Caderno de Arquitetura Brasileira

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO AUR090 - ARQUITETURA BRASILEIRA

AMANDA MARTINS DOS REIS GIULIA SGARBI LUÍSA CEZARETE QUINTAL MARIANA LAMENZA

CADERNO DE ESTUDOS: ARQUITETURA BRASILEIRA Região das bacias hidrográficas do AtlânticoSudeste, Tocantins-Araguaia e Paraguai

PARTE I

JUIZ DE FORA 2021



PARTE I

DOS PRIMEIROS ABRIGOS AO PERÍODO COLONIAL



Sumário Introdução ..................................................................................................... 7 Metodologia ................................................................................................... 8 Capítulo 1 - Período arqueológico .............................................................. 15 Capítulo 2 - Assentamentos indígenas ........................................................ 23 Capítulo 3 - As vilas coloniais ..................................................................... 37 Capítulo 4 - Sincretismos ............................................................................ 53 . Referências .................................................................................................. 63


Mapa Físico do Brasil (alterado pelas autoras) Fonte: IBGE


Introduçaõ Este caderno reúne um estudo do desenvolvimento arquitetônico e urbanístico das áreas do território brasileiro correspondentes às bacias do Paraguai, Tocantins-Araguaia e Atlântico-Sudeste, tomando como ponto de partida os percursos que tomam os principais rios de cada bacia. Cada capítulo reúne fragmentos do quadro arquitetônico, urbanístico, político e social de cada bacia dentro de um mesmo recorte temporal.

"(...) O MAPA DO BRASIL QUE TEMOS HOJE (...) é uma entidade artificial, forjada a ferro e fogo pela monarquia portuguesa, com alguns retoques dados pelo Império e pelos primeiros anos da República. Movimentos pré-históricos de povos e culturas não costumavam respeitar fronteiras que só seriam imaginadas milênios mais tarde (...)." (LOPES, 2017, p.20)

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- METODOLOGIA A metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica para a qual foram utilizados relatos, monografias, teses, dissertações, artigos científicos, livros, entre outros - a fim de elaborar um mosaico de informações que pudesse auxiliar no entendimento de um panorama que ainda não possui tanta bibliografia organizada e acessível. Desenhos à mão livre e colagens digitais foram produzidos para ilustrar esses mosaicos e, muitas vezes, são junções e representações feitas a partir de mais de uma fonte, refletindo, frequentemente, as interpretações feitas pelas próprias autoras do trabalho.

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Mapa de Pindorama (termo em referência ao utilizado pelos povos de língua tupi para denominar o atual território sul-americano). Desenho de Amanda Reis.

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Mapa do Rio Araguaia e seus principais afluentes. Desenho de Amanda Reis baseado no Mapa Físico do IBGE.

Mapa do Tocantins, indicando a área do Lajeado e o Rio. Desenho de Mariana Lamenza baseado em Bueno.

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Bacia do Atlântico Sudeste

Mapa da Bacia do Atlântico Sudeste Desenho de Luisa Quintal, a partir do mapa de unidades hidrográficas do atlântico sudeste pela Agência Nacional das Águas, 2014

Mapa da Bacia do Paraguai e da região do Pantanal. Produção de Giulia Sgarbi a partir do Mapa Físico do IBGE.

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Área do Lageado, todos os pontos indicam sítios arqueológicos em sua maioria de caçadorescoletores, possivelmente da tradição Itaparica. Desenho de Mariana Lamenza baseado em Bueno. 12


Santa Rita do Araguaia (GO) e Alto Araguaia (MT), o rio faz parte de qual estado/município? Desenho de Amanda Reis.

OS LIMITES Antes, não haviam demarcações, delimitações, divisões políticas ou fronteiras. Haviam, sim, como ainda há, uma pluralidade de povos e modos de vida que ocupavam o território cada qual a sua maneira. Será que hoje em dia realmente vivemos dentro desses limites políticos? Ou nos limitamos mais por elementos da paisagem natural, como é o caso do Rio Araguaia, que acabou se tornando instrumento de divisão político-geográfica? Ou ambos?

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- CAPÍTULO I -

Período arqueológico OS PRIMEIROS ABRIGOS NO TERRITÓRIO hoje chamado de Brasil foram realizados por grupos caçadorescoletores nômades, que abrigavam-se principalmente em cavernas. Os registros dessas populações nas regiões estudadas datam de até 12.000 anos atrás.

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BACIA DO ATLÂNTICO SUDESTE O mapa da bacia do atlântico sudeste se encontra no site da agência nacional de águas e saneamento básico, existem também os mapas das bacias hidrográficas para cada estado da federação. Dentre os rios da bacia, pode-se destacar: Rio Suaçuí Grande, Rio Doce, Rio Manhuaçu, Rio Itapemirim, Rio Itabapoana, Rio Pomba, Rio Macaé, Rio Paraíba do Sul, Rio Paraitinga e Rio Paraibuna, Rio Ribeira do Igauapé e Rio Pardo.

Mapa dos principais rios desenho por Luisa Quintal, através do mapa da Agência Nacional das águas e saneamento básico

ARQUEOLOGIA O território composto por essa bacia é habitado há muito tempo, uma evidência deste fato é o registro do fóssil humano mais antigo da América. Sobre o patrimônio arqueológico da região sudeste, em 2021, existem sítios arqueológicos a serem preservados, assim como remanescentes indígenas e quilombolas.

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Mapa das unidades hidrográficas desenho por Luisa Quintal, através do mapa da Agência Nacional das águas e saneamento básico


MAPA ETNO HISTÓRICO Antes do início do processo de colonização a bacia do Atlântico Sudeste já era (e ainda é povoada) por grupos como Masacari, Tupinaki, Pataso, Malali, Puris, Tamoyo, Guarani, Puri, Coroados, Tupinambá, Kaiguá, Kaingang, Kayapó, Yiporok, Naknyanuk, Bakué, Araná, Etwét, dentre outros grupos originários. A partir do processo de colonização somado a diáspora de pessoas do continente afriacano escravizadas, começa a se constituir a população que hoje habita essa região da hidrográfica.

Mapa-Etno Histórico de Curt Nimuendajú IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

NEM FALA NEM ENTENDIMENTO “Pardos, nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Traziam arcos nas mãos, e suas setas. Vinham todos rijamente em direção ao batel. E Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os depuseram. Mas não pôde deles haver fala nem entendimento que aproveitasse, por o mar quebrar na costa.” (DE CAMINHA, 1500) Carta Pero Vaz de Caminha 1500, Domínio Público 17


ABRIGO ITAPARICA A tradição mais comum de caçadores e coletores do Rio Tocantins é a tradição Itaparica, que se abrigavam em cavernas. Baseado em: Bueno. Desenho de Mariana Lamenza

FERRAMENTAS LÍTICAS Vestígios encontrados no sítio Serrinha, da tradição Itaparica. Baseado em: Bueno. Desenho de Mariana Lamenza 18


Representação de como seria uma ocupação de um grupo de caçadores-coletores na Gruta do Diogo. Desenho de Amanda Reis a partir de foto de CALAÇA (2021).

ZÉ GABIROBA Dentre os mais de 1400 sítios arqueológicos de Goiás, os localizados na cidade de Serranópolis se destacam. Os vestígios indicam uma ocupação de grutas por grupos caçadores-coletores de cerca de 11000 anos. Um desses sítios é a Gruta do Diogo, onde foram encontrados pinturas, gravações e um fóssil masculino (Homo sapiens-sapiens) de mesma datação, chamado de “Homem da Serra do Cafezal” ou “Zé Gabiroba”. Essas descobertas colocam a região como um dos locais das ocupações mais antigas do Cerrado.

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Representação de caçadores-coletores em um abrigo de pedra. Colagem digital de Giulia Sgarbi.

PANTANAL RUPESTRE A região hoje conhecida como Pantanal nem sempre foi habitada. Os primeiros grupos humanos que nele chegaram eram caçadores-coletores pré-históricos, antes mesmo da ocupação indígena. A ação milenar da erosão permitiu que surgissem concavidades naturais, que foram exploradas pelo homem pré-histórico como sua forma de abrigo, além de outras funções: nas paredes dessas “casas-de-pedra”, os caçadores-coletores registravam sua cultura, por meio de pinturas e gravuras, essas últimas, chamadas de petroglifos.

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- CAPÍTULO II -

Assentamentos indígenas OS ASSENTAMENTOS INDÍGENAS apresentam-se com grande diversidade e riqueza em suas organizações espaciais e edificações, com uma pluralidade de implantações e materialidades, salientando a heterogeneidade dos povos originários antes da chegada dos invasores.

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Mapa dos rios da unidade hidrográfica do Rio Doce Desenho de Luisa Quintal, através do mapa da Agência Nacional das águas e saneamento básico

QUADRO GERAL DOS POVOS, ISA (INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL) Na região das bacias do Rio Doce, localizada no estado do Espírito Santo e Minas Gerais com o curso de 853 km, atualmente, estão os territórios Krenak (Crenaque, Crenac, Krenac, Botocudos, Aimorés, Borum), que segundo o livro - Índios Botocudos do Espírito Santo no século XIX - habitam também o Rio Pardo, e nas fozes dos Rios Piraquê-Açu e Piraquê-Mirim os territórios Tupiniquim e Guarani (Kaiowá, Mbya, Ñandeva).

