Requalificação da Antiga Estação Ferroviária de Catanduva
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Requalificação da
Antiga Estação Ferroviaria Trabalho Final de Graduação
Amanda Santin Orientadora: Catherine D’ Andrea
Centro Universitário Estacio Ribeirão Preto,2017
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Resumo O presente trabalho irá tratar da requalificação de um pátio ferroviário com a finalidade de valorizar o espaço, oferecer novos usos para o edifício da estação existente e garantir benefícios sociais a população, assim diminuir o impacto da paisagem, devido à degradação do lugar. A ferrovia está localizada em um ponto da cidade que é possível identificar duas classes sociais distintas, de um lado a área central do município de Catanduva, onde há presença predominante de uso comercial atendendo uma parcela da população com renda mais elevada. Do outro lado, no bairro São Francisco é possível perceber um local predominantemente residencial, com algumas áreas de comercio informal dividindo espaços com a residência e uma população com renda mais baixa. Atualmente a estação se encontra abandona, frequentada por moradores de rua, isso torna a área perigosa, e mal vista pela população. Posto, isto o intuito do trabalho é reabitar novamente esse espaço, intervindo no local com a proposta de espaços corporativos, com o objetivo de valorizar a área, preservarem a arquitetura cultural e local, aumentar a segurança e diminuir a segregação da área.
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Agradecimentos
Nesta longa Jornada, tenho muito a agradecer, pelas experiências vividas e compartilhadas, pelos momentos difíceis, e momentos de alegria. Primeiramente agradeço a Deus, por nunca ter perdido a minha fé por ter chegado até aqui. Agradeço também aos meus pais Adenilson e Josiane, e a minha avó Teresinha, por tornar meu sonho possível, sem vocês nada disso seria possível então está conquista também é de vocês. Ao Igor, por todo o carinho, apoio, ajuda e a compreensão. Obrigado, por estar ao meu lado, me dando forças para continuar. E por fim, agradeço aos meus professores da Estácio, por todo o ensinamento, em especial a minha orientadora Catherine D’Andrea, por ter me ajudado ao longo desse ano, ter acreditado em mim e não deixar desistir e a coorientadora Rita de Cássia Fantini de Lima. Obrigada!
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Introdução
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Conceito de Intervenção
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Leitura Projetual -High Line -Parque Zhongshan Shipyard -Sesc Pompéia
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A Estação
Sumรกrio
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Entorno
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Projeto
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INTRODUÇÃO 12
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I N T R O D U Ç Ã O
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tema escolhido para o trabalho final de graduação do curso de Arquitetura e Urbanismo é a Requalificação da Antiga Estação Ferroviária em Catanduva, São Paulo. Ao observamos o objeto estudado é possível identificar um Patrimônio Histórico degradado, e com necessidade de reforma. A estação ferroviária foi muito utilizado no século XIX, mas que hoje encontra-se em estado avançado de degradação e abandono , sendo usado por moradores de rua e usuários de drogas. Além da requalificação da estação existente, o projeto conta também com a revitalização da praça dos idosos , que está localizada em frente a estação, com a inclusão e requalificação de toda a área, tendo como resultado final um espaço de conservação do edifício em um espaço corporativo. Para o desenvolvimento deste projeto, foi necessário fazer levantamentos de todo o entorno, tais como uso e ocupação do solo, gabarito, topografia, mobilidade urbana, entrevistas com os moradores do bairro, para verificar os impactos ambientais e sociais que causaria no entorno imediato, e suprir as necessidades do bairro. Este trabalho tem como principal objetivo a valorização e a requalificação do Patrimônios Históricos, neste contexto a Antiga Estação Ferroviária .O propósito deste projeto é utilizar o edifício histórico da cidade para, tornar um ambiente para a população, fazendo com que toda a cidade possa utilizar esse novo equipamento (espaços
corporativos) tendo uma manutenção diária , e conservando assim um bem de interesse histórico patrimonial da cidade de Catanduva. “Os centros históricos potencializam a identidade coletiva dos povos e promove preservação em bens culturais – imateriais e materiais. Com a preservação, pode- se contribuir para o desenvolvimento econômico e social da cidade e ainda otimizar custos financeiros e ambientais, através de aproveitamento da infraestrutura.” ( Pedro Paulo Funari e Sandra de Cássia Araújo Pelegrini, 2006) O tema abordado tem como objetivo reabilitar este local para que se possa conservar a história e a manutenção tanto na memória como na estrutura física deste edifício. Para isso serão utilizados as estruturas edificadas existentes que sofrerão restauro e conservação para novos usos, e a revitalização da praça dos idosos que está localizada em frente ao pátio ferroviário, assim, tornando um espaço de lazer, integrando junto com o edifício e o anexo (nova cobertura). A importância da preservação e da valorização de bens históricos são as memorias para as gerações futuras. Esses edifícios expressam a história de uma cidade, e a evolução de mudanças dos estilos arquitetônicos. A escolha do novo uso é ser um espaço corporativos, voltado para os empresários, e para aqueles que estão
iniciando uma carreira, que pretendem diminuir os gasto e também se adequada a nova forma de trabalhar. O objetivo do projeto é : - Promover a integração do bairro com a cidade. - Valorizar a área. - Levar emprego para o bairro. - Embelezamento Catanduva é muito procurada para suprir as necessidades das cidades vizinhas, por ser cidades menores. É bastante comum, vermos pessoas se deslocar para a cidade diariamente para trabalhar, estudar, cuidar da saúde e buscar lazer. Tendo em vista a requalificação da área de um antigo pátio ferroviário com a finalidade de valorizar o espaço, e oferecer novos usos para o edifício da estação existente e garantir benefícios sociais a população, assim diminuindo o risco de assaltos e também de impactos na paisagem, devido a degradação do lugar. O importante dessa requalificação é que não somente os moradores da cidade, pudesse usufruir desse novo uso, mais também as cidades vizinhas.
Fonte: Autor
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CONCEITOS DE I N T E RV E NÇÃO 16
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C O N C E I T O S Na preservação do patrimônio arquitetônico, existe dois tipos de duplicidade entre o antigo e o novo, entre criar e preservar/ conservar.
