AI
P.28 P.06
A INCLUSÃO AJUDA VOCÊ A MUDAR O MUNDO ED. ESPEIAL OUTUBRO DE 2021
DANIEL DIAS
A TRAJETÓRIA DO MAIOR MEDALHISTA PARALÍMPICO DO BRASIL
ANTIMATÉRIA VENCENDO LIMITES CURIOSIDADES SOBRE AS PARALIMPÍADAS NO BRASIL
P.24 CAROL SANTIAGO O IMPACTO DE SUA JORNADA
DOSSIÊ QUANTAS MEDALHAS O BRASIL JÁ CONQUISTOU NA HISTÓRIA? - P.12
RECORDES DE OURO PARA O BRASIL BOLSA ATLETA ESTÁ PRESENTE EM 94% DE TODAS AS CONQUISTAS DE MEDALHAS POR ATLETAS BRASILEIROS
CONSELHO
Grupo 10 UNIRITTER 2021/2 Design Gráfico
GALILEU Centro Universitário Ritter dos Reis faculdade de Design Projeto gráfico: Design Editorial Professor: Ma. Stella Lisboa Sapper
BRASIL NAS PARALÍMPIADAS
Estamos Conectados
EDIÇÃO 333 maio de 2019
Nosso grupo de conselheiros avalia edição que abordou seus antepassados.
Antimatéria: https://www.opovo.com .br/esportes/paralimpiadas/2021/08/14/ bra-sil-nas-paralimpiadas historico-de-meda-lhas-dos-atletas-nos-jogos.html https://brasil.elpais.com/esportes/jogos-o-limpi os/2021-08-21/o-bolt-das-paralim-piadas-e-brasileiro-e-se-cha-ma-petrucio-ferreira.html https://midianinja.org/ninjaesporteclu-be/ 13-curiosidades-que-- voce-tem-que-saber-sobre-as-paralimpiad as/ Dossiê: https://www.gov.br/pt-br/noticias/-cultura-artes-historia-e-es-portes/2021/09/jogos-paralimpicos-de-toq uio-encerram-com-recorde-de-ouros-para-o-brasil https://cpb.org.br/noticia/detalhe/3028/ jo-gos-paralimpicos-em-- numeros-quantas-medalhas-o-brasil-ja-co nquistou-na-historia Entrevista: https://www1.folha.uol.-com.br/ esporte/2021/09/feitos-nas-para-limpiadas-abrem-portas-para-mulheres-diz -- carol-santiago.shtml Daniel Dias: https://www.hypeness.com.br/2021/09/daniel-dias-a-trajetoria-- do-maior-medalhista-olimpico-brasileiro/ https://www.bol.uol.com.br/noti-cias/2021/09/05/meu-legado-e-- mostrar-o-valor-da-pessoa-com-deficienci a-diz-daniel-dias-ao-se-despedir-das-comp eticoes.htm
REPORTAGEM DA CAPA Muito informativa, sem ser radical. Consegui absorver muitas dicas legais dessa reportagem.
ENTREVISTA Muito orgulho de ver uma Brasileira com quanta representatividade! que mulher incrivel.
MENSA BRASIL Em um país como o Brasil, que ainda discrimina racialmente e socialmente, segregar superdotados gera ainda mais preconceito e desabilita as crianças a aprenderem sobre igualdade.
DOSSIÊ QUADRINHOS O layout das fotos dos presonagenshiperconhecidos, mas não nos brasileiros. A matéria é essencialmente sobre histórias em quadrinhos nacionais... não faz sentido.
VOCÊ JÁ SEGUE A GALILEU PARA PODER OPINAR TAMBÉM?
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M AT É R I A S
A N T I M AT É R I A
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VENCENDO LIMITES A expectativa do Brasil
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para a edição das paralímpiadas.
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4 CURIOSIDADES Confira 4 curiosidades sobre as paralímpiadas.
O BOLT DAS PARALÍMPIADAS É Brasileiro e se chama Petrú-
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cio Ferreira
todas as conquistas de medalhas por atletas brasileiros.
