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UNIVERSIDADE VILA VELHA – UVV CURSO DE GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO ÁLVARO JOSÉ BREMENKAMP

HABILITAÇÃO DO EDIFÍCIO ESPIGÃO NO IFES CAMPUS CARIACICA

VILA VELHA 2017


ÁLVARO JOSÉ BREMENKAMP

HABILITAÇÃO DO EDIFÍCIO ESPIGÃO NO IFES CAMPUS CARIACICA

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Vila Velha como requisito parcial para a obtenção do Grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Fonseca

VILA VELHA 2017

Geraldo

Benício

da


ÁLVARO JOSÉ BREMENKAMP

HABILITAÇÃO DO EDIFÍCIO ESPIGÃO NO IFES CAMPUS CARIACICA Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Vila Velha como requisito parcial para a obtenção do Grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Aprovado em ____ de dezembro de 2017.

COMISSÃO EXAMINADORA

________________________________ Prof. Ms. Geraldo Benicio da Fonseca Universidade Vila Velha Orientador

________________________________ Arqtª Fernanda Rozo Maranhão Universidade Vila Velha Coorientadora

________________________________ Prof. Ms. Michel Bruno Taffner Instituto Federal do Espirito Santo Avaliador


AGRADECIMENTOS A Deus por firmar meus pés mesmo quando todo o resto parecia desabar. Aos meus pais, em especial a minha mãe, por me tornarem a pessoa que eu sou hoje e por me apoiar a cada passo; Ao meu orientador, Geraldo, pela gentileza, por me tratar como igual e me pressionar a sempre dar o meu melhor; A Fernanda, por me sempre me atender e ajudar e por compor a minha banca de defesa; Ao professor Michel, por aceitar compor a banca como membro externo e por fazer parte da minha construção como profissional; Ao diretor do IFES, pela presteza no atendimento e disponibilidade em atender minhas mais complicadas demandas. As minhas amigas Diana e Izabelle, que me apoiaram, inspiraram, e me fizeram ter ótimas ideias; Acima de tudo a Rayane, pelo amor, atenção, companhia que estava comigo nas horas mais escuras e que estará presente no meu ápice; A todos que participaram direta ou indiretamente; Muito obrigado.


“Nossos feitos moldam o futuro.� (Garen, o poder de Demacia)


RESUMO A ideia de flexibilidade incentiva a instalação de escolas nos mais diversos formatos, desde que atentem às necessidades do programa e supram as necessidades da instituição. Para pôr à prova os limites deste conceito, será analisada uma estrutura de edifício construída no centro de um Instituto Federal do Espirito Santo (IFES), o Espigão. Localizado à margem da Rod. José Sette e em frente ao trevo do Terminal Rodoviário de Itacibá, o terreno do IFES possui aproximadamente 50.000m², sendo destes apenas 14.590,83m² de área construída. Uma das quatro construções que compõem o IFES é uma estrutura de edifício parcialmente finalizado, anterior à implantação do Campus Cariacica, e conhecido como Espigão. A estrutura atualmente possui nove pavimentos, com lajes construídas apenas até o terceiro. A fim de criar um masterplan que complemente a proposta do edifício, foi também analisado o sítio onde o mesmo está implantado. As duas análises foram feitas prevendo usos futuros, visando responder às perguntas: como utilizar a estrutura existente do edifício aproveitando-a ao máximo e como repensar o campus à sua nova realidade? A reforma e ativação do Espigão adicionará ao IFES aproximadamente 7000 m² de área construída. A fim de reestruturar o Campus para integrá-lo à nova unidade acadêmica, serão necessárias intervenções nos usos e acessos. Portanto, foi elaborado um masterplan com diretrizes que ajustam o campus a essa realidade. O conceito desse masterplan é dar ao Espigão o papel de edifício principal do IFES, realocando os usos dos demais edifícios.

Palavras – chave: Arquitetura; Reabilitação, IFES, Edifícios Escolares


ABSTRACT The idea of flexibility encourages the installation of schools in different formats, if they attend to the needs of the program and meet the needs of the institution. To test the limits of this concept, we will analyze a building structure built in the center of a Federal Institute of Espirito Santo (IFES), the Espigão. Located on the border of José Sette Rod in front of the clover of the Bus Terminal of Itacibá, the IFES land has about 50,000m², of which only 14,590.83m² occupied by constructed area. One of the four constructions that make up the IFES is a partially completed building structure, prior to the implantation of the Cariacica Campus, and known as Espigão. The structure currently has nine floors, with slabs built only up to the third. To create a masterplan that complements the proposal of the building, the site has also been analyzed. The two analyzes will be done foreseeing future uses, aiming to answer the questions: how to use the existing structure of the building, taking full advantage of it and how to rethink the whole campus to this new reality? The renovation and activation of the Espigão will add to the IFES approximately 7000 m² of constructed area. To restructure the Campus and integrate it to the new academic unit, interventions in uses and accesses will be necessary. Therefore, a masterplan with guidelines that fit the campus to this reality was elaborated. In the concept of this masterplan the Espigão building will enhance the role of IFES main building, reallocating the uses of other buildings.

Key words: Architecture, Rehabilitation, IFES, School Buildings


LISTA DE FIGURAS FIGURA 1: MAPA DE LOCALIZAÇÃO. ................................................................................................... 7 FIGURA 2: PROXIMIDADE 2ª PONTE; EM LARANJA, O TERRENO DO IFES, EM AZUL O TERMINAL DE ITACIBÁ E EM ROXO A ROD. JOSÉ SETTE. .................................... 11 FIGURA 3: EVOLUÇÃO DO SÍTIO. ...................................................................................................... 12 FIGURA 4: IFES ALAGADO (2012). ..................................................................................................... 13 FIGURA 5: MAPA DO SISTEMA VIÁRIO PROJETADO PARA A REGIÃO; EM AMARELO, O CAMPUS. ...................................................................................................................... 13 FIGURA 6: DIAGRAMA DE ANÁLISE DO TERRENO. ........................................................................ 14 FIGURA 7: SEDINHA. ........................................................................................................................... 15 FIGURA 8: SEDÃO................................................................................................................................ 15 FIGURA 9: PLANTA BAIXA DO SEGUNDO PAVIMENTO DO SEDÃO. ............................................. 16 FIGURA 10: GINÁSIO DE ESPORTES DO IFES. ................................................................................ 16 FIGURA 11: USOS DO SEGUNDO PAVIMENTO DO SEDÃO. ........................................................... 17 FIGURA 12: DIAGRAMA DE USOS. ..................................................................................................... 18 FIGURA 13: GRADE ESTRUTURAL DO ESPIGÃO. ........................................................................... 19 FIGURA 14: ELEVAÇÕES DO ESPIGÃO............................................................................................. 20 FIGURA 15: ESCADA DO ESPIGÃO, (A) ACESSO DO REFEITÓRIO, (B) CORRIMÃOS E (C) INSTALAÇÕES DE SEGURANÇA. .............................................................................. 21 FIGURA 16: ESTRUTURA DE CONCRETO PRÉ-MOLDADO. ........................................................... 22 FIGURA 17: CAIXA D’ÁGUA. ................................................................................................................ 23 FIGURA 18: VISUAIS DO PRÉDIO DO PONTO DE VISTA DO ALUNO: (A) VISUAL DA PASSAGEM COBERTA; (B) VISUAL DO PÁTIO FRONTAL; (C) VISUAL DA PASSAGEM LATERAL; (D) VISUAL DO GINÁSIO. .................................................... 23 FIGURA 19: FOTOMONTAGEM PANORÂMICA DO VISUAL DA COBERTURA. .............................. 24 FIGURA 20: IMS SÃO PAULO, 2011. ................................................................................................... 24 FIGURA 21: ESPACIALIDADE CRIADA COM CHEIOS E VAZIOS. .................................................... 25 FIGURA 22: EDIFÍCIO "SOFT IN THE MIDDLE: THE COLLABORATIVE CORE". ............................. 26 FIGURA 23: PISOS INCLINADOS DA PROPOSTA DE OMA PARA A BIBLIOTECA JUSSIEU......... 27 FIGURA 24: VISTA SUPERIOR MOSTRANDO A RELAÇÃO ENTRE A MALHA REGULAR E OS PLANOS IRREGULARES. ............................................................................................ 28 FIGURA 25: GOOGLE CAMPUS, (A) ESPAÇO DE EVENTOS, (B) CAFÉ ABERTO. ........................ 28 FIGURA 26: NOVA IMPLANTAÇÃO (AMPLIADA NO ANEXO 01). ..................................................... 30 FIGURA 27: ACESSOS (EM VERMELHO, ROTA DE ACESSO ORIGINAL E EM AZUL, ROTA DE ACESSO PROPOSTA). ................................................................................................ 32 FIGURA 28: DIAGRAMA DE USOS DO CONJUNTO ESPIGÃO E ALAS OESTE E LESTE .............. 33 FIGURA 29: ISOMETRIA DA PROPOSTA ........................................................................................... 37 FIGURA 30: DIAGRAMA DE FLUXOS E CIRCULAÇÃO. .................................................................... 38 FIGURA 31: DIAGRAMA EXPLICATIVO DO ÁTRIO CENTRAL (EM VERMELHO, OS RETÂNGULOS EM PROPORÇÃO DE OURO) ........................................................... 41 FIGURA 32: DIAGRAMA EXPLICATIVO DO PAISAIGISMO. .............................................................. 43

LISTA DE TABELAS TABELA 1 - CURSOS OFERTADOS PELO IFES CAMPUS CARIACICA ........................................... 10 TABELA 2: PROGRAMA DE NECESSIDADES ................................................................................... 34


SUMÁRIO 1 1.1 2

INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 4 DEFINIÇÔES ..................................................................................................... 6 CONTEXTO HISTÓRICO ...................................................................................... 6

2.1

CARIACICA ........................................................................................................ 6

2.2

ITACIBÁ ............................................................................................................. 7

2.3

IFES ................................................................................................................... 8