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Ilustração das habitações, de pau a pique, estuque e alvenaria e telha cerâmica. Desenho de Luisa Quintal

HABITAÇÃO DOS GUARANI Vindos de outra região para o território demarcado, os Guarani adquiriram o hábito de viver em casas pequenas e cabanas de fácil desmonte. As técnicas construtivas utilizadas pelos povos Guaranis na contemporaneidade incluem estuque, bambu, coberturas de palha, tijolos e telhas cerâmicas e as casas são unifamiliares, implantadas na forma de clareiras em meio a áreas de floresta preservada.

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Cozinha coletiva Desenho de Luisa Quintal inspirado em fotografias dos Guarani por Luã Quintão.

MODELO UNIFAMILIAR A substituição das casas que utilizam madeira em toda sua estrutura e vedação e do modelo de uma grande oca multifamiliar foi substituída pela habitação unifamiliar pela escassez de matéria construtiva como a madeira, devido o ciclo colonizatório e extrativista que não visava a sustentabilidade de materiais, abundantes no passado. Apesar do modelo de habitação ser unifamiliar, existem construções coletivas como cozinhas ou construções com o interior livre, utilizadas para momentos de encontros, refeições, reuniões e celebrações.

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ilustração do espaço coletivo com estrutura de bambu e cobertura de palha, de planta livre. Desenho de Luisa Quintal inspirado em fotografias dos Guarani por Luã Quintão.

UMA REDE PELA MATA As casas, implantadas de maneira não ortodoxa, se conectam por trilhas e caminhos. A FUNAI (Fundação Nacional do Índio), órgão responsável pelo cadastramento das terras indígenas, não realiza o mapeamento das casas dentro das aldeias, apenas do território e seu entorno. “O limite da aldeia não é claramente definido. Elas são uma espécie de rede que se espalha pela mata. [...] três importantes caracteristicas das aldeias guaranis: a “impermanência, a fluidez e a fragmentação” (15). A aldeia guarani constitui uma rede viva e encontra-se em permanente mutação.” (NEIVA, 2016)

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LOCALIZAÇÃO A aldeia de Rio Sono encontra-se no rio de mesmo nome e apresenta, ainda hoje, características tradicionais, em contraste com a aldeia da Porteira (MOI) . Desenho de Mariana Lamenza

ABRIGO DA TRIBO XAVANTE Exemplos desta tribo que possivelmente habitou a região do Rio Tocantins. Baseado em: ALMEIDA. Desenho de Mariana Lamenza

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ORGANIZAÇÃO DA ALDEIA XERENTE Diagrama da organização física da aldeia Xerente em relação à proximidade do núcleo da tribo. Baseado em Donato. Desenho de Mariana Lamenza

ALDEIA XERENTE DA PORTEIRA Diagrama atual destacando a natureza linear desse assentamento, que destoa-se da natureza circular tradicional registrada. Baseado em MOI. Desenho de Mariana Lamenza

ALDEIA XERENTE RIO SONO Destaque da natureza circular desse assentamento. Os abrigos deste assentamento aparentam ser de pau-a-pique e menos compartimentadas .Baseado em MOI. Desenho de Mariana Lamenza

HABITAÇÃO XERENTE Abrigo da aldeia de Rio Sono. Feita a partir de pau-a-pique. Baseado em https://dederibeiro.wordpress.com/tag/xerente/. Desenho de Mariana Lamenza

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Representação da composição estrutural de uma casa Karajá. Desenho de Amanda Reis baseado em EHRENREICH (1948). Disponível em:<http://etnolinguistica.wdfiles.com/local-files/biblio:ehrenreich-1948-contribuicoes/ehrenreich_1948_contribuicoes.pdf>. Acesso: 5 jul. 2021.

ESTRUTURA DA "CASA" KARAJÁ De planta “retangular (...). A armação compõe-se, em cada lado, de três ou quatro varas flexíveis apoiadas em forquilhas e ligadas às do lado oposto por meio de cipós; constituem, assim, uma cobertura arqueada à maneira de canoa, e suportada, ainda, por varas verticais fincadas na terra, em direção longitudinal. (...) Sobre sarrafos finos, paralelos entre si, e fixados externamente na armação do telhado, descansam as enormes folhas pinuladas da palmeira oaguaçu (Attalea spectabilis), as quais, em várias camadas sobrepostas, formam uma cobertura bastante impermeável. (...) À direita e à esquerda da porta estão fincadas duas varas altas, que dão maior firmeza às camadas de folhas de palmeira do lado da frente.” (EHRENREICH, 1948, p.35; apud BONILLA, 2000, p.33)

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Representação do exterior das casas Karajá. Desenho de Amanda Reis a partir de imagens da "Expedição Mesopotâmia Araguaia - Xingu" disponíveis em: <http://base.museudoindio.gov.br/memoteca/srav/fotografia/spi/se/album/expedicao_mesopotamia/index.html>. Acesso: 5 jul. 2021.

O EXTERIOR DAS "CASAS" KARAJÁ “No espaço doméstico, cada casa possui um quintal ou pátio interno, chamado de hirarina, espaço das meninas. É nele que a maioria das atividades quotidianas se passam. É nele que está o espaço utilizado pelas mulheres para cozinhar.” (BONILLA, 2000, p.36)

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Representação do interior das casas Karajá. Desenho de Amanda Reis a partir da descrição de EHRENREICH (1948) apud BONILLA (2000).

O INTERIOR DAS "CASAS" KARAJÁ “Uma parte do chão é revestida de esteiras (bykyre) de buriti, sobre as quais também se dorme. Um pedaço de madeira, cilíndrico e liso, colocado embaixo da esteira, faz as vezes de travesseiro. Das vigas horizontais pendem as várias cestas de provisões, recipientes para penas de adorno, enfeites de plumas já acabados, porongos etc. Arcos e flechas enfiam-se entre os sarrafos do telhado. Lanças e clavas estão sempre à mão, encostadas nalgum canto. Alguns banquinhos com feição de trenó, e os potes e cuias de diferentes tamanhos completam o trem da casa.” (EHRENREICH, 1948, p.36, apud BONILLA, 2000, p.35)

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Representação de uma aldeia Karajá às margens do Araguaia. Desenho de Amanda Reis;

A ALDEIA KARAJÁ “A aldeia é o espaço socializado onde a maior parte da vida dos KARAJÁ se passa. A tripartição encontrada nos níveis étnico (Karajá, Javaé e Xambioá) e cosmológico (bero hatxi, ahana obira e biu-e-tyky) reencontra-se no nível aldeão. De fato, as aldeias KARAJÁ são lineares, construídas em fileiras paralelas ao curso do rio nos barrancos mais altos. De um modo geral, as aldeias possuem duas ou três fileiras de casas com suas aberturas (portas e janelas) voltadas para o rio. (...) Ainda hoje, nas aldeias onde existe Casa dos Ijasò (que é igualmente chamada de Casa de Aruanã, Casa dos Homens, ou Hetokre) esta situa-se no nível mediano da aldeia, sempre recuada em relação às fileiras de casas, e aberta para o mato. Esta disposição das casas nas aldeias permanece inalterada desde as primeiras descrições que se tem dos KARAJÁ.” (TORAL, 1992, p.51-52, apud BONILLA, 2000, p.32-33)

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Representação de um assentamento de indígenas canoeiros pré-colonial. Colagem digital de Giulia Sgarbi.

ASSENTAMENTOS INDÍGENAS PRÉ-COLONIAIS Os primeiros grupos indígenas ceramistas, canoeiros e agricultores que se fixaram no Pantanal são estudados através dos chamados “aterros”, pequenas colinas perto de cursos d’água, que foram superfícies de acampamentos ou aldeias indígenas, hoje já desaparecidas. Esses aterros eram sistematicamente conectados, com morfologias complexas, e que poderiam ser áreas de moradia, cemitérios, praças centrais, locais de produção de alimento, demarcadores territoriais, espaços de memória, etc. 34


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- CAPÍTULO III -

As Vilas Coloniais AS PRIMEIRAS VILAS COLONIAIS foram implantadas com dois objetivos principais: como uma estratégia da Coroa para ordenar e garantir o território - a fim de garantir a coleta de impostos - e como instrumento de dominação dos povos nativos.

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Mapa da Vila de São Vicente e traçado urbano Desenho de Luisa Quintal

PRIMEIROS NÚCLEOS URBANOS COLONIAIS A primeira vila do Brasil Colonial foi a vila de São Vicente, fundada em 1532 em São Paulo, sendo hoje o município de São Vicente, situado na Ilha de São Vicente junto ao município de Santos, estão às foz de vários rios da Bacia do Atlântico Sudeste, como Rio Santana, Rio Casqueiro, Rio Cascalho, Rio Perequê, Rio Pedreira, Rio da Onça, Rio Piaçaguera e Rio Cubatão. A mão de obra utilizada para a construção e fundação dessas vilas, era a mão de obra escrava negra e indígena.

