BOM DE "BOLA": A importância da seleção para Perímetro Escrotal na Pecuária de Corte

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BOM DE “BOLA” A IMPORTÂNCIA DA SELEÇÃO PARA PERÍMETRO ESCROTAL NA PECUÁRIA DE CORTE

Atualmente o rebanho brasileiro possui aproximadamente 74,5 milhões de matrizes de corte em reprodução (ANUALPEC 2012), se considerarmos que somente 6% destas matrizes são inseminadas (ASBIA 2012), temos aproximadamente 70 milhões de matrizes que necessitam serem entouradas anualmente. Com uma relação média touro/matriz de 1/40, a necessidade é de 1,75 milhões de reprodutores ativos. Para termos eficiência reprodutiva na pecuária de corte, aumentar a taxa de desfrute e consequentemente a rentabilidade da cadeia produtiva, é essencial que os reprodutores e as matrizes sejam criteriosamente selecionados para as características reprodutivas que influenciam diretamente nos resultados. Rebanhos detentores de elevada precocidade sexual e fertilidade possuem maior disponibilidade de animais, tanto para venda como para reposição, permitindo maior intensidade seletiva e, consequentemente, progressos genéticos mais elevados e maior lucratividade (BERGMANN,1998). Embora os programas de melhoramento genético mais tradicionais tenham dado maior ênfase às características de desempenho ponderal, hoje já se sabe que a utilização de características reprodutivas como critério de seleção é indispensável para a melhoria do sistema produtivo (TOELLE& ROBISON, 1985). Sabemos da importância da fertilidade em um rebanho, portanto, selecionar animais com idade mais precoce ao primeiro parto é estar pensando também em viabilidade econômica. Para otimizar os índices reprodutivos e consequentemente a produtividade dos rebanhos de cria, é de fundamental importância definirmos critérios de seleção para os rebanhos à serem explorados, conforme suas necessidades de evolução genética. Um destes critérios é a seleção para Perímetro Escrotal (PE). A seleção para Perímetro Escrotal (PE) é de média à alta herdabilidade, ou seja, sofre pouca influência do meio ambiente, e em pouco tempo pode ser incorporada ao rebanho. Já a seleção para Idade ao Primeiro Parto (IPP) é de baixa à média herdabilidade, sofre influência do meio, e demora mais para ser fixada ao rebanho. Com isso sabemos que selecionar animais para maior Perímetro Escrotal (PE), nos ajuda muito no processo do ganho genético do rebanho para características reprodutivas, devido à rapidez na fixação desta, e nos demonstra que a seleção para Idade ao Primeiro Parto (IPP) e demais características reprodutivas devem ser trabalhadas juntas, pois como o ganho é aditivo, mesmo que de baixa herdabilidade vão ser fixadas no rebanho no decorrer da seleção.


Segundo BERGMANN (1998), face às dificuldades operacionais para implementação de programas de seleção para idade à puberdade, torna-se importante a utilização de características indicadoras de precocidade sexual, que tenham variabilidade genética adequada, que sejam de mensuração fácil, e que tenham correlação genética favorável com a idade à puberdade e outras características economicamente importantes. Quando não são conhecidas, a idade à puberdade e a data da primeira fecundação da fêmea bovina, as informações reprodutivas disponíveis são a ocorrência ou não do parto e a data do parto. Destas informações, a característica que emerge como indicativa do início da atividade reprodutiva das fêmeas jovens é a idade ao primeiro parto (BERGMANN, 1998), que é uma característica de fácil mensuração (PEREIRA et al., 2000; FRIES, 2003). A utilização de fêmeas sexualmente mais precoces terá reflexo direto na eficiência, rentabilidade e competitividade da pecuária bovina nacional (FRIES, 2003). Nos machos, o perímetro escrotal é a mais recomendada dentre as características indicadoras de precocidade sexual, (BERGMANN, 1998). Existem duas características importantes correlacionadas diretamente com Perímetro Escrotal (PE), ligadas à produtividade e rentabilidade, que são: maior peso ao desmame (210 dias) e maior peso ao ano (365 dias), em rebanhos que priorizam esta seleção. Existem também correlações entre perímetro escrotal e ganho médio diário do nascimento à desmama, indicando que ao selecionar para maior perímetro escrotal, irá reduzir a idade ao primeiro parto de suas filhas. Quando touros com maior perímetro escrotal são selecionados para a reprodução, indiretamente aumenta-se o ganho médio diário do nascimento a desmama (210 dias). Outra característica interessante na seleção de reprodutores selecionados para maior Perímetro Escrotal (PE), é que touros jovens apresentam alta motilidade (60-80%), indicando melhor qualidade seminal e esta característica pode ser utilizada como um dos critérios na seleção de animais de alto potencial reprodutivo. Na TABELA 1, a representação das médias de PE para as raças zebuínas de corte, como referência para seleção. PERÍMETRO ESCROTAL – MÉDIA E DESVIO PADRÃO (CM) AOS 18 MESES REGIME ALIMENTAR RAÇA PASTO SEMI-CONFINADO CONFINADO BRAHMAN 23,76 ± 3,20 26,92 ± 3,60 31,03 ± 4,00 GUZERÁ

22,71 ± 3,30

25,54 ± 3,50

29,31 ± 3,80

NELORE

22,56 ± 3,10

25,02 ± 3,60

26,86 ± 4,30

TABAPUÃ

22,34 ± 2,90

26,49 ± 4,10

24,87 ± 4,30

Fonte, PMGZ 2013.


Na FIGURA 1, uma imagem de mensuração com fita própria para Perímetro Escrotal.

Selecionar machos para Perímetro Escrotal (PE) ao ano (365 dias) e ao sobreano (450 dias) é de extrema importância para identificar os animais melhoradores desde a idade jovem, com medidas de PE estabelecidas como critério de seleção, serão mantidos somente os animais superiores e consequentemente aqueles que mais vão contribuir para a evolução genética do rebanho.

Rafael Mazão Zootecnista – Especialista em Julgamento das Raças Zebuínas Consultor Técnico Departamento Corte – Alta Genetics Uberaba (MG), Brasil Abril, 2013


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