2.4

IFES: CAMPUS CARIACICA .............................................................................. 9

3

O SÍTIO E SEU ENTORNO ................................................................................. 10

4

O ESPIGÃO ........................................................................................................ 18

4.1 5

A VISITA........................................................................................................... 21 REFERÊNCIAS PROJETUAIS ........................................................................... 24

5.1

INSTITUTO MOREIRA SALLES – ANDRADE MORETTIN ............................. 24

5.2

“SOFT IN THE MIDDLE: THE COLLABORATIVE CORE” – ATELIER 2B ....... 26

5.3

TRÈS GRAND BIBLIOTHÉQUE - OMA ........................................................... 26

6

MASTERPLAN.................................................................................................... 29

6.1

DIRETRIZES PROJETUAIS............................................................................. 29

6.2

INTERVENÇÕES URBANÍSTICAS E DE IMPLANTAÇÃO .............................. 30

6.3

PROGRAMA DE NECESSIDADES.................................................................. 34

7

INTERVENÇÕES ARQUITETÔNICAS ............................................................... 37

7.1

ESPACIAIS ...................................................................................................... 37

7.2

FORMAIS ......................................................................................................... 40

7.3

ESTRUTURAIS ................................................................................................ 42

8

INTERVENÇÕES PAISAGÍSTICAS ................................................................... 42

9

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 44

10 REFERÊNCIAS ................................................................................................... 45 11 . ANEXOS ........................................................................................................... 48


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1

INTRODUÇÃO Vista como variável de peso na eficácia do ensino, a arquitetura educacional

acompanhou a evolução das escolas e práticas pedagógicas com o passar dos tempos. Indo de ambientes amplos e sem divisões como nas primeiras escolas gregas até o amplamente difundido sistema Sala/Corredor dos dias de hoje, a arquitetura tem auxiliado diferentes metodologias existentes em cada forma de aprendizado. Nessa linha, têm surgido novos modelos de espaços de ensino muito mais flexíveis e customizáveis que permitem à arquitetura escolar ousar cada vez mais em espaços onde o bem estar dos usuários, alunos ou servidores, seja a prioridade. Em um mundo onde cada vez mais tudo está conectado e compartilhado, insistir em um modelo de sala de aula tradicional acaba sendo asfixiante para todos, principalmente para os mais novos (MORAN, 2014). A metodologia padrão das escolas, que ensina e avalia a todos de forma igual e exige resultados previsíveis, ignora que a sociedade do conhecimento é baseada em competências que não se adquirem de forma convencional e que exigem proatividade, colaboração, personalização e visão empreendedora (MORAN, 2014). Quando direcionado às unidades de ensino técnico e de graduação, esse método se torna ainda mais falho, pois não incentiva o pensamento crítico. Ainda segundo Moran, não devemos ser conservadores quanto à defesa de um único modelo de sala de aula, dando preferência por trabalhar com aqueles que permitam maior flexibilidade e colaboração. Essa ideia de flexibilidade incentiva a instalação de escolas nos mais diversos formatos, desde que atentem às necessidades do programa e supram as questões funcionais da instituição. Neste trabalho pretende-se analisar o Espigão (uma estrutura de edifício construída no centro de um IFES) e o sítio onde o mesmo está implantado, criando uma proposta de reabilitação para o edifício, voltando sua utilização para o IFES, e um masterplan para o Campus, visando responder as perguntas: Como utilizar a estrutura existente do edifício aproveitando-a ao máximo e como repensar o campus à sua nova realidade? A escolha por este tema justifica-se dada a necessidade real de intervenção uma vez que, ao passar do tempo, a degradação natural da estrutura aumenta gradativamente tornando a execução de uma reforma cada vez mais onerosa e complexa.


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O objetivo principal é tornar possível a utilização do Espigão, assegurando que os objetivos secundários abaixo listados sejam atendidos: •utilizar a estrutura do Espigão, visando aproveitar ao máximo a condição existente do edifício; •obter instalações mais amplas e eficazes para uso tanto dos alunos quanto dos servidores; •criar salas de aula mais flexíveis cujo uso seja mais adaptável a uma gama variada de atividades didáticas; •cumprir o programa necessário para o funcionamento de uma escola técnica; •garantir uma circulação vertical fluida e dinâmica. A metodologia desse trabalho foi composta por quatro etapas: obtenção de informação, análise das mesmas, desenvolvimento do masterplan e detalhamento projetual. Para a obtenção dos dados necessários, foi feita uma análise do contexto histórico através de pesquisa bibliográfica e análise de documentos e jornais antigos. Além disto, também foram feitas entrevistas com o diretor do IFES Cariacica, o qual cedeu as plantas baixas do campus e de seus prédios e indicou suas intenções para o Espigão, e pesquisa de campo através de visitas ao local para levantamentos fotográficos e percepção das condições do edifício. Também foi feita uma busca por projetos referenciais que pudessem contribuir de alguma forma. A etapa seguinte buscou analisar os dados encontrados e montar um panorama da situação atual do Campus e do edifício. Foram estudados projetos de referência buscando soluções que pudessem inspirar o projeto de intervenção do edifício. Também foi feita a análise das plantas baixas do campus, incluindo as situações de fluxo da rodovia de acesso ao IFES e implantação do campus. Na terceira etapa foram desenvolvidas as diretrizes do masterplan considerando toda a análise feita na etapa anterior e o programa de necessidades para o novo edifício. O detalhamento projetual e os diagramas foram feitos inteiramente no software Autodesk Revit®, utilizando da linguagem BIM para maior precisão na modelagem. As perspectivas foram feitas utilizando o software Lumion®, com pós-produção no Adobe Photoshop®.


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1.1

DEFINIÇÔES Para melhor compreensão do projeto, foram adotadas as seguintes definições: •

Unidade de passagem: é a largura mínima para a passagem de uma fila de pessoas. O valor é fixado em 0,55m segundo o item 5.4.1.3 da NT10/2013 do CBMES1.

Capacidade da unidade de passagem: é o número de pessoas que passam pela unidade de passagem em 1 minuto.

Sala de aula flexível: é a sala de aula capaz de se adaptar à diversos tipos de metodologia de ensino seja por meio do mobiliário ou por sua espacialidade.

2 2.1

CONTEXTO HISTÓRICO CARIACICA Criada em 25 de novembro de 1890, hoje com 127 anos, Cariacica é uma das

cidades que compõem a Região Metropolitana da Grande Vitória no estado do Espírito Santo. As fronteiras com os municípios vizinhos são quase inteiramente definidas por elementos hidrográficos: a partir de nascentes na encosta da Serra do Mar no Espírito Santo, o rio Mangaraí e o córrego do Sabão correm para leste e separam Cariacica de Santa Leopoldina. O córrego deságua no rio Santa Maria, que é a fronteira com a Serra. O córrego Biriricas, no sentido sul, é uma pequena fronteira com Domingos Martins. O rio Formate, no sentido sudeste, é a fronteira com Viana e deságua no rio Marinho, fronteira com Vila Velha. Entre a foz do rio Santa Maria e a foz do rio Marinho, está o litoral da baía, que é a fronteira com Vitória (ROMANELLI; STELZER, 2012).

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Segundo a Tabela 1 presente no Decreto 2423-R do Corpo de Bombeiros do estado do

Espírito Santo (CBMES), toda edificação de ensino profissional é classificada como E-4.


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Figura 1: Mapa de Localização.

Fonte: Arquivo pessoal, 2017.

De origem rural, seu crescimento populacional foi significante apenas a partir da década de 40, ao mesmo tempo em que começou a se tornar um município urbano. O nome Cariacica tem origem indígena e é oriundo da expressão “Cari-jaci-caá” utilizada para identificar o porto de onde desembarcavam os imigrantes (ENCONTRA CARIACICA, 2017). Sua tradução é “chegada do homem branco”. Apesar de 96% da população residir na zona urbana, 56% do seu território é composto pela zona rural; essa vem perdendo sua característica estritamente agrícola, ao vir sendo substituída principalmente por atividades de apoio à comercialização e transporte de mercadorias (PREFEITURA DE CARIACICA, 2017).

2.2

ITACIBÁ Itacibá é um bairro da cidade de Cariacica, localizado na Região 3. No século

XIX, Itacibá fazia parte de uma fazenda cuja área compreendia, além de Itacibá, os bairros de Sotema e Oriente (A GAZETA, 2005). Em 1940, com a chegada do minério pela ferrovia Vitória a Minas, as antigas instalações de manutenção e manobra sobre o manguezal do Itanguá, de 1904, foram


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remodeladas e a localização dos novos postos de trabalho possivelmente resultou no desenvolvimento do núcleo vizinho em Itacibá, que passou a disputar com o primeiro núcleo a condição de centralidade principal (ROMANELLI; STELZER, 2012). Quando a economia local evoluiu para uma base industrial a nova centralidade em Itacibá consolidou a rota da atual rodovia José Sette, de ligação com o núcleo original. Com a criação do arruamento de Campo Grande em 1950, conectado diretamente com as rodovias BR-262 e BR-101, a implantação da CEASA próxima a Campo Grande em 1977 e com o grande desenvolvimento das atividades de comercio e serviço em todo município de Cariacica, o crescimento de Itacibá acabou interrompido. Apesar de Cariacica se articular através do sistema Campo Grande – BR-262, nota-se um novo eixo de mobilidade entre os centros Itacibá, Cariacica Sede e Jardim América. A prefeitura tem investido recentemente nesse novo eixo, com a reestruturação

da

Rod.

José

Sette,

acompanhada

de

diversos

novos

empreendimentos, como edifícios habitacionais e de comércio/serviço. Segundo ROMANELLI e STELZER (2012), será desenvolvido: [...] um projeto urbano para todo o vale do Itanguá, desde a nascente em Mucuri, até o manguezal em Itacibá, contemplaria os projetos de alinhamento do corredor sobre o traçado da antiga ferrovia Vitória a Minas, bem como das arteriais de travessia do vale em Vila Capixaba, Nova Brasília, Itanguá e Itacibá.

Além da retomada do desenvolvimento urbano e reajuste fundiário, existem diversos investimentos que foram considerados como “estratégias de espera” caso o projeto da nova quarta ponte não venha a ser efetivado no período que contempla a agenda.

