CENTRO SÓCIO-ESPORTIVO VILA KENNEDY

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CENTRO SÓCIO-ESPORTIVO VILA KENNEDY A ARQUITETURA EM PROL DO

ESPORTE:

PRINCIPAL FERRAMENTA IMPULSIONADORA DA CONSTRUÇÃO DE VALORES SOCIAIS,

TRANSFORMAÇÃO

E MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA E SAÚDE.

UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU | ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO – TFG SÃO PAULO | 2016

AMANDA MOTTA MOREIRA | RA 201213334 | ARQ5AM-MCB ORIENTADOR: ARQ. LUIS MAURO FREIRE


“Uma nova arquitetura deveria ser ligada ao problema do Homem criador de seus próprios espaços. De conteúdos puros, conteúdos que criassem as próprias formas. Uma arquitetura nas quais homens livres criassem os próprios espaços. Esse tipo de arquitetura requer uma humildade absoluta da figura do arquiteto, uma omissão do arquiteto como criador de formas de vida, como artista: a criação de um arquiteto novo, um homem novo ligado a problemas técnicos, a problemas sociais, a problemas políticos, abandonando completamente toda aquela enorme herança do Movimento Moderno que acarreta umas amarras enormes, essas amarras que produzem a atual crise da arquitetura ocidental. Eu digo ocidental porque o Brasil está tomando parte de uma crise geral da arquitetura que não é somente brasileira, uma crise de formalismo, de pequenos problemas, de involuções individuais que nada tem a ver com os problemas da humanidade atual, do Homem atual.”

Lina Bo Bardi, 1972.


Dedico este trabalho a todas as crianças e pessoas que um dia poderão utilizar-se e tirar proveito de um equipamento tão necessário na Comunidade Vila Kennedy, com a realização de um sonho. Ao Arquiteto Supremo: DEUS, dedico toda a minha vida! Agradeço, à minha família e aos meus pais, por terem me dado a oportunidade de fazer aquilo que amo, pelo apoio, força e paciência. Ao meu amor Patrick, por toda inspiração, apoio e carinho durante todo o desenvolvimento do trabalho e na vida. Aos colegas e amigos que fiz durante toda essa trajetória na faculdade, em principal ao grande amigo e irmão João Vitor Brunelli, com quem eu pude compartilhar todos os aprendizados, choros e alegrais, sempre atingindo nossos objetivos com louvor. Aos professores do curso de Arquitetura e Urbanismo, por todo crescimento e aprendizado, durante esses 5 anos, que me fizeram acreditar cada dia mais no meu potencial e ao meu orientador Luiz Mauro Freire, por toda paciência, ajuda e compreensão durante o desenvolvimento deste trabalho. Obrigada!


RESUMO


O seguinte Trabalho Final de Graduação apresenta o Projeto de um Centro Sócio-Esportivo que tem por objetivo incentivar a prática esportiva entre crianças e jovens da Comunidade de Vila Kennedy, no Rio de Janeiro, aproximando a arquitetura da necessidade de transformar menores em risco social em cidadãos íntegros, a fim de contribuir para o desenvolvimento humano e inclusão social, através de programas e atividades que propiciem o atendimento integral no contexto pessoal, familiar e comunitário, verificando as relações existentes entre lazer, esporte e escola, agregando além de uma ampla diversidade de atividades esportivas, a inclusão digital, oficinas artesanais, reforço escolar, biblioteca e espaços de convivência e lazer, fazendo com que a arquitetura seja utilizada com a intenção de ensinar a conviver, além de cumprir suas necessidades funcionais, socializando o jovem com os demais seres humanos e suas manifestações diversas.


SUMÁRIO


PREFÁCIO INTRODUÇÃO

09 11

JUSTIFICATIVA

13

1. APROXIMAÇÃO COM O LUGAR

16

1.1. VILA KENNEDY | LOCALIZAÇÃO

17

1.2. HISTÓRICO DA COMUNIDADE

19

1.3. A COMUNIDADE E A SOCIEDADE

21

1.4. A VULNERABILIDADE À VIOLÊNCIA E AO TRÁFICO DE DROGAS

23

1.5. A JUVENTUDE E CRIME NO RIO DE JANEIRO

26

2. O TEMA

28

2.1. HISTÓRICO

29

2.2. A IMPORTÂNCIA DO ESPORTE NA PROTEÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

30

2.3. A INATIVIDADE FÍSICA

32

2.4. OS BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA

34

2.5. O FUTEBOL E “OS FILHOS DA VILA KENNEDY”

38

3. DIAGNÓSTICO DA ÁREA

40

3.1. TERRENO

42

3.2. LEGISLAÇÃO URBANA VIGENTE

47

3.3. MOBILIDADE

50

3.4. LEVANTAMENTO LOCAL (MAPAS)

53

4. ESTUDOS DE CASO

56

4.1. COMPLEXO ESPORTIVO DA ROCINHA

57

4.1. SESC GUARULHOS

59

5. PROJETO

61

5.1. MEMORIAL

62

5.2. PROGRAMA

63

ANEXOS (PLANTAS, CORTES, 3D)

77

6. BIBLIOGRAFIA

108

6.1. LISTA DE FIGURAS

112


PREFÁCIO


A ideia para o tema do Trabalho Final de Graduação surgiu a partir de um incômodo com os problemas sociais existentes na Comunidade de Vila Kennedy, no Rio de Janeiro. Ao presenciar um pouco a rotina que existe em relação à violência e ao tráfico de drogas no bairro, fiquei pensando como aquilo poderia existir de verdade, fora da ficção, como eu estava acostumada a acreditar, como nos filmes brasileiros “Tropa de Elite” e “Cidade de Deus”, por exemplo, que vemos o tráfico no Rio de Janeiro de forma escancarada e violenta, tudo aquilo realmente existe e faz parte da vida das crianças e adolescentes daquele lugar. Com o meu olhar crítico e social em relação a isso, comecei a pensar o que eu poderia fazer para ajudar essas crianças. Conversando com meu namorado, que nasceu e foi criado na Vila Kennedy e hoje em dia é atleta profissional de futebol, descobri que ele sempre teve vontade de um dia poder oferecer àquelas crianças a mesma oportunidade que ele teve no esporte, criando uma “escolinha de futebol” no bairro. Com isso, juntando a minha quase então formação profissional e o desejo dele, fomos mais além, e assim nasceu a ideia de um centro sócioesportivo, trazendo a arquitetura em prol do esporte: principal ferramenta impulsionadora da construção de valores sociais, Figura 01: Desenho feito a lápis pelo tatuador Roberto

transformação e melhoria da qualidade de vida e saúde, como tema para o estudo, afim de um dia poder se tornar realidade.

Minas

10


INTRODUÇÃO


A proposta de um Centro Sócio-Esportivo na Comunidade de Vila Kennedy, no Rio de Janeiro, parte da carência de equipamentos de

vida das pessoas a partir da promoção de atividades físicas, seguido da ideia de que “O MUNDO PAROU DE SE MOVIMENTAR”.

lazer no bairro e com o conhecimento de um problema presente nele: a “Há apenas algumas gerações, a atividade física era parte

violência e o tráfico de drogas.

integrante da vida diária. Em nome do progresso, nós a O seguinte diagrama mostra o caminho percorrido para escolha de

removemos tão completamente que a inatividade física

lugar/tema/equipamento:

parece realmente normal. Os custos e as consequências econômicas e sociais são insustentáveis. Para garantir nossa LUGAR

PROBLEMÁTICA SOCIAL

qualidade de vida, o futuro de nossas crianças e o nosso potencial

humano,

precisamos

agir

imediatamente.

Desenhado para o movimento é uma estrutura para ação. DEMANDA

Ele destina-se aos “transformadores” – pessoas, empresas, instituições e governos com os recursos para reverter essa

EQUIPAMENTO TEMA

situação. É para os países que querem investir em deslanchar o potencial humano de seus cidadãos. Os impactos do que se tornou uma epidemia de inatividade

A pesquisa de tema está baseada em investigar a importância do

física afetam a todos em todas as nações. Se você tem um

esporte na vida de crianças e adolescentes, no âmbito escolar, familiar,

corpo, você tem a solução. No entanto, para colocar

profissional e comunitário, a partir de um estudo chamado

soluções em prática com escala, os transformadores devem

“DESENHADO PARA O MOVIMENTO” (desenvolvido de forma

se posicionar sobre o que precisa ser feito e como, esse é o

conjunta e pertence a muitos. Apresentado pela ACSM, o ICSSPE e

nosso objetivo.” (Desenhado para o Movimento).

Nike), que desenvolveu um programa a fim de melhorar a qualidade de 12


JUSTIFICATIVA


A realidade encontrada nas periferias urbanas, assim como na Vila

esportivas, competitivas e de lazer à toda a população, combatendo de

Kennedy, é diferenciada da realidade nos centros urbanos. Crianças e

todas as formas a discriminação e criando igualdade de oportunidades.

adolescentes carecem de locais formais para a prática esportiva e de

Órgãos públicos vêm tentando incentivar a prática esportiva visto a

pessoas que possam orientar quanto às ações desempenhadas pelas

enorme contribuição que o esporte traz na vida das pessoas. Assim, leis

atividades, salvo as quadras pré-fixadas em praças públicas, nem

que incentivam e facilitam o investimento em entidades desportivas

sempre em condições dignas de segurança para o uso cotidiano, o que

têm sido criadas. A exemplo tem-se a Lei De Incentivo ao Esporte (Lei

se vê é o resultado de abandono e deterioração de equipamentos

11.438/06), que permite que empresas e pessoas físicas invistam parte

rejeitados pela população. No âmbito arquitetônico, a implantação do

do que pagariam no Imposto de Renda em projetos sócio-esportivos

Centro Sócio-Esportivo possui a responsabilidade de minimizar as

previamente aprovados pelo Ministério do Esporte. Como base, tem-se

dificuldades da população em encontrar um local digno para praticar

o Sistema Nacional do Esporte, que visa consolidar o esporte como

atividades físicas, criando um equipamento de lazer e de práticas

uma política pública estruturante, cuja visão de futuro é alçar o Brasil à

esportivas de qualidade com o objetivo de superar desafios junto com

condição

a comunidade.

democratização do acesso ao esporte para toda a população,

de

potência

esportiva

sustentável

assegurando

a

independente de classe social, cor, gênero, territorialidade e condição Além disso, o esporte é uma das principais ferramentas que pode ser

individual, ao longo da vida.

utilizada para afastar crianças e adolescentes da criminalidade e a partir destas atividades, cultivar valores como a solidariedade, a

O Ministério do Esporte realizou uma pesquisa sobre o esporte no

determinação e a autoconfiança, levar as pessoas a se organizarem em

Brasil que aponta como resultado 45,9% brasileiros não praticaram

equipe, socializando-as e gerando laços de amizade para a vida toda,

nenhuma atividade física ou esporte em 2013. Para mudar este quadro,

além de ajudar na criação de um cidadão melhor.

o Ministério do Esporte vem promovendo programas de incentivo à prática esportiva, seja tornando-a mais acessível aos jovens de baixa

O acesso ao esporte representa o direito de cada cidadão e dever do Estado, pelo qual se deve garantir e multiplicar a oferta de atividades

renda, seja investindo em mais infraestrutura e criação de equipamentos esportivos. 14


Como exemplos desses programas, tem-se:

Contribuir para a diminuição da exposição aos riscos sociais (drogas,

• O Segundo Tempo, que tem por objetivo democratizar o acesso à prática e à cultura do Esporte de forma a promover o desenvolvimento

prostituição,

gravidez

precoce,

criminalidade,

trabalho infantil e a conscientização da prática esportiva, assegurando o exercício da cidadania).

integral de crianças, adolescentes e jovens, como fator de formação da cidadania e melhoria da qualidade de vida, prioritariamente em áreas

• O Programa Esporte e lazer da Cidade (PELC), desenvolvido por

de vulnerabilidade social, com princípios da reversão do quadro atual

intermédio da Secretaria Nacional de Esporte, Educação, Lazer e

de injustiça, exclusão e vulnerabilidade social; esporte e lazer como

Inclusão Social (Snelis), que tem por objetivo proporcionar a prática de

direito de cada um e dever do Estado; universalização e inclusão social;

atividades físicas, culturais e de lazer que envolve todas as faixas

a democratização da gestão e participação. São objetivos específicos

etárias e as pessoas portadoras de deficiência, estimula a convivência

do Programa Segundo Tempo:

social, a formação de gestores e lideranças comunitárias, favorece a pesquisa e a socialização do conhecimento, contribuindo para que o

Oferecer

práticas

esportivas

educacionais, estimulando

esporte e lazer sejam tratados como políticas e direitos de todos.

crianças e adolescentes a manter uma interação efetiva que contribua para o seu desenvolvimento integral;

• Centro de Iniciação ao Esporte: (CIE), que incentiva a iniciação

Oferecer condições adequadas para a prática esportiva

esportiva nos pontos da cidade com mais vulnerabilidade, com o

educacional de qualidade;

objetivo de ampliar a oferta de infraestrutura de equipamento público

Desenvolver valores sociais;

esportivo qualificado.

