Arquitetura Esco[lar]: O ambiente como forma de educar.

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Amanda Albano Colantonio

2021

Arquitetura

ESCO[LAR] O ambiente como forma de educar.



CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA Amanda Albano Colantonio

arquitetura e urbanismo

Orientador PROF°. ME.Onesimo Carvalho de Lima

Arquitetura

ESCO[LAR] O ambiente como forma de educar. 2021


Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte. email: amanda.colac@icloud.com

Catalogação na fonte elaborada pela biblioteca do Centro Universitário Moura Lacerda Bibliotecária Gina Botta Corrêa de Souza CRB 8/7006

Colantonio, Amanda Albano. Arquitetura Esco[lar]: o ambiente como forma de educar / Amanda Albano Colantonio. – Ribeirão Preto, 2021. 154f. Monografia (Graduação) - Centro Universitário Moura Lacerda, 2021. Orientador: Prof. Me. Onésimo Carvalho de Lima. 1. Arquitetura escolar. 2. Educação infantil. 3. Infância. 4. Aprendizagem. I. Lima, Onésimo Carvalho de. II. Centro Universitário Moura Lacerda. III. Título.


Colantonio, Amanda Albano

ARQUITETURA ESCO[LAR]: O ambiente como forma de educar

Trabalho Final de Graduação em Arquitetura e Urbanismo no Centro Universitário Moura Lacerda como requisito para a obtenção do Título de Arquiteta e Urbanista. Orientador: Prof. Onesimo Carvalho de Lima

Data de aprovação: ____/____/________

BANCA EXAMINADORA

Prof. ME. Onesimo Carvalho de Lima

Profª. ME. Rita de Cássia Fantini de Lima

Profª. Dra. Érica Cristina Cunha

Ribeirão preto 2021


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Agradeço primeiramente à minha família, principalmente aos meus pais, André e Elisabete que tornaram a minha graduação possível, pois nunca mediram esforços para me proporcionar tudo de bom na vida, sempre segurando a minha mão durante os meus piores e melhores dias, demonstrando apoio e amor. Também agradeço por ter a companhia diária da minha amada irmã Verônica, aguentando todas as minhas apresentações e ideias ao decorrer do curso e da vida. Ao meu orientador Onesimo, por toda a dedicação e apoio, sempre me acalmando e dando exemplo de amor pela profissão. Sou extremamente grata por todo o ensinamento repassado. Desde o primeiro contato na faculdade eu o adimiro como pessoa, arquiteto e professor. Tampém agradeço a professora Rita, pelos ensinamentos e conselhos ao decorrer do trabalho nas bancas anteriores. À Julia Celeguim, uma das pessoas mais especiais que o curso de Arquitetura e Urbanismo me proporcionou, minha amiga e companheira, sempre embarcando nas minhas aventuras. Agradeço também à Alice Celeguim, por permitir utilizar os seus fantásticos desenhos para este trabalho. Aos meus colegas de curso, que a todo instante demonstraram união e respeito durante estes cinco anos, tornando a nossa tragetória mais leve e mais bonita. Ao coordenador e secretaria do Curso, pela cooperação e flexibilidade, buscando o melhor para os alunos. Enfim, agradeço à todos os que por algum motivo contribuíram para a realização desta pesquisa e da minha graduação.

A GRA DE CI MEN TOS

Imagem 01: Desenho de Alice. Fonte: Montagem da autora.

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ESCO[LAR] |

RE SU MO

Há um consenso social de que a infância é um dos períodos mais relevantes da vida, pois trata-se do início do processo de desenvolvimento humano e de aprendizado. Nesse contexto, o presente trabalho tem a finalidade de compreender a importância da arquitetura escolar, de forma que proporcione melhorias no aprendizado na Educação Infantil, criando ambientes que incentivem e atraiam a busca da criança pelo conhecimento. Além disso, o trabalho apresenta um estudo a respeito da cidade de Serrana, no estado de São Paulo, analisando a carência de espaços adequados nas escolas do município, resultando no desenvolvimento deste estudo e anteprojeto de caráter educacional. Palavras chaves: arquitetura escolar, Educação Infantil, infância, aprendizagem.

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| ESCO[LAR]

There is a social consensus that childhood is one of the most relevant periods in life, as it is the beginning of the process of human development and learning. In this context, this work has the purpose of understand the importance of school architecture, in order to provide improvements in learning in Early Childhood Education, creating environments that encourage and attract the child’s search for knowledge. In addition, the work presents a study about the city of Serrana, in the state of São Paulo, analyzing the lack of spaces in the city’s schools, carrying out the development of this study and a preliminary project of an educational nature.

ABS TRACT

Key words: school architecture, Child Education, childhood, learning.

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SU MÁ RIO

ARQUITETURA ESCOLAR P23 1.1 O processo de aprendizagem na Educação Infantil; P24

B

1.2 Arquitetura como agente da aprendizagem;

P26 1.3 O ambiente escolar infantil; P28

MOTIVAÇÕES PESSOAIS

1.4 Normas Técnicas. P29

P19

1.5 Parâmetros de projeto para Educação Infantil;

P30

INTRODUÇÃO P15

A


3.1 Escolas em Serrana; P58

3.2 Estudo de caso; P62

O LOCAL 57

3.2 Levantamento da área; P66 3.3 Diretrizes projetuais; P82 3.4 Programa de necessidades. P84

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LEITURAS PROJETUAIS P35 2.1 Jardim de infância, escola primária; P36

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2.2 Escola Fuji-Kindergarten; P42 3.3 Berçário e Jardim de infância Hanazono; P48

O PROJETO

2.4 Síntese das informações. P54

P87

4.1 Conceito arquitetônico; P88 4.2 Representações arquitetônicas; P90

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS P151 5.1 Referências Bibliogafricas. P152

4.3 Estrutura e materialidade; P124 4.3 Imagens finais; P128



Imagem 02: Desenho de Amanda. Fonte: Montagem da autora.

“Comecemos pelas escolas: se alguma coisa deve ser feita para “reformar” os homens, a primeira coisa é “formá-los”.” -Lina Bo Bardi


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A

INTRODUÇÃO

As escolas são equipamentos educacionais existentes há muitos séculos, acompanhando todos os estágios da evolução humana e visam a construção da formação do pensamento crítico e das relações sociais do indivíduo. Dessa forma, o modelo de construção dos prédios escolares se apresenta como um objeto de estudo para a arquitetura, buscando formas de romper com os espaços vazios e rígidos que se manteve por tanto tempo na história, com a intenção de melhorias na qualidade de ensino. Portanto, a arquitetura exerce um importante papel na educação, instituindo na sua materialidade e forma um sistema de valores, se tornando alvo considerável quando nos referimos a espaços de aprendizado, introduzindo um conjunto de conhecimentos quanto a percepção sensorial, simbologias culturais, movimento, estética e ideologias (Escolano, 1998, p.26). Entre as classificações da divisão das escolas, a educação infantil ganha destaque, pois é onde se dá o início do processo da aprendizagem por meio da relação da criança com as vivências na escola e contato com a sociedade.

Imagem 03: Desenho de Amanda. Fonte: Montagem da autora.

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INTRODUÇÃO |

A escola e a criança são unidades que se interligam, complementando, simultaneamente, o aprendizado e a educação. A criança se apropria do espaço, por meio da brincadeira e da curiosidade, ilustrando diversas formas de se explorar o ganho de conhecimento através do lugar. De acordo com Zilma de Moraes Ramos de Oliveira, professora e pesquisadora na Educação Infantil, “Para que as diferentes propostas pedagógicas e atividades selecionadas por seu potencial de mediação de aprendizagem e desenvolvimento sejam realizadas, é preciso pensar na organização de ambientes que apoiem as ricas experiências de convivência e aprendizagem das crianças.” (OLIVEIRA, 2014, p. 63)

As escolas, principalmente públicas, necessitam de um suporte na infraestrutura que cause mudança, pois muitas vezes são vistas como locais sem atrativos, com salas de aulas fechadas por quatro paredes com carteiras e lousa, sendo um espaço superficial e sem áreas que visam a criatividade e aprendizagem. Diante do exposto, e com a compreensão da importância da escola em relação ao desenvolvimento infantil, este trabalho se trata de um olhar para as escolas de caráter público da cidade de Serrana, no estado de São Paulo, e tem como objetivo principal ilustrar maneiras de projetar uma escola de ensino infantil com ambientes adequados para seus alunos e professores no munícipio, trazendo novas formas de adquirir aprendizado por meio de espaços que incentivem a busca da criança pelo conhecimento através das vivências. A metodologia admitida para a realização deste trabalho, de forma a buscar o resultado desejado, foi através de pesquisas teóricas a respeito da temática, estudo de caso por meio de referências projetuais, levantamento de dados do lugar e realização do projeto.

A partir disto, os objetivos em questão com esse trabalho são:

CRIAR ambientes com a função de influenciar e aguçar a criatividade através das sensações, despertando os sentidos;

COMPREENDER Como os espaços têm um reflexo na pedagogia e nas crianças de quatro a seis anos; 16


| INTRODUÇÃO

Com isso, o presente trabalho foi estruturado em cinco capítulos, sendo que este primeiro tem como finalidade ilustrar e justificar a temática abordada, bem como apresentar formas que nortearam a elaboração do anteprojeto da escola. Logo, para a compreensão do tema proposto do Trabalho Final de Curso, foi necessária uma pesquisa através dos referenciais teóricos, como exemplo Doris Kowaltowski e Mayumi Lima que são arquitetas com experiência ampla em arquitetura escolar. No segundo capítulo, estão ilustradas as referências projetuais, no qual contém estudos de edificações existentes de caráter educacional, buscando modos para apresentar soluções arquitetônicas de forma que minimizem os problemas encontrados em escolas municipais de ensino infantil. Os projetos analisados são: Jardim de infância – Espanha, Escola Fuji-Kindergarten – Japão e Berçário e Jardim de Infância Hanazono – Japão. Após contato com o tema e as leituras projetuais, foi possível dar início ao terceiro capítulo, no qual se trata de levantamentos de dados do município de Serrana por meio de mapas e diagramas, para a melhor compreensão da cidade, com informações suficientes para a escolha do terreno adequado para a nova edificação da escola, analisando o contexto social, a morfologia urbana e a mobilidade. Além do levantamento morfológico, também foi realizado um estudo de caso da Escola Municipal de Ensino Infantil Lilia Marcia Borges dos santos, ilustrando os pontos negativos e positivos do tipo de edificação na cidade. Por fim, depois de todo o embasamento necessário, o quarto capítulo diz respeito do anteprojeto da nova edificação da escola para a cidade, envolvendo o conceito arquitetônico, a relação com o local, volumetria e organização do programa de necessidades. Portanto, neste capítulo é possível encontrar as plantas baixas, os cortes, as fachadas e os elementos utilizados para a composição, e estudo volumétrico para a melhor compreensão do projeto.

ADEQUAR INTEGRAR

o ambiente escolar com as novas vivências através de um anteprojeto;

espaços com a natureza, ampliando o contato com o meio ambiente;

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B

MOTIVAÇÕES PESSOAIS

“... que o prédio escolar e as suas instalações atendam, pelo menos, aos padrões médios da vida civilizada e que o magistério tenha a educação, a visão e o preparo necessários a quem não vai apenas ser a máquina de ensinar intensivamente a ler, a escrever e a contar, mas vai ser o mestre da arte difícil de bem viver”. (Teixeira, 1935:39)

Imagem 04: Desenho de Amanda. Fonte: Montagem da autora.

