividades de Desafios Pedagógicos têm como foco os interesses dos alunos, suas experiências e descobertas. Assim, as turmas do 1º ao 5º ano do Fundamental I participaram de diferentes oficinas, como bingo de tabuada, boliche de expressões matemáticas, serpentes e escadas para adição e subtração, resolução de situações matemáticas em equipe, soletração, poema lacunado, experiência com relógio de sol, criação de power point e jogo do Sistema Solar. As atividades são planejadas para provocar aprendizagens significativas e relações multidisciplinares que desenvolvam potencialidades e habilidades lógico-matemáticas, linguísticas, tempo-espaciais, dramáticas e motoras. Sem contar o uso da tecnologia para expressar os conhecimentos adquiridos e o trabalho de forma colaborativa com colegas e professores de outras salas, o que ajuda a ampliar as relações afetivas.

CAMBRIDGE@SANTA Os alunos do Ensino Médio receberam seuss certificados de proficiência em cerimônia oferecida recida por toda a equipe de direção do Santa Maria em parceria com a Winner Idiomas. O curso so de Língua Inglesa dentro do Colégio possui muitos diferenciais. Além de ministrado por professores sores altamente qualificados, as turmas são divididas em níveis desde o início do Ensino Médio, para oferecer aos alunos as melhores soluções uções para suas necessidades. Nesse contexto, o, um dos principais objetivos é o de preparar bons candidatos para os Exames de Proficiência ia em Língua Inglesa da Universidade de Cambridge: ridge: Preliminary, First e Advanced. As etapas do o curso são cuidadosamente planejadas para que ue os estudantes tenham a oportunidade de concluir ncluir ados. seus estudos com até dois desses certificados. érie, o Portanto, para os alunos da 1ª e da 2ª série, os da desafio está só começando, e para os alunos cado, 3ª, que saíram da cerimônia com um certificado, ep up ainda há mais um desafio pela frente. Keep the good work, folks!


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Geopolítica e mercado financeiro

O TEMA É BASTANTE IMPORTANTE, PRINCIPALMENTE POR TER SITUADO A QUESTÃO POLÍTICO-ECONÔMICA DE NOSSO PAÍS E A RELAÇÃO COM OS OUTROS PAÍSES.” KENZO KOMATSU TAKANO

INCRÍVEL, MARAVILHOSA E MUITO INTERESSANTE, ESSAS SÃO AS POUCAS PALAVRAS QUE DESCREVEM COMO FOI A PALESTRA. GRAÇAS A ELA, GANHEI RESPOSTAS BEM DETALHADAS PARA AS MINHAS PERGUNTAS E SAÍ COM UM SORRISO NO ROSTO, POR TER TIDO A OPORTUNIDADE DE PARTICIPAR DESSE MOMENTO. JOÃO VITOR MENDES

Livros

Em um mundo globalizado, geopolítica e mercado financeiro são afetados um pelo outro, já que acontecimentos locais ou globais acabam interagindo e se imbricando. Basta considerar que guerras, mudanças drásticas no comando de um país, tensões fronteiriças e embargos econômicos comprometem diretamente a economia mundial, interferindo nos valores dos títulos das dívidas, no preço das ações nas bolsas de valores, nos investimentos, sejam eles especulativos ou produtivos, gerando incertezas nos grandes investidores mundiais. É por isso que a equipe de professores do 9º ano do Fundamental II convidou Christian Lalöe, que atua no mercado financeiro há mais de 20 anos, para ministrar uma palestra sobre o tema para alunos e pais. O profissional vive atualmente em Londres e, nos últimos seis anos, dedicou-se a levantar recursos para empresas brasileiras na Europa, Ásia e Oriente Médio. Após uma clara explanação, ele respondeu as questões dos alunos.

sobre

O projeto Santa Leitura, uma pa parceria da Biblioteca com a equipe de Língua Portuguesa e Artes do Fund Fundamental II, tem por objetivo ince incentivar a leitura, levando um pouco do acervo da Bib Biblioteca para o intervalo. Assim, A o caminhão Santa Leitura, confeccioconf nado pela equ equipe da Conservação, facilita o empréstimo empréstim e a devolução de livros de diversos gêne-

rodas

ros literários. Atuam como voluntários 28 alunos do 6º ao 9º ano, os minibibliotecários. Eles passaram por duas capacitações com a Bibliotecária para conhecer sua função, o trabalho realizado no espaço e o funcionamento do projeto. O Logotipo que estampa o carrinho foi desenhado nas aulas de Artes por Maria Eduarda Campos Gomes, do 8º ano C. O Santa Leitura fica disponível de segunda a quarta-feira. A cada dia, dois minibibliotecários cuidam da visitação, indicam livros aos colegas e fazem os empréstimos.


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COTIDIANO >>>

NOITE ITALIANA O projeto de inserção social do 9º ano do Fundamental II inclui a participação dos alunos em atividades solidárias em comunidades do Vale do Ribeira. A fim de arrecadar fundos para a viagem e para as atividades que serão realizadas com as crianças da região, foi organizado um jantar beneficente no dia 13 de maio, a primeira Noite Italiana do Santa Maria. A ocasião envolveu todos em uma grande corrente solidária: direção, professores, alunos, funcionários e familiares tornaram o evento uma demonstração de amor, o maior dos sentimentos. Sob a orientação de toda a equipe do 9º ano que esteve presente, os alunos se esmeraram: com carinho e elegância, anotaram pedidos, serviram às mesas e conversaram com os convidados. Ao final, todos dançaram animadamente ao som de uma banda formada por funcionários. Certamente, com o sucesso desta primeira edição, muitas outras noites italianas virão!

JOGOS DE INTEGRAÇÃO

JOGOS DA AMIZADE

Para promover momentos de socialização e convívio entre as turmas e os professores, o Santa Maria organiza os Jogos de Integração no primeiro bimestre. Neste ano, o 8º ano do Fundamental II realizou o evento no Sítio Estância Serra Dourada, que tem uma vasta estrutura. Abordando as diversas áreas da linguagem e “conversando” com o projeto de série, Cultura e Identidade (Qual o meu papel no mundo?), os alunos foram incentivados a participar de diversas atividades, tais como caça ao tesouro, atividades aquáticas, jogos coletivos e dinâmicas em grupo, sempre evidenciando o senso de participação, de integração, respeito ao amigo, a competição de uma maneira sadia e a colaboração dentro das equipes.

