Centro Comunitário da Juventude - TGI - II

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ccj centro comunitário da juventude ARTICULAÇÃO ENTRE O ESPAÇO PÚBLICO E A COMUNIDADE JD. BOTAFOGO - SÃO CARLOS



CCJ CENTRO COMUNITÁRIO DA JUVENTUDE ARTICULAÇÃO ENTRE O ESPAÇO PÚBLICO E A COMUNIDADE JD. BOTAFOGO - SÃO CARLOS

Amanda dos Santos de Jesus Orientadora: Débora de Almeida Nogueira

Centro Universitário Central Paulista - UNICEP Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Trabalho de Graduação Interdisciplinar - TGI II

São Carlos, dezembro de 2019.



AGRADECIMENTOS Agradeço em primeiro lugar à Deus por me abençoar, proteger e proporcionar tantas alegrias em minha vida. Agradeço imensamente aos meus pais, Helena e Messias e ao meu irmão Felipe pelo carinho, amor, apoio, incentivo e compreensão de minha ausência em alguns momentos pelo curso; Aos grandes amigos que fiz durante a graduação; Aos docentes , minha admiração e sinceros agradecimentos; A minha coordenadora de estágio Arq. Luciana Prado, por todo conhecimento que me proporcionou de forma magnífica; E por fim agradeço minha orientadora Débora Nogueira, pelo seu incentivo durante toda a elaboração desse trabalho, por passar todo seu conhecimento de forma brilhante, enriquecedora e inspiradora para minha formação.


SUMÁRIO


APRESENTAÇÃO

01

p. 08

INQUIETAÇÕES E ANÁLISES

02

p. 12

PROPOSTA

03

p. 32

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

04

p. 42

UNIVERSO PROJETUAL

05

p. 52

PROJETO

06

p. 64

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

07

p. 100

ANEXOS p. 104

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1. APRESENTAÇÃO


APRESENTAÇÃO O presente trabalho tem como proposta o projeto de um Centro Comunitário da Juventude (CCJ), onde a principal inquietação parte de uma carência que o município de São Carlos, interior de São Paulo, enfrenta atualmente acerca de equipamentos públicos que atenda diretamente a população jovem de baixa renda. A cidade possui dois equipamentos atendendo somente à zona Sudoeste da cidade, região onde se encontra o bairro Cruzeiro do Sul e Cidade Aracy, dos quais não funcionam corretamente por má infra estrutura e recursos, atendendo assim somente uma pequena parte da cidade. A temática, vem veiculada com o conceito de como serão nossos futuros cidadãos, tendo em vista que a exclusão social das classes minoritárias tem cada vez mais agravado o quadro de jovens sem um preparo socioeducativo, e sem acesso às atividades importantes para sua formação. Tendo em vista o crescimento da procura pela educação profissional pelos jovens atuais, e a fim de oferecer aos alunos da rede pública um maior subsídio educacional, social, tecnológico e profissionalizante, o equipamento proposto reunirá a função do contra turno escolar, oferecendo cursos próximos a realidade dos jovens, sendo ela a tecnologia. Atualmente essa população se apresenta como cerca de 36% de hab. do município entre 10 e 29 anos. O equipamento terá além do foco jovem, a comunidade. Contando com ambientes em que a comunidade local possa utilizar traçando um vínculo com o público alvo. O local escolhido para a implantação do centro fica na região Noroeste de São Carlos, mais especificamente no bairro Jardim Botafogo, em uma área que interliga bairros carentes da cidade com o centro e é considerada como um vazio urbano.

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APRESENTAÇÃO

O programa do CCJ buscará atender a demanda de 250 alunos por dia com idade entre 15 e 21 anos, na tentativa de solucionar a deficiência pela qual o ensino público da região vem passando de desinteresse do jovem junto a escola, bem como melhorar o convívio entre esses jovens e a comunidade, oferecendo apoio a essa difícil e importante fase da vida onde muitas decisões são tomadas. A partir desse cenário foram realizados levantamentos para compreender a demanda da região do Jd. Botafogo, análises e comparações de equipamentos existentes na cidade, bem como estudos de casos, a fim de se obter parâmetros para a implantação do projeto. Foram realizados estudos e diagnósticos do território em questão que possibilitaram a justificativa dessa escolha e embasaram conceitos relativos a mobilidade urbana. Assim , tem-se o Centro Comunitário da Juventude como um espaço integrador entre a comunidade local e os jovens, onde o projeto arquitetônico está dividido em espaços destinados ao ensino, cultura e serviços de apoio a ambos, unificando o ensino e a cultura com a tecnologia, de forma com que o jovem tenha um ambiente com sua linguagem, e a comunidade um espaço para encontros e trocas de experiências.


"Nem sempre podemos construir o futuro para nossa juventude, mas podemos construir nossa juventude para o futuro." (Franklin Roosevelt) APRESENTAĂ‡ĂƒO

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2. INQUIETAÇÕES E ANÁLISES


O PAPEL DA EDUCAÇÃO E DAS POLÍTICAS SOCIAIS JUVENIS O art. 2 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, determina que: A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

“[...] o desenvolvimento de uma nação está condicionado à qualidade

A Lei prevê ainda que seja garantido um padrão mínimo de qualidade de ensino para subsidiar o desenvolvimento do processo de ensinoaprendizagem. Nesse sentido, as Diretrizes Gerais de Ação da Escola SESC de Ensino Médio, no Rio de Janeiro, definem que: O trabalho educativo está voltado para o desenvolvimento integral dos indivíduos, mediante a melhoria da compreensão do meio em que vivem, maior percepção de si mesmos, elevação sociocultural das suas condições de vida e desenvolvimento de valores próprios de uma sociedade em mudança, e que o façam partícipe ativo desse processo.

Segundo os formuladores da Escola SESC, “a questão educacional é hoje mais importante do que jamais foi em qualquer outro período da história”.

da sua educação”. Escola SESC Rio de Janeiro, 2016.

"As políticas sociais e os programas destinados à população jovem em situação de pobreza normalmente priorizam seus problemas, fracassos e deficiências, e com freqüência, atingem crianças e adolescentes quando já se encontram em situação de difícil reversão. É necessária uma mudança de mentalidade que tenha como alvo competências e potenciais da criança/jovem, da família e da comunidade.” RIZZINI.2000

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INQUIETAÇÕES E ANÁLISES


JUVENTUDE

A Doutrina da Proteção Integral que abarca os princípios do melhor interesse da população infanto-juvenil e o de sua condição especial de pessoa em desenvolvimento, é expressada com clareza pelo artigo 227 da Constituição Federal de 1988 e pelo artigo 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que estabelece como dever “da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, violência, crueldade e opressão”. A partir desse marco referencial e jurídico, há uma mudança da concepção de infância e adolescência, anteriormente compreendidas como fases da vida destituídas de direitos e que, portanto, precisavam simplesmente de tutela. Na nova concepção, crianças e adolescentes passam a ser vistos como sujeitos destinatários de políticas públicas garantidoras de seus direitos fundamentais para o desenvolvimento de seu potencial na dimensão pessoal, social e cidadã, resultando no Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONDECA) que juntamente com o ECA desenvolve essa nova política. MARCO SITUACIONAL A Realidade da Juventude Atualmente, com reconhecida variação dos limites de idade, a juventude é percebida como um tempo propício para a construção de identidade e definição para projetos de futuro. Em razão disso, de maneira geral, a juventude é a fase da vida mais marcada por ambivalências. Ser jovem é viver em permanente processo contraditório de convivência entre a subordinação à família e à sociedade e, ao mesmo tempo, grandes expectativas de emancipação e busca de autonomia.

Entre os jovens da sociedade brasileira, é nítida a divisão decorrente por grandes distâncias sociais, onde são desiguais e diferentes as possibilidades de se viver essa fase como “um tempo de espera e reflexão”, e até mesmo um tempo de preparação para o futuro. (UNESCO, 2004). Panorama Nacional A juventude brasileira é grande, diversa e ainda muito atravessada por desigualdades, isso significa que é preciso compreender as diferentes situações que configuram o quadro real juvenil no nosso país. No Brasil identificamos jovens que são vistos com preconceito por morarem em áreas pobres, via de regra, em áreas de ocupação irregular, sub-habitação, classificadas como violentas. Acrescidos desses aspectos, a vivência da condição juvenil é também classificada em razão de desigualdades de gênero, de preconceitos e discriminações que atingem diversas etnias, orientação sexual, gosto musical, pertencimentos associativos, religiosos, políticos... Estes demarcadores de identidade podem aproximar jovens socialmente separados ou separar jovens socialmente próximos. Esse entrelaçamento de circunstâncias reflete indicadores sociais reveladores de desigualdades que produzem distintos graus de vulnerabilidade juvenil, produzindo uma experiência geracional historicamente inédita. Dentro do quadro global de desigualdades sociais os jovens se apresentam como uma população especialmente vulnerável e demandante de políticas públicas que possam promover a garantia de direitos sociais histórica e sistematicamente sonegados em ampla escala no Brasil. (SNJ, 2013). Um dos pontos a serem decisivos e norteadores na vida de um jovem é o sistema educacional, ou seja, a formação de responsabilidades INQUIETAÇÕES E ANÁLISES

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e visões futuras começam a tomar grandes proporções nessa fase. Segundo o IBGE, os jovens ocupam hoje um quarto da população do país,isso significa que 51 milhões de jovens entre 15 e 29 anos vivem atualmente no Brasil, sendo 84% nas cidades e 15% no campo. Uma pesquisa realizada pelo IBGE (censo 2010) mostra que 53,5% dos jovens de 15 a 29 anos trabalham, 36% estudam e 22, 8% trabalham e estudam simultaneamente, ou seja, esses dados trazem o espelho de que o trabalho é um fator de muito importância para o jovem atual. Dados da Organização das nações unidas (ONU) confirmam que nunca houve no país uma densidade demográfica de jovens tão grande. Diante desse cenário de jovens em formação no Brasil, entra-se em destaque a educação na formação do jovem que passa pelo processo da educação básica (educação infantil, ensino fundamental e médio) onde ao longo desse percurso devem receber a formação comum para exercício da cidadania e bases para ingressos em estudos posteriores como o ensino superior. No gráfico 1 notamos que a maioria dos jovens interrompe os estudos após concluírem o ensino médio (46%), a justificativa dada por eles para uma pesquisa realizada pela Secretaria Nacional da Juventude (SNJ) em 2013, é a necessidade de trabalhar, um dado preocupante é esse abandono da educação após o término do ensino fundamental (35%) além do trabalho existe o desinteresse escolar. GRÁFICO 1 JOVENS INSERIDOS NA EDUCAÇÃO PÚBLICA

16% 35% ENSINO: MÉDIO SUPERIOR FUNDAMENTAL

46%

Fonte: SNJ (secretaria nacional da juventude), 2013. 14

INQUIETAÇÕES E ANÁLISES

Outro dado que influencia diretamente o perfil desses jovens brasileiros está relacionado a estratos socioeconômicos , considerando a renda domiciliar per capita, como mostra o gráfico 2. GRÁFICO 2 CLASSES SOCIAIS VULNERÁVEL

50%

CLASSE MÉDIA / BAIXA CLASSE MÉDIA / ALTA

28%

11%

Fonte: SNJ (secretária nacional da juventude) 2013.

Tendo esses importantes indicativos relacionados aos jovens que somente trabalham ou trabalham e estudam, obtemos uma característica do jovem brasileiro, a qual reflete muito em seus dados socioeconômicos, pois, grande parte dessa população se encontra entre classe média e baixa, ou seja, necessitam conciliar os estudos com o trabalho, ou até mesmo abandonarem, muitas vezes para complementar a renda familiar e obter condições próprias, como por exemplo a autonomia financeira. A fim de compreender melhor essa massa, a SNJ em 2013 deu início a pesquisas em escolas públicas pelo Brasil, questionado quais seriam os temas mais importantes para essa faixa etária, e abordando assuntos políticos, questionando a importância e o acesso a programas do governo que incentivam os estudos e o trabalho.