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Vila de São Vicente Desenho de Luisa Quintal

PRIMEIROS NÚCLEOS URBANOS COLONIAIS De acordo com o mapa etno histórico Mapa-Etno Histórico de Curt Nimuendajú os povos que habitavam a região da Vila de São Vicente, correspondiam aos grupos étnicos Tupi, Puri, Guayaná, Tupis, Tamoyos e Tupinambás. O traçado inicial da vila é comum a várias outras fundadas depois, com a disposição de uma Igreja Matriz ao centro assim como de uma casa de câmara e cadeia, um pelourinho e ruas implantadas em quadras gradeadas.

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EDIFICAÇÕES DE ACORDO COM A ÉPOCA O esquema foi criado por Pereira baseado em seus estudos da região de Taquaruçu e apresenta a aparência, os materiais e as principais influencias das edificações. Desenho de Mariana Lamenza

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PRINCIPAIS INFLUÊNCIAS DAS CIDADES Corresponde às cidades do século XIX Baseado em PEREIRA. Desenho de Mariana Lamenza

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MAPA (1817), DOS LOTES DE NATIVIDADE Segundo LOPES, A cidade de Natividade foi criada a partir do estabelecimento de duas edificações principais, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Natividade e a Igreja de São Benedito, o trajeto entre as duas tornou-se a rua direita. Baseado em LOPES. Desenho de Mariana Lamenza

Igreja de São Benedito. Desenho de Mariana Lamenza

MAPA DE CHEIOS E VAZIOS DA CIDADE NO SEC. XI Cerca de 300 casas de adobe e telhas cerâmicas, com apenas um pavimento. As casa se encontram sem afastamento lateral e frontal (PICANÇO), Baseado em PICANÇO. Desenho de Mariana Lamenza 42

Igreja da Matriz Nossa Senhora da Natividade . Desenho de Mariana Lamenza


EDIFICAÇÕES DE NATIVIDADE Imagem mostrando uma edificação da cidade e os detalhes da mesmo, esquadrias de madeira, telhado cerâmico e colunas que emolduram a fachada. Desenho de Mariana Lamenza

RUAS DE NATIVIDADE Imagem mostrando a rua da cidade para mostrar a relação entre as ecidifações e as casas de somente de apenas um pavimento. Desenho de Mariana Lamenza 43


EDIFICAÇÃO DA RUAS DOS CRUZEIROS, 25 Planta e fachada. Baseado em: PORTO Desenho de Mariana Lamenza

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EDIFICAÇÃO DA PRAÇA DE SÃO BENEDITO Planta e fachada. Baseado em: PORTO Desenho de Mariana Lamenza


EDIFICAÇÃO DA RUA RAFAEL XAVIER Data: 1922. Planta e fachada. Baseado em: PORTO Desenho de Mariana Lamenza

EDIFICAÇÃO DA RUA MAJOR JULIO NUNES, 120 Planta e fachada. Baseado em: PORTO Desenho de Mariana Lamenza

ESQUEMA DE EDIFICAÇAÕ COLONIAL Planta baixa da casa típica colonial de Natividade, esquematizada. O quintal no fundo das edificações parece ser derivado de tradição africana Baseada em: PICANÇO. Desenho de Mariana Lamenza 45


FORMAÇÃO DA CIDADE DE PORTO NACIONAL 1º quarto do século XIX. Baseado em: PORTO Desenho de Mariana Lamenza FORMAÇÃO DA CIDADE A formação da cidade de Porto Nacional iniciou-se com a fundação do arraial de Porto Real em 1738 e seria elevado à condição de vila em 1831

FORMAÇÃO DA CIDADE DE PORTO NACIONAL 2º quarto do século XIX. Baseado em: PORTO Desenho de Mariana Lamenza

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FORMAÇÃO DA CIDADE DE PORTO NACIONAL 3º quarto do século XIX. Baseado em: PORTO Desenho de Mariana Lamenza


EDIFICAÇÕES DE PORTO NACIONAL As imagens apresentam, respectivamente, uma perspectiva da cidade e detalhes de janelas presentes na cidade. Desenho de Mariana Lamenza

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Igreja de Nossa Senhora do Rosário, Arraial da Barra (atual Buenolândia), Goiás. Desenho de Amanda Reis a partir de foto de ASSENÇO (2015).

ARRAIAL DA BARRA, "O PONTO ZERO DE GOIÁS"? A fim de encontrar a localidade onde anos antes estivera com seu pai em busca de nativos para escravizar, ocasião em que acabaram se deparando também com uma pepita de ouro, na região próxima ao Rio Vermelho (afluente do Rio Araguaia), Anhanguera "filho" (Bartolomeu Bueno da Silva) parte em uma grande bandeira em 1722. Atingindo seu objetivo, em 1725 funda o Arraial da Barra, edificando uma morada para si e ordenando a construção da igreja.

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VILLA BOA DE GOIÁS Na década de 1730, com ordens da Cora, o Governo da Capitania de São Paulo fica responsável pela fundação de uma nova vila nas terras então descobertas para centralizar e fiscalizar as atividades que surgiam em decorrência da extração de ouro. São seguidas as legislações de planejamento de novas vilas vigentes na época, porém com algumas modificações e adaptações,

Mapa de Villa Boa (Cidade de Goiás) de 1782. Fonte: <http://ovilaboense.blogspot.com/2009/04/mapa-devila-boa-cidade-de-goias-1782.html> Acesso: 13 jul. 2021.

Vista de Villa Boa de Goiás (Cidade de Goiás), 1803 (sem registro de autoria). Fonte: GALVÃO, 2008. Disponível em: <https://vitruvius.com.br/revistas/ read/arquiteturismo/01.011-012/1397> Acesso: 13 jul. 2021 49


Fachada da Casa de Câmara e Cadeia de Vila Boa (atualmente). Desenho de Amanda Reis a partir do Google Street View.

A CASA DE CÂMARA E CADEIA "A Casa de Câmara e Cadeia da antiga capital de Goyaz, Vila Boa, descansa solenemente no alto do Largo do Chafariz da atual cidade de Goiás. O grande sobrado, com pavimentos térreo e superior, grossas paredes de taipa de pilão, entremeadas com pedras, e janelas gradeadas compõem o conjunto arquitetônico e urbanístico (...)" (VIEIRA JÚNIOR; BARBO, 2011)

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Plantas do térreo e pavimento superior da Casa de Camâra e Cadeia de Villa Boa de Goiás. Desenho de Amanda Reis baseado em foto disponível em VIEIRA JÚNIOR e BARBO (2011)


Representação do projeto para a cidade de Villa Bela da Santíssima Trindade, planejada para ser a capital de Mato Grosso. Desenho de Giulia Sgarbi. Adaptado de: Casa da Ínsua, Portugal

A PRIMEIRA CAPITAL DO MATO GROSSO FOI PLANEJADA Vila Bela da Santíssima Trindade foi a primeira capital de Mato Grosso, fundada em 1752. Foi uma das primeiras cidades planejadas do país, por questões estratégicas, com projeto elaborado em Portugal, para fixação de um núcleo urbano na fronteira ocidental. É possível ver como o traçado atual da cidade reflete o projeto colonial. Apesar de ser fundada diretamente pela Coroa, a cidade possui raízes fortemente ligadas à resistência dos escravos e indígenas e à formação de quilombos.

Imagem de satélite do desenho urbano atual da cidade de Vila Bela, onde é possível observar que a cidade continuou se expandindo em uma conformação similar à proposta pelo plano, em 1798. Fonte: Google Earth. 51



- CAPÍTULO IV -

Sincretismos SINCRETISMO É UMA PALAVRA MUITO utilizada para descrever a fusão de diferentes cultos religiosos, ou a síntese de elementos originários de visões diversas do mundo. Aqui vamos usar essa palavra para descrever a ocupação do território brasileiro no tempo presente, uma vez que essa abriga povos de origens distintas.

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Mapa das comunidades remanescentes de quilombos de São Paulo Desenho de Luisa Quintal

COMUNIDADES QUILOMBOLAS Além dos núcleos urbanos fundados por vilas a mando da Coroa Portuguesa, se formaram também as comunidades quilombolas, remanescentes de quilombos, que são hoje, no estado de São Paulo, compostas por mais de 1,4 mil núcleos familiares. Pode-se observar que elas emergem no entorno da cidade de São Paulo, entretanto, as vilas formadas no interior do estado também foram submetidas ao domínio da Coroa e interferências desta com diversas reformas urbanas na intenção de recriá-las aos moldes das cidades europeias.

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Habitação Quilombola de Ubatuba Desenho de Luisa Quintal

SINCRETISMO ENTRE OCUPAÇÕES INDÍGENA, QUILOMBOLA E IMIGRANTE A cidade Ubatuba, no Estado de São Paulo, onde desaguam na Bacia de Ubatuba os rios Grande e Indaiá possui quatro comunidades quilombolas reconhecidas, o Quilombo da Caçandoca, Quilombo do Camburi, Quilombo Fazenda Picinguaba e Quilombo Sertão do Itamambuca. As construções atuais misturam os saberes e técnicas tradicionais dos indígenas e dos povos africanos como o uso de materiais naturais, como técnicas de pau a pique e adobe, bambu, cipó e madeira com as técnicas dos povos colonizadores, como o uso da alvenaria.