DOSSIÊ: JOGOS PARALÍMPICOS EM NÚMEROS Quantas medalhas o Brasil já conquistou na história?
QUEM SÃO ELES? Quantas medalhas o Brasil já conquistou na história?
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RECORDE DE OUROS PARA O BRASIL Bolsa Atleta está presente em 94% de
ENTREVISTA: CAROL SANTIAGO O impacto de sua jornada.
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DANIEL DIAS
Seu nome está marcado na história do esporte mundial.
VENCENDO LIMITES
Confira curiosidades sobre as paralimíadas no Brasil
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VENCENDO LIMITES A expectativa do País para esta edição dos Jogos Paralímpicos é expandir seu quadro de medalhas, composto atualmente de 301. Confira outras curiosidades sobre a participação dos atletas do Brasil nas Paralimpíadas
om 253 atletas, o Brasil tem a maior delegação das Paralimpíadas de Tóquio 2020, com-petição que começou dia 24 de agosto (24/08). A expectativa do País para esta edição dos Jogos Paralímpicos é expandir seu quadro de medalhas, composto de 301 no total, sendo 87 de ouro, 112 de prata e 102 de bronze. O maior número de meda-lhas conquistado pelo Brasil foi registrado na edição das Paralimpíadas acontecida em casa. Em 2016, durante os Jogos sediados no Rio de Janei-ro, os representantes brasileiros conquistaram 72 medalhas. Apesar disso, a melhor posição do País em pódio (7º lugar) foi na edição anterior, Londres 2012.
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A primeira medalha brasi-leira foi obtida em Toron-to 1976. Os responsáveis foram Robson Sampaio de Almeida e Luiz Carlos da Costa, dupla que angariou a prata na modalidade lawn bowls, parecida com a bocha e praticada na grama. Quatro anos antes, o Brasil estreava nas Para-limpíadas, durante a edição de 1972, em Heidel-berg, Alemanha. A presença e o impacto do País nos Jogos Paralímpi-cos foram crescendo ao longo do tempo. Na edição de Atlanta, em 1996, o País logrou 21 medalhas, um crescimen-to de 200% em relação às sete medalhas conquista-das na edição anterior, Barcelona 1992.
CONFIRA 4 CURIOSIDADES SOBRE AS PARALÍMPIADAS
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Na terra do sol nascente Japão foi o 1º país a usar a denominação paralímpico em jogos. Eles também receberam a 2ª edição do evento, em 1964.
Medalhas inclusivas Pela 1ª vez na história, medalhas da Paralimpíada têm furos nas laterais para que atletas cegos ou de baixa visão consigam identificá-la. Em 2016, elas possuíam guizos, que auxiliavam através de sons. Sudestinos em Tóquio Atletas nascidos em São Paulo são maioria, com 60 representantes. Rio de Janeiro vêm em seguida, com 25. Amapá,Sergipe, Roraima e Tocantins não têm representantes. Novatos Anunciadas em 2014, Parabadminton e Parataekwondo fizeram sua estreia nos Jogos desta edição. Brasil disputa 3 vagas em ambas modalidades.