Analisando as temáticas apresentadas, no gráfico 3 a seguir, o percentual mais alto se encontra com a segurança e violência, visto que o cenário em que o jovem vive reflete muito das suas preocupações. Esse tema mostra o quanto o indivíduo tem convivido com casos de violência domestica, sexual e crimes muitas vezes relacionados aos locais onde vivem, uma vez que a classe econômica (média/baixa onde grande parte se encontra) , está localizada em áreas periféricas ou bairros onde essas situações são mais propícias pela falta de segurança. Na sequência, temos a questão do emprego e profissão que demonstra a importância do ingresso no mercado de trabalho na vida da juventude brasileira, em seguida as questões de educação que mostram como ainda é um fator de interesse dessa faixa mesmo com todas as dificuldades.

O contato direto com a família muitas vezes é falho, por essa ser uma etapa de conhecimentos e descobertas. Como resposta a pesquisa muitos justificam o fato desse distanciamento com a falta de compreensão em suas escolhas pelos pais. O gráfico 4 abaixo aborda os assuntos que essa geração gostaria de discutir no âmbito familiar. GRÁFICO 4 QUAIS PROBLEMAS PREOCUPAM OS JOVENS ATUALMENTE? FUTURO PROFISSIONAL (24%) VIOLÊNCIA (11%) DROGAS (9%) DESIGUALDADES (13%) DIREITOS HUMANOS (13%) RACISMO (8%) POLITICA (5%)

Em relação à temática jovem e família observa-se um desejo de interação, tratando-se de uma idade onde o indivíduo está em formação humana e social, sendo a família uma das principais bases para esse processo. GRÁFICO 3 QUAIS ASSUNTOS GOSTARIAM DE DISCUTIR COM OS PAIS SEGURANÇA E VIOLÊNCIA (24%) EMPREGO E PROFISSÃO(19%) SAÚDE( 7%) EDUCAÇÃO(9%) DROGAS(8%) FINANCEIRO(9%) FAMÍLIA(8%) ASSUNTOS PESSOAIS(2%) MEIO AMBIENTE (2%) QUESTÕES SOCIAIS (1%) MORADIA (2%) FOME (2%) TRANSPORTE (1%)

ARTE (10%) SEXUALIDADE (12%) NENHUM (9%)

Fonte: SNJ (secretaria nacional da juventude), 2013.

Dentre as questões que gostariam de discutir com os seus pais ou responsáveis, os principais citados são: futuro profissional, desigualdade, violência, arte e sexualidade, mostrando dessa forma a carência e a necessidade desses assuntos serem discutidos em equipamentos voltados para esse público jovem, onde possam se sentir a vontade em abordar tais temáticas e aprendam a melhor forma de tratar os temas com suas famílias. Os assuntos relacionados a violência e drogas são muito importantes a serem discutidos em todos os âmbitos, comprovando que é uma questão muito próxima do cotidiano dos jovens e, ao mesmo tempo um ponto a ser enfrentado no plano da sociedade.

NENHUM PROBLEMA (3%) GRAVIDEZ (1%)

Fonte: SNJ (secretária nacional da juventude) 2013. INQUIETAÇÕES E ANÁLISES

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A pesquisa ainda obteve como resultados indicativos os novos interesses juvenis, mostrando o atual protagonismo dessa parcela da população brasileira que está cada vez mais engajada na busca dos seus direitos. Como mostra o gráfico 5 abaixo, observa-se que mais da metade dessas pessoas tem noção do quanto as políticas públicas destinadas a elas têm importância e podem as ajudar. GRÁFICO5 PERCEPÇÃO DO GRAU DE IMPORTÂNCIA DA POLÍTICA

GRÁFICO6 DESEJO DE PARTICIPAÇÃO EM GRUPOS COM TEMAS SOBRE A JUVENTUDE

NUNCA PARTICIPOU MAS GOSTARIA NUNCA PARTICIPOU E NEM GOSTARIA PARTICIPA DE ALGUM GRUPO... NÃO PARTICIPA HOJE, MAS JÁ PARTICIPOU

MUITO IMPORTANTE +/- IMPORTANTE

16% 26%

NADA IMPORTANTE NÃO SABEM

39%

54% 29% 20% 15%

Fonte: SNJ (secretária nacional da juventude) 2013.

As políticas públicas contemporâneas devem inserir a juventude nas discussões das mais variadas questões como cotas e financiamentos estudantis, questões de raça, credo, gênero e classe social, não se restringindo a discutir a forma e sim ir além, construindo socialmente o seu conteúdo e conceito estratégico de sociedade, como é defendido pela Política Nacional de Juventude (PNJ). Existe uma parcela desses jovens que tem o desejo de participar desses grupos e políticas, associações e afins que discutam o papel do jovem na sociedade, mas muitos não encontram oportunidade ou até mesmo o incentivo necessário dos seus familiares, os dados apresentados no gráfico 6 a seguir, apontam o desejo de participação e a participação de algumas parcelas, onde o reflexo apresentado é resultado do estímulo que é oferecido dentro das escolas.

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INQUIETAÇÕES E ANÁLISES

Fonte: SNJ (secretária nacional da juventude) 2013.

POLÍTICAS DA JUVENTUDE No Brasil, em 2005, as demandas juvenis entraram como tema das políticas públicas, com a implementação da PNJ, o que permitiu registrar, em quase uma década, avanços importantes, como o aumento do número de jovens no ensino superior, a retirada de milhões deles das condições de miséria e pobreza e a criação de mecanismos de participação social, a exemplo dos Conselhos e Conferências Nacionais. A Secretaria Nacional de Juventude (SNJ) potencializa uma série de programas e ações voltados aos jovens como programas destinados à educação, trabalho, cultura, social e esporte, tentando entender as singularidades e as peculiaridades da juventude e garantir direitos a esta geração, sendo assim fatores fundamentais para consolidar a democracia no Brasil, com inclusão social.


O Estatuto da Juventude O Estatuto é constituído de uma lei aprovada em 2013 que determina quais são os direitos dos jovens que devem ser garantidos e promovidos pelo Estado brasileiro (Lei 12.852/2013), detalhando garantias já previstas pela Constituição Federal de 1988 com maiores especificidades ao público jovem. O regulamento faz com que os direitos já previstos em lei, como educação, trabalho, saúde e cultura, sejam aprofundados para atender às necessidades específicas dos jovens, respeitando as suas trajetórias e diversidades. A promoção da participação social e política dos jovens é um tema que está presente no decreto onde é expresso que o jovem tem direito à participação social e política e na formulação, execução e avaliação das políticas públicas da juventude. O parágrafo único do art. 4º especifica em quatro incisos o que se deve entender por participação juvenil:

I – a inclusão do jovem nos espaços públicos e comunitários a partir da sua concepção como pessoa ativa, livre, responsável e digna de ocupar uma posição central nos processos políticos e sociais; II – o envolvimento ativo dos jovens em ações de políticas públicas que tenham por objetivo o próprio benefício, o de suas comunidades, cidades e regiões e o do país; III – a participação individual e coletiva do jovem em ações que contemplem a defesa dos direitos da juventude ou de temas afetos aos jovens; e IV – a efetiva inclusão dos jovens nos espaços públicos de decisão com direito a voz e voto.

Em decorrer desse estatuto existem programas criados e oferecidos atualmente pelo governo federal, sendo alguns deles: Educação: Pronatec, ProUni, Enem, FIES, Proeja, Projovem Trabalho: Programa Primeiro Emprego (PNPE) Cultura: IDJovem Social: Agente Jovem Meio Ambiente: Nossa Primeira Terra Esporte: Bolsa Atleta

GRÁFICO 7 CONHECIMENTO DE ALGUM PROJETO OU PROGRAMA DE GOVERNO DIRIGIDO À JUVENTUDE NÃO CONHECEM CONHECEM

44% 56%

Fonte: SNJ (secretária nacional da juventude) 2013.

Sendo de direito ao jovem ter acesso a todos esses programas, que como apontam os dados, muitos não sabem da existência dos mesmos, por sua vez as políticas de centros da juventude pelo Brasil, tem como intenção a aproximação do jovem aos seus direitos perante a sociedade.

INQUIETAÇÕES E ANÁLISES

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ESTUDO DE TERRITÓRIO SÃO CARLOS PANORAMA LOCAL

São Carlos possui cerca de 221.950 habitantes, segundo o censo de 2010, e localiza-se em um dos maiores eixos industriais do país. Atualmente apresenta uma economia industrial e agrícola muito desenvolvida, e ainda conta com duas universidades públicas em seu território, fatores esses que levam a cidade a ser considerada um dos pólos tecnológicos do Estado de São Paulo. Cidade fundada em 1857, recebeu desde o inicio fluxos migratórios realizados em decorrência da economia cafeeira do interior do estado. São Carlos seguiu o ritimo do ciclo econômico cafeeiro, apoaindo-se na exportação; o que não seria possível sem a construção das ferrovias que levavam a produção para os portos exportadores. A construção das linhas férreas não se limitaram somente a exportação, elas estruturaram também o território paulista.

O inicio da expansão da cidade foi impulsionado pela implantação da linha férrea que logo começou a se espalhar com surgimento de vilas e loteamentos para além da região central. Os trilhos da ferrovia e os vários córregos que serpenteiam o território da cidade apresentaramse enquanto limites artificiais e naturais que contribuíram para a descontinuidade do traçado regular da cidade, resultando num desenho de morfologias justapostas. (Schenk, 2011). O município é constituído por uma vasta rede hídrica e isso reflete em sua topografia, bastante acidentada. Apesar da presença marcante dos córregos, eles não foram devidamente considerados e incorporados no crescimento da cidade, que se deu de maneira a ignorá-los e muitas vezes se sobrepor a eles. (Lima, 2007).

Centro da cidade de São Carlos, 1960. Fonte: Acervo Digital Fotográfico FPMSC. 2019. 18

INQUIETAÇÕES E ANÁLISES


RIOS E FERROVIA LEGENDA:

Av. são carlos Linha férrea Cérregos Fontes: Base cartográfica a partir de levantamentos aerofotogramétricos de 2011 e mapa da SMHDU 2002. Adaptações elaboradas pela autora. INQUIETAÇÕES E ANÁLISES

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EXPANSÃO URBANA Alguns períodos históricos podem ilustrar o crescimento da cidade: 1857 e 1929 tem-se a fundação e consolidação do núcleo urbano com o surgimento dos primeiros loteamentos com base em uma forte economia cafeeira. 1930 a 1959 o desenvolvimento industrial e o êxodo rural são responsáveis pelo crescimento da população operária assim retomam a expansão urbana e os loteamentos começam a se tornar um meio de investimento lucrativo, principalmente quando localizados próximo ao limite da área urbana, onde as terras eram mais baratas.

1960 a 1970 A expansão continua descontínua e progressivamente em direção a periferia.

1930

62.045

1900

6.897

habitantes

A expansão segue rumo à periferia na direção das rodovias, de maneira extremamente fragmentada e segregativa. A norte vemos uma ocupação crescente de empreendimentos de alto padrão e a sul empreendimentos voltados para as classes populares (Lima, 2007).

44.978

62.045

principais anos de crescimento populacional

55.729

1980 Os loteamentos continuam a serem implantados cada vez mais distante da área central, acentuando-se o espalhamento de São Carlos contribuindo assim para uma relação de divisão entre norte e sul da cidade.

Primeira indústria da cidade, responsável pelo inicio do êxodo rural. Fonte: Acervo Digital Fotográfico FPMSC. 2019.

ano 1872

1960

1980

Fonte: Censos do IBGE. Dozena (2001, p. 42); Almanaque de São Carlos de: 1894, 1915, 1927 e Censo Demográfico de 1920. 20

INQUIETAÇÕES E ANÁLISES

243.765

1959 devido ao crescimento da cidade foi criada a comissão do Plano Diretor, dando início a um plano urbanístico que visava estruturar a expansão da cidade.