2.3

IFES Ainda no período imediamente após o fim da escravidão no Brasil, o trabalho

manual sofria rejeição da população, por ser considerado uma atividade específica da população mais pobre e/ou recém liberta. Para evitar que esse cenário se espalhasse, havia a necessidade de uma intervenção pontual. Nilo Peçanha, então presidente, determinou que seriam implantadas em todos os estados as Escolas de Aprendizes Artífices (EAA’s), cujos focos seriam o treinamento e aprimoramento da classe dos trabalhadores e sua escolarização e profissionalização, garantindo melhores condições de vida e valorização social. Esse favorecimento pode ser visto no principal


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critério de seleção para o ingresso das EAA’s: “desfavorecimento de fortuna” (FIGUEIREDO; RÉGIS; SUETH, 2013). Conforme o artigo “De artífices a profissionais: formação e geração de mão de obra no estado do ES” da revista Sinais de 2013, foi estabelecido no Parque Moscoso, em Vitória – ES, o projeto de acolhimento de menores para escolas primária e de desenho, assim como para oficinas de Eletricidade, Ferraria, Fundição, Sapataria, Alfaiataria, Carpintaria e Marcenaria. Uma variável que contribuiu para a sua implantação foi a violência, relacionada à ociosidade. Também foram visadas as futuras atividades que seriam demandadas graças à crescente população e à implantação de indústrias, que já notavam a carência de mão de obra. Durante o período conhecido como “Estado Novo” foi reforçada a ideologia de “identidade nacional”, resultado da comunhão entre os costumes africanos, indígenas e brancos, o que supunha enfatizar o quão glorioso era estudar na EAA de Vitória. Na mesma estratégia de valorização social, jornais da época publicavam, antes mesmo da inauguração da escola, os alunos ingressantes. Assim foi criado o título que marca o Estado do Espírito Santo até os dias atuais: “jovens titãs”. Durante a Ditadura, a Escola de Aprendizes passou a ser chamada de Escola Técnica Federal do Espírito Santo (ETEFES), devido à natureza técnica dos seus cursos de formação. Rapidamente, estudar na ETEFES se tornou sinônimo de aptidão, disciplina e inteligência. Vale ressaltar aqui a excelência dos seus professores, que se diferenciavam dos demais professores dos núcleos de ensino da época. Nomeado como CEFETES (Centro de Federal de Educação Tecnológica do Espírito Santo) e em seguida para IFES (Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Espírito Santo), permanece conhecida na memória do povo capixaba como “Escola Técnica” (FIGUEIREDO; RÉGIS; SUETH, 2013). Hoje, o IFES possui 22 Campi e 35 polos de educação à distância (IFES, 2017).

2.4

IFES: CAMPUS CARIACICA A Unidade de Cariacica iniciou suas atividades em 2006 em um prédio cedido

pela Prefeitura de Cariacica, localizada no bairro São Francisco – Cariacica-ES. Em dezembro de 2008, a unidade mudou de nome para Instituto Federal do Espírito Santo – Campus Cariacica. No início de 2009, entrou em funcionamento de forma parcial o edifício hoje conhecido como “Sedinha”. A sede própria em Itacibá, apelidada de


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“Sedão” foi ocupada no final de 2012, fato que coincidiu com o encerramento das atividades em São Francisco (IFES, 2017). Atualmente, 1528 alunos estão matriculados em um total de 46 turmas. Existem oito cursos em funcionamento, a maior parte deles ligados ao campo da Logística. A Tabela 1 (a seguir) descreve os oito cursos ofertados atualmente pelo IFES Cariacica: Tabela 1 - Cursos ofertados pelo IFES Campus Cariacica. Técnicos Administração Integrado ao Ensino Médio Manutenção de Sistemas Metroferroviários Integrado ao Ensino Médio Portos Portos Integrado ao Ensino Médio Graduação Bacharelado em Física Licenciatura em Física Engenharia de Produção Pós-Graduação Mestrado Profissional em Ensino de Física Fonte: http://www.ca.ifes.edu.br/index.php/cursos-menu1.

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O SÍTIO E SEU ENTORNO Localizado à margem da Rod. José Sette e em frente ao trevo do Terminal

Rodoviário de Itacibá, o terreno do IFES possui aproximadamente 50.000m², sendo destes apenas 14.590,83m² de área construída. É delimitado pelas ruas Três de Julho e Rod. José Sette, pela divisa com o lote vizinho (uma fábrica de dormentes de aço) e por um córrego. Próximo ao terreno e beirando o rio Santa Maria existe ainda um pátio de manobra para vagões e locomotivas da Vale.


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Figura 2: Proximidade 2ª Ponte; em laranja, o terreno do IFES, em azul o terminal de Itacibá e em roxo a Rod. José Sette.

Fonte: Google Maps editado pelo autor, 2017.

Por ligar a segunda ponte a bairros de grande densidade de Cariacica, como Nova Rosa da Penha, e por ser o único acesso ao Terminal rodoviário de Itacibá, a Rod. José Sette possui grande fluxo nos horários de pico. E este, quando somado aos fluxos vindos de Vitória e Vila Velha, impacta diretamente o trânsito da BR-262, criando congestionamentos na altura do trevo de Alto Laje. Deve ser observada também a relação do IFES com o terminal: a maioria dos alunos chega ao campus por meio do sistema Transcol, o que torna a travessia de alunos do terminal para o IFES muito comum e de grande intensidade nos horários de entrada e saída dos turnos matutino, vespertino e noturno. Historicamente, o terreno era ocupado por um complexo destinado a eventos. Entre 1970 e 1978, este complexo era integrado por 10 galpões menores onde aconteciam atividades tanto comerciais (feiras e estandes) quanto de entretenimento (como shows e festas). Com a popularidade, o complexo passou por mudanças, tornando-se um único grande galpão que concentrava as principais atividades. Devido ao surgimento do pavilhão de Carapina (Serra), e a consequente migração das atividades principais, o complexo de eventos de Itacibá acabou perdendo público e mudando de uso. Foram então estabelecidas no terreno primeiramente a Silocaf do Brasil S/A, empresa atuante na moagem e fabricação de produtos de origem vegetal, e posteriormente a Comercio e Industrias Brasileiras Coimbra S/A, atuante no ramo


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de armazéns gerais. A estrutura do edifício foi erguida em algum momento durante a ocupação do terreno pela empresa Silocaf. Após a mudança da maioria das empresas de armazenamento para o Contorno da BR-101, o terreno entrou em desuso e restaram apenas as fundações do galpão e a estrutura do edifício que havia sido iniciada. A evolução destes usos e da morfologia pode ser observada analisando uma sequência de imagens aéreas, ordenada na Figura 3. Figura 3: Evolução do sítio.

Fonte: Veracidade, 2017.

Para a implantação do edifício conhecido hoje como Sedão, foram aproveitadas as fundações do galpão, fato que justifica o formato da edificação. Também se optou por não demolir o edifício já parcialmente construído, que serviria como edificação de apoio para o pavilhão, a fim de usufruir futuramente da sua estrutura. Ante a instalação do campus Cariacica, foram realizados trabalhos de terraplanagem. O terreno era esporadicamente alagado, um problema que permaneceu até poucos anos após a inauguração do Sedão (como mostra a Figura 4), quando a prefeitura municipal realizou melhorias na rede de drenagem de toda região.


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Figura 4: IFES alagado (2012).

Fonte: Manifesto do Machado, 2017.

Por sua localização próxima ao canal, os ventos atingem o terreno com grande intensidade. Em visita, ficou clara a força exercida pelo vento contra a edificação, um fator que deve ser levado em consideração uma vez que, segundo DO NASCIMENTO, B. M. et al (2016), “as edificações altas e esbeltas tendem a sofrer mais com esse tipo de esforço, pois eles são capazes de impor grandes momentos fletores sobre a estrutura e causar o deslocamento lateral da mesma (sic.)”. O Plano Diretor Municipal de Cariacica (ESPIRITO SANTO, 2007) define a zona onde está o terreno como Zona de Ocupação Preferencial 02 (ZOP 02). O antigo uso do edifício seria para escritórios das empresas que ocupavam o terreno, o que explica o gabarito segundo o PDM. Contudo, o PDM não prevê índices urbanísticos para instituições de âmbito regional nessa zona. A Figura 5 mostra uma parte do mapa de sistema viário projetado, retirado do PDM. Nele é possível ver que em um dos limites do Campus está prevista a passagem de uma das alças da Quarta Ponte, fato que foi considerado na criação do masterplan. Figura 5: Mapa do sistema viário projetado para a região; em amarelo, o Campus.


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Fonte: PDM de Cariacica, 2007.

O acesso ao terreno do Campus se dá de forma complicada, gerando um sistema complexo e ineficiente de desvios na frente do acesso ao Campus. Há um conflito claro entre a entrada de pedestre/veículos e a Rod. José Sette. Além disso, há a constante travessia de pedestres entre o Campus, o Terminal de Itacibá e o supermercado próximo. Quanto à implantação, os edifícios se concentram em sua maioria na porção norte do terreno, gerando bolsões de estacionamento, como pode ser visto na figura 6. Uma grande passagem coberta direciona os pedestres. Um grande campo gramado ocupa parte do terreno e não é utilizado. Os ventos incidem diretamente, sem bloqueio de edificações vizinhas. Figura 6: Diagrama de análise do terreno.

Fonte: Arquivo pessoal, 2017.

No campus existem quatro edificações onde funcionam as atividades de aula, administração e apoio ao funcionamento do IFES; são elas: •

Sedinha: Primeiro edifício a ser implantado no terreno após a aquisição do

IFES. Inicialmente, por ser o único edifício com condições de utilização, a Sedinha foi utilizada como local onde aconteceram as aulas das primeiras turmas de ensino técnico. Depois da construção dos demais edifícios, a Sedinha passou a receber os


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usos de apoio e manutenção e continuou com algumas salas de aula do ensino superior. Figura 7: Sedinha.

Fonte: Folha Vitória, 2017.