Contribuir para a melhoria das capacidades físicas e

habilidades motoras; 

Contribuir para a melhoria da qualidade de vida (auto-estima, convívio, integração social e saúde);

JUSTIFICATIVA 15

Todos esses programas buscam fomentar a prática esportiva e oferecer melhores estruturas para viabilizá-la. Mostram que o esporte vem ganhando ainda mais importância no contexto brasileiro, no qual se busca uma democratização das mais variadas modalidades.


1. APROXIMAÇÃO COM O LUGAR


1.1. A VILA KENNEDY | LOCALIZAÇÃO A área escolhida para fins de estudo no Trabalho Final de Graduação

A Vila Kennedy fica localizada dentro do bairro de Bangu, na Zona

é uma comunidade na cidade do Rio de Janeiro, visto que o tema

Oeste da cidade, distante mais de 40 quilômetros da região central,

proposto pretende abranger uma população que carece de

nas margens da Avenida Brasil, possui fácil acesso, tanto para quem

equipamentos que façam diferença na vida e no dia-a-dia das pessoas.

vem sentido centro, como para quem vem de Campo Grande.

É de interesse de pesquisa entender o surgimento e o desenvolvimento do bairro, que continua crescendo até os dias atuais.

Figura 02: Vista aérea da Vila Kennedy.

Figura 03: Inserção da Vila Kennedy na cidade e Estado

Figura 04: Inserção da cidade e Estado do Rio de Janeiro

do Rio de Janeiro.

no Brasil.

À direita | Figura 05: Vista panorâmica da Vila Kenndey.

17


18


1.2. HISTÓRICO DA COMUNIDADE A Vila Kennedy é um sub-bairro de Bangu que teve início nos anos

Pinto, na Lagoa, do Morro do Pasmado, em Botafogo, da Favela do

60 (20 de janeiro de 1964), e foi fundada pelo Governador Carlos

Esqueleto, onde fica a atual Universidade Estadual do Rio de Janeiro

Lacerda com a ajuda do governo norte-americano. No auge da Guerra

(UERJ) e Maria Angu, em Ramos. As remoções se justificavam em

Fria, o então presidente dos Estados Unidos, John Kennedy, criou o

função de que o Morro do Pasmado fazia parte de um conjunto

projeto “ALIANÇA PARA O PROGRESSO”, um amplo programa

paisagístico da cidade (proximidades do Pão de Açúcar) e a favela não

cooperativo destinado a acelerar o desenvolvimento econômico e

era bem vista pelo estado nesse aspecto, e no caso do Esqueleto, a

social da América Latina com o objetivo de inibir o avanço do

justificativa era ainda maior, uma vez que a favela, na verdade, era uma

comunismo. Nesta época, o Estado do Rio de Janeiro era a Capital

ocupação da construção inacabada do Campus da então UERJ,

Federal do País e o governador Carlos Lacerda, resolveu aplicar os

localizado no Maracanã.

recursos repassados pelo Governo Federal na construção de bairros proletários. A ideia principal era retirar as favelas do cenário Federal, criando os bairros proletários bem distantes do centro. E assim, com investimento estrangeiro, surgiu a Vila Kennedy, a primeira comunidade planejada do Rio de Janeiro, em uma área de grande extensão entre o Distrito Industrial de Bangu e a Zona Rural de Campo Grande, onde foram construídas 5.054 unidades habitacionais, compostas por duas glebas, com todos os requisitos necessários: água potável, luz elétrica, sistema de esgoto, ruas e praças, que recebeu parte das famílias removidas das comunidades da Catacumba e Praia Figura 06: Foto da Construção das primeiras casas na Vila Kennedy em 1963.

19


Alguns moradores receberam suas unidades de forma pacifica, porém, a grande maioria não concordava com aquela mudança forçada, pelo simples motivo de estarem se distanciando dos centros comerciais, consequentemente sabiam das dificuldades que teriam que enfrentar no que dizia respeito ao transporte e a locomoção até seus empregos. No projeto seria implantado um centro artesanal e serviços comunitários, incluindo uma fábrica de costura, lavanderias, granjas, padaria, creche, escolas, quadras de esporte e até piscina, tudo administrado pelos moradores em regime de cooperativa. Técnicos americanos estiveram na Vila Kennedy no ano de 1966 para verificar o andamento das coisas e constataram que nada foi feito. Na planta da Vila Kennedy, aparece alguns estabelecimentos comunitários como a

Figura 07: Foto da Planta da Vila Kennedy.

padaria, lavanderia, cinema e um mercado. O antigo cinema hoje é o atual

Teatro

Mário

Lago

administrado

pela

FUNARJ.

CURIOSIDADE: Ainda no fim da década de 1960, um embaixador norte-americano doou uma réplica da Estátua da Liberdade, produzida pelo criador da estátua original, o escultor alsaciano Frédéric Auguste Bartholdi. A estátua, que tem o tamanho aproximadamente de uma pessoa, foi produzida em zinco e bronze e é orgulho para muitos moradores do bairro, ela fica localizada na Praça Miami, que acabou se tornando ponto de encontro do bairro.

Figura 08: Réplica da Estátua da Liberdade.

20


1.3. A COMUNIDADE E A SOCIEDADE Com o passar dos anos, a comunidade e sua população cresceram de

transporte. Os mais jovens precisam de ocupação — contou a senhora.

forma desordenada e sem o acompanhamento e a infraestrutura

Dona Rita lembra até hoje das dificuldades pelas quais passou há cinco

necessária a este crescimento. A população que hoje chega a cerca de 120 mil habitantes e 55 mil eleitores, está distribuída nos mais de 12 conjuntos habitacionais e comunidades que compõem este sub-bairro, assim como Alto Kennedy, Leão, Congo, Malvinas, Manilha, Jd. do

padaria, mercado. Aqui não tinha nada. Hoje tenho tudo novamente. Mas precisamos de mais segurança.” (Por Gustavo Goulart, em O

GLOBO, 2014)

Éden, Light, Pica Pau, Vila Progresso e do outro lado da Av. Brasil,

O crescimento do comércio e das atividades econômicas representa

Barrão, Pedra e Rampa e também os conjuntos habitacionais Sargento

um grande volume de impostos e recursos aos cofres públicos, mas, os

Miguel Filho e do Quafá. Segundo uma reportagem do site O Globo, a

problemas

moradora mais antiga de Vila Kennedy conta como foi chegar à

iluminação pública, falta de conservação, poucas áreas de lazer e

comunidade há 52 anos:

saúde, entre outros, que surgem ou se ampliam a cada ano com o

“Dona Rita Costa Gomes tem 91 anos e é, atualmente, a moradora mais antiga da Vila Kennedy, [...] Com vigor jovial, ela conta ter sofrido muito quando se mudou para o conjunto habitacional. Não havia água, luz,

21

décadas: — Saí do Morro do Pasmado, onde tinha tudo perto, farmácia,

de

infraestrutura,

saneamento

básico,

transporte,

crescimento desordenado da população desta região continuam sendo tratados com descaso pelos governantes.

Apesar disso, a Vila

Keneddy, recebeu nos últimos anos alguns equipamentos e melhorias

transporte, e a casa, de quarto e sala, era muito pequena para ela e seus

que ainda são poucos perto do que o bairro necessita: Vila Olímpica

três filhos. Com o tempo, no entanto, a vida no lugar melhorou — apesar

Ary Carvalho em 2003; UPA (Unidade de Pronto Atendimento) em

de nas últimas décadas a rotina dos moradores ter sido invadida pela

2009; revitalização das Praças Dolamitas e Leiria em 2010, pontos

violência, por causa do tráfico. Nossa vila está muito abandonada. Mas

principais do comércio do bairro; Estação de Tratamento de esgoto em

precisamos de mais atenção em outras questões: saúde, educação,

2011 e uma Clínica da Família no final de 2015.


O seguinte levantamento é relevante para compreender como os equipamentos públicos estão inseridos na área de estudo: LEGENDA DE EQUIPAMENTOS: 01 Escola Municipal Guilherme da Silveira 02 Creche Municipal Mulheres do Quafá 03 Escola Municipal Prefeito Juarez Antunes 04 CIEP Vila Kennedy

LEGENDA: Praças Favela Loteamentos Irregulares Terreno De Projeto Hidrografia

05 Escola Municipal Jorge Zarur 06 Escola Municipal Orestes Barbosa 07 Escola Municipal Presidente Café Filho 08 Escola Municipal João Daudt de Oliveira 09 Escola Municipal Norbertina de Souza Gouveia 10 Creche Municipal Vila Kennedy 11 Escola Municipal Marechal Alcides Etchegoyen 12 Escola Municipal Joana Angélica 13 CIEP Brizolão 224 Tarso de Castro 14 Escola Municipal Vila Kennedy 15 Escola Municipal Ce. José Gomes Moreira 16 Escola Municipal Joaquim Edson de Camargo 17 Creche Municipal Vila Progresso 18 UPA 24 Horas Vila Kennedy 19 Posto de Saúde Dr. Henrique Monat 20 Clínica da Família Vila Kennedy 21 Hospital e Sanatório Penitenciário de Bangu

N

22 Vila Olímpica Jornalista Ary de Carvalho 23 Teatro Estadual Mário Lago 24 Escola de Samba Unidos de Vila Kennedy Figura 09: Mapa de Equipamentos públicos da Vila Kennedy.

22


1.4. A VULNERABILIDADE À VIOLÊNCIA E AO TRÁFICO DE DROGAS contribui para que a Vila Kennedy tenha se tornado abrigo de ladrões,

A Vila Kennedy fica distante aproximadamente 40 quilômetros da

principalmente de veículos.” (Marcelo Bastos, do R7, 2011).

região central da cidade do Rio de Janeiro, nas margens da Avenida Brasil. A localização facilita a chegada de armas e de criminosos,

“Barricadas feitas com sofás e pneus, feira livre de drogas na Praça

aumentando cada vez mais o índice de violência e tráfico de drogas na

Miami e tiroteio intenso”

comunidade. O que preocupa os moradores é o descaso do poder

Kennedy. A escalada da violência chegou ao seu auge. Moradores

público em relação a isso, pois mesmo com uma UPP (Unidade de

contam que o cenário violento atual começou a se moldar em 2005,

Polícia Pacificadora), instalada na comunidade em 2014, os problemas continuam acontecendo. Por todo o bairro ainda é fácil encontrar pontos de venda de drogas e “pistas da criminalidade”.

Muitas

reportagens apontam esse abandono e descaso do poder público sobre

Hoje o medo impera nas ruas de Vila

quando um grupo ligado ao traficante Marcelo Cavalcanti, conhecido como Marcelo PQD, assumiu o tráfico da região. Membro do Terceiro Comando, o ex-militar teria introduzido o armamento pesado e a ocupação de territórios, discreta até então. Em 2011, o Terceiro Comando e o Comando Vermelho entraram em guerra na região. O

o assunto. De acordo matérias do R7 e Jornal O Dia, o cotidiano dos

traficante Márcio José Sabino Pereira, conhecido como Matemático

moradores, antes da intervenção do Estado na comunidade, era

morto em 2012 queria dominar o comércio de drogas local. [...] Com a

diretamente afetado pela violência e muitos criminosos haviam

pacificação do Complexo do Alemão, de Manguinhos e do Lins,

escolhido a região para agir ilegalmente:

traficantes dessas regiões se refugiaram na Vila Kennedy. Agora, eles promovem bailes funk todos os fins de semana [...] Em 2011, o menino

23

“Favela em guerra no Rio é área estratégica para traficantes invasores,

Marlyson Ribeiro Pereira, de 12 anos, morreu ao ser atingido por uma

dizem policiais: Vila Kennedy vive disputa do tráfico; invasores querem

bala perdida quando dormia no sofá de casa. O governo chegou a dizer

território para refugiados de UPPs. Um dos atrativos para os traficantes

que faria uma UPP na região, mas não há data confirmada. A PM

é a localização da Vila Kennedy. De acordo com investigadores da

anunciou que criará uma Companhia Destacada para ajudar o trabalho

Delegacia de Bangu (34ª DP), a proximidade com a Avenida Brasil

do 14º BPM (Bangu), no local.” (O Dia, 2013)


Figura 10: Manifestação contra a violência da Vila Kennedy.

Figura 12: Ocupação do BOPE na operação UPP Vila Kennedy, 2014.

Figura 11: Ocupação do BOPE na operação UPP Vila Kennedy, 2014.

Figura 13: Ocupação do BOPE na operação UPP Vila Kennedy, 2014.

24


Em 2014, após semanas de intensos tiroteios, o que levou o

Após a ocupação, as coisas foram melhorando aos poucos, não há

fechamento de diversas escolas e comércios do bairro por vários dias, o

mais tiroteios tão frequentes, a COMLURB tem feito à coleta e limpeza

Governo do Estado decidiu realizar uma ocupação emergencial na

e das vias com mais regularidade, o Rio Luz tem feito manutenção da

comunidade para subsequente implantação de uma Unidade de Polícia

iluminação, a Cedae tem regularizado serviços de abastecimento e

Pacificadora (UPP). A ocupação foi feita pelo BOPE (Batalhão De

ainda existem muitas promessas de melhorias para a comunidade.