Os jogos são essenciais para o desenvolvimento das crianças, sejam eles simbólicos, motores ou de regras. Por isso e com a proximidade da Olimpíada 2016, a Educação Infantil organizou os Jogos da Amizade, integrando alunos do Jardim I, Jardim II e Pré. Durante a semana, os grupos criaram seus gritos de guerra, confeccionaram bandeiras e formaram equipes. No dia do evento, a atleta Viviane Filellini Costa, medalhista olímpica de polo aquático e mãe do Luc, aluno do Pré A, conversou com os alunos sobre sua trajetória no esporte, ressaltando a importância do respeito às regras, aos adversários e às instruções do seu treinador para alcançar o sucesso e superar desafios. Mostrou equipamentos do esporte, fotos de competições, medalhas e troféus conquistados por ela. Com muita animação, todos participaram dos diferentes desafios corporais propostos, reforçando a confiança pessoal e interpessoal através da experiência corporal e cooperativa. Ao mesmo tempo, entenderam que o principal objetivo era superar desafios e não derrotar o outro, e atuar com respeito e amizade, espírito que deve estar presente na vida cotidiana de cada um.

O 9º ano também realizou a primeira etapa dos seus Jogos de Integração. Dessa vez, os alunos elegeram previamente os jogos e esportes do evento e cada estudante escolheu as modalidades de que desejava participar. Durante as aulas de Educação Física, eles foram preparados obedecendo a um processo de organização, treinamento e análise tática e técnica nas modalidades disputadas, que culminou, no dia do evento, em disputas leais e pautadas no espírito de integração, união e parceria entre as diferentes turmas. Na última semana de aula, ocorrerá a segunda etapa. Até lá, todas as turmas terão oportunidade e condições de montar suas equipes para disputas ainda mais acirradas, porém movidas pela competição sadia e respeitosa, valorização do adversário e dos companheiros de equipe, persistência, perseverança, organização e execução de planos táticos, confraternização do grupo, fair play, solidariedade, coerência nas atitudes e condutas desportivas.


INTERAÇÃO >>>

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Alunos do 8º ano constroem minicisterna

A LU N O S D O SA N TA M A R I A APRENDEM A D E S E N VO LV E R AT I V I DA D E S REAIS EM PROL DO MEIO AMBIENTE.

Projetos de sustentabilidade

e ação comunitária

esde 2001 existe no Colégio Santa Maria um núcleo de discussão, produção e ações direcionadas para o Meio Ambiente, denominado EcoEstudantil. A participação é voluntária e cada série do Ensino Fundamental II tem um tema gerador. Nesse projeto os temas variam, mas todos com o foco na sustentabilidade como ação individual, coletiva, social e política. Atualmente, o 6º ano trabalha com a reutilização de materiais que seriam descartados como lixo, transformando-os em objetos úteis para o dia a dia. O projeto está dividido em três partes. Na primeira, os alunos são colocados em contato com textos e discussões a respeito do tema central, a grande produção de lixo e, a partir deste ponto, desenvolvem projetos utilizando principalmente o lixo produzido no Colégio como fonte de matéria-prima. Na última etapa, em visita à EMEI Anhanguera, os alunos serão os difusores do conhecimento, oferecendo oficinas de construção de objetos a partir do lixo, para crianças de 4 a 5 anos. No 7º ano, o tema está centrado no aproveitamento da energia solar, atualmente pouco conhecida e estimulada no país. O projeto constrói e doa aquecedores solares de água, pois tem como intenção proporcionar momentos de discussões que levem o aluno a refletir não apenas a questão ambiental, mas também o papel social que o acesso à energia desempenha dentro de uma sociedade e a sua importância econômica.

O projeto do 8º ano, “Construção de Minicisternas Urbanas”, tem como ponto fundamental colocar os estudantes como protagonistas da ação. A eles cabe a arrecadação de recursos, construção e instalação da cisterna, mas, acima de tudo, tornam-se multiplicadores da ideia de sustentabilidade, já que esse trabalho é levado para além dos muros da Escola. A cisterna construída e doada para a comunidade vem acompanhada de uma oficina elaborada e conduzida pelos alunos, estimulando a responsabilidade, o engajamento individual e coletivo na transformação local e global. Já as atividades do 9º ano relacionam-se com a escassez e qualidade da água e contaminação do solo na região de Santo Amaro, Campo Grande e arredores. O projeto tem como objetivo permitir ao estudante a percepção de que determinadas ações do homem prejudicam o ambiente, levando à contaminação do solo e dos recursos hídricos, restringindo, assim, o uso pelo próprio homem. O aluno é levado à reflexão de que a condição para a sustentação da integridade ambiental depende da preservação da qualidade do solo, de suas funções, das formas de uso e de ocupação. Outro aspecto trabalhado é a qualidade da água das Represas Billings e Guarapiranga para abastecimento da população, água essa que apresenta altos índices de contaminação por esgotos domésticos e outras substâncias químicas. Experiências valiosas para toda a vida dos estudantes.


ALÉM DOS MUROS >>>

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E T A B E D M E IONAL

ERNAC T IN A R U T N A CONJU

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O FERIADO PROLONGADO DE TIRADENTES, 15 ALUNOS DA 2ª

e 3ª série do Ensino Médio participaram de um evento que é considerado uma das mais importantes simulações de organismos internacionais do sistema ONU, o Fórum Faap de Discussão Estudantil. Os estudantes representaram as delegações de Israel, Alemanha, Costa Rica e Yishuv, debatendo temas de relevância internacional em pauta nos diferentes comitês, como a crise hídrica no mundo, o papel das mulheres em conflitos extremistas no Oriente Médio, o Estado Islâmico no cenário internacional, o combate ao tráfico humano na Europa, a crise do euro na Grécia, entre outros. Este ano, a 12ª edição contou, pela primeira vez, com um comitê histórico, a Assembleia Geral, discutindo a criação do Estado de Israel. Ao longo das várias sessões em todos os dias do Fórum, os delegados do Santa Maria negociaram questões polêmicas, defenderam interesses da política externa de seus países, lidaram com situações de pressão, estabeleceram parcerias com outras representações, consolidando, dessa forma, destacado protagonismo, reconhecido inclusive pela atribuição de várias menções honrosas ao final do evento.

NOVAS DESCOBERTAS Muito frequentemente, à medida que se envelhece, tende-se a aumentar o isolamento, diminuindo a ocorrência de experiências que sejam potentes no sentido de provocar questões, movimentos, encontros e aberturas para mais e novas experiências. Assim, provocar o olhar, ampliar referências, alargar horizontes para ver mais, mais longe e mais dentro de cada um são desejos que movem saídas para explorar algo além dos espaços do PRISMA – Centro de Estudos do Colégio Santa Maria. Em um dos cursos desenvolvidos no Prisma, o de Mitologia, com a professora Maria Carolina Biscaia, ocorreu a discussão sobre as dimensões do feminino, abrindo para várias leituras, pesquisas e uma saída para a exposição “ELAS”, no Museu de Arte Brasileira (MAB-FAAP). A proposta se estendeu para as demais turmas e se converteu em um convite para todos do centro de estudos, em celebração ao Dia das Mães e ao feminino, desfrutando a arte. Para mostrar a ascensão feminina na arte brasileira, o MAB reuniu 82 obras, de autoria

de 64 mulheres artistas dos séculos XX e XXI, que deixaram marcas na história da arte nacional e internacional, entre elas Anita Malfatti, Djanira, Geórgia Kyriakakis, Maria Bonomi, Tarsila do Amaral e Tomie Ohtake. Com visita guiada pelo setor educativo, o passeio foi por obras, pela história, pela vida, pelo universo feminino.