Sedão: O Sedão foi o edifício responsável pela saída do IFES de sua antiga

localização e sua migração para o endereço em Itacibá. O edifício em formato de galpão é onde estão os laboratórios e as vinte salas de aulas do ensino técnico, técnico integrado e superior. Figura 8: Sedão.

Fonte: IFES, 2017.


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Nele também estão localizados a biblioteca, o auditório, as salas de professores, a administração principal e o acesso à diretoria. As informações de uso e dimensões foram obtidas através de plantas baixas cedidas pelo IFES (Figura 9). Figura 9: Planta baixa do segundo pavimento do Sedão.

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Fonte: IFES, 2017.

Ginásio: nele é onde acontecem as atividades esportivas do IFES,

normalmente nas modalidades de vôlei, futsal, basquete, handebol e tênis de mesa (Figura 10). O ginásio é um complexo de vestiários, arquibancadas e banheiros anexos a uma quadra poliesportiva. Figura 10: ginásio de esportes do IFES.

Fonte: III Seminário de Administração, 2017.


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A parte das edificações destinada às aulas efetivamente (salas de aula e laboratórios) representam pouco mais da metade do espaço físico atual. Segundo observado na visita ao local, o número de turmas e alunos é incompatível com a atual estrutura, sendo necessária uma forte gestão das salas de aula por parte do setor pedagógico, assim como na figura 11. Figura 11: Usos do segundo pavimento do Sedão.

Fonte: Arquivo pessoal, 2017.

Como pode ser visto na Figura 12, há uma fragmentação do setor administrativo no Campus como um todo. Suas atividades estão presentes no Sedão, na Sedinha e no Espigão. O posicionamento do auditório principal e da biblioteca mostram-se adequados, podendo ser acessado rapidamente tanto por quem está no IFES quanto por visitantes. Nota-se também a proporção do espigão em comparação aos outros edifícios. A implantação do ginásio, oposta às salas de aula, se mostra eficiente no ponto de vista acústico, uma vez que o ruído das atividades esportivas não conflita com a atividade pedagógica. Há uma grande perda de espaço com o conjunto átrio/circulação, fato que se deve à horizontalidade do Sedão. A ventilação natural é utilizada nos espaços de circulação enquanto os ambientes são climatizados com um sistema de ar condicionado central. Os átrios também


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servem como forma de iluminação natural, uma vez que as telhas são parcialmente translúcidas, permitindo a passagem de luz. Figura 12: diagrama de usos.

Fonte: Arquivo pessoal, 2017.

Espigão: Estrutura de edifício parcialmente construída onde funcionam o refeitório e cantina no térreo e a sala do diretor no primeiro pavimento. Por ser o alvo desse trabalho, o capítulo a seguir apresenta de maneira mais detalhada essa estrutura.

4

O ESPIGÃO A quarta construção que compõe o IFES é uma estrutura de edifício

parcialmente finalizado, anterior à implantação do Campus Cariacica, construído para ser um edifício de apoio às instalações da Silocaf, conhecido como Espigão. A estrutura atualmente possui nove pavimentos, com lajes construídas apenas até o terceiro. Há também uma laje construída parcialmente no sexto pavimento, com a função de vedar o topo das estruturas nomeadas de “colmeias”, que ocupam aproximadamente metade do edifício, as quais não foi possível acessar na visita.


19

Segundo o guia da visita, as colmeias funcionavam como local de armazenamento de grãos como uma espécie de silos que eram interligados a grandes funis que abasteciam os caminhões. Figura 13: Grade estrutural do Espigão.

Fonte: Acervo pessoal.

A Figura 13 e 14 mostram o sistema estrutural que obedece a uma grade com dois tamanhos de célula: 6,3m x 6,3m no setor delimitado pelos eixos de 7 a 1 x A a C, e 8,4m x 4,2m entre os eixos de 1 a 7 x C a E.


20

Figura 14: Elevações do espigão.

Fonte: Acervo pessoal, 2017.


21

4.1

A VISITA No dia 05 (cinco) de abril de 2017, foi feita uma visita ao IFES com o objetivo

de complementar o diagnóstico do Espigão através de registro fotográfico. O acesso ao Espigão foi feito por uma escada que pode ser acessada tanto através do refeitório (Figura 15-A), quanto externamente por uma porta de saída de emergência. A reforma dessa escada foi necessária visto que o primeiro e segundo pavimentos são utilizados como refeitório e diretoria, respectivamente. A escada possui um total de 293 degraus e é protegida por corrimãos em toda sua extensão (Figura 15-B). Como pode ser visto na Figura 15-C, a escada recebeu as instalações de segurança conforme exigido pelo corpo de bombeiros. Figura 15: Escada do Espigão, (A) acesso do refeitório, (B) corrimãos e (C) Instalações de segurança.

Fonte: Arquivo pessoal, 2017.

Observada em visita, a estrutura é de concreto pré-moldado e apresenta fragmentos de partes construídas que podem ser vistas na figura 16-A. A caixa de escada e poço de elevador foram construídos do térreo até a cobertura (Figura 16-B). Lajes menores sustentadas por vigotas metálicas estão presentes conforme mostrado nas figuras 16-C e D. Todas as vigas de concreto pré-moldado apresentam encaixes


22

para essas vigotas o que indica a intenção original de construir utilizando estruturas leves. Figura 16: estrutura de concreto pré-moldado.

Fonte: Arquivo pessoal, 2017.

O 3º pavimento é dotado de impermeabilização (vista na figura 16-A), uma vez que ele funciona como uma espécie de cobertura para os pavimentos utilizados. A cobertura da edificação é por laje impermeabilizada, como mostram as figuras 16-D e 19. A cobertura possui uma caixa d’água, utilizada apenas para abastecimento das instalações de segurança contra incêndio, como pode ser visto na figura 17-A.


23

Figura 17: Caixa d’água.

Fonte: Arquivo pessoal, 2017.

Ela pode ser acessada pela mesma caixa de escada (Figura 17-C), e assim como os demais pavimentos acima do terceiro, as portas de acesso permanecem trancadas e sua chave em posse dos funcionários do setor de manutenção. O barrilete é antigo e, como citado anteriormente, atende apenas ao sistema de prevenção contra incêndios. Figura 18: Visuais do prédio do ponto de vista do aluno: (A) Visual da passagem coberta; (B) Visual do pátio frontal; (C) Visual da passagem lateral; (D) Visual do ginásio.

Fonte: Arquivo pessoal, 2017.

Um ponto que vale a pena ser destacado é o potencial visual desta torre. Seus nove pavimentos a tornam um marco visual no nível do observador, como pode ser retratado na figura 18. Por ser a única edificação com esse gabarito em todo o entorno próximo, o Espigão conta com um alcance de quase 360º sem qualquer tipo de bloqueio visual, o que proporciona uma vista que deve ser valorizada. A figura 19 mostra uma fotomontagem do alcance visual tido na cobertura.


24

Figura 19: Fotomontagem panorâmica do visual da cobertura.

Fonte: Arquivo pessoal, 2017.

5 5.1

REFERÊNCIAS PROJETUAIS INSTITUTO MOREIRA SALLES – ANDRADE MORETTIN O Instituto Moreira Salles São Paulo (IMS SP) é um projeto do escritório

Andrade Morettin Arquitetos de um museu em edifício vertical. Ele foi o vencedor de um concurso elaborado pelo próprio Instituto Moreira Salles. Esse projeto resolve de maneira sutil o programa de museu utilizando do agrupamento de espaços de acordo com a sua natureza, indo do mais aberto e permeável até o mais restrito e controlado (ANDRADE MORETTIN, 2017). Figura 20: IMS São Paulo, 2011.


25

Fonte: Andrade & Morettin, 2017.

O partido surgiu da transferência do térreo do museu da base para o centro do edifício. O intuito dessa estratégia foi quebrar os limites do lote e fornecer ao “térreo” a vista da cidade, ao mesmo tempo em que permite ao nível da Av. Paulista se converter em uma extensão da calçada, conduzindo o visitante até o coração do edifício através de escadas rolantes e elevadores. Como forma de fortalecer a ligação do edifício com a cidade, a fachada foi pensada em vidro translúcido, permitindo que a luz adentre as circulações do edifício. Em meio aos edifícios vizinhos, a fachada em vidro faz com que o IMS SP se integre ao entorno. A espacialidade se dá através do jogo de cheios e vazios feito com as formas dos ambientes internos ao prédio, como mostra a figura 21. Figura 21: Espacialidade criada com cheios e vazios.

Fonte: Andrade & Morettin, 2017.

O modo dinâmico como os percursos internos foram pensados para esse edifício e a naturalidade com a qual a circulação vertical acontece, são prerrogativas que podem ser adotadas com intuito de renovar o modo como os alunos se deslocarão através dos pavimentos do Espigão.


26

5.2

“SOFT IN THE MIDDLE: THE COLLABORATIVE CORE” – ATELIER 2B Outro Projeto que funciona de forma semelhante ao IMS SP é o projeto “Soft in

the Middle: The Collaborative Core” da equipe Atelier 2B de Chicago, EUA. Assim como o projeto de Andrade Morettin, esse edifício possui em seu centro um conjunto de ambientes abertos denominado pelos autores como “The Collaborative Core” que articula toda a circulação e mescla os usos. Esse núcleo é contraposto pelos três blocos regulares empilhados que formam o edifício. O térreo é elevado, criando uma praça pública que afasta os blocos da rua. Aqui interessa enfatizar o modo como se relacionam os ambientes. O “core”, presente no nome do projeto, é um conjunto de pátios, espaços, mezaninos e salas flexíveis presentes somente no interior da edificação, rodeado de outras salas e escritórios ditos “convencionais”. Os ambientes flexíveis e convencionais se intercalam em determinados pontos, criando ambientes comuns de transição. Essa interação pode ser válida ao Espigão, uma vez que o IFES é ao mesmo tempo inovador e tradicional. Figura 22: Edifício "Soft in the middle: The Collaborative Core".

Fonte: Archdaily, 2017.

