A Cavalhada de Poconé

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Editorial

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Ficha Técnica

rojeto Acadêmico desenvolvido para o projeto integrado do 6º Ciclo da Graduação em Design Gráfico do Instituto Infnet.

Pesquisa: Álvaro Rocha. Redação: Álvaro Rocha. Ilustrações: Álvaro Rocha e Rafael Cid. Layout do Hotsite: Rafael Cid. Material Impresso: Guilherme Fontes Tipografia: Guilherme Fontes. Roteiro: Álvaro Rocha. Animação e Storyboard: Rafael Cid.

O projeto consiste na criação da identidade visual e material de divulgação de uma festa popular do Brasil. A festa escolhida foi a Cavalhada, que ocorre em várias cidades do Brasil com diferentes particularidades. Esse projeto trata especificamente da festa que acontece na cidade de Poconé, no Pantanal mato-grossense.

Alvaro Rocha www.alrocha.com.br Guilherme Fontes Rafael Cid www.rafaelcid.com/portfolio/

Sumário Introdução

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O Quê é a Cavalhada?

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O Festejo

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História - Os Mouros

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Os Personagens

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Processo Criativo

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Painel de Referências

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Material Desenvolvido

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Referências

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Introdução O Brasil é um país muito rico em cultura e estilos vindos de várias partes do mundo, toda essa mistura gera uma enorme quantidade de festejos populares, que recebem influência de outros povos ou dos nativos. Mesmo com toda essa riqueza, alguns eventos não tem o destaque ou visibilidade que merecem, um desses eventos é a Cavalhada. A Cavalhada é um festejo popular que acontece em vários pontos do país com influências próprias de acordo com a região.

Proposta A Cavalhada de Poconé tem uma história secular e potencial para atrair um público ainda maior do que já atrai. O número de visitantes pode aumentar, desde que o evento tenha uma melhor divulgação utilizando diferentes plataformas para que o evento venha à conhecimento do grande público. O projeto visa alavancar o potencial turístico e econômico da região, aumentando a visibilidade da Cavalhada de Poconé, que pode ser beneficiada com a escolha da cidade de Cuiabá como uma das cidades-sede da Copa de 2014.

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O Quê é a Cavalhada? Uma encenação alegórica que remonta a batalha de Carlos Magno contra as investidas dos Mouros. A Cavalhada ocorre em várias regiões do Brasil com características e costumes próprios que variam de acordo com a região.

Origem da Cavalhada A festa baseia-se na história do Livro “A Batalha de Carlos Magno e os 12 Pares da França”. O livro conta a história de Carlos Magno (Rei da França) e sua guarda real composta por 12 cavaleiros que morreram lutando contra os mouros.

A Cavalhada no Brasil A Cavalhada teria sido introduzida no Brasil por volta de 1756 pelos jesuítas, como forma de catequizar e mostrar o poder da fé cristã.

No século XIII em Portugal, a rainha Isabel decidiu instituir como festividade uma representação dramática da batalha de Carlos Magno, para incentivar a instituição cristã e a guerra contra os mouros.

No Brasil, as cavalhadas possuem uma conotação mais religiosa do que militar. As cavalhadas aqui ocorrem logo após a Festa do Divino.

A Cavalhada em Poconé A Cavalhada em Poconé ocorreu pela primeira vez em 1769, comemorando a chegada de Luiz Pinto de Souza Coutinho, Capitão-General e 3º Governador da Capitania de Mato Grosso. A Cavalhada de Poconé ficou 35 anos sem ser realizada (1956 a 1990), retornando em 1991 recuperando a tradição de Cavalhada e fortalecendo-se como um evento que hoje atrai cerca de 17 mil pessoas entre habitantes locais e turistas brasileiros e estrangeiros. Assim como acontece em outros lugares do Brasil em que a Cavalhada é realizada, a Cavalhada de Poconé tem costumes e tradições únicas como, por exemplo, a Princesa Moura.

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O Festejo A Cavalhada de Poconé ocorre durante a coOs dois exércitos competem em várias provas memoração da festa de São Benedito, em Junho. A para definir qual lado será o vencedor das competiencenação começa às 08:00 da manhã, com os ca- ções. Entre as provas executadas estão o Tira-Cavaleiros mouros e cristãos posicionados no campo beça e Argolinha. das cavalhadas, os cristãos posicionam-se no lado do Sol poente e os mouros no lado do Sol nascente. Depois que as provas são concluídas, a encenação continua com uma batalha entre os dois exérA encenação começa com os cristãos invadin- citos, em que os mouros hasteiam uma bandeira do o castelo dos mouros e sequestrando a Rainha branca em sinal de rendição. moura. Na saída dos cavaleiros cristãos, o castelo dos mouros é incendiado. O espetáculo termina com a conversão dos mouros ao cristianismo e o casamento da Rainha Após esse evento, acontece uma negociação Moura com o mantenedor cristão. entre os embaixadores dos cristãos e dos mouros, com os mouros exigindo a devolução da Rainha Depois da encenação, acontece uma queima moura. Os cristãos negam o pedido, alegando que de fogos e inicia-se uma festa com bailes e muita a Rainha moura está apaixonada e pretende casar- música ao som de músicas regionais como siriri e se com o mantenedor cristão. Como os dois lados cururu. não chegam a um acordo, os dois exércitos iniciam os preparativos para a batalha.