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VISITA À SUBPREFEITURA

Com o intuito de apresentar e acompanhar o trabalho de um prefeito, surgiu a proposta ao 2º ano do Fundamental I de visitar uma subprefeitura. Guiados pela assessora de comunicação, os alunos conheceram o Subprefeito Francisco Lo Prete Junior e puderam entender a relevância de seu trabalho. Eles souberam que o subprefeito não foi eleito pelo povo, mas sim escolhido pelo prefeito Fernando Haddad. As subprefeituras ajudam o prefeito a administrar a cida-

de, sendo que a maioria dos serviços de manutenção é feita por essa divisão administrativa, como poda de árvores, conserto dos buracos nas ruas, coleta de entulhos, limpeza de córregos, consertos de guias e sarjetas, varrição de ruas, limpeza de bueiros e conservação de praças. Além do setor de obras, há também a Defesa Civil para atender às situações de desastres, incêndios e enchentes, e o Conselho Tutelar para orientar as famílias e garantir que os

VOCÊ JÁ VISITOU UM MUSEU VIVO? O Museu Lasar Segall foi pensado com a finalidade de ser um museu vivo, para que os visitantes pudessem interagir e aprender por meio das oficinas, biblioteca e cinema. Além das pinturas, o visitante pode apreciar esculturas e materiais do pintor que dá nome ao local, além de móveis desenhados por ele. Em suas viagens, Lasar fazia desenhos, anotações e tirava fotos que serviam de referência para a produção de suas telas, como no caso da obra Navio de Emigrantes (1939/41). Durante a visita monitorada, os alunos do 3º ano do Fundamental I puderam aprofundar seus conhecimentos sobre a vida e a obra desse artista. Participaram de uma atividade no ateliê, elaborando um cartão-postal com o uso de diversos materiais.

direitos das crianças e adolescentes sejam respeitados. De posse de todas essas informações, os alunos entenderam a seriedade do voto. Para que as subprefeituras façam um trabalho eficiente, é necessário escolher um candidato que, de fato, preocupe-se com o povo e realize ações que amparem o ofício do subprefeito. Essa visita favorece o compromisso com questões ligadas à cidadania, à democracia e à responsabilidade social.

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É BOM SABER >>>

Como e quando

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AJUDAR AS CRIANÇAS SAMANTA PERDIGÃO E SUELI GOMES

APRENDIZAGEM SE DÁ NA INTERAÇÃO COM O OUTRO, NOS

o desenvolvimento da autonomia, a formação da autoestima e percepção de que é capaz.

A escola favorece o conhecimento científico, cultural, social, emocional, político. A família, do cotidiano, dos hábitos, procedimentos e também o incentivo à curiosidade dos fatos do dia a dia, desde as notícias e acontecimentos da cidade e do mundo, até uma leitura estética das expressões artísticas presentes na pintura, em músicas, no teatro etc.

Como saber o que realmente o filho pode realizar por si? Quando de fato necessita de apoio? Em casa, os pais devem tomar alguns procedimentos que favoreçam a expressão das capacidades da criança, como promover-lhe novas situações dentro daquilo que sabe fazer, porém com níveis de complexidade diferentes; atribuir-lhe pequenas tarefas para que assuma como suas responsabilidades: cuidar da alimentação do animal de estimação, dobrar suas roupas e guardá-las nas gavetas, ajudar a colocar a mesa para a refeição, vestir-se para ir ao colégio, guardar os brinquedos, lavar a louça com a qual tomou o café da manhã ou o lanche. São ações de organização pessoal que devem ser ensinadas às crianças de 5, 6 e 7 anos e que podem contribuir, e muito, para a formação da responsabilidade.

ambientes sociais, de troca de conhecimentos, de convivência. As crianças estão numa fase fértil de formação de redes neuronais em que as associações entre os conhecimentos se dão a todo o momento.

Há um tempo em que as crianças aprendem, por meio do exercício, com o apoio do adulto, e um tempo necessário à experimentação independente, em que a autonomia vai sendo construída. Teóricos da educação afirmam que os fatores que mais determinam o desenvolvimento infantil são os relacionados ao abandono de estimulação e à superproteção por parte dos familiares. O abandono não permite o desenvolvimento potencial dos filhos pela ausência total de estimulação à busca de conhecimentos. A superproteção limita, pois os adultos assumem todas as possíveis tarefas da criança, não autorizando o espaço para - LIÇÃO QUE SISTEMATIZA CONHECIMENTOS (É A MAIS COMUM): exige a memória do aluno, exercita o que foi ensinado em sala de aula. O aluno pode fazer sozinho, pois tudo já foi ensinado. Precisará se organizar, separar o material necessário e pode cumprir a tarefa sem ajuda. Caso não consiga, é importante que a professora saiba, no dia seguinte, para retomar os ensinamentos. - LIÇÃO PREPARATÓRIA (INTRODUZ UM NOVO TEMA): exige a participação de um adulto para selecionar os materiais, ler em conjunto com a criança, discutir as informações que se-

Outra questão frequente das famílias, principalmente no período de alfabetização em que as crianças ensaiam suas primeiras escritas e, inseguras, pedem ajuda, refere-se ao quanto devem ajudar na lição de casa. Em uma reunião educacional da Educação Infantil e do Fundamental I, foram transmitidas orientações sobre o auxílio adequado para cada um dos três tipos de lição de casa, resumidas a seguir.

rão registradas e como poderão ser explicadas em sala (o assunto principal). Nesse caso, é preciso dimensionar os materiais que trazem informações que o aluno será capaz de compreender e memorizar, como enciclopédias infantis, sites de pesquisa, livros informativos com linguagem acessível. Durante a leitura, o adulto deve fazer perguntas à criança para saber o que está compreendendo, ressaltar aspectos que considera mais significativos e discutir os porquês. É importante, também, retomar tudo ao final da leitura e pedir um registro (desenho ou escrita breve) para que ela lembre-se do que irá relatar em sala para os colegas.

- LIÇÃO DE APROFUNDAMENTO (FEITA LIVREMENTE PELO ESTUDANTE): algum tema trabalhado em sala pode despertar o interesse do aluno para saber mais, ou a professora pode solicitar também que busquem maiores informações sobre o que foi estudado. A família pode relatar seus conhecimentos a respeito, questionando o que foi compreendido, buscar materiais na internet ou informações em livros e revistas, selecionando o que o aluno levará para ilustrar sua fala. O registro é muito importante, pois formaliza o que o aluno quer relatar como conhecimento aprendido.


