Ela Entrou Pela Janela do Banheiro
Altair Boeira
Enquanto distraidamente ela andava pela cidade... A cidade a andava por todos os lados. Ela caminhava tranquila em algum inverno, nesta cidade onde a chuva cai repentina durante o meio dia, nestes dias que nos faz sair da cama mais cedo sem mais e nem menos, atoas da vida, sem guarda-chuva e com alguma pressa para fugir do frio, para encontrar de volta o calor, fugindo do sono e preguiça. Procurando um lugar para comer, acolher e se recolher, fugir do trabalho espacial que é andar em meio e em meio a tantas e tantas pessoas sem sentido ou com algum e ainda sim saber que você deve chegar a algum lugar. (A tempos não fazia isso... vamos continuar). Então ela entrou por uma rua saiu por outra e logo depois se perdeu em uma loja de sapatos. Comprou. Mesmo não entrando direito no pé, apertando no mindinho, COMPROU, liquidação, ainda caro, mas era modelo lindo, de última linha, e estava em liquidação, sabemos que liquidações são imperdíveis, mas já é dia vinte, e Deus sabe que prestações e liquidações combinam e que o diabo não pode estar escondido em forma de anuncio em vidraça de loja, ela será absolvida. Então ela saiu da loja com um sorriso enorme na cara e com uma sacola que não combinava em nada com seu grande casaco negro, seu salto ou sua calça amarela. E mesmo com a chuva e fina e fria que caia, e ela sentia, mas que de merda de emoção é essa que se sente com uma aquisição de sapatos? Ela estava ali, em uma calçada qualquer, com seu smartphone em uma das mãos e uma sacola na outra, seus óculos a embasar por culpa da chuva, mas a sustentar o largo sorrir na cara como se conquistasse Roma. Mandava uma mensagem com foto para amiga dizendo “achei um sapato lindo, você não vai acreditar”, e logo chegaria uma resposta com algo, “sua puta! Onde você achou esse liiiiiiiiindooooooooo *___*” e por ai iria a conversa, mas já era passado do meio dia e meia e ela tinha que almoçar algo, voltar para o trabalho, e quem sabe ver algumas coisas nas lojas, mais uma vez. Então ela foi andando com uma cara de boboca pela calçada e, tentando ver algum lugar legal para entrar até passar frente uma porta e alguém sair e esbarrar nela. Uma senhora, também com sacolas de compras só que em maior quantidade, um vestido florido e um casaco marrom sobre os ombros. Então ela foi se desculpando e a mulher também fazia o mesmo e ficou aquela cena estranha de duas pessoas pedindo desculpa uma a outra, paradas no meio da calçada, no meio dia, com as ruas lotadas de pessoas olhando as comadres até que ela notou que da porta de onde ela
saiu era um restaurante, ela se despede da senhora que retoma seu destino e a população agradece a agilidade dada a ela e a calçada volta a ficar livre. Ela inclinou a cabeça e olhou para as horas no relógio, do pulso, avançou pela porta e gostou do cheiro que sentiu ao entrar, o lugar parecia lotado então ela hesitou em sair e procurar um lugar mais simples e vazio, mas foi recebida por um jovem e alto rapaz, bem mais jovem que ela, ele foi cortejando a sua entrada e logo ela notou que ele só poderia ser o maître da casa. Quando ele saiu disparando o cardápio do dia ela só conseguia pensar, “só quero matar minha fome de forma rápida”, compreendendo isso no olhar dela ele já foi logo pegando seu casaco e levando ela a uma mesa ao fundo do restaurante. Sentiu-se lisonjeada pela receptação e depois começou a pensar nos custos para tal tratamento. Ela ensaiou um “não, é melhor eu sair que estou atrasada” porem o jovem rapaz lhe foi tão cordial em recebê-la que ela decidiu ficar. Ele ajeitou suas sacolas em uma cadeira, deu-lhe a carta de opções e logo depois