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História - Os Mouros Poitiers. Os mouros permaneceriam na Península Ibérica até o final do século XV.

Os mouros são um povo árabe-berbere que conquistou a Península Ibérica, oriundos principalmente da região do Saara ocidental e da Mauritânia. São muitas vezes associados aos seguidores do Islão por terem sido estes povos que mais recentemente ocuparam os territórios da Península Ibérica.

Pelayo e seus soldados continuaram a guerrear com os infiéis. Era a guerra da Reconquista, que, iniciada com a invasão árabe, em 711, prosseguiria até a expulsão total dos maometanos em 1492.

Admite-se que as Cruzadas, as peregrinações em Embora cientificamente mais adiantados, os direção a Jerusalém, também estiveram identificadas com as lutas travadas contra os muçulmanos árabes não desprezaram os conhecimentos advinna Península Ibérica e contra os hereges em toda a do dos habitantes da península. Tais conhecimentos foram utilizados nas escolas e observatórios Europa Ocidental. que criaram e também deram a eles a sua própria Mouro era o termo pelo qual os cristãos euro- contribuição. Assim, surgiu uma cultura riquíssima peus se referiam aos muçulmanos, em particular e uma ciência que não só produziu obras muito imàqueles vindos do Norte da África, os quais teriam, portantes, como também foi aproveitada na prática. dentre outros feitos, ocupado e governado uma As grandes navegações, por exemplo, devem vasta região da Península Ibérica - atualmente Portugal e Espanha - durante quase oito séculos (de muito a instrumentos como o quadrante e o sextante, desenvolvidos pelos muçulmanos, assim com 711 a 1492). aos mapas e às descrições feitas por eles. Mas não Em 711, os muçulmanos cruzaram o Estreito é só. Sob o domínio dos árabes, a agricultura na de Gibraltar e invadiram a Península Ibérica, pro- Península Ibérica foi incrementada com novas técvocando uma fuga da população local para o norte nicas de semeadura e irrigação. Os sistemas jurídico da península, onde foram fundados vários reinos e administrativo se tornaram mais eficazes. A quíibéricos ou cristãos, como Leão, Castela, Navar- mica, a botânica e a farmacologia tiveram amplo ra e Aragão, que, ainda no século VIII, iniciaram desenvolvimento, assim como a filosofia e as letras. uma luta para expulsar os invasores - a Guerra da O saber se tornou mais acessível ao povo do que Reconquista, também chamada de “Cruzadas Oci- em qualquer outra região da Europa. Em Al-Andalus - como os árabes chamavam a Península Ibédentais”. rica - havia escolas e universidades, observatórios, Em 732 a expansão muçulmana foi barrada nos hospitais e bibliotecas. Pirineus, onde os francos, liderados por Carlos Martel, impuseram-lhes uma derrota na batalha de

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Os Personagens Como se trata de uma encenação, a Cavalhada possui personagens que são “interpretados” por pessoas da própria cidade.

O Exército

Os Cavaleiros

É formado por homens vestidos ricamente que montam cavalos ornamentados com as cores do exército a que pertencem. Esses homens dividem-se em doze para cada exército e seguem uma hierarquia com inspiração na hierarquia militar. Cada exército segue hierarquia abaixo:

São os outros homens que compõem os exércitos e participam das competições realizadas durante a encenação.

• 1 Mantenedor • 1 Embaixador • 10 Cavaleiros

Capitão de Mastro Personagem secundário, mais ligado à festa de São Benedito. Ganha destaque na Cavalhada porque é ele quem escolhe qual das candidatas será escolhida como Rainha moura. É um cargo muito disputado porque as famílias locais querem colocar membros da família como parte da história das Cavalhadas.

O Mantenedor O Mantenedor é o equivalente ao Rei encontrado no festejo original e em Cavalhadas de outras partes do país. Ele é o principal soldado do exército e é quem comanda os outros cavaleiros.

O Embaixador O Embaixador é o personagem que negocia com o Embaixador do exército oponente os termos para o resgate da Rainha Moura.

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A Rainha Moura Representada por uma dama da cidade. A Rainha moura é sequestrada pelos cristãos durante a encenação e termina casando-se com o Mantenedor cristão.

Pajens São crianças da região que acompanham os cavaleiros e carregam suas lanças no momento em que os mesmos adentram a arena das Cavalhadas..

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Mascarados São os representantes do povo no festejo. A Cavalhada original, realizada em Portugal tem raízes aristocráticas e era voltada exclusivamente para a nobreza. Aqui no Brasil, a Cavalhada recebeu influência popular e os Mascarados entraram para a cultura das Cavalhadas. São homens montados que usam máscaras para esconder o rosto. Durante o festejo eles andam pela cidade fazendo malabarismos e truques no meio da multidão.