NOSSOS GIGANTES >>>

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APRENDER E DESCOBRIR COM A

Natureza O Santa Maria dispõe de um espaço natural único, caracterizando-se como uma das escolas com maior campus da zona sul de São Paulo, e nada menos que 100 mil metros quadrados de Mata Atlântica. Assim, oferece aos alunos e professores ambientes com natureza plural, largamente aproveitados em atividades diferenciadas Na Educação Infantil, as crianças exploram o bosque, a trilha da coruja, o escorregador de terra vermelha e o tronco da amizade diariamente. A aproximação das crianças com diferentes materiais orgânicos possibilita uma relação direta com o mundo natural e suas curiosidades. Os projetos de pesquisa das turmas surgem destes momentos de vivências e experiências nesses espaços. A ação dos professores frente aos assuntos levantados pelas crianças durante as brincadeiras e as relações vividas no ambiente natural ampliam o repertório e o contexto das pesquisas infantis. É possível desenvolver de forma contextual e articulada saberes das diferentes áreas do conhecimento. “Partindo de tais pressupostos, entendemos que as atividades ao ar livre e as brincadeiras possuem diferentes dimensões do conhecimento: a física, a funcional, a temporal e a relacional, legitimando-as como um elemento essencial”, conclui a orientadora da Educação Infantil, Karine Ramos. Portanto, quanto mais o espaço natural for explorado como elemento curricular, seja por meio de brincadeiras ao ar livre, seja pelos desafios físicos que estes proporcionam, maiores serão as possibilidades de trocas e aprendizagens vivenciadas pelas crianças. É possível observar nas crianças da Educação Infantil do Santa Maria a aprendizagem de conceitos matemáticos, sociais e naturais em ação, sendo estes o resultado de sua vida ativa na escola que, ao explorar o espaço, observa, experimenta e aprende diferentes princípios científicos, tais como noções de tempo, espaço, causalidade e número, relações entre passado, presente e futuro, ou movimento, velocidade e impacto, ou mesmo relações geométricas de linhas, superfícies e sólidos (formas de conhecimento) e, por último, para desenvolver a consciência estética na criança, através da criação de padrões e formas de beleza observadas nas folhas, nos musgos, nas árvores, nos pássaros, nos insetos... Enfim, por toda a parte!


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NA REDE >>>

A I G O L O N TEC A DE

INTERN A N A M E S V

ntre os dias 2 e 6 de maio, aconteceu a Semana Interna de Tecnologia (V SIT), já em sua quinta edição. Um evento que tem como principal objetivo oportunizar à comunidade do Santa Maria o contato com novas tecnologias para a geração de aprendizagens. Funcionários e pais, por exemplo, tiveram grande interesse na oficina de Fotografia. Já a equipe docente participou com empolgação de oficinas que traziam novos horizontes para o uso da tecnologia educacional, como Ensino Híbrido, Educomunicação e Metodologia STEAM, uma forma concreta de mesclar Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática em projetos interdisciplinares. No entanto, nada se compara ao envolvimento dos alunos nas atividades criadas especialmente para as aulas que ocorreriam durante a semana. O 1º ano, juntamente com o professor Enrico, trabalhou os conceitos de tempo e ritmo na música através de uma atividade corporal interativa. Como se fosse mágica, quando uma criança tocava a mão de outra, um som entoava pela sala. Rapidamente, todas estavam tocando uma música regidas pelo professor. Enquanto isso, as crianças do 2º ano puderam programar um pequeno robô, para que, percorrendo um mapa espacial, chegasse à Estação Espacial Internacional. Aproveitando a proximidade com a OBA, a Astronomia permeou também as atividades dos alunos de 3º ao 5º ano. Mesmo o que já não era tão novo, era novidade para as crianças, começando pelo Museu de Tecnologia. Mas os olhos saltavam mesmo no primeiro conta-

to com o livro interativo produzido pelo NETi. O material consiste em um enorme livro que, acionado pelo toque dos alunos, exibe um holograma com demonstrações sobre o espaço. A pergunta que pairava no ar era: “como isso é possível?”. A “cereja do bolo” ficava para a hora de colocar a mão na massa. No papel de pequenos engenheiros, os alunos manuseavam os Little bits, um kit formado por blocos eletrônicos que, ao serem encaixados, permitem a montagem de diversos dispositivos. Nesta aula, o desafio era simular os movimentos da Terra. Os alunos do Fundametal II e Médio não ficaram de fora. Youtubers, Makers, Gamers, DJs, termos já comuns a esta geração, foram os carros-chefes nos encontros tecnológicos promovidos no horário oposto às aulas. A grande procura pelas atividades trouxe jovens que não apenas curtem novas tecnologias, mas querem aprender novos caminhos para utilizá-las de forma criativa e inovadora. Embora ocorra apenas uma vez ao ano, a Semana de Tecnologia cumpriu com o seu propósito de semear novas possibilidades para o uso das tecnologias educacionais em projetos que, durante todo o ano, favoreçam não apenas o ensino, mas, principalmente, a aprendizagem.


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EDUCOMUNICAÇÃO NA PRODUÇÃO DE VÍDEOS Educomunicação, como já mencionado, foi um dos assuntos mais procurados pelos educadores na V SIT. Como o próprio nome sugere, trata-se de um conceito que busca o entrelaçamento da Educação com a Comunicação, em especial com a mediação de recursos tecnológicos. Dentro dessa proposta, as turmas do 5º ano do Fundamental I já estão com um projeto a todo vapor. Se em anos anteriores a série trabalhava com atividades que incluíam a edição de vídeos em parte das aulas nos laboratórios de informática, em 2016 foi dado um passo adiante. O foco não é mais edição, e sim, produção. Com o desafio de produzir um documentário, as crianças têm contato com

conceitos de roteirização e planejamento onde entendem todo o processo para a transformação de uma ideia em filme. Após pensarem, repensarem e documentarem as etapas, com a câmera em mãos, os alunos saem à captura de imagens como entrevistas e reportagens. O engajamento é geral. E é justamente esse destacado envolvimento dos “produtores” que torna a Educomunicação uma importante ferramenta pedagógica. O educando é alçado a um papel de protagonista, e motivado a muito mais que instrumentalizar-se, mas desenvolver-se na expressão comunicativa, oral e escrita, trabalhando colaborativamente no uso de uma linguagem criativa e multimídia.


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SÓ NO SANTA >>>

FAZER DIFERENTE para fazer a diferença CONHEÇA PROJETOS QUE EXPLICITAM A EDUCAÇÃO PRATICADA NO SANTA MARIA, FOCADA NA FORMAÇÃO PEDAGÓGICA E HUMANA DE CADA ALUNO NAS VÁRIAS FASES DA VIDA ESCOLAR

Recreio:

UMA EXPERIÊNCIA SAUDÁVEL DE MOVIMENTO E APRENDIZAGEM O Santa Maria entende que o recreio escolar é um momento rico para exercitar as relações sociais, a educação para a cidadania e o desenvolvimento das habilidades socioemocionais. Sendo assim, no 4º ano do Fundamental I, durante os intervalos, são realizadas atividades que promovem a aprendizagem de resolução de conflitos.