Habitação Quilombola de Ubatuba Desenho de Luisa Quintal

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ALDEAMENTOS INDÍGENAS Os aldeamentos indígenas tiveram enorme importância no projeto de expansão e manutenção do poder da Coroa Portuguesa na região central do, hoje, Brasil. Serviram como instrumento de combate, principalmente, aos povos Kayapó, que resistiram por longo tempo à dominação portuguesa. Através do Mapa da Capitania Geral de Goiás é possível notar toda a violência empregada no domínio do território em um curto período de tempo. (DIAS, 2017)

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Mapa Geral da Capitania de Goiás de 1753 com destaque para a ocupação do território pelos diferentes grupos listados. Desenho de Amanda Reis a partir do Mapa Geral da Capitania de Goiás, de Ângelo dos Santos, de 1753, alterado por Thiago C. Dias (2017).


Planta da aldeia São José de Mossâmedes de 1774 (s/ registro de autoria). Fonte: DIAS, 2017.

Planta do aldeamento indígena de São José de Mossâmedes, (s/d e s/ registro de autoria). Fonte: CHAIM, 1983.

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Planta do aldeamento indígena de São José de Mossâmedes de 1774. Desenho de Amanda Reis a partir da Planta da aldeia de S. Iosé de Mosamedes, de 1774, alterado por Thiago C. Dias (2017).

ALDIA DE SÃO JOSÉ DE MOSSÂMEDES O plano da aldeia de São José de Mossâmedes serviu como modelo e suporte para a fundação de outros aldeamentos pelo sertão posteriormente. Apresentava “arquitetura racionalmente pensada para tornar os aldeados produtivos, civilizados e cristãos” (DIAS, 2017). Além disso, foi pensado como barreira para a proteção de Vila Boa de Goiás e como expansão do território de disputa com os Kayapó. (DIAS, 2017)

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Projetos de ALDEIAS para civilizar "ÍNDIOS" Desenho de Amanda Reis.

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Quilombo de Redenção, próximo de Natividade A edificação aparenta ser de pau a pique com a cobertura cerâmica, indicando a influências mistas em suas construção Desenho de Mariana Lamenza

Aldeamentos indígenas para Durante o processo de dominação , a Coroa tentou criar diversos aldeamentos, presumidamente segundo os padrões retilíneos europeus. Uma dessa aldeias foi Graciosa, que após anos de negligencia, falhou e resultou em conflitos entre os indígenas e não indígenas Desenho de Mariana Lamenza 60


Destruição do Quilombo dos Piolhos e a recaptura dos escravos que neles se abrigavam. Os abutres sobrevoando a construção indicam que o ataque deixou vítimas fatais. Colagem digital de Giulia Sgarbi. Adaptado de: Moacyr Freitas

O QUILOMBO DOS PIOLHOS Ao mesmo tempo que Villa Bela - nova capital planejada pela coroa do Mato Grosso prosperava, a população quilombola crescia. O grande Quilombo dos Piolhos, onde escravos e indígenas fugitivos da região de Vila Bela se abrigavam, foi destruído em 1770. A arquitetura quilombola, no Brasil - o que também, através de pesquisas, parece englobar o que acontecia na região do Pantanal - era feita por meio de técnicas construtivas de terra crua (como o pau-a-pique), com ripas e varas amarradas em forma de grelha e posteriormente embarreadas. A cobertura deveria ser leve - pois a parede não suportava muito peso - e normalmente era feita de palha.

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- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA F. W. e YAMASHITA, A. C.: “ARQUITETURA INDIGENA”. Disponível <http://docplayer.com.br/6677992-Arquitetura-indigena.html>. Acesso em: 23/06/2021

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67



UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO AUR090 - ARQUITETURA BRASILEIRA

AMANDA MARTINS DOS REIS GIULIA SGARBI LUÍSA CEZARETE QUINTAL MARIANA LAMENZA

CADERNO DE ESTUDOS: ARQUITETURA BRASILEIRA Região das bacias hidrográficas do AtlânticoSudeste, Tocantins-Araguaia e Paraguai

PARTE II

JUIZ DE FORA 2021



PARTE II

DA TRANSIÇÃO PARA O ECLETISMO AO MODERNISMO



Sumário Capítulo 5 - Transição para o Ecletismo ..................................................... 75 Capítulo 6 - Ecletismo ................................................................................. 87 Capítulo 7 - Modernismo ............................................................................. 97 Referências ............................................................................................... 108



- CAPÍTULO V -

Transição para o Ecletismo

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Relação entre as cidades de Tocantins e o restante da Colônia no Século XIX. Desenho de Mariana Lamenza baseado Baseado em BESSA

Principais rotas do Tocantins na Colônia Desenho de Mariana Lamenza Baseado em BESSA 76


Implantação Atual da comunidade Quilombola da Mumbuca Desenho de Mariana Lamenza Baseado em: googlemaps.com

Edificação da Comunindade Quilombola da Mumbuca Desenho de Mariana Lamenza Baseado em Folha do jalapão

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Habitações da Comunidade Quilombola da Mumbuca Desenho de Mariana Lamenza Baseado em: Foursquare

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Casa da Comunidade Quilombola da Mumbuca Desenho de Mariana Lamenza Baseado em Dolce e Medeiros


Desde 1872, quando houve a chegada dos fundadores de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, a tecnologia construtiva utilizada era a taipa coberta de palha de bacuri. Essa tipologia tinha matriz na casa rural e popular mineira, devido à própria cultura dos fundadores. Essa habitação de caráter vernacular predominou até o início do século XX, quando as habitações em taipa começaram a ser demolidas ou por sua precariedade ou pelo Código de Posturas de 1921, que obrigava a substituição das edificações em taipa por edificações em alvenaria de tijolos. A paisagem urbana de Campo Grande foi se alterando conforme essa substituição acontecia: surgiam paredes em alvenaria de tijolos, telhas de barro e pinturas em cal. Essa “modernização construtiva”, se comparada ao que acontecia em termos de arquitetura no litoral do país, aconteceu de forma bastante tardia em alguns estados mais centrais no território brasileiro. Enquanto os primeiros tijolos eram assentados na pequena cidade de Campo Grande, grandes e emblemáticos edifícios neoclássicos, barrocos e ecléticos já existiam nas capitais de outros estados, como São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro e Porto Alegre.

A casa rural mineira. Desenho de Giulia Sgarbi Baseado em: Arruda, 2003.

Casa de alvenaria rústica de Campo Grande. Desenho de Giulia Sgarbi Baseado em: Arruda, 2003.

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Quando houve a inauguração da ferrovia Noroeste do Brasil - que ligou Campo Grande à cidade de São Paulo - e a construção dos quartéis militares, uma leva enorme de migrantes e imigrantes chegou à estação ferroviária da cidade. Nessa leva, haviam construtores de vários cantos do país e do mundo, e, com eles, chegou também a experiência construtiva de erguer fachadas com adornos clássicos - o que originaria, então, nas primeiras manifestações ecléticas na cidade. A pioneira foi a casa do comerciante Bernardo Franco Baís, finalizada em 1918.

Morada dos Baís, primeiro exemplar eclético em Campo Grande, finalizada em 1918. Desenho de Giulia Sgarbi Baseado em: Arquivo Histórico de Campo Grande

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Rio Itabapoana, divisa do Rio de Janeiro com Espírito Santo O estilo arquitetônico Eclético surge nesse contexto de intensificação do processo de urbanização; enquanto o Brasil importava os materiais construtivos e até edifícios industriais inteiros, desmontados em navios nas povoações do litoral, eram fomentadas reformas urbanas, a agricultura que antes era integrada aos ciclos da mata atlântica, é alterada para o modelo latifundiário e monocultor que persiste até a atualidade. Desenho de Luisa Quintal

Rio Itabapoana, divisa do Rio de Janeiro com Espírito Santo O entorno dos rios, antes cobertos por mata ciliar, se transforma em plantações, usinas, represas e pastos. Surge então o interesse pelo paisagismo como arquitetura, dentro das cidades, incluindo a arborização das vias nos projetos de reformas urbanas e a introdução de espécies exóticas, importadas.

Desenho de Luisa Quintal

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EM BUSCA DA MODERNIZAÇÃO Assim como o povoamento português das regiões mais centrais do território hoje chamado Brasil, a chegada das inovações e modernização vivenciadas pelas áreas litorâneas ao longo do século XIX tarda em alcançar tais regiões. Com a construção das estradas de ferro, as novas tecnologias e novos ideais vão se adentrando no território brasileiro. Porém, a modernização se concentra em vilas às margens ou próximas à linha férrea, tardando ainda mais em chegar em núcleos localizados fora do perímetro férreo. Esse, por exemplo, foi o caso da região Sudoeste de Goiás, que, apesar de sua importância produtiva e econômica, só passou a empregar inovações arquitetônicas, urbanísticas e paisagísticas no fim da década de 1920. A cidade de Jataí (GO), por exemplo, que terá relações mais estreitas com o Triângulo Mineiro e São Paulo do que com a capital (Vila Boa / Cidade de Goiás), só em 1928 passará a contar com construções em estilo eclético, cujo marco é o Grupo Escolar Presidente Brasil Caiado, e a partir de então, passará a contar com inovações técnicas, de materiais e de implantação de suas construções, abandonando, e até chegando a “proibir”, antigas tradições construtivas, que passam a ser vistas como símbolo de atraso.