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“Por que escolher este tema para o meu Trabalho Final de Curso? Por que não olhar para uma área com maior desenvolvimento tecnológico? Por que discursar sobre a importância da relação entre a criança, a sociedade e a escola?” -Falas de Amanda

Imagem 05: Amanda na escola. Fonte: Acervo Pessoal. Imagem 06: Amanda desenhando. Fonte: Acervo Pessoal.

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MOTIVAÇÕES PESSOAIS |

Amanda Albano Colantonio, 22 anos, desde os 3 anos de idade matriculada em uma instituição de ensino – Escola.

A escola, de certa forma, sempre foi um tema de reflexão do meu cotidiano. Sou estudante desde os 3 anos de idade, portanto nunca estive fora de uma instituição de ensino, principalmente de caráter público. Por conta disto, eu acredito que a arquitetura escolar é um tema com grande relevância e precisa ganhar mais força no nosso país e eu, como futura arquiteta brasileira, e demais arquitetos, precisamos estar preparados para este setor de projetos. Sendo residente da cidade de Serrana, no estado de São Paulo, e tendo intimidade com a precariedade que as escolas em questão se encontram em relação a infraestrutura, me senti na obrigação de usar o meu conhecimento adquirido no decorrer da minha vida e graduação de Arquitetura e Urbanismo para realizar um projeto para a melhoria da Educação de minha cidade.

Aponte a camera do celular para o QR Code para que seja possivel visualizar os desenhos reais utilizados no desenvolvimento deste caderno.

Imagem 07: Amanda na escola. Fonte: Acervo Pessoal.

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01 ARQUITETURA ESCOLAR A arquitetura em si tem como objetivo geral organizar e criar espaços, abrigando todos os tipos de atividades realizadas na sociedade, com requisitos na funcionalidade, na materialidade, na forma e na beleza. Já a respeito da arquitetura escolar, o que se altera é a visão do programa e do público-alvo, cujo qual é voltado para as escolas, projetando ambientes de ensino, como salas de aulas, locais para esportes, laboratórios, bibliotecas, brinquedotecas etc., variando de acordo com o grau de escolaridade do ambiente, interagindo de forma direta com as pedagogias. Dessa maneira, a arquitetura escolar é essencial para a comunidade, pois através dela é possível tornar ambientes fragilizados em ambientes agradáveis, atrativos, seguros e com maior integração na sociedade, sendo uma necessidade que tais construções contemplem um planejamento, de forma que acompanhe as novas dinâmicas pedagógicas oferecidas e as novas tecnologias, por exemplo, com uma base para atender tantos os professores quanto os alunos da escola com qualidade.

Imagem 08: Desenho de Alice. Fonte: Montagem da autora.

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Arquitetura escolar

1.1 O processo de aprendizagem na Educação Infantil

Em todas as fases da vida é intrínseco no homem o ato de ensinar e aprender, visto que há diversos modos de acordo com cada cultura local, tendo como ensinamento os meios de sobrevivência, integração social e desenvolvimento intelectual. Sendo assim, é possível alegar que a aprendizagem sempre esteve presente, mesmo que de forma intuitiva e natural, como parte da essência da humanidade, e está em constante desenvolvimento e evolução até os dias atuais. Posto isto, a aprendizagem vem do ato ou efeito de aprender, pois é uma ação na qual o indivíduo passa a ter conhecimento através dos estímulos, desenvolvendo respostas equivalentes, constituindo uma maior adaptação do ser no meio em que vive (HOUAISS, 2009). Atualmente, a aprendizagem está interligada diretamente com a Educação, pois o termo é definido como “aplicação dos métodos próprios para assegurar a formação e o desenvolvimento físico, intelectual e moral de um ser humano.” (EDUCAÇÃO, 2021) e grande parte deste aprendizado é exercido dentro das salas de aula nas escolas, desde a infância. Dessa forma, é na infância quando se dá início ao processo de aprendizagem, originando a Educação infantil, pois é o período da vida em que começam as descobertas, o desenvolvimento da criatividade e da imaginação, abrangendo maior contato com o mundo ao seu redor a partir de vivências, constituindo a ideia de indivíduo. A partir deste parecer, o livro “Educação infantil, pra que te quero?” transmite a seguinte análise: [...] a criança vive um momento fecundo, em que a interação com as pessoas e as coisas do mundo vai levando-a a atribuir significados àquilo que a cerca. Este processo que faz com que a criança passe a participar de uma experiência cultural que é própria de seu grupo social, é o que chamamos de educação. (CRAIDY; KAERCHER, 2001, p.16).

Portanto, a criança está inserida na etapa das brincadeiras, na qual os interesses, as necessidades e as sensações estão no clímax, sendo essencial para a idade, pois é o momento que se constitui o aprendizado, de forma tranquila e mais prazerosa, refinando seus conhecimentos, pois quando a criança brinca ela desenvolve suas habilidades, evoluindo e crescendo, alcançando a sua autonomia.

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| ARQUITETURA ESCOLAR Imagem 09: Crianças brincando/ aprendendo. Fonte: Daynurseries, 2021 Imagem 10: Crianças brincando/ aprendendo. Fonte: Márcia Souza Cruz, 2016

Assim, através da brincadeira é possível educar, sendo que o papel de ensinar brincando passou a ser atribuído à pré-escola, sempre com respeito ao tempo e etapa de cada criança, estimulando o aprendizado em cada fase, tendo como foco o desenvolvimento completo (físico, cognitivo, social e emocional), dispondo como consequência maior conhecimento para toda a vida. Para validar este pensamento, o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCN) aborda que: [...] Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. [...] Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação. Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e papéis sociais. (BRASIL, 1998, vol. 2, p. 22).

Logo, a habilidade de brincar da criança possibilita um cenário para a resolução dos problemas. Entretanto, dentro desta forma de ensino há alguns objetivos estabelecidos a partir da faixa etária para a aprendizagem, sendo que para crianças de quatro a seis anos é necessário que a escola desperte no aluno uma imagem positiva de si, o enfrentamento de situações de conflitos, a valorização de ações de cooperação e solidariedade, o autocuidado e a compreensão da diversidade dos grupos sociais (BRASIL, 1998, vol. 2. p.27).

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Arquitetura escolar

1.2 Arquitetura como agente da aprendizagem

O espaço físico influencia diretamente no indivíduo, causando impacto no comportamento físico e psicológico devido a materialidade, a forma, a organização e o conforto. Dessa maneira, através da arquitetura é possível tornar um espaço desfavorável em um espaço auspicioso e estimulante, sendo um fator importante para locais de aprendizagem e educação como escolas, pincipalmente para crianças, pois é na infância em que se dá início ao processo de aprendizagem. Para validar este pensamento, Frago afirma que: [...] a criança vive um momento fecundo, em que a interação com as pessoas e as coisas do mundo vai levando-a a atribuir significados àquilo que a cerca. Este processo que faz com que a criança passe a participar de uma experiência cultural que é própria de seu grupo social, é o que chamamos de educação. (CRAIDY; KAERCHER, 2001, p.16).

Todavia, o prédio escolar propriamente dito, por décadas, foi comparado com ambientes de detenção, como prisões, por conter salas de aulas mal iluminadas, grades, cadeados e playgrounds sem vitalidade (Foucault, 1987). No entanto, atualmente a visão a respeito da arquitetura escolar está em constante alteração, pois a preocupação com os espaços educacionais se eleva entre os profissionais. A partir disto, a Universidade de Salford em Manchester na Inglaterra e arquitetos da Nightingale Associates realizaram em 2012 um estudo no qual foram analisados diversos ambientes escolares, explorando a orientação das salas de aula, cor, flexibilidade do espaço, organização (layout), investigando de forma holística os alunos, com o objetivo de revelar se o espaço físico educacional tem influência direta na aprendizagem da criança. A pesquisa resultou em uma revelação em que a arquitetura escolar pode ter impacto em média de 25% no desempenho do aluno. Com a pesquisa citada, é possível afirmar que a arquitetura se torna agente da aprendizagem, ilustrando que o ambiente de ensino, como as salas de aula, desempenha um grande impacto na experiência que o indivíduo tem no meio escolar.

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Imagem 11: Infográfico de Nightingale Associates. Fonte: Architect magazine. Imagem 12: Infográfico de Nightingale Associates. Fonte: Architect magazine.

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Arquitetura escolar

1.3 O ambiente escolar infantil

“Segunda casa”, a escola se torna, o segundo lar de muitos alunos, principalmente das crianças, pois é um ambiente que há ensinamentos, amizades e oportunidades, sendo um local não só responsável pela aquisição de conhecimento, mas também pela propagação dos princípios de uma cultura entre gerações (Martin-Baró, 1992). De acordo com a arquiteta Doris Kowaltoski, “Os alunos precisam se sentir acolhidos e amar aquele lugar. E como se ama um lugar? Em geral tem algo estético nele que atrai, a natureza presente […] a qualidade da construção […] (KOWALTOSKI, reportagem Casa Vogue, 2017).

Portanto, as escolas necessitam proporcionar um lar, concedendo ações individuais e em grupos, focando na transmissão de conhecimentos de forma suave e clara. Atualmente, temos dois cenários de ambiente escolar que são as escolas tradicionais e inovadoras, sendo que no primeiro item os alunos se encontram confinados em salas de aulas repetitivas e normalmente simétricas, tendo “um monte de cadeiras enfileiradas, voltadas para um quadro negro e uma mesa de professor bem imponente em cima de um tablado” (KANITZ, 2000, p.21); já a respeito da segunda tipologia, há uma liberdade destes alunos dentro dos diversos ambientes de aprendizagem na escola, valorizando o desenvolvimento crítico, criativo e até mesmo sensorial do indivíduo, estimulando a curiosidade e tendo resultados positivos como discutido no tópico anterior (2.2). As escolas com a tipologia inovadora são instituições que estão abertas as novas propostas pedagógicas e contém auxílio da arquitetura. Com isso, estes ambientes conseguem transmitir maior confiança, possuindo conforto, prazer e estética, atendendo necessidades contemporâneas.

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1.4 Normas técnicas

Para a concepção projetual é fundamental estar adepto as normas municipais e nacionais, com o objetivo de estabelecer uma base responsável para o projeto, pois é essencial saber as alternativas possíveis. Por conta disto, foram estabelecidas como base as seguintes normas. • Código de Obras e Edificações do Município de Serrana – Lei complementar N° 176/2006 Dispõe sobre o código de obras e edificações do município de Serrana. • Normas de acessibilidade – NBR 9050/2015 e ABNT NBR 16537/2016 Esta norma diz respeito a acessibilidade, prevendo os dimensionamentos e equipamentos adequados, como por exemplo: as rampas de acesso, pisos táteis direcionais e alerta perceptível, sanitários para adultos e crianças portadores de necessidades especiais entre outros parâmetros técnicos para a elaboração de projetos. •

Normas de segurança – NBR 9077/2001 O objetivo desta norma é estabelecer especificações base necessárias para o dimensionamento de Saídas de Emergência, com a intenção de possibilitar e facilitar o percurso da população em caso de incêndio. Portanto, esta norma será utilizada para certificar as dimensões mínimas de circulações, escadas, rampas, saídas de emergência etc.

• Cadernos Técnicos de Desempenho de Edificações Escolares de Ensino Público Trata-se de cadernos baseados na ABNT NRB 15575 desenvolvidos pelo FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), com o objetivo de ser um manual referência.