Operações Especiais) e teve apoio do batalhão de polícia local e de

Contudo, o tráfico continua vivo, porém de forma discreta, e grupos

outros batalhões como Batalhão de Choque e Batalhão de Ações com

criminosos continuam agindo no bairro. A base da UPP foi implantada

Cães (BAC). Na ocasião, os agentes ocuparam a comunidade em apenas

em 23 de maio de 2014 e a partir do segundo semestre do mesmo ano,

20 minutos sem efetuar nenhum disparo. A estratégia da Polícia Militar

conflitos entre traficantes, criminosos e a PM já voltaram a acontecer,

na Vila Kennedy é combater o tráfico local e ocorrências comuns, como

assim como a ocorrência de violência e tráfico de drogas.

roubos e furtos, inclusive em comunidades próximas. Ainda, em entrevista para o site VivaRio, Guilherme Junior, fundador “Operação na Vila Kennedy apreende menores com drogas. Segundo

da Mostra de Cinema Curta VK, explica que os moradores mais antigos

policiais, adolescentes atuavam no tráfico antes da implantação de

reclamam muito da violência:

UPP. Policiais da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) realizaram uma operação na Vila Kennedy para apreender

“Falam que na época deles as crianças estavam na escola e não havia

menores envolvidos com o tráfico. Segundo o delegado Gilson Perdigão,

menores vendendo entorpecente nas esquinas da comunidade. O

quatro menores foram apreendidos e na casa de um deles foi

retorno para tempos melhores é uma incerteza e o descaso do poder

encontrado material entorpecente que era destinado à venda. De

público é a grande preocupação de todos. A Vila Kennedy de ontem era

acordo com os agentes, os adolescentes atuavam no tráfico antes da

um lugar de sonho e esperança, mas hoje é um misto de miséria e

implantação de UPP”. (O Dia, 2014)

insegurança”.

(Por Flávia Ferreira, disponível em http://vivario.org.br/vilakennedy-completa-50-anos/, 2014) 25


1.5. A JUVENTUDE E O CRIME NO RIO DE JANEIRO “No estado do Rio de Janeiro, nos últimos cinco anos, a cada cinco

entre os menores de 18 anos), mais da metade das autuações é

pessoas encaminhadas à delegacia, uma tinha menos de 18 anos

decorrente de “crimes contra o patrimônio” ou “envolvimento com

de idade. A cada três pessoas encaminhadas à delegacia por

drogas”. O “envolvimento com armas” é crescente na

tráfico de drogas, uma tinha menos de 18 anos.” (Relatório

adolescência, mas não chega a representar mais de 10% das

Juventude e Crime – ISP RJ - 2016, pág 04)

autuações em nenhuma idade. Já as autuações por “letalidade violenta” são muito pouco frequentes em todas as idades

O Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro realizou um estudo das autuações em flagrante no Estado entre 2010 e 2014, a partir de uma análise por idade e tipo de crime, constando-se que “a juventude é a fase da vida em que há maior ocorrência de envolvimento criminal. Os jovens de 15 a 24 anos concentraram mais da metade (52,4%) das autuações registradas no período. Além disso, comparando as idades que antecedem e sucedem a maioridade penal, os percentuais são muito próximos: enquanto os adolescentes de 17 anos representaram 7,6% do total, os jovens de 18 anos somaram 6,8% do total, uma diferença de menos de um

(representam 0,2% entre os menores e 0,3% entre os maiores). Foi observado, ainda, que, dado um período pré-fixado de tempo, os menores de 18 anos são autuados mais vezes e com maior frequência do que os maiores de 18 anos. [...] De todo modo, com base nos dados de autuações em flagrante, o que se pode dizer é que não existem evidências de que o jovem reduza sua participação no crime após a maioridade penal. ” (Relatório Juventude e Crime – ISP RJ, 2016). De acordo com os gráficos a seguir, podemos observar os resultados do estudo feito pelo ISP:

ponto percentual. A análise dos crimes por idade mostrou que a autuação mais comum entre os mais novos (12 e 13 anos) foi por “crime contra o patrimônio”. A partir dos 14 anos, já prevalece o “envolvimento com drogas”. De fato, até os 25 anos (e não apenas 26


00 NOTA: “Os tipos de infrações que geraram as autuações estudadas foram divididos em seis grupos de interesse, com base nos delitos que compõem os Dados Oficiais divulgados pelo ISP. O primeiro grupo engloba as infrações por “envolvimento com drogas”: apreensão, posse e tráfico de drogas – essa última representa 98% do grupo.

Figura 14: Gráfico de Distribuição percentual das autuações em flagrante, por idade,

Figura 16: Gráfico de Distribuição percentual das autuações em flagrante, por

2010 a 2014.

faixa etária, por tipo de infração, 2010 a 2014.

NOTA: “Os tipos de infrações que geraram as autuações estudadas foram divididos em seis grupos de interesse, com base nos delitos que compõem os Dados Oficiais divulgados pelo ISP. O primeiro grupo engloba as infrações por “envolvimento com drogas”: apreensão, posse e tráfico de drogas – essa última representa 98% do grupo. O segundo, “envolvimento com armas”, define o porte ou a posse ilegal de arma de fogo. O grupo “crimes contra o patrimônio” é formado pelas infrações de roubo (56% do grupo) e furto (41% do grupo), além de extorsão e estelionato. “Crimes contra a pessoa”, por sua vez, é formado pelas infrações de lesão corporal (66% do grupo) e de ameaça. “Letalidade violenta” é o grupo que inclui homicídio doloso (90% do grupo), latrocínio e lesão corporal seguida de morte. Por fim, a categoria “outros” agrupa as infrações que não se encaixaram nas classificações citadas, quais sejam, estupro (1,3% do grupo) e tentativa de homicídio (4,7% do grupo), além dos crimes que não entram nos Dados Oficiais divulgados pelo ISP (como embriaguez ao volante, receptação e formação de quadrilha, por exemplo).”

27

Figura 15: Gráfico de Distribuição percentual das autuações em flagrante, por tipo de infração, por idade, 2010 a 2014.

(Relatório Juventude e Crime – ISP RJ, 2016)


2. TEMA


2.1 – HISTÓRICO O reconhecimento do esporte como canal de socialização positiva ou inclusão social, é revelado pelo crescente número de projetos

Alguns exemplos de instituições que formam o setor de incentivo à prática esportiva no Brasil são:

esportivos destinados aos jovens das classes populares, promovidos por órgãos públicos, instituições privadas e organizações nãogovernamentais (ONGs). A prática de esportes não é apenas um símbolo de cuidado com a saúde, os esportes tem sido cada vez mais, uma ferramenta de integração e inclusão social. Durante a prática esportiva, crianças e jovens aprendem muito mais que as técnicas que envolvem o esporte. Aprende-se a ter respeito pelas regras e pelos outros jogadores, agrega-se o entendimento, o convívio com o coletivo, a resoluções de conflitos, o esforço e responsabilidade. Nesse

• Associação Cristã de Moços do Rio Grande do Sul (ACM-RS), de 1901. • Associação Esportiva Montreal, Curitiba/PR, de 1985. • Associação de Capoeira Kauande, Curitiba/PR, de 1988. • Projeto Âncora, Cotia/SP, de 1995. • Fundação Gol de Letra, São Paulo/SP e Rio de Janeiro/RJ, de 1998. • Ong pelo esporte, São Paulo/SP, de 1998. • Associação Esporte Solidário, São Paulo/SP, de 1999. • ONG Sonhar Acordado, Campinas/SP, de 2000.

contexto, vale ressaltar que o esporte, quando aliado à educação, é

• Instituto Bola pra Frente, Rio de Janeiro/RJ, de 2000.

uma poderosa ferramenta da proteção social e resgate de crianças e

• Fundação Tênis, Rio Grande do Sul, de 2000.

jovens em situação de risco, pois, quando não estiverem na escola,

• ARCA, Fortaleza/CE, de 2000.

diminuindo o ócio e evitando o risco de estarem nas ruas, convivendo e

• Instituto Guga Kuerten, Florianópolis SC, de 2000.

aprendendo “o que não devem”, estarão se desenvolvendo como um

• Fundação Cafu Jardim Irene/SP, 2001.

cidadão melhor através do esporte. Sendo assim, é preciso entender o

• Instituto Esporte Educação (IEE), São Paulo/SP , de 2001 .

esporte, acima de tudo, como um instrumento pedagógico capaz de

• ONG Futebol de Rua, Curitiba/PR, de 2006.

agregar valor à educação, ao desenvolvimento das individualidades, a

• Instituto Reação, Rio de Janeiro/RJ, de 2003.

formação pessoal para a cidadania e a orientação para a prática social.

• Instituto Superar , Distrito Federal/DF, de 2007. • Intituto Neymar , Praia Grande/SP, de 2014.

29


2.2. A IMPORTÂNCIA DO ESPORTE NA PROTEÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE “A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde,

vem após a ocorrência do crime - são as políticas que buscam evitar a

mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o

reincidência criminal e que focam no infrator que sofreu privação de

nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições

liberdade.” (Dossiê da Criança e do Adolescente, 2015)

dignas de existência.” [Estatuto da Criança e do Adolescente,

artigo 7]

Como visto no relatório “Juventude e crime” (ISP, 2015), a juventude é a fase da vida em que mais se comete crimes. No estado do Rio de

Apresentados os dados sobre os adolescentes em conflito com a lei, a

Janeiro, mais da metade de todas as autuações em flagrante entre

partir do estudo do ISP do Rio de Janeiro, cabe a pergunta sobre o que

2010 e 2014 foi direcionada a jovens de 15 a 24 anos. Neste contexto,

pode ser feito para reduzir a violência e fazer valer o Estatuto da

os programas e projetos sociais são fundamentais na construção da

Criança e do Adolescente. Há dois objetivos principais: proteger a

cidadania, da criação de oportunidades para crianças e jovens

criança e o adolescente da violência a que estão expostos e reduzir os

excluídos, criando assim, uma perspectiva de futuro melhor.

delitos praticados pelos adolescentes.

Possibilitar que crianças e jovens vivenciem atividades esportivas, pedagógicas, alimentação balanceada, e, acima de tudo, o direito de

“Para reduzir a criminalidade, há três tipos de prevenção social: primária, secundária e terciária. A prevenção primária trabalha com fatores como a maturação de habilidades socioemocionais (cognitivas e não cognitivas), o ambiente escolar e a proteção da família, proporcionando maior resiliência ao sujeito. A prevenção secundária atua no entorno, no ambiente em que se manifesta o conflito, com foco em locais mais vulneráveis e expostos ao crime, abrangendo também questões de ordem urbana. Já a prevenção terciária é a que

poder brincar e se divertir, se sociabilizar com demais crianças, criar vínculos de amizade, afastando-as e as conscientizando do perigo das drogas, por exemplo, são alguns dos objetivos dos projetos sociais oferecidos por governos e instituições. No Brasil, diversas instituições promovem, entre outras atividades, a prática de esporte como um instrumento de ocupação e capacitação do jovem para que o mesmo não pratique atos delinquentes e tenha 30


mais oportunidades de crescimento a partir da educação. Como vistos

diferenças presentes na nossa sociedade. Através de uma partida de

no item anterior (2.1), podem ser citados como bons exemplos as

futebol na rua, de um jogo de vôlei na escola, um jogo de basquete na

instituições Fundação Gol de Letra¹, cujo objetivo é utilizar o futebol

praça, pessoas se relacionam, fortalecem amizades, criam vínculos

como ferramenta de desenvolvimento integral para promover

mesmo sem nunca terem se visto. A importância da prática esportiva

habilidades sociais de convivência e valores de cidadania, e o Instituto

na sociedade vai além dos benefícios na saúde física do homem,

Bola Pra Frente², que inclusive faz parte das Instituições que tomam o

podendo intervir na realidade da sociedade ao demonstrar que,

“Desenhado para o Movimento” como base para seus programas e

durante um jogo ou uma aula, todos são iguais. Existe a autoridade no

atividades.

jogo, o juiz ou o professor que faz cumprir as regras e, no restante,

“Os jovens de 15 a 24 anos que participam das atividades do Instituto Bola Pra Frente, segundo a pesquisa Censo Muquiço (2008) realizada nas seis comunidades do Complexo do Muquiço atendidas pelo Instituto, possuem indicadores sociais bastante superiores aos dos jovens da mesma idade que nunca frequentaram nenhuma atividade do projeto. A taxa de evasão escolar entre os que nunca frequentaram o Bola Pra Frente era de 41,9%, enquanto a dos participantes do programa foi de 0,5%. Além disso, 94% dos alunos melhoraram a frequência escolar e o comportamento geral após ingressarem no Instituto.” (Dossiê da Criança e do Adolescente, 2015)

todos os participantes são iguais, ganhando aquele que souber ser mais habilidoso, mais inteligente, o que treinou com mais dedicação e não por ter alguma vantagem fora do jogo, tornando o jogo desigual. Rubio (2001) comenta que na Europa e nos Estados Unidos o esporte está sendo reconhecido, não só como uma atividade saudável para quem compete, mas principalmente porque o esporte está sendo visto como uma oportunidade de engajamento das pessoas na reflexão e na discussão sobre os valores e as relações sociais. ______________________________________________________________________ ¹ Fundação Gol de Letra: Criada em 1998 pelos ex-jogadores de futebol Raí e Leonardo, a fim de contribuir com a educação de crianças e jovens de comunidades socialmente vulneráveis, para que elas tivessem mais oportunidades e perspectivas de vida com atuação na Vila Albertina, em São Paulo, e no Caju, no Rio de Janeiro.