A BIBLIOTECA E SEU PAPEL NA FORMAÇÃO DE LEITORES NA PRIMEIRA INFÂNCIA Cada sala da Educação Infantil do Santa Maria tem uma Minibiblioteca, que não é apenas um espaço onde se guardam livros ou são feitas leituras solitárias e silenciosas. Nela, as crianças pesquisam assuntos de seu interesse ou temas tratados nos projetos, ouvem histórias compartilhadas, realizam a pseudoleitura, com base nas imagens, e inferências sobre o material escrito, desenvolvendo seu comportamento leitor. São atividades muito importantes, que ajudam as crianças a descobrir o prazer da leitura. Elas soltam sua imaginação para contar suas próprias histórias, além de ter uma escolhida diariamente com intencionalidade pelas professoras. Na rotina do dia, o aluno tem a oportunidade de selecionar na Minibiblioteca da sala uma história e recontá-la para o grupo. “Ainda não sei ler, mais vou inventar uma história bem engraçada, só preciso olhar as imagens”, declarou Beatriz Fontes Machado, de cinco anos. A função da literatura infantil, tanto em sala de aula quanto fora dela, é um amplo campo de estudos que exige do professor um olhar sensível, crítico e pesquisador para saber propor, disponibilizar e encantar as crianças com os livros e os diferentes gêneros, gerando um momento propício de prazer e aprendizagem. É na interação com a leitura que se desenvolve a criatividade, a imaginação, adquire-se cultura, conhecimentos, valores, amplia-se a visão de mundo.

Tudo começou com conversas nas aulas de Educação Física sobre fair play, respeito, regras, questões de gênero e demais tópicos que permeiam os relacionamentos. Na sequência, os professores propuseram a organização de um recreio mais “saudável” e os alunos sugeriram dois jogos: Futebol e Queimada. Todos foram convidados, mas alguns não quiseram participar. No próximo passo, montar as equipes. Ponderou-se a importância de ter times equilibrados, por isso a realização de um sorteio. A partir daí, começaram os jogos, e em comum acordo foram combinadas as regras. O objetivo está sendo alcançado dia após dia, quando os próprios alunos se organizam consultando as tabelas, distribuem os coletes e regulam as regras do jogo sem a intervenção dos professores. Certamente, estão aprendendo conceitos que desenvolvem um bom esportista e um bom cidadão.


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APRENDIZAGEM EMOCIONAL E RESOLUÇÃO DE CONFLITOS Formação de professores A construção de ambientes de convivência é planejada de forma intencional por toda a equipe pedagógica, professores e orientadores. Neste semestre, o corpo docente da Educação Infantil e do Fundamental I está realizando estudos acerca da Aprendizagem Emocional e a Resolução de Conflitos, com o objetivo de ter maior clareza sobre o ensino das habilidades socioemocionais, condição necessária à aprendizagem de modo geral por parte dos alunos. “O objetivo da aprendizagem emocional é favorecer a convivência com as diversas expressões de sentimentos e o enfrentamento das dificuldades nas relações”, explica Sueli Gomes, orientadora do 1º ano do Fundamental I. A educação das emoções fortalece o indivíduo, capacitando-o e equilibrando-o para o relacionamento social.

beres dos alunos. Do vínculo afetivo entre professor/aluno depende, em grande parte, o envolvimento nas atividades escolares e, em decorrência, o êxito na aprendizagem. “Não é possível concentrar-se em questões de matemática, quando se está profundamente triste com o colega que excluiu você do jogo na aula de Educação Física”, afirmam as autoras de um dos livros estudados. Daí a importância de se trabalhar os conflitos surgidos no dia a dia escolar por meio da aprendizagem emocional.

Segundo o neurocientista António Damásio, a emoção desencadeada por determinado estímulo dá origem a um “programa de ações”, diferentes conforme o tipo de emoção, que provocam alterações no rosto, no corpo ou no sistema endócrino, e repercutem na disponibilidade para a aprendizagem. “É difícil manter a atenção focalizada em momentos de extrema tristeza. Ao mesmo tempo, é sabido que, diante de emoções de medo, pode haver uma capacidade de aprendizagem aumentada”, afirma. Os sentimentos estão diretamente relacionados com a aprendizagem e com o desenvolvimento de sa-

Formação de alunos A educação que oferecemos é participativa, voltada para a construção da autonomia pessoal, para o diálogo, em que há possibilidade de crítica, e uma convivência coletiva e justa para todos. Na Educação Infantil e Fundamental I, é essencial que se ensine a lidar com as emoções e que o adulto faça o papel de intermediador diante dos conflitos. A intervenção dos professores estará voltada a ajudá-los a antecipar as consequências de uma resposta agressiva ou violenta e aprender o autocontrole; avaliar a descarga imediata da raiva: a sensação de injustiça produzida pela agressão e as consequências a médio e longo prazo desse tipo de resposta.

“No entanto, há que se capacitar os alunos a lidar de forma autônoma com os desentendimentos, por meio de situações facilitadoras, tais como assembleias de classe no final do período ou após o recreio, em que essas situações ocorrem mais frequentemente”, pondera a orientadora da Educação Infantil, Karine Ramos. Cada aluno prepara-se para autogerir-se emocionalmente e, assim, contribuir com a autogestão dos demais em seu convívio. Dessa forma, a educação pode, além de instruir, aprimorar a maneira de ser das pessoas, ensinando-as a perceber umas as outras. A integração dos saberes está nas relações articuladas com as situações vividas e é preciso que os sentimentos e os conflitos não fiquem fora do âmbito de ensino e, sim, que façam parte do programa de trabalho dos professores no cotidiano escolar.


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SÓ NO SANTA >>>

EXPEDIÇÃO AO TRONCO DA AMIZADE

O Projeto Literário do 4º ano do Fundamental I, no segundo bimestre, visava à leitura, discussão, interpretação de diferentes narrativas e apropriação da estrutura do gênero relato pessoal. Para a conclusão da leitura do livro “Férias na Antártica”, em que as autoras, filhas do velejador Amyr Klink, relatam suas experiências em viagens, foi proposto para os alunos a realização de uma vivência coletiva no “Tronco da Amizade”, um tronco de árvore enorme, caído há muitos anos, cercado de Mata Atlântica, dentro do próprio Colégio. Para se chegar até ele, passa-se por trilhas estreitas e escorregadias, sente-se no ar um cheiro bom de mato e ouve-se o som de folhas secas, como os próprios alunos descreveram. Todos se prepararam devidamente para a expedição. A vivência foi tão significativa que, ao redigirem suas histórias, os alunos conseguiram conversar com o leitor, justificando a escrita, como fez Luiz Gustavo Tessaro, do 4º B: “O dia que encontrei um chuchu na trilha do Colégio. Isso mesmo que você leu, um chuchu! Vou contar como foi...”. “Toda essa caminhada, em que a ajuda mútua precisava existir para que pudessem aproveitar a experiência marcante de se sentarem juntos no Tronco da Amizade, teve uma real importância: selar a amizade com um acontecimento que ficará para sempre em nossa memória, através das lembranças e da escrita dos relatos”, sintetizam as professoras Claudia Sande e Rosana Daher.