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O ‘BOLT’ DAS PARALIMPÍADAS É BRASILEIRO E SE CHAMA PETRÚCIO FERREIRA
A
comemoração, que imita um raio com os braços apontando para o alto, é a mesma. Os títulos mundiais, olímpicos e recordes também se equivalem. Por isso, é inevitável assistir a Petrúcio Ferreira, o paratleta mais rápido do mundo, e não se lembrar do multicampeão e multirecordista Usain Bolt, jamaicano que ainda ostenta os recordes de velocidade em provas olímpicas. A diferença é que, enquanto Bolt já se aposentou das pistas, o brasileiro chega no seu auge para os Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020. Aos 24 anos, Ferreira compete nos 100 metros rasos da categoria T47, classe para esportistas com membro superior amputado, onde é o atual
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campeão e recordista m undial e paralímpico. Para quem se acostumou com a Jamaica dominando as provas de velocidade, é bom saber de antemão: o raio que cairá no Japão, desta vez, vem da Paraíba. Petrúcio nasceu em São José do Brejo do Cruz, uma cidade com menos de 2.000 habitantes a 400 quilômetros de João Pessoa, capital da Paraíba. Foi o primeiro filho de Rita e Paulo, que viviam em um sítio da região. Como primogênito, chorava se os pais desgrudassem dele quando criança. Tanto que Paulo, às vezes, precisava levá-lo consigo para o estábulo, onde trabalhava moendo capim para o gado. Numa dessas vezes, quando Petrúcio tinha um ano e 11 meses,
o pai não viu o filho colocando o braço esquerdo na forrageira, a máquina que tritura o capim. Só ouviu o grito a tempo de tirar o menino e correr para o hospital, já sem uma das mãos. “Quando eu comecei a perceber o que tinha acontecido comigo, já com meus 14 ou 15 anos, eu falava: ‘pai, se aconteceu isso comigo é porque Deus tem um propósito, não adianta você ficar triste, porque isso aconteceu’. O importante é que hoje eu estou aqui contando essa história”, disse o já recordista mundial, em entrevista ao portal Olimpíada Todo Dia.
O garoto não deixou que a deficiência atrapalhasse seu crescimento e logo passou a se destacar no cenário esportivo local, ainda que priorizasse o futebol. Foi representando sua escola em um campeonato fora da cidade que Petrúcio chamou a atenção de um dos organizadores dos Jogos Escolares da Paraíba, que o convidou a conhecer o atletismo paralímpico. “Vi aquele menino franzino, do interior, e mandei ele trotar para aquecer. Ele só precisou dar umas dez passadas... já vi que tinha mola no pé”, conta Pedro de Almeida, que o conheceu na adolescência e treina o paratleta até hoje. Ferreira se mudou para João Pessoa, logo estava competindo pelo Brasil e, na velocidade dos seus sprints, conquistando o mundo.
A ascensão foi tão rápida quanto ele. Aos 18 anos, ganhou ouro no Parapan-americano de Toronto 2015 nos 100 e 200 metros rasos na categoria T47. Um ano depois, veio o triplo pódio na Paralimpíada do Rio de Janeiro, com ouro nos 100 metros rasos, prata nos 400m e no 4x100m. O primeiro lugar veio com o recorde mundial e olímpico da primeira prova, percorrendo os 100m em 10s57. Mas ele provou que a melhor marca de todos os tempos era só o começo. Abaixou o recorde para 10s53 em 2017, quando foi campeão mundial em Londres. E diminuiu para 10s50 em 2018. O objetivo se tornou alcançar o paratleta mais rápido do mundo —o irlandês Jason Smyth, que compete na classe T13 (para baixa visão) e correu os 100 metros em 10s46 em 2012. Petrúcio diluiu o
recorde de Smyth na semifinal do Mundial de 2019, correndo para 10s42, que é o atual recorde. Na final, venceu com um 10s44. Assim, ficou com os dois melhores tempos da história entre todas as categorias do atletismo paralímpico. Para se ter uma comparação, Marcell Jacobs foi campeão olímpico dos 100m rasos em Tóquio 2020 com uma marca de 9s80. “Eu estou me preparando para Tóquio desde que terminou a Rio 2016. Apesar de algumas circunstâncias que aconteceram no meio do caminho, que foi essa situação de saúde que afetou o mundo inteiro. Mas os Jogos Paralímpicos não foram cancelados, apenas adiados por um ano”, disse ele. “Neste meio tempo, eu consegui manter o foco no meu objetivo que é representar o meu país e dar o meu melhor. Então, minha expectativa é muito boa porque os treinos estão fluindo bem”, garantiu o velocista antes de viajar ao Japão.
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O UNIFORME OFICIAL DO BRASILEIRO.