2010


expansão LEGENDA 1857 á 1929

1889 á1893

1930 á 1959

1894 á 1929

1960 á 1977

Eixos de expansão

1980 á 2011

Av. são carlos

Fontes: Registros dos loteamentos implantados na Secretaria Municipal de Habitação e Desenvolvimento Urbano/SMHDU; Base cartográfica a partir de levantamentos aerofotogramétricos de 2011 e mapa da SMHDU 2002. Adaptações elaboradas pela autora. INQUIETAÇÕES E ANÁLISES

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DENSIDADE URBANA A partir do surgimento de novos loteamentos, a ocupação da população e consequentemente, o deslocamento da mesma para a periferia da cidade criou-se contra pontos a partir dos anos 90, tais como por exemplo: equipamentos públicos destinados à cultura concentram-se quase que na totalidade na região central da cidade. Assim esses equipamentos não acompanham o fluxo populacional em direção às áreas periféricas, que tem carência desse tipo de local. No mapa de densidade demográfica ao lado, pode-se notar a distribuição da densidade do município, observando o adensamento perimetral e o esvaziamento do centro da cidade. Dessa forma, tem-se como resultado uma clara segregação socioespacial, com os condomínios de classe alta a noroeste, e habitações sociais e bairros de classe média/baixa a sul. A forma que a cidade tem se expandido tem acarretado alguns vazios urbanos, o que gera um processo de valorização dessas terras em concordância com os interesses do mercado imobiliário. Assim, a expansão da cidade se fortaleceu nas últimas décadas através da pulverização de empreendimentos rumo à periferia, distantes da estrutura urbana existente. Logo, essas implantações para população de baixa renda resulta em grandes áreas sem infraestrutura adequada e totalmente desconectadas do restante da cidade. Cenário esse onde se encontra o raio de influência da região selecionada para desenvolvimento do projeto, sendo ele a região sudoeste em que se localizam os bairros Jd. das Torres, Jd. Botafogo e Jd. Zavaglia.

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INQUIETAÇÕES E ANÁLISES


densidade demográfica LEGENDA Raio de influência Área de intervenção

Fontes: Registros dos loteamentos implantados na Secretaria Municipal de Habitação e Desenvolvimento Urbano/SMHDU; Base cartográfica a partir de levantamentos aerofotogramétricos de 2011 e mapa da SMHDU 2002; Plantas de Loteamentos (SMHDU). Adaptações elaboradas pela autora. INQUIETAÇÕES E ANÁLISES

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POPULAÇÃO E RENDA Atualmente segundo o IBGE, São Carlos conta com 64.847 habitantes na faixa etária de 10 a 26 anos, os quais em sua maioria estão concentrados nas periferias da cidade.

GRÁFICO 7

PIRÂMIDE ÉTARIA DE SÃO CARLOS ANÁLISES 70 +

Assim, cruzando os dados obtidos nas leituras cartográficas é possível identificar as potencialidades e défices da região selecionada, a qual se configura com um vazio urbano. Na área de intervenção, existe uma carência em relação a equipamentos púbicos e nesse caso com foco para jovens de classe baixa. Nos próximo capítulos serão apresentados dados da área de intervenção, ampliando a escala de análise.

60 a 69 50 a 59 40 a 49 30 a 39 20 a 29 10 a 19 0a9 0%

5%

10%

15%

20%

IBGE, Censo demográfico de 2010, IBGE.

DISTRIBUIÇÃO DE RENDA

A partir do mapa ao lado é possível identificar os pontos de grande fragilidade social e ao mesmo tempo o potencial de intervenção na área proposta, região onde a população possui renda inferior a cinco salários mínimos, com vazios disponíveis para oferecer equipamentos e espaços de qualidade para essa parcela, a qual conta com a infra estrutura necessária para o desenvolvimento urbano. 24

INQUIETAÇÕES E ANÁLISES


RENDA LEGENDA Raio de influência Área de intervenção

Fontes: Registros dos loteamentos implantados na Secretaria Municipal de Habitação e Desenvolvimento Urbano/SMHDU; Base cartográfica a partir de levantamentos aerofotogramétricos de 2011 e mapa da SMHDU 2002; Plantas de Loteamentos (SMHDU). Adaptações elaboradas pela autora. INQUIETAÇÕES E ANÁLISES

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EQUIPAMENTOS E PROJETOS VOLTADOS Á JUVENTUDE EM SÃO CARLOS CENTRO DA JUVENTUDE ELIANE VIVIANE E LAURIBERTO JOSÉ REIS

A cidade dispõe de dois Centros da Juventude (CJ). O primeiro nomeado como “Centro da Juventude Eliane Viviane” foi inaugurado no final de 2008, segundo a Prefeitura Municipal de São Carlos (PMSC) a partir de um financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), localizado no Monte Carlo, região periférica da cidade, com o objetivo de atender demandas sociais da população local que tem necessidade de uma estrutura de serviço público voltado para a juventude. As ações desenvolvidas no CJ tem foco no incentivo do esporte, mas também conta com programas de capacitação profissional, atividades de estágio e extensão universitária, atendendo jovens de 14 a 29 anos. O CJ conta um programa secundário que atende também outras faixas como a terceira idade. Outro equipamento do município é o “Centro da Juventude Lauriberto José Reis” inaugurado em 2015, no Cidade Aracy II, seguindo a mesma linha de atividade do centro Eliane Viviane.

Centro da Juventude Eliane Viviane Fonte: Amanda Santos.2016

Os CJ de São Carlos, estão alocados na Secretaria Municipal de Infância e Juventude, que tem como atribuições elaborar e executar programas de amparo à criança e ao adolescente, planejar programas de apoio à juventude, assessorar a PMSC nas políticas públicas de inclusão social articulando iniciativas públicas e privadas, execução de projetos e coordenar os CJ. (PMSC, 2018) Além dos equipamentos na cidade existem duas organizações não governamentais (ONGs) que visam o jovem como foco principal, sendo elas ONG Formiga Verde, localizada no Jd. Santa Angelina e o Projeto Anjo da Guarda no Jd.Botafogo, essas ongs realizam trabalhos voluntários atendendo jovens e crianças carentes da cidade e principalmente de seus bairros. 26

INQUIETAÇÕES E ANÁLISES

Centro da Juventude Lauriberto José Reis Fonte: São Carlos Agora.2016


PROJETO ANJO DA GUARDA

No bairro Jd. Botafogo (área projetual) encontra-se a Paróquia São Nicolau de Flüe, onde a igreja cede sua parte inferior para um projeto social, atendendo 66 crianças divididas em dois períodos, manhã e tarde, em contra turno escolar, sem vínculo com a religião mas com um comprometimento com crianças de 6 a 12 anos, o projeto oferece oficinas como: música, informática, teatro e futebol cedido pela Mult Sport (escola de futebol da cidade) contando também com aulas de voluntários sobre, meio ambiente e reciclagem, oferecendo ainda apoio pedagógico. A seleção parte de uma análise socioeconômica e de vulnerabilidade social, além de ser exigido que a criança esteja matriculada no sistema educacional de ensino. O projeto social conta com uma parceria com a casa de acolhimento da criança de São Carlos, a qual também encaminha crianças para o local, onde o atendimento abrange os bairros: Botafogo e Jardim Zavaglia. Foi realizada uma visita ao projeto a qual foi apresentado o programa pela coordenadora pedagógica Raquel Nascimento, a qual informou a pretensão de ampliar o projeto incorporando o público jovem, que seriam adolescentes de 13 a 18 anos. Esse projeto já existe mas por falta de espaço e locais dedicados não foi obtido sucesso, e até o momento estão com 21 alunos, mas necessitam de salas de música adequadas para gravação, sala preparada para receber atividades esportivas como judô, e locais que possam atender atividades que interajam com os jovens. Outro quadro que impede o crescimento do projeto além do espaço físico e qualificado é a verba, atualmente recebem doações da Prefeitura Municipal de São Carlos, e tem parceira com a secretária da infância e da juventude , além de contarem com voluntários. Projeto anjo da guarda Fonte: Amanda Santos 2018. INQUIETAÇÕES E ANÁLISES

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PROJETO PEDAL CONSCIENTE

Também no bairro Jd. Botafogo, (área de intervenção) é oferecido pela Associação São-Carlense de Ciclismo (ASC) em parceira com o Departamento de Educação Física da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e Prefeitura Municipal, através da Secretaria Municipal de Esportes o projeto Pedal Consciente, que atende cerca de 120 usuários de 8 escolas publicas da cidade, em turmas diárias atuando em contra turno escolar, atendendo adolescentes que queiram aprender mais sobre o esporte e ciclismo consciente, sendo necessário que estejam devidamente matriculados em instituições de ensino. As modalidades são oferecidas em forma de cursinho, onde são cedidas as bicicletas e o apoio necessário.

Programa oferecido pelo projeto na área de intervenção Fonte: Amanda Santos.2019

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INQUIETAÇÕES E ANÁLISES

Utilização da igreja São Nicolau como apoio e utilização da área de intervenção Fonte: Amanda Santos.2019


Por falta de local para apoio, atualmente as aulas de conscientização e oficinas mecânicas, vem sendo ministradas dentro do pátio da igreja São Nicolau, no Jd. Botafogo, onde também depositam seus materiais como bicicletas e capacetes. O projeto atualmente tem tido extrema importância para os jovens locais onde segundo a ASC tem cada vez mais ampliado a procura pelo esporte e pela conscientização da mobilidade urbana. A iniciativa conta ainda com intenções de projetos de implantação de ciclovias e ciclofaixas na cidade junto a PMSC.

Aulas sendo ministradas na pista de bicicross Jd. Botafogo Fonte: Associação São-Carlense de Ciclismo (ASC)

INQUIETAÇÕES E ANÁLISES

29



3. PROPOSTA


PROPOSTA

- Programação

Indo ao encontro dos questionamentos apresentados, o Centro

- Laboratório de pesquisa e produção em artes virtuais

Comunitário da Juventude buscará apoiar os jovens que percorrem cerca de 2km para utilizar as escolas presentes no Jd. Botafogo e também os ali residentes, agindo no contra turno escolar, se propondo a atender 250 alunos por dia da rede pública de ensino e comunidade, com idade entre 14 e 21 anos, sendo turmas de até 15 alunos por curso, com turnos manhã, tarde e noite, devendo esses estarem devidamente matriculados na rede de ensino, além dos cursos também serão oferecidos atendimentos psicológicos para jovens e famílias, central de instruções e cadastros para ingresso em programas oferecidos pelo governo, e acolhimento do projeto pedal consciente já existente na área.

- Colagem digital, cópia e mashup

Os cursos profissionalizantes que aconteceram no período da manhã e noite, contaram com duas turmas em cada horário, manhã: 07h ás 12h20, noite: 19h ás 22h, a turma noturna possibilitará uma nova opção àqueles alunos que trabalham no período da tarde e só podem complementar os estudos à noite, além dos cursos profissionalizantes no período noturno, o centro também ofertará uma turma de 25 alunos para o curso pré vestibular como completo.

EDUCACIONAL

- Pré vestibular.

PERFIL DOS CURSOS PROFISSIONALIZANTES Enquadrados no eixo tecnológico de criações digitais, os cursos disponíveis prepararão, de uma maneira geral, jovens capacitados para realizar atividades relacionadas a desenvolvimento, design, conteúdo e funcionalidade de camadas de um site por exemplo ou designer gráficos, podendo assim desenvolver capacidades e interesses que possam os levar a uma especialização nos temas abordados, e também a inserção no mercado de trabalho. MARKETING DIGITAL Capacitará o aluno para atuar na criação de projetos como gestão de processos de marketing digital e comércio eletrônico, compreendendo a rotina das operações de comércio eletrônico, o contexto digital, as tendências e o comportamento do consumo digital, visando à criação de estratégias de ações de marketing.¹

Já os cursos livres (oficinas), ocorreram nos períodos manhã e tarde com turmas de 15 alunos cada.

Faixa étaria: 16 a 21 anos

Os cursos oferecidos serão relacionados a tecnologias e criações digitais, sendo esses o presente cotidiano da juventude,.

FRONT-END (PRODUTOR DE WEB SITES)

CURSOS OFERTADOS PROFISSIONALIZANTES

Marketing digital e Front-end LIVRES

O curso preparará o aluno para desenvolver páginas na web com HTML, CSS e Javascript (programadores). Sendo oferecido o básico de criação e edição de arquivos de texto e noções de navegadores.² Faixa étaria: 16 a 21 anos

TECNOLOGIA

¹- Baseado no Catálogo Nacional de Cursos Técnicos, do MEC (2016, p. 88)

- MiniLab - Modelagem e impressão 3D

²- Baseado no Catálogo Nacional de Cursos Técnicos, do MEC (2016, p. 101) e SENAC.(2019)

32

PROPOSTA


CURSOS LIVRES MINILAB

CURSO PRÉ VESTIBULAR

O MiniLab irá propor exercícios de modelagem e impressão 3D com a ferramenta TinkerCAD*, e também tecnologias envolvendo o uso de cortadora a laser apresentando os fundamentos para a criação de objetos tridimensionais e bidimensionais no computador que possam ser criados na realidade com tecnologias de fabricação digital.¹

O curso pré vestibular irá oferecer apoio ao alunos matriculados em rede pública de ensino que estejam na fase preparatória para o vestibular, oferecendo acesso a internet, livros e aulas extras.