C O N S E R VAÇÃO / R E S T A U R AÇ ÃO O edifício antigo de valor histórico, requer intervenções, obviamente com a necessidade de mantê-lo apto para abrigar outras atividades nos moldes atuais. Mas, também toda a adequação feitas nos espaços preexistentes, com finalidade a um novo usos tem limitações que esses espaços impõem, na medida em que, muitas vezes não pode ser alterados.
R E S T A U R AÇ ÃO “Restauração é, naturalmente, o termo mais antigo e , por isso, o mais conhecido. Atualmente, caracteriza- se por representar a intervenção que desenvolve as característica originais da obra, que preenche e reintegra as lacunas, que recompõe a imagem”.(Braga,2005)
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C O N S E R VAÇÃO / CONSOLIDAÇÃO
subutilizados ou degradados mediante a recuperação de antigos (ou a criação de novos) ou dando vida ao novos usos.
“Caracteriza-se pela intervenção na matéria de que se constituem os edifícios para garantir-lhes integridade física – estrutural ou estética. Os materiais envelhecem e apresentam patologias que aumentam, em variedades e profundidade, devido aos níveis cada dia mais altos de poluição ambiental, além dos atos de vandalismo que vêm, cada vez mais, sendo praticados contra os monumentos. Atualmente, a ciência e a tecnologia oferecem uma serie de instrumentos de diagnose e medidas terapêuticas capazes de reparar a matéria danificada, possibilitando ampliar dos vida edifícios.”(Braga,2005)
A D A P T A Ç Ã O AO NOVO USO
R EC O N ST I T U IÇÃO O processo de reconstituição mais conhecido é a anastilose. Caracteriza-se pela recomposição de fragmentos dispersos, e faz parte do processos de reconstituição.
R E Q UA L I F I C AÇ ÃO / REVITALIZAÇÃO A requalificação é um termo aproximadamente equivalentes que se referem a processos de reconversão de espaços urbanos abandonados,
Segundo Braga,(2005) adaptação ao novo uso também conhecida como retrofit, reciclagem ou reabilitação de espaços preservados. Trata-se da intervenção que busca adaptar os espaços preexistentes para abrigar atividades diferentes para as quais eles foram projetados ou construídos. Esta é uma pratica muito comum hoje em dia, uma vez que garante a permanência do edifício sem o risco da sua obsolescência, mantendo preservado o espaço da cidade. Nesse tipo de intervenção, a definição no novo uso deve ser feita com muito cuidado. Devese atentar para a vocação e as limitações dos espaços antigos. Introduzir um novo uso que não se harmonize com essas características é fadar o edifício à degradação acelerada.Braga diz, que a necessidade de atualizá-los, com a introdução de novas instalações e novos espaços necessários a abrigar o programa de uso adequadamente, acarreta, em muitos casos a necessidade de acréscimos de área construída, seja pela introdução de entrepisos, quando os pés direitos preexistentes
o permitem, seja pela criação dos chamados anexos- novas construções acopladas ou não ao edifício antigo.
RECONSTRUÇÃO Segundo Braga,(2005) é a recriação de um edifício desaparecido no local original. No entanto, esse é um critério bastante questionado atualmente. Se trata de edifício que desempenhou papel importante em uma composição monumental; ou quando se tratar se edifico relacionado a personagens ou eventos muito importantes para uma nação; ou qualquer outro motivos que o justifique. Existem casos em que a reprodução se deu a partir de suposições, resultado em algo que não necessariamente era a reprodução do original.
Fonte: Autor
R E C O N V E R S ÃO A reconversão trata-se de um processo de intervenção que envolve alterações no programa do edifício existente, tanto mudanças na estrutura, quanto a fim de adaptar novos usos ao edifício. Pode incluir alterações na estrutura no edifício ou anexos que complementem o programa proposto, caso haja necessidades. Fonte: Autor
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I N T E R V E N Ç Ã O Segundo Vargas(2005) deterioração e degradação urbana estão frequentemente associadas à perda de sua função, ao dano ou a ruína das estruturas físicas. Este processo de deterioração/ degradação intensifica-se após os anos de 1950, causando, fundamentalmente, pelo crescimento e expansão urbana. Intervenções propostas apresentam diversos objetivos positivos, e algumas vezes resultados surpreendentes. Recuperar o centro, ou edifícios históricos, melhora a imagem da cidade, ao perpetrar a sua historia. Significa também promover a sua reutilização de seus edifícios e a consequência valorização do patrimônio construído; e otimiza o uso da infraestrutura estabelecida. Nas áreas em que essas intervenções são proposta o objeto arquitetônico torna-se o seu protagonista principal, de natureza sócio espacial em que a estruturação do espaço é determinada por objetos maiores de inclusão social, revitalização e preservação do patrimônio cultural. A revitalização/ requalificação em áreas centrais são altamente positivas em relação aos objetivos ao que se propuseram. Segundo Braga(2005), a proposta de intervenção prescinde de escolhas sobre o que manter e como manter; o que retirar, e o que acrescentar e como acrescentar. No entanto, as escolhas
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que se fazem necessárias, quando se trata de projetos de intervenção arquitetônicas em bens de interesse histórico cultural devem ser muito bem planejadas, para que a intervenção não concorra com a estrutura preexistente reconhecida como detentora.
S E G R E G A Ç Ã O U R B A N A A segregação urbana refere-se à periferização ou marginalização de determinadas pessoas ou grupos sociais por fatores econômicos, culturais e históricos. O espaço segregado muitas vezes apresentava baixa disponibilidade de infraestrutura, como pavimentação, saneamento básico, espaço de lazer, entre outros. No caso no trabalho estudado, é possível observar uma segregação urbana, por conta de sua deterioração e seu abandono. Por ser uma área próximo ao centro, e a grandes equipamentos públicos a valorização e a requalificação da área, suprirá essa desvalorização do edifico e da área. A área de estudo, por ser em uma estação ferroviária, também causa segregação urbana. Segundo Villaça, as ferrovias provocam crescimento descontinuo e fortemente nucleado, em que o núcleo ou polo se desenvolve junto às estações.