Criança cidadã

Por meio do projeto “Pessoas com necessidades especiais à luz dos direitos humanos”, o 6º ano do Fundamental II, na disciplina de Ensino Religioso, experimentou o quanto é importante que as escolhas contribuam para a superação das desigualdades e das agressões à Criação. Essa rica oportunidade aconteceu a partir de uma manhã de convivência em instituições como Fundação Dorina Nowill, Trilha – Escola Especial, APAE, ADEFAV, Instituto Indianópolis e Instituto Padre Chico, que trabalham com deficientes visuais, auditivos, físicos, múltiplos e intelectuais. Através de palestras, dinâmicas, rodas de conversas, oficinas de arte e leitura, doações, esportes, músicas, danças e comunhão do alimento, os alunos, atuando como crianças cidadãs, puderam celebrar o que a série vem trabalhando no cotidiano: a consciência de reivindicar direitos e a responsabilidade de praticar deveres. Além disso, estar a serviço do próximo des-

MUITO ALÉM DO CONTEÚDO

A educação focada no conteúdo parece insuficiente para dar conta dos desafios que a sociedade impõe atualmente. Oferecer aos alunos uma educação que os levem a desenvolver competências necessárias para aprender, conviver e trabalhar em um mundo cada vez mais complexo é o grande desafio da atualidade. “Temos que preparar os jovens não apenas para o aprendizado dos conteúdos escolares, mas também a serem pessoas colaborativas e com pensamento crítico”, defende a orientadora do 5º ano do Fundamental I, Vanini Andolfato Mesquita. O Colégio Santa Maria tem compromisso com a informação, ao primar não só pela qualidade do desenvolvimento das habilidades cognitivas, mas também se preocupar com a formação do cidadão e o desenvolvimento das habilidades socioemocionais. Nesse contexto, os jogos ocupam um lugar privilegiado. Com eles e outros materiais concretos, os alunos do 5º ano desenvolvem conceitos matemáticos e, ao mesmo tempo, praticam habilidades socioemocionais, como trabalho em equipe, resiliência, liderança e reação à contrariedade. É nesse momento de descontração que, ao mesmo tempo demanda regras e estratégias, se consegue colocar os estudantes em situações do mundo real e permitir que adquiram conhecimento. perta a humildade latente, a ação amorosa e alicerça os demais valores, fortalecendo o caráter. É o amor atuando como alimento da consciência e pautando a conduta que promove transformações fundamentais. “Ser solidário supera a indiferença e faz reconhecer o outro em nós. A solidariedade nos torna mais receptivos e identificados com a humanidade e toda a criação divina”, ressalta a professora Áurea Mello.


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Vivência com os funcionários Durante o mês de abril, as turmas do 7º ano do Fundamental II têm a oportunidade de experimentar dias diferentes no Santa Maria. As salas de aula ficam vazias e os demais espaços do Colégio, cheios de vida. É o período da “Vivência com os funcionários”, que apresenta situações novas para os jovens, como aponta André Tanaka: “Foi bastante legal, peguei um funcionário na primeira vivência dele e foi uma nova experiência para nós”.

da escola”, observou Guilherme Basso. Nesse sentido, fica claro que os alunos também desenvolvem uma postura que valoriza as relações humanas e o respei-

to ao trabalho coletivo a partir da individualidade de cada trabalhador, como fundamentais para a vida em nossa sociedade.

Ao passarem uma manhã como companheiros de trabalho de funcionários de diversos setores, os estudantes percebem que são capazes de lidar com outras realidades, de realizar diferentes ações, de assumir responsabilidades diante dos outros e de refletir sobre elas, como analisou Melanny Yuri Stoy: “Achei que a vivência com os funcionários foi muito boa, pois me fez perceber que não importa a sua profissão, mas a dedicação que você dá a ela. Por isso precisamos respeitar a todos igualmente.” “O mais legal é aprender a valorizar o trabalho dos outros. Eles fazem coisas que a gente nem sabe, e que contribuem muito para o bom andamento

RELACIONAMENTOS EM SALA DE AULA Nem só de conhecimento acadêmico vive o estudante, mas de todos os relacionamentos em que está mergulhado na escola. As pessoas com quem o relacionamento acontece mais intensivamente - seis aulas por dia, cinco dias por semana, duzentos dias por ano – estão na sala de aula: colegas e professores. E, se a sala de aula é não só uma preparação para o mundo, mas o próprio mundo, a primeira pergunta a que se pode responder é: em que mundo se quer viver? Um mundo desejável é aquele no qual pessoas semelhantes e diferentes convivam harmoniosamente e tenham a habilidade de conversar pacífica e produtivamente sobre suas divergências. Relacionamentos saudáveis e respeitosos não acontecem naturalmente na sociedade em que vivemos; é necessário aprender a se relacionar. Essa é uma das bases do curso de LIP (Leitura, Interpretação e Produção de textos) da 2ª série do Ensino Médio do Santa, que alia a obtenção do conhecimento acadêmico com a criação de oportunidades para a construção de relacionamentos entre todos os colegas da sala: cada matéria é trabalhada em um grupo diferente de alunos.


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DEIXA COMIGO >>>

VELHOS SABERES,novas

A escola não é mais o espaço exclusivo do saber. Diante disso, é preciso ressignificar-se e reinventar-se, buscando estratégias alternativas ao formato tradicional de aula expositiva e que contemplem o perfil do jovem. Não é nova, no Ensino Médio, a busca por atividades não convencionais de ensino. Exemplo recente foi a aula magna sobre Galileu Galilei oferecida por uma equipe de oito professores das três áreas do conhecimento a alunos interessados das três séries do Ensino Médio na tarde do dia 29 de abril. Numa sequência de diversas falas de 30 minutos de duração, os professores exploraram a contribuição e importância deste cientista para a revolução científica, a posição da Igreja frente à teoria galileana sobre o Universo, além de discutir as contribuições de outros cientistas que romperam paradigmas em suas áreas, encerrando com uma contextualização da abordagem de Bertolt Brecht ao escrever a peça Galileu Galilei, assistida por alunos e professores, ponto de partida para esta jornada acadêmica.

práticas

Na 3ª série, a experiência foi uma “aula-palestra” em 13 de abril, com a temática África: histórias e desmistificações, ministrada por Adriana Freitas, coordenadora da área de Ciências Humanas. No decorrer de 100 minutos, foram abordadas questões como a desconstrução de estereótipos: África não é um país, tampouco é totalmente povoada por tribos selvagens que habitam locais exóticos, com savanas. Associar o continente à fome, à miséria e à doença é transformá-lo em objeto, nunca visto como sujeito. Há que se considerar o (des)serviço prestado pela indústria cinematográfica, que corrobora para a perpetuação desses equívocos. Outros aspectos também foram discutidos, como o pan-africanismo, o processo de colonização e a emancipação política (séculos XIX e XX). Os alunos pediram mais. A discussão sobre novas propostas curriculares e inovações metodológicas está posta. Cabe-nos continuar experimentando e incorporando à prática regular experiências bem sucedidas como estas.