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Arquitetura escolar

1.5 Parâmetros de projeto para Educação Infantil

A Escola de Educação Infantil por muito tempo foi caracterizada pela ausência de investimento público no Brasil, sem ter parâmetros para o seu desenvolvimento. Entretanto, a partir de pesquisas como citado no item 2.2, e ocorrências de problemas no desenvolvimento da criança, as escolas infantis, como creches e pré-escolas, começaram a ser valorizadas no país, tendo a obrigatoriedade de matrícula de crianças na categoria de Educação Infantil (Manual de Orientações técnicas, 2017, v.2, p. 44). O público-alvo para escolas de Educação Infantil é de 4 até 6 anos, tendo uma derivação do programa e parâmetros de projetos dos demais ciclos escolares. Um ponto importante a ser ressaltado para o desenvolvimento de projetos é que, de acordo com o Sistema Unimed, a altura média para meninos e meninas da faixa etária citada é de 95,2 até 108 centímetros, incluindo meninas e meninos. Para a formação dos parâmetros de projetos base da arquitetura escolar, foi necessário haver debates entre arquitetos, pedagogos, alunos e familiares entre outros, sendo possível organizar medidas de elaboração de projetos de edificações escolares. Entretanto, é importante que cada projeto tenha pesquisas e levantamentos que auxiliam no desenvolvimento das diretrizes de cada local. O ambiente de aprendizagem escolar é um lugar previamente organizado para promover oportunidades de aprendizagem e que se constitui de forma única na medida em que é socialmente construído por alunos e professores a partir das interações que estabelecem entre si e com as demais fontes materiais e simbólicas do ambiente (MOREIRA, 2007).

O projeto deve ser realizado conforme as políticas da cidade e práticas pedagógicas locais, formando o programa de necessidades para a escolha do local a ser implantado o projeto e definição do partido arquitetônico, tendo a identidade do lugar.

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Imagem 13: Escola Alto de Pinheiros Fonte: Pedro Vannucchi. Imagem 14: Jardim de infância C.O Fonte: Ryuji Ino. Imagem 15: Creche D.S. Fonte: Studio Bauhaus.

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ARQUITETURA ESCOLAR |

Imagem 16: Croquis de Amanda. Fonte: Montagem da autora.

O modelo ideal do ambiente escolar ainda tem questionamentos, pois a necessidade e a busca por melhorias é constante e tem evolução de acordo com cada cenário social. Contudo, os seguintes critérios foram ressaltados a partir de Dóris Kowaltowski (2011), arquiteta e pesquisadora na área da arquitetura escolar, 1. Entrada principal: Ser uma entrada convidativa, contendo identidade própria, demonstrando o sentimento de pertencimento. 2. Salas de aula: Espaços flexíveis, com a possibilidade de alteração de layout, contendo livre movimentação, permitindo que as novas pedagogias estejam presentes. O chão é um espaço que também pode ser utilizado como aprendizado. 3. Arte, música e atuação: ambiente que possibilita a criatividade, a brincadeira e a expressividade. 4. Educação física: é necessário que as crianças exerçam atividades físicas em ambientes onde haja incentivo. 5. Espaços de exposição dos trabalhos dos alunos: Superfícies livres para a exposição dos trabalhos, tanto em planos horizontais quanto verticais. Ambiente para dar valor a criança. 6. Espaço individual para armazenamento de materiais: proximidade com os ambientes de estudo e pesquisa, como as salas de aulas e laboratórios. 7. Laboratórios: conter um layout flexível. 8. Áreas de alimentação: o conforto é de extrema importância para estes espaços. 32


| ARQUITETURA ESCOLAR

Imagem 17: Croquis de Amanda. Fonte: Montagem da autora.

9. Transparência: visibilidade, sentido de abertura e acesso livre. 10. Vistas interiores e exteriores: é necessário que haja uma integração dos horizontes, oferecendo vistas instigantes. 11. Tecnologia: atualmente, a tecnologia faz parte do nosso cotidiano e não pode ser deixada de lado nas escolas. 12. Integração entre espaços externos e internos: este item se torna de extrema importância, pois é necessário que haja esta integração, principalmente quando contém ar livre e natureza. 13. Mobiliário: cadeiras estofadas, poltronas, sofás, almofadas, são essenciais, pois o aluno fica muito tempo na escola. 14. Espaços flexíveis: é importante que todos os espaços possíveis tenham flexibilidade. 15. Cores: A cor se torna essencial, principalmente para ambientes infantis para a construção dos sentidos. 16. Higiene pessoal: Espaços que as crianças possam aprender a respeito da autonomia de se realizar a higiene, intensificando com a situação atual, pois com a pandemia mundial por conta do Covid-19 (Março de 2020), tornou-se de extrema necessidade projetar espaços para que seja realizado a higiene pessoal ao entrar na escola.

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02 LEITURAS PROJETUAIS Para o desenvolvimento do projeto, foi necessário desenvolver a análise de três leituras projetuais de referências de Escolas Infantis, com a finalidade de ampliar repertório, analisando soluções projetuais e exemplificando alternativas através do contato com experiências anteriores, tendo como consequência um melhor entendimento sobre o tema. Os parâmetros utilizados para a escolha das leituras formaram um conjunto base de critérios, sendo a organização do programa com a sua maneira de interação e participação da criança com o espaço, dando importância para a percepção e habilidades motores com identidade local, verificando acessos e circulações, com maior flexibilidade no projeto e integração entre interior e exterior com natureza, contendo ambientes com condições de conforto no quesito de iluminação e ventilação.

Imagem 18: Desenho de Amanda. Fonte: Montagem de Amanda.

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Leituras projetuais

2.1 Jardim de infância, escola primária

Ficha técnica Localização: Cariñena, Espanha Área: 918m² Ano: 2020 Arquitetos: Salas Arquitectura + Diseño Este projeto trata-se de uma escola infantil municipal para crianças de três a seis anos no centro de Cariñena na Espanha, sendo um novo equipamento destinado a educação na cidade durante a pandemia. A escola está implantada no mesmo quarteirão que o Instituto de Educação Secundária e um Colégio existente da cidade, tornando o local totalmente voltado para equipamentos de educação. A concepção do projeto se iniciou através das habilidades motoras e percepções das crianças, de modo simples, sendo assim possível gerar ambientes com maior integração entre interior e exterior. A iluminação natural invade os espaços internos, sendo alvo de impacto, por meio de aberturas com sistema de controle solar e pequenas claraboias, tendo um estudo de insolação no projeto. Dessa forma, esta maneira de trabalhar com a iluminação traz um atrativo para os corredores, de forma a dar maior importância para a percepção de movimento através das aberturas, trabalhando com luz e sombra em constante deslocamento.

Imagem19: Jardim de infância. Fonte: Milena Villaba, 2020. Imagem 20: Jardim de infância. Fonte: Milena Villaba, 2020.

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Imagem 21: Jardim de infância, exterior. Fonte: Milena Villaba, 2020. Imagem 22: Jardim de infância, fachada. Fonte: Milena Villaba, 2020.

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LEITURAS PROJETUAIS |

Imagem 23: Jardim de infância, pátio. Fonte: Milena Villaba, 2020. Imagem 24: Jardim de infância, sala multiuso. Fonte: Milena Villaba, 2020.

ANÁLISE DO PROJETO O programa de necessidades desta escola primária é simplificado, não se distinguindo da base do programa de uma escola pública. Portanto, a escola é constituída de salas de aulas com banheiros de apoio, sala multiuso para demais atividades, pátio de recreação interligado com as salas de aula, refeitório e demais ambientes voltados aos funcionários, como banheiros, cozinha, copa, sala dos professores e diretoria. A primeira etapa a ser resolvida no projeto foram as salas de aula com banheiro, através de seis módulos trapezoidais com cobertura inclinada, que delimitam o pátio de recreação da escola. Os acessos com aberturas amplas proporcionam integração direta entre os ambientes, sendo que as áreas de atividades voltadas ao lazer foram projetadas para a percepção dinâmica da infância, pensada a partir das brincadeiras de uma criança, tendo repetição do material com diferentes regulações, que são os brises em lâminas da fachada das salas de aulas que rodeiam o pátio. O pé-direito do edifício é outro fator importante, foram utilizadas coberturas inclinadas, o que trouxe uma diversificação de altura na sala de aula, porém foi mantida a dimensão de portas para aproximar a criança da escala humana. Por conta dessa diversidade de altura, o projeto traz um trabalho no teto das salas de aula, trabalhando o aprendizado através dos sensores. A materialidade é outro fator importante para esta escola, em seu interior foi usado materiais neutros e revestimentos cerâmicos nas áreas molhadas, sendo no exterior do edifício que contém a identidade do ambiente urbano em que a escola está inserida, pois o tijolo aparente e paredes brancas é uma tradição nas construções da cidade.

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Imagem 25: Jardim de infância, azulejo. Fonte: Milena Villaba, 2020. Imagem 26: Planta baixa com modificação da autora. Fonte: https://www.archdaily.com. br/br/958741/escola-infantil-salas-arquitectura-plus-diseno

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LEITURAS PROJETUAIS |

Re te fle Ventilação de ar

Imagem 27: Corte com modificação da autora. Fonte: https://www.archdaily.com. br/br/958741/escola-infantil-salas-arquitectura-plus-diseno

Imagem 28: Corte esquemático. Fonte: https://www.archdaily.com. br/br/958741/escola-infantil-salas-arquitectura-plus-diseno

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| LEITURAS PROJETUAIS

Escala Azulejo Olhar da criança

Imagem 29: Corte com modificação da autora. Fonte: https://www.archdaily.com. br/br/958741/escola-infantil-salas-arquitectura-plus-diseno

Imagem 30: Corte esquemático. Fonte: https://www.archdaily.com. br/br/958741/escola-infantil-salas-arquitectura-plus-diseno

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Leituras projetuais

2.2 Escola Fuji-Kindergarten

Ficha técnica Localização: Tokio, Japão Área: 1.304m² Ano: 2007 Arquitetos: Takaharu Tezuka e Yui Tezuka Conhecida como a melhor escola infantil do mundo, por ser um projeto vencedor de melhor jardim de infância do mundo em 2011. Trata-se de uma escola montessoriana, com o fundamento que a criança protagonize o próprio crescimento, explorando habilidades de forma natural e espontânea, através das brincadeiras e pensando como uma criança. O aspecto de maior ênfase deste projeto é o movimento livre que a criança tem por conta da forma oval do edifício, tendo uma quebra nos limites, adquirindo uma integração ampla entre o interior e exterior da escola, através da sua forma e funcionalidade, principalmente por conta de seu pátio central, que proporciona os sentidos na infância. A natureza é um ponto importante a ser discutido, pois neste caso há total integração com o ambiente construído, não tendo uma divisão entre as partes, de forma a trabalhar com a sensibilidade da criança, ilustrando que a natureza está presente no meio. A respeito da materialidade, os materiais naturais predominam no projeto para criar um ambiente acolhedor nos espaços e para que as crianças entrem em contato com texturas suaves tanto no interior como no exterior, uma vez que o edifício está rodeado por painéis de vidro deslizantes que seguem o formato oval, promovendo independência e socialização, sendo os únicos elementos que separam o interior do exterior, permitindo o acesso às vistas exteriores.

Imagem 31: Fuji Kindergarten, playground. Fonte: Katsuhisa Kida Imagem 32: Fuji Kindergarten, playground. Fonte: Katsuhisa Kida

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Imagem 33: Fuji Kindergarten, vista superior. Fonte: Katsuhisa Kida Imagem 34: Fuji Kindergarten, cobertura. Fonte: Katsuhisa Kida

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LEITURAS PROJETUAIS |

Imagem 35: Fuji Kindergarten, vista do pátio aberto. Fonte: Katsuhisa Kida.