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ARQUITETURA E R R
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Segundo, Beatriz Mugayar Kuhl (2008), a utilização do ferro em maior escala deu-se somente a partir da segundo metade do século VXIII, com o advento de novos métodos industriais de fabrico, que permitiram aumentar quantitativamente e qualitativamente sua produção, assim diminuir o custo. As peças de ferro no mundo ocidental eram, até então feitas em pequenas dimensões, e tanto o desenvolvimento tecnológico quanto os custos de fabricação não permitiam que se obtivessem peças maiores. A quantidade de ferro produzida era pequena, tornando-o um material raro e caro. Recentes estudos mostram que o desenvolvimento arquitetônico na época não teria sido possível sem o domínio da produção e do uso do ferro, que influía de forma decisiva na concepção estrutural dos edifícios. Foi consequentemente não somente de novo processo de fabricação que elevaram a produção e melhoram sua qualidade, mas também de aperfeiçoamento das formas de sua utilização, e dos efeitos econômicos e sociais da industrialização. Como escreveu Morgan, em 1877: “Quando o ferro se tornou a matéria mais importante da produção, foi ele, então, o acontecimento dos acontecimentos na evolução da humanidade”.
Como consequência de grande número de edificações a serem feitas, surgiu uma nova abordagem tipológica, e passouse a refletir com maior profundidade sobre o programa arquitetônico. Desenvolveram-se os programas que surgiram ou se transformaram no século anterior, decorrentes ou não do Iluminismo, como museus, bibliotecas, prefeituras, jardins públicos, mercados abertos, caserna, hospitais, prisões, etc., sintetizados por Durand em seu tratado. A esses programas vieram da Revolução Industrial, tais como estações ferroviárias, pavilhões de exposições internacionais, lojas de departamento, além de um grande número de casas burguesas e habitações operariam. A arquitetura do ferro adquire um valor simbólico e um papel de destaque, na medida em que possibilitou uma renovação da linguagem arquitetônica, abrindo uma das vias para o racionalismo.
O desenvolvimento ferroviário teve seu impulso na terceira década do século XIX na Europa e Estados Unidos, e passou a ter maior vigor a partir de meados do século. As estradas de ferro deram ainda origem a um novo tipo arquitetônico, as estações de trem. Evoluíram tanto a partir de formas existentes como estruturas sem precedentes, a exemplo das coberturas de plataformas protegendo passageiros e composições. As ferrovias acarretam ainda a construção de armazéns, depósitos e oficinas de locomotivas, etc.. Essas edificações deveriam responder a programas e exigência até então desconhecidas, reunindo em um conjunto de edifícios funções bastante diversas entre si, além de ter que resolver todas as questões referentes a circulação de passageiros e mercadorias. As ferrovias favorecem também a experimentação de novas técnicas. Dada a dificuldade em adaptar as linhas ferroviárias aos acidentes naturais do terreno, a exemplo de declividade e curvas acentuadas de serem construídos numerosos viadutos, tuneis e pontes. Esse conjunto de construção, sem precedente e em grande quantidade, exigiu um longo período de gestação e de amadurecimento, antes de constituir uma identidade arquitetônica própria.
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As companhias ferroviárias tornaramse dessa forma, um dos maiores patronos da construção durante o século passado, e a arquitetura de suas estações e instalações conheceu toda a gama de estilos do século XIX. O edifício principal, de forma retangular, foi disposto com seu lado maior paralelo a linha e contava com bilheterias, sala de espera, escritório, e, no primeiro andar estavam localizadas as dependências do chefe da estação. As plataformas eram cobertas por tesouras de madeira que venciam um vão de cerca de 9 metros. O embarque e desembarque de passageiros, em ambas a estação era feito de um dos lados da linha, através da edificação retangular. Essa solução foi amplamente utilizada em estações nos vários países na primeira década da expansão ferroviária. Com a expansão da ferroviária, o numero de parada tornou-se cada vez maior e nos centros urbano mais importante começaram a surgir estações de grande porte. Nas estações os serviços foram organizados, inicialmente na extremidade das vias férreas, em um edifico onde se localizam bilheterias, sala de espera, vestíbulo, bagagens. Tal edifício era composto por um pátio de grandes proporções, ladeado, por sua vez, pelos pórticos que davam acesso ao embarque e desembarque. A estação era ricamente ornada e seus detalhes apresentavam certa originalidade. A consagração do novo meio de transporte, em meados do século, ocasionou a construção de estações maiores, empregando via de regra, partes metálicas.(Kuhl,2008).
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A BUSCA DA M A T U R I D A D E Outro elemento que se mostrou de fundamental importância na composição arquitetônica das estações foi o relógio. Em forma de torre ou inserido na fachada, a presença do relógio, elemento ao mesmo tempo funcional e simbólico, denotava a aplicação precisa e racional dos horários das ferrovias. O programa das grandes estações, na extremidade das linhas tornou-se mais complexo, com a oferta de novos serviços tais como lojas, restaurante e hotéis.
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Em meados do século passado, começou a implantação do transporte ferroviário no Brasil. Apesar de várias tentativas, foi construído o primeiro trecho percorrido por estrada de ferro, por iniciativa de Irineu Evangelista de Souza, que recebeu o titulo de Barão de Mauá. A linha ligava o porto de Mauá até a estação de Fragoso. A Inglaterra foi o responsável direto pela instalação de parte relevante de nossa rede ferroviária, e também, pela implantação de grande número de seus edifícios, alguns deles com estrutura metálica. Visavam atender ao transporte ferroviário, a exemplo das estações, oficinas, depósitos, etc., sendo normalmente construídos com
técnicas mistas. Nas estações, muitas vezes, o edifício “principal”, destinado aos passageiros e a administração, era de alvenaria e a cobertura das plataformas de metal. Em estações menores, havia um abrigo cobrindo as plataformas ou uma marquise acostada ao edifício de alvenaria, sendo sua estrutura de madeira ou de ferro. As primeiras companhias ferroviárias que surgiram eram geralmente privadas e ligavam as regiões produtoras dos principais produtores agrícolas do Brasil aos portos para a exportação. Nesse período verificou-se também o crescimento e desenvolvimento de numerosas cidades. Consequência disso acarretou um grande numero de novas construções e a necessidade de serem feitas melhorias na infraestrutura e também, instalações de equipamentos urbanos. (Kuhl,2008).