Casa do período colonial em Jataí, Goiás Desenho de Amanda Reis a partir de imagem encontrada no vídeo “Casarões Antigos de Jataí”. Fonte: <https://www.youtube.com/watch?v=Wl31icr2Ji8>.

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Fachada do Grupo Escolar Presidente Brasil Caiado, Jataí, Goiás. Desenho de Amanda Reis a partir de imagens do Google Street View (2019).

Esquadrias de madeira dão lugar a esquadrias de ferro e vidro. Desenho de Amanda Reis

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Nas coberturas, telhas francesas substituem as antigas telhas em capa e bica. Desenho de Amanda Reis

Estabelecimento de platibandas no arremate das coberturas Desenho de Amanda Reis

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Mudança na tecnologia empregada nas construções: tradicionais adobes dão lugar aos tijolos cerâmicos Desenho de Amanda Reis

Mudança na implantação da edificação no lote: casas no alinhamento da rua dão lugar às residências com recuos em relação aos limites do lote. Desenho de Amanda Reis

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- CAPÍTULO VI -

Ecletismo

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Desenvolvimento de Porto nacional, no século XIX Após a construção da catedral, que alterou a conformação espacial da cidade de Porto Nacional. Desenho de Mariana Lamenza Baseado em PORTO


Catedral de Porto Nacional. Substituiu a igreja matriz e trouxe uma contraposição à paisagem da área. . Desenho de Mariana Lamenza Baseado em PORTO

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Igreja Matriz de Arraiais do Tocantins Desenho de Mariana Lamenza Baseado em: Google.com

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Cidade de Arraiais. Desenho de Mariana Lamenza Baseado em: Google.com


Catedral de Nossa Senhora da Consolação de Tocantinópolis Durante o século XIX. várias cidades foram fundadas, incluindo Tocantinópolis Desenho de Mariana Lamenza

Edificação em Natividade Apresenta características ecléticas, como as platibandas, o formato das janelas (arco abatido), as colunas, aparenta possuir um porão elevado, levando a entrega a ser acessada por escadas. Desenho de Mariana Lamenza Baseado em: googlemaps.com

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Edificação em Natividade Desenho de Mariana Lamenza Baseado em: googlemaps.com

Usina Hidrelétrica de Marmelos Construída no século XIX, em Juiz de Fora, Minas Gerais, no rio Paraibuna, da Bacia Hidrográfica do sudeste, foi a primeira hidrelétrica do Brasil, época quando era produzida arquitetura eclética exemplificando as alterações na paisagem rural e urbana. Desenho de Luisa Quintal

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Em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, foram os chamados “frentistas” que realmente introduziram o estilo eclético na cidade. Eram construtores práticos, que aprendiam geralmente em família, e que eram responsáveis pela elaboração das fachadas - portanto, participavam da construção apenas em sua fase final, transformando construções simples de alvenaria de tijolos em exemplares do estilo eclético. Várias edificações ecléticas eram marcadas pelo surgimento de porões, platibandas, arcos e pináculos, cores claras e tons pastéis, esquinas chanfradas. Coexistiam com edificações em estilo eclético, claro, casas em estilo colonial e neoclássico, e, a partir das décadas de 30 e 40, surgem em Campo Grande edificações com elementos de arquitetura e ornamentação Art Déco.

Colégio Oswaldo Cruz, arquitetura eclética, erguido entre 1916 e 1919 Desenho de Giulia Sgarbi Baseado em: Mapio

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ARQUITETURA PARA CIVILIZAR Ainda tomando como estudo a cidade de Jataí (GO), impostos e insaturados os ideais de modernidade e progresso, a partir da década de 1930, a prefeitura empreende uma série de medidas de controle sobre as construções (novas e já existentes) a fim de garantir o embelezamento da cidade e o respeito aos novos padrões de estética, higiene e conforto. Além do estabelecimento de normas construtivas e fiscalização, a prefeitura realiza uma série de obras, arquitetônicas, urbanísticas e paisagísticas. Dentre elas, destacam-se, dentre outras, o Açougue Municipal, onde houve uma preocupação com a higiene, expressa nos materiais empregados, e a Praça 24 de outubro, que receberá jardins, calçamento, iluminação e um coreto em seu centro. Dessa forma, tem-se a utilização do urbanismo, do paisagismo e da arquitetura como meios de ditar os gostos da população, pelo menos da parcela mais abastada de maneira mais enfática, uma vez que o restante da população, certamente, passa a beber também das mesmas influências, mas, pelo alto custo necessário para a implementação de tais inovações, acredita-se que acaba as expressando de uma forma diferente, mais irreverente e espontânea, que, infelizmente, raras as vezes constam nos registros históricos. A arquitetura cumpre, portanto, o papel de civilizar a população, às vezes mais, às vezes menos, mas em ambos casos alterando a relação das pessoas com o espaço que vivenciam.

Praça 24 de outubro (1938), Jataí, Goiás Desenho de Amanda Reis.

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Açougue Municipal em Jataí (década de 1930), Goiás Desenho de Amanda Reis. a partir de imagem em Pinto Junior (2019)

Aplicação de novos revestimentos, mais higiênicos, no interior do açougue, Jataí, Goiás. Desenho de Amanda Reis.

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- CAPÍTULO VII -

Modernismo

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HABITAÇÃO

COMÉRCIO E SERVIÇO REGIONAL E INDÚSTRIAL

SOCIAL CULTURAL E RECREACIONAL

ÁREA RURAL E DE PRESERVAÇÃO

CENTRO ADMINISTRATIVO

PARQUES URBANOS

COMÉRCIO E SERVIÇO URBANO COMÉRCIO E SERVIÇO CENTRAL

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Croquis da cidade de Palmas Desenho de Mariana Lamenza Baseado em: VELASQUES

Planta da cidade de Palmas Destaque para a setorização e as quadras, extremamente geométricas Desenho de Mariana Lamenza Baseado em: VELASQUES


Palacio Araguaia Projetado por Maria Luci da Costa e Ernani Vile, inaugurado em 1991, e ao longo dos anos sofreu diversas alterações. Desenho de Mariana Lamenza Baseado em:https://turismo.to.gov.br/regioes-turisticas/serras-e-lago-/principais-atrativos/palmas/praca-dosgirassois/palacio-araguaia/

Memorial Coluna Prestes, Projeto de Oscar Niemeyer nos anos 1990, inicialmente com a intenção de ser implantado na Barra da Tijuca, sendo finalmente construída em Palmas. Desenho de Mariana Lamenza Baseado em: REIS E CARDOSO

Prefeitura de Palmas, Projeto do GRUPOQUATRO, 1990 Desenho de Mariana Lamenza Baseado em: REIS E CARDOSO

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Quando as revistas nacionais de arquitetura começaram a chegar em Campo Grande, várias famílias começaram a optar por construir suas casas no estilo “moderno” das casas cariocas e paulistas. Em 1927, Warchavchick inaugurava o movimento moderno em São Paulo. Assim como as primeiras construções em alvenaria de tijolos, o modernismo demorou para chegar no Mato Grosso do Sul. Só 30 anos depois da Casa Modernista de Warchavchick a primeiro exemplar residencial moderno foi construído em sua capital (o primeiro edifício moderno da cidade foi a atual Escola Maria Constança de Barros Machado, projetada por Oscar Niemeyer): a casa do médico Koei Yamaki, obra do arquiteto Israel Barros Corrêa. Era isenta de ornamentos, reta, paredes em pastilha, linhas esbeltas, platibanda escondendo o telhado em telha de fibrocimento.

Implantação do Colégio Estadual de Campo Grande - hoje Escola Maria Constança de Barros Machado Projeto de Oscar Niemeyer, 1952 Desenho de Giulia Sgarbi Adaptado de: Arruda, 2000.

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Vista atual da entrada da Escola Maria Constança de Barros Machado Projeto de Oscar Niemeyer, 1952 Desenho de Giulia Sgarbi


Primeira casa moderna de Campo Grande, construída em 1957. Desenho de Giulia Sgarbi Adaptado de: Arruda, 2003.

Rapidamente, por volta dos anos 60, muitos elementos modernos começaram a ser difundidos na arquitetura residencial popular de Campo Grande, passando a fazer parte do repertório construtivo dos mais simples construtores. Pedras utilizadas como revestimento nas superfícies verticais, pérgolas em concreto, pilares falsos, muitas vezes em forma de “V”, platibandas escondendo telhados em telha francesa com frisos horizontais e verticais e linhas inclinadas na fachadas frontais são alguns exemplos de elementos modernos incorporados na maioria das casas populares construídas entre os anos 50 e 60 na capital matogrossense.