sinalizou a um garçom próximo para que não lhe faltasse nada. Ela ficou olhando para ele indo e foi abrindo ler o menu de pratos. Estava lá: Nhoque à Italiana, Spaghetti ao Frutos do Mar, Polpetone com Nhoque aos Quatro Queijos, Conchiglione à Camaresca, Tagliarine à Piero, Filet Etrusco, Perna de Cabrito, Camarão à Grega, Agnelotti , Raviolonni, Ravioli, Capelleti , Gnocchi, Lazagna, Tortelloni, Mezzaluna, Conchiglioni ... E outros tantos mais pós a descoberta que se tratava de um restaurante italiano pela carta de opções, menos mal, e em uns dos muitos de seus pratos, um preço acessível e justo aos gastos normais pós uma compra não planejada de sapatos. Ela se decidiu por um Tortelloni, um prato de de massa em concha recheado com camarão, catupiry e abóbora, e que seria perfeitamente acompanhado por um vinho tinto suave, mas não... Ela já havia acordado cedo e beber vinho a essa hora seria sinônimo de sair mais cedo por sono no trabalho, então ela arriscaria em uma bebida cítrica, mas ficou com o suco de “maçã”, “vamos inventar”, pensou. Ela sinalizou para o garçom e este logo chega a sua mesa, anotou o pedido e deixou um acompanhamento de pães franceses e um molho salgado, cortesia da casa, invenção do chef, ele frisou isso antes de sair e dizer que em dez minutos o prato estaria em sua mesa. Ela sorriu puxou o celular do bolso do casado e começou a futricar nas redes sócias. Ela escutou uma voz familiar porem só deu uma levantada de olhos para o ambiente e pós isso voltou a olhar a tela. Ela se distrairá com as coisas e começou a ver
que o tal jovem rapaz que a recebeu tão bem no lugar fazia o mesmo com todos que passavam pela porta. Um rapaz moreno o substitua na função enquanto ele cuidava de uma pessoa, e muitas vezes os dois dividiam a atenção de uma só pessoa. Logo desocupados eles se posicionavam próximo a porta enorme de madeira rustica com uma vidraça em arco a esperar do próximo cliente. O lugar belo. Na base da parede a madeira rustica que entrava pela porta caminhava pelas paredes por toda sua base até a altura da cintura. Acima disso a coloração laranja dominava as paredes até o teto negro ofuscado por pequenas luminárias suspensas sobre as mesas que davam ao lugar um ar intimista e aconchegante para uma refeição. Era como estar na casa de alguma vó italiana e esperar ou desejar, que talvez, que da enorme vermelha de onde saiam os garçons com todos os pratos, pudesse também sair uma senhora dessas bem gordas de avental branco, com uma colher de pau na mão dizendo “CHI NON MANGIARE TUTTO NON VINCERE DESSERT!”. Era bom imaginar isso, então ela foi largando aquele seu sorrir tão espontâneo no rosto e ainda olhando para os dois na porta começou a notar alguma familiaridade no jovem que a recebeu. Havia alguma coisa nos trejeitos dele que o faziam familiar. Por um momento ele voltou a ficar próximo e seu inclinar de cabeça ou como gesticulava ao cliente sobre um assunto cotidiano, ou o sorrir, essas coisas, neste jovem lhe pareciam por demais familiares, então ela ficou se perguntando de onde poderia conhecer ele enquanto comia o pãozinho francês com o tal do molho secreto do chef, que parecia uma sopa qualquer, e ela chegou a pensar em pedir uma colher e comer a coisa de vez como tal, mas por sua vez poupou a emoção e ficou a espera do prato principal enquanto desfrutava de uma melodia de fundo que se confundia com uma música de Frank Sinatra. Oras, não será diferente se por acaso agora entrasse por a enorme porta um senhor com casaco e chapéu negro acompanhado de mais um bando inteiro de capangas italianos, e esses ocupassem por si uma mesa, mesmo já ocupada, e todos pedissem spagheti! Gritando bem alto a um dos garçons. Ela continuou sorrindo e pensando sobre essas coisas, familiaridade, gangster italianos e puxou a sacola com seu sapato novo, tirou ele da caixa e pegou um dos pés para provar mais uma vez, enquanto fazia isso por mais uma vez escutou a voz de tão familiar que já tinha escutado, porem desta vez ela notou que esta saia por de trás da porta vermelha, a cozinha. Ela ajeitou os óculos sobre a face ainda com um sapato de cada aos pés, inclinou a