O esporte possui um grande potencial de socializar indivíduos das mais diferentes classes, religiões, gêneros, entre tantas outras

² Instituto Bola pra Frente: Criado em 2000, pelo ex-jogador de futebol Jorginho, utiliza o fascínio do futebol para atrair seu público beneficiário e transformar vidas,

31

promovendo atividades sócio-educativas e esportivas que permite o desenvolvimento das crianças e adolescentes, tornando-os agentes transformadores da sociedade.


2.3. A INATIVIDADE FÍSICA “O Brasil é conhecido por seu amor pelo esporte. Futebol, basquete, vôlei

O ser humano foi feito para se movimentar e ser ativo. Os corpos

ou qualquer outra modalidade – o mundo sabe que somos apaixonados e

evoluíram para atender às demandas da existência humana. E ainda,

vitoriosos. Para um país que vive e respira o esporte, é preocupante o

pesquisas demonstram que, à medida que as economias se

aumento do sedentarismo. Essa tendência ameaça nossa economia, nossa herança cultural e o futuro de nossas crianças. O Ministério do Esporte tem como prioridade reverter essa tendência. Com as nossas leis de incentivo fiscal, já estamos destinando recursos para programas ligados à prática do esporte e atividade física. Desenvolvemos também o Programa Segundo Tempo, que garante experiências esportivas para milhões de crianças, antes e depois da escola. Acreditamos que toda criança precisa dessas oportunidades. Na condição de país anfitrião da

desenvolvem, os níveis de atividade de suas populações se tornam perigosamente baixos. Os custos humanos e econômicos do progresso são enormes e a inatividade física é uma perigosa ameaça iminente à saúde, ao bem-estar e à qualidade de vida de todos. (Figura 16) Crianças inativas têm maior tendência a se tornarem adultos inativos. Posteriormente, a inatividade física aumenta os períodos de

Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, o país está diante

doenças e enfermidades. Talvez o mais perigoso de tudo seja o fato de

da chance de inspirar a próxima geração de brasileiros a praticar esportes

os pais fisicamente inativos transmitirem estes mesmos padrões a seus

e atividades físicas. E podemos servir de exemplo para o mundo. O

filhos. (Figura 17)

Desenhado para o Movimento traça uma agenda para que possamos unir nossos esforços para que todos os brasileiros se desenvolvam e tenham

“A inatividade física perpetua um ciclo mortal que começa a

um estilo de vida saudável. E, felizmente, a solução é simples. Todos

acontecer muito cedo na vida” (Desenhado para o Movimento)

precisamos começar a nos mexer.”

(Aldo Rebelo – Ministro –

Ministério do Esporte do Brasil – em “Desenhado para o Movimento”)

32


NÍVEIS HISTÓRICOS E PROJETADOS DE ATIVIDADE FÍSICA (AF)

Figura 17: Gráfico da diminuição da atividade física.

33


O CICLO DA INATIVIDADE FÍSICA ENTRE GERAÇÕES

Figura 18: O Ciclo da inatividade física.

34


2.4. OS BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA “Na condição de atletas profissionais, muitas vezes nos perguntam o que

Tetracampeão mundial de futebol e fundador do Instituto Bola Pra

fazemos para atingir nosso pleno potencial. A resposta para essa

Frente | Magic Paula - Medalhista olímpica, gestora esportiva e

pergunta talvez não seja tão complicada quanto parece: alguém nos deu

idealizadora do Instituto Passe de Mágica | Neymar Jr - Jogador da

uma bola, nos ensinou a correr ou simplesmente nos levou ao parque. O

Seleção Brasileira de Futebol e do F.C.Barcelona e fundador do

esporte e a atividade física não trazem benefícios apenas para atletas de

Instituto Neymar Jr | Ronaldo - Embaixador da ONU – em “Desenhado

elite. São bons para todos, principalmente para as crianças. O Desenhado

para o Movimento”).

para o Movimento apresenta claramente que, quanto mais cedo as crianças têm experiências positivas com esportes e brincadeiras, maiores e melhores serão os resultados ao longo de sua vida. Enquanto nós

longevidade devem vir acompanhadas de qualidade de vida, tanto no

competimos para representar o Brasil em eventos como a Copa do Mundo

presente como no futuro. A preocupação de promover e manter a

e as Olimpíadas de 2016 – esses eventos também nos dão a oportunidade

saúde deve ser ressaltada para a população mundial, que, cada vez

de inspirar mais brasileiros a serem fisicamente ativos. Cada um de nós se

mais, necessita, em sua rotina diária, da prática de exercícios físicos

lembra das pessoas em nossas vidas que nos motivaram a brincar e

para combater os efeitos nocivos da vida sedentária. Mas, além da

praticar esporte quando éramos crianças. Ao mesmo tempo em que era

preocupação com a saúde em geral, deve-se ter uma preocupação

bastante divertido, também era uma questão bastante séria. As crianças brasileiras são as mais inativas da América Latina, e seu desenvolvimento e qualidade de vida serão seriamente impactados por isso. Essa situação é inaceitável. Os benefícios de se praticar esportes e atividades físicas são comprovados, e criar oportunidades de participação para as crianças

maior em relação às crianças. O período entre a infância e a adolescência representa a fase em que as habilidades motoras mais fundamentais se desenvolvem. As crianças que aprendem a gostar da atividade física normalmente se tornam adultos ativos. Essa jovem

brasileiras fará toda a diferença.” (Em conjunto: Alan Fonteles -

população tem melhores chances de interromper ou evitar ciclos de

Medalhista paralímpico brasileiro | Ana Moser - Medalhista olímpica do

inatividade física e criar um estilo de vida novo e mais sustentável.

vôlei e fundadora do Instituto Esporte e Educação (IEE) | Jorginho -

35

O ser humano tem de estar alerta para o fato de que saúde e


OS BENEFÍCIOS COMBINADOS DA ATIVIDADE FÍSICA AO LONGO DA VIDA

Figura 19: Os Benefícios Combinados da atividade física ao longo da vida

36


INDICADORES DE DESENVOLVIMENTO ASSOCIADOS AOS NÍVEIS DE ATIVIDADE FÍSICA

37

Figura 20: Indicadores De Desenvolvimento Associados Aos Níveis De Atividade Física


2.5. O FUTEBOL E “OS FILHOS DA VILA KENNEDY”

dos astros da bola que os “meninos da favela” evitam os becos escuros e sem saída do dia a dia.” (Jornal “O DIA”, Rio de Janeiro - 2014)

A partir do estudo sobre a importância da atividade física para a saúde e a vida, tem-se a ideia de como promover os benefícios relacionados para a população da Vila Kennedy e como fazer para incentivar cada vez mais as crianças e adolescentes da comunidade. Assim como em

“Patrick Vieira, dribla o destino e ganha o direito de sonhar alto – Jovem meia do Palmeiras supera as dificuldades e os traumas da infância para ser jogador - “Meus amigos sempre me falavam que estavam saindo para roubar. Preferia ficar em casa, pois não queria ser mais um desgosto para

diversos programas de incentivo à atividade física/esportiva, que usam

a minha mãe.” A frase do meia Patrick Vieira mostra que, por trás da

a imagem de atletas e/ou ex atletas para incentivar à prática dos

personalidade demonstrada em campo, esconde-se um jovem sofrido

esportes, há na Vila Kennedy uma “esperança” concretizada em

pelos percalços de uma infância triste, em que foi necessária a vontade de

“histórias de vida” e exemplos de atletas que nasceram e foram criados

vencer na vida, e que viu no futebol uma chance para isso.“ (O Estadão

no bairro e conseguiram “crescer na vida” através do esporte. Como

– SP)

exemplos tem-se: Léo Moura e Eduardo da Silva, Lateral-direito e atacante do Flamengo, Vagner Love, hoje atacante do Monaco F.C e Patrick Vieira, meia-atacante do Palmeiras. Os quatro foram criados na Vila Kennedy e aprenderam a jogar futebol nos campos espalhados pelas praças do bairro.

Com esses exemplos de vida e a partir de uma pesquisa feita pelo Diesporte, do Ministério do Esporte, que mostra que o futebol é o esporte mais praticado pelos brasileiros, chega-se a conclusão de que no Centro Sócio-Esportivo da Vila Kennedy, a ênfase maior será dada ao Futebol, relacionado principalmente à imagem do Jogador Patrick

“Quando a garotada da Vila Kennedy vê Leonardo Moura e Eduardo da

Vieira, que foi uma das inspirações para a criação do centro e estudo do

Silva em ação pelo Flamengo, automaticamente enxerga uma luz no fim

tema para o presente trabalho.

do túnel. O exemplo de quem deixou a comunidade carente na Zona Oeste do Rio para ter o nome gritado no principal estádio do mundo, diante das duas maiores torcidas do país, ilumina caminhos. É na trilha

38


Em uma Palestra sobre o Futebol na “Escola Municipal Jorge Zarur”, na Vila Kennedy, com a ideia de incentivar as crianças a praticar algum tipo de esporte, falando um pouco sobre sua história, Patrick Vieira respondeu diversas perguntas das crianças, em que a maioria estava relacionada à vida na comunidade e à ascensão no futebol, como por exemplo, uma questão levantada por uma garota: “Como você se tornou jogador de futebol, morando na Vila Kennedy?” Patrick respondeu, que apesar de toda dificuldade que teve para conseguir participar dos treinos no Botafogo, clube em que começou sua carreira aos 13 anos, pela distância e por muitas vezes não ter o

Figura 21: Patrick Vieira em Palestra na Escola Municipal Jorge Zarur.

dinheiro da passagem, nunca desistiu do seu sonho de poder dar uma vida melhor à sua família e isso sempre foi o que alimentou sua força de vontade. Ele ainda sugeriu que as crianças corressem atrás de praticar o esporte que mais gosta e que nunca desistam de seus sonhos, assim como ele e comentou sobre seu desejo de um dia poder construir um espaço onde elas possam ter a oportunidade de praticar esportes e quem sabe um dia serem jogadores iguais a ele. Entusiasmadas elas responderam: “Seria muito legal, porque nós merecemos!”. Figura 22: Patrick Vieira em Palestra na Escola Municipal Jorge Zarur.

39


3. DIAGNÓSTICO DA ÁREA


41


3.1. TERRENO O terreno escolhido para implantação do projeto do Centro Sócio Esportivo se localiza em uma quadra que se estende desde a Estrada do Guandu do Sena (a sudoeste) até a Rua Caminho do Encanamento do Guandu (a nordeste). Ele se caracteriza com uma topografia plana, com cotas de nível de 33m a 34m de altitude, tendo basicamente nada de inclinação em relação às ruas paralelas. Possui mais da metade de vegetação rasteira e uma pequena massa de árvores. Com aproximadamente 35mil metros quadrados, de forma

Figura 24: Portão de acesso ao terreno atualmente.

retangular, seu acesso principal é pela Estrada do Guandu do Sena, suas laterais são muradas e há possibilidade de fazer um acesso secundário pela Rua Caminho Encanamento do Guandu. É uma antiga propriedade rural, que atualmente funciona como residência e depósito de sucata, possuindo duas casas ao centro do terreno, que para o projeto, prevê-se a demolição de ambas, assim como a demolição de um galpão localizado no canto esquerdo do terreno.

Figura 23 à esquerda: Imagem aérea do terreno Figura 25: Portão de acesso ao terreno atualmente, com caminho até às construções.

42


43

Figura 26: Parte de muro no terreno, vista do outro lado da rua (Estrada Encanamento

Figura 28: 26: Parte de muro do terreno e rua (Estrada Encanamento do Guandu)

do Guandu) lado leste.

lado oeste.

Figura 27: PortĂŁo de acesso e muro do terreno.

Figura 29: Parte do muro do canto esquerdo sudoeste.


Figura 30: Parte do muro e entulhos do canto direito sudoeste.

Figura 31: Muro olhando para o sudeste.

Figura 32: Muro e vista das construções internas do terreno, direção nordeste.

Figura 33: Muro e vista das construções internas do terreno, direção leste.

44


Figura 34: Muro e portão de acesso, direção sudeste.

45

Figura 35: Caminho interno de terra até às casas, direção nordeste.

Figura 36: Muro e portão de acesso, direção sudeste.