Exemplares de arquitetura residencial popular em Campo Grande, utilizando de elementos modernistas em sua composição. Desenho de Giulia Sgarbi Adaptado de: Arruda, 2003.

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Masp, Museu de Arte de São Paulo No século XX, principalmente a partir da segunda metade, emerge o que pode-se perceber como arquitetura moderna brasileira. No Bairro Bela Vista, em São Paulo, próximo às margens do rio Tietê, cuja nascente está localizada na Serra do Mar, está o MASP, Museu de Arte de São Paulo, projetado em 1958 por Lina Bo Bardi, exemplo da arquitetura moderna brutalista, industrializada. Desenho de Luisa Quintal

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GOIÂNIA, CAPITAL PLANEJADA Com a chegada de Vargas ao poder federal (1930), surgem novos ideais para o país, dentre eles a interiorização, a nacionalização e a modernização do território nacional. É nesse contexto e com esse objetivo que se dá a transferência da capital de Goiás da cidade de Goiás (antiga Vila Boa) para Goiânia, cidade planejada para ser símbolo desenvolvimentista da região e funcionar como ponto estratégico entre a capital, Rio de Janeiro, e as regiões centro-oeste e norte do país. Seguindo os preceitos da escola francesa de urbanismo, Atílio Corrêa Lima, em 1933, faz o projeto para a cidade, cujo traçado se caracterizava por um zoneamento com grandes vias, parques lineares e áreas verdes, sendo a região central símbolo do poder e lugar de encontro da população. Nos anos seguintes, a firma carioca contratada para a construção da nova capital, Coimbra Bueno, faz algumas modificações no projeto de Atílio, mas a ideia base permanece a mesma. (OLIVEIRA, 2017)

Malha urbana da cidade de Goiânia. Goiás, 1933. Desenho de Amanda Reis baseado na planta da cidade de Goiânia desenvolvida por Atílio Corrêa Lima em 1933. Fonte: <https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-Planta-da-cidade-de-Goiania-desenvolvida-pelo-arquitetoe-urbanista-Attilio_fig1_323255706>. Acesso: 12 ago. 2021. 103


Planta Geral da Cidade de Goiânia, Goiás, executado por Coimbra Bueno & Cia Ltda. em 1947. Fonte: <https://www.scielo.br/j/urbe/a/d3gMD7QXmx8MkNY9mF4FJgq/?lang=pt>. Acesso: 12 ago. 2021.

Os primeiros edifícios construídos seguiam majoritariamente o estilo art déco, em especial aqueles destinados à administração pública. De uma maneira geral, pode-se dizer que as residências construídas ao longo da década de 1930 apresentavam uma tendência eclética, em todas as camadas sociais, com adaptações aos gostos e materiais locais. Um ponto de destaque nas novas construções foi a padronização do programa das casas que contavam com alpendre, sala, quartos, cozinha e banheiro, em quantidade variável de acordo com a classe dos proprietários. O projeto de Goiânia contava com três modelos de residências oficiais: as casas-tipo modelo, de programa mais sofisticado e destinadas às classes mais altas; as casas populares, de programa compacto, destinadas a operários e localizadas em sua maioria no Bairro Popular; e as casas para funcionários, também de programa mais reduzido e localizadas em torno da área central e das principais vias, assim como as casas-tipo modelo. (OLIVEIRA, 2017)

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Casas para funcionários nos primeiros anos de Goiânia, Goiás.. Desenho de Amanda Reis a partir de Oliveira (2017).

Residência de Doutor Pedro Ludovico Teixeira (atual Museu Pedro Ludovico) em Goiânia, Goiás . Desenho de Amanda Reis a partir de Oliveira (2017). 105


Primeira casa modernista em Goiânia, Goiás (1952).. Desenho de Amanda Reis a partir de Oliveira (2017) apud Oliveira (2016).

A capital é inaugurada em 1942, mas os preceitos modernistas só aparecerão em 1953, com a construção de uma residência particular que rompe com os padrões até então dominantes. De projeto do arquiteto Eurico Godoi, a primeira casa modernista goianiense, além da distinção estilística, apresentava uma nova distribuição funcional, com o setor íntimo aos fundos e os setores social e de serviços à frente, contando também com um jardim interno. (OLIVEIRA, 2017) Essas mudanças passam a exercer grande influência no gosto local, mas, mais uma vez, elas irão se expressar de maneira mais “pura” nas residências da elite goianiense. As camadas mais baixas da população empregará algumas características adaptando-as a suas realidades e condições.

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Planta da primeira casa modernista em Goiânia, Goiás (1952).. Desenho de Amanda Reis a partir de Oliveira (2017) apud Oliveira (2016).


Considerações Finais O estilo eclético na arquitetura emerge na metade do século XIX, quando na bacia hidrográfica do sudeste ocorriam as reformas urbanas, a chegada da família real, manifestações políticas como a revolta da vacina, construção das primeiras barragens e usinas hidrelétricas e a economia era fortalecida pelo ciclo do plantio de café para exportação. O Rio Itabapoana possui em seu curso cinco usinas hidrelétricas construídas e o desmatamento da mata ciliar do mesmo, que antecede esse período, é uma representação da transformação da paisagem. O relatório de impacto ambiental para a continuação da construção desse complexo hidrelétrico, escrito em 2002, afirma que essa alteração causada pelo desmatamento que propiciou os ciclos de monocultura latifundiária e pastagem, torna o local propício para esse tipo de usina. “As PCH’s em estudo atendem às premissas acima enumeradas pois: [...] Estão localizadas em região que, por sua ocupação histórica, já se mostra bastante alterada do ponto de vista ambiental, o que também implica em menor custo para o empreendimento e para sociedade.” (RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL, 2002) O trecho acima representa um ciclo de destruição quando a forma de ocupação do solo de forma sustentável com a manutenção correta das florestas é renegada através do ciclo exploratório dos povos pré existentes, e isso torna possível a continuação dessa destruição com a exploração do rio, alterações no seu curso, nos seus ecossistemas, de forma a prejudicar a biodiversidade, a vida. A primeira Usina Hidrelétrica construída no Brasil foi a Usina Hidrelétrica de Marmelos, no curso do rio Paraibuna, o que serve de marcador temporal, pois foi construída no século XIX em 1886. A eletricidade, proporciona o surgimento das primeiras indústrias que começaram a substituir nesse período a manufatura dos materiais construtivos, porém nesse contexto de século dezenove esses eram importados da europa de acordo com Nestor Goulart Reis, no livro Quadro da Arquitetura no Brasil. O processo de urbanização lento e forçado influenciado pelas cidades europeias como Paris (que gera a posteriori a formação de subúrbios, loteamentos e zonas urbanas periféricas) as primeiras leis urbanísticas no Brasil, a paisagem rural marcada pelos ciclos do café, da cana de açúcar, dentre outras culturas, o fim da escravatura em 1888 seguido do lento início da mão de obra assalariada, a mistura das técnicas e saberes construtivos manufaturados e industriais são características desse período nas cidades da Bacia Hidrográfica do sudeste, que antecede o período moderno, onde ocorre a maior parte da produção arquitetônica da região. O ecletismo arquitetônico nas cidades no entorno dos rios do sudeste precede de forma gradual o período moderno, possibilitado pelas indústrias, pela eletricidade, técnicas, tecnologias, alterações nos meios de transporte e de comunicação. Uma explanação de como a eletricidade altera a vida do homo sapiens no início desse período moderno se encontra no livro Teoria e Projeto na Primeira Era da Máquina, de Reyner Banham. Na cidade de São Paulo, existem algumas Usinas Hidrelétricas nos curso de seus rios que fornecem energia elétrica, lá está localizado um exemplar da arquitetura moderna, brutalista, o MASP, Museu de Arte de São Paulo, no bairro Bela Vista, pelos elementos pré moldados, pelas grandes vigas e colunas de concreto e aço, vidros, planta do térreo livre, escada aberta, elevadores, esquadrias em sequência repetitiva de vidro ocupando a fachada por inteiro e pelo contexto em que foi construído. A relação deste edifício com a bacia hidrográfica são as usinas hidrelétricas que possibilitaram pela primeira vez neste território construções deste porte com o uso destas técnicas que são inspiradas em arquiteturas europeias e com mão de obra recentemente assalariada.