5.3

TRÈS GRAND BIBLIOTHÉQUE - OMA Em 1960 a Edouard Albert’s Jussieu University, em Paris, promoveu um

concurso de projetos pedindo aos participantes que criassem um espaço público


27

vibrante que integrasse o campus e a cidade. O Office for Metropolitan Architecture (OMA) ganhou a competição com um projeto de duas bibliotecas em que os pisos eram interligados ao mesmo tempo em que eram empilhados. Originalmente, a organização pedia a integração de duas bibliotecas existentes à proposta. Em vez disso, OMA projetou um edifício único e isolado. Em lugar de simplesmente empilhar os pisos, ele os interligou, criando um caminho contínuo que permite aos visitantes circular entre os vários andares sem necessidade de escadas e elevadores. Figura 23: Pisos inclinados da proposta de OMA para a biblioteca Jussieu

Fonte: OMA JUSSIEU, 2017

Como pode ser visto na Figura 11, o projeto foi concebido através de uma grade de pilares que forma uma malha reticulada. Dentro dessa malha, os planos são lançados horizontais e inclinados, criando fluidez ao conjunto. Além disso, pode ser notado na figura 12 que não há qualquer obrigatoriedade em seguir a orientação da retícula, uma vez que os elementos inclinados acontecem através da mesma.


28

Figura 24: Vista superior mostrando a relação entre a malha regular e os planos irregulares.

Fonte: NEDERLANDS ARCHITECTUURINSTITUUT, 2017.

Esse projeto mostra como podem ser trabalhados os planos independentes à estrutura. Como no edifício do Espigão, há a presença marcante da estrutura em sua malha reticulada sendo esta, uma importante contribuição. Vale ressaltar que este projeto nunca chegou a ser construído apesar de seu caráter inovador. Ambientes flexíveis, como o que são intencionados ao Espigão, podem ser vistos cada vez mais por todo o mundo. É o caso do Google Campus SP. O Google Campus é um espaço que valoriza o empreendedorismo, investindo principalmente em profissionais que desenvolvem novas empresas. O Google Campus funciona em seis andares e possui espaços que vão desde espaços de eventos a cafés abertos destinados ao contato entre os diferentes usuários. (GOOGLE CAMPUS,2017). Figura 25: Google Campus, (A) Espaço de eventos, (B) Café aberto.

Fonte: Google Campus, 2017.


29

6

MASTERPLAN A reforma e ativação do edifício Espigão adiciona ao IFES aproximadamente

7000 m² de área utilizável. Portando, a fim de reestruturar o Campus para integrá-lo à nova unidade acadêmica, são necessárias intervenções. Foi elaborado um masterplan com diretrizes projetuais que ajustam o Campus a essa nova realidade. Intervindo nos acessos, nos edifícios em forma e função e criando pátios a partir de espaços ociosos, o conceito desse masterplan é adaptar a implantação do IFES para melhor receber as intervenções arquitetônicas necessárias para a habilitação do edifício do Espigão. As intervenções buscam, através de uma “arquitetura de vazios” (CAU/BR, 2017), criar espaços que atendam ao programa de necessidades (tabela 2) e que ao mesmo tempo possam ser utilizados de maneira criativa. A coerência entre as decisões projetuais se mantém através dos diferentes conceitos definidos para as intervenções arquitetônicas, urbanísticas e paisagísticas por obedecer sempre ao precedente de qualificar a vivência dos vazios criados pela arquitetura. Os demais conceitos estão descritos nos capítulos que tratam especificamente das intervenções.

6.1

DIRETRIZES PROJETUAIS Inspiradas pelo conceito e de forma a direcionar as decisões em todo o projeto,

foram traçadas sete diretrizes projetuais que, mais a frente, se traduzem nas ações de intervenção. São elas: 1 – Incentivar a permanência e apropriação de pátios tanto cobertos quanto descobertos. 2 – Valorizar a convivência e troca de conhecimento entre alunos de diferentes períodos e cursos. 3 – Facilitar a ocorrência de eventos internos e externos nas dependências do Campus. 4 – Habilitar e utilizar o edifício Espigão. 5 – Reduzir a dispersão de salas administrativas pelos diversos edifícios. 6 – Qualificar o acesso ao Campus tanto para pedestres quanto para veículos. – Transformar o IFES Campus Cariacica em um marco visual para a região.


30

Figura 26: Nova Implantação (ampliada no anexo 01).

Fonte: Autor, 2017.

6.2

INTERVENÇÕES URBANÍSTICAS E DE IMPLANTAÇÃO Inserido em um ponto nodal urbano, frente ao terminal rodoviário de Itacibá, o

acesso principal original do Campus conflita com o sistema de rotatórias existentes, como é mostrado no diagrama de análise do terreno (figura 6) do capítulo 3. É de extrema importância para a funcionalidade do Campus que sejam pensadas medidas que facilitem os fluxos de pedestres e veículos. A fim de minimizar o conflito descrito, o acesso principal e a portaria foram reposicionados diminuindo a distância percorrida pelos alunos, servidores e visitantes desde o terminal rodoviário até os blocos acadêmicos. O novo posicionamento do acesso principal próximo ao Espigão, enfatiza a intenção de tornar este o edifício principal do IFES. Nesta posição, ele estimula a


31

travessia em local mais seguro, afastado do cruzamento e que permite semaforização e sinalização. Além dele, um acesso secundário pela Rua Pedro Nolasco foi criado para atender à possíveis demandas dos eventos sazonais. Durante a maior parte do tempo esse acesso permanecerá fechado, não sendo utilizado para uso diário. Uma nova rotatória foi pensada para atender de modo mais simples às necessidades de pedestres (principalmente alunos que circulam entre o IFES e o terminal) e de veículos de transporte coletivo (ônibus que entram e saem do terminal), além de tornar mais fluido o fluxo de outros modais (bicicletas, cargas e automóveis). Visto que há a possibilidade de que o sistema viário da região sofra alterações devido à passagem da quarta ponte, foi reservada uma zona do terreno como faixa de domínio para possíveis modificações e alinhamentos que serão feitos na adequação da caixa de tráfego ao fluxo da ponte. Os usos do Campus foram adequados ao objetivo de tornar o edifício do Espigão o principal edifício do IFES. O edifício do ginásio foi mantido devido ao seu bom posicionamento perante a implantação geral do Campus. Para comportar todos os ambientes do setor administrativo e de manutenção/serviço que estavam distribuídos no Sedão e no Espigão, foi criado um novo prédio que funcionará em conjunto com o edifício da Sedinha, concentrando-os. O edifício do Sedão foi dividido fisicamente ao meio em alas (leste e oeste), criando pátio aberto entre as duas partes e dissolvendo o bloco massivo que vai contra o novo eixo criado para enfatizar o Espigão como edifício principal (figura 27) O bloco acadêmico leste teve seus usos mantidos (figura 28) e continuará abrigando a biblioteca e o auditório, assim como salas de suporte como apoio audiovisual, camarins e coxias para o auditório e salas para acervos multimídia, salas de estudo em grupo e sala de coordenação no caso da biblioteca. Sua arquitetura, porém, foi modificada para atender novas demandas de fluxo e espacialidade. O bloco acadêmico oeste concentrará os laboratórios, algumas salas de aula e uma sala multiuso de apoio ao ginásio, para esportes não coletivos como artes marciais, com espaço para armazenamento de equipamentos (figura 28).


32

Figura 27: Acessos (em vermelho, rota de acesso original e em azul, rota de acesso proposta).

Fonte: Autor, 2017.

O novo edifício do Espigão, totalmente reformado, funcionará como núcleo do IFES, abrigando as novas salas de aula assim como diversos pátios elevados interligados, atuando como um grande espaço de estudo e troca de informações. A intenção é que esses pátios comecem no térreo e culminem na cobertura passando por um andar de vivência no meio da edificação, em um espaço que aproveita a visual oferecida pela torre. O edifício abrigará também salas para os professores em dois andares com ligação direta ao andar de vivencia a fim de estreitar a relação professoraluno e um andar para a diretoria e coordenações de curso do IFES.


33

Figura 28: Diagrama de usos do conjunto EspigĂŁo e alas oeste e leste

Fonte: Autor, 2017.


34

6.3

PROGRAMA DE NECESSIDADES Uma vez que não possível localizar um programa modelo de implantação para

institutos federais, foi montado um programa de necessidades com base na Resolução SS-493 de 08/09/94 do Estado de São Paulo, na análise do projeto Brasil Profissionalizado (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2011), e nas plantas baixas cedidas pelo IFES Cariacica identificando os ambientes presentes em escolas de nível técnico. Este esboço foi refinado com a experiência do autor como ex-aluno do IFES, resultando na proposta apresentada abaixo (tabela 2). O programa engloba desde salas de aula e espaços administrativos de apoio aos espaços livres que serão apropriados pelos alunos como pátios e áreas comuns. Para tanto, foi considerada uma média aproximada de 40 alunos por sala, segundo levantamento no IFES Cariacica, com 1,5 m² por aluno (NT10/2010). As áreas descritas no programa abaixo são aproximadas, podendo ou não aparecer conforme decisão do autor e variando para se adequar ao Espigão caso necessário. Tabela 2: Programa de necessidades. Auditórios Nome

Auditório Secundário

Auditório Principal

m² total aprox.

OBS

75 lugares + 3 PNE

---

107,00 Palco

13,00

Salão

94,00

357 lugares + 3 PNE Salão Palco Coxia Apoio Audiovisual 580,00 Coxia Banheiros Acesso privado para palestrantes

--410,00 70,00 17,00 23,00 57,00 3,00 --

Saídas de emergência

Nome

Biblioteca

Biblioteca m² total aprox.