cabeça como se tentar a identificar o som que de lá nascia. Pensou, “maldita música, tem que ser mais alta logo onde estou sentada”. Olhou para o alto e notou uma pequena caixa de som logo acima de sua mesa, balançou de forma negativa a cabeça e voltou seus olhos para o sapato já sorrindo. Um garçom sai da porta vermelha com uma bandeja e vai a sua direção, ela tenta colocar o par de sapato de volta na caixa antes dele chegar com o prato, porém não consegue, e assim ela fica, um pé nu ao carpete fino, outro calçado e um sapato ocupando uma cadeira em sua mesa, ela dá de ombros e sorri para garçom, que devolve a cordialidade e avisa que já trás sua bebida. Ela da uma respirada sobre o prato e isso embaça de vez seus óculos, ela retira ele da face e enquanto faz isso percebe que alguém sai da cozinha com vestimenta fora do padrão dos garçons e maitres. Ela fica observando enquanto limpa os óculos e mais uma vez ela escuta a voz que tanto já lhe despertava curiosidade, ela coloca o óculos de volta a face para olhar, mas desta vez seu suco de “maçã” chega a mesa, ela agradece e se volta a olhar para a pessoa que conversa com um dos maître na porta, o garçom que serve o suco ainda esta a frente de sua mesa e aguarda uma aprovação sobre a quantidade de açúcar na bebida, ela olha com curiosidade para o garçom, bebe um gole, aprova o sabor com um aceno positivo e puxa um guardanapo para seu colo. Antes de começar a comer lembra-se da voz e volta seus olhos para porta.
O guardanapo. O guardanapo tem como função básica limpar a boca suja de um indivíduo, mantendo a higiene numa refeição. Amplamente utilizado pelas culturas ocidentais e de fácil manuseio, pode existir além da forma comum, um papel quadrado, sob a forma de um pano usado principalmente por restaurantes finos ou em situações formais. Existe uma teoria de que foi criado por Leonardo da Vinci a pedido de um nobre e médico, com quem trabalhava. Teria havido uma ocasião em que fora dado um jantar e o guardanapo estava sobre a mesa, mas nenhum dos convidados usou-o de maneira coerente: fizeram de tudo com ele, menos usado para seu devido fim, que era limpar mãos e boca. Leonardo ficou desgostoso e abandonou essa "invenção". Somente na Itália passou a ser usado individualmente. No início, seu uso era artístico, como no Origami japonês. Faziam-se esculturas com a dobradura dos mesmos durante o
banquete, ao fim do qual eram usados para limpar facas e taças. Nesse mesmo século o embaixador britânico na França usava um guardanapo sobre o ombro esquerdo, como os "maîtres" de hoje. O uso como babadouro, ao pescoço, iniciou na corte de Henrique III de França por volta de 1580.
Existem mais de vinte e sete formas de se dobrar um guardanapo, muitas destas formas nasceu da cultura oriental, originado do origami, a algumas formas mais curiosas, uma delas chama-se “the bird of paradise”, o pássaro do paraíso, imita um flamingo com suas penas eretas na diagonal. O mais visto e popular é o “the sail fold”, que imita uma vela de barco, e que muitas vezes é desmanchado em poucos segundos por um senhor gordo com muita fome, sem o menor coração para artes que vão além das margens do seu prato. Lamentável.