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- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS “Comunidade Mumbuca” Disponível em: <https://turismo.to.gov.br/mateiros/comunidade-mumbuca/>. Acesso em 11 ago. 2021 “Cultura e tradição do Jalapão no povoado Mumbuca” Disponível em: <https://folhadojalapao.com.br/cultura-e-tradicao-do-jalapao-no-povoado-mumbuca/>. Acesso em 11 ago. 2021 “Povoado de Mumbuca”. Disponível em: <https://pt.foursquare.com/v/povoado-demumbuca/58b42ed326a9534fe5eeda89?openPhotoId=5a6230796818075a8a8678d3>. Acesso em 11 ago. 2021 “Palácio Araguaia” Disponível em: <https://turismo.to.gov.br/regioes-turisticas/serras-elago-/principais-atrativos/palmas/praca-dos-girassois/palacio-araguaia/>. Acesso em 11 ago. 2021 "Tocantinópolis – Catedral de Nossa Senhora da Consolação." Disponível em: <http://www.ipatrimonio.org/tocantinopolis-catedral-de-nossa-senhora-daconsolacao/#!/map=38329&loc=-6.3575239250288735,-47.426127818907844,17>. Acesso em 11 ago. 2021 ARRUDA, Ângelo Marcos. A popularização dos elementos da casa moderna em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Arquitextos, São Paulo, ano 04, n. 047.06, Vitruvius, abr. 2004 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/04.047/596>. ________________. A casa em Campo Grande: Mato Grosso do Sul, 1950-2000 – parte 1. Arquitextos, São Paulo, ano 03, n. 036.10, Vitruvius, maio 2003. Disponível em: https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/03.036/690. Acesso em 28/06/2021. ARRUDA, Ângelo Marcos Vieira de. "A casa em Campo Grande: Mato Grosso do Sul, 1950-2000 – parte 2". Arquitextos, Texto Especial n. 184. São Paulo, Portal Vitruvius, jun. 2003. Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp184.asp. Acesso em 28/06/2021. _________________. A Popularização dos Elementos da Casa Moderna em Campo Grande – Mato Grosso do Sul. In: 5° SEMINÁRIO DOCOMOMO BRASIL, 5. São Carlos, 2003. Disponível em: https://docomomo.org.br/wp-content/uploads/2016/01/024R.pdf. Acesso em: 28 jul. 2021. __________________. O Colégio Estadual de Oscar Niemeyer em Campo Grande MS: uma análise compositiva. Arquitextos, São Paulo, ano 01, n. 006.07, Vitruvius, nov. 2000 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/01.006/960>.

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- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GRANDE, Arca - Arquivo Histórico de Campo. Morada dos Baís. Disponível em: http://www.campogrande.ms.gov.br/arca/artigos/morada-dos-bais/. Acesso em: 28 jul. 2021. GRANDE, Arca - Arquivo Histórico de Campo. Residência do Dr. Koey Yamaki. Disponível em: http://www.campogrande.ms.gov.br/arca/artigos/residencia-do-dr-koeyyamaki/. Acesso em: 28 jul. 2021. MAPIO. Escola Municipal Oswaldo Cruz. Disponível em: https://mapio.net/pic/p37069684/. Acesso em: 28 jul. 2021. MEDEIROS, Weverton. Jataí (GO) Fotos antigas... YouTube, 25 jun. 2012. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=yZKLUhF6XmY>. Acesso: 1 ago. 2021. OLIVEIRA, Simone B. C. de. IDENTIDADE PATRIMONIAL: Arquitetura residencial em Goiânia de 1933 a 1950 - do Ecletismo ao Modernismo. In: 1º Simpósio Científico ICOMOS Brasil, 2017, Belo Horizonte. Disponível em: <https://docplayer.com.br/113714042-Identidade-patrimonial-arquitetura-residencialem-goiania-de-1933-a-1950-do-ecletismo-ao-modernismo.html>. Acesso: 31 jul. 2021. PINTO JUNIOR, Rafael Alves. Novas formas no sertão. O ecletismo no Sudoeste de Goiás (1928-1940). Arquitextos, São Paulo, ano 20, n. 234.05, Vitruvius, nov. 2019 Disponível em: <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/20.234/7568>. Acesso: 31 jul. 2021. REIS FILHO, Nestor Goulart. Quadro da arquitetura no Brasil. 4.ed. São Paulo: Perspectiva, 1978. 214 p. SILVA, Érika Santos. Quadros de luz e arquitetura eclética de Campo Grande/MS. 2011. 45 f. TCC (Graduação) - Curso de Bacharelado em Artes Visuais, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2011. Disponível em: https://pt.slideshare.net/Acervo_DAC/silva-rika-santos-quadros-de-luz-e-arquiteturaecltica-de-cgms. Acesso em: 28 jul. 2021. BANHAM, Reyner. Teoria e Projeto na 1ª Era da Máquina. São Paulo: Ed. Relatório de impacto ambiental do Rio Itabapoana para construção de PCH’s, 2002, disponível em <https://iema.es.gov.br/Media/iema/Downloads/RIMAS/RIMAS_2002/Complexo%20Hidr el%C3%A9trico%20do%20rio%20Itabapoana.pdf> acessado em 19/08/2021 Transmissão ao vivo da Sessão Ordinária da Câmara Municipal de BJI 19-08-2021 111



UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO AUR090 - ARQUITETURA BRASILEIRA

AMANDA MARTINS DOS REIS GIULIA SGARBI LUÍSA CEZARETE QUINTAL MARIANA LAMENZA

CADERNO DE ESTUDOS: ARQUITETURA BRASILEIRA Região das bacias hidrográficas do AtlânticoSudeste, Tocantins-Araguaia e Paraguai

PARTE III

JUIZ DE FORA 2021



PARTE III

PAISAGENS



Sumário Capítulo 10 - Paisagens Marginalizadas .................................................... 119 Capítulo 11 - Paisagem dicotômica ........................................................... 127 Capítulo 12 - Paisagem como palimpsesto ................................................ 133 Referências ................................................................................................. 141



- CAPÍTULO X -

Paisagens Marginalizadas

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O estado do Tocantins não possui muita informações sobre aglomerados subnormais ou comunidades, sendo as únicas informações levantadas são seis ocupações em Araguaína, baseado no censo de 2010. Porém, existe a ocupação Pinheirinho vive, ou Capadócia, nome dado à uma comunidade no sul da cidade de Palmas, onde as habitações apresentam o aspecto mais improvisado e “desordenado” em sua implantação Sua localização é incerta, uma vez que várias fontes apontam localizações diferentes, Quadra T-33 do setor Taquari, Av. Taquari, Bairro Taquari, Rua União-Sul, entre esses apenas a última é possível localizar utilizando o Google Maps.

Aglomerados subnormais da cidade de Araguaína. Desenho de Mariana Lamenza Adaptado de: Neto.

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Imagens da comunidade da capadócia, TO. Desenho de Mariana Lamenza Adaptado de: TV Resistência Contemporânea


Imagens da comunidade da capadócia, TO. Desenho de Mariana Lamenza Adaptado de: http://turma9203.blogspot.com/2014/02/capadocia.html.

Imagens da comunidade da capadócia, TO. Desenho de Mariana Lamenza Adaptado de: http://turma9203.blogspot.com/2014/02/capadocia.html.

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Algumas paisagens não reconhecidas em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul: a favela Cidade de Deus em Campo Grande - MS, que, a partir de uma política de remanejamento das famílias mal-sucedida, gerou outras três comunidades precárias, a aldeia urbana de Malçal de Souza, também em Campo Grande, e a comunidade Quilombola de Mata-Cavalo, em Nossa Senhora do Livramento - MT.

Croqui representativo: favela Cidade de Deus em Campo Grande Desenho de Giulia Sgarbi Adaptado de: Midiamax

Croqui representativo: aldeia urbana em Campo Grande Desenho de Giulia Sgarbi Adaptado de: Wikipedia

Croqui representativo: comunidade quilombola de Mata-Cavalo Desenho de Giulia Sgarbi Adaptado de: Olhar Jurídico

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Croqui Ilustração do complexo de favelas da Maré, no Rio de Janeiro, habitações em palafitas

ARQUITETURA POPULAR O capítulo 14, Decolonizando o ensino de estruturas em arquitetura: uma proposta a partir da experiência na UNILA, do livro Por um ensino insurgente em arquitetura e urbanismo comenta sobre a maior parte da produção de arquitetura no território é informal, arquitetura popular, arquitetura que está fora da academia, arquitetura do cotidiano, pedreiros arquitetos, ausência de projeto, de planejamento precedido por desenhos técnicos e detalhamentos: compõem a paisagem. Este capítulo dá continuidade ao pensamento crítico sobre a produção e ensino de arquitetura brasileira, com ênfase no paisagismo e aponta o risco de desaparecimento dos saberes construtivos indígenas, ribeirinhas e quilombolas com a valorização de um só tipo construtivo, o que faz uso do concreto armado.

Croqui Ilustração do complexo de favelas da Maré, no Rio de Janeiro, habitações atuais

O capítulo finaliza comentando escolha das espécies vegetais escolhida para determinados paisagismos, como a utilização de palmeiras em monocultivo para ornamentação, e o uso de algumas espécies de foma generalizada como bromélias, vitórias régias, bananeiras e abacaxizeiros.

Croqui Ilustração da vegetação comentada

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Croqui representativo de comunidade dentro da Reserva Extrativista Iapú-Anilzinho, às margens do Rio Tocantins, no Pará. Desenho de Amanda Reis baseado em imagem de Dionessio M. Borges, disponível no Google Maps.