Faixa étaria: 15 a 21 anos PROGRAMAÇÃO As oficinas de introdução à programação, robótica e eletrônica para o público jovem visará a produção de objetos que utilizaram a ferramenta Arduino*, dessa forma o jovem poderá desenvolver raciocínio lógico, criatividade, desenvolvimento de habilidades, trabalho em equipe e interdisciplinaridade. ² Faixa étaria: 15 a 21 anos LABORATÓRIO DE PESQUISAS E PRODUÇÃO DE ARTES VISUAIS Essas oficinas irão oferecer encontros entre profissionais da área com o intuito de compartilhar conhecimentos de forma a despertar a produção de peças gráficas que serão expostas no centro. Essa oficina irá ser a unificação dos trabalhos realizados nas outras oferecidas no programa, como por exemplo discussões sobre mídias digitais criadas pelo jovens na oficina de colagem digital.³³

Faixa étaria: 17 a 19 anos

PÚBLICO ALVO E ESPAÇOS O projeto visa atender jovens em um raio de interferência de até 3km, e também a comunidade local, sendo proposto como parte do projeto, um espaço de alimentação e convívio que servirá refeições saudáveis e equilibradas de forma porcionadas, para os jovens que participam dos programas do centro, aos finais de semana esse espaço servirá como uso da comunidade para respectivos eventos tais como confraternizações da comunidade. O auditório também proposto tem a proposta dessa flexibilidade onde a comunidade possa utilizar o local aos finais de semana para palestras, eventos e afins. * TinkerCAD - Ferramenta online de design de modelos 3D em CAD *Arduino - Plataforma de prototipagem eletrônica

Faixa étaria: 15 a 21 anos COLAGEM DIGITAL, CÓPIA E MASHUP O trabalho oferecido nessa oficina partirá da ideia da colagem como um modo de produção amplamente difundido em diferentes linguagens artísticas, abordando a fotomontagem, cinema, vídeo, música e memes.¹4 Faixa étaria: 15 a 21 anos

¹²³- Baseado no Catálogo de cursos e ocinas do SESC Paulista (2019) PROPOSTA

33


PROGRAMA DE NECESSIDADES Afim de atender as necessidades, compatibilizar, otimizar e aproveitar os espaços, priorizando sempre a transição entre público e privado, criando eixos onde os dois andam juntos, o programa de necessidades proposto é dividido em quatro áreas: ambiente comunitário (jovem e comunidade), ambiente de vivência (público x privado), ambiente didático e ambiente cultural, que se subdivide em ambientes de uso comum, ambientes especializados para os cursos e oficinas e ambientes de vivência.

o local, hoje considerado como uma vazio em meio ao bairro do Jd. Botafogo, proporcionando integrar os equipamentos que se configuram voltados para o mesmo, como escolas e equipamentos voltados para a saúde. O direcionamento das atividade do programa parte do conceito de uma diferente forma de conversar com o jovem, fugindo da forma tradicional de ensino e estimulando a troca entre os usuários, em ambientes flexíveis que estimulem as criações.

ESQUEMA DE DISTRIBUIÇÃO DAS ÁREAS DO PROGRAMA DIDÁTICO E CULTURAL JOVEM + COMUNIDADE JOVEM ADMINISTRATIVO SERVIÇOS CULTURAL VIVÊNCIA

JOVEM + COMUNIDADE

APOIO E CULTURAL

CIRCULAÇÃO PÚBLICO x PRIVADO

Fonte: Elaborado pela autora

DIRECIONAMENTO DAS ATIVIDADES DO PROGRAMA

AMBIENTE S COM FUNÇÃO DE: PENSAR: Salas de aula do bloco didático. DESCOBRIR: Salas flexíveis das oficinas. TRANSMITIR: Exposições nos corredores com

A intenção é distribuir o programa em três níveis. No primeiro nível, onde se dará a entrada principal o foco é a comunidade e o jovem, ou

permanências em mobiliários interativos e palquinho externo.

seja, nesse pavimento irão acontecer eventos extras às atividades do

TROCAR: Troca de conhecimentos nas oficinas

centro da juventude, o segundo nível será dedicado aos cursos e

audiovisuais e de criação.

oficinas juntamente com a integração do público e privado, e por fim o

CRIAR: Criação de peças e projetos nos cursos e oficinas propostos.

ultimo nível será dedicado às práticas esportivas e apoio ao programa de esportes que engloba a intervenção na pista de bicicross (BMX) existente. O programa projetual também conta com a proposta de uma ciclovia que permeia o parque o qual o equipamento será inserido, constituindo um característica de integração, ou seja, qualificar 34

PROPOSTA


LEVANTAMENTO DO PROGRAMA DE NECESSIDADES

AMBIENTE DE ADM E SERVIÇOS :

AMBIENTE DE CONVÍVIO:

AMBIENTE DIDÁTICO:

COMUNIDADE X JOVENS)

( COMUNIDADE X JOVENS)

(JOVENS)

Recepção

Sala audiovisual

Sala de marketing digital

Adminstração

Platéia

Sala de Front-end

Sala de reunião

Sala de apoio

Sala de aula teórica

Almoxarifado

Sala técnica

Biblioteca multimidia

Salas de atendimento psicologico

Sanitário apoio

Sanitário masculino

Sanitário masculino e feminino

Espaço de convívo

Sanitário feminino

Sanitário PNE

Sanitário masculino feminino e PNE

Sanitário PNE Sala técnica

AMBIENTE DE ALIMENTAÇÃO:

AMBIENTE CULTURAL:

Exposições informativas

(COMUNIDADE X JOVENS)

(JOVENS)

Salão multiuso

Recepção

Laboratório de impressão 3D

Salão

Laboratório de robótica

Cozinha

Laboratório de criação gráfica

Área de limpeza

Sala técnica

DML

Sanitário masculino

Despensa

Sanitário feminino

Nutricionista

Sanitário PNE

Sanitário masculino e feminino

Exposições interativas

Sanitário PNE

Sala de apoio ao BMX

Vestiário funcionários

Vestiários

AMBIENTE PÚBLICO:

Áreas comuns e pátio interno

PROPOSTA

35


ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇOS

DETALHAMENTO DO PROGRAMA DE NECESSIDADES

BLOCO QUANT.

ESPAÇO

DESCRIÇÃO

Acolhimento, direcionamento para consultas e instruções sobre programas do governo destinados à juventude.

26,00

Estares de espera para atendimento psicológico.

56,00

Consultórios

Destinados para consultas psicológicas para jovens e comunidade.

14,00

01

Sala de reunião

Sala destinada a reuniões do corpo de educadores e administração.

14,00

01

Sala dos educadores

Sala para preparação de aulas pelos educadores contando com computadores de apoio.

20,00

01

Sala da direção

Destinada para as atividades da direção.

23,00

01

Sala da coordenação

Destinada para as atividades da coordenação.

8,00

01

Almoxarifado

Depósito de suprimentos.

3,00

01

Sanitário feminino

Sanitário de uso comum.

12,00

01

Sanitário masculino

Sanitário de uso comum.

12,00

01

Sanitário PNE

Sanitário de uso comum.

2,80

01

Circulação

Circulações em áreas comuns.

9,00

01

Recepção

01

Espera

04

TOTAL:

ALIMENTAÇÃO

BLOCO QUANT.

36

PROPOSTA

241,80 m²

ESPAÇO

DESCRIÇÃO

01

Salão

Destinada como refeitório para os jovens que utilizam o espaço, atendendo também atende a comunidade aos finais de semana.

280,00

01

Cozinha

Destinada à preparação dos alimentos em porções fracionadas.

48,00

01

Área de limpeza

Destinada à lavagem dos utensílios da cozinha

14,00

01

DML

Depósito de material de limpeza

12,00

02

Despensa

Despensas de alimentos e utensílios.

12,00


ALIMENTAÇÃO

BLOCO QUANT.

ESPAÇO

01

Sala nutricionista

02

Vestiário funcionários feminino e masculino

04

DESCRIÇÃO

Destinada para a elaboração do cardápio oferecido no centro.

16,00

Destinada ao uso dos funcionários.

24,00

Sanitário feminino

Sanitário de uso comum.

12,00

01

Sanitário masculino

Sanitário de uso comum.

12,00

01

Sanitário PNE

Sanitário de uso comum.

2,80

01

Descarga

Destinada ao recebimento de aliementos.

34,00

01

Circulação

Circulações em áreas comuns.

18,00 TOTAL:

CONVÍVIO

BLOCO QUANT.

ESPAÇO

496,80 m²

DESCRIÇÃO

Destinada para apresentações entre a comunidade e o jovem (platéia)

54,00

Palco

Destinado à apresentações.

43,00

01

Apoio

Destinada à recepção de palestrantes e afins.

9,00

01

Sanitário apoio

Sanitário de uso comum.

9,00

01

Sala técnica

Sala destinada a manutenção e apoio aos equipamentos.

9,00

01

Estares

01

DML

01

01

Sala audiovisual

01

255,00

Destinado ao convívio e interação. Destinado como depósito de limpeza.

8,00

Sanitário feminino

Sanitário de uso comum.

12,00

01

Sanitário masculino

Sanitário de uso comum.

12,00

01

Sanitário PNE

Sanitário de uso comum.

2,80

01

Circulação

Circulações em áreas comuns.

20,00 TOTAL:

490,80 m²

PROPOSTA

37


ESPAÇO

01

CULTURAL TECNOLÓGICO

DETALHAMENTO DO PROGRAMA DE NECESSIDADES

BLOCO QUANT.

Laboratório de impressão 3D

DESCRIÇÃO

Sala modular (módulo de 6m, expansivo até12m) criando assim ambientes com diferentes layouts para oficinas e aprendizados.

01

Laboratório de robótica Sala modular (módulo de 6m, expansivo até 12m) criando assim ambientes com diferentes layouts para oficinas e aprendizados.

96,00

01

Laboratório de criação gráfica

Sala modular (módulo de 6m, expansivo até 12m) criando assim ambientes com diferentes layouts para oficinas e aprendizados.

96,00

01

Sala técnica

Sala destinada manutenção de periféricos e almoxarifado.

48,00

01

Exposições interativas

Exposições distribuídas nas circulações comuns .

290,00

01

Sala de apoio ao BMX

Destinada para as atividades de oficina e manutenção das bicicletas. 128,00

01

Sanitário feminino

Sanitário de uso comum.

12,00

01

Sanitário masculino

Sanitário de uso comum.

12,00

01

Sanitário PNE

Sanitário de uso comum.

2,80

02

Vestiários feminino e masculino

Vestiário de uso comum para as atividades do parque.

105,00

01

Vestiários PNE

Sanitário de uso comum para as atividades do parque.

8,00

TOTAL:

Intenções volumétricas. Fonte: Elaborado pela autora

38

PROPOSTA

96,00

920,80 m²


BLOCO QUANT.

DIDÁTICO

01

ESPAÇO

m² m²

DESCRIÇÃO

Sala de marketing digital Sala modular (módulo de 6m, expansivo até12m) criando assim ambientes com diferentes layouts para oficinas e aprendizados.

96,00

01

Sala de Front-end

Sala modular (módulo de 6m, expansivo até 12m) criando assim ambientes com diferentes layouts para oficinas e aprendizados.

96,00

01

Sala de aula teórica

Sala modular (módulo de 6m, expansivo até 12m) criando assim ambientes com diferentes layouts para oficinas e aprendizados.

96,00

01

Sala técnica

Sala destinada manutenção de periféricos e almoxarifado.

48,00

01

Exposições informativas Exposições distribuídas nas circulações comuns .