AS PRIMEIRAS C O N S T R U Ç Õ E S No final do século passado e início deste, o ferro começou a ser utilizado, na capital, em significativas construções, inteiramente ou parcialmente desse material. Entre elas destacaram-se: O mercado São João, o Viaduto do Chá, a Estação Luz e o Viaduto Santa Efigênia.
FORMAS DE I N T E R V E N Ç Ã O A intervenção em edificações de época precedente era um procedimento corriqueiro que tomava varias formas, tais como: destruição ou o uso de seus materiais; reconstrução total ou parcial; alteração do projeto inicial (ampliando-se ou reduzindo-o), principalmente em casos nos quais a construção se prolonga muito; abandono; ou adaptação para outros usos. Essas operações muitas vezes se sobrepuseram e se somaram. Foram comuns os casos de edifício construído em época sucessiva, tendo suas partes executadas segundo os princípios de cada época, havendo a oposição de estilos. A busca de um compromisso entre o projeto original e as atuações posteriores levou, muitas vezes, a solução que buscavam a coexistência das intervenções. Ocorreram também casos de alterações do projeto original, seja para restringi-lo, quando, por exemplo, a localidade entrava em declínio, não podendo mais arcar com a construção do edifício previsto inicialmente, seja para ampliá-lo, caso mais comum. Outro caso frequente foi o das modificações do interior, pratica muito comum no barroco, por exemplo. Podia ser uma transformação total ou parcial limitada, ou não, a algumas das partes da edificação. Era também comum a manutenção de edifícios. Muitas coberturas foram
refeitas, paredes reconstruídas e outros problemas solucionados. Algumas dessas intervenções poderiam ser consideradas “restauração”, mas eram intervenções ditadas por algum problema. O abandono de construção também foi usual, devido à perda de função da mesma. Houve também exemplos de destruição do edifício, para dar lugar a novas construções. Quando intencionalmente, foi comumente resultado de exiguidade do edifício precedente, que não mais se adaptava as exigências da época. Esse tipo de atuação se revela bastante interessante para se discutir a evolução do conceito do patrimônio histórico, uma vez que implicou a perda total e definitiva de objetos que hoje seriam considerados “monumentos histórico”, mas que, contrapartida, resultou no surgimento de novos monumentos. (Kuhl,2008).
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THE HIGH LINE
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Ano do projeto: Maio 2003 Ano de construção: 2009 (Fase I), 2011 (Fase II), construção (Fase III). Endereço: Oeste de Manhattan, de Gansevoort Street, no Meatpacking District, até 34th Street, entre as avenidas 10 e 11. New York, Estados Unidos. Arquiteto: James Canto Colaboradores: Liro (Daniel Frankfurt), Kiska Construção, Bovis Lend Lease. Conselheiros: Piet Oudolf (paisagismo), Buro Happold (engenharia estrutural), l'Observatoire Internacionais (iluminação), Pentagram projeto, Inc. (sinalização), Northern Desings (irrigação), GRB Services, Inc. (engenharia ambiental). Intituições envolvidas: Friends of the High Line, Prefeitura de Nova York (Department of Parks & Recreation), Diller Scofidio + Renfro (escritório de arquitetura)
História do High Line Por volta de 1930, foi construído um trilho ferroviário suspenso de 2,3 km para transportar os produtos industriais que ali chegavam, com a intenção de evitar os acidentes que ocorriam nas ruas devido ao intenso tráfego . A High Line foi projetada para evitar esses acidentes, conectando-se diretamente com as fábricas e os armazéns. A princípio, o desejo do poder púbico era demolir este trilho, mas um grupo, denominado Friends of the High Line lutaram para que este espaço não fosse demolido e sim, tornar-se público, ganhando nova função urbana. Em 2002 a cidade de Nova Iorque deu então, o primeiro passo, mudando a legislação, e transformando o trilho em um espaço público, que permitia a circulação de pedestres.
Nova York https://www.google.com.br/search?biw=1366&bih=662&tbm=isch&sa=1&ei=ZmwMWtbAIIWRw gTPo4WgDQ&q =high+line+construction&oq=high+Line+contru&gs_l=psy-ab.1.0.0i19k1.32813.39389.0.42532.7.7 .0.0.0.0.19pXpGfy1LYM:Acesso em 20/03/17.
https://www.google.com.br/ search?q=high+Line+localiza%C3%A7%C3%A3o&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjGxKvB6sDXAhWEG5AKHQAbAAUQ_ AUICygC&biw=1366&bih=662#imgdii=p8HpzFg7KrE9hM:&imgrc=5QTg24QExLREbM: Acesso em 20/03/17.
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O High Line é um monumento à história industrial de Nova York. Visa oferecer uma oportunidade para criar um espaço público novo e inovador, vindo das ruas da cidade, com vista para o rio Hudson. Também oferece um modelo para reutilização de áreas industriais para outras cidades.
Ao redor do parque existe vários edifícios importantes como Hudson Yards, 500 W21st, HL 23, DVT Studio e Whitney museum of art. O parque trouxe para a cidade um refugio da vida urbano, para fugir do caos do dia a dia. Alguns elementos do passado ainda estão presente ao redor, como os grafites feitos nos muros que indica um contraste com a arquitetura moderna. O parque linear trouxe vida para a área. Transformando o antigo armazém em sofisticadas lojas de roupas, galerias de arte, estúdios de designers e restaurantes.
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Na implantação é possível ver com nitidez a abrangência que o parque ocupa. O tamanho da mudança que foi possível com a requalificação urbana desta área . Como vemos o parque está localizado em meio a cidade, próximo ao Rio, isso faz com que o clima , seja uma pouco mais ameno.
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AC E S SI B I L I DA D E
A acessibilidade do High Line, atende qualquer tipo de público, para cadeirantes, pessoas com deficiência física, entre outras. Esses acessos estão localizados na Gansevoort Street, 14th Street, 16th Street, 23rd Street e 30th Street; e também no nível da rua na 34th Street. Os Sanitários também foram pensados para qualquer pessoa, já que se trata se um projeto urbano.