Imagem 36: Fuji Kindergarten, cobertura. Fonte: Katsuhisa Kida

ANÁLISE DO PROJETO A respeito do programa, a escola tem sua organização flexível, não contendo uma fixação de ambientes. As salas de aulas têm integração direta com o pátio central e, por ser um ambiente com maior liberdade para alunos, pode haver alterações completamente através dos fechamentos e do mobiliário não-fixo. Dentro de cada sala não há divisões formais entre cada classe, os espaços estão à vista uns dos outros. Dependendo do tamanho de cada sala pode caber 2, 3, 4, 5 ou 6 turmas. Há também uma sala dos professores e quatro banheiros, dois a leste e dois a oeste. Há três entradas para a escola, sendo que a que está ligada diretamente com o edifício principal é a mais utilizada para receber os alunos. Não existem distinções ou segregações entre as pessoas que trabalham na escola, nem entre os locais. A área designada como escritório da diretoria fica ao lado do saguão de entrada, mas é apenas um canto. O objetivo é que não haja espaços fechados porque o que acontece neles é desconhecido para alunos e professores. Neste edifício, todos os espaços são visíveis a todos os ocupantes. A cobertura deixa de ser apenas um telhado, tornando-se o principal espaço de recreação da escola, com um deck de caminho infinito, permitindo que a criança brinque e percorra toda a parte superior do edifício. Neste ambiente, somente claraboias, árvores e alguns bancos são encontrados, e para alcançar esta parte do edifício, há uma escada principal de metal no centro do pátio, e para descer, um há um escorregador, sendo que junto as claraboias alocadas na cobertura contêm uma escada retrátil que leva para as salas de aulas.

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Imagem 37: Fuji Kindergarten, playground. Fonte: Katsuhisa Kida. Imagem 38: Planta baixa com modificação da autora. Fonte: https://en.wikiarquitectura. com/building/fuji-kindergarten/

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LEITURAS PROJETUAIS |

Caminho livre

Olhar dentro/ fora

Imagem 39: Planta baixa com modificação da autora. Fonte: https://en.wikiarquitectura. com/building/fuji-kindergarten/

Imagem 40: Planta baixa esquemática. Fonte: https://en.wikiarquitectura. com/building/fuji-kindergarten/

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| LEITURAS PROJETUAIS

Imagem 41: Corte com modificação da autora. Fonte: https://en.wikiarquitectura. com/building/fuji-kindergarten/

Imagem 42: Elevação. Fonte: https://en.wikiarquitectura. com/building/fuji-kindergarten/

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Leituras projetuais

2.3 Berçário e Jardim de infância Hanazono

Ficha técnica Localização: Okinawa, Japão Área: 1107m² Ano: 2015 Arquitetos: Hibinosekkei, Youji no Hiro A escola está localizada em uma região com o clima oceânico subtropical, sendo um local com o ambiente caloroso e úmido. Dessa forma, o edifício contém um desenho que busca amenizar o impacto do clima, tendo a necessidade de se fechar em alguns momentos, tanto para fazer sombra como também se abrir para ventilar. O projeto conta com uma ampla área com vegetação, voltada para atividades ao ar livre em sua entrada principal, permitindo que a criança já entre na escola com a ideia de liberdade e essência da brincadeira explorando a natureza.

Imagem 43: Jardim de infância, terraço. Fonte: Studio Bauhaus Imagem 44: Jardim de infância, vista do estacionamento. Fonte: Studio Bauhaus

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Imagem 45: Jardim de infância, fachada. Fonte: Studio Bauhaus. Imagem 46: Jardim de infância, crianças brincando. Fonte: Studio Bauhaus.

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LEITURAS PROJETUAIS |

Imagem 47: Jardim de infância, terraço. Fonte: Studio Bauhaus Imagem 48: Jardim de infância, administração. Fonte: Studio Bauhaus

ANÁLISE DO PROJETO A escola contém o programa base necessário, com salas de atividades, pátio, refeitório etc. No pavimento térreo, se encontra o local de uso comum no qual as crianças possuem áreas de recreação, convivência e refeição, contendo área livre, estúdio, ateliê com a finalidade de desenvolvimento criativo e um refeitório desenvolvido para a educação alimentar dos pequenos. Neste pavimento também há áreas voltadas para o serviço e administração. Já no pavimento superior, encontram-se os espaços privados, como as salas destinadas as atividades infantis, com pequenos terraços que fazem a integração entre interior e exterior. Em relação aos banheiros, no pavimento térreo há uma instalação ao lado do escritório e no pavimento superior há três instalações. O projeto contém grandes aberturas e esquadrias, o que permite a entrada de ventilação e iluminação natural nos ambientes e faz a ligação entre interior e exterior, ampliando o olhar da criança. Para que estas aberturas se tornem possíveis sem a perca de pé direito, foram construídas vigas invertidas. Para ajudar no bloqueio da luz direta do Sol, foi projetada uma marquise ao redor do perímetro da área construída e uma malha vazada com desenho repetitivo, alternando apenas o desenho das aberturas maiores. A respeito da materialidade, a construção apresenta uma base da arquitetura tradicional da região, através do uso de madeira, sendo que a sua estrutura é de aço com concreto armado.

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Imagem 49: Jardim de infância, refeitório. Fonte: Studio Bauhaus Imagem 50: Planta baixa com modificação da autora Fonte: https://www.archdaily.com. br/br/774261/bercario-e-jardim-de-infancia-hanazono-hibinosekkei-plus-youji-no-shiro

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LEITURA PROJETUAL |

Imagem 51: Corte. Fonte: https://www.archdaily.com. br/br/774261/bercario-e-jardim-de-infancia-hanazono-hibinosekkei-plus-youji-no-shiro

Imagem 52: Elevação. Fonte: https://www.archdaily.com. br/br/774261/bercario-e-jardim-de-infancia-hanazono-hibinosekkei-plus-youji-no-shiro

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| LEITURA PROJETUAL

Imagem 53: Elevação. Fonte: https://www.archdaily.com. br/br/774261/bercario-e-jardim-de-infancia-hanazono-hibinosekkei-plus-youji-no-shiro

Imagem 54: Elevação. Fonte: https://www.archdaily.com. br/br/774261/bercario-e-jardim-de-infancia-hanazono-hibinosekkei-plus-youji-no-shiro

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Leituras projetuais

2.4 Síntese das informações

Para a melhor compreensão das leituras, foi desenvolvido uma tabela como síntese dos projetos, ilustrando principalmente o programa e os pontos positivos dos projetos.

Itens Tipologia Área

Programa de necessidades

Escolas 3.1 Jardim de infância, escola primária Educação infantil

Educação infantil

918m²

01. Salas de atividades 02. Banheiros 03. Pátio central 04. Deck/ cobertura 05. Área de serviço

Espaço fluído, concepção de liberdade Arquitetura voltada para os sentidos da criança através da materialidade

Características positivas

Identidade local Salas de aula com banheiros

Educação infantil

1.304m²

01. Sala de aula 02. Banheiro 03. Sala multiuso 04. Refeitório 05. Pátio 01 06. Pátio 02 07. Diretoria 08. Banheiro 09. Sala dos professores 10. Portaria 11. Área de serviço

Integração com a comunidade local

3.3 Berçário e Jardim de infância

3.2 Escola Fuji-Kindergarten

Transparência dos ambientes Sem fechamentos fixos que limitam os ambientes Flexibilidade no layout Aproveitamento da cobertura Uso da circulação como espaços de aprendizado

1107m² 01. Entrada 02. Escritório 03. Depósito 04. Estúdio 05. Ateliê 06. Pátio 07. Refeitório 08. Cozinha/ área de serviço 09. Jardim 10. Banheiros 11. Salas de atividades (aulas) 12. Biblioteca 13. Sala de jogos 14. Terraços Uso de materiais para a proteção solar Criação de terraços para as salas de aula Pátio amplo Circulação simples Salas voltadas para atividades de criatividade

Integração direta com a natureza Integração entre interior e exterior Uso de formas e elementos que ativam a criatividade Quadro 01: Síntese das informações das leituras projetuais. Fonte: Montagem da autora.

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Imagem 55: Jardim de infância, exterior. Fonte: Milena Villaba, 2020. Imagem 56: Fuji Kindergarten, playground. Fonte: Katsuhisa Kida. Imagem 57: Jardim de infância, refeitório. Fonte: Studio Bauhaus

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03 O LOCAL O local trata-se da área de intervenção, onde será implantado o projeto realizado neste trabalho. Sua localização se encontra no município de Serrana, estado de São Paulo, cidade com cerca de 45.644 habitantes segundo Censo IBGE 2020. A escolha do local se deu através do contato com o munícipio em questão, identificando a necessidade de melhorias no setor da infraestrutura das escolas, principalmente na Educação Infantil. Portanto, para entender o local no qual será implantado o projeto e entender as demandas da cidade e a espacialização necessária, foi realizado o levantamento de dados apresentados neste capítulo.

Imagem 55: Desenho de Amanda. Fonte: Montagem de Amanda.

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O local

3.1 Escolas em Serrana

Serrana, atualmente conhecida por ser a primeira cidade brasileira a trazer para a sua população a vacinação em massa contra o Covid-19, através do Projeto S do Instituto Butantan, trata-se de um município localizado no estado de São Paulo, na zona fisiográfica de Ribeirão Preto. Por muitos anos chamada de Serrinha, no final do século XIX, houve o início do desenvolvimento de seu núcleo urbano formando os primeiros quarteirões do município, através da doação de dois alqueires de terras para a constituição do patrimônio da instituição religiosa, atual Igreja Matriz, ao redor de uma capela já existente. O seu desenvolvimento se deu através do café e pelo meio da produção de cana-de-açúcar, o que causou um significativo aumento populacional na cidade, principalmente por conta das usinas instaladas nas proximidades, que trouxeram mão de obra de outros estados, ocasionando em um alto número de imigrantes, principalmente de Minas Gerais, Alagoas, Piauí e Pernambuco. Com esse impulso populacional, foram surgindo as primeiras escolas de caráter particular em meados do século XX, visto que de acordo com o livro “Serrana - A pérola do Rio Pardo” publicado em 2012, o Poder Público determinou instalar as “Escolas Reunidas de Serrinha” em 1921, situada em um prédio alugado pela Prefeitura Municipal de Cravinhos, pois a cidade ainda era considerada seu distrito.

Imagem 56: Imagem de Serrana. Fonte: Reprodução/EPTV

Imagem 57: Imagem de Serrana, entrada. Fonte: Reprodução/EPTV

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Imagem 58: Localização de Serrana-S. Fonte: ArquivoEstado

Logo após a implementação da escola particular no município, foram inauguradas duas escolas municipais, uma delas localizada na Fazenda Serra Grande com 27 alunos no total e outra na Fazenda Figueira, denominada “Escola Mista Rural”, com 52 alunos. A partir disso, foi iniciado o processo de ensino municipal na rede pública de Serrana, atualmente contando em torno de 20 escolas na cidade. Entretanto, a expansão populacional no munícipio é crescente nos últimos anos até os dias atuais, o que ocasionou em uma maior demanda nas escolas da cidade.

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MAPA ESCOLAS EM SERRANA Sem escala ru

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CEMITÉRIO MUNICIPAL SENHOR DO BONFIM

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PRAÇA ARISTIDES GOMES

ROTATÓRIA DO CRISTO

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Imagem 59: Mapa escolas em Serrana. Fonte: Montadem fa autora.