QUANTAS MEDALHAS O BRASIL JÁ CONQUISTOU NA HISTÓRIA? Em quantidade de medalhas, a principal participação do Brasil aconteceu nos Jogos do Rio 2016, quando foram conquistados 72 pódios no total, sendo 14 ouros, 29 pratas e 29 bronzes. Porém, a melhor posição no quadro de medalhas foi obtida com a sétima colocação em Londres-2012, uma marca acima da atingida no Rio de Janeiro.
D
esde a sua primeira participação na história dos Jogos Paralímpicos realizados em Heidelberg, na então Alemanha Ocidental, em 1972, até a última edição do mega evento, no Rio-2016, o Brasil mostrou avanços significativos para chegar aos Jogos de Tóquio, no ano que vem, entre as principais potências paralímpicas do mundo. De acordo com levantamento do departamento de Ciências do Esporte do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), os atletas que representaram o país já conquistaram 301 medalhas na história. Ao todo, foram 87 de ouro, 112 de prata e 102 de bronze.
A primeira medalha conquistada pelo Brasil aconteceu quatro anos depois da sua estreia nos Jogos, em 1976, em Toronto, no Canadá, onde a dupla formada por Robson Sampaio de Almeida e Luiz Carlos da Costa conquistaram a prata no Lawn Bowls, modalidade semelhante à bocha e praticada na grama. De lá para cá, a delegação brasileira subiu ao pódio em quase todas as edições – a exceção foi apenas nos Jogos de Arnhem-1980. A outra participação do país em que não houve conquistas ocorreu apenas na sua estreia nos Jogos, em 1972.
O
maior crescimento de resultados esportivos entre uma edição e outra de Jogos Paralímpicos ocorreu ainda na década de 90. Nos Jogos de Atlanta-1996, os atletas brasileiros conquistaram 21 medalhas, um aumento de 200% em relação às sete obtidas em Barcelona-1992. Os desempenhos registrados no Rio-2016, com alta de 67,4%, e em Atenas-2004, com 50%, foram outras importantes evoluções demonstradas pelo país em relação à sua participação anterior. Apesar da constante evolução dos resultados obtidos a partir de Atenas-2004, o Brasil teve boas performances esportivas nas disputas na década de 80. As marcas e medalhas conquistadas nos Jogos de 1984, realizados concomitantemente em Stoke Mandeville (Grã-Bretanha) e em Nova York (Estados Unidos), e nos Jogos de 1988, em Seul (Coreia do Sul), foram superiores a muitas edições posteriores até a década dos anos 2000.
Isso contribuiu para que o Brasil figurasse, até o momento, entre os 20 países que mais medalharam em toda a história dos Jogos Paralímpicos. Com as 301 medalhas no total, o país está na 19ª colocação do quadro de medalhas baseado na quantidade geral de pódios. Se for contabilizado o quadro de medalhas com base nas conquistas de ouro, como é feito em cada edição do evento para efeito de desempate, o Brasil ocupa o 23º posto mundial. Os Estados Unidos lideram ambos os exemplos de quadros de medalhas, com 771 ouros, 700 pratas e 708 bronzes, um total de 2.179 pódios alcançados na história dos Jogos.