Croqui representativo de "casa embarreada" (BORGES, 2018) na Reserva Extrativista Iapú-Anilzinho, às margens do Rio Tocantins, no Pará. Desenho de Amanda Reis baseado em imagem de Dionessio M. Borges (2018), disponível no Google Maps. 124


OS APYÃWA Os Tapirapé, autodenominação Apyãwa, são um povo que historicamente habita as regiões ao longo da Bacia Tocantins-Araguaia. O início de sua relação com o Rio Tapirapé, afluente do Rio Araguaia data de meados do século XXVIII (TORAL, 2004 apud BALDUS, 1970).. A cultura construtiva desse povo sofreu várias influências ao longo dos anos, chegando aos dias de hoje com um sincretismo de técnicas e materiais (casas em alvenaria de tijolos e concreto com cobertura vegetal, por exemplo). Porém, uma construção resiste a essas influências, a takãra, Casa dos Homens, local de reunião dos homens da aldeia para diferentes fins, mas principalmente de concentração da vida ritual do povo juntamente com o pátio em frente a ela, sendo sua própria construção parte da atividade ritual dos apyãwa.

Croqui representativo da Aldeia Tapi'itawa na Terra Indígena Urubu Branco, localizada às margens do Rio Tapirapé, afluente do Rio Araguaia, no Mato Grosso, com destaque para a Takãra, Casa dos Homens Apyãwa (Tapirapé), localizada no centro da aldeia. Desenho de Amanda Reis baseado em imagem de Fabrício Fontenelle (2020) retirada do acervo do Projeto de Extensão "Abordagem Etnográfica e Estudo Preliminar Arquitetônico para o Museu Tapirapé", da FAU-UFJF.

PAISAGENS OUTRAS Assim como as aldeias indígenas não estão presentes na nossa composição de paisagem, pequenas comunidades tradicionais, extrativistas também não fazem parte desse imaginário. A partir disso, trazemos, tanto com a representação desse espaço central da vida apyãwa, como com diferentes modos de habitar encontrados na Reserva Extrativista Ipaú-Anilzinho (página anterior), desenhos que possam ajudar a compor esse cenário múltiplo das paisagens da Bacia do Araguaia.

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- CAPÍTULO XI -

Paisagem dicotômica: o campo e a cidade

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A relação entre campo e cidade na cidade de Palmas é curiosa e desafia os conceitos normais. De um lado, apresenta alto grau de urbanização e em outros momentos, apresenta lotes aparentemente com grandes dimensões com algumas plantações. Isso pode ser resultado da cidade com apenas 33 anos.

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Diferenças da cidade de Palmas. Desenho de Mariana Lamenza Adaptado de: Google Maps


Em Mato Grosso, assim como em outros estados brasileiros, é interessante observar o contraste existente entre paisagens de grandes centros urbanos e de cidades interioranas. Um exemplo é a cidade de Alto Paraguai - onde se localiza a nascente do Rio Paraguai - e a capital do estado, Cuiabá.

Croqui representativo: paisagem da cidade de Alto Paraguai. Desenho de Giulia Sgarbi Adaptado de: Pazos

Croqui representativo: paisagem da cidade de Cuiabá Desenho de Giulia Sgarbi Adaptado de: Miura

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Croqui de um cruzamento na cidade de São Geraldo do Araguaia, Pará Desenho de Amanda Reis a partir de imagens do Google Street View (2019).

QUAL O LIMITE ENTRE URBANO E RURAL? Ao longo dos estudos, muitas vezes, nos deparamos com cidades e pequenos municípios que apesar de apresentar certa infraestrutura que os caracterizariam como urbanos, também apresentavam características rurais. Essas impressões nos levam ao questionamento: qual o limite entre urbano e rural?

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CAMPO E CIDADE NA BACIA HIDROGRÁFICA DO ATLÂNTICO SUDESTE Não é possível definir com precisão quando se inicia a arquitetura contemporânea, quando põe fim à moderna, mas pode-se perceber as continuidades dessa. Em algumas cidades do interior, ao observar pelas características da arquitetura moderna, pode-se dizer que essa ainda está sendo produzida, pelas reformas urbanísticas e expansão das cidades aos moldes das capitais.

Croquis Ilustrativos Usina Santa Isabel, Bom Jesus do Itabapoana Desenhos de Luisa Quintal

A construção de indústrias no período moderno, no século XX, modificou a paisagem urbana e rural. Uma possível marcação temporal do século XXI, são as ruínas de indústrias que foram desativadas, como a Usina de Cana de Açúcar Santa Isabel, no povoado Usina Santa Isabel distrito de Bom Jesus do Itabapoana, onde as pessoas se estabeleceram como moradores por conta da atividade industrial pós abolição.

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- CAPÍTULO XII -

Paisagem como palimpsesto

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O centro da cidade de Porto Nacional, pela sua importância histórica para o Estado, e portanto, esta é tombada pelo IPHAN. Em contraste com seu início, temos uma grande expansão da cidade, que apesar disso, mantém o padrão de edificações de baixo gabarito. A cidade de Palmas, apresenta uma rápida expansão de seu centro desde de sua criação.

Possível configuração da cidade de Porto Nacional no início do Séc XIX. Desenho de Mariana Lamenza Adaptado de: Porto

Cidade Atual de Porto Nacional. Desenho de Mariana Lamenza Adaptado de: Portal IPHAN

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Progressão da cidade de Palmas. Desenho de Mariana Lamenza Adaptado de: Bastos

Colagens dos Diversos desenhos em vários Períodos. Desenho de Mariana Lamenza

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Um palimpsesto de paisagens como elemento obrigatório do percurso temporal realizado por uma sociedade e uma cultura localizada em determinado local geográfico. Abaixo, paisagens de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, dos seus primeiros povos indígenas à atualidade.

Croqui representativo: ocupações indígenas pré-coloniais. Desenho de Giulia Sgarbi Adaptado de: Povos Indígenas do Brasil

Croqui representativo: período colonial em Mato Grosso Desenho de Giulia Sgarbi Adaptado de: Governo de Mato Grosso

Croqui representativo: paisagem modernizante em Campo Grande Desenho de Giulia Sgarbi Adaptado de: Campo Grande News

Croqui representativo: paisagem contemporânea em Campo Grande. Desenho de Giulia Sgarbi Adaptado de: Mapio 136


Representação do palimpsesto formado a partir de nossos estudos sobre a Bacia Hidrográfica do Araguaia ao longo do semestre letivo. Montagem a partir dos desenhos produzidos por Amanda Reis sobre imagem da margem do Rio Araguaia, disponível em: <https://www.xapuri.info/home/rio-araguaia-a-historia-de-um-velho-com-varias-feicoes-juvenis/>. Acesso: 8 set. 2021.

PALIMPSESTO DO ARAGUAIA E chegamos ao fim dessa longa caminhada pela Bacia Hidrográfica do Araguaia, Nossos estudos nos possibilitaram perceber o quão ricas e diversas são as formas de construir e habitar de diferentes povos que habitam a região desse importante rio, que muitas vezes faz parte inclusive desse processo de construção e habitar. Chegamos a esse palimpsesto representado figurativamente na imagem acima, uma síntese de todas as contribuições que nos foi possível abordar. Nossas considerações não são finais, pois, além de ter muitos e muitos estudos necessários para tal, a composição da paisagem através da arquitetura é um processo em constante movimento. Logo, deixamos em aberto para que novas contribuições sejam descobertas e enriqueçam ainda mais esse imaginário de paisagem que compusemos sobre a região da Bacia do Araguaia.

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PALIMPSESTO DO CAMPO NA HIDROGRÁFICA DO ATLÂNTICO SUDESTE Neste trabalho a tese de doutorado de Ana Aparecida Barbosa foi utilizada para compreender a formação da paisagem rural desta região do Rio Itabapoana, a autora seguiu o caminho das trilhas do café desde o século XIX para compreender a história. A história da cultura da cana de açúcar é próxima em espaço tempo da cultura do café, quando não se misturam, havendo semelhanças na formação dos municípios do sul do estado do Espírito Santo e do norte do estado do Rio de Janeiro, o que justifica pensar-la seguindo o curso da hidrografia dos rios e não dividindo em fronteiras estatais, assim pode-se perceber a semelhança nas habitações populares e nas tipologias das grandes fazendas entre a parte mais próxima do litoral do Rio Itabapoana (predomínio da cana de açúcar no século XIX) e a região serrana (predomínio do café, desde o século XIX até hoje, e atualmente também do eucalípto). A autora discute ainda a questão da formação da propriedade privada nesta região após o fim da doação de terras pelas sesmarias, destacando o fato de que muitas propriedades não foram dadas, como as de imigrantes ou pessoas que já habitavam o território portugueses, colocando as pessoas como situações de “intrusos” ou invasores, entretanto apenas se apropriaram das terras que habitavam e cultivavam, outra questão é a dos latifúndios que surgem nesse contexto de apropriação por pessoas que visam o lucro extremo e a produção intensiva no solo. Mas se tratando de pequenos proprietários de terras, essa questão da apropriação permeia a região como uma problemática pois muitos lotes não têm registro de propriedade ou mapeamento, sendo o usucapião uma possibilidade de reconhecimento e regularização da terra nesses casos. Croquis Ilustrativos Ilustração das espécies comentadas. Desenhos de Luisa Quintal

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