Figura 37: Caminho interno olhando para a rua, direção sudoeste.


Figura 38: Vista do galpão a ser demolido, direção noroeste.

Figura 40: Vista das construções internas, direção norte.

Figura 39: Vista do meio do terreno, olhando para a rua, direção sudoeste.

Figura 41: Vista das construções internas, direção noroeste.

46


3.2. LEGISLAÇÃO URBANA VIGENTE A Lei Complementar n.º 111 de 1º de fevereiro de 2011 dispõe

Ainda de acordo com a Lei de Uso e Ocupação de Uso do Solo (Lei

sobre a Política Urbana e Ambiental do Rio de Janeiro e institui o Plano

Complementar 33/2013), há no Art. 75, a divisão do território municipal

Diretor de Desenvolvimento Urbano Sustentável do Município. Esta

em zonas, conforme disposto no Art. 48 do Plano Diretor, em que a

estabelece no Art. 36 áreas para efeito de planejamento municipal, em

área estudada está inserida em: II- Zona Residencial Multifamiliar 2

que a área estudada se caracteriza como:

(ZRM-2) – zona predominantemente residencial multifamiliar que permite o uso de Serviço, restrito a algumas atividades compatíveis

I) Área de Planejamento: AP5 - Bangu

com a característica da zona.

II) Região de Planejamento: 5.1 – Bangu (Figura 43)

No Art.38 da Lei Complementar 111/11, já citada, os limites de construção são estabelecidos pelos Índices de Aproveitamento de

III) Região Administrativa: XVIII – Bangu

Terreno – IAT. De acordo com o mapa a seguir, observa-se que o IAT De acordo com a Lei de Uso e Ocupação de Uso do Solo (Lei

para a área estudada é de 3,5.

Complementar 33/2013), dos Instrumentos do Plano Diretor (Art 6° do Macrozoneamento), fica definido quatro Macrozonas de Ocupação na cidade, em que a área de estudo está inserida na Macrozona De Ocupação Assistida (caracterizada com adensamento populacional, incremento

das

atividades

econômicas

acompanhados

de

investimentos públicos em infraestrutura e por medidas de proteção ao meio ambiente e à atividade agrícola), como podemos ver na Figura 43. 47 Figura 42: Mapa de Índice de Aproveitamento de Terreno em Macrozona Assistida.


RegiĂŁo da Vila Kennedy

Figura 43: Mapa de Macrozoneamento e RegiĂľes de Planejamento.

48


O Decreto n.º 7914 de 03 de agosto de 1988 estabelece condições de

I - Nas Zonas Residenciais Multifamiliares 1 e 2: na área de 3

uso e ocupação do solo para a 50ª Unidade Espacial de Planejamento

pavimentos a altura máxima permitida das edificações será de

(UEP), que corresponde aos bairros de BANGU, PADRE MIGUEL e

11,00m. Assim sendo, o local a ser implantado o projeto, está

SENADOR CAMARÁ, situados na Região Administrativa XVII – Bangu,

localizado em uma área de 3 pavimentos (de acordo com

e com isso se tem os seguintes parâmetros:

redação dada pela Lei Complementar 49, de 27-12-2000), fazendo com que o gabarito máximo permitido seja de 11,00m.

• Art. 51 – Afastamento Frontal: a) nos logradouros com pavimentação (tais como concreto, macadame betuminoso ou

• Art. 64 - As dimensões da projeção horizontal são livres, desde

asfalto) as edificações observarão afastamentos mínimos de

que os perímetros da edificação não excedam a 150,00m.

8,00m em relação à linha externa da pavimentação. • Art. 66 – Taxa de Ocupação - As edificações não estão obrigadas • Art. 53 - Os afastamentos mínimos laterais e de fundos de

a deixar área livre no lote com exceção dos afastamentos previstos

edificação afastada das divisas serão iguais à 1/5 da altura das

neste regulamento.

edificações, não podendo ser inferiores a 2,50m, haja ou não abertura de vãos.

• Art. 67 - Área Total da Edificação (ATE) é o produto do Índice de Aproveitamento da Área (IAA) pela área do terreno (S). ATE = IAA

• Art. 55 - O afastamento mínimo entre duas ou mais edificações, no mesmo lote, serão equivalentes a 2/5 da média da altura das edificações. • Art. 59 - A altura e o número de pavimentos das edificações afastadas e não afastadas das divisas são limitados de acordo com a área em que se localizarem e obedecerão às seguintes condições: 49

xS


3.3. MOBILIDADE O investimento para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos

Além do sistema de transporte de BRT, a área de estudo tem

do Rio em 2016 vem impactando nos bairros cariocas, criando novos

influência da linha de trem existente, com estação em Bangu, que fica

vetores de crescimento para o mercado imobiliário e trazendo

distante aproximadamente 4,00Km do terreno de projeto. (Figura 44)

melhorias na infraestrutura, no transporte público, revitalização de áreas, intervenções, hotelaria, etc. Este impacto está diretamente ligado á área de estudo, pois será beneficiada com obras do BRT (Bus Rapid Transit) na Av. Brasil, facilitando o acesso rápido para quem usa o transporte público. O Rio de Janeiro foi dividido em quatro núcleos para receber as modalidades olímpicas: Barra da Tijuca, Copacabana, Maracanã e Deodoro. Para conectar essas áreas, distantes entre si, foram planejadas expansões na rede de transportes públicos, com destaque para a Linha 4 do Metrô - que vai ligar Ipanema à Barra da Tijuca - e para as quatro linhas de BRTs que serão inauguradas: Transoeste, ligando a Barra a Santa Cruz e Campo Grande; Transcarioca, ligando a Barra à zona Norte e ao aeroporto internacional; Transolímpica, que liga a Barra à Av. Brasil, na altura de Deodoro; e Transbrasil, ligando Deodoro ao

Figura 44: Mapa de Mobilidade da Estação Bangu até terreno de projeto.

centro da cidade (Figura 45).

50


Vila Kennedy

51 Figura 45: Mapa de transporte e mobilidade urbana do Rio de Janeiro.


Os acessos ao terreno são feitos pela Estrada do Guandu e pela Rua

Na Estrada do Guandu do Sena, temos pontos de ônibus e três linhas

Caminho do Encanamento do Guandu, ambos com acessos diretos da

diferentes de micro-ônibus operadas pela Fetranspor que passam pela

AV. BRASIL. (Figura 38)

região:

No âmbito de projeto, o acesso principal do centro será feito pela

• Carobinha – Bangu

Estrada do Guandu do Sena, por ser uma via mais movimentada, com infraestrutura. Pelo Caminho do Encanamento do Guandu, será feito um acesso secundário, para manutenção e para o zelador.

• Mendanha – Tiradentes (expresso) • Vila Kennedy – Bangu (circular) 0

LEGENDA: PONTO DE ÔNIBUS CAMINHO DAS LINHAS DE ÔNIBUS ACESSOS TERRENO

CAMINHO

DIREÇÃO DAS VIAS

ENCANAMENTO DO GUANDU ESTRADA DO QUAFÁ

ESTRADA DO GUANDU DO SENA

AV. BRASIL N SEM ESCALA Figura 46: Mapa de Mobilidade Linhas de ônibus e Acessos

52


3.4. LEVANTAMENTO LOCAL GABARITO O levantamento de gabarito foi feito somente no entorno mais próximo ao terreno de projeto. O gabarito predominante é de 2 e 3

Na área não há edifícios mais altos que isso, apenas casas que foram sendo construídas com um ou dois pavimentos a mais.

pavimentos. LEGENDA DE GABARITO: 01 PAVIMENTO 02 PAVIMENTOS 03 PAVIMENTOS VAZIOS PRAÇAS TERRENO DE PROJETO

CONSTRUÇÕES A SEREM DEMOLIDAS

N 53

Figura 47: Mapa de Gabarito


USO DO SOLO particulares. O terreno de projeto fica numa área caracterizada como não A seguir, tem-se o mapa de Uso do Solo, o qual prevalece o uso residencial, com poucas áreas marcadas de comércio e serviço, pois a maioria do comércio é feito nas garagens

das

casas,

de

forma

irregular. Ao redor das Praças Miami e Dolamitas, que são as principais (triangulares), se forma um centro comercial no bairro, onde se encontra todo tipo de comércio, regular e

edificada, pois está num local urbanizado, porém não foi totalmente ocupada.

LEGENDA DE USO: RESIDENCIAL ÁREA NÃO EDIFICADA INSTITUCIONAL COMÉRCIO E SERVIÇO FAVELA LAZER INDUSTRIAL ÁREA VERDE/ PRAÇAS TERRENO DE PROJETO

irregular. As áreas institucionais são as que

possuem

equipamentos

educacionais e de saúde já descritos antes. Há apenas uma indústria no bairro, que se locou ali bem depois de sua fundação. Em lilás demarca-se a área com processo de favelização. As áreas de lazer são escassas como se pode observar, tem-se apenas a Vila Olímpica, o Teatro e um local onde se

N

pode fazer passeios de aeromotor Figura 48: Mapa de Uso do solo

54


“Acredito que as coisas podem ser feitas de outra maneira e que vale a pena tentar.� Zaha Hadid


4. ESTUDOS DE CASO


4.1. COMPLEXO ESPORTIVO DA ROCINHA Arquiteto: Luiz Carlos Toledo – MT Arquitetura Colaboradores: Vera Rocha, Bruno Sebollela, Adriano Romano Bruno Ano Projeto/ Construção: 2007 / 2008-2010 Localização: Rua Berta Lutz 84, São Conrado – Rio de Janeiro. Fruto do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Complexo Esportivo da Rocinha é um grandioso espaço inaugurado em 2010. Com 15 mil metros quadrados, o local é composto por duas piscinas, sendo a maior com 25 x 10 metros, um campo de grama sintética com 52 x 28 metros, uma quadra poliesportiva com 32 x 17

Figura 49: Vista aérea Complexo Esportivo da Rocinha

metros, um espaço para lutas com ringue e octógono, além de uma pista de esportes radicais para skate, patins e bike, um espaço para prática de judô, uma quadra de saibro para tênis (localizada no Parque Ecológico da Rocinha), centro jurídico; estacionamento coberto para 113 veículos; vestiários e espaço com churrasqueiras. O Complexo Esportivo, implantado ao lado do CIEP Ayrton Senna interliga-se à Rocinha por uma passarela cuja autoria é do Arquiteto Oscar Niemeyer. Cerca de 4.800 pessoas frequentam o Complexo da Rocinha e praticam as seguintes atividades: Futebol, Futsal, Natação, Ginástica, Hidroginástica, Voleibol, Tênis de Mesa, Polo Aquático, Taekowdo, Capoeira, Rugby, Boxe, Muai Thay, Skate, Bike, Patins e Tênis. 57

Figura 50: Acesso ao complexo


Figura 51: Piscinas e playground

Figura 52: Pista de skate

Figura 53: Quadra Poliesportiva Coberta

Figura 54: Piscinas e Ginรกsio

58


4.2. SESC GUARULHOS 1° Lugar no Concurso

arborizado é transparente e permeável às perspectivas externas, essa praça integradora expõe os acontecimentos do edifício e incorpora a

Arquiteto: Luiz Carlos Toledo – MT Arquitetura Colaboradores: Vera Rocha, Bruno Sebollela, Adriano Romano Bruno Ano Projeto/ Construção: 2007 / 2008-2010 Localização: Dal Pian Arquitetos Associados [Lilian de Almeida Dal Pian e Renato Dal Pian]

paisagem circundante a seus ambientes internos. O sistema de cobertura composto por grelhas metálicas, vidro, extratores de ar e brises reguláveis de proteção solar, filtra a luz natural e serve de coroamento a esse espaço de mediação entre o ambiente natural e o construído.

“Como edifício catalizador e gerador de atividades sociais, o SESC GUARULHOS se impõe como signo urbano forte e legível, estabelecendo com a envoltória urbana e o parque público contíguo uma relação espacial contínua, direta e fruitiva – mais que apenas construir um edifício, ambicionamos construir um lugar.” (Dal Pian Arquitetos Associados

em Vitruvius) Concentrando as diversas atividades sociais, culturais, recreativas e esportivas que caracterizam os edifícios do SESC, a implantação do edifício busca respeitar a geografia do terreno, disposto em ligeiro aclive, incorporando parte significativa do verde das áreas do parque. O projeto se estrutura ao entorno de uma grande Praça de Convivência que se torna receptora dos fluxos externos, articulando e distribuindo as diversas e complementares atividades do complexo. O espaço 59

Figura 55: Implantação do edifício


Figura 56: Vista frontal. edifício – rua.

Figura 59: Quadra Poliesportiva

Figura 57: Entrada ao edifício – Praça de convivência

Figura 58: Piscina

Figura 60: Auditório

60


5. PROJETO


5.1. MEMORIAL Os espaços do centro sócio-esportivo foram todos projetados seguindo as áreas demandadas, onde as atividades se agrupam por

metálicos inseridos no caixilho) que se intercalam com vidro transparente.

afinidades e condições ambientais de uso e função. A flexibilidade permeou o projeto, tendo como diretriz uma malha modular de 5m x 5m.