QUEM SÃO ELES? Fernando Rufino Canoagem 200m Vl2
Nathan Torquato Parataekwondo na
Futebol de 5
Jogadores Luan Parana Ricardinho Jefinho Nonato
classe K44 até 61kg
Jogadores Romario Marques Leomon Moreno Josemarcio Sousa José R. de Oliveira Emerson da Silva Alex de Melo
Goalball masculino
Alana Maldonado
Carol Santiago
100m peito 50m 100m livre na classe S12
Gabriel Geraldo
50m costa 200m livre na classe S2
Gabriel Bandeira
100m borboleta na classe S14
Wendell Belarmino Talisson Glock
50m na classe S11 400m livre na classe S6
Judô na categoria até 70kg
Mariana D Andrea
Halterofilismo na categoria até 73kg
Yeltsin Jacques
1.500m 5.000m na classe T11
Alessandro Rodrigo
Lançamento de disco na classe F11
Petrucio Ferreira
100m rasos na classe T47
Beth Gomes
Lançamento de disco na classe F52
Claudiney Batista
Lançamento de disco na classe F56
Wallace dos Santos
Arremesso de peso na classe F55
Silvania Costa
Salto em distância na classe T11
RECORDE DE OUROS PARA O BRASIL Bolsa Atleta está presente em 94% de todas as conquistas de medalhas por atletas brasileiros
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INCENTIVO AO ESPORTE A
o conquistar a última medalha do Brasil nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, uma prata, o maratonista Alex Douglas encerrou a melhor campanha do país em paralimpíadas. Os atletas brasileiros alcançaram 72 medalhas. Dessas, 68 foram de integrantes do Bolsa Atleta, programa de patrocínio individual do Governo Federal. Um deles é Alex Douglas, que tem o Bolsa Pódio, a principal categoria do programa. O Brasil ainda teve recorde de ouros, com 22 medalhas, superando as 21 dos jogos de Londres 2012, além de 20 pratas e 30 bronzes. O país encerrou os jogos na sétima colocação do ranking mundial. Foi em Tóquio que o Brasil chegou a sua 100ª medalha de ouro na história dos Jogos Paralímpicos. “O Programa Bolsa Atleta é fundamental para o desenvolvimento do esporte brasileiro. Se não fosse pelo Bolsa Atleta, os resultados seriam outros. O Bolsa Atleta tem uma importância muito grande para o que estamos vendo hoje e no que vimos em campeonatos anteriores porque é ele que oferece condições para que o atleta possa se desenvolver” Presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Mizael Conrado.
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Das 22 medalhas de ouro obtidas, 20 delas foram alcançadas por esportistas do Bolsa Atleta, sendo 18 de integrantes da categoria Pódio. E das 20 medalhas de prata, 18 são de integrantes do Bolsa Atleta, assim como 100% dos 30 bronzes obtidos. “O Bolsa Pódio faz muita diferença, ainda mais nesse ciclo que tivemos a pandemia, com tanta incerteza, com tanta coisa reduzida. Então, sou muito grata ao programa por não ter parado e dado essa estrutura para a gente chegar até aqui” Alana Maldonado, medalha de ouro no judô na categoria até 70 quilos da classe B2, que recebe o Bolsa Pódio.
Em número total de pódios, os 72 de Tóquio igualaram a marca alcançada no Rio 2016. As medalhas foram obtidas em 14 modalidades das 20 em que o Brasil teve atletas inscritos.
O QUE É O BOLSA ATLETA? O Bolsa-Atleta é um programa do Governo Federal, gerido pelo Ministério da Cidadania, que visa garantir a manutenção pessoal aos atletas de alto rendimento que não têm patrocínio. O programa dá as condições necessárias para que eles se dediquem ao treinamento esportivo e possam participar de competições que permitam o desenvolvimento de suas carreiras. O atleta se inscreve no programa e, se for selecionado pelo Ministério da Cidadani, passa a receber mensalmente, pelo período de um ano, um auxílio financeiro creditado em conta. O benefício é destinado a praticantes do desporto de rendimento em modalidades olímpicas e paralímpicas, e também nas modalidades vinculadas aos Comitês Olímpico e Paralímpico Internacionais. Também serão consideradas as modalidades não-olímpicas e não-paralímpicas para a concessão do benefício pleiteado por atletas de reconhecido destaque, nas categorias estudantil, nacional ou internacional.