Quando o garçom sai de sua frente ela nota esse homem, um pouco mais baixo que o jovem maître, mais velho que o jovem maître, eles conversam, parecem bem entrosados. Eles sorriem um ao outro e logo o homem de vestimenta branca retorna pelo salão entre as mesas, enquanto este retorna, algumas pessoas o cumprimentam, ele é atencioso, vai até cada pessoa que lhe chama, conversa, gesticula, sorri. Ele ali, parado a umas cinco mesas dela. Ela observa o semblante dele com uma palavra na ponta da língua e é só quando ele levanta uma das sobrancelhas e eleva uma das mãos a face como se alisar a barba a fazer é que ela o reconhece.
Na última vez que ela encontrou esse homem foi a mais de dez anos. Ele estava lá, a uns vinte metros dela. Longe do que eles poderiam considerar seguro aos dois, mais ainda sim, estava por lá com seu chapéu, seu óculos escuros e seu sorrir ordinário. Ele não poderia se despedir diretamente dela. Ela partia, sabe se lá por quanto tempo. Ele só poderia estar por lá para vê-la partir. Olhar. Como a muitas vezes ele ficou limitado a fazer, ele ficou ali, ela sabia que era ele, ela fazia ideia de que ele era “retardado” suficiente para isso porem limitou-se a ignorar sua presença por ora, mas ao embarcar no avião, a única coisa que ela poderia pensar era em poder
levar um último abraço dele como os demais que havia chegado junto a sua despedida. Agora ele estava ali. A mecha de fios brancos lhe crescia pela fronte e ele ainda parecia vigoroso, surpreendentemente vigoroso, ainda mais forte em relação a sua mocidade. A de se concordar que a velhice cai bem aos homens, para alguns mais ainda, acaba por lhes dar um ar mais charmoso, um ar maior de poder e isso a ela nesta hora lhe era incomodativo. Então ela soltou um “JOÃO!” mais alto que desejava e isso lhe tirou a atenção para chamar ele, mas também lhe envergonhou pelo ambiente, e como se fosse em algum filme repetido de suas histórias, ele virou e olhou para tudo que é lugar, menos para onde ela estava sentada, então ela sorriu pensando, “ainda é um babaca desorientado”, levantou a mão para sinalizar e então ele parou de onde estava e ficou olhando para ela. Ela só sorria. Toda ela sorria. Se dedos dos pés pudessem sorrir, os dedos dela estariam sorrindo. Então ele foi até a sua mesa de forma surpresa, tentando reconhecer a pessoa, mesmo já sabendo que era ela que estava lá, ela levantou de seu lugar ele parou a sua frente.
Sonhei com você por um inverno todo, e quando este acabou, notei que já havia passado dois anos de minha vida e outros vinte da sua. Não faz diferença. O importante é que em algum lugar do tempo eu fiquei parado, então tive que reconstruir as coisas a partir dos rastros que deixou. Desaprendi a viver sem ter que dormir e sonhar com você. Desaprendi a viver e deixar de procurar você em outras coisas, uma canção, um poema, um sorriso pela rua. Não fui original em meus desesperos, oras, quem nunca nesta terra sofreu por essas coisas, mas em mim podia se dizer que era diferente. Você não me coagia os pensamentos, mas sim levantava dos que me derrubavam. Sabe, eu levantava por essa terra e pensava, tenho que estar bem, alguma hora esse telefone pode tocar, e nessa hora, deus, como eu pensava nisso, na hora que esse telefone fosse tocar, eu queria muito te dar boas noticias. Queria te dar alguma coisa que fosse minha pós todo esse tempo. Algo realmente meu, como seus olhos quando paravam frente a minha face e buscavam de forma sedenta por meus lábios. Seria suficiente? Provavelmente não, se antes eu já me mostrava por demais exagerado, imagina agora que tomo por minha as vidas que passam por aquela porta. Competência. Levar a vida com essa tal ordem das coisas e descaracterizar essa desordem que tem mim. Foi