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C I R C U L A Ç Ã O
Acesso - Escada Principal
O corte acima, representa a imagem ao lado, mostrando a circulação lateral do parque. A imagem mostra a circulação principal, que é através de escadas. Por ter uma altura de oito metros, foi feito uma proteção de vidro nas laterais da escada. Abaixo das escadas é possível identificar uma área de convívio social, onde está localizado o restaurante SANTINA, lugar onde os visitantes tem a possibilidade de descansar e também quem está no restaurante conhecer o parque.
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E S T R U T U R A A estrutura foi preservada, porém restaurada, os trilhos de ferro, o cascalho, a terra e uma camada de concreto. Construiuse um sistema de drenagem e a segunda camada de concreto, que faz parte da estrutura do elevado, passou por restauro e impermeabilização. Os elementos de ferro da estrutura do High line foram lixados para a remoção da pintura original, sendo que o ferro recebeu três novas camadas de tinta, a ultima da mesma cor da original. As partes quebradas foram restauradas e o que estava faltando foram re-fabricadas para se aproximar com o desenho original. Foram instalados também faixas de metal inclinados abaixo da estrutura, pois foram feita nas lajes como um telhado verde.
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Impermeabilização
Estrutura Preservada
Placa de Concreto
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Placa de Concreto
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Banco de Madeira
Os Materiais usados para a requalificação da ferrovia foram placas de concreto no piso, madeiras (ipê) e bancos de madeiras. Devido a escolha dessas materiais, o que prevaleceu foi a durabilidade desses materiais. Enquanto a iluminação foi usados lâmpadas de LED, pelo mesmo motivos dos materiais. A estrutura de ferro foram preservadas a mesma, para não perde as característica no princípio.
Lâmpadas de LED
O paisagismo do High Line utiliza a mesma tecnologia como um telhado verde, e tem os mesmos benefícios ambientais: redução do escoamento de águas pluviais em até 80%; uma mediação do efeito "ilha de calor", criado por duras superfícies; e plantações que criam sombra, oxigênio e habitat para insetos e pássaros.
Em alguns ponto do parque o trilho foi preservado.
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V E G E T A Ç Ã O
Cova: 0% : 100%
Planicie: 40% : 60%
Ponte: 50% : 50%
Monte: 55% : 45 %
Rampa: 60% : 40%
Viaduto: 100% : 10%
Vegetação Linha Férrea
Pavimentação
Sistema via do High Line foi projetado para reduzir o escoamento de águas pluviais e para reduzir a quantidade de água trazida para as plantas. Os caminhos são feitos de tábuas de concreto abertas, permitindo que a água da chuva drene entre as pranchas e em adjacentes camadas de plantio. Um sistema modular de pranchas de concreto pré-moldado com juntas abertas e bordas especialmente afiladas, o que permite o livre fluxo de água.
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PARQUE ZHONGSHAN S H I P Y A R D F T
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Autor: Turenscape Colaboradores: Kongjian Yu, Wei Pang, Huang Zhengzheng, Qingyuan Qiu, Shihong Lin Localização do projeto: Cidade de Zhongshan - província de Guangdong- China Escala do projeto: 11 hectares Data do projeto: 2000- 2001 Data de construção: 2002 Lista de prêmios: 2002ASLA HONOR AWARDS O Parque foi construído no local de um estaleiro abandonado originalmente construído nos anos 50, e desativado em 1999, aparentemente insignificante na história chinesa. Mas o estaleiro refletiu a notável história de 50 anos da China socialista, incluindo a Revolução Cultural dos anos 60 e 70. O princípio da redução, reutilização e reciclagem de materiais naturais e artificiais é mantido. A vegetação original e os habitats naturais foram preservados, assim como somente as plantas nativas foram usadas. Máquinas, docas e outras estruturas industriais foram recicladas para fins educacionais, estéticos e funcionais. O projeto abordou vários desafios do local, incluindo acomodar os níveis de água variável e equilíbrio com a largura do rio para o controle de inundação com a proteção de antigas árvores. Ele ajudou a reutilizar os restos de docas enferrujadas e máquinas. A intensão foi requalificar a área para dar ao espaço um novo uso e um desenvolvimento urbano com um grande jardim. Desde a sua inauguração em 2002, tornou-se uma atração para turistas e residentes locais.
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Melhorar a paisagem do centro da cidade. Aumentar as oportunidades de lazer. Fornecer um local para a educação ambiental e histórica. Tornar um local para atração turística.
Como o estaleiro foi bastante importante durante os anos de seu funcionamento porque por ele era possível escoar produção e receber produtos vindos de outros lugares, optou-se no projeto por manter as estruturas que compunham este espaço. Trilhos, galpões e o próprio canal passaram por uma revitalização, e então este espaço ganha um uso atual onde a intenção é de promover lazer e cultura. Podemos ver na figura ao lado, que os trilhos que chegavam até o canal foram mantidos, e com os espaços de circulação do antigo estaleiro, criaramse espaços de convívio com áreas de permanência e também áreas de contemplação. Esta transformação garantiu a esse espaço a reinserção da área na vida da cidade, e também é considerada como mais um espaço onde se privilegia a qualidade de vida.
Galpões
Linha Férrea
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PROBLEMÁTICAS
O levantamento do local deste pequeno e antigo estaleiro no sul da China incluiu um lago existente de níveis de água flutuante, árvores existentes e vegetação, e os destroços de docas, guindastes, trilhos, torres de água e outras máquinas. Esses fatores desafiaram o projeto de três maneiras: Desafio 1: níveis de água flutuantes Com o lago existente ligado através do rio Qijiang para o mar, os níveis de água flutuam até 1.10 metros diariamente. Para enfrentar este desafio, uma rede de pontes foi construída em várias elevações e integrado com a plantação de árvores e flores. Desafio 2: Adequar a largura do rio para controle de inundação enquanto protege velhas árvores ao longo da margem do rio. Os regulamentos do Escritório de Gerenciamento de Água exigiram que o corredor do rio no lado leste do local fosse expandido de 60 metros para 80 metros para gerenciar o fluxo de água. Isso significava que uma série de árvores fossem cortadas, a fim de alargar o canal do rio. A ideia foi cavar uma vala paralela de 20 metros de largura do outro lado das árvores, deixando-os intactos como uma ilha de preservação.