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EMEI Serrana

EMEI Lilia Márcia Borges dos Santos

aão Abr

Ass


LEGENDA Creche Escola Municipal de Ensino Infantil Escola Municipal de Ensino Fundamental

sed

Escola Estadual Ensino Técnico Integrado ao Médio Escola Época Escola Objetivo Secretaria da Educação e Cultura Prefeitura Igreja Matriz Saúde Cemitério Centro cultural e esportivo Parque Bela Fonte Entrada/ saída da cidade

Pequeno Príncipe

M.L. INDÚSTRIA QUÍMICA LTDA

(Particular) EMEI Georgina Issa

POÇO ARTESIANO

IO

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AT RV SE ÁGUA DE

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O local

3.2 Estudo de caso

A escola escolhida para a análise do trabalho foi a Escola Municipal de Ensino Infantil Professora Lillia M. B. dos Santos, por não conter espaços qualificados e necessários para os seus usuários. Sua história vem de um longo percurso de dificuldades, pois a escola era localizada no mesmo prédio da Escola Municipal de Ensino Fundamental Elizabeth Sahão, utilizando apenas 4 salas, sem a separação necessária entre os graus escolares. Entretanto, após o aumento da população infantil e maior demanda de escolas na cidade, em 2020, houve a realocação da instituição educacional para outro prédio, no qual abrigava a Secretária da Educação da cidade. O atual prédio da escola está localizado na Avenida Deolinda Rosa, sendo que no mesmo quarteirão, há o UPA Serrana e um complexo esportivo. Logo, a área contém grande fluxo de pedestres e principalmente de veículos, pois a Avenida Deolinda Rosa é a entrada principal para a cidade, sendo prejudicial a etapa que a escola se encontra. Portanto, um dos pontos negativos do atual local da escola é porque a construção da antiga Secretaria da Educação se encontra em estado precário mesmo com as reformas realizada, não contendo ambientes especializados para uma escola, como por exemplo: Falta de espaços amplos para desenvolvimento de brincadeiras ou esportes, como um pátio; Falta de banheiro para professores (os mesmos necessitam ir ao prédio ao lado); A cozinha é distante do refeitório; Estrutura está precária com vazamentos no telhado; Falta de acessibilidade; Localização com problemas por estar em uma avenida movimentada; Prédio sem características que aguçam o aprendizado; entre outras problemáticas no local.

Imagem 60: EMEI Lilia Márcia Borges dos Santos, fachada. Fonte: Acervo Pessoal Imagem 61: Imagem de Serrana. Fonte: Reprodução/EPTV

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O LOCAL |

Imagem 62: Imagem de Serrana. Fonte: ArquivoEstado

Complexo esportivo

UPA Serrana

EMEI Lilia M. B. dos Santos (Antiga Secretaria da Educação)

UPA Serrana

EMEI Lilia M. B. dos Santos (Antiga Secretaria da Educação)

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O LOCAL |

Imagem 63: EMEI Lilia Márcia Borges dos Santos Fachada lateral. Fonte: Acervo Pessoal Imagem 64: EMEI Lilia Márcia Borges dos Santos, fachada lateral. Fonte: Acervo Pessoal

Por conta da realocação da EMEI Lilia M. B. dos Santos para o prédio atual, se tornou necessário realizar algumas alterações da divisão de ambientes em relação ao novo uso, pela Prefeitura Municipal de Serrana. Esta reforma foi realizada em 2019/2020, pois a escola foi reinaugurada em 2021. Com isso, foram criadas 6 salas de aulas (máximo 25 alunos), 1 auditório/refeitório, adaptação dos banheiros para crianças, 1 secretária (distante da entrada principal), 1 administração/ sala dos professores, 1 cozinha (distante do refeitório). Além disto, foi colocado azulejos em toda a escola, para posteriormente facilitar na limpeza. Por conta do alto fluxo na Avenida Deolinda Rosa, foi realizado uma entrada secundária na escola. O seu acesso é através de uma escada descoberta, sem indícios de rampas. Com isso, é possível afirmar que a escola apresenta graves problemas em relação a arquitetura escolar, e contém a necessidade de melhorias.

Imagem 65: EMEI Lilia Márcia Borges dos Santos., pátio interno. Fonte: Acervo Pessoal Imagem 66: Entrada EMEI Lilia M. B. dos Santos, pátio interno. Fonte: Acervo Pessoal

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Entrada principal

Imagem 67: Planta baixa - Reforma para a escola, com modificação da autora. Fonte: Prefeitura de Serrana

Entrada secundária

65


O local

3.3 Levantamento da área

A área de intervenção está localizada no município de Serrana, situada entre três avenidas importantes da cidade, que são a Av. Deolinda Rosa, a Av. Habibi Jabali e a Av. Gabriel José do Valle, e pelo cemitério. A determinação da área foi através de algumas considerações como a zona, o uso do solo, equipamentos no entorno, fácil acesso, características físicas como a topografia e a presença de grande área para o projeto. Outro fator determinante para a escolha da área é a proximidade com a Creche, visando que os alunos não tenham que ter grande deslocamentos para dar continuidade nas etapas educacionais. Portanto, o terreno escolhido está implantado no quarteirão voltado para uso público, no qual contém a Creche Municipal Jose Carlos França e um Posto de saúde.

Imagem 68: Serrana SP. Fonte: Google Earth. Imagem 69: Área de intervenção. Fonte: Google Earth.

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MAPA SERRANA Sem escala

CEMITÉRIO MUNICIPAL SENHOR DO BONFIM

PRAÇA ARISTIDES GOMES

ROTATÓRIA DO CRISTO

ANA

SERR

M.L. INDÚSTRIA QUÍMICA LTDA

POÇO ARTESIANO RIO ATÓ A ERV ÁGU DE

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PRAÇA ARISTIDES GOMES

ROTATÓRIA DO CRISTO

LEGENDA Creche Municipal Jose Carlos França

Av

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Posto de Saúde

De

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Terreno

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Área de intervenção

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O local

3.3.1 Uso do solo

A partir da análise do mapa de uso do solo é possível notar que a área de estudo é predominantemente residencial, e por ser um local delimitado por grandes avenidas da cidade, os comércios e serviços se encontram principalmente no seu limite. Em relação as residências, trata-se de lotes com a dimensão média de 10x25m com construções pequenas e unifamiliares, a área também apresenta um incentivo ao aumento do índice de casas de aluguel, que deu início na rua João Amâncio. Os serviços voltados para a Av. Habibi Jabali são relacionados a automóveis, como borracharias, mecânicos etc. Já nos demais serviços, há o cemitério da cidade, o velório, a subestação da CPFL, farmácia, dois postos de saúde (no qual um deles está localizado no quarteirão da área de intervenção), entre outros como salões de beleza. Os comércios contêm uma diversidade na área, englobando desde mercados até lojas voltadas para animais, e estão localizados essencialmente na Av. Deolinda Rosa. A respeito das instituições, ao lado do terreno escolhido, há uma creche para crianças de 0 a 3 anos de idade.

Imagem 70: Posto de saúde. Fonte: Acervo Pessoal Imagem 71: Creche municipal. Fonte: Acervo Pessoal

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Imagem 72: Mapa de uso do solo. Fonte: Montagem da autora.

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O local

3.3.2 Ocupação do solo

De acordo com o levantamento a partir do mapa de gabarito que trata das alturas das edificações, nota-se que a área de estudo é predominantemente térrea, mantendo a paisagem horizontal, com poucas construções com 2 pavimentos ou mais, que não ferem na paisagem.

Imagem 73: Entorno, imagem ilustrativa do gabarito. A localização da imagem é na rua João Amâncio, em frente com o Posto de saúde. Fonte: Acervo Pessoal Imagem 74: Entorno, imagem ilustrativa do gabarito. A localização da imagem é na rua João Amâncio. Fonte: Acervo Pessoal

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Imagem 75: Mapa de gabarito. Fonte: Montagem da autora.

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O LOCAL | Imagem 76: Mapa de figura-fundo. Fonte: Montagem autora.

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| O LOCAL

Em relação a ocupação do lote, através do mapa de figura-fundo constata-se que as construções possuem os recuos mínimos e um certo adensamento, principalmente próximo a Av. Deolinda Rosa. Também é possível observar o vasto vazio que o terreno escolhido causa no bairro.

Imagem 77: Entorno, imagem ilustrativa do gabarito e figura-fundo. A localização da imagem é na rua João Amâncio. Fonte: Acervo Pessoal Imagem 78: Entorno, imagem ilustrativa do gabarito. A localização da imagem é na Avenida Deolinda Rosa. Fonte: Acervo Pessoal

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O local

3.3.3 Sistema viário e acessos

O sistema viário de Serrana é baseado em vias principais, vias coletoras, vias locais, vias de pedestres e ciclovias, sendo que as vias locais são predominantes na cidade. Entretanto, apesar desta classificação de vias no município, não há compatibilidade em relação a dimensão e a funcionalidade em que elas se encontram. A respeito do fluxo de automóveis na área de estudo, nota-se que há uma delimitação através das vias principais e coletoras. Em relação aos acessos, a área escolhida pode ser facilmente acessada tanto por transporte público ou privado, por conter uma localização sem obstáculos e com ligações viárias simples, sendo que a Av. Deolinda Rosa recebe transportes públicos municipal e intermunicipal.

Av. Deolinda Rosa

Rod. Abraão Assed

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Área de intervenção


Imagem 80: Mapa de hierarquia viária. Fonte: Montagem da autora.

Imagem 79: Mapa de Serrana Fonte: Gogle earth com alterações da altora.

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O LOCAL | Imagem 81: Mapa de fluxo viário. Fonte: Montagem autora.

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O LOCAL |

Imagem 82: Entorno, imagem ilustrativa da via João Amâncio atualmente. Fonte: Acervo Pessoal Imagem 83: Entorno, imagem ilustrativa da via José Pedro Barbosa. Fonte: Acervo Pessoal Imagem 84: Serrana, imagem ilustrativa da entrada principal da cidade. Fonte: Acervo Pessoal

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O local

3.3.4 O Terreno

O terreno possui formato de L e contém 3.907m². Sua localizado é em um quarteirão com construções públicas, incluindo uma creche e um posto de saúde, alimentando o atendimento necessário para a região. A respeito da orientação, o terreno se encontra de esquina, tendo suas elevações voltadas para o nordeste, sudeste e sudoeste, elevando assim as possibilidades de aberturas de janelas e vãos e áreas de permanência em relação ao caminho do Sol. O local apresenta vegetação na calçada, melhorando o microclima do local. O desnível no quarteirão se torna quase imperceptível, tendo uma inclinação suave.

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Imagem 86: Diagrama com mapas de levantamento do terreno. Fonte: Montagem autora.

Imagem 85: Corte do terreno. Fonte: Montagem autora.

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O LOCAL |

A respeito das restrições urbanísticas, Serrana é um município que ainda contém inconsistências na legislação. Entretanto, com base no código de obras da cidade é possível analisar algumas demandas esclarecidas.

Imagem 89: Terreno, imagem ilustrativa visualizando parte do terreno atrás da creche e posto de saúde. Fonte: Acervo Pessoal Imagem 90: Terreno, imagem ilustrativa da rua Orlando Jacob. Nesta imagem é possível visualizar a creche ao fundo do terreno. Fonte: Acervo Pessoal

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RUA ORLANDO JACOB RUA JOSÉ PEDRO BARBOSA RUA ORLANDO JACOB

Imagem 88: Terreno, imagem ilustrativa da via José Pedro barbosa. Fonte: Acervo Pessoal

RUA JOÃO SCODONHO

Imagem 87: Terreno, imagem ilustrativa da rua João Amâncio. Fonte: Acervo Pessoal

RUA JOÃO SCODONHO

Quadro 02: Legislação urbana. Fonte: Montagem da autora através dos dados da Prefeitura de Serrana-Sp.