difícil, nem mesmo sei como isso acontece hoje em dia. Tenho tudo anotado e um smartphone que me avisa até mesmo a hora de ir dormir. Foi difícil levar as coisas sem saber que você estava por perto. Foi difícil no inicio, mas logo ver que seu sorrir em fotografias transparecia uma alegria plena, bom, só pude pensar que todo o trajeto foi valido. Não me perdoaria ter essa sem conhecer você, de maneira alguma. Como uma vez lhe disse, agora volto a frisar que conhecer seus lábios já me foi divino, profanar eles com meus desejos absurdos e egoístas, bom, pode ter me sido de algum erro. Qual imperador não desejou tomar Constantinopla? Qual homem não deseja tomar como seu a maior riqueza frente aos seus olhos? Eu estava apaixonado por você, e fiquei por assim por semanas, meses, anos, talvez décadas. Provavelmente ainda a tenha em meu peito em maior sentimento que a própria vida, e que certamente por isso o seu partir tenha me dado a razão para ser paciente ao mundo e não desejar engolir ele como um todo como fazia. A verdade é que além de te amar morro de medo de você. Isso já sabe por muito, que por demais próximo que você esta, assim como agora, anos pós anos do último encontro eu ainda acredito que você será meu fim. Como gostaria de estar errado. Não teria causado tantos desagrados em dezenas de boas mulheres que puderam me dar um amor igual ou maior ao que você me deu. Pode ser o desejar do impossível, isso me faz tanto achar ao caminho para El Dorado em suas coxas morenas. Que fosse, pelo menos em meu gozo me saciaria a vontade de toda fé que rasga a carne do homem cheio de cobiça, mas não. Para cada uma das vezes que eu percebia de seu sexo, mais e mais desejava sua a alma junto a minha, o silencio infernal da minha instabilidade social, oras, que homem grandiosamente miserável seria eu. Devotado a sua felicidade. Muito provável, como um pagão que adora a uma imagem ou a um Deus pecador, passaria meus dias a tentar tirar de você a toda hora, algum sorriso. Não. Não posso me deixar exagerar. Sobre isso muito provável, o tempo me daria alguma tranquilidade. Meu silenciar sobre as coisas, minhas distrações poderiam entrar em conflito com as suas. Sou terrível! Deus sabe. Não sou religioso, mas acreditar em algo pode me fazer poder sonhar com esse momento, e não me vejo em grande desespero para dizer que meu agora esta de alguma forma fora da ordem das coisas, mas acho que você deveria saber, antes de tudo, que não posso lhe dar nada. Simplesmente nada. Que ao meu lado a vida seria miserável, mas teria meu amor pleno. Que gasto nas horas que estaríamos
longe, seu príncipe encanto não passou de um vagabundo que sabia usar bem as palavras para chegar a você, e que fora isso, esse seu homem tão admirado na cama, não se valia de nada, a não ser alguém esforçado, em ser alguma coisa, que nunca conseguiu ser. Seu homem.
Ele pensou em dizer todas essas coisas mas se limitou a olhar ao fundo dos olhos dela como muito fazia e em suspiro que imitava um grito de felicidade ele lhe deu somente um “olá” e foi ao encontro de seu corpo de forma desajeitada a dar lhe um a abraço forte, e pos ter todo seu cheiro novamente ao seu próximo, ele afastou seus corpo do dela como já havia feito muitas vezes e olhou os olhos dela bem próximos dos seus e disse“como é bom te ver por aqui”, ela sorria ruborescendo fronte, ainda jovem em seus olhos ela olhava para ele e seus lábios sem saber o que falar, os fios brancos agora que lhe eram tantos pela lateral da cabeça que ela descontrariu, “você tem cabelos brancos”, ele sorriu para ela e respondeu “ aquele garoto na porta me deu todos eles”...