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Desafio 3: A reutilização de máquinas, fábricas de gás e de aço, também fazem parte do projeto para poder da um novo uso. A utilização desses elementos seria uma preservação e uma restauração ecológica, para poder conta a historia do local o que já havia acontecido no passado, modificação de formas antigas e criação de novas formas. As novas formas incluem uma rede de caminhos retos e uma caixa vermelha.
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O parque possui em sua extensão vários caminhos. Alguns bem demarcados como algumas passarelas, e alguns que sugere uma opção de caminho em meio ao gramado, e alguns caminhos bem largos como pequenas praças.
O parque mistura-se em um tecido urbano através de caminhos e equipamentos preservados isso já com que o parque se junta com o resto da cidade, dando a impressão que o parque sempre esteve lá. O intuito do parque é relembrar a cultura, os costumes da região, por isso grande parte dos elementos do passado foram restaurados e ainda permanecem presentes no local. Por mais que seu entorno seja muito urbano, repleto de prédios, o parque completa a paisagem.
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Arquitetos: Lina Bo Bardi Localização: Barra Funda, São Paulo - SP, Brasil Área: 23.571 m2 Ano do projeto: 1986 Construído para funcionamento de uma fábrica de tambores, o prédio é uma obra de arte funcional projetada pela arquiteta Lina Bo Bardi na década de 70 e inaugurada como espaço cultural em 1982. De lá para cá seu espaço não foi apenas palco da intensa vida cultural da região, mas um marco para a cidade de São Paulo.
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No entorno do Sesc Pompeia, é possível identificar, alguns equipamento de prestação de serviço, comércios e algumas casas residenciais antigas.
O objetivo de Sesc Pompéia propõem a manutenção de espaços Livres dos galpões, e sugere também catalisar as atividades. Com a intervenção e a requalificação, o objetivo principal foi mostrar através dessa reforma
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Entrada Principal Uso coletivo e cultural de acesso público Espaço privado de acesso público Espaço privado de acesso restrito a usuários do Sesc
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V O L U M E T R I A
Volumes
PREEXISTÊNCIA
Preexistência
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C I R C U L A Ç Ã O
Circulação Principal
S E T O R I Z A Ç Ã O
Esporte Ócio (Espaço de descanso) Cultura
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1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16.
Bloco desportivo, piscinas e quadra de tênis Lanchonete, sala de ginasticas, luta e dança Caixa d’agua Sun deck, espelho Deposito e manutenção Aula para ceramista, pintores e carpinteiros Laboratório fotográfico, aulas de musica e sala de dança Teatro Casa Restaurante, bar e salão de cerveja Cozinha industrial Sala dos funcionários e banheiro Grande sala de estar Biblioteca Espaço para grandes exposições Oficinas administrativas
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anso)
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E S P A Ç O I N T E R N O
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Telhados reformulados com estrutura metálica e cobertura com telha de barro e vidro. Internamente um ambiente totalmente urbano e integrado com o lado externo.
As cores das quadras são referentes as quatro estações do ano.
E S T R U T U R A A estrutura são de vigas e pilares de concreto armado, com fechamento em tijolos de barro. No piso são placas de concreto, e na parte nova são feitas com bloco de concreto.
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I L U M I N A Ç Ã O A B E R T U R A S
A iluminação da parte antiga é através de luz natural. Já a do anexo é feitas por grandes janelas localizadas no leste e oeste, com formas irregulares, e com fechamento em ferro quadriculado vermelho, chamando a atenção para quem está do lado de fora do prédio.
H I E R A R Q U I A A intervenção possui formas geométricas simples, como o retângulo e o cilindro, composta por formas que caracteriza uma unidade fabril, tendo ligação com os galpões antigo.
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A E S T A Ç Ã O 46
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I M P L A N T A Ç Ã O
A principal área de intervenção será a estação ferroviária, com a reforma da estação e a inclusão de um anexo, para integrar os dois galpões. A linha férrea, atualmente não funciona mais, no entanto, ela está presente. No projeto a linha férrea, tem o intuito de conectar a praça com a estação. E consequentemente, a praça, sofrerá uma requalificação por conta do projeto.
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P E Ç A S G R A F I C A S
Segundo a prefeitura Municipal de Catanduva, a edificação, não tem planta baixa e nem outro arquivo, pois a prefeitura não tem nenhum papel da aprovação. Já que o edifício é o terceiro construído depois dos incêndios. Para obter as plantas, o edifício foi todo medido e recriado todas as plantas, fachadas e cortes.
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U S O S O R I G I N A I S 1 9 4 8
Cozinha
Sala de Recepção de encomendas e despacho Lojas( Bancas)
Bilheteria
Sala de Espera e Seção de telégrafo
Salão e Sala de Espera (Restaurante)
Escritório do Chefe
Depósito
Sala de Reunião e financeiro
Sanitário
Para obtenção do programa dos usos originais do edifício, foi realizada uma pesquisa com uma moradora do bairro (Brasilina de Abreu), que frequentada a estação na época. Ela nos relatou que a estação tinha sanitário, cozinha, salão de espera, sala de recepção de encomendas e despachos, lojas que eram bancas que vendiam revistas e jornais, seção de telégrafo, um escritório e uma sala do gerente, que cuidava de toda a estação.
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Ambiente Inutilizado Ambiente em Uso - Marcenaria
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IDENTIFICAÇÃO 10
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Fonte: Autor
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C a ra c t e r í s t i c a s G e r a i s P I S O
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Sanitário
Cozinha
Bilheteria
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Sala 1, 2 : Piso cimentado
Sala 3 : Metade do GalpãoSala 4 : Assoalho de Madeira Sala 5 : Piso cimentado Sala 6 e 7 : Piso piso de cimento e a outra cimentado metade assoalho de madeira
Banheiro: Piso cimentado
Cozinha e Bilheteria: Piso de Fundo do galpão I e II: cerâmica branco Paralelepípedo
Frente do galpão I e II: Piso Fonte: Autor cimentado
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C a ra c t e r í s t i c a s G e r a i s F O R R O
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Sanitário
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Sala 5: não foi possível identificar o forro, pois não é possível entrar dentro da sala, por conta que a porta foi fechada com tijolos.
Sala 1, 2, 3 e 4 :Madeira aparente com brasilit.
Sala 6: Madeira aparente com telha.