290,00

Destinada para as atividades de oficina e manutenção das bicicletas.

96,00

Sanitário feminino

Sanitário de uso comum.

12,00

01

Sanitário masculino

Sanitário de uso comum.

12,00

01

Sanitário PNE

Sanitário de uso comum.

3,00

01

Salão multiuso

Vestiário de uso comum para as atividades do parque.

01

Biblioteca multimidia

01

TOTAL:

285,00 1034,80 m²

Intenções volumétricas. Fonte: Elaborado pela autora

PROPOSTA

39



4. REFERÊNCIAS PROJETUAIS


FICHA TÉCNICA

CENTRO CULTURAL DA JUVENTUDE RUTH CARDOSO

LOCALIZAÇÃO: V. NOVA CACHOEIRINHA, SP -ZN ARQUITETO: EIJI UEDA

7

ANO: 2006

TERRAÇO

ÁREA CONSTRUÍDA: 7.100m²

1

8 6

13

11

2

18

9

4

10

2 3

5

12

8

14

14 15

11

17

16

15

Fonte: www.arcoweb.com.br

TÉRREO LEGENDA 01 - AMBULATÓRIO / 02 - VESTIÁRIOS / 03 - DEPÓSITOS / 04 - TEATRO DE ARENA / 05 - RECEPÇÃO / 06 PASSARELA / 07 - TERRAÇO/ 08 - EXPOSIÇÕES / 09 - PLATÉIA / 10 - PALCO/ 11- COXIA / 12 - RAMPA /13 CAMARIM /14- GRELHA DE VENT. /15 - ESPELHO D’ ÁGUA/ 16 - PLATAFORMA - BANCO /17 - PLATAFORMA TOTEM / 18 - CAIXA D’ÁGUA. TERRAÇO

O projeto possui um programa para suprir as necessidades culturais e sociais ausentes na região da Vila nova Cachoeirinha, zona norte de São Paulo, onde a localidade possui índices altos de vulnerabilidade juvenil.

2

1

12

4 5 13

5 7

6 7

Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso , é um equipamento da Secretaria Municipal de Cultura, e é o maior centro público dedicado aos interesses da juventude da cidade de São Paulo.

PERSPECTIVA 7

7

4

9

11

13 10

1º SUBSOLO

Fonte: www.arcoweb.com.br / Adaptações feitas pela autora

LEGENDA 01 - CURSO/ 02 - ESPERA/ 03 - SALA / 04 - RECEPÇÃO/ 05- TERMINAIS MULT./ 06 - REUNIÃO / 07- OFICINAS/ 08 - TERRAÇO / 09 - GUARDA VOL./ 10 - GIBITECA/ 11 - VIDEOTECA/ 12 - BIBLIOT. / 13 - BANHIEROS.

42

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

Esquema da perspectiva Fonte: Elaborada pela autora


12

O projeto está dividido em três pavimentos, o primeiro encontra se no nível de acesso da rua, e os demais são subsolos. Ao nível da rua é notável um pavilhão linear de apenas um pavimento, os demais são resultado de um aproveitamento do terreno, acomodando o projeto ao muro de arrimo já existente, resultando assim em uma bela vista dos terraços presentes em cada pavimento.

JARDIM

11 10

13

1

2 4

2º SUBSOLO

3

5

6 7 8

9

13

Fonte: www.arcoweb.com.br / Adaptações feitas pela autora

LEGENDA 01 - NÚCLEO MULT. / 02- ATELIÊ/ 03 - DEPÓSITOS / 04- CIRCULAÇÃO/ 05 -LANCHONETE / 06 REFEITÓRIO / 07 ALMOX. / 08 - PABX/ 09 - ADM/ 10 - TERRAÇO/ 11- BANCO / 12 -JARDIM / 13- BANHEIROS.

CORTE ESQUEMÁTICO

Na fachada oposta, em que se percebe a existência de três andares, prevalece a transparência, com as lajes em balanço e terraços em dois pavimentos no piso mais alto, brises metálicos protegem o interior do sol poente. Além de permitir a entrada da luz natural, as aberturas criam um eixo visual com a área verde do cemitério situado nas proximidades. No interior do conjunto, foi deixado, na parte central do bloco, um grande vazio junto à circulação vertical. A materialidade do projeto se dá a partir de estrutura em concreto armado, vedações de ambientes como banheiro e vestiários em alvenaria, vedações das salas, biblioteca e quadra em vidro afim de integrar os ambientes com a circulação.

FACHADA POSTERIOR

A permeabilidade do uso das vedações internas em vidro da maior integração aos espaços, de forma que o jovem não se sinta aprisionado nos ambientes como em salas de aula convencionais, além de tornar o ambiente convidativo e não limitar a visão do usuário.

Esquemas de corte e fachada Fonte: Elaborada pela autora

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

43


FICHA TÉCNICA

COLEGIO POSITIVO INTERNACIONAL

LOCALIZAÇÃO: CURITIBA, PARANÁ ARQUITETO: MCA - ARQUITETOS

O foco do colégio positivo é a formação multicultural, incentivando os alunos a pensarem e agirem como cidadãos do mundo.

ANO: 2013 ÁREA CONSTRUÍDA: 5.000m²²

O programa se organiza através de um monobloco linear, com estrutura em concreto, onde estão alocadas as “funções tipo” salas de aula e laboratórios e um volume irregular, em estrutura metálica, que abriga as “funções singulares” - como biblioteca e administração. O pátio coberto é o elemento principal, articulando os setores e o grande espaço de convívio dos alunos. ANÁLISE ESPACIAL DA COMPOSIÇÃO

Fachada Colegio Positivo Fonte: Leonardo Finotti.2017

Pátio interno Colegio Positivo Fonte: Leonardo Finotti.2017

Compartilhando um elemento articulador, o pátio, os demais espaços são compostos de forma aglomerada por terem uma relação visual e funcional em comum. A estrutura metálica, o vidro , a tela translúcida, os brises e a própria vegetação trazem diferentes texturas ao edifício.

44

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

Pátio interno e acessos Colegio Positivo Fonte: Leonardo Finotti.2017


1º PAVIMENTO LEGENDA SALA DE AULA BANHEIROS BIBLIOTECA

Fonte: archdaily.com.br / adaptações realizadas pela autora

TÉRREO

Fonte: archdaily.com.br / adaptações realizadas pela autora

LEGENDA

2º PAVIMENTO SALA DE AULA

ESPAÇO LÚDICO

SALA DE CONVIVÊNCIA

BANHEIROS

ADMINISTRAÇÃO

SERVIÇOS

LEGENDA SALA DE AULA BANHEIROS SALA MULTIUSO

Fonte: archdaily.com.br / adaptações realizadas pela autora

DISTRIBUIÇÃO FUNCIONAL DO PROGRAMA SALAS DE AULA

BIBLIOTECA

CONVICÊNCIA

EMBARQUE / DESEMBARQUE

Fonte: archdaily.com.br / adaptações realizadas pela autora

CORTE A-A

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

45


FICHA TÉCNICA

CENTRO DE ARTES E EDUCAÇÃO DOS PIMENTAS

LOCALIZAÇÃO: GUARULHOS, SP ARQUITETO: BISELLI + KATCHBORIAN ARQUITETOS ANO: 2010 ÁREA CONSTRUÍDA: 16.000m²

Localizado na cidade de Guarulhos, São Paulo, em um bairro carente de equipamentos comunitários voltados ao ensino, lazer e esporte, o Centro de Artes e Educação dos Pimentas, popularmente chamado CEU Pimentas, tira partido do terreno plano, estreito e comprido, que acaba determinando o desenho linear da construção destacada pela grande cobertura metálica (de 250 metros de comprimento e 30 metros de largura), que abriga nas bordas de sua dimensão longitudinal os diversos usos, articulados por um vazio central que culmina na área dedicada ao uso esportivo. A função da cobertura é, basicamente, proteger a circulação que interliga todo o programa.

Centro de Artes e Educação dos Pimentas, popularmente chamado CEU Pimentas Fonte: Leonardo Finotti.2017

CEU Pimentas fachada Fonte: Leonardo Finotti.2017 46

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

CEU Pimentas organização linear Fonte: Leonardo Finotti.2017


Com os diversos usos distribuídos em blocos, ora de concreto préfabricado, ora de concreto moldado in-loco, com alternância de trechos abertos (sheds) e fechados, o vazio central é a praça que articula, acolhe e dá continuidade aos usos ao seu redor, por meio de percursos sugeridos no térreo, nas pontes no primeiro pavimento e nos bancos. No que diz respeito aos acessos, as rampas assumem a função de direcionar os fluxos internos, enquanto as escadas são apenas estruturas auxiliares para as grandes circulações. Por se tratar de um espaço de uso público intensivo, os acabamentos são simples e de fácil manutenção. A cobertura é composta por telhas metálicas de aço com isolamento térmico e acústico e as janelas das salas de aula, voltadas para a face oeste, têm proteção de brises de alumínio para o controle da insolação.

“O objetivo era impedir que esse grande eixo se tornasse um espaço monótono e não convidativo” . - Mário Biselli.

CEU Pimentas praça interna Fonte: Leonardo Finotti.2017

CEU Pimentas corte Fonte: Archdaily

EIXO PRINCIPAL

Esquema de circulação e distribuição Fonte: Elaborada pela autora

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

47


FICHA TÉCNICA

NOVA SEDE SESC GUARULHOS

LOCALIZAÇÃO: GUARULHOS, SÃO PAULO ARQUITETO: DAL PIAN ARQUITETOS ANO: 2019 ÁREA CONSTRUÍDA: 34.200 m2

O projeto é estruturado no entorno de uma grande praça de convivência que recepciona os visitantes, além de concentrar, articular e distribuir as diversas atividades complementares do conjunto. Essa praça central é arborizada, transparente e permeável às perspectivas externas, se tornando integradora expondo os acontecimentos do edifício e incorporando a paisagem circundante a seus ambientes internos.

Fachada principal, cobertura metálica Fonte: Nelson Kon.2019

“A praça de convivência possui um sistema de cobertura composto por grelhas metálicas, vidro, extratores de ar e brises de proteção solar, que filtram a luz natural e servem de coroamento a esse espaço diáfano de mediação entre o ambiente natural e o construído.”, Renato Dal Pian. Vista frontal, totalidade do projeto Fonte: Nelson Kon.2019

48

REFERÊNCIAS PROJETUAIS


VOLUMES

VISTAS INTERNO/EXTERNO

“Os ambientes resguardam suas atividades autônomas, são consequentes, transparentes e de imediata leitura por parte do usuário. “É um projeto extrovertido e amigável, que procura estimular o encontro, a convivência e a sociabilidade”. Renato Dal Pian.

COBERTURA UNIFICADORA

Esquemas de volume, vistas e cobertura unificadora Fonte: Dal Pian Arquitetos

Detalhe de aopio da cobertura unificadora Fonte: Nelson Kon.2019

Esquemas de níveis, insolação e ventilação em corte Fonte: Dal Pian Arquitetos

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

49



5.UNIVERSO 3. PROPOSTA PROJETUAL


LOCALIZAÇÃO DA ÁREA PROJETUAL

LOCALIZAÇÃO

AV. JOSÉ PEREIRA LOPES

ESTR. MUN. WASHINGTON JOSÉ PÊRA

LEGENDA LINHA FÉRREA

Fontes: Base cartográfica a partir de levantamentos aerofotogramétricos de 2011 da SMHDU. Adaptações elaboradas pela autora. 52

UNIVERSO PROJETUAL

LIMITE URBANO

ÁREAS DE PRESERVAÇÃO ÁREA DE INTERVENÇÃO


A escolha da área de intervenção foi embasada pela análise de expansão da cidade de São Carlos e pela distribuição de renda da população, introduzida anteriormente. Como resultado da análise foi destacada a região do Botafogo com índices de necessidade de um equipamento que atenda as demandas locais juvenis, uma vez que o bairro se encontra na direção do eixo em que a cidade tem se expandido, ou seja, o Botafogo está localizado no trecho de ligação do centro da cidade com os bairros José Zavaglia e Eduardo Abdelnur, loteamentos habitacionais recentes de interesse social, a partir da criação desses bairros cuja falta de equipamentos culturais e educacionais é grande os moradores acabam ‘’subindo’’ para o Jd. Botafogo, como exemplo temos a escola E.E Gabriel Felix do Amaral, que recebe os jovens do bairro e um número grande de estudantes moradores desses bairros adjacentes, percorrendo cerca de 2 km diariamente para o uso do equipamento educacional, além dos jovens residentes do bairro.