No térreo, além da área de convivência central, com playgrounds, o projeto possui 01 auditório, 01 quadra poliesportiva coberta, refeitório e lanchonete com cozinhas separada (lanchonete para uso público e

A intenção de uma separação entre atividades internas, bem com a

refeitório para uso interno dos usuários cadastrados nas atividades)

ocupação principal do centro do terreno, induziram o posicionamento

áreas de lazer como a sala cinema, brinquedoteca e sala de jogos,

dos edifícios que formam um “L”, interligados por uma passarela de

academia e salão para lutas, dança e ginástica, 01 piscina semiolímpica,

circulação que permeia todos esses edifícios, sendo a área de transição,

01 piscina recreativa e 01 piscina infantil, 03 mini-campos de futebol

no pavimento superior, e circulação externa coberta no térreo, que

(inseridos na direção norte-sul), administração e o bloco linear na

distribui as diversas funções e serviços internos, além da circulação

lateral que funciona como apoio à todo o restante, com sanitários,

através das escadas e elevador central. Dentro das condições

vestiários e depósitos. Logo na entrada está a administração, com

estipuladas pelo programa, foram privilegiadas as áreas abertas para

acesso individual para secretaria, e no fundo encontra-se o bloco de

lazer, convivência, esportes e paisagismo.

manutenção, com instalações de manutenção e apoio de funcionários,

As questões de conforto foram encaradas da seguinte maneira: grandes aberturas para o máximo aproveitamento da luz natural, proteção solar por coberturas sombreantes de policarbonato alveolar em cima de uma malha metálica, elementos de proteção das fachadas contra incidência da radiação solar direta e ventilação natural (painéis

além da casa do zelador, que pode morar no centro com sua família. Além disso, o pavimento ainda possui na lateral, junto ao bloco de apoio uma área reservada para carga e descarga e setor operacional junto ao estacionamento de veículos, que dá saída para a outra rua paralela, criando uma circulação linear de veículos. 62


Já no pavimento superior, encontram-se as atividades que formam o

5.2. PROGRAMA

bloco pedagógico, como biblioteca e salas de leitura, ateliês/ oficinas, salas para reforço escolar, sala para aula de informática e uma grande sala para acesso livre ao computador/internet.

Todos os ambientes foram projetados de acordo com as leis e normas arquitetônicas, baseando-se em suas dimensões ideais para cada uso, assim como o fluxo de pessoas. Todos os ambientes são acessíveis e seguem as normas da ABNT NBR 9050/2015. Os conjuntos sanitários e vestiários foram projetados/ dimensionados/ distribuídos de acordo com os fluxos de pessoas para cada função, seguindo as normas do Código de obras, Código Sanitário e a Norma Regulamentadora 24 (NR-24): Locais de reunião (Código de obras): um conjunto de bacia e lavatório para cada 50 pessoas. Locais de trabalho/serviços (NR-24): um conjunto de bacia, lavatório e chuveiro (nos vestiarios), para cada 20 funcionários. Locais de práticas esportivas e piscina (decreto 12.342/78): um conjunto de bacia e lavatório para cada 50 pessoas, um mictório para cada

60

homens

e

01

chuveiro

para

cada

40

pessoas.

NBR 9050/2015: adota-se 5% de conjuntos sanitários para deficientes. 63


FLUXO POP. MANHÃ fluxo transitório fluxo transitório fluxo transitório

FLUXO POP. TARDE fluxo transitório fluxo transitório fluxo transitório

Local de convivência, entretenimento, reuniões informais, lazer.

fluxo transitório

fluxo transitório

Local de brincadeiras infantis Local de brincadeiras infantis

fluxo transitório fluxo transitório

fluxo transitório fluxo transitório

N° AMBIENTE

AMBIENTE

QNTD.

ÁREA

FUNÇÃO

1

Acesso

1

500m²

Acesso principal de pedestres ao Centro

2

Bicicletário

1

90m²

local para 54 bicicletas

3

Estacionamento aberto

1

600m²

local para 32 automóveis

4

Praça de Convivência

1

2194m²

1

200m²

1

250m²

ÁREAS ABERTAS

5 6

Playground de areia Playground de Piso

CARACTERÍSTICAS/ REQ. ÁREA TOTAL AMBIENTAIS (m²) Acessível

500,00

-

90,00

Prever vagas para deficientes Possui 03 Tabuleiros de Xadrez gigantes, mesas, bancos, 02 espelhos d'água, e pequenos taludes de grama. Piso de areia, com brinquedos de madeira Piso de borracha, com brinquedos metálicos

600,00

2194,00

200,00 250,00 3834,00


SETOR DE CONVIVÊNCIA (instalações para estar e convivência dos frequentadores e atividades sociais e culturais alternativas)

65

N° AMBIENTE

AMBIENTE

QNTD.

ÁREA

FUNÇÃO

7

Acesso coberto

1

740m²

Entrada coberta ao Centro área de transição/espera, exposiçoes

8

Foyer

2

436m² Térreo e 251m² - 1° Pav.

9

Sanitário Masculino

1

20m²

10

Sanitário Feminino

1

20m²

1

5,20²

1

5,20²

11 12

Sanitário Masculino PNE Sanitário Feminino PNE

13

Auditório

1

467m² térreo, 125m² - 1° pav. , 221m² palco

14

Camarim Feminino

1

25m²

ambiente para higienização pessoal do público ambiente para higienização pessoal do público ambiente acessível para higienização pessoal ambiente acessível para higienização pessoal

FLUXO POP. MANHÃ fluxo transitório

FLUXO POP. TARDE fluxo transitório

fluxo variável

fluxo variável

fluxo transitório

fluxo transitório

2 bacias, 3 mictórios, 5 lavatórios

20

fluxo transitório

fluxo transitório

5 bacias, 5 lavatórios

20

fluxo transitório fluxo transitório

fluxo transitório fluxo transitório

1 bacia, 1 lavatório

5,2

1 bacia, 1 lavatório

5,2

813

25

CARACTERÍSTICAS/ REQ. AMBIENTAIS Portão de controle de acesso Com iluminação natural, o foyer é um espaço onde o espectador consiga ter uma vista ampla do centro.

Local para realização de seminários, palestras, cursos e pequenas apresentações teatrais e musicais.

Máx 350 lugares

Máx 350 lugares

Com 350 lugares, equipamentos para projeção de cinema e vídeo, integrado à área de convivência. Atenção especial para acústica, iluminação e climatização (ar condicionado). Palco com rampa acessível i: 12%

Local para se preparar antes das apresentações

fluxo transitório

fluxo transitório

área de espera, guardavolumes, maquiagem, troca de roupas.

ÁREA TOTAL (m²) 740

687


15

16

17

18

SETOR DE CONVIVÊNCIA (instalações para estar e convivência dos frequentadores e atividades sociais e culturais alternativas)

Camarim Masculino Vestiário Feminino Acessível Vestiário Masculino Acessível Acesso serviço palco e área de apoio + circulação

1

25m²

1

15m²

1

15m²

Local para se preparar antes das apresentações ambiente para higienização pessoal do camarim ambiente para higienização pessoal do camarim

fluxo transitório

fluxo transitório

área de espera, guardavolumes, maquiagem, troca de roupas.

25

fluxo transitório

fluxo transitório

3 bacias (1 pne) 2 chuveiros (1 pne), 3 lavatórios (1 pne)

15

fluxo transitório

fluxo transitório

2 bacias (1 pne), 1 mictório, 2 chuveiros (1 pne), 3 lavatórios (1 pne)

15

59m²

Acesso de serviço para o palco

fluxo transitório

fluxo transitório

Atendimento ao público que utiliza e visita as instalações do centro.

fluxo transitório

fluxo transitório

19

Lanchonete

1

550m²

20

Cozinha da Lanchonete

1

70m²

21

Dispensa

1

10m²

22

Depósito de lixo

1

6,75m²

23

D.M.L

1

4,55m²

Balcão para preparo do alimentos servidos na lanchonete Dispensa para guardar alimentos depósito para separação de lixo depósito para material de limpeza

4a5 4a5 funcionários funcionários fluxo transitório fluxo transitório

fluxo transitório fluxo transitório

fluxo transitório

fluxo transitório

rampa acessível 8%

i:

59

Com mesas e cadeiras. Deve ser integrada à área de convivência. Iluminação e ventilação naturais

550

Com área de preparo de lanches/bebidas e caixa.

70

Cuidado com ventilação, umidade. Com coleta seletiva. Ventilação natural Depósito com prateleiras. Atenção para umidade. Ventilação natural

10 6,75 4,55


24

Refeitório

1

395m²

25

Cozinha

1

180m²

26

Higienização

1

15m²

27

Câmera fria

1

12m²

28

Dispensa

1

25m²

29

Nutricionista

1

8,20m²

1

8,60m²

ambiente para higienização pessoal dos funcionários da cozinha

fluxo transitório

fluxo transitório

2 bacias, 2 lavatórios

8,60

1

8,60m²

ambiente para higienização pessoal dos funcionários da cozinha

fluxo transitório

fluxo transitório

1 bacia, 1 mictório, 2 lavatórios

8,60

30

31

67

Refeitório para Café da Almoço e Com mesas e cadeiras para alimentação restrito ao manhã e café da 160lugares. Integrado à público que participa das almoço tarde área de convivência, porém atividades oferecidas pelo divididos divididos com acesso restrito. centro. Café da manhã, em 4 em 4 Iluminação e ventilação almoço e café da tarde turnos/160 turnos/160 naturais/ar condicionado. ambiente para preparo de 10 a 15 10 a 15 Iluminação natural. alimentos funcionários funcionários Climatização ambiente para fluxo fluxo Requer pias com água higienização para preparo transitório transitório quente e fria de alimentos Local para refrigeração de fluxo fluxo ambiente com alimentos transitório transitório refrigeradores e freezers Dispensa para guardar fluxo fluxo Cuidado com ventilação, alimentos transitório transitório umidade. Integrada com a cozinha e Sala para organização de 1a2 1a2 com o refeitório. cardápio feita por pessoas pessoas Iluminação e ventilação nutricionista naturais/climatizada.

Sanitário Feminino Funcionários cozinha Sanitário Maculino Funcionários cozinha

32

D.M.L

1

5m²

depósito para material de limpeza

fluxo transitório

fluxo transitório

33

Depósito de lixo

1

6m²

depósito para separação de lixo

fluxo transitório

fluxo transitório

Depósito com prateleiras. Atenção para umidade. Ventilação natural Com coleta seletiva. Ventilação natural

395,00

180,00 15,00 12,00 25,00

8,20

5,00 6,00


Local de convivência que pode ser usado com diversos usos educacionais e de lazer.

34

Área de Convivência coberta

1

730m²

35

Sala de TV e Cinema

2

72m²

36

Brinquedoteca

1

150m²

37

Salão de Jogos Circulação e paredes

1

295m²

295,00

0,3

1515,93

fluxo transitório

fluxo transitório

de 20 a 30 de 20 a 30 pessoas por pessoas por sessão sessão Local de brincadeiras para fluxo fluxo crianças transitório transitório Local para assistir Tv, filmes, etc.

Local coberto e amplo

730,00

Local com persianas blacaute.

144,00

Brinquedos educacionais infantis

150,00

6569,03


N° AMBIENTE

AMBIENTE

QNTD.

ÁREA

FUNÇÃO

FLUXO POP. FLUXO POP. CARACTERÍSTICAS/ REQ. ÁREA MANHÃ TARDE AMBIENTAIS TOTAL (m²)

ÁREAS COBERTAS

38

39 SETOR ESPORTIVO (instalações para atividades esportivas)

69

Academia

Sala de Ginástica/Lutas

1

1

fluxo variável fluxo variável durante o durante o dia. Aprox dia. Aprox 100 pessoas 100 pessoas

Com equipamentos de musculação. Piso antiderrapante. Iluminação natural.

395m²

Ambiente para prática de exercícios físicos, musculação

395m²

Salão com espelhos e Turmas Turmas Ambiente para expressão barras fixas nas paredes, variadas variadas corporal, ginástica, prever espaço para tatame entre as entre as alongamentos, artes removível. Piso diversas diversas marciais, dança, yoga, antiderrapente. modalidades, modalidades, entre outras atividades Iluminação natural. com máx 40 com máx 40 afins. Cuidado com conforto alunos. alunos. ambiental

395

Com piso de alta resistência. A quadra 4 turmas dos 4 turmas dos poliesportiva terá variados variados dimensões 40 x 20m com esportes, esportes, uma zona de segurança entre 10 e 20 entre 10 e 20 nas laterais de 1 m em alunos, alunos, cada e de 2m em cada sendo 1 sendo 1 fundo e 2 quadras turma/h = turma/h = reversíveis de treinamento entre 40 e 80 entre 40 e 80 de basquetebol/handebol alunos alunos cada uma com 15 x 28m e recuos.