RUA JOAQUIM AMÂNCIO


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O local

3.4 Diretrizes projetual

Após a compreensão da Educação Infantil, análise das referências de projeto e levantamento de dados, a diretriz deste trabalho se baseia na proposta de uma nova EMEI (Ensino Municipal de Educação Infantil) para a cidade de Serrana atendendo crianças de 04 a 06 anos, com o intuito de ilustrar novos espaços de aprendizado com qualidade, que abrigue a criança e seja educador, permitindo a liberdade de movimento. Portanto, a ideia principal é ativar a curiosidade da criança, transmitindo aprendizado além da sala de aula, com o intuito de criar vivencias e contato com a natureza, explorando diversos níveis de interação, desde o individual até o coletivo. A integração entre interior e exterior, expandindo os espaços fechados, se torna um item importante para a diretriz projetual, pois a intenção é experimentar e dar autonomia para a criança e espaços, ativando as sensações e enriquecendo o aprendizado. Dessa forma, a intenção do projeto é despertar a curiosidade e exploração do espaço com elementos arquitetônicos e formas, trabalhando a independência da criança em relação aos ambientes, possuindo contato visual com a natureza através de grandes aberturas e vãos que permitam esta ação sem uma divisão evidenciada. Para a realização do projeto da escola, será utilizado apenas uma parte do terreno, pois o restante foi destinado como diretriz uma praça pública para a área.

Imagem 91: Ilustração. Fonte: Montagem da autora.

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Imagem 92: Ilustração. Fonte: Montagem da autora.

Para o projeto da nova EMEI em Serrana foram escolhidos algumas diretrizes e recursos a serem considerados no projeto.

01

Autonomia e sensações Desenvolver através dos ambientes e materialidade o aumento da autonomia e sensações da criança com o espaço.

02

Escala infantil O intuito do projeto é desenvolver espaços no qual a criança sinta-se confortável em relação as dimensões.

03

Circulação atrativa Há o intuito de transformar as circulações em ambientes atrativos, ativando a criatividade e transformando corredores desmotivados em espaços instigadores.

04

Independência dos blocos Desenvolver espaços independentes inseridos por todo o lote, tendo como consequência a integração com a natureza e espaços abertos.

05

Estrutura simplificada Simplicidade na solução estrutural da edificação, utilizando as paredes como estrutura principal.

Integração com o meio | relação urbana| Layout flexível | Formas intuitivas | Integração com a natureza | Espaços ao ar livre

83


O local

3.5 Programa

O programa foi adotado a partir da demanda de necessidades das escolas em Serrana e teve como referência base os documentos concedidos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Parâmetros Básicos de infraestrutura para instituições de Educação Infantil (2006) e o Manual de Desenvolvimento da Educação, elaboração de projetos de edificações escolares: educação infantil (2017). Através da pesquisa teórica, foi possível complementar o programa para o projeto. Portanto, o programa planejado ficou dividido em 03 (três) partes para a melhor compreensão, o setor administrativo, o setor pedagógico, o setor de serviço e a circulação, que está inserida com 20% da área dos ambientes. Em relação ao setor administrativo, trata-se de espaços voltados para a coordenação da escola, dispondo de ambientes para os profissionais da educação e atendimento ao público. Já a respeito do setor pedagógico, é basicamente o corpo do programa, pois trata-se principalmente de espaços voltados para o aprendizado das crianças, com salas de aula e espaços elaborados como apoio aos professores e experiências para os alunos. Para determinar a quantidade de salas de aula, foi utilizado como base a média de crianças por sala determinado pelos Parâmetros curriculares de qualidade na Educação Infantil de 2006 e pelo Ministério da Educação (MEC), chegando no número no máximo de 20 alunos por sala. O setor de serviço é destinado para as áreas dispostas para o atendimento de necessidades da escola e de seus usuários, com espaços de trabalho, como os ambientes destinados a alimentação e limpeza da escola.

Imagem 93: Esquema de setores. Fonte: Montagem da autora.

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Quadro 03: Programa desejado para compor o projeto. Fonte: Montagem da autora através.

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04 O PROJETO Após a compreensão da realidade das escolas de Educação Infantil, principalmente as de nível municipal, os ensaios projetuais puderam ser iniciados. A proposta deste trabalho não é divergir por completo de experiências existentes, por mais que haja críticas presentes, mas sim trazer elementos arquitetônicos capazes de aproximar e inserir a criança no meio social e urbano, sem reproduzir necessariamente os padrões arquitetônicos comuns dos dias de hoje.

Aponte a camera do celular para o QR Code para visualizar croquis realizados pela autora para o desenvolvimento do projeto.

Imagem 94: Desenho de Amanda. Fonte: Montagem de Amanda.

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O projeto

4.1 Conceito arquitetônico

A intenção do projeto é criar espaços qualificados para uma nova edificação escolar para crianças de 4 a 6 anos de idade, buscando construir um sistema funcional no qual as crianças se sintam confortáveis e seguras, com ambientes que aguçam a criatividade e o aprendizado, dando liberdade para o aluno e apoio aos professores e profissionais na cidade de Serrana. Para iniciar o projeto, foi optado pelo desmembramento do terreno, segregando-o em duas partes, cujo qual o Terreno 01 foi destinado para o projeto da nova EMEI, enquanto o Terreno 02 foi indicado como diretriz para uma praça pública.

Imagem 95: Diagrama do terreno. Fonte: Montagem da autora.

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Imagem 96: Diagrama de conceito e partido. Fonte: Montagem da autora.


Desenvolvimento da forma:

01

02

03

04

Inicialmente foi realizado um estudo volumétrico térreo ocupando todo o terreno, chegando em 2.800m². A intenção de projetar o edifício térreo é causar baixo impacto no bairro, e principalmente manter a escala da criança.

Em seguida, foram realizados diversos recortes nos limites externos da forma total, com a intenção de integração com o entorno, criando espaços permeáveis públicos para dentro do lote.

Com a intenção de incorporar a independência nos ambientes, demais cortes foram realizados, porém neste momento foram na parte interno da forma, resultando em espaços vazios entre os blocos. A partir disto, foi possível criar uma área central composta por um pátio descoberto e sala multiuso, visando espaços abertos integrados com a natureza.

Por fim, pensando na cobertura, foram realizadas inclinações nas edificações independentes, com o olhar para o centro da forma, enfatizando a escala da criança nas circulações. E, para interligar todos os blocos, foi criada uma cobertura em formato L, possibilitando a ligação do todo. Após todo o processo, foram desenvolvido os decks, como forma de ampliar o ambiente interno, integrando com a natureza.

89


O projeto

4.2 Representações arquitetônicas

O projeto da nova edificação visa oferecer um espaço adequado de caráter educacional, através de ambientes no qual proporcione a brincadeira e o aprendizado para os usuários. Com isso, a implantação do projeto resultou através das experiências dos recortes na forma, integrando o interior e o exterior com os espaços públicos de permanência dentro do lote, como uma ampliação da calçada, como ilustrado no item 4.1 Conceito arquitetônico. Em relação aos acessos, o projeto consta com três entradas, sendo duas para pedestres e uma para veículos. A entrada principal para pedestres do edifício está localizada na Rua Joaquim Amâncio e tem a intenção de aproximação com a creche ao lado do terreno, tendo como objetivo a proteção das crianças com o alinhamento frontal recuado e o alongamento da calçada existente, criando espaço público para a população. O projeto também contém uma entrada secundária para pedestres através da Rua José Pedro Barbosa, cujo intuito é auxiliar no cotidiano da escola no caso de eventos voltados para a população na possível praça ao lado. Outro fator para a entrada secundária é em relação a divisão de horários e segregação dos usuários, caso haja necessidade. Há uma integração com a Creche através de um portão localizada próxima ao refeitório, para criar uma integração entre os dois edifícios públicos.

Quadro 02: Legislação urbana em relação ao projeto. Fonte: Montagem da autora através dos dados da Prefeitura de Serrana-Sp e projeto.

Imagem 97: Diagrama de programa. Fonte: Montagem da autora.

90


O programa Setor administrativo Setor educacional Setor de serviço Circulação independente Circulação Deck Entrada principal Entrada secundária Estacionamento Ligação creche e EMEI

Em relação ao programa, o projeto foi dividido em três setores, sendo o setor administrativo, o setor pedagógico e o setor de serviço. Logo na entrada principal, encontra-se o setor administrativo, no qual estão dispostos os ambientes voltados para a administração da escola e conforto dos profissionais, como a sala dos professores, sala de reunião, diretoria e recepção. A recepção se trata de um ambiente limitado por dois portões, no qual um é destinado para a entrada das pessoas na recepção e o outro é para ter acesso ao interior da escola Este ambiente intermediário se torna abrigo para a criança durante a entrada e saída ou enquanto aguarda o responsável, gerando proteção para a escola. Neste mesmo ambiente há bancos para espera e bebedouro com lavatório de mãos, incentivando a higiene. A respeito do setor administrativo também há a sala dos professores, cujo a intenção é integrar um ambiente de descanso e conforto com o trabalho, a partir de mobiliários flexíveis, possibilitando uma liberdade de layout. Com relação ao setor pedagógico, este contém a essência de liberdade e autonomia sendo estruturas independentes do restante do contexto tendo apenas a ligação através da circulação.

As salas de aula têm a forma que busca a criatividade e o aprendizado, se diferenciando dos padrões tradicionais, e foi desenvolvida através de dois tipos de módulos com duas salas cada, com integração entre interior e exterior por meio dos decks (varandas externas). Há também uma sala multiuso interligada com o pátio descoberto, cujo objetivo é realizar atividades como aulas de música e pintura, etc. Ao centro do lote é possível visualizar a sala multiuso, que possui acesso por todas as direções e interliga com a cobertura da circulação independente. A ideia deste ambiente é distingui-lo dos demais blocos, indicando a diferenciação de seu uso, portanto, não possui inclinação em sua cobertura e contém o pé direito abaixo dos demais ambientes do programa. Já o setor de serviço, trata-se de ambientes voltados ao trabalho essencial para a escola, dentre estas áreas está a cozinha, o refeitório, banheiros para funcionários, depósitos e lavanderia. O projeto também consta com uma horta, cujo qual está localizada em frente do refeitório, próxima a ligação da creche ao lado com o projeto. 91


AVENIDA HABIB JABALI

1

RUA JOSÉ PEDRO BARBOSA

RUA JOÃO SCODONHO

A

0.00

J

RUA JOAQUIM AMÂNCIO

AVENIDA DEOLINDA ROSA


RUA ORLANDO JACOB

13,55

Situação 0

20

50


RUA JOÃO SCODONHO

RUA JOSÉ PEDRO BARBOSA

RUA JOAQUIM AMÂNCIO

LEGENDA Entrada principal Entrada secundaria Entrada de veículos (estacionamento/ carga e descarga) Ligação Creche e EMEI Demarcação do terreno