O terreno nunca teve um uso, mas recentemente foi implantado um projeto de pista de Bicicross, pela PROHAB juntamente com o projeto Pedal consciente, a qual é bem utilizada pelos jovens do bairro, mas não tem nenhum apoio ou amparo para a utilização.

Pista de bicicross Fonte: Amanda Santos E.E GABRIEL FELIX DO AMARAL UBS AV. JOSÉ PEREIRA LOPES

CAPS

. AV JO SÉ RE

PE A IR LO S

PE

Atual local de implantação da pista de bicicross

Entorno da área projetual apartir de imagem realizada por drone

Fonte: Associação São-Carlense de Ciclismo. 2019.

Fonte: Associação São-Carlense de Ciclismo. 2019.

UNIVERSO PROJETUAL

53


RUA SEM SAÍDA DE ENCONTRO COM A ÁREA

PISTA DE BMX

CAPS E UBS

01

02

03

CJ. HABITACIONAL

CAPS

04

05

06

EMEB MARIA ERMANTINA

FIM DE RUA ATRÁS DA ESCOLA

VISTA DA R. HEBERT DE SOUSA

07

08

09

VAZIO EM MEIO AO BAIRRO

Fonte: Amanda Santos.2019 54

UNIVERSO PROJETUAL


UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

E.E GABRIEL FÉLIX

AV. JOSÉ PEREIRA LOPES

10

11

12

HORTA COMUNITÁRIA

mapa de referência 14 13

Pe

o in dr

9 5

7

Jo R.

13 ENCONTRO DA ESCOLA COM O TERRENO

6 8

R.

He

be rt

de

So

us a

1

4 2

Av. José Pereira Lopes

3

11

12 10

Fonte: Elaborado pela autora

14 Fonte: Amanda Santos.2019 UNIVERSO PROJETUAL

55


PARQUE FABER I

MAPA SÍNTESE

JD. PAULISTA

JD. BOTAFOGO

ROMEU RECREIO DOS BANDEIRANTES JD. BOTAFOGO

ROMEU SANTINI

VILA BELA VISTA

+

ROMEU SANTINI

VILA CARMEN

CHÁCARA FERRADURA

VILA BOA VISTA1

PROLONGAMENTO JD. MEDEIROS

VILA BOA VISTA 2 JD. MEDEIROS

56

UNIVERSO PROJETUAL


EQUIPAMENTOS PÚBLICOS LEGENDA E.E - ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO E.M.E.B - ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO BÁSICO C.M.E.I - CENTRO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL ESCOLA DO FUTURO FUTURA CRECHE DO PROLONGAMENTO DO JD. MEDEIROS PARQUE DO BICÃO GINÁSIO DE ESPORTES C.A.P.S - CENTRO DE ATENÇÃO PISICOSOCIAL U.B.S - UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

PRIVADOS

+

IGREJA

MOBILIDADE EIXO VIÁRIO SUDOESTE / NORDESTE EIXO VIÁRIO SUDESTE / NOROESTE CILOVIA LINHA DE TRANSPORTE PÚBLICO (EST. SUL) LINHA DE TRANSPORTE PÚBLICO (EST.NORTE) PONTO DE ÔNIBUS

ÁREAS DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL ÁREA DE INTERVENÇÃO LIMITE URBANO LINHA FÉRREA CÓRREGOS ÁREA TOTAL DO TERRENO: 24.716 M² POPULAÇÃO RESIDENTE NO BAIRROS DO ENTORNO: 11.842 HAB.

Fontes: Base cartográfica a partir de levantamentos aerofotogramétricos de 2011 da SMHDU. Adaptações elaboradas pela autora.

UNIVERSO PROJETUAL

57


ENTORNO

MAPA DE CHEIOS E VAZIOS

200m raio

LEGENDA CHEIOS VAZIOS

MAPA DE GABARITO

200m raio

LEGENDA 3 a 4 PAV. 2 PAV. 1 PAV.

58

UNIVERSO PROJETUAL


MAPA DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

200m raio

LEGENDA RESIDENCIAL UNIFAMILIAR RESIDENCIAL MULTIFAMILIAR INSTITUCIONAL SAÚDE PUBLICA COMERCIAL ÁREAS DE PRESERVAÇÃO

MAPA TOPOGRÁFICO LEGENDA 1m 5m 10m 20m

200m raio

Fontes: Base cartográfica a partir de levantamentos aerofotogramétricos de 2011, mapa da SMHDU 2002 e Google maps 2019. Adaptações realizadas pela autora.

12m DE DESNÍVEL UNIVERSO PROJETUAL

59


Segundo levantamento realizado através do Sistema de Informações Geográficas de São Carlos (SigaSC), obteve se um resultado de 11.842 hab. nos bairros do entorno imediato, dentre essa população existe uma quantidade de 1.592 jovens de 11 a 17 anos residentes no local, ou seja, cerca de 13% desses moradores são jovens, como mostra o quantitativo a seguir.

PQ. FABER

MAPA DE QUANTITATIVO DE JOVENS RESIDENTES NO ENTORNO

BOTAFOGO

LEGENDA

BAND.

10 hab. VILA CARMEN

300 hab. V. CARMEN GLEBA E

480 hab. ZONA RURAL

800 hab. *quantidade aproximada de jovens por bairro

ROMEU SANTINI

JD. DAS TORRES + JD. BICÃO

Fonte: Sistema de Informações Geográficas de São Carlos (SigaSC) Adaptações realizadas pela autora.

60

UNIVERSO PROJETUAL

JD. BICÃO GLEBA C


LEGISLAÇÕES URBANAS A território projetual selecionada pertence à Zona 3 - Ocupação condicionada, onde segundo o Plano Diretor do Município de São Carlos devem ser respeitados os seguintes coeficientes de ocupação e aproveitamento do solo: Art. 26. Os Coeficientes Urbanísticos para a Zona 3 – Ocupação Condicionada são:

O terreno de intervenção é classificado como patrimônio indisponível, de acordo com o mapa de áreas públicas da cidade de São Carlos. Os bens de uso especial ou de patrimônio indisponível são aqueles que se destinam a execução dos serviços públicos em geral, como por exemplo, uma instalação hospitalar ou escolas públicas.

I – CO = 70% LEGENDA

II – CP = 15%

INSTITUCIONAL

SISTEMA DE RECREIO

BENS DOMINICAIS

PROTEÇÃO AMBIENTAL

III – CA = 1,4 IV – Lote mínimo = 200 m² e 150 m² para HIS PATRIMÔNIO INDISP.

V – Testada mínima = 10m e 7,5m para HIS

3

Zona 3 - Ocupação condicionada Fonte: Plano diretor estratégico de São carlos (2016).

Áreas públicas Fonte: Plano diretor estratégico de São carlos (2016).

UNIVERSO PROJETUAL

61



6.PROJETO


ESTRATÉGIA DE IMPLANTAÇÃO Partindo do levantamento de dados realizado e tendo como premissa as condicionantes da área e do entorno, a estratégia de implantação e ocupação do vazio é resultado do cruzamento desse conjunto de informações levantadas. A área está localizada as margens da av. José Pereira Lopes sendo ela uma arterial de fluxo intenso, promovendo assim o principal acesso público ao equipamento e a localização do estacionamento, tendo em vista a mobilidade urbana como um dos principais pontos a serem abordados. A via que contém o eixo secundário, sendo oposta a via principal, é a R. Herbert de Souza, a qual tem uso de via local sendo ela o principal acesso ao conjunto habitacional de interesse social Romeu Santini, a partir dela se dará o acesso à nova localização da pista de bicicross e aos equipamentos voltados ao esporte. Integrando de forma a criar mais um acesso à área e possibilitar uma melhor integração com a escola estadual inserida no local e o bairro, é proposta a abertura de uma rua local lateral. Buscando priorizar o pedestre e os meios de transporte coletivo e alternativo como as bicicletas compartilhadas, foram levantados os locais do entrono que já tem essa intenção com as ciclovias, como o paque do Bicão e a ciclovia da av. Henrique Gregori, partindo desse cenário a proposta é interliga-lás, propondo ciclofaixas e pontos de bicicletas compartilhadas nesse circuito.

Tendo em vista o vazio urbano que é considerada a área, a intenção é intensificar o uso do local, onde já existem equipamentos públicos voltados para a área como o a unidade básica de saúde e as escolas municipal e estadual. Partindo desse cenário é da forte característica que a pista de bicicross tem trazido ao local, a proposta do equipamento à abraça como ponto atrativo do lugar que se integrara com o equipamento por seus usuários serem os mesmos, sendo a pista uma extensão do centro da juventude.

MAPA DE PROPOSTA DE MOBILIDADE URBANA LEGENDA CICLOVIA EXISTENTE CICLOVIA PROPOSTA NO ENTORNO CICLOFAIXA PROPOSTA ABERTURA DE RUA PROPOSTA PONTO DE BICICLETA COMPARTILHADA PONTO DE ÔNIBUS REQUALIFICADO

APP

ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE RIOS VIA ARTERIAL DOIS SENTIDOS (EXISTENTE) VIA ARTERIAL SENTIDO ÚNICO (EXISTENTE) VIA LOCAL SENTIDO ÚNICO (EXISTENTE) VIA LOCAL SENTIDO ÚNICO (EXISTENTE) ÁREA DE INTERVENÇÃO Fontes: Base cartográfica a partir de levantamentos aerofotogramétricos de 2011 da SMHDU. Adaptações elaboradas pela autora.

64

PROJETO


APP

APP

R. HE B

ER TD ES

OU SA

FAZENDA FERRADURA

APP AV. JOSÉ PEREIRA

LOPES

HORTO

AV. HENR

APP

GORI

IQUE GRE

O

ICÃ OB

UE D

Q PAR

PROJETO

65


eixos secundários

IMPLANTAÇÃO Com o papel de interligar a ciclovia que permeia a implantação conta com um grande piso onde pedestres e bicicletas compartilham do mesmo espaço, evitando a segregação e determinação de caminhos a serem tomados pelos mesmos. A concepção desse grande piso unificador da percursos, parte da premissa obtida nos levantamentos, sendo um percurso secundário realizado atualmente pelos pedestres. A proposta então visa qualificar esse percurso oferecendo além da mobilidade um percurso convidativo com estares de curta permanência. Perspectiva da implantação Fonte: Elaborada pela autora.

66

PROJETO

eixos principais

Percursos atuais na área de intervenção Fonte: Elaborado pela autora


IMPLANTAÇÃO

PONTO DE ÔNIBUS REQUALIFICADO

PONTOS DE BICICLETA COMPARTILHADA

RAMPAS DE SKATE

C

PISO COMPARTILHADO (CICLOVIA)

RELOCAÇÃO B

DA PISTA DE BICICROSS ESTACIONAMENTO REQUALIFICADO AMPLIANDO SEU USO ALÉM DA UBS.