De acordo com as características, o forro de estrutura metálica no galpão II, não é o original da época que a estação estava em atividade. Fonte: Autor
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Sala 7: Estrutura Metálica.
Banheiro, cozinha e bilheteria: Laje
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As fotos acima representam as janelas 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7,8 e 9. Algumas das janelas se encontram fechadas com madeiras e papelão, todas tem o mesmo formato e se repetem ao longo da fachada frontal.
Janela 12: Janela 13: Esquadria em Esquadria em madeira, sem madeira. os vidros.
Janela 14: Esquadria em ferro.
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As janelas 10 e 11 são identificas, e elas estão localizadas na fachada lateral direita, no frontão do edifício.
Fonte: Autor
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C a ra c t e r Ă s t i c a s G e r a i s J A N E L A
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Janela 15: Esquadria em ferro, vitro do sanitĂĄrio.
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Janela 16: Esquadria em ferro e vidro. A foto acima representa as janelas da cozinha, uma delas se encontra fechada com papelĂŁo.
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No galpão I, pode-se notar que as portas são de madeira e todas originais da época da ferrovia.
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Abertura: nessa edificação não se encontra portas, apenas espaços entre os pilares, servindo de acesso ao edifício.
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3 As imagens acima referese a fachada frontal e posterior, que entre elas existe uma simetria.
Fonte: Autor
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I M P L A N T A Ç Ã O G E R A L
Acesso Principal
Galpão II: Atualmente este galpão está inutilizado. Em 1910, o galpão funcionava como restaurante e sala de espera, nele estão locados os sanitários, a cozinha, e a bilheteria.
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Pela característica esse edifício não foi construído do mesmo ano que os galpões, ao longo do tempo que foram surgindo as necessidades, ele foi construído, e seu uso era como depósito. Hoje, ele também está inutilizado.
Galpão I: Hoje em dia, a maioria do galpão está sendo usado como marcenaria. Antigamente seu uso era de salas, salas de recepção de encomendas e despacho, também, estão localizadas a sala de espera seção de telegrafo, sala de reunião e financeiro.
D E M O L I Ç Ã O
Demolição Demolição
Como a edificação não é tombada, o projeto conta com duas demolições, a marcação tracejada será o edifício demolido, para parte da construção da nova cobertura, que servirá como espaço de integração para os galpões existentes. A outra demolição será parte do edifício, que tem o objetivo de através dos caminhos, chegar diretamente ao anexo (cobertura).
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Mapa do Estado de São Paulo
Município de Catanduva
Mapa de Catanduva
O município de Catanduva está localizado no interior de São Paulo. Atualmente Catanduva conta com 120.092 mil habitantes segundo o IBGE/2016. A indústria move a cidade, devido a Fábrica de Café (Cocam), duas Fábricas de Ventiladores Loren Sid e VentiDelta e a fábrica de Laticínios (Matilat). A cidade conta com um pequeno Shopping (Garden Shopping Catanduva), Mercadão Municipal e um Centro Cultural.
Área de Intervenção
J U S T I F I C AT I VA A área de estudo está localizada no Bairro São Francisco, na Rua América, esquina com a Rua 15 de Novembro. O bairro é um dos mais antigos da cidade, segundo os moradores o bairro tem 80 anos. A praça que está localizada em frente à estação ferroviária leva o nome de “ Praça dos Idosos”. A escolha da área foi devido à importância da estação ferroviária na época que ela estava sendo usada. Por isso, a proposta é intervir e requalificar a área para novos usos, e habitar novamente este espaço.
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Rua Amé rica
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A estação foi aberta em 1910. A cidade teve três prédios diferentes de estação. O primeiro prédio foi devido a reformas. O segundo há boatos que colocaram fogo na estação, mais ate hoje não se sabe o motivo. E o terceiro e o último é o que permanece lá ate hoje. O atual foi inaugurado em 15 de maio de 1948. As alterações da linha nos anos 1940 é a retificação do trecho entre Pindorama e Catanduva. Em 15 de março de 1972, ali parou o último trem de passageiros, vindo de São José do Rio Preto para Itirapina.
Mapa de Catanduva em 1934, com linha, estação, pátio e triângulo de reversão.
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Em relação ao uso do solo é possível identificar o uso predominante de comércios. No entorno imediato, percebe-se a grande quantidade de equipamentos públicos, como: Prefeitura Municipal, Fórum, Previdência Social, e algumas indústrias como a Cocam Cia de Café Solúvel e Derivado e a Matilat Laticínios Matinal. Próximo à área de intervenção há muitas residências.
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G A B A R I T O
No entorno imediato, não caracteriza uma área verticalizados, a grande maioria são edifícios de 1 a 4 pavimentos. Os de 5 a 8 pavimentos são a maioria prédios de equipamento público, ou prestação de serviços, acima desses pavimentos são prédios residenciais.
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O C U P A Ç Ã O S O L O
Em relação ao mapa ao podese considerar uma área pouco densa, com grandes lotes vazios.
V E G E T A Ç Ã O Observando o mapa, podemos ver como a área é carente em vegetação, encontram-se algumas árvores nativas na Rua São Paulo, próximo ao viaduto. Nós locais que se encontram árvores, elas são de grande e médio porte, em alguns pontos a vegetação são coqueiros. Em lotes vazios, existem muitos arbustos. Com a pouca quantidade de árvores, contribuem para o aumento da temperatura.
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H I E R A R Q U I A F U N C I O N A L
A grande maioria do fluxo corresponde ao centro da cidade, principalmente na Avenida São Domingos onde o movimento é mais intenso devido ao comercio local. O fluxo moderado corresponde ainda na área central, mas que em determinadas hora do dia, o fluxo é menos intenso. O fluxo baixo são as vias ligadas diretamente aos bairros.
3
2 1
Linha Férrea
Hierarquia Funcional Via Arterial
Fluxo Fluxo Intenso
Via Coletora
Fluxo Moderado
Via Local
Fluxo Baixo
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Rua América
Rua Brasil 2
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E QU I PA M E N TO S P Ú B L I C O S
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1 2 5
3 4 6 8
Ao observamos o mapa é possível ver, que a área é localizada no coração da cidade, onde todos os equipamentos estão presentes. É neste ponto da cidade onde podemos encontrar edifícios de interesse patrimonial como o Mercado municipal e a Estação cultura. Nesta área vemos também equipamentos de saúde, como o Posto de Saúde/ Farmácia Popular. E os outros equipamentos público como a Prefeitura, fórum e a Previdência social, a Fábrica de café (Cocam) e a nova estação rodoviária, também estão presentes na área.