2295

40

Quadra Poliesportiva

1

2.295m²

Quadras Poliesportivas para prática de basquetebol, voleiboi, futebol de salão, handebol, ginástica olìmpica; entre outros. Com banheiros e PNE e depósito nas laterais das arquibancadas.

41

Vestiário Masculino

1

85m²

ambiente para higienização pessoal dos atletas

fluxo transitório

fluxo transitório

2 bacias, 2 mictórios, 4 lavatórios, 8 chuveiros, bancos e armários

395

85


42

Vestiário Feminino

1

85m²

43

Vestiário unissex PNE

2

7,5m²

44

Sanitário Masculino PNE

1

4m²

45

Sanitário Masculino

1

25m²

46

Sanitário Feminino PNE

1

4m²

47

Sanitário Feminino

1

25m²

48

Depósito materiais esportivos

2

12m²

Circulação e parede

0,3

ambiente para higienização pessoal dos atletas ambiente acessível para higienização pessoal dos atletas ambiente acessível para higienização pessoal do público ambiente para higienização pessoal do público ambiente acessível para higienização pessoal do público ambiente para higienização pessoal do público Depósitos para guardar materiais esportivos, como bolas, redes, colchões etc.

fluxo transitório

fluxo transitório

8 bacias, 8 lavatórios, 4 chuveiros, bancos e armários

85

fluxo transitório

fluxo transitório

1 bacia, 1 lavatório, 1 chuveiro

15

fluxo transitório

fluxo transitório

1 bacia, 1 lavatório

4

fluxo transitório

fluxo transitório

3 bacias, 3 mictórios, 6 lavatórios

25

fluxo transitório

fluxo transitório

1 bacia, 1 lavatório

4

fluxo transitório

fluxo transitório

6 bacias, 6 lavatórios

25

fluxo transitório

fluxo transitório

Depósitos com prateleiras. Atenção para umidade. Ventilação natural

24

1005,6 4357,6


N° AMBIENTE

AMBIENTE

QNTD.

ÁREA

FUNÇÃO

FLUXO POP. FLUXO POP. MANHÃ TARDE

CARACTERÍSTICAS/ REQ. AMBIENTAIS

ÁREA TOTAL (m²)

ÁREAS ABERTAS

49

SETOR ESPORTIVO (instalações para atividades esportivas)

Campo de Futebol

3

684m²

50

Piscina Recreativa

1

500m²

Piscina para aulas de hidroginástica e recreação

51

Piscina Infantil

1

180m²

Piscina infantil para recreação

52

Piscina Semi olímpica

1

375m²

53

Lavapés

2

10m²

Com grama sintética, 4 turmas com campo padrão FIFA máx 30 alunos Dimensões mín 45 x 90m cada (2 times ou máx 90 x 120m. Jogos + reservas) oficiais FIFA mín 64m x sendo 1 100m - máx 75m x 110m. turma/h = 120 Pequenas arquibancadas alunos nas laterais. Preocupação com incidência solar.

2052

2 turmas 2 turmas hidroginástica hidroginástica com máx 30 com máx 30 Piscina descoberta, . Com alunos cada = alunos cada = profundidade de máxima 60 alunos + 60 alunos + 1,40m fluxo fluxo transitório transitório

500

4 turmas com Campo para prática e máx 30 alunos aulas de futebol, ao ar cada (2 times livre (aulas para 4 faixas + reservas) etárias: 5-7 / 8-10 / 11-13 / sendo 1 14-17anos) turma/h = 120 alunos

fluxo transitório

4 turmas com Piscina para aulas e máx 12 alunos prática de natação (aulas cada, sendo 1 para 4 faixas etárias: 5-7 / turma/h = 48 8-10 / 11-13 / 14-17anos) alunos Local para lavar os pés antes de entrar nas piscinas

fluxo transitório

fluxo transitório

Piscina descoberta com profundidade única 0,40m

180

4 turmas com máx 12 alunos cada sendo 1 turma/h = 48 alunos

Piscina descoberta com raias semi olímpicas de 15m x 25m, com profundidade máxima de 2,5m.

375

fluxo transitório

Lavapé com profundidade única 0,20m

20

3127 71


SETOR ADMINISTRATIVO (instalações de administração do centro)

N° AMBIENTE

AMBIENTE

QNTD.

ÁREA

FUNÇÃO

FLUXO POP. MANHÃ

FLUXO POP. TARDE

74

Área de espera

1

47 m²

ambiente para espera de pessoas atendidas na adm

fluxo transitório

fluxo transitório

75

Direção/Gerência

1

32 m²

1a2 pessoas

1a2 pessoas

76

Sala de assistência social

1

23 m²

Coordenar os demais departamentos Visar e garantir direitos e assistência às crianças e adolescentes. Recepcionar e prestar serviços de apoio, fazer inscrição para atividades, etc Reunir um grupo de pessoas para conversa, debate, etc. ambiente para higienização pessoal ambiente acessível para higienização pessoal ambiente para higienização pessoal

Sofás, bebedouro, atendimento direto com a administração Sala com iluminação e ventilação naturais

aprox. 2 pessoas

aprox. 2 pessoas

Sala com iluminação e ventilação naturais.

23,00

5 a 10 pessoas

5 a 10 pessoas

Sala com iluminação e ventilação naturais, ligada à recepção e à administração.

42,00

Máximo 20 pessoas

Máximo 20 pessoas

Sala com iluminação e ventilação naturais.

40,00

fluxo transitório fluxo transitório fluxo transitório

fluxo transitório fluxo transitório fluxo transitório

2 bacias, 2 lavatórios

10,00

1 bacia, 1 lavatório

3,2

77

Secretaria

1

42 m²

78

Sala de reuniões

1

40 m²

1

10 m²

1

3,2 m²

1

10 m²

79 80 81

Sanitário Feminino Sanitário PNE unissex Sanitário Masculino

82

Almoxerifado

1

10,65 m²

Depósito de documentos e papeis

fluxo transitório

fluxo transitório

83

Administração

1

30 m²

Ministrar as atividades realizadas no centro

10 a 15 pessoas

10 a 15 pessoas

CARACTERÍSTICAS/ REQ. AMBIENTAIS

1 bacia, 1 mictório, 2 lavatórios Depósito com armáriosarquivos e prateleiras. Cuidado com umidade. Ventilação natural. Sala com iluminação e ventilação naturais, ligada à recepção.

ÁREA TOTAL (m²)

47,00 32,00

10,00

10,65

30,00


Circulação e paredes

0,3

74,36 322,21

SETOR DE MANUTENÇÃO (conjunto de instalações para os serviços de manutenção, conservação e limpeza do centro e para atender às condições gerais de trabalho dos funcionário)

73

FLUXO POP. TARDE fluxo transitório fluxo transitório

CARACTERÍSTICAS/ REQ. AMBIENTAIS

ÁREA TOTAL (m²)

reservatório de água Serviços de manutenção e conservação de elétrica Serviços de manutenção e conservação de hidráulica

FLUXO POP. MANHÃ fluxo transitório fluxo transitório

Iluminação e ventilação naturais Iluminação e ventilação naturais

16,00

33 m²

Depósito para guardar materiais gerais de manutenção.

fluxo transitório

fluxo transitório

Iluminação e ventilação naturais

25,00

21 m²

ambiente para manutenção do gerador de energia

fluxo transitório

fluxo transitório

-

21,00

ambiente para higienização pessoal e troca de roupa para fluxo Funcionários transitório (limpeza/manutenção/vigilância)

fluxo transitório

2 bacias, 4 lavatórios, 3 chuveiros, 1 bacia pne, 1 lavatório pne, bancos e armários

40,00

N° AMBIENTE

AMBIENTE

QNTD.

ÁREA

FUNÇÃO

84

Caixa d'água

2

diâm. 3m

85

Oficina elétrica

1

20 m²

86

Oficina Hidráulica

1

20 m²

87

Depósito Geral

1

88

Gerador

89

Vestiário Acessível Feminino Func.

1

40 m²

20,00 20,00


90

Vestiário Acessível Masculino Func.

ambiente para higienização pessoal e troca de roupa para fluxo Funcionários transitório (limpeza/manutenção/vigilância)

1

40 m²

fluxo transitório

91

Depósito de lixo

1

5,50 m²

depósito para separação de lixo

fluxo transitório

fluxo transitório

92

D.M.L

1

5,50 m²

depósito para material de limpeza perto dos vestiários

fluxo transitório

fluxo transitório

93

Casa do Zelador

160m²

ambiente para zelador e família

-

-

Circulação e paredes

0,3

4 bacias, 6 mictórios, 8 lavatórios, 4 chuveiros, bancos e armários Com coleta seletiva. Ventilação natural Depósito com prateleiras. Atenção para umidade. Ventilação natural 3 quartos, sala, sala, cozinha, banheiro e lavanderia externa

40,00

5,50 5,50

160,00 105,90 458,90


1 ° PAVIMENTO N° AMBIENTE

SETOR PEDAGÓGICO (instalações no âmbito educacional dos frequentadores do centro)

75

AMBIENTE

94

Ateliê/oficinas

95

Sala de Informática acesso público

96

Sala de aula de informática

97

Salas de Reforço

98

Sala de Professores

QNTD

5

1

1

5

1

ÁREA

FUNÇÃO

FLUXO POP. MANHÃ

FLUXO POP. TARDE

CARACTERÍSTICAS/ REQ. ÁREA AMBIENTAIS TOTAL (m²)

75 m²

Salas para oficinas de artesanato, reciclagem de materiais, pintura, etc

2 turmas/sala (8:3010:30/10:3012:30) máx 15 alunos = 150 alunos

2 turmas/sala (13:3015:30/15:3017:30) máx 15 alunos = 150 alunos

Salas com iluminação e ventilação naturais

375

195 m²

Ambiente com computadores individuais com livre acesso à internet

71 71 computadores computadores

Iluminação e ventilação artificiais. (ar condicionado)

195

75 m²

Sala para aulas de informática

12 12 computadores/ computadores/ 4 turmas = 48 4 turmas = 48 alunos alunos

Iluminação e ventilação artificiais. (ar condicionado)

75

36 m²

Ambiente para aulas de reforço escolar (português, matemática, história, geografia, ciências) com no máximo 8 alunos por turma.

2 turmas/sala (8:3010:30/10:3012:30) máx 8 alunos = 80 alunos

2 turmas/sala (13:3015:30/15:3017:30) máx 8 alunos = 80 alunos

Salas moduláveis podendo se tornar um só ambiente multiuso. Iluminação e ventilação naturais.

180

90 m²

Ambiente para encontro de professores, reuniões, descanso. Com copa

aprox. 10 professores

aprox. 10 professores

Sala com mesas e cadeiras, sofás. Copa . Iluminação e ventilação naturais/climatizada.

90


99

Depósito de Material didático

1

5 m²

100

Sanitário Masculino Prof

1

9,6 m²

101

Sanitário Feminino Prof

1

9,6 m²

102

Sanitário Masculino

1

20 m²

103

Sanitário PNE unissex

1

5 m²

104

Sanitário Feminino

1

20 m²

depósito para guardar material didático, lápis, canetas, etc. ambiente para higienização pessoal professores ambiente para higienização pessoal professores ambiente para higienização pessoal ambiente acessível para higienização pessoal ambiente para higienização pessoal

fluxo transitório

fluxo transitório

Depósito com prateleiras. Atenção para umidade. Ventilação natural

5

fluxo transitório

fluxo transitório

1 bacia, 1 mictório, 2 lavatórios

9,6

fluxo transitório

fluxo transitório

2 bacias, 2 lavatórios

9,6

fluxo transitório

fluxo transitório

4 bacias, 6 mictórios, 8 lavatórios

20

fluxo transitório

fluxo transitório

1 bacia, 1 lavatório

5

fluxo transitório

fluxo transitório

8 bacias, 8 lavatórios

20

105

Biblioteca

1

396 m²

Ambiente para exposição e leitura de livros

entre 50 e 100 pessoas

entre 50 e 100 pessoas

106

Sala de leitura

3

31 m²

Ambiente para leitura

fluxo transitório

fluxo transitório

Circulação e paredes

30%

Para 3500 exeplares (~150livros/m²) Atenção especial para iluminação e climatização. Integração com salas de leitura e área de convivência. Salas integradas à Biblioteca