Baile dos Mascarados É uma dança típica que mes- rantes e usando máscaras confeccla contradança européia, dança cionadas em tela de arame, que indígena e ritmos negros. caracteriza um rosto na modelagem final. Cada participante usa Sua maior peculiaridade é um vistoso chapéu com plumas e ser dançada exclusividade por espelhos em outros adornos. homens, sendo que metade usa trajes masculinos e a outra meA dança dos mascarados de tade, veste roupas femininas. Os Poconé não encontra seguidodançarinos cobrem seus rostos res em nenhuma parte do Brasil, com máscaras coloridas assim sendo sua origem um mistério, como suas vestimentas. até hoje não foi completamente explicado, nem mesmo pelos O grupo dos mascarados é mais antigos poconeanos. Secomposto de um marcante e gundo algum integrante do grudoze pares. Apresentam-se com po, as origens podem estar ligafantasias de coloridos exube- das aos índios beripoconés, que

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habitavam esta região antes da civilização. Certamente houve mescla sendo introduzida novas modalidades na dança.


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Processo Criativo A Cavalhada é um evento com forte apelo histórico e uma simbologia que remete à organizações políticas e religiosas com séculos de existência. Mesmo com toda a tradição, o evento não possui uma identidade visual formada, em nenhum dos locais do Brasil em que a festa é realizada.

representada em toda a identidade e material de divulgação. Por possuir uma simbologia muito forte, a dualidade entre mouros e cristãos pôde ser representada de várias formas.

Ao compor a Identidade do festejo, optamos por utilizar a batalha entre mouros e cristãos como mote principal. A batalha entre os dois lados está

Os Ícones principais Pomba para os Cristãos e Crescente para os Mouros. No festejo original realizado na Europa, os cristãos usam a cruz como símbolo, aqui no Brasil a festa adquiriu cunho mais religioso e está ligada à Festa do Divino Espírito Santo, por isso, assim como acontece na festa, utilizamos a pomba como símbolo dos cristãos. A Cavalhada de Poconé é realizada após a Festa do Divino Espírito Santo, durante a comemoração da festa de São Benedito, que acontece todos os anos no mês de Junho.

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As Cores Utilizamos as cores vermelha e azul por terem um significado muito forte na festa. A cor Azul representa os Cristãos e Vermelho representa os Mouros. Para fortalecer a idéia de conflito entre os dois lados, as cores são utilizadas em lados opostos com se estivessem em confronto.

Em algumas peças a cor verde é utilizada para dar o tom brasileiro à festa. A cidade de Poconé é uma das portas de entrada do Pantanal Matogrossense, por esse motivo, encontramos alguns elementos na cor verde nas peças criadas.

Disposição Até mesmo a posição dos elementos é utiliza- esquerda (Sol poente) e os Mouros posicionam-se da para fortalecer a dualidade entre os dois lados. à direita (Sol nascente). As peças desenvolvidas tem Durante a encenação, os Cristãos posicionam-se à as cores e os símbolos dispostos da mesma forma.

A Tipografia A Tipografia foi criada para contrastar com a A utilização de preto e branco na tipografia tradição aristocrática do evento e dar um tom mais transmite neutralidade no conflito entre vermelho brasileiro e rústico à festa. A Tipografia tem a in- e azul presente nas peças. tenção de parecer que foi criada a partir de tábuas de madeira, da mesma forma que as cercas e palafitas utilizadas em casas e fazendas da região.

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Painel de ReferĂŞncias

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Material Desenvolvido Veja o processo criativo acessando esse link: http://bit.ly/1njdBzF

Hotsite criado para a divulgação do evento.

Vinheta para exibição em TV e Internet.

http://vimeo.com/91527017 16


Revista Informativa

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Pôster para exibição em pontos públicos da cidade.

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Convites de divulgação.

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Referências Histórico da Festa http://www.pirenopolis.tur.br/cavalhadas http://www.brasilfolclore.hpg.ig.com.br/cavalhada.htm http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_ content&view=article&id=570&Itemid=182 http://www.cultura.mt.gov.br/TNX/conteudo.php?sid=54&cid=348 http://pocone.tripod.com/p_cultura.htm http://www.cultura.mt.gov.br/TNX/conteudo.php?sid=54&cid=348

Cidade de Poconé Site da Prefeitura: http://www.pmpocone.com.br/ Calendário de Eventos: http://www.pmpocone.com.br/index.php?exibir=secoes&ID=42 Sobre a Cidade: http://www.pmpocone.com.br/index.php?exibir=secoes&ID=40

Portais de Divulgação Local: http://poconeonline.com/ http://www.poconet.com.br/ http://www.quemtemsedevenha.com.br/mouros.htm

Vídeos http://www.youtube.com/watch?v=0ZJ4P8AiDb0

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