1

A

RUA ORLANDO JACOB

A

0.00

+3.00

-0,40

0.00

2.10

0.00

J

Implantação 0

20

50


CORTE C

1

RUA JOSÉ PEDRO BARBOSA

2

A

92

°

3.58

VISTA 04

20

5.58

5.24

6.18

B

CORTE B

5.28

C

4.60

D

E

7.18

14 sobe

3.40

F

sobe

G

21

Rampa i = 6,5%

9.66

sobe

H 5.52

17

0.0

CORTE A

gás

4.00

I

LEGENDA 01 - Recepção/entrada 02 - Diretoria 03 - Sala dos professores 04 - Banheiro funcionários/ visitantes 05 - Lixo 06 - Depósito 07 - Cozinha 08 - Limpeza 09 - Refeitório 10 - Horta

11 - Sala Multi-uso 12 - Sala de aula 13 - Banheiro alunos 14 - Deck 15 - Pátio 16 - Carga e descarga 17 - Estacionamento 18 - Lavanderia 19 - Depósito 20 - Diretriz (Praça linear) 21 - Creche Municipal

RUA JOÃO AMÂNCIO

CORTE C

J


7.59

VISTA 03

5

4

7.59

3.98

6

CORTE E

CORTE D

3

2

4.55

8

7

7.59

9

7.59

6.18

10 3.58

Calçada

14

14

Proj. cobertura

14

Proj. cobertura

14

Proj. cobertura

Proj. cobertura

18 12

12

0.00

Reservatório 30.000L

12

13

0.00

12

0.00

0.00

CORTE B

19

Proj. cobertura

09

12

13

0.00

sobe

07

Proj. cobertura

-0.40

-0.42

05

06

15 12

0.00

Rampa i = 6,5%

sobe

Proj. cobertura

Proj. cobertura

04

0.00

7

00

02

03

13

12

01

0.00

0.00

Proj. cobertura

e

Proj. cobertura

08

14

0.00

0.00

16

14

13

14

VISTA 02

11

14

14 CORTE A

14 Proj. cobertura

Proj. cobertura

Lixeira

CORTE E

CORTE D

VISTA 01

Planta baixa - Térreo 0

5

10

20

50

RUA ORLANDO JACOB

0.00

Proj. cobertura

12

Proj. cobertura

10

Proj. cobertura

Proj. cobertura


CORTE C

1

RUA JOSÉ PEDRO BARBOSA

2

5.58

5.24

92

°

3.58

VISTA 04

A

6.18

B

CORTE B

5.28

C

4.60

D

7.18

E

Calha

3.40

F

9.66

G

5.52

H

0.0

CORTE A

4.00

I

RUA JOÃO AMÂNCIO

CORTE C

J


7.59

5

4

7.59

VISTA 03

3.98

CORTE E

CORTE D

3

2

6

4.55

8

7

7.59

7.59

9 6.18

10 3.58

Rufo

Reservatório 30.000L

Telha galvanizada i = 10%

CORTE B

10

0.00

Rufo

Calha

2.250

Calha

Policarbonato alveolar i= 8%

00

Rufo

Telha galvanizada i = 10%

CORTE A

CORTE E

CORTE D

VISTA 01

Planta baixa - Cobertura 0

5

10

20

50

RUA ORLANDO JACOB

VISTA 02

Rufo

Telha galvanizada i = 10%

Telha galvanizada i = 10%

-0.42

Laje plana i = 1%

Policarbonato alveolar i= 8%

Telha galvanizada i = 10%

Rufo


O PROJETO|

3

2

CORTE A

1

4

Viga de madeira

5

Viga de madeira

Forro de PVC

17

21

+0.00

03

TERRENO NATURAL

Corte AA 0

5

10

20

LEGENDA 01 - Recepção/entrada 02 - Diretoria 03 - Sala dos professores 04 - Banheiro funcionários/ visitantes 05 - Lixo 06 - Depósito 07 - Cozinha

100

08 - Limpeza 09 - Refeitório 10 - Horta 11 - Sala Multi-uso 12 - Sala de aula 13 - Banheiro alunos 14 - Deck

15 - Pátio 16 - Carga e descarga 17 - Estacionamento 18 - Lavanderia 19 - Depósito 20 - Diretriz (Praça linear) 21 - Creche Municipal

02


| O PROJETO

8

7

Telha galvanizada

9

Forro de PVC

10

Azulejo

CORTE A

6

+4.20

+2.84 +2.10

01

12

14

RUA ORLANDO JACOB TERRENO NATURAL

101


O PROJETO|

1

3

2

CORTE B

Viga de madeira

5

4

Azulejo

Azulejo

+4.20

+2.10

Forro de PV

20

12

12

TERRENO NATURAL

Corte BB 0

5

10

20

LEGENDA 01 - Recepção/entrada 02 - Diretoria 03 - Sala dos professores 04 - Banheiro funcionários/ visitantes 05 - Lixo 06 - Depósito 07 - Cozinha

102

08 - Limpeza 09 - Refeitório 10 - Horta 11 - Sala Multi-uso 12 - Sala de aula 13 - Banheiro alunos 14 - Deck

15 - Pátio 16 - Carga e descarga 17 - Estacionamento 18 - Lavanderia 19 - Depósito 20 - Diretriz (Praça linear) 21 - Creche Municipal

13

19

+0.00


| O PROJETO

6

8

7

+8.50

9

10

CORTE B

Telha galvanizada

0

+2.10

VC

0

12

12

RUA ORLANDO JACOB TERRENO NATURAL

103


O PROJETO|

H

I

G

CORTE C

J

+2.10

RUA JOÃO AMÂNCIO

0.00

17

TERRENO NATURAL

Corte CC 0

5

10

20

LEGENDA 01 - Recepção/entrada 02 - Diretoria 03 - Sala dos professores 04 - Banheiro funcionários/ visitantes 05 - Lixo 06 - Depósito 07 - Cozinha

104

08 - Limpeza 09 - Refeitório 10 - Horta 11 - Sala Multi-uso 12 - Sala de aula 13 - Banheiro alunos 14 - Deck

15 - Pátio 16 - Carga e descarga 17 - Estacionamento 18 - Lavanderia 19 - Depósito 20 - Diretriz (Praça linear) 21 - Creche Municipal

-0.42

16

F


| O PROJETO

D

B

C

A CORTE C

E

14

RUA JOSÉ PEDRO BARBOSA

0.00 TERRENO NATURAL

105


O PROJETO|

H

I

CORTE D

J

G

F

Forro de PVC

+4.20

+2.10

RUA JOÃO AMÂNCIO TERRENO NATURAL

03

0.00

04

06

Corte DD 0

07

-0,40

Det. Cozinha 5

10

20

sem escala

106

08 - Limpeza 09 - Refeitório 10 - Horta 11 - Sala Multi-uso 12 - Sala de aula 13 - Banheiro alunos 14 - Deck

15 - Pátio 16 - Carga e descarga 17 - Estacionamento 18 - Lavanderia 19 - Depósito 20 - Diretriz (Praça linear) 21 - Creche Municipal

0.90

01 - Recepção/entrada 02 - Diretoria 03 - Sala dos professores 04 - Banheiro funcionários/ visitantes 05 - Lixo 06 - Depósito 07 - Cozinha

0.80

LEGENDA


| O PROJETO

A

B

C Forro de PVC

CORTE D

D

E

+4.20

+2.84 +2.10

09

14

10

TERRENO NATURAL

12

0.00

14

RUA JOSÉ PEDRO BARBOSA

Um dos objetivos do projeto da EMEI, é ilustrar maneiras de incentivar a autonomia para as crianças. Portanto, foi desenvolvido um desnível de 40cm entre o nível do piso da cozinha para com o do refeitório, resultando na possibilidade de um mobiliário compartilhado entre os ambientes, no qual o aluno tem a possibilidade de exercer a ação sozinho, sendo apenas supervisionado pelo seu monitor. Esta ação de desnível ocasionou em uma rampa na área do estacionamento, para ter acesso à cozinha sem a necessidade de degraus, como ilustrado no corte CC.

0.50

1.60

Relação cozinha e refeitório

107


O PROJETO|

CORTE E

H

I

J

F

G

+4.20

+2.10

RUA JOÃO AMÂNCIO

01

0.00

15

Corte EE 0

5

10

20

Det. Telhado sem escala

LEGENDA 01 - Recepção/entrada 02 - Diretoria 03 - Sala dos professores 04 - Banheiro funcionários/ visitantes 05 - Lixo 06 - Depósito 07 - Cozinha

108

Telha galvanizada bran 08 - Limpeza 09 - Refeitório 10 - Horta 11 - Sala Multi-uso 12 - Sala de aula 13 - Banheiro alunos 14 - Deck

15 - Pátio 16 - Carga e descarga 17 - Estacionamento 18 - Lavanderia 19 - Depósito 20 - Diretriz (Praça linear) 21 - Creche Municipal

Viga de madeira


| O PROJETO

A

B

C

CORTE E

D

E

+4.20 +3.00

+2.84

11

12

14

14

RUA JOSÉ PEDRO BARBOSA

Caibros

nca

Forro de PVC branco Terças

109


CORTE c

CORTE d

CORTE a

Proj. cobertura

CORTE a

sala 01 0.00

CORTE b

CORTE c

CORTE d

CORTE b

deck

Det. Sala de aula tipo 01 0

5

10

As salas de aula tipo 01 são salas voltadas para as crianças que iniciaram os estudos na escola, com 4 e 5 anos, e é composta por 01 sala, 01 banheiro compartilhado com a sala ao lado e um deck. O ambiente foi projetado pensando no conforto do aluno, como também na praticidade para os educadores. Portanto a sala consta com uma parede equipamento, contendo armários na parte interna e um tanque no deck.

110

.60

.70

Além disto, a sala de aula contém ligação com a sala ao lado através de portas, possibilitando uma integração entre as turmas. Para enfatizar a escala da criança, a sala de aula possui azulejos na altura de 1,10m, e é uma alternativa que tem como objetivo alcançar a altura da criança, ltrazendo a sensação de uma espacialidade mais baixa. Para os corredores das salas, foi desenvolvido um mobiliário móvel que tem a função de banco / armário (figura ao lado).

Co


| O PROJETO Forro de PVC

Porta de madeira com adesivo lousa branco

Azulejo

+4.20

+2.84

1.00 1.10

2.10

2.60

Mobiliário Banco/armário

3.31

+2.10

0.00

Vidro acetinado

Muro de bloco de concreto

Calçada

Vidro temperado

Deck

Corte aa

Parede equipamento contém armário e tanque

+4.20

orte cc

Corte bb

Mobiliário Banco/armário 0.80

0.30

Calçada

0.35

Muro de bloco de concreto

0.80

+2.10

1.10 2.10

0.65

+2.84

0.00

Tanque

Forro de PVC

Granilite

1.10

1.10

0.90

0.60

Chapa metálica

Corte dd 111


CORTE e

deck Proj. cobertura

CORTE g

CORTE g

sala 02 0.00 CORTE f

CORTE e

CORTE f

Det. Sala de aula tipo 02 0

5

10

Há outro tipo de sala de aula, chamado de tipo 02, e trata-se de um ambiente destinado para as crianças de 5 e 6 anos de idade. Como esta etapa educacional na escola é considerada a última, pois é previsto que os alunos deem continuidade no ensino em outra instituição (EMEF - Escola Municipal de Ensino Fundamental), a proposta é aumentar o nível da autonomia em relação a outra tipologia, retirando o bloco do banheiro da parte interna da sala, deslocando-o em para um espaço maior e com acesso pelo corredor, como observado na planta baixa (pág. 96). Nesta tipologia de sala de aula também há ligações com a sala ao lado, com o intuito de integrar as turmas quando necessário.