OBS

--

Cabines individuais

20,00

Computadores p/ consulta

28,00

700,00 Guarda-volumes

27,00

Acervo Audiovisual

18,00

Sala de Audiovisual

17,00


35

Salas de estudo em grupo Sala técnica/Coordenação c/ banheiros Salão principal

Nome Laboratórios Multiuso Laboratório de Física

Bloco Pedagógico m² total aprox. 300,00

13,00 50,00 600,00

OBS

m² 70,00

180,00

60,00

Oficina de Física

45,00

45,00

Laboratório de Topografia

50,00

50,00

Laboratório de Química aplicada

65,00

65,00

Laboratório de Desenho

100,00

50,00

Laboratório de Biologia

120,00

120,00

Laboratório de Química básica

115,00

115,00

35,00

35,00

434,00

15,50

46,00

11,50

8,00

8,00

Conselho de Ética

15,50

15,50

Gerente de Ensino

15,50

15,50

Serviços Gerais

30,00

18 salas de aula

1080,00

60,00

32,00

16,00

8,00

8,00

360,00

60,00

31,00

15,50

Centro Acadêmico 28 Salas de Professores 2 pares de Banheiros de professores Copa para Professores

Banheiros Copa para Professores 6 laboratórios de informática Coordenações de curso

Nome Copiadora

Bloco de Serviço m² total aprox. 25,00

Sala de Apoio

OBS

30,00

m² 25,00

CAE

25,00

25,00

Diretoria Adjunta

30,00

30,00

Sala de reuniões

27,00

27,00

Gerência de Ensino

27,00

27,00

Sala do Pedagógico

40,00

40,00

Registro escolar

60,00

60,00

9,00

9,00

Serviços Médicos

10,00

10,00

Repouso

19,00

19,00

Banheiros

15,00

7,50

Refeitório

320,00

320,00

Banheiros

28,00

14,00

Serviços Psicológicos


36

Lanchonete

Cozinha Atendimento 100,00 Área de Serviço c/ banheiro Acesso por fora da Instituição

100,00

Subestação

100,00

100,00

15,50

15,50

7,00

7,00

Protocolo do IES PABX

Estoque 244,00 Controle Doca

Almoxarifado

Nome

Ginásio m² total aprox.

244,00

OBS

Quadra Arquibancada; Vestiários masculino e feminino com adaptação para P.N.E.; Depósito para material esportivo;

Tanto quanto possível 28,00

14,00 8,00

Sala multiuso; Sala da coordenação de educação física. Nome Sala de Reuniões

-----

60,00 15,00 Bloco Administrativo m² total aprox. 45,00

OBS

m² 45,00

Comissão A

20,00

20,00

Comissão B

20,00

20,00

Comissão C

25,00

25,00

Inspetoria

25,00

25,00

Sala de Servidores GTI

20,00

20,00

Administração GTI

27,00

27,00

Administrativo

Escritório Copa Sanitários 130,00 Sala de Apoio Sala de Apoio Arquivo

130,00


37

7

INTERVENÇÕES ARQUITETÔNICAS Propõe-se um conjunto pedagógico reformulado, onde o verde do paisagismo

e o cinza das placas cimentícias se complementam criando uma sensação acolhedora que permeia fluida pelos espaços. Devido à escala do projeto, as intervenções arquitetônicas estão focadas apenas no conjunto pedagógico (edifício Espigão e alas leste e oeste do Sedão) e detalhadas a seguir de acordo com a origem da intervenção. Figura 29: Isometria da proposta

Fonte: Autor, 2017. (Mais neutro o ANEXO)

7.1

ESPACIAIS No que diz respeito à espacialidade, o projeto prega pela integração. Apesar

disso, para efeito explicativo, o projeto pode ser dividido em cinco tipos de espaço: os pátios cobertos, descobertos, o novo Espigão e as novas alas leste e oeste. Essa integração mencionada está intimamente ligada ao modo como foram projetados os fluxos e circulações e pátios da torre como pode ser visto na figura 30. O térreo ganhou novos lances de escada, uma rampa unificada que fornece acessibilidade e uma passarela que funciona como ligação entre as duas alas. Enquanto os pátios descobertos são resultantes dos espaços vazios antes ociosos que foram integrados formando um conjunto de caminhos e espaços de permanência, os pátios cobertos foram projetados como espaços de abrigo, respiro e


38

convivência onde os alunos de diferentes períodos e cursos podem trocar experiências tanto nos pavimentos mais baixos quanto na torre. Figura 30: Diagrama de fluxos e circulação.

Fonte: Autor, 2017.


39

Os ambientes da ala oeste permaneceram, em sua maioria, como no edifício atual. A diferença está exatamente na espacialidade, uma vez que o edifício ganhou aberturas e pátios descobertos que se comunicam com os corredores de acesso às salas e que, no pavimento mezanino, são divididos apenas por muretas. Isso faz com que a sensação de percorrer os corredores seja muito próxima a de percorrer os pátios, minimizando a ideia restritiva de corredor. Ao contrário do que acontece na ala oeste, a ala leste foi bastante modificada. Apesar do auditório e da enfermaria, que representam aproximadamente 50% da área do térreo, não terem sido alterados, a maior parte do restante sofreu alteração. O térreo da ala leste ganhou uma cafeteria, que funciona como transição entre o pátio descoberto e o pátio coberto, e um átrio que une o térreo ao mezanino. A biblioteca foi redimensionada ganhando mais espaços de estudo em conjunto. Toda a parte administrativa e de serviço foi retirada, aumentando a passagem e a relação entre o mezanino da ala leste e o primeiro pavimento do Espigão. Formado pela união de pátios elevados e salas de aula, e integrados através de uma escada monumental, surge o Espigão. Com um total de 10 (dez) pavimentos e uma cobertura mirante, a espacialidade da torre é uma continuação das características sensórias encontradas no térreo propagadas através de um átrio permeia toda a torre recortando a escada monumental e integrando virtualmente os pavimentos. Além da cobertura que funciona como mirante, o Espigão possui um andar livre no sexto pavimento que possui quiosques que podem ser cedidos às turmas ou alugados às empresas de comida, e que também servirão aos alunos como pontos de apoio refeitório com micro-ondas, pias e misteiras. A intenção espacial desejada para esse grande pátio, é reforçar a ideia de vivencia presente no térreo, somado à visual de destaque proporcionada pela altura da edificação. Os dois pavimentos imediatamente acima do sexto andar são ocupados por salas de professor. Esses dois andares se comunicam com o pavimento de convivência através de um segundo átrio, integrando os ambientes de professor ao ambiente que conceitualmente é definido pela troca de conhecimento. A torre ainda conta com banheiros em todos os andares, uma escada de incêndio e um conjunto de quatro elevadores. Nas salas de aula, o pé direito alto permite que o espaço seja utilizado de diferentes formas podendo atender a demandas comuns, com carteiras, ou à diferentes metodologias como assentos elevados em estilo auditório. Paredes


40

removíveis entre salas de aula permitem que salas sejam expandidas em caso de necessidade. O ponto alto na espacialidade do projeto fica no núcleo dinâmico do Espigão. Esse núcleo é o conjunto formado pelos espaços livres dos pavimentos, pela escada monumental, pelo andar livre de vivência e pela cobertura mirante. O objetivo é que os alunos e professores se apropriem desses espaços tornando-os extensões das salas de aula e utilizando-os de forma pedagógica. Em materialidade, o núcleo aliará o concreto aparente da estrutura à grandes murais coloridos nas paredes externas das salas de aula.

7.2

FORMAIS As intervenções que dão forma ao projeto estão, em sua maioria, na envoltória

aplicada na torre e nas alas. Em volumetria, a divisão do Sedão em duas partes, mencionada anteriormente, foi a única grande modificação da infraestrutura existente. Adotou-se a volumetria prismática retangular do espigão, dinamizando a forma através da envoltória em placas cimentícias. Essa envoltória, é afastada um metro da parede de vedação do prédio criando proteção à radiação direta, similar ao sistema de fachada ventilada. Além dessa proteção que amplifica o conforto da edificação, o afastamento da envoltória cria linhas de sombra que dividem o volume unificado da torre. Nas alas a envoltória recebeu um recorte retangular à 45º que demonstra a essência por trás da intervenção em uma referência à tradição e história do IFES que coexiste com a evolução tecnológica. As alas que surgiram após a decomposição do Sedão (figura 27), foram linearizadas através de platibandas que escondem o “teto de galpão” presente na arquitetura atual. Tanto na envoltória quanto em diversos outros pontos do projeto, um dos conceitos de forma amplamente utilizados foi o da proporção áurea. Sua utilização surgiu uma vez que a relação entre as dimensões da estrutura existente do Espigão, altura e largura, se aproxima à proporção áurea. Além disso, por estar ligado à natureza do crescimento (MARTINS,2016), o número de ouro pode servir filosoficamente como inspiração para o desenvolvimento acadêmico dos alunos do IFES. O formato foi criado a partir da variação de um retângulo nas proporções de Fibonacci em giro de 16,18º (figura 31).


41

Figura 31: Diagrama explicativo do átrio central (em vermelho, os retângulos em proporção de ouro)

Fonte: Autor, 2017.

Em conjunto ao átrio, a escada monumental funciona ao mesmo tempo como espaço de permanência e de circulação servindo quase como um andar intermediário. Seu design está relacionado diretamente com a variação do formato do átrio principal


42

que a recorta, dinamizando a regularidade dos degraus. Com isso aliou-se a modulação, facilitando sua construção, a um design inovador.