ESTACIONAMENTO REQUALIFICADO PARA USUÁRIOS DA UBS

ABERTURA DE RUA

A

C

A B

AV. JOSÉ PEREIRA LOPES

ESTACIONAMENTO CCJ

ESTACIONAMENTO CCJ

BICICLETÁRIO

PONTO DE ÔNIBUS REQUALIFICADO

LEGENDA EQUIPAMENTOS EDUCACIONAIS

EQUIPAMENTOS DE SAÚDE

ENTORNO

ÁREAS DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL PROJETO

67


PERFIS DA IMPLANTAÇÃO

COBERTURA INTEGRADORA

PÁTIO DE CONVÍVIO

BLOCO DE SERVIÇOS

BLOCO DE ALIMENTAÇÃO

PISO COMPARTILHADO

BLOCO AUDIOVISUAL

CICLOVIA

UBS

2,00

PERFIL A-A COBERTURA INTEGRADORA

BLOCO OFICINAS

+1,00

ESTACIONAMENTO PNE BLOCO AUDIOVISUAL

RAMPA ESCADA

-12,00

PÁTIO CENTRAL OFICINA BICICROSS CICLOVIA PISTA DE BICICROSS

PONTO DE ÔNIBUS

PERFIL B-B

UBS

PISO COMPARTILHADO UBS

-12,00

-11,20

-10,40

-9,60

-8,80

-8,80

-8,00

-7,20

-6,40

-5,60

-4,80

-4,00

-3,20

-2,40

-1,60

-0,80

+0,00

PERFIL C-C

PROJETO

69


O entorno resultante da implantação do CCJ tem como objetivo atender a comunidade local, oferendo estares e grandes gramados onde a população desses bairros adjacentes possam usufruir da qualificação proposta para esses lugares, a integração entre o espaço público e a comunidade tem grande relevância nas diretrizes de implantação do projeto, onde os acessos do equipamento levam não só o usuário, mas também o pedestre a transitar pelos caminhos propostos para o equipamento, trazendo a comunidade para o local. Os equipamentos do entorno receberão requalificações possibilitando a integração com a área de intervenção, ou seja a proposta para os equipamentos de saúde propõe remover os alambrados que cerca a UBS e criar acessos diretos entro o CAPS e a área de intervenção, já para os equipamentos educacionais a integração se dá a partir do eixo principal do equipamento proposto.

Integração entre os equipamentos, pista de bicicross e o CCJ Fonte: Elaborada pela autora.

Perspectiva da implantação Fonte: Elaborada pela autora.

PROJETO

71


PARTIDO ARQUITETÔNICO: VOLUMETRIA EIXO PÚBLICO

didático e cultural

DIVISÃO DE ATIVIDADES

administração e serviços

EIXO CCJ

CRIAÇÃO DE ESPAÇOS ARTICULADOS

criação de pátios internos trazendo o público e a comunidade juntos,funcionando como uma extensão da rua com total acesso livre para pedestres. Esses pátios cobertos também trazem a comunidade para o equipamento, dessa forma tais espaços articulados podem receber feiras, reuniões e atividades da comunidade local aos finais de semana. 72

PROJETO


O partido arquitetônico do projeto contempla a criação de dois eixos principais perpendiculares, um público e outro do CCJ, que se cruzam organizando as funções e a distribuição do programa. O eixo do CCJ concentra as atividades, otimizando a circulação, gerando o encontro e a convivência no pátio central, já o eixo público de circulação busca promover a integração da comunidade com o equipamento. A fim de promover a integração entre comunidade e jovem, o edifício encontra-se em três níveis diferentes. O primeiro nível se destina a atividades onde a comunidade e o jovem partilham o local, o segundo nível se encontram os blocos didático e cultural de protagonismo jovem e o terceiro trás de volta a ponte comunidade e jovem com foco no esporte em especifico o apoio ao bicicross.

O eixo público no primeiro nível tem a intenção de promover uma maior concentração de pessoas e eventos, o que justifica a distancia entre os blocos, esse piso será destinado a feiras e eventos da comunidade. Dando continuidade ao eixo público no segundo nível encontra-se o pátio central unificador dos blocos com caráter de convívio e passagem. Todo o conjunto é coroado por uma cobertura metálica unificadora, que desempenha a função de integrar e unir todos os blocos a partir dos pátios internos. O cruzamento entre esses dois públicos marcam o eixo comunidade x jovem, determinando o principal acesso público ao equipamento.

Pátio central

Cobertura metálica unificadora

ACESSOS CCJ

ACESSO PÚBLICO PRINCIPAL PROJETO

73


FUNÇÕES, ACESSOS E CIRCULAÇÕES Destinando o primeiro nível às atividades de convivência e ao uso público aos finais de semana, propõe-se localizar nesse nível todo o programa que pressupõe vivência entre comunidade e jovens. Junto da vivência ficam os ambientes de serviço, onde encontra-se toda a administração do CCJ, ficando em local estratégico, onde das salas tem-se visão do blocos destinado ao jovens. Ainda no primeiro nível encontra-se o bloco audiovisual, onde é proposto um espaço de encontro e estares para os alunos que frequentam as escolas da área oferecendo espaços para contra turnos. No segundo nível estão concentrados os blocos didático e de oficina, com programas complementares, que estão ligados pelo pátio central o qual contam com acessos entre si. E por fim, no terceiro nível encontram-se o almoxarifado e oficina de bicicletas, com vestiários e banheiros de apoio aos usuários da pista de bicicross. No bloco oposto no terceiro nível está localizada uma sala de multiuso, onde o espaço é flexível para receber aulas de ginástica, dança e afins.

A movimentação de terra para a implantação se dá a partir da utilização da cota 797 como nível do primeiro piso, com a intenção do equipamento partir da cota mais alta para a mais baixa, resultando na visão da totalidade do conjunto a partir do acesso oposto, pela rua Hebert de Sousa, aproveitando dessa forma e tirando partido da declividade do terreno. Foram abertos patamares nas cotas: 795, 796 e 797 para a implantação dos blocos, criando acessos no primeiro nível através de rampas com declividades de 5% de inclinação, os acessos internos no eixo vencem os desníveis a cada 1m com rampas e escadas que conformam estares e descanso em seus intervalos.

LEGENDA Cotas

797 796 795 Topografia resultante da movimentação de terra 74

PROJETO

Estudos de volumes, implantação e cortes de terra Fonte: Elaborada pela autora.


ESQUEMAS DE NÍVEIS

NÍVEL 1

NÍVEL 2 NÍVEL 3

ESQUEMA DE ORGANIZAÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E ACESSOS

LEGENDA ALIMENTAÇÃO SERVIÇO AUDITÓRIO DIDÁTICO OFICINAS OFICINA E SALA MULTIUSO

encontro entre blocos

Desnível de 1m entre serviços e atividades

PÁTIO CENTRAL CIRCULAÇÃO EIXO PRINCIPAL EIXO SECUNDÁRIO ACESSOS PROJETO

75


ESQUEMA ESTRUTURAL

Esquema estrutural bloco de oficinas.

Vigas, pilares, treliças, terças, calha e telha sanduíche.

Esquema estrutural bloco audiovisual.

O sistema estrutural proposto parte de premissas como materialidade , sustentabilidade e modulação , onde unidas possibilitam uma racionalização e fácil montagem dos módulos que compõem o conjunto arquitetônico. Dessa forma os sistemas selecionados foram: estrutura metálica e vedações em alvenaria estrutural (19x19x39). A estrutura metálica presente nos blocos é composta pelo sistema viga (20x30cm) e pilar (20x20cm) com uniões em chapas metálicas soldadas, esse sistema tem como função a estruturação das coberturas, onde a estrutura é totalmente independente das vedações, as quais conformam somente os blocos de banheiros, deixando a planta modular livre para configuração dos usos, como é o caso dos blocos didático e oficina. 76

PROJETO

Esquema estrutural bloco de serviço e admistratação.


No caso dos blocos da sala audiovisual o conceito se repete, adicionando a alvenaria estrutural nas vedações da sala, e nesse caso o bloco conta com o tratamento acústico de vermiculita em seu interior. Os blocos de serviços e alimentação seguem a mesma linha com vedações em ambientes como cozinha e depósitos. Unindo todos os blocos que são independentes entre si, é proposta uma grande cobertura metálica modular apoiada na estrutura metálica dos blocos. Essa cobertura é composta por grelhas metálicas de 2x2m, com placas de policarbonato alveolar como proteção solar, que filtram a luz natural no pátio do primeiro nível.

Esquema estrutural apoio nos pilares dos blocos e grelha de cobertura da cobertura unificadora.

Placa de policarbonato alveolar

Esquema proteção solar do pátio do primeiro nível.

Esquema estrutural geral do projeto. PROJETO

77


E

PLANTA : NÍVEL 0,00 -1,00

04

05

06

07

09

08

10

03

BLOCO 01 - AUDIOVISUAL 01 - ÁREA DE CONVÍVIO 02 - PLATÉIA 03 - PALCO 04 - SALA TÉCNICA 05 - BANHEIRO APOIO 06- SALA APOIO 07 - SANITÁRIO FEMININO 08 - SANITÁRIO MASCULINO 09 - SANITÁRIO PNE 10 - DML

01

02

A

E

PLANTA CHAVE

ESC. 1:200

78

PROJETO


-1,00

C B

24

24

28

27

25

18 17

19 16

15

23

22

07

08

14 07 11

21

26

09

08 20

09

13

A

12

12

12

B BLOCO 02 - SERVIÇOS E ADM 11 - RECEPÇÃO 12 - SALAS DE ATENDIMENTO 13 - ESPERA 14 - SALA DE REUNIÃO 15 - SALA DA COORDENAÇÃO 16 - CIRCULAÇÃO 17 - SALA DA DIREÇÃO 18 - SALA DOS EDUCADORES 19 -DML

12

C

BLOCO 03 - ALIMENTAÇÃO 20 - SALÃO 21 - COZINHA 22 - SALA NUTRICIONISTA 23 - DESPENSA 24 - DEPÓSITO 25 - ENTRADA DE SERVIÇO 26 - SALA DE LAVAGEM 27 - VESTIÁRIO FUNCIONÁRIOS FEMININO 28 - VESTIÁRIO FUNCIONÁRIOS MASCULINO

PLANTA CHAVE

ESC. 1:200

PROJETO

79


CORTE E DETALHES : NÍVEL 0,00

DET-2

COBERTURA INTEGRADORA CALHA

DET-1 CHAPA DE AÇO TERÇA PILAR METÁLICO

TELHA SANDUICHE

CHAPA DE AÇO

VIGA METÁLICA FORO

VIGA METÁLICA

ALVENARIA ESTRUTURAL

O DET-1 representa a platibanda proposta em chapa de aço, fixada na estrutura do edifício.

ALVENARIA ESTRUTURAL COM TRATAMENTO ACÚSTICO 0,00

0,00

CC

B-B

PALCO

A-A

80

PROJETO

PLANTA CHAVE

O DET-2 é um detalhe típico que caracteriza o encontro das inclinações dos telhados com a calha em todos os blocos.

CONVÍVIO

-1,00 SALA AUDIOVISUAL


CONSULTÓRIOS

RECEPÇÃO

SALA DE REUNIÃO

SALA DOS EDUCADORES

0,00

CORTE B-B

DET-1 SALÃO

COZINHA

DESPENSA

0,00

CORTE C-C BLOCO AUDIOVISSUAL

BLOCO ADM E SERVIÇOS

ÁREA DE ALIMENTAÇÃO

DET-2

CORTE A-A PROJETO

81


PERSPECTIVAS : NÍVEL 0,00

Pátio com cobertura em policarbonato translúcido, possibilitando eventos da comunidade. Esse pátio também conta com a função do eixo principal do projeto, com o carater de extensão da rua, sendo convidativo a comunidade local utilizar o caminho.

Espaço audiovisual Fonte: Elaborada pela autora.

Entrada principal do equipamento Fonte: Elaborada pela autora.

82

PROJETO

Espaço de convívio do espaço audiovisual Fonte: Elaborada pela autora.


Os blocos do primeiro nível contam com a permeabilidade espacial, o interno e o externo, buscando espaços receptivos e que conversem entre si e o parque externo.

Recepção do bloco de administração e serviços Fonte: Elaborada pela autora.

Vista externa do bloco de alimentação Fonte: Elaborada pela autora.

Vista interna do salão de alimentação Fonte: Elaborada pela autora.