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Legenda 1.Cocam 2.Prefeitura Municipal de Catanduva 3.Estação Rodoviária 4.Fórum 5.Mercado Municipal 6.Previdência Social 7.Casa da Cultura 8.Posto de Saúde/ Farmácia Popular
1
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Fonte: Autor
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T O P O G R A F I A
A área topográfica é plana, e tem uma leve inclinação em sentido a praça, que está em outro nível da estação ferroviária e da Matilat.
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V E N T I L A Ç Ã O I S O L A Ç Ã O
Sol Nascente
Sol Poente
Ventos predominantes vem do Sudeste
Os ventos predominantes do município de Catanduva vem do Sul.
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P A R T I D O ARQUITETÔNICO
O projeto se refere a uma requalificação da antiga estação ferroviária, que por meio de melhorias, foram propostos uma cobertura entre os dois galpões existentes, para integrá-los. Os galpões sofreram reformas, algumas paredes substituídas por vidros, portas e janelas foram alteradas. Novos caminhos foram criados, sendo como entradas principais, até chegar ao café (nova cobertura).
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A localização da estação tem à sua frente à Praça dos Idosos, que não se encontra no mesmo nível da estação. Por conta desse desnível, o ponto de partida para pensar nessa solução foi através de escadas- rampas, já que o desnível existe, mais não é íngreme. A escada- rampa possibilita uma fácil acessibilidade. A praça também conta com uma requalificação, com aumento da vegetação para o sombreamento, iluminação adequada, bancos de madeira, lixeiras espalhadas pela praça, academia ao ar livre, parque infantil ao ar livre. A requalificação da praça tem o intuito de ser uma área de lazer, para quem está na estação (espaço corporativo) e para os visitantes e moradores do bairro.
I M P L A N T A Ç Ã O
Os estacionamentos foram inseridos nas laterais do terreno onde estão diretamente voltados para a Rua Florianópolis e a Rua 15 de Novembro. Ele servirá para as pessoas que forem trabalhar nos espaços corporativos e ajudar também quem necessita ir até a estação.
Os caminhos permitem que o percurso leve diretamente a cobertura, sendo assim, um eixo principal de circulação. A paginação desse caminho é cimento. Um dos caminhos, permite passa em baixo do pergolado de madeira, que chega diretamente ao café. O outro caminho tem a paginação original que é o paralelepípedo.
Pergolado de Madeira
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M A T E R I A L I D A D E
Os telhados dos galpões são as originais que hoje estão lá, apenas reformadas. O galpão II tem a cobertura de estrutura metálica, que foi retirada, e colocada telha de cerâmica.
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A nova cobertura, como já dito ao longo do trabalho tem o objetivo de integrar os dois galpões. Abaixo foram instalados os sanitários masculino e feminino e o sanitário PNE. Também estão locadas a administração central do espaço corporativo e parte do café, que se estende sobre o espaço de ar livre. O material usado para a fabricação da nova cobertura foi o aço corten.
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As paredes frontais dos galpões foram substituídas por vidro, que foram colocando entre os pilares. Os pilares são os originais, porque fazem parte da estrutura do edifício. No galpão I, foi colocada uma viga, na parte frontal de cima do edifício para a sustentação. No galpão II, não foi preciso acrescentar nenhuma viga, pois o galpão já havia, pois ele é maior que o galpão I. As portas foram substituídas,por portas de aço corten com duas folhas.
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Sobre a linha férrea, ela permanece, sob ela foi construído um jardim, onde possibilita às pessoas caminhar ao redor dela, sendo um espaço de caminhada, tanto pra quem está na estação, quanto quem está na praça. O intuito foi conectar a estação com a praça dos idosos, tornado assim um espaço de lazer.
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Café
Sala 7
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Sala 5
Nova Cobertura
Sala de Reunião
Sala 4
Sanitário
Sala 3
Sala 2
Sala 1
Adm. Central
O programa foi pensado de acordo com a proposta que são os espaços coorporativos, que cada sala possa ser alugada separadamente, para quaisquer variados tipos de atividades.
Exemplo da sala subdividida
Cada sala subdivida, contêm sanitários masculinos e femininos, e uma copa, todas as salas são de estrutura padrão, exceto sua dimensão que muda, de acordo com o tamanho da sala original. Por serem salas muito grandes, elas foram subdivididas, com paredes drywall, que possibilita quem alugar a sala, tanto aumentar ou diminuir de acordo com a sua necessidade.
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Perspectiva do projeto – Vista do café
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Perspectiva do projeto – Vista Posterior do galpão II
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Perspectiva do projeto – Vista Frontal do galpão II
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Perspectiva do projeto
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Perspectiva do projeto – Vista Frontal do galpão I
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Perspectiva do projeto – Vista lateral do galpão I
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Perspectiva do projeto – Vista do estacionamento da Rua 15 de Novembro
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Perspectiva do projeto – Vista do estacionamento da Rua Florianipólis
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R E F E R Ê N C I A S BIBLIOGRÁFICAS Vargas, Heliana Comim; Castilho, Ana Luisa Woward. 2006. Intervenções em Centros: Objetivos, Estratégias e resultados. Barueri- SP: Manole, 2006. KUHL, Beatriz Mugayar. 2008. A Arquitetura do ferro em São Paulo, Reflexão sobre a sua Preservação. Cotia- SP: Ateliê Editorial, 2008. BRAGA, Marcia, 2003.Conservação e Restauro. Rio de Janeiro: Editora, 2003. CARLUCCI, Marcelo. Nota de aula. Disciplina: Técnicas Retrospectivas, 2016. ARCHIDAILY: Disponível em https://www.archdaily.com.br FRIENDS OF THE HIGH LINE: Disponível em http://www.thehighline.org/ PREFEITURA MUNICIPAL DE CATANDUVA: Disponível em http://www.estacoesferroviarias.com.br/c/catanduva.htm
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Amanda Santin
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