7.3

ESTRUTURAIS A parte estrutural do projeto foi a mais delicada e o desafio do projeto. Indo na

contramão da arquitetura tradicional o projeto do bloco pedagógico, tanto das alas quanto da torre, já possuía uma estrutura e coube a arquitetura abraçar essa estrutura e gerar os espaços independentemente da rigidez da malha de pilares e vigas, sem cair na monotonia e sem deixar o projeto tornar-se previsível. Buscou-se alinhar ao máximo as vedações aos pilares procurando sempre o benefício da parte interna dos ambientes. Por não possuir carga estrutural direta, algumas vigas ligadas ao átrio foram retiradas por entrarem em conflito com a região da escada monumental. Outra intervenção tomada devido as características estruturais do projeto, foi a não adoção de rampas na torre que entravam em conflito com as vigas por causa do pé direito alto entre os pavimentos. Para solucionar o problema de circulação vertical foi então estabelecida a escada monumental e os elevadores como forma acessível de circulação. Ainda sim, rampas que ligam o térreo ao espigão, foram criadas na ala leste para garantir a acessibilidade à torre. Nas alas, optou-se por manter determinados pontos da estrutura existente. A passarela e a rampa foram estruturadas com pilares existentes do antigo Sedão. No pátio, estão presentes as colunas e vigas de sustentação do telhado original. Assim como os rasgos retangulares da fachada, esse resquício da estrutura se mantém de forma saudosista, enfatizando a intenção do projeto de evoluir a estrutura do IFES tecnologicamente sem se desprender da história e tradição. O átrio principal da torre é transpassado por vigas e pilares que dão a sensação de desprendimento do design da arquitetura em relação a malha estrutural, e conferindo leveza ao projeto. 8

INTERVENÇÕES PAISAGÍSTICAS A nova implantação do Campus contempla um novo espaço ao lado do ginásio,

reservado para eventos sazonais (sarais, exposições, feiras de tecnologia e simpósios) ou eventos internos do IFES que necessitem de mais espaço. Esse grande


43

pátio é diretamente ligado ao acesso secundário, ao estacionamento e tem grande proximidade ao ginásio o que fornece ao Campus uma “zona de eventos” que pode ser isolada dos demais prédios caso necessário. Com a divisão física do Sedão nas alas leste e oeste, surgiu um espaço que, aliado a outros espaços antes ociosos, funcionará como um grande pátio arborizado. Esse pátio terá uma passagem coberta para que haja acesso protegido interligando as alas e contará com espaços de permanência descobertos. Projetadas para dinamizar os espaços abertos, as formas retangulares que traçam a paginação de piso são inspiradas pela proporção de Fibonacci (figura 32). Figura 32: Diagrama explicativo do paisagismo.

Fonte: Autor, 2017.


44

A tipologia dos pisos tem relação com o nível de permanência desejado, indo do concreto liso desempenado, nas as áreas de circulação principal, ao piso de bloco intertravado cor terracota, nas áreas onde a permanência prolongada é desejada. Procurou-se dar ao pátio uma ambiência que se perpetuará através do núcleo do edifício Espigão, integrando interior e exterior. 9

CONSIDERAÇÕES FINAIS Com o passar do tempo, a intervenção no Espigão fica cada vez mais cara e

complicada, mostra-se clara e urgente a necessidade de intervenção sobre o edifício em questão. Para tal, o projeto deve contemplar um modelo de sala de aula que se adapte ao modo de estudar e viver do século XXI, aliando espaços flexíveis, conforto e fluxos dinâmicos. Entende-se por conforto, neste caso, o conjunto de medidas adotadas na arquitetura que contribuem para aumentar a sensação de bem-estar durante a permanência dos usuários em determinado espaço e por fluxos dinâmicos a capacidade que um trajeto tem de variar entre passagem e permanência. Acreditamos que tanto o projeto de habilitação quanto o masterplan contribuem para estes objetivos, e que suas implantações resultarão em melhores condições tanto para os alunos quanto para os servidores. Apesar do alvo de intervenção principal ser o Espigão, as mudanças propostas para o campus são de grande importância uma vez que elas permitirão que a nova unidade entre esteja em harmonia com as demais instalações. O projeto busca preparar os espaços da escola para novas metodologias de ensino e incentiva o uso de todo o campus como ambiente de aprendizado. Ele também supre em determinados pontos, carências existentes que não podem ser atendidas pela simples reforma de um dos edifícios do IFES, como é o caso do espaço para eventos sazonais e dos pátios abertos e arborizados. A proposta estabelecida nesse documento visa, acima de tudo, valorizar o Campus, transformando-o em referência para Itacibá e traduzindo a magnitude do Instituto Federal do Espírito Santo em sua arquitetura.


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10 REFERÊNCIAS AGAZETA. Itacibá surgiu de um loteamento. Guia de serviços, Vitória, p. 51-58, nov. 2005. ANDRADE MORETTIN. IMS São Paulo. Disponível em: <http://www.andrademorettin.com.br/projetos/ims/>. Acesso em: 15 mai. 2017. ARCHDAILY. Atelier 2b repensa o modernismo na era da colaboração e do compartilhamento. Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/777790/atelier2b-repensa-o-modernismo-na-era-da-colaboracao-e-do-compartilhamento>. Acesso em: 11 abr. 2017. CAU/BR - ARQUITETURA E URBANISMO PARA TODOS. Alvaro Puntoni e a arquitetura do vazio. Disponível em: <http://arquiteturaurbanismotodos.org.br/alvaro-puntoni-2/>. Acesso em: 03 out. 2017. CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESPIRITO SANTO. NT 10/2013: Saídas de emergência: Parte 1 – Condições Gerais. Espirito Santo, 37 p. 2013. Disponível em: <https://cb.es.gov.br/normas-tecnicas>. Acesso em: 04 jun. 2017. CROITOR, Eduardo Pessoa Nocetti; MELHADO, Sílvio Burrattino. A gestão de projetos aplicada à reabilitação de edifícios: estudo da interface entre projeto e obra: estudo da interface entre projeto e obra. São Paulo: [s.n.], 2009. 30 p. DVECCHI, A. M. Reformar não é construir. A reabilitação de edifícios verticais: novas formas de morar em São Paulo no século XXI. 2010. 550 f. Tese (Doutorado) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, USP, São Paulo, 2010. ENCONTRA CARIACICA. Sobre Cariacica. Disponível <http://www.encontracariacica.com.br/cariacica/>. Acesso em: 06 abr. 2017.

em:

ESPIRITO SANTO. DECRETO Nº 2423-R de 15 de dezembro de 2009. Regulamenta a Lei nº 9.269, de 21 de julho de 2009 e institui o Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico (COSCIP) no âmbito do território do Estado e estabelece outras providências. Espirito Santo, 37 p. 2013. Disponível em: <https://cb.es.gov.br/normas-tecnicas>. Acesso em: 04 jun. 2017. ESPIRITO SANTO. LEI COMPLEMENTAR Nº 018, de 31 de maio de 2007. Institui o plano diretor municipal do município de Cariacica, altera o perímetro urbano, define o zoneamento urbano e rural e dá outras providencias. Espirito Santo. 2007. Disponível em: <http://www.legislacaocompilada.com.br/cariacica /Arquivo/Documents/legislacao/html/C182007.html>. Acesso em: 02 jun. 2017. FIGUEIREDO, Bene Régis; RÉGIS, Maria Rita De Cássia Sales; SUETH, José Candido Rifan. Educação, moldando o caráter da nação. De artífices a profissionais: formação e geração de mão de obra no estado do ES. Revista Sinais, Vitória, n. 13, p. 44-51, jun. 2013.


46

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47

acao/2_abordagem-didatica-e-pratica-da-acao-do-vento-em-edificacoes.pdf>. Acesso em: 06 abr. 2017. NEDERLANDS ARCHITECTUURINSTITUUT. Jussieu library. Disponível em: <http://schatkamer.nai.nl/en/projects/bibliotheek-jussieu>. Acesso em: 15 mai. 2017. NETO, José Yolle. Diretrizes para o estudo de viabilidade da reabilitação de edifícios antigos na região central de São Paulo visando a produção de HIS: Estudo de casos inseridos no programa de arrendamento residencial (PAR-Reforma) - Edifícios: Olga Bernário, Labor e Joaquim Carlos. São Paulo: [s.n.], 2006. 195 p. OMA JUSSIEU. Très grande bibliothèque. Disponível em: <http://oma.eu/projects/tres-grande-bibliotheque>. Acesso em: 15 mai. 2017. PLANETA SUSTENTÁVEL. Qual foi a primeira escola? Disponível em: <http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/cultura/conteudo_289910.shtml>. Aces so em: 11 abr. 2017. PREFEITURA DE CARIACICA. História. Disponível em: <http://www.cariacica.es.gov.br/turismo/conheca-cariacica/historia/>. Acesso em: 06 abr. 2017. ROMANELLI, Marco; STELZER, Patrícia. Agenda Cariacica - planejamento sustentável da cidade 2010-2030: Meio Urbano e Rural: Uso e ocupação do Solo e Habitação. Cariacica: [s.n.], 2012. 121 p. SÃO PAULO. RESOLUÇÃO SS-493 de 08 de setembro de 1994. Aprova Norma Técnica que dispõe sobre a Elaboração de Projetos de Edificação de Escolas de 1o e 2O graus no âmbito Estado de São Paulo. 1994. Disponível em: < http://siau.edunet.sp.gov.br/ItemLise/arquivos/ss493_94.htm>. Acesso em: 04 jun. 2017. SUL21. Arquiteto defende aproveitamento de prédios ociosos nas cidades. Disponível em: <http://www.sul21.com.br/jornal/arquiteto-defende-aproveitamentode-edificios-ociosos-nas-cidades/>. Acesso em: 14 dez. 2016. VERACIDADE. Mapas. Disponível em: <www.veracidade.com.br>. Acesso em: 18 abr. 2017. VIANA, Rafael. Saídas de emergência: como dimensionar. Disponível em: <http://fireprotection.com.br/saidas-de-emergencia-como-dimensionar/>. Acesso em: 13 abr. 2017.


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11. ANEXOS


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LISTA DE ANEXOS ANEXO A: Planta de implantação com as intervenções urbanísticas pontuadas ANEXO B: Planta baixa do pavimento térreo ANEXO C: Planta baixa do 1º pavimento ANEXO D: Planta baixa do 2º pavimento ANEXO E: Plantas baixas dos pavimentos do Espigão ANEXO F: Corte A ANEXO G: Corte B ANEXO H: Isometrias da proposta ANEXO I: Elevação nordeste ANEXO J: Elevação noroeste ANEXO K: Elevação sudeste ANEXO L: Elevação sudoeste ANEXO M: Vista em perspectiva da fachada da Rodovia José Sette ANEXO N: Vista em perspectiva da fachada da Rua Pedro Nolasco ANEXO O: Vista em perspectiva da fachada sul ANEXO P: Vista em perspectiva da fachada norte ANEXO Q: Vista em perspectiva da fachada noroeste ANEXO R: Ambiência dos pátios abertos ANEXO S: Detalhe da jardineira na fachada ANEXO T: Átrio visto a partir do térreo ANEXO U: Vista em perspectiva do pavimento de salas ANEXO V: Vista em perspectiva do pavimento livre


1 - O ginásio foi mantido devido ao seu bom posicionamento perante a implantação geral do Campus. 2 - Um novo espaço foi reservado para eventos sazonais (saraus, exposições, feiras de tecnologia e simpósios). 3 - Um acesso secundário foi pensado para atender a possíveis demandas dos eventos sazonais. Durante a maior parte do tempo esse acesso permanecerá fechado, não sendo utilizado no para uso diário.