396

93 506,16 1687,20

ÁREA TOTAL CONSTRUÍDA: 13.394,94 m² ÁREA TOTAL ABERTA: 6.961 m²



A

B

C 01 33,65

33,95

33,85

48

78 77

44

45

S

79 35,00

80

76

81

E 75

E

82

36,00

34,00

41

34,00

34,00

43

40

43 42

34,00

49

49

49

DU TO DO GUAN ENCANAMEN

ESTRAD A DO GU ANDU D O SENA

CAMINHO DO

83

74

34,40 33,85

34,00

46

47

PROJEÇÃO PASSARELA

48

34,00

2

PROJEÇÃO COBERTURA

33,70

1

G

G

1

34,00

34,00

33,90

5

2

7 3

34,00

4

H

50

34,00

H

52

04

02

4

34,00 5

6

51

S

6

PROJEÇÃO MEZANINO

8

34,00

34,00

9

53

53

10 54

11

13

55

57

56

58

59

PROJEÇÃO PASSARELA

12

34,00

34,00 PROJEÇÃO MEZANINO

S

PROJEÇÃO PASSARELA

PROJEÇÃO PASSARELA

24

34,00

D 37

S

39

38

34

rampa i: 12%

34,00

35

35

3

34,00

33,78

34,00 S

36

91

85

DORMITÓRIO 01

34,00 PALCO 34,90

COXIA

84 27

26 19

34,00

34,90

15

14

18 rampa i: 8%

16

17

23 20

21

60

25 28

22 S

29 30

31

32 33

61

65

63 64

PROJEÇÃO COBERTURA

COXIA

PROJEÇÃO COBERTURA

F

66

86 89

SALA

90

DORMITÓRIO 02

93 84

67

62

F

92

87

69 68

70

71

88

73

72

COZINHA

BANHO

DORMITÓRIO CASAL

PROJEÇÃO COBERTURA

33,85

34,00

33,80

34,00

34,00

33,90 33,95

03

A

LEGENDA AMBIENTES:

ÁREAS ABERTAS 1 Acesso 2 Bicicletário 3 Estacionamento aberto 4 Praça de Convivência 5 Playground de areia 6 Playground de Piso

SETOR DE CONVIVÊNCIA 7 Acesso coberto 8 Foyer 9 Sanitário Masculino 10 Sanitário Feminino 11 Sanitário Masculino PNE 12 Sanitário Feminino PNE 13 Auditório 14 Camarim Feminino 15 Camarim Masculino 16 Vestiário Feminino Acessível 17 Vestiário Masculino Acessível 18 Acesso serviço palco e área de apoio + circulação 19 Lanchonete 20 Cozinha da Lanchonete 21 Dispensa 22 Depósito de lixo

B

23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37

D.M.L Refeitório Cozinha Higienização Câmera fria Dispensa Nutricionista Sanitário Feminino Funcionários cozinha Sanitário Maculino Funcionários cozinha D.M.L Depósito de lixo Área de Convivência coberta Sala de TV e Cinema Brinquedoteca Salão de Jogos

SETOR ESPORTIVO | ÁREAS COBERTAS 38 Academia 39 Sala de Ginástica/Lutas 40 Quadra Poliesportiva 41 Vestiário Masculino 42 Vestiário Feminino 43 Vestiário unissex PNE 44 Sanitário Masculino PNE 45 Sanitário Masculino 46 Sanitário Feminino PNE 47 Sanitário Feminino 48 Depósito materiais esportivos SETOR ESPORTIVO | ÁREAS ABERTAS 49 Campo de Futebol 50 Piscina Recreativa 51 Piscina Infantil 52 Piscina Semi olímpica 53 Lavapés

D

C

SETOR DE APOIO 54 Casa de Máquinas 55 Depósito Manutenção 56 Depósito Materiais Aquáticos 57 Vestiário Feminino Acessível - Piscina 58 Vestiário unissex PNE - Piscina 59 Vestiário Masculino Acessível - Piscina 60 D.M.L 61 Depósito de lixo 62 Sala para treinadores 63 Vestiário Masculino Treinad. 64 Vestiário Feminino Treinad. 65 Sanitário Feminino Acessível 66 Sanitário Unissex PNE 67 Sanitário Masculino Acessível 68 Enfermaria 69 Sala de Avaliação Física/exame médico 70 Vestiário Feminino Acessível 71 Vestiário unissex PNE 72 Vestiário Masculino Acessível 73 Depósito materiais esportivos

SETOR ADMINISTRATIVO 74 Área de espera 75 Direção/Gerência 76 Sala de assistência social 77 Secretaria 78 Sala de reuniões 79 Sanitário Feminino 80 Sanitário PNE unissex 81 Sanitário Masculino 82 Almoxerifado 83 Administração

SETOR DE MANUTENÇÃO 84 Caixa d'água 85 Oficina elétrica 86 Oficina Hidráulica 87 Depósito Geral 88 Gerador 89 Vestiário Acessível Feminino Func. 90 Vestiário Acessível Masculino Func. 91 Depósito de lixo 92 D.M.L 93 Casa do Zelador

PLANTA TÉRREO - NÍVEL 34,00 escala: 1/250

0

5

10

20

30

N


A

B

C 01

S

35,00 35,50

E

E 36,00

PROJEÇÃO LAJE

37,00

38,00 38,00

37,00

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PROJEÇÃO COBERTURA

G

G

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H 04

02

S

38,00

8 38,00

38,00 PROJEÇÃO LAJE

13

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38,00 S

95 94

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D 38,00

103 104

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F

97

97

97

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PROJEÇÃO COBERTURA

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F

106

38,40

PROJEÇÃO COBERTURA

8 38,40

03

A

B

D

C

LEGENDA AMBIENTES:

PLANTA 1° PAVIMENTO - NÍVEL 38,00

SETOR PEDAGÓGICO

escala: 1/250 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106

Ateliê/oficinas Sala de Informática acesso público Sala de aula de informática Salas de Reforço Sala de Professores Depósito de Material didático Sanitário Masculino Prof Sanitário Feminino Prof Sanitário Masculino Sanitário PNE unissex Sanitário Feminino Biblioteca Sala de leitura

0

5

10

20

30

N































BIBLIOGRAFIA


DOCUMENTOS: • RELATÓRIO JUVENTUDE E CRIME - Um estudo a partir das autuações em flagrante no estado do Rio de Janeiro entre 2010 e 2014 - Instituto de Segurança Pública RJ – Organização Bárbara Caballero, 2016. Versão digital disponível em www.isp.rj.gov.br Direitos de publicação reservados ao Instituto de Segurança Pública. É permitida a reprodução, total ou parcial, e por qualquer meio, desde que citada a fonte. • DOSSIÊ CRIANÇA E ADOLESCENTE 2015 - Instituto de Segurança Pública RJ / Bárbara Caballero e Joana C. M. Monteiro (organizadoras). 3 ed. - Rio de Janeiro: Riosegurança, 2015. Versão digital disponível em www.isp.rj.gov.br Direitos de publicação reservados ao Instituto de Segurança Pública. É permitida a reprodução, total ou parcial, e por qualquer meio, desde que citada a fonte. • BRASIL (1990). “Estatuto da Criança e do Adolescente”. Lei nº 8.069/1990. Presidência da República, Casa Civil. BORGES, C. N. F. Um só coração e uma só alma: as influências da ética romântica na intervenção educativa salesiana e o papel das atividades corporais. Tese (Doutorado) – Curso de Educação Física, Universidade Gama Filho. Rio de Janeiro, 2005. • VIANNA, J. A. Esportes e camadas populares: inclusão e profissionalização. Tese (Doutorado) – Programa de PósGraduação em Educação Física, Universidade Gama Filho. Rio de Janeiro, 2007.

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RIO DE JANEIRO / MAPAS / PLANO DIRETOR: http://www.esporte.gov.br/diesporte/index.html http://www.rj.gov.br/web/imprensa/exibeconteudo?articleid=2088622

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COMPLEXO ESPORTIVO DA ROCINHA – RIO DE JANEIRO: http://arqguia.com/obra/complexo-esportivo-darocinha/?lang=ptbr

http://www2.rio.rj.gov.br/smu/compur/compur.html http://www.mtarquitetura.com.br http://mapas.rio.rj.gov.br http://www.suderj.rj.gov.br/complexo_Rocinha.asp http://www.rio.rj.gov.br/web/smu/plano-diretor1


SESC GUARULHOS: http://www.dalpian.arq.br/pt-BR/projetos/nova-sede-sescguarulhos https://concursosdeprojeto.org/2009/07/26/sesc-guarulhos-dalpian/ http://wvyw.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/10.109/3558?p age=2

6.1. LISTA DE FIGURAS Figura 01: Desenho feito a lápis pelo tatuador Roberto Minas Fonte: Acervo pessoal. CAP. 01 Figura 02: Vista aérea da Vila Kennedy Fonte: Google Maps, modificado pela autora da pesquisa. Figura 03: Inserção da Vila Kennedy na cidade e Estado do Rio de Janeiro. Fonte: Mapa Rafael Lorenzeto de Abreu modificado pela autora da pesquisa. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_de_Janeiro. Acessado em: 03/04/2016 Figura 04: Inserção da cidade e Estado do Rio de Janeiro no Brasil. Fonte: Mapa Rafael Lorenzeto de Abreu modificado pela autora da pesquisa. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_de_Janeiro. Acessado em: 03/04/2016 Figura 05: Vista panorâmica da Vila Kennedy Fonte: Figura 06: Foto da Construção das primeiras casas na Vila Kennedy em 1963. Fonte: http://ashistoriasdosmonumentosdorio.blogspot.com.br/2011/08/a -


Figura 07: Foto da Planta da Vila Kennedy. Fonte: http://www.vilakennedy.com/arquivo.htm Figura 08: Réplica da Estátua da Liberdade. Fonte: http://www.oriodejaneiro.com/vila_kennedy Figura 09: Mapa de Equipamentos públicos da Vila Kennedy. Fonte: Produzido pela autora da pesquisa Figura 10: Manifestação contra a violência da Vila Kennedy. Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/rj/ong-realizaprotesto-contra-onda-de-violencia-na-vilakennedy/n1597191014465.html Figuras 11, 12 e 13: Ocupação do BOPE na operação UPP Vila Kennedy. Fonte: http://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/23636-bopeocupa-vila-kennedy#foto-373547 Figura 14: Gráfico de Distribuição percentual das autuações em flagrante, por idade, 2010 a 2014. Fonte: Elaborado por ISP com base em informações da PCERJ. Figura 15: Gráfico de Distribuição percentual das autuações em flagrante, por tipo de infração, por idade, 2010 a 2014. Fonte: Elaborado por ISP com base em informações da PCERJ. Figura 16: Gráfico de Distribuição percentual das autuações em flagrante, por faixa etária, por tipo de infração, 2010 a 2014. Fonte: Elaborado por ISP com base em informações da PCERJ.

CAP. 02 Figura 17: Gráfico da diminuição da atividade física. Fonte: Desenhado para o movimento. Figura 18: O Ciclo da inatividade física Fonte: Desenhado para o movimento. Figura 19: Os Benefícios Combinados da atividade física ao longo da vida Fonte: Desenhado para o Movimento Figura 20: Indicadores De Desenvolvimento Associados Aos Níveis De Atividade Física Fonte: Desenhado para o Movimento Figura 21 e 22: Patrick Vieira em Palestra na Escola Municipal Jorge Zarur. Fonte: Acervo pessoal da autora da pesquisa. CAP. 03 Figura 23: Imagem aérea do terreno. Fonte: Google Street view. Acessado em 06/11/2016 Figuras 24 à 41: Fotos do terreno Fonte: Acervo pessoal da autora da pesquisa. Figura 42: Mapa de Índice de Aproveitamento de Terreno em Macrozona Assistida. Fonte: Secretaria Municipal de Urbanismo sobre base elaborada pelo IPP.


Figura 43: Mapa de Macrozoneamento e Regiões de Planejamento. Fonte: Plano Diretor do Município do Rio de Janeiro. Figura 44: Mapa de Mobilidade da Estação Bangu até terreno de projeto. Fonte: Google Maps

Figura 52: Pista de skate Fonte: Acervo MT Arquitetura Figura 53: Quadra Poliesportiva Coberta Fonte: Acervo MT Arquitetura Figura 54: Piscinas e Ginásio Fonte: Acervo MT Arquitetura

Figura 45: Mapa de transporte e mobilidade urbana do Rio de Janeiro, modificado pela autora da pesquisa. Fonte: Plano diretor do Município do Rio de Janeiro.

Figura 55: Implantação do edifício Fonte: Acervo Dal Pian Associados.

Figura 46: Mapa de Mobilidade Linhas de ônibus e Acessos Fonte: Acervo da autora da pesquisa.

Figura 56: Vista frontal. edifício – rua. Fonte: Acervo Concurso Dal Pian Associados.

Figura 47: Mapa de Gabarito Fonte: Produzido pela autora da pesquisa, em cima da planta do Instituto Pereira Passos.

Figura 57: Entrada ao edifício – Praça de convivência Fonte: Acervo Concurso Dal Pian Associados.

Figura 48: Mapa de Uso do solo Fonte: Produzido pela autora da pesquisa com base em informações do Plano Diretor do Rio de Janeiro.

Figura 58: Piscina Fonte: Acervo Concurso Dal Pian Associados. Figura 59: Quadra Poliesportiva Fonte: Acervo Dal Pian Associados.

CAP. 04 Figura 49: Vista aérea Complexo Esportivo da Rocinha Fonte: Acervo MT Arquitetura Figura 50: Acesso ao complexo Fonte: Acervo MT Arquitetura Figura 51: Piscinas e playground Fonte: Acervo MT Arquitetura

Figura 60: Auditório Fonte: Acervo Dal Pian Associados.


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