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O NEP REVIVE

O PÁTIO EM PROSA E A GENTE EM POESIA

O Brasil passa por uma fase extremamente conturbada, marcada por uma crise política que cresce cada dia mais. Nessa, uma tensão se instaura, fazendo a população carecer de uma experiência na qual se possa discutir sem medo. Diante disso, o Grêmio Estudantil achou pertinente reinaugurar o Núcleo de Estudos Políticos (NEP), que não era realizado há alguns anos. Trata-se de um encontro de pessoas interessadas em discutir temas políticos, de modo a ampliar seus conhecimentos frente à realidade brasileira atual. Quinzenalmente, é trazida uma questão, atualmente seguindo o tema “A crise na política brasileira”, e é realizado um debate mediado pelo Grêmio. No último encontro, discutiu-se se era possível considerar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff um golpe. O debate foi extremamente produtivo, contou com a presença de vários alunos, professores e também do Diretor. Com algumas adaptações, o Grêmio pretende continuar com os encontros, contribuindo para que o Santa Maria forme não apenas alunos, mas também cidadãos que possam fazer parte da construção de um Brasil melhor.

www.kino.de/film/the-hours-2002/

O pensamento da necessidade de significação e formação de identidade do pátio do novo prédio do Ensino Médio, prédio Nossa Senhora da Santa Cruz, fez com que surgisse o projeto Pátio em Prosa, que visa “inundar” o espaço com ideias advindas de tais encontros. A proposta é que, por meio de prosas (conversas) que partam de contato com artes que dialoguem com a literatura, alunos e professores do segmento podem ter trocas interpessoais que contribuam para a formação não só da identidade do novo prédio, mas, também, das pessoas envolvidas. No primeiro Pátio em Prosa, que aconteceu no dia 15 de abril, o grupo assistiu ao filme As Horas. “Após esse momento de descontração e deleite, desfrutamos de uma frutífera roda de conversas e construção de sentidos a partir de temáticas levantadas pelo filme”, relata a professora de Literatura, Natália Ruela. Houve algum contato, também, com a vida e a obra da célebre e canônica escritora inglesa Virgínia Woolf, podendo atentar para questões tratadas por ela, como o espaço ocupado e ansiado por mulheres na sociedade como um todo e no mundo das letras. Foi um momento de intimismo, riqueza cultural e intelectual, que cumpriu bem o seu objetivo e que construiu muito além dos espaços visíveis e tocáveis das paredes do pátio: construiu – também e principalmente - o espaço íntimo de cada participante envolvido.

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RAÍZES >>>

PRATA DA

a s a C

R O G A O N U L A EX-

“ E N S I N A R , E M L AT I M , SIGNIFICA MARCAR O OUTRO E F O I I S S O Q U E ACO N T E C E U CO M I G O N O SA N TA M A R I A , AS P E S S OAS M E M A R C A R A M , E EU QUERO DEIXAR UM P E DAC I N H O M E U N O O U T R O TA M B É M ”

. A T N A S O D OR S S E F O R P É A

Ele não precisou de muito tempo para descobrir sua vocação. Desde menino, Arthur Consiglio Campelo gostava de ajudar os colegas e ensinar o que aprendia com facilidade. Aluno do Santa Maria a partir do 2º ano do Fundamental I, quando chegou ao Ensino Médio, começou a conversar com os professores, analisar seu perfil e concluiu que aproveitaria também o gosto pelo esporte. Resultado: o objetivo seria cursar Educação Física para se tornar professor. E assim aconteceu. No ano seguinte à formatura, em 2013, Arthur ingressou na USP e deu início ao plano traçado. Para atingir uma formação plural, buscou experiências com públicos diferentes: deu aulas de judô para crianças no Clube Monte Líbano, onde agora é tutor na modalidade de um aluno com Síndrome de Down, foi professor de hidroginástica para a terceira idade e é técnico de futebol universitário na faculdade. A ligação com o Santa Maria não foi interrompida nem mesmo nesse período, pois o ex-aluno continuou a integrar o projeto de inserção social do Vale do Ribeira. “Fui pela primeira vez no 9º ano e gostei muito, foi algo que me incitou a ser professor, pois ali é preciso ensinar, esclarecer o que deve ser feito, aconselhar”, explica. No ano passado, Arthur seguiu viagem como estagiário do Colégio e neste ano integra o time docente, pois foi efetivado no cargo no final de 2015. Isso mesmo: o ex-aluno agora é professor de Educação Física da Educação Infantil do Santa Maria! O jovem profissional considera que

este não é apenas um bom emprego: “Tenho muito a agradecer a formação humana e social que recebi no Santa Maria, que vou levar para a vida inteira, e isso não podia parar no diploma, queria retribuir aos alunos o que os professores foram para mim”, declara. Alguns desses profissionais hoje são seus colegas, muitos do Ensino Médio e outros do Fundamental , como a orientadora Vanini e a professora Veronice. “Todos são muito legais, dão suporte, sei que posso contar com eles para tirar dúvidas e buscar alguma orientação”, diz. Mas a inspiração vem do mestre de judô dos Extracurriculares, Ricardo Forte Katchborian: “Tenho orgulho de ser cria dele”, declara. Cultivar relacionamentos é uma das habilidades de Arthur, e o Santa Maria, segundo ele, é uma grande família. “Você se sente parte de algo muito grande”, revela. O professor lembra com carinho que, no seu último dia de aula na 3ª série do Ensino Médio, uma funcionária da limpeza com quem ele sempre conversava o presenteou com uma caixa de bombons. Recentemente, os dois se reencontraram no Supletivo do Santa, o que confirma que as relações por aqui são mesmo muito duradouras!

De cima para baixo: 1 – Arthur com o mestre Ricardo 2 – O professor com as colegas Vanini e Veronice 3 – Em ação no projeto do Vale do Ribeira


REFLEXÃO >>>

o

CUIDAR É EDUCAR PARA A MARIA ELIZABETH DA COSTA

que é educar para a vida? Essa foi a reflexão que orientou a organização da missa em homenagem ao Dia das Mães. A celebração, preparada com os alunos, contou com as contribuições das mães, que na procissão de entrada carregaram o andor com a imagem de Maria, emocionando a todos os presentes. As crianças, muito envolvidas, trouxeram cartazes com fotos das suas mães e frases, discutidas em sala de aula, a respeito das ações que as mães podem praticar para cuidar dos filhos, como: explicar o que é certo e o que é errado, atribuir responsabilidades, ensinar a respeitar todas as pessoas, conviver com a diversidade de opiniões, assumir as consequências dos seus atos, conversar sobre as dificuldades, reconhecer os erros e aconselhar. Na primeira leitura da missa, retirada do livro do Êxodo, na qual é narrado o início da vida de Moisés, a cesta preparada por sua mãe é o símbolo do cuidado - ela pensou em preservá-lo, então deu-lhe o melhor do seu amor. O Evangelho de Lucas, muito bem dramatizado pelos alunos, contou o episódio da festa da Páscoa em Jerusalém, quando o Menino se afastou da comitiva e os pais, aflitos, procuraram-no em toda parte, só o encontrando três dias depois, no Templo, deixando os doutores maravilhados com suas perguntas e respostas. Nessa narrativa, aparecem os valores da família: a dedicação e a responsabilidade dos pais. Nas leituras bíblicas citadas, fica explícita a preocupação dos pais em acolher. Seu papel é pensar no bem-estar e na segurança dos filhos, é prover as necessidades relacionadas à alimentação e à saúde, é proteger, é querer que sejam felizes, mas isso não é tudo, é preciso educá-los para a vida.