PROJETO

83


E 8,33%

PLANTA : NÍVEL -1,00 8,33%

01 08 07

8,33%

06 05 04

PÁTIO CENTRAL

03

01

09 02 F ESC. 1:200 8,33%

84

PROJETO

E


D

14

10

15

06 05 04

13

12

BLOCO 03 - OFICINAS

BLOCO 04 - DIDÁTICO

01 - CIRCULAÇÃO COM ATIVIDADES E PERMANÊNCIA 02 - OFICINA DE CRIAÇÃO GRÁFICA 03 - SALA TÉCNICA 04 - SANITÁRIO FEMININO 05 - SANITÁRIO MASCULINO 06 - SANITÁRIO PNE 07 - OFICINA DE IMPRESSÃO 3D 08 - OFICINA DE ROBÓTICA 09 - ÁREA EXTERNA

10- CIRCULAÇÃO COM ATIVIDADES E PERMANÊNCIA 11 - SALA DE ESTUDOS 12 - SALA TÉCNICA 13 - SALA DE AULA FRONT END 14 - SALA DE AULA MARKETING DIGITAL 15 - SALA DE AULA CURSO PRÉ VESTIBULAR 16 - ÁREA EXTERNA

10

11

F ESC. 1:200

16 PROJETO

D

85


c in

DET-4

ê id nc ia so r la

CORTE E DETALHES : NÍVEL -1,00 DET-3

POLICARBONATO TRANSLÚCIDO

GRELHA METÁLICA

BANZO SUPERIOR PILAR METÁLICO

TRELIÇA BANZO SUPERIOR BANZO INFERIOR TRELIÇA

VIGA METÁLICA

SOLDA ESTRUTURAL

ventilação

CHAPA METÁLICA PILAR METÁLICO

E-E

D-D

VIGA METÁLICO

F-F

O DET-3 representa a união metálica proposta em chapa soldada, fixando todas peças a partir de uma solda estrutural. PLANTA CHAVE

86

PROJETO

-1,00


BLOCO DIDÁTICO

0,00 -1,00

-4,00

O DET-4 mostra a cobertura unificadora apoiando sobe a estrutura principal. Além disso o detalhe mostra a ventilação cruzada estabelecida pelas grandes esquadrias propostas e também a proteção solar realizada pelo policarbonato aveolar nas grelhas metálicas.

SALA MULTIUSO

CORTE D-D

BLOCO AUDIOVISSUAL BLOCO OFICINAS

DET-4 DET-3

-0,00

-0,00 -1,00

-1,00

-4,00

CORTE E-E APOIO BICICROSS PROJETO

77 87


DET-5

CORTE E DETALHES : NÍVEL -1,00

TERÇA TELHA SANDUICHE VIGA SUPERIOR (BANZO)

F-F

TRELIÇA PLANTA CHAVE

VIGA INFERIOR

O DET-7 mostra o principal tratamento solar de todo o projeto, os brises horizontais propostos para todas as fachadas, na fachada norte como proteção solar, por ser a fachada com maior incidência solar, e nas demais além da proteção solar tem função de trazer a privacidade interna de forma permeável (interno x externo), de forma dinamica por serem articulados.

DET-7

incidência solar

BRISE HORIZONTAL TIPO ASA DE AVIÃO REGULÁVEL

ventilação

ESQUADRIA

DET-7

ALETAS DE MADEIRA REGULÁVEIS +1,00

DIVISÓRIA ARTICULADA COM TRATAMENTO ACÚSTICO (painéis de madeira)

OFICINAS

PERFIL E PLACA DE FIXAÇÃO NA VIGA -2,00

PARQUE PERFIL METÁLICO GUIA 88

PROJETO


GRELHA METÁLICA

MOBILIÁRIO INTERATIVO DO BLOCO DAS OFICINAS MÓDULO TIPO 01

MÓDULO TIPO 02

MÓDULO TIPO 03

PILAR DE APOIO DA COBERTURA

CHAPA DE AÇO

DET-6 Chapas metálicas

BLOCO OFICINAS

BLOCO DIDÁTICO

PÁTIO CENTRAL

DET-6 DET-5

CORTE F-F

PROJETO

89


PERSPECTIVAS: NÍVEL -1,00 E 2,00

Vista do pátio para o bloco das oficinas Fonte: Elaborada pela autora.

90

PROJETO

Vista interna das circulações com exposições interativas Fonte: Elaborada pela autora.

Vista interna para externa exposições interativas Fonte: Elaborada pela autora.


O contato entre os blocos é estabelecido a partir da permeabilidade visual e a integração entre o pátio central, a partir disso os programas se tornam complementares de forma com que ambos funcionem de acordo com a linguagem do jovem.

Vista do pátio para o bloco didático Fonte: Elaborada pela autora. Vista interna bloco didático Fonte: Elaborada pela autora.

Vista interna para externa tendo o contanto visual entre o bloco do serviços e o didático Fonte: Elaborada pela autora.

PROJETO

91


PLANTA : NÍVEL - 4,00

08 01 04

02

03 05

ESC. 1:200

92

PROJETO

06

07


09 BLOCO 03 - OFICINAS

BLOCO 04 - DIDÁTICO

09 - SALA MULTISUO 01 - BEBEDOUROS 02 - VESTIÁRIO FEMININO 03 - VESTIÁRIO MASCULINO 04 - OFICINA DE BICICLETAS 05 - DEPÓSITO 06 - ALMOXARIFADO DE PEÇAS 07 - SALA DO EDUCADOR

ESC. 1:200

PROJETO

93


PERSPECTIVAS GERAIS

Pátio central com a cobertura integradora Fonte: Elaborada pela autora.

94

PROJETO

Vista a partir do equipamento para a pista de bicicross Fonte: Elaborada pela autora.

O nível -4,00 tem a função de apoio á pista de bicicross e esportes praticados no parque, a sala multiuso é totalmente aberta para a comunidade onde serão ofertadas oficinas como dança e ginástica.


Os desníveis são vencidos a partir de escadas e rampas que vencem 1m por conjunto, todas as rampas são acessíveis com 8,33% de inclinação.

Vista de acessos e nível destinado ao apoio ao bicicross Fonte: Elaborada pela autora.

Taludes com vegetação em meio as rampas escadas trazendo a vegetação do parque para dentro do eixo de circulação.

Vista da totalidade do equipamento com os níveis de apoio Fonte: Elaborada pela autora. PROJETO

95


PERSPECTIVAS GERAIS DO PARQUE E EQUIPAMENTO

Implantação da proposta do projeto veisto pela rua Herbert de Sousa Fonte: Elaborada pela autora.

Primeiras intenções de implantação e disposições proposta Fonte: Elaborada pela autora.

Piso compartilhado Fonte: Elaborada pela autora.

96

PROJETO

Implantação da ciclofaixa permeando a área projetual Fonte: Elaborada pela autora.


Fachada frontal do equipamento visto da rua JosĂŠ Pereira Lopes Fonte: Elaborada pela autora.

Fachada posterior visto a partir da pista de bicicross Fonte: Elaborada pela autora.

Via de principal acesso e estacionamentos prioritĂĄrios Fonte: Elaborada pela autora.

PROJETO

97



7.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


ARCHDAILY. Sesc Guarulhos / Dal Pian Arquitetos. 12 set. 2019. Disponível em: h ps://www.archdaily.com.br/br/924666/sesc-guarulhos-dalpian-arquitetos. Acesso em: 18 out.2019 ARCHDAILY. Colégio posi vo internacional / Manoel Coelho arquitetura e design. 09 jun 2017. Disponível em: <h ps://www.archdaily.com.br/br/872442/colegio-posi vo-internacional-manoel-coelho-arquitetura-e-design> issn 0719-8906. Acessado 5 jun 2019. BISELLI KATCHBORIAN. Centro de Artes e Educação dos Pimentas. Biselli Katchborian Arquitetos Associados. Disponível em: < h p://www.bkweb.com.br/projects/public/centro-de-artes-e-educac-o-dos-pimentas/>. Acesso em: 29.MAI.2018.

BRASIL. Estatuto da criança e do adolescente, câmera dos deputados, lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. Dou de 16/07/1990 – Estatuto da criança e do adolescente. Brasília, df. BRASIL. Unesco. (org.) Polí cas públicas para juventude. 2004. Disponível em: <h p://unesdoc.unesco.org/images/0013/001359/135923por.pdf>. Acesso em: 14 nov. 2018. BARREIRO, Rafael Garcia et al. Polí ca brasileira para a juventude: a proposta dos centros da juventude. 2017. Disponível em: <h p://www.scielo.org.co/pdf/rlcs/v15n2/v15n2a22.pdf>. Acesso em: 19 nov. 2018. BARREIRO, Rafael Garcia. Cenários públicos juvenis: o desenho dos centros da juventude nas ações da polí ca brasileira. 2014. 102 f. Disponível em: <h ps://repositorio.ufscar.br/bitstream/handle/ufscar/6886/5839.pdf?sequence=1>. Acesso em: 15 nov. 2018. ESCOLA SESC. Escola Sesc de Ensino Médio. Escola SESC. Disponível em < h p:// www.escolasesc.com.br/escola-sesc-de-ensinomedio>. Acesso em 19|SET|2018.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANEXOS


ENTREVISTA: CENTRO DA JUVENTUDE ELIANE VIVIANE - SÃO CARLOS ’ A escolha de visitar ao Centro da Juventude Eliane Viviane em São Carlos, justifica - se pelo fato de ser o único equipamento acessível na cidade , e me proporcionar presenciar o que funciona e o que não funciona nesse tipo de equipamento, como as crianças e adolescentes se apropriam do espaço, como e quais serviços são oferecidos dentre outros pontos os quais me ajudaram a entender melhor a estrutura e dimensão de um equipamento como esse. Durante a visita pude perceber que o espaço é bem utilizado pelas crianças do bairro, mas que não conta com o apoio necessário da prefeitura.

QUAL A RELAÇÃO ENTRE OS JOVENS E FUNCIONÁRIOS NO CASO VOCÊS?

"Hoje essa relação tem se tornado mais próxima, essa idade é muito difícil de se comunicar, muito difícil eles quererem nos ouvir, mas hoje eles chegam aqui com vontade e desejos, alguns permanecem outros perdem o interesse pois achar a rua mais legal, tentamos gerir uma proximidade e auxilio criando competições e oficinas mas o que nos falta também é verba.’’ Coordenadora. VOCÊS ATENDEM SOMENTE O PÚBLICO JOVEM ?

Durante a visita fui acompanhada pela coordenadora Lucia e pelo educador Dionatan onde pude realizar as seguintes perguntas e questionamentos:

QUAL PÚBLICO O EQUIPAMENTO ATENDE?

"Aqui no centro da juventude atendemos não somente a comunidade local do Monte Carlo, mas também outros bairros com Cidade Aracy, Gonzaga e Pacaembu» Educador social. O QUE É OFERECIDO PARA ESSAS COMUNIDADES?

"Bom, oferecemos cursos profissionalizantes a partir do fundo social, como construção cívil, manicure e moda. Além do fundo social temos uma parceria com a mult sport oferecendo capoeira, futebol, zumba e tênis, e por fim temos também uma parceria com a FESC oferecendo um curso de informática’’ Coordenadora.

104 ANEXO

"No começo sim, sou a coordenadora daqui desde a inauguração, mas depois de algum tenho começamos abrir aulas para a 3º idade também, os quais atendemos com aulas de zumba e atividades físicas, o equipamento acaba atendendo a demanda da população residente ao entorno» Coordenadora. É OFERECIDA AJUDA COMO PSICÓLOGOS E ASSISTENTES SOCIAIS PARA CASOS DE JOVENS EM ESTADO DE VULNERABILIDADE SOCIAL?

‘’Já foi oferecido, mas hoje não mais, por cortes de verbas, mas ainda temos sorte que contamos com nossos educadores como o Dionatan, alguns são voluntários, pois em nosso corpo contamos com somente 3 educadores, o que é uma pena. " Coordenadora.


’ QUAL A MAIOR NECESSIDADE, OU OQUE VOCÊS SENTE FALTA NO EQUIPAMENTO?

"De um corpo melhor preparado para fornecer a atenção que esses jovens necessitam, muitos chegam aqui como caso de violência domestica e sexual, por exemplo, e não temos mais o amparo qualificado, hoje o prefeito pensa '' Ah da uma bola pro jovem que tudo se resolve!" e não e assim, temos o apoio do Paulo Wilhelm que é o secretario municipal da juventude mais muita depende da vontade e aprovação do superior " Coordenadora

Com base nessa visita fica clara a importância desse tipo de equipamento tanto para a comunidade com também e principalmente para o jovem, durante a analise no local é nítido o abandono junto ao poder publico. O programa oferecido é pequeno perto de todo o espaço para atividades, pelo abandono alguns quadras foram tomadas pelo mato alto, a horta comunitária hoje já não existe mais, e também a piscina não tem recebido a devida manutenção; ou seja o equipamento é de grande influência onde está inserido mas não recebe os devidos amparos.

Piscina, campo e cantina do CJ Eliane Viviane Fonte: Amanda Santos. 2018

ANEXO

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