112


| O PROJETO Forro de PVC

Porta de madeira com adesivo lousa branco

Azulejo

+4.20

+2.84

3.31

1.10

2.10

2.60

Mobiliário Banco/armário

1.00

+2.10

0.00

Muro de bloco de concreto

Calçada Deck

Corte ee

Forro de PVC

Parede equipamento contém armário e tanque

1.10

1.50

Azulejo

Corte ff

Forro de PVC

Parede equipamento contém armário e tanque

Corte gg 113


O PROJETO|

Para a melhor compreensão dos blocos com as tipologias das salas de aula, foi realizado este diagrama volumétrico, ilustrando o projeto.

Diagrama bloco Sala de aula - tipologia 01

114


| O PROJETO

Imagem 98: Diagrama sala de aula . Fonte: Montagem da autora. Imagem 99: Diagrama sala de aula . Fonte: Montagem da autora.

Diagrama bloco Sala de aula - tipologia 02

115


O PROJETO|

Diagrama bloco Sala de aula (Deck) - tipologia 01

Diagrama bloco Sala de aula (Deck) - tipologia 02

116


| O PROJETO

Diagrama de ventilação e ensolação

Os decks foram desenvolvidos através da ideia de ampliação das salas de aula, como um solário, e são compostos por um piso de madeira impermeável, espaço vegetativo, para que a criança tenha contato com a terra, mureta de madeira e portão, que dá a possibilidade de ligação entre todos os demais decks dos blocos. Para os fechamentos dos decks foi projetado um muro de bloco estrutural, que também auxilia no fechamento da escola como um todo. Pensando no visual estético, conforto térmico e proteção das crianças, o muro contém um deslocamento de 60 centímetros, no qual há a introdução de um canteiro com vegetação arbustiva, tendo como princípio criar uma barreira da sala de aula com a rua, além de inserir um visual para o meio urbano. A respeito das esquadrias, estas foram planejadas de acordo com as alturas definidas pela forma, mantendo o padrão de porta com altura de 2,10 metros e com janelas em cima, o que possibilita a ventilação cruzada, melhorando o conforto térmico das salas de aula e demais ambientes. Além disto, as esquadrias possuem uma modulação em relação ao dimensionamento.

Imagem 100: Diagrama sala de aula tipo 01. Fonte: Montagem da autora. Imagem 101: Diagrama sala de aula tipo 02. Fonte: Montagem da autora. Imagem 102: Diagrama de ventilação e ensolação. Fonte: Montagem da autora.

117


VISTA 01

O PROJETO|

+2.10

TERRENO NATURAL

Vista 01 0

118

5

10

20


| O PROJETO

VISTA 01

+8.50

+4.20

+2.10

RUA ORLANDO JACOB TERRENO NATURAL

119


VISTA 02

O PROJETO|

+2.10

RUA JOÃO AMÂNCIO TERRENO NATURAL

Vista 02 0

120

5

10

20


| O PROJETO

VISTA 02

+8.50

+4.20

RUA JOSÉ PEDRO BARBOSA TERRENO NATURAL

121


VISTA 03

O PROJETO|

+4.20

+2.10

TERRENO NATURAL

Vista 03 0

122

5

10

20


| O PROJETO

VISTA 03

+8.50

VISTA 04

VISTA 04

RUA ORLANDO JACOB

+2.10

RUA JOSÉ PEDRO BARBOSA

Vista 04 0

5

10

20

123


O projeto

4.3 Estrutura e materialidade

As soluções estruturais utilizadas neste projeto partiram através do desenvolvimento da planta, com o intuito de simplificar o método construtivo e aproveitar o uso das paredes como estrutura. Portanto, o sistema estrutural principal utilizado para o projeto é a alvenaria estrutural armada, que se baseia no processo em que os tijolos possuem armadura de aço, transformando a parede de vedação em parede estrutural. Além disto, o projeto também consta com estrutura de madeira para a cobertura dos blocos e estrutura metálica para a circulação independente.

Telha galvanizada branca

Estrutura de madeira

Alvenaria estrutural

124

Imagem 99: Diagrama estrutura . Fonte: Montagem da autora.


A alvenaria estrutural armada A alvenaria estrutural armada utilizada no projeto é com bloco cerâmico e este sistema foi escolhido por conter vantagens essenciais para uma escola de caráter público, como a diminuição no tempo da construção, economia no custo da obra, técnica executiva simplificada com facilidade de mão de obra, entre outros benefícios do sistema.

Telha galvanizada branca Para a cobertura, foi optado pela utilização de telha termoacústica galvanizada da cor branca, por ser considerada uma solução de qualidade, pois além de auxiliar no conforto térmico, mantendo o calor fora da edificação, trata-se de um material que reduz os ruídos externos (barreira acústica com até 40db), além de utilizar materiais recicláveis em sua produção e contém alta resistência e durabilidade.

Estrutura de madeira - cobertura Material natural, com texturas e cor, estas características foram o motivo principal da escolha do material, pois ajuda a estimular os sentidos e a criatividade, passando a tranquilidade da natureza para os ambientes. Este material foi utilizado para a estrutura do telhado que também apresenta vantagens construtivas, como desempenho do material, disponibilidade e mão de obra.

Estrutura metálica - circulação Há uma circulação independente no projeto e foi desenvolvida com o uso de estrutura metálica e policarbonato colorido. Este sistema foi escolhido por ser considerado leve e com dimensões simplificadas, possibilitando um visual estético para a escola, além de influenciar nas sensações através do material para a criança.

125


O PROJETO |

Cobertura independente - circulação A intenção do uso das cores para a circulação principal do edifício, é auxiliar no desenvolvimento da criança, através da criatividade e brincadeira. Elas foram escolhidas em tons pasteis e possui um padrão que se repete ao decorrer da circulação. No momento em que o sol bate na cobertura, é possível visualizar os reflexos das cores no chão, incentivando a brincadeira e transformando o pátio ao decorrer do dia.

Lixeira Para o projeto, foi desenvolvido uma lixeira vertical na entrada do estacionamento, e trata-se de um equipamento com acesso interno e externo do edifício, sendo compartilhada.

126

Hibisco Nas fachadas do edifício foi feito o uso da vegetação como proteção e ligação visual. O arbusto escolhido foi o hibisco por possuir uma floração colorida e ser uma das plantas mais cultivadas nos jardins brasileiros.


| O PROJETO

Azulejos No projeto há o uso de azulejos como revestimentos nas paredes dos ambientes, principalmente nas salas de aulas. O material foi utilizado como instrumento para intensificar a escala da criança, além de ser benéfico para a higiene da escola, facilitando a limpeza. Este material também pode ser usado para meios pedagógicos, servindo como mural ou painel de desenhos para crianças.

Ripado verde Foi utilizado este elemento vazado, chamado de ripado de madeira na cor verde, para deixar o ambiente da recepção mais aberto e ventilado, também possibilitando a visualização em seu interior.

Muro de blocos Com o intuito de trazer texturas e contraste para o projeto, os muros externos que delimitam a escola são de blocos de concreto. Os muros contêm um pequeno afastamento de 5cm da construção e foram utilizados como fechamento da escola, vedando os espaços causados através dos recortes da forma.

127


O projeto 128

4.4 Imagens finais

Imagem 100: Pátio da escola. Fonte: Montagem da autora.




Imagem 101: Corredor das salas de aula - uso do mobiliário. Fonte: Montagem da autora.

131



Imagem 102: Deck. Fonte: Montagem da autora.

133



Imagem 103: Refeitório. Fonte: Montagem da autora.

135



Imagem 104: pátio. Fonte: Montagem da autora.

137



Imagem 105: pátio. Fonte: Montagem da autora.

139



Imagem 106: Calçada. Fonte: Montagem da autora.

141



Imagem 107: Entrada. Fonte: Montagem da autora.

143



Imagem 108: Corredores. Fonte: Montagem da autora.

145



Imagem 109: Sala de aula. Fonte: Montagem da autora.

147



Imagem 110: Corredores. Fonte: Montagem da autora.

149


150


05 Considerações finais Para as crianças, quase tudo na vida se resume na arte de brincar. E por conta disto, não há motivos para separar o aprendizado da brincadeira na Educação Infantil. Portanto, é possível concluir que a arquitetura escolar se torna essencial para o desenvolvimento das escolas, através do desenvolvimento dos espaços planejados, auxiliando no desempenho das formas de aprendizagem. Pessoalmente, este trabalho foi muito enriquecedor, pois a pesquisa fez com que houvesse uma compreensão além do exercício prático da arquitetura, resultando no conhecimento do todo, por exemplo, como o espaço influencia no aprendizado, o desenvolvimento humano quanto as crianças e a necessidade de espaços que incentivem a criatividade e traga sensações.

(Falta finalizar imagem) Imagem 92: Desenho de Amanda. Fonte: Acervo Pessoal. 151


Considerações finais

5.1 Referências bibliograficas

ALVARES, Sandra Leonora. Programando a Arquitetura Escolas: a relação entre Ambientes de Aprendizagem, Comportamento humano no ambiente construído e Teorias Pedagógicas. 2016. 372f. Tese (Doutorado) Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Campinas, Capinas 2016. BRASIL, Lei Federal 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, 1996. BRASIL, Ministério da Educação. Secretária da educação básica. Parâmetros básicos de infraestrutura para instituições de Educação Infantil: Encarte 1, Brasília: MEC/SEB, 2006. BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília: MEC/ SEB, 2010. BRASIL, Ministério da Educação. Secretária de Educação Básica. Parâmetros Básicos de Infraestrutura para Instituições de Educação Infantil: Encarte 1, Brasília: MEC/SEB, 2006. BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil/ Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF,1998. Código de obras de Serrana. Lei complementar n° 176/2006. Serrana, SP. Prefeitura de Serrana. ELALI, Gleice A. Ambientes para educação infantil: um quebra cabeça? Contribuição metodológica na avaliação pós ocupação de edificações e na elaboração de diretrizes para projetos arquitetônicos na área. São Paulo, 2002. 306p. Tese (Doutorado – Área de concentração em Estruturas Ambientais Urbanas) Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo – FAUUSP. KOWALTOWSKI, Doris C. C. K.. Arquitetura Escolar o projeto do ambiente de ensino. São Paulo: Oficina de Textos, 2011.

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KRAMER, Sonia. Infância e educação infantil. 7. Ed. São Paulo: Papirus, 2008. LIMA, Mayumi Souza. A Cidade e a Criança. São Paulo: Nobel, 1989 – Coleção Cidade Aberta. FREIRE, P. A educação na cidade. São Paulo: Cortez Editora, 2005. FOCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão; tradução de Raquel Ramall 1987. 288p. NEVES, Juliana Duarte. Arquitetura sensorial: a arte de projetar para todos os sentidos. Rio de Janeiro: Ed. Mauad X 2017. 188 p. PALLASMAA, J. A. A geometria do sentimento: um olhar sobre a fenomolodia da arquitetura. In: NESBITT, K. Uma nova agenda para a arquitetura antologia teórica. São Paulo, 2008. Escola Infantil/ Salas Arquitectura. Archdaily. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/958741/escola-infantil-salas-arquitectura-plusdiseno>. Acesso em: 15/03/2021. Kindergarten, Tezuka Architects. The Architectural Review. Disponível em: <https://www.architectural-review.com/buildings/kindergarten-tezukaarchitects-tokyo-japan>. Acesso em 18/03/2021. Berçario e jardim de infância Hanazono. Archdaily. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/photographer/studiobauhaus?ad_ name=project-specs&ad_medium=single>. Acesso em: 15/03/2021.


“Um dia todos saímos da escola, mas por onde quer que estejamos ela sempre estará dentro de nós.”

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