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! a Vid

No mundo atual, encontramos muitos espaços de incertezas em relação à educação dos filhos. Inúmeros são os desafios, mas ter consciência das atitudes que contribuem negativamente na formação das crianças é um bom começo para pensar no assunto. Olhar a infância sob a ótica da superproteção, considerar que existe uma incapacidade de resolver pequenos conflitos, organizar os brinquedos, cuidar da higiene, colaborar com afazeres domésticos, todas as ações contribuem para que elas pensem que sempre alguém resolverá tudo e que não é necessário assumir responsabilidades em momento algum. Quando os pais resolvem tudo, não colaboram para a construção da resiliência, ao contrário, fazem com que os filhos não suportem as adversidades. É certo que os pais se preocupem com o futuro dos filhos, desejem que cresçam felizes e tenham sucesso profissional, porém, é preciso que antes invistam no presente, na formação dos valores, na ética, no respeito ao direito dos outros, na convivência com a diversidade, na compreensão de que o individualismo e o imediatismo não têm trazido consequências positivas para a vida em comunidade e para a sociedade. Para conquistar tudo isso é indispensável a dedicação, o cuidado, o afeto e o diálogo. Cuidar é colocar limites, é ser um bom exemplo, é influenciar na maneira como os filhos vão lidar com os desafios e frustrações, é mediar a relação da criança com o ambiente à sua volta. É preocupar-se com o impacto e as implicações das suas ações no coletivo.


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TÚNEL DO TEMPO >>> >>

CONSTANTE

EVOLUÇÃO

MAIS UM TRECHO DA HISTÓRIA ÓRIA DO SANTA MARIA 1957 – Foi um ano com acontecimentos muito marcantes: início da construção do prédio do ginásio (atual Fundamental II) e formatura da primeira turma desse segmento. Os alunos distribuíram roupas e alimentos para as pessoas necessitadas no Jaguaré, onde os padres da Santa Cruz tinham uma paróquia. 1959 – Em fevereiro, o Santa Maria recebeu do Ministério da Educação autorização para realizar um ano experimental de Colegial (atual Ensino Médio). O 1º ano do segmento teve início com 29 alunos. Naquela ocasião, além do Santa Maria, apenas o Santa Cruz obteve esse tipo de licença em São Paulo. 1960 – Quatro irmãs e quatro alunos passaram o mês de janeiro no Paraná, dando aulas de catequese para mais de mil crianças na região onde hoje se situa Telêmaco Borba. Nesse mesmo ano, a renda da Festa Junina foi destinada para a construção de um prédio de Ciências e um novo refeitório. A APM foi formada com esta meta. A água da SABESP começou a ser ligada nos prédios do Santa Maria. Em novembro, uma nova piscina foi inaugurada, repleta de bexigas e uma aluna de cada classe estreou o espaço. 1961 – Vinte e dois alunos começaram a dar catequese em três escolas públicas em Cidade Dutra e Jaguaré. As aulas do Colégio foram suspensas entre 25 e 31 de agosto devido à saída de Jânio Quadros da presidência do Brasil. Com a inauguração do prédio de Ciências, a carga horária dessa disciplina foi aumentada e o curso de Pedagogia, suprimido. Duas voluntárias leigas criaram um grupo de canto, o Glee Club que, no ano sseguinte, se segu egu guin inte te, fez te, ffe ez uma uma apresentação um apre ap rese sen nttaç ta aç ção ão para pa arra ra o governador gove go vern nad ado orr Carvalho Car arvva alh ho

Pinto e sua família no palácio do governo. 1962 – Para comemorar o 10º aniversário do Santa Maria, a equipe de vôlei das meninas jogou contra os meninos no Colégio Santa Cruz. Foi comprado um terreno para uma residência para as irmãs e alguns alunos internos. 1963 – As irmãs Madeline Therese e Maria Dominga, juntamente com três alunas, foram para Campo Grande (Mato Grosso do Sul) para oferecer aulas de catequese durante as férias de janeiro. No mesmo período, as irmãs Juliette, Mildred Louise e Francine e cinco alunos foram para Monte Alegre (atual Telêmaco Borba) para dar aulas de catequese. Nesse mesmo ano, 28 mães de alunos do Santa Maria, apoiadas por Irmã Charlita, abriram o Centro Santa Marta. Após uma reforma no fundo do terreno do prédio Menino Jesus, as atividades foram iniciadas em 1964 no local em que havia sido o estábulo. 1964 – Um grupo de irmãs deixou o Santa Maria para dar início a uma missão, dirigir um primário paroquial, em Monte Alegre (Paraná). No final do ano, as irmãs Aline Marie e Julietta acompanharam um grupo de alunos em uma viagem cultural de dois meses na Europa com o professor de arte e artista Oswald de Andrade Filho, filho do escritor de mesmo nome. Irmã Maria Cecília Nesteriuk foi a primeira brasileira a professar votos perpétuos na Congregação. Hoje ela faz trabalhos administrativos para a mantenedora do Instituto das Irmãs de Santa Cruz. 1966 – Em outubro, foi criada a Associação de Pais e Mestres. Sister de honra e o primeiro presidente, Siisstter S er Charlita Charl harrllitita foi ha ffo oi presidente prre p Hélio Bicudo. Enquanto isso, nos Estados H Unidos, sister Diane fez seus primeiros voU tos t e por isso celebra Jubileu de Ouro em setembro de 2016. s 1968 – As aulas do primário (atual Funda1 mental I) tiveram início em março, embora m a construção estivesse parcialmente inacabada. Não havia iluminação nem janec las la nas quatro salas de aulas, e o piso foi la instalado no dia anterior. Crianças de 1º e in in 2º 2 ano da rede pública usaram uma das salas, já que não havia como acomodá-las s nas n escolas da região. O prédio foi bento e dedicado em 13 de setembro, com as pred senças do prefeito Faria Lima e do ministro s da d educação, Tarso de Morais Dutra. Continua na próxima edição... C


FESTA JUNINA 2016

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