1

4 - O acesso principal e a portaria foram reposicionados diminuindo a distância percorrida pelos alunos, servidores e visitantes desde o terminal rodoviário até os blocos acadêmicos.

7

2 6

3

5 - O Sedão foi dividido em duas partes, criando um ambiente que, aliado a espaços antes ociosos funcionará como um grande pátio arborizado. Esse pátio contará com uma passagem coberta para que haja acesso protegido interligando as partes do Sedão.

9

5 8

6 - O novo edifício do Espigão, totalmente reformado, funcionará como núcleo do IFES, tendo ligação direta com a ala leste do Sedão e com a área de eventos.

4

10

7 - Um bolsão de estacionamento foi criado, centralizando as vagas em um só local, de modo a facilitar a vigilância e controle. 8 - Toda a parte administratica e de infraestrutura foi concentrada na sedinha e em seu anexo (ver item 9).

11 IO ÁR VI DO Á RO CIB AL A IN E I T RM D TE

IMPLANTAÇÃO ESCALA

1:250

9 - Deverá ser criado um novo prédio que funcionará em conjunto a Sedinha para comportando todos os ambientes dos setores de administração, infraestrutura e serviços que antes se distribuiam pelo Sedão. 10 - Uma zona próxima aos limites do terreno foi reservada como faixa de domínio tendo em vista a implantação da alça da quarta ponte. Essa zona não recebeu intervenções prevendo a necessidade de espaço para os alinhamentos e adequações que serão feitos na caixa de passagem das vias modificadas. 11 - Foi proposta uma nova rotatória que atende de modo mais simples às necessidades de pedestres (principalmente alunos que circulam entre o IFES e o terminal) e veículos de transporte coletivo ( ônibus que entram e saem do terminal), além de tornar mais fluido o fluxo de outros modais (bicicletas, cargas e automóveis).

N 0

50m

100 m


SOBE

SALA 52 m²

ACESSO SECUNDÁRIO

SALA 48 m²

SALA 48 m²

HALL DE ELEV 36 m²

WC 18 m²

WC 16 m²

SALA 41 m²

SALA 41 m²

SALA 41 m²

SALA 41 m²

APOIO 11 m²

CAFETERIA 98 m²

AUDITÓRIO 94 m²

SOBE

APOIO 24 m²

SALA MULTIUSO 123 m²

PALCO 65 m² SALÃO 413 m²

COXIA 18 m²

LAB. 02 42 m²

LAB. 03 51 m²

LAB. 04 73 m²

LAB. 05 111 m²

LAB. 06 41 m²

APOIO 22 m²

ACESSO PEDESTRES

SUBESTAÇÃO 102 m²

GUARITA 25 m²

ACESSO VEÍCULOS

PLANTA BAIXA - TÉRREO ESCALA

1:350

N

RODOVIA JOSÉ SETTE 0

REPOUSO 18 m²

CIRC. 31 m²

APOIO 11 m²

LAB. 01 67 m²

MÉDIC 10 m²

APOIO 28 m²

PSICOL. 9 m²

SALA MULTIUSO 62 m²

COZINHA 41 m²

SALA 23 m²

CIRCULAÇÃO 426 m²

RUA PEDRO NOLASCO

E1 E2 E3 E4 7 m² 6 m² 7 m² 7 m²

50m

100 m

COXIA 54 m²


SOBE

SALA 51 m²

SALA 50 m²

DESCE

SALA 50 m²

SALA 41 m²

SALA 41 m²

SALA 41 m²

SALA 41 m²

SOBE

APOIO 11 m² COPIADORA 57 m²

WC WC 7 m² 7 m²

VAZIO

E. GRUPO 11 m²

SALA 74 m²

E. GRUPO 12 m² CONTROLE 26 m²

DESCE

CIRC. 1037 m²

SALA 75 m²

P. VOLUMES 27 m²

SALA 69 m² VAZIO

SALA 58 m²

SALA 57 m²

SALA 52 m²

SALA 52 m²

SALA 57 m²

ESCALA

1:350

SALA DE IDIOMAS 75 m²

SALA 44 m²

50m

100 m

E. GRUPO 13 m² E. GRUPO 9 m² E. GRUPO 13 m² E. GRUPO 15 m² E. GRUPO 13 m²

COORDENAÇÃO 77 m² COMPUTADORES 31 m²

N 0

SALÃO BIBLIOTECA 583 m²

CAB IND. 21 m²

LAJE IMPERMEABILIZADA

PLANTA BAIXA - 1 PAV.

E. GRUPO 11 m² E. GRUPO 15 m²

SALA 69 m²

SALA 66 m²

ACE. AUD. 18 m²

WC 16 m²

E. GRUPO 13 m²

WC 18 m²

LAB 02 61 m²

APOIO 6 m²

SALA 23 m²

SOBE

LAB 01 56 m²

SALA 53 m²

E4 7 m²

S. AUDIOV. 17 m²

E1 E2 E3 7 m² 6 m² 7 m²

CAB. IND. 19 m²


SOBE

SALA 50 m²

SALA 50 m²

DESCE

SALA 48 m²

E1 E2 E3 E4 7 m² 6 m² 7 m² 7 m²

COBERTURA ORIGINAL DO SEDÃO

COBERTURA ORIGINAL DO SEDÃO

N

PLANTA BAIXA - 2 PAV / COBERTURA. 1:350

SALA 52 m²

COBERTURA ORIGINAL DO SEDÃO

COBERTURA ORIGINAL DO SEDÃO

ESCALA

SALA 30 m²

0

50m

100 m


SALA 50 m²

DESCE

DESCE

SALA 50 m²

PLANTA BAIXA - 4 PAV.

S. PROF 11 m²

S. PROF 11 m²

S. PROF 11 m²

S. PROF 11 m²

S. PROF 11 m² S. PROF 11 m²

S. PROF 11 m²

S. PROF 11 m²

S. PROF 11 m²

APOIO 8 m² COPA 14 m²

APOIO 9 m² COPA 13 m²

DESCE

S. PROF 11 m²

S. PROF 11 m²

PLANTA BAIXA - 8 PAV.

PLANTAS BAIXAS - ESPIGÃO 0

50m

100 m

C. ÉTICA 24 m²

DN E1 E2 E3 7 m² 6 m² 7 m²

E4 7 m²

DESCE

REUNIÃO 30 m²

CORD. CORD. CORD. CORD. CORD. 17 m² 16 m² 16 m² 16 m² 22 m²

PLANTA BAIXA - 9 PAV.

N

1:350

PLANTA BAIXA - 6 PAV.

DIRETORIA 46 m² SECRETARIA 70 m²

S. PROF 11 m²

S. PROF 12 m²

S. PROF 11 m²

S. PROF 12 m²

S. PROF 11 m²

PLANTA BAIXA - 7 PAV.

CAE 24 m²

S. PROF 11 m²

E SC DE

E1 E2 E3 E4 7 m² 6 m² 7 m² 7 m²

E1 E2 E3 E4 7 m² 6 m² 7 m² 7 m²

G. DE ENSINO 31 m²

S. PROF 11 m²

S. PROF 11 m²

SOBE

S. PROF 12 m²

S. PROF 12 m²

E1 E2 E3 E4 7 m² 6 m² 7 m² 7 m²

SALA 51 m²

PLANTA BAIXA - 5 PAV.

S. PROF 11 m²

S. PROF 11 m²

SALA 30 m²

E1 E2 E3 E4 7 m² 6 m² 7 m² 7 m²

SOBE

E1 E2 E3 E4 7 m² 6 m² 7 m² 7 m²

PLANTA BAIXA - 3 PAV.

DESCE

SALA 50 m²

SALA 51 m²

SALA 30 m²

S. PROF 12 m²

E1 E2 E3 E4 7 m² 6 m² 7 m² 7 m²

DESCE

SALA 50 m²

SALA 51 m²

SALA 30 m²

SALA 50 m²

SALA 50 m²

DESCE

SOBE

SALA 50 m²

SALA 50 m²

ESCALA

SOBE

SOBE

SOBE

SALA 50 m²

ÁREA TÉCNICA 34 m²

PLANTA BAIXA - 10 PAV.


TOPO CAIXA D'AGUA 50,90

10 PAVTO 46,90

9 PAVTO 41,30 8 PAVTO 37,92 7 PAVTO 34,54

6 PAVTO 29,78

5 PAVTO 24,98

4 PAVTO 20,18

3 PAVTO 15,38

2 PAVTO 10,58

1 PAVTO 5,78 MESANINO - Alas 4,20 0 TÉRREO 0,00

CORTE A ESCALA

1:250

0

10 m

20 m


TOPO CAIXA D'AGUA 50,90

10 PAVTO 46,90

9 PAVTO 41,30 8 PAVTO 37,92 7 PAVTO 34,54

6 PAVTO 29,78

5 PAVTO 24,98

4 PAVTO 20,18

3 PAVTO 15,38

2 PAVTO 10,58

1 PAVTO 5,78

COPIADORA

SALA DE IDIOMAS

MESANINO - Alas 4,20 COZINHA

0 TÉRREO 0,00

CORTE B ESCALA

1:250

0

10 m

20 m

APOIO


ISOMETRIA - NORTE ESCALA

1:1250

ISOMETRIA - SUL ESCALA

1:1250


ELEVAÇÕES - NORDESTE ESCALA

1:250

0

10 m

20 m


ELEVAÇÕES - NOROESTE ESCALA

1:250

0

10 m

20 m


ELEVAÇÕES - SUDESTE ESCALA

1:250

0

10 m

20 m


ELEVAÇÕES - SUDOESTE ESCALA

1:250

0

10 m

20 m












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