No ciclo entre os Jogos Rio 2016 e Tóquio 2021, o investimento direto do Governo Federal nos 222 bolsistas qualificados para os Jogos Paralímpicos supera os R$ 74 milhões. Paralelamente, o investimento direto do Governo Federal nas 20 modalidades em que o país terá representantes em Tóquio superou os R$ 151 milhões no ciclo, recursos suficientes para conceder 5.514 bolsas a atletas de destaque nesses esportes. A maior delegação brasileira já convocada para disputar uma edição de Jogos Paralímpicos fora de casa tem a digital onipresente do Bolsa Atleta. O programa de patrocínio individual do Governo Federal contempla 222 dos 232 atletas (95,7%) anunciados pelo Comitê Paralímpico Brasileiro para representar o país na capital japonesa. A delegação nacional como um todo terá ao todo 253 integrantes, levando em conta os guias para atletas com deficiência visual e os calheiros (auxiliam atletas da bocha). O Brasil participou de 20 dos 22 esportes previstos no programa. As exceções são o rúgbi e o basquete em cadeira de rodas. Em 15 das 20 modalidades com presença nacional, 100% dos atletas são bolsistas. São os casos de bocha, esgrima, futebol de cinco, halterofilismo, hipismo, judô, badminton, canoagem, ciclismo, taekwondo, remo, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas, tiro esportivo e tiro com arco. Nas modalidades com maior número de convocados, a presença do programa também é expressiva. No atletismo, dos 64 inscritos, 62 são bolsistas. Na natação, dos 35 convocados, 31 fazem parte do programa que premia o mérito esportivo executado pela Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania. Entre os bolsistas na delegação, 137 são homens (59%) e 95, mulheres (41%).
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INCENTIVO AO ESPORTE EM MINAS GERAIS O caminho para chegar aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos é longo e o investimento nos esportes é fundamental para todos que sonham com o pódio e da própria inclusão social por meio do esporte. Em Minas Gerais, o fomento ao paradesporto acontece, principalmente, por meio de bolsas a atletas e técnicos.
LEI Nº 11.438/06, LEI DE INCENTIVO AO ESPORTE
A
Lei Estadual de Incentivo ao Esporte também é um dos mecanismos utilizados pelo Governo para estimular que empresas de economia mista e privadas apoiem financeiramente os projetos aprovados pela Subsecretaria de Esportes. Em contrapartida, as empresas têm o valor deduzido do saldo devedor do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), priorizando os recursos para o esporte. O caminho percorrido até o Hino Nacional brasileiro ser executado no evento esportivo pela centésima vez começou há 37 anos, em 1984, na edição dos jogos compartilhada entre Nova Iorque e Stoke Mandeville. Foi lá que o Brasil obteve a primeira medalha dourada com Márcia Malsar vencendo nos 200m da classe C6 do atletismo. Ao longo dos anos, o esporte paralímpico cresceu em profissionalização e investimentos e, desde a edição de Pequim, em 2008, o Brasil está entre as dez nações com maior destaque em jogos paralímpicos. E já está entre os 20 países com mais medalhas acumuladas na história.
419
22
Ainda segundo a Sedese, entre os anos de 2018 e 2019, foram investidos R$ 2,38 milhões para viabilizar as bolsas. Já em 2020, em que o edital ainda está presente, a pasta afirmou que a expectativa é fechar o investimento em R$ 1.047 milhão, sendo que as bolsas do Estado contemplam atletas e técnicos nas categorias Estaduais, Nacionais, Internacionais e Paralímpicas. Entre os beneficiados pelas bolsas do Governo de Minas Gerais e que competem por medalhas nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, estão 14 atletas das modalidades atletismo, bocha, halterofilismo, natação e tênis sobre cadeira de rodas, além de 4 técnicos.
Bolsa-Atleta
Carol Santiago estreou nas Paralimpíadas com a melhor performance entre os atletas brasileiros e com um dos melhores desempenhos do evento.
24
A
s cinco medalhas que Maria Carolina Santiago “empilhou” em
Tóquio, como se diz no jargão esportivo, estavam literalmente empilhadas ao lado de sua cama na manhã de quinta-feira (02/09).
A nadadora, que compete nas classes para atletas com deficiência visual, havia as deixado com cuidado por ali antes de cair no sono, sem fazer barulho para não acordar a companheira de quarto na Vila Paralímpica e exausta após o fim de sua participação nos jogos. Ao acordar, logo foi conferir e admirar o novo patrimônio mais uma vez.
Diante de um programa extenso de caídas na água, só agora ela pôde relaxar e tentar mensurar o impacto de sua campanha no Japão. Aos 36 anos, a nadadora nascida no Recife que fez sua estreia em Paralimpíadas sairá delas com a melhor performance entre todos os participantes brasileiros e um dos melhores desempenhos do evento em geral.
25
F
oram
três ouros
(50m
li-
vre, 100m livre e 100m peito),
uma prata (revezamento 4 x 100 m livre mistro) e um bronze (100m costas), números inéditos para uma
atleta
do país em uma única edição dos Jogos.
Apesar
26
de
se
considerar
“As cinco medalhas servem para que uma menina olhe e veja que, se ela consegue, eu posso conseguir também"
“vidrada”
em recordes e marcas, a pernambuca-
que as pessoas acreditem que é pos-
na descobriu vários dos feitos que re-
sível, que não temos nada a menos.
alizou à medida que eles aconteceram.
Se tiver investimento, a gente vai chegar.
“Hoje eu sinto o peso disso, sei o quan-
As cinco medalhas servem para que uma
to foi importante cada etapa. Virou um
menina olhe e veja que, se ela consegue,
símbolo mesmo. Nós, mulheres, ganha-
eu posso conseguir também”, Carol afir-
mos muito com isso, abriu portas para
ma em entrevista por telefone, do Japão.
A
nadadora não queria re-
tisfeitos com a minha perfomance
petir a experiência que
até ali. Eu fiquei muito indignada quan-
teve no Mundial de Londes, em 2019.
do ele disse ‘vai tranquila’ na hora do
Medalhas e recordes a fizeram despon-
balizamento, mas já não podia mais me
tar no esporte paralímpico, porém ela
comunicar com ele. Deu certo e eu con-
se viu levada por suas emoções.
segui tirar leite de pedra”, diverte-se.
“Eu tinha medo, porque no Mundial
A versatilidade da multimedalhista faz
senti picos de ansiedade. Se tivesse
muita gente questionar quais poderiam
sido campeã de uma prova ficava anima-
ser seus números e recordes caso tives-
da e me atrapalhava. Se nadava mal, ti-
se entrado no esporte adaptado mais
nha que me reorganizar para conseguir
cedo. A pernambucana já escutou muitas
nadar de novo. Em Tóquio, como fui
vezes esse comentário, mas prefere ana-
batendo metas grandiosas e isso esta-
lisar a a situação sob outra perspectiva.
va saindo o tempo todo na mídia, precisava ter controle emocional”, explica.
“Eu não penso que poderia ter sido mais, ou no que conquistaria. Pen-
Um fator que foi
determinante é o
trabalho com os psicólogos. rol da
comemora da
maneira
ter
sido
certa
pela
so que 2018 foi o marco da minha vida
Ca-
e que a partir dali eu consegui ser a
estimula-
minha melhor versão. Sou feliz de
equipe.
realizar o que estou realizando. É o melhor momento da minha vida e te-
“Ele [psicólogo] me disse para ficar
nho orgulho de ter tomado isso para
tranquila, que talvez não conseguisse
mim, da coragem em ser uma atleta de
[nadar bem], mas que já estavam sa-
alto rendimento com 36 anos”, encerra.
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O MAIOR MEDALHISTA PARALÍMPICO BRASILEIRO
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SEU NOME ESTÁ MARCADO NA HISTÓRIA DO ESPORTE MUNDIAL
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NATAÇÃO... “Eu acredito que o exemplo da capacidade das pessoas com de ciência, de que podemos realizar nossos sonhos e que não há o impossível. Que a de ciência não nos de ne e nem nos limita“
“Gostaria de que meu legado fosse relacionado à maior visibilidade do esporte paralímpico, que as pessoas conhecessem mais, valorizassem mais os atletas brasileiros, e quem sabe assim descobrimos mais pessoas. Foi assim comigo, e eu acredito no poder